Prévia do material em texto
ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO CIRURGIA 1 DEFINIÇÃO: A obstrução intestinal se define como a parada na progressão do conteúdo intraluminal pelo tubo digestivo, cuja causa poder ser mecânica ou funcional, a estase do conteúdo favorece a proliferação bacteriana e a produção de gás , aumentando a pressão intraluminal. O processo inicial do quadro obstrutivo é o acúmulo de fluidos e gases acima do ponto de obstrução, a princípio aliviado pelos vômitos e passagem residual por uma obstrução parcial. A própria distensão das alças também pode assumir grandes proporções. nesse caso há transmissão do aumento de pressão intraluminal para a cavidade abdominal, promovendo duas importantes repercussões hemodin micas: • DIMINUIÇÃO DO RETORNO VENOSO. • RESTRIÇÃO À MECÂNICA DIAFRAGMÁTICA. No entanto ocorre edema e isquemia das alças intestinais, levando e facilitando a translocação bacteriana. A obstrução permite o aumento muito grande da flora intestinal, sobretudo de gram-negativos entéricos (e.coli e klebsiella). esses microorganismos são responsáveis por piorar ainda mais a distensão e podem gerar translocação bacteriana. A persistência do quadro culmina em necrose e perfuração. os pacientes que se encontram nesse estágio de doença evoluem rapidamente para sepse e óbito. EPIDEMIOLOGIA: Obstrução do intestino delgado responde por 85% dos casos e a de cólon por 15 %. Bridas, hérnias e neoplasias são as principais causas de obstrução de intestino delgado. outras causas são: íleo biliar , estenoses por doença de crohn (doença inflamatória intestinal), tuberculose intestinal., implantes peritoneais. LEMBRE-SE SE CIRURGIAS PRÉVIAS: BRIDAS E HÉRNIAS INTERNAS ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 2 3 ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO Em pacientes idosos a etiologia mais relacionada é a neoplasia colorretal, estenose por doença diverticular ou colite isquêmica. Obstrução colônica no geral é menos frequente porém com evolução mais grave: 60% por neoplasia; volvos (sigmóide e ceco); fecaloma, diverticulite, doença inflamatória intestinal, intussuscepção. CLASSIFICAÇÃO: MECANISMO: (MECÂNICA X FUNCIONAL) MECÂNICAS: são aquelas que cursam com barreira física ocluindo o lúmen, impedindo o trânsito normal do conteúdo intraluminal. ao exame físico podemos encontrar (peristalse diminuída) FUNCIONAL: o paciente não apresenta nenhum ponto físico de oclusão, comprometimento da função motora. ao exame físico podemos encontrar (peristalse de luta) ALTURA: (ALTA - DELGADO X BAIXA - CÓLON) GRAU DE OBSTRUÇÃO: PARCIAL (SUB OCLUSÃO ) X COMPLETA GRAVIDADE : SIMPLES X COMPLICADA (ESTRANGULADA) COMPLICADOS: OBSTRUÇÃO EM ALÇA FECHADA: Oclusão em dois pontos simultaneamente - maior risco de estrangulamento. 3 ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO QUADRO CLÍNICO TRÍADE CLÁSSICA : dor abdominal, distensão abdominal e parada de eliminação de fezes e flatus. Importante realizar um exame físico completo: inspeção, ausculta, percussão e palpação. Paciente em estado geral regular, desidratados, taquicárdicos e taquipnéicos. CLÍNICA: RHA AUMENTADOS, NÁUSEAS E VÔMITOS. DIARREIA, DESIDRATAÇÃO, SEPSE E PERITONITE. LEMBRAR-SE - AVALIAR REGIÃO INGUINAL TOQUE RETAL A dor abdominal é ponto importante dos pacientes com síndrome da obstrução intestinal. fortes contrações, peristalse de luta. dor em cólica em região periumbilical e ocorre em paroxismos a cada 4-5 minutos, aliviando nos intervalos. “Idosos podem apresentar quadros álgicos atípicos” - a dor pode ser pouco intensa e até mesmo tardia. TOQUE RETAL - VERIFICAMOS SE HÁ PRESENÇA DE GASES E FEZES NA AMPOLA RETAL SE PRESENTE: OBSTRUÇÃO FUNCIONAL SE AUSENTE: OBSTRUÇÃO MECÂNICA Importante verificar se há presença de sangue / coágulos / massas que justifiquem a obstrução. Importante se atentar para presença de massas endurecidas e indolores em hipogastro ( lembrar de neoplasia nas provas). 4 5 SINAL DE GERSUNY ( PULO DO GATO!) IGUAL Á FECALOMA Define-se como massa amolecida na topografia da moldura colônica com crepitações CARACTERÍSTICAS DA OBSTRUÇÃO INTESTINAL CONFORME NÍVEL ATENÇÃO, SE PERSISTÊNCIA DE ACIDOSE: PENSAR EM ISQUEMIA INTESTINAL DIAGNÓSTICO E PROPEDÊUTICA COMPLEMENTAR Deve-se excluir causas funcionais, função renal e eletrólitos EXAMES: Radiografia de abdome em ortostase e ddh com 60% de acurácia DISTENSÃO ALÇAS PRESENÇA DE NÍVEIS HIDROAÉREOS DETERMINA NÍVEL DE OBST DELGADO / COLON (ALTA X BAIXA) FECALOMAS/VOLVOS PERFURAÇÕES ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 5 RADIOGRAFIA DE ABDOME OBSTRUÇÃO ALTA DELGADO ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 6 7 • DISTENSÃO CENTRAL + EMPILHAMENTO DE MOEDAS (VÁLVULAS CONIVENTES). • DIÂMETRO > 3 CM ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 7 OBSTRUÇÃO BAIXA COLÔNICA ALÇAS EM POSIÇÃO PERIFÉRICA DELINEAMENTO DAS VÁLVULAS NÃO CONIVENTES (HAUSTRAÇÕES) TOMOGRAFIA DE ABDOME E PELVE Definição etiológica e complicações do quadro Sofrimento vascular das alças ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 8 9 PONTO - DISTENSÃO DE ALÇAS A MONTANTE E ALÇAS “FINAS"A JUSANTE SINAIS DE FECALIZAÇÃO DO INTESTINO DELGADO TORÇÃO DE VASOS MESENTÉRICOS ( SINAL REDEMOINHO) REALCE PARIETAL DAS ALÇAS HIPERDENSIDADE DA GORDURA LOCAL TOTAL OU PARCIAL ESTADIAMENTO TRATAMENTO Jejum Hidratação endovenosa Correção de distúrbios eletrolíticas Sondagem nasogástrica ( Descompressão gástrica) Se refratário: CIRURGIA TRATAMENTO CIRÚRGICO: Sepse Peritonite Alça fechada Obstrução total Sinais de sofrimento de alça Perfuração BRIDAS É a principal causa de obstrução intestinal de delgado Prova: obstrução intestinal + cirurgia abdominal prévia = brida Diagnóstico: suspeita clínica + radiológica ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 9 Fatores de risco para a formação de bridas pós operatórias: Infecção abdominal Isquemia de alça Presença de corpo de estranho - fios de sutura Além das medidas gerais, atualmente recomenda-se a administração de contraste hidrossolúvel Gastrografin - ácido diatrizoico, seja por via oral ou por sonda nasogástrica. O contraste por se hiperosmolar, seria capaz de aliviar o edema das alças intestinais, favorecendo a peristalse e a resolução das aderências. Não é um consenso, 100ml de contraste dose ideal. A presença do mesmo no cólon, após 6-24 horas, sugere fortemente a resolução do quadro, enquanto que a não chegada do contraste ao cólon sugere a necessidade de uma intervenção cirúrgica. Obstrução de cólon Neoplasia IDOSOS • Perda de peso, astenia, massa palpável, dor abdominal • Tratamento: cirurgia oncológica mesmo na emergência • Ideal: reconstrução na mesma cirurgia do trânsito intestinal • Estadiamento breve: Tc de tórax e dosagem de CEA FECALOMA *Presença de fezes endurecidas que impactam no trato gastrointestinal, geralmente no reto. ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 10 11 PACIENTE NA PROVA: IDOSOS, ACAMADOS INSTITUCIONALIZADOS PORTADORES DE CONSTIPAÇÃO CRÔNICA MEGACÓLON (CHAGAS)/ D. HIRSCHSPRUNG COMPLICAÇÃO COMUM DO MEGACÓLON CHAGÁSICO Sinal de Gersuny: Massa amolecida na topografia da moldura colônia com crepitações. ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 11 CLÍNICA: Constipação Dor abdominal Desconforto retal Diarreia paradoxal ( soiling) DIAGNÓSTICO: Toque retal - 70% Exames radiológicos ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 12 13 TRATAMENTO: HEV Fratura digital Medidas laxativas Lavagens intestinais VOLVOS Torção de um segmento do trato gastrointestinal sobre o seu próprio eixo mesentérico; PACIENTE NAS PROVAS: MEGACÓLON CHAGÁSICO MEGACÓLON IDIOPÁTICO E O CONGÊNITO IDOSOS, INSTITUCIONALIZADOS COM OU S/ DOENÇAS NEUROLÓGICAS E PQ IMAGEM CLÁSSICA NO RX DE ABDOME Local mais acometido : cólon sigmóide 75% e ceco Diagnóstico de volvo de sigmóide Anamnese Exame físico Imagem RX AA Tomografia - “Sinal do Redemoinho” ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 13 ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 14 15 VOLVO DE SIGMOIDE: IMAGEM - ALÇA INTESTINAL TORCIDA E DILATADA, ESTENDE DA PELVE AO QSD PAREDES PARALELAS, LISAS “PERDA HAUSTRAÇÕES”. *SINAL TUBO INTERNO DOBRADO *SINAL U INVERTIDO *SINAL GRÃODE CAFÉ ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 15 TRATAMENTO: OBJETIVOS: Desfazer o volvo, restaurar a vascularização intestinal Localizar possíveis alterações anatômicas que predisponham o surgimento do volvo. Se estável: Desvolvulação por retossigmoidoscopia Objetivo: Transformar uma urgência em estado eletivo Cirurgia eletiva : Sigmoidectomia eletiva com reconstrução primária do trânsito Se perfuração ou isquemia: CIRURGIA VOLVO DE CECO Torção de um segmento do trato gastrointestinal sobre o seu próprio eixo mesentério. PACIENTE NAS PROVAS: MEIA IDADE DEFEITO CONGÊNITO DO MESENTÉRIO RX “C” INVERTIDO TTO CIRÚRGICO PRIMEIRA ESCOLHA ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO 16 TRATAMENTO: OPÇÕES CIRÚRGICAS: Cecostomia Cecopexia Ileocolectomia / Colectomia a direita + anastomose primária (prioridade) Se gangrena: ressecção do segmento afetado + ileostomia ABDOME AGUDO OBSTRUTIVO O QUE ACHOU DESSE RESUMO? RESPONDA AQUI! Queremos garantir que sua experiência com esse resumo tenha sido positivo e proveitoso. Se você puder, por favor, nos fornecer um feedback sobre o conteúdo, a organização ou qualquer outra sugestão que possa melhorar futuras edições, ficaríamos imensamente gratos. Sua opinião é fundamental para nós, pois nos ajuda a continuar aprimorando nossos materiais e oferecendo o melhor para você. Muito obrigado pela sua colaboração! https://forms.gle/XbLah59rk3JM2nTj6