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Sintaxe do Período e Pontuação

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PORTUGUÊS P/ TST - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 1
 
 
Aula 03 
(Sintaxe do período e pontuação.) 
Olá, pessoal! 
Vimos na aula passada os termos da oração. 
Como previsto no edital, não será cobrado na prova o simples 
reconhecimento do termo sintático, mas a pontuação, regência, crase, 
concordância que possam envolvê-lo. 
Nesta aula, nosso trabalho aprofunda um pouco mais. Veremos o período 
composto. Da mesma forma, nosso foco é sabermos empregar a pontuação, a 
regência e a concordância. 
Além disso, este tema é estudado por nós para sabermos a relação entre 
os enunciados dentro de um texto. 
Então vamos partir para nossa aula, pois o assunto é vasto. 
Primeiramente, vamos trabalhar a diferença entre frase, período e 
oração. 
Todo enunciado que possua sentido completo é chamado de frase. 
Podemos dizer que o sentido completo ocorrerá explicitamente na linguagem 
quando houver as seguintes pontuações finais (. ! ? : ...) 
O ponto final é utilizado para marcar o término de uma declaração. A 
frase terminada com esta pontuação é chamada de frase declarativa: 
As aulas terminaram mais cedo. 
O ponto de exclamação transmite, de certa forma, uma emoção, um 
sentimento. A frase terminada com esta pontuação é chamada de frase 
exclamativa: 
Socorro! Te amo! 
O ponto de interrogação finaliza uma frase interrogativa direta: 
Por que você não veio ontem? 
Algumas vezes utilizamos ponto de interrogação para chamar a atenção 
do leitor: 
O rombo da corrupção? O povo paga. 
Veja que o autor poderia simplesmente declarar a informação de forma 
bem objetiva: O povo paga o rombo da corrupção. 
Mas o autor preferiu usar o recurso da retórica, é a forma de enfatizar 
aquilo que poderia ser apenas uma declaração, como fizemos no exemplo 
acima. 
Português para Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
(teoria e questões comentadas) 
PORTUGUÊS P/ TST - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
PROFESSOR TERROR 
Prof. Décio Terror www.pontodosconcursos.com.br 2
Os dois-pontos são utilizados em diversas situações e são vastamente 
cobrados nas provas da FCC. Vimos na aula anterior que ele pode iniciar uma 
enumeração (aposto enumerativo), explicação (aposto explicativo, comentário 
do autor, expressões denotativas). Mas cabe aqui apenas os dois-pontos 
finalizando frase. Isso ocorre quando posteriormente a ele se inicia uma 
citação, a fala de alguém, o recorte de um outro texto. Para isso, deve-se 
perceber que a citação se iniciará com letra inicial maiúscula. Veja: 
O ministro declarou: “Há dois anos os juros estavam mais baixos.” 
Perceba que a frase realmente foi finalizada pelo sinal de dois-pontos, 
porque a próxima palavra (“Há”) está com letra inicial maiúscula. 
Como há esta citação, podemos trabalhar o discurso direto, que 
transmite exatamente a fala de alguém. O autor do texto (narrador) não utiliza 
palavras dele mesmo, ele usa as do “personagem”. 
Assim, o termo entre aspas ‘Há dois anos os juros estavam mais baixos’ 
seria a voz do personagem; e “O ministro declarou” seria a voz do narrador. 
Porém, o autor do texto pode querer relatar com suas palavras o “falar” 
do personagem. Neste caso, basta que ele insira a conjunção “que” e adapte 
quando necessário. Veja: 
Discurso direto: 
O ministro declarou: “Há dois anos os juros estavam mais baixos.” 
Discurso indireto: 
O ministro declarou que há dois anos os juros estavam mais baixos. 
Agora vamos ao uso das reticências. Elas podem ser usadas em 
diversas situações, mas cabe aqui apenas em final de frase. 
Elas são utilizadas em final de frase normalmente para indicar que a 
declaração que vinha sendo feita ainda continua. Isso ocorre quando 
recortamos um trecho de algum texto. Mas muitas vezes o autor usa esta 
continuidade do pensamento para que o leitor reflita mais sobre o assunto. 
Um jovem sem esperança, perturbado, sem sonho, com cinco revólveres 
e muita munição, entra num colégio em Realengo (RJ) e... 
As reticências nos remetem a pensar na catástrofe ocorrida no ano 
passado no Rio de Janeiro. O autor não precisa dizer mais nada, nós já 
entendemos que ele quer nossa atenção ao problema. 
Questão 1: TRT 12 R 2010 Médio 
Fragmento do texto: 
Gilda de Mello e Souza dizia que o Brasil é muito bom nas novelas. Para 
ter público, a novela precisa dispor de personagens de todas as classes 
sociais, explicava ela, o que exige uma trama complexa. Acrescento: a 
mobilidade social é decisiva nas novelas e se dá sobretudo pelo amor entre 
ricos e pobres. Provavelmente as novelas exibam casos de ascensão social 
pelo amor – genuíno ou fingido – em proporção maior que a vida real .... Mas 
a novela não é um retrato do Brasil, ou melhor, é sim, mas como aqueles 
retratos antigos do avô e da avó, fotografados em preto e branco, mas, 
PORTUGUÊS P/ TST - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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depois, cuidadosamente retocados e coloridos. O fundo é real. A tela: ideais, 
sonhos, fantasias. 
Provavelmente as novelas exibam casos de ascensão social pelo amor – 
genuíno ou fingido – em proporção maior que a vida real ... 
O emprego das reticências no final do segmento transcrito acima denota 
(A) nova referência, desnecessária, ao comentário de alguém alheio ao 
contexto. 
(B) recurso adotado pelo autor, no sentido de estimular o interesse do leitor. 
(C) certeza da concordância de um eventual leitor com a opinião ali exposta. 
(D) desejo de que a ficção possa se deter, realmente, em fatos que ocorrem 
na vida real. 
(E) hesitação, pela presença de um comentário de cunho subjetivo, sem base 
em dados reais. 
Comentário: As reticências geralmente são usadas para marcar uma 
continuação da fala do locutor, de certo grau de emoção, de se fazer 
subentender. Por isso, cabe a interpretação de uma hesitação, pelo 
comentário subjetivo, sem dados reais. Tudo isso ratificado pelo advérbio 
“Provavelmente”. 
Gabarito: E 
Questão 2: TRT 24ªR 2011 Técnico 
Fragmento do texto: Tudo que nos permite explorar nossos pontos fortes e 
driblar nossas fraquezas genéticas é resultante da combinação entre os 
avanços nos cuidados com a aparência física e o estilo, a possibilidade de 
envelhecer com saúde e, não menos essencial, a valorização de atributos 
sociais como autoestima, simpatia, cultura e expressividade. "É o equilíbrio 
dessas qualidades que torna um indivíduo mais ou menos atraente", diz o 
cirurgião plástico Noel Lima, do Rio de Janeiro. 
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) 
As aspas isolam transcrição exata das palavras do médico citado no parágrafo.
Comentário: A expressão entre aspas é o recorte de um texto, as palavras 
de alguém, é também chamado de citação, pois se encontra na estrutura de 
um discurso direto. Assim, realmente há uma transcrição exata da fala de um 
médico. Confirmamos isso com a expressão “", diz o cirurgião plástico...”. 
Gabarito: C 
Após termos visto a frase, vamos trabalhar o período. 
Período é todo enunciado com sentido completo e que possua verbo. 
Assim, há uma grande diferença entre frase e período. Apesar de os dois 
terem sentido completo, a frase pode ou não ter verbo, mas o período 
obrigatoriamente terá. 
Assim, todo período é uma frase, mas nem toda frase será um período. 
Veja: 
“Socorro!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo. 
PORTUGUÊS P/ TST - (TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS) 
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“Ajude-me!” é frase e também é período, pois possui verbo. 
“Olá!” é frase, mas não é período, porque não tem verbo. 
“Você está bem?” é frase e também é período, pois possui verbo. 
Como o período deverá tersentido completo, então a pontuação final 
dele deve ser a mesma da frase: . ! ? : ... 
Agora veremos a oração. 
A oração deve possuir verbo. Nem sempre terá sentido completo. 
Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas. 
Neste enunciado, veja que há frase, porque tem sentido completo. Há 
período, porque, além de ter sentido completo, tem verbo. Há orações, 
porque cada oração terá um verbo diferente. 
Assim, vejamos: 
1. “Socorro!” (apenas frase) 
2. “Ajude-me!” (frase, período e oração) 
3. “Olá!” (apenas frase) 
4. “Você está bem?” (frase, período e oração) 
5. “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de vendas.” (frase, período e 
orações) 
Quando há um período com apenas uma oração, chamamos este 
enunciado de período simples, como ocorre com os períodos “Ajude-me!”, 
“Você está bem?”. Dizemos que período simples é também uma oração 
absoluta. 
Quando há período com dois ou mais verbos, temos um período 
composto, como ocorre com “Ana foi ao trabalho e bateu o recorde de 
vendas.”. 
Portanto, vamos observar que uma oração absoluta é o mesmo que 
período simples e é o mesmo que uma frase, portanto terá a mesma 
pontuação final de uma frase: . ! ? : ... 
Logicamente, não há apenas a oração absoluta, a diversidade de valores 
de cada oração dentro de um período composto é o nosso foco nesta aula. Por 
isso dizemos que, além da pontuação final vista acima, a oração pode ser 
sucedida por: , ; ─ e às vezes não receberá nenhuma pontuação. 
Cada período terá um valor, o qual será simples, composto por 
coordenação ou por subordinação. Isso vai depender da oração que nele se 
inserir. Na sintaxe, toda oração terá um nome conforme sua função. Quando 
um período é simples, já dissemos que ela será chamada de absoluta. 
Mas, quando ela está num período composto, seu nome muda porque 
sua relação semântica também muda e aí veremos o papel muito importante 
da conjunção e da pontuação. 
Vamos a uma diferença básica entre coordenação e subordinação: 
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Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar 
calmo durante a prova, passará no concurso. 
Note que temos apenas uma frase, porque só há um ponto final. Com 
isso, percebemos que temos também um período. Como há vários verbos, há 
várias orações em um período composto. 
O resultado principal do enunciado é “passará no concurso”. Para que 
alguém consiga esse resultado, deverá passar por algumas condições: “se 
mantiver atento à aula, realizar todas as atividades, ficar calmo durante a 
prova”. Essas três condições estão paralelas, unidas, por isso as chamamos de 
estruturas coordenadas. Elas estão justapostas justamente porque todas 
possuem o mesmo valor: condição. 
Podemos chamar esta justaposição (coordenação) de ENUMERAÇÃO. 
Assim, perceba que as orações 1, 2 e 3 estão coordenadas entre si. 
Mas perceba também que a junção destas três condições (estruturadas 
em coordenação) foram necessárias para se ter um resultado: “passará no 
concurso”. 
Veja que estas três estruturas sozinhas, sem a última oração, não teriam 
sentido; por isso, além de estarem coordenadas entre si, elas dependem do 
resultado, passando a uma relação de subordinação. Elas precisam de outra 
para ter sentido. Imagine a estrutura acima sem a oração 4, ela teria sentido? 
Se você se mantiver atento à aula, realizar todas as atividades e ficar 
calmo durante a prova ...passará no concurso do TSE. 
Lógico que não, então percebemos que a oração 4 é necessária para que 
as outras (subordinadas) tenham sentido. 
Resumindo, entendemos que as orações 1, 2, 3 estão coordenadas 
entre si (justapostas, paralelas, enumeradas) e que estas mesmas orações 
estão subordinadas em relação à oração 4 (principal). 
A oração subordinada se refere a uma oração principal, e a oração 
coordenada se liga a outra também coordenada (ou também chamada de 
oração inicial). 
A enumeração (coordenação) também pode ocorrer com substantivos. 
Veja: 
“Fui ao mercado e comprei os seguintes itens: carnes, frutas e legumes.” 
Podemos dizer que esta estrutura possui termos coordenados, pois os 
termos “carnes”, “frutas” e “legumes” estão paralelos entre si. Essa estrutura 
foi vista na aula passada, em que você estudou o aposto enumerativo. Mas a 
enumeração de substantivos não ocorre apenas no aposto enumerativo, mas 
em qualquer termo composto da oração (mais de um núcleo). 
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Então podemos entender que termos paralelos (enumerados, 
coordenados) podem ser substantivos (quando queremos nominar os seres), 
adjetivos (quando queremos caracterizá-los) e verbos (quando queremos 
demonstrar uma sequência de ações). 
Enumeração de substantivos: 
Estudo, trabalho e disciplina acompanham o homem moderno. 
Enumeração de adjetivos: 
Achei a pintura clara, intrigante, linda! 
Sequência de ações
Joana foi ao trabalho, despachou poucos documentos, sentiu-se mal e 
voltou para casa. 
Você observou o uso das vírgulas nessas estruturas? Poderíamos retirar 
a vírgula após os vocábulos “Estudo”, “clara” e “trabalho” (das frases 1, 2 e 3, 
respectivamente)? Lógico que não. Mas isso não é novidade, não é? 
Todos já sabemos que, quando ocorre uma enumeração, naturalmente 
os termos coordenados ficarão separados por vírgula. É natural, também, que 
o último dos termos possa ficar separado pela conjunção “e”, para que o leitor 
faça a entonação final. Mas isso não é obrigatório. Veja que, na enumeração 
dos adjetivos, o autor preferiu não inserir a conjunção “e”. 
A Fundação Carlos Chagas algumas vezes pergunta o motivo dessas 
vírgulas, e a resposta é que elas ocorrem porque separam termos de uma 
enumeração, isto é, separam termos de mesmo valor. 
Entendemos basicamente a estrutura enumerativa e o uso da pontuação 
nestes casos. Continuaremos a falar da pontuação, agora com foco no valor 
semântico de cada estrutura coordenada. Para isso, vamos ver que as 
conjunções COORDENATIVAS podem ter cinco valores semânticos, de acordo 
com o esquema a seguir: 
Esquema do período composto por coordenação 
______________________ e ____________________. (aditiva) 
______________________, mas _________________. (adversativa) 
______________________ ou ___________________. (alternativa) 
______________________, portanto ______________. (conclusiva) 
______________________, pois _________________. (explicativa) 
 oração inicial oração coordenada sindética 
Período composto por coordenação 
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Este esquema vai nos guiar sempre que falarmos de orações 
coordenadas. Os elementos coordenados estão unidos pelas conjunções “e”, 
“mas”, “ou”, “portanto”, “pois”. 
A palavra conjunção tem alguns sinônimos como conectivos e 
síndetos. Assim, quando uma oração coordenada é iniciada por conjunção, ela 
é chamada de coordenada sindética e a vírgula vai depender de seu valor 
semântico, conforme apontado no esquema acima. 
Porém, podemos encontrar orações coordenadas sem conjunção, neste 
caso a chamamos de orações coordenadas assindéticas. É importante 
reconhecê-las porque a vírgula será obrigatória, independente do sentido. 
Exemplo: 
Mauro saiu e voltou tarde. (oração sindética) 
 Mauro saiu, voltou tarde. (oração assindética) 
A Fundação Carlos Chagas não cobra o nome destas orações, mas temos 
que entender sua estrutura para sabermos trocar conjunções de mesmo 
sentido, saber quando usamos a vírgula,além de entender o funcionamento 
textual destes valores e por que tal conjunção foi utilizada. 
Vejamos os principais valores: 
1) Aditivas: 
______________________ e ____________________. (aditiva) 
 oração inicial oração coordenada sindética 
As conjunções aditivas servem para somar termos, encadear 
enumeração dentro de uma lógica. As principais são: 
e, nem, tampouco, não só...mas também, não só...como também, 
senão também, tanto...como. 
Ex.: Fechou a porta e foi tomar café. 
Via de regra, não usamos vírgula antes da conjunção “e”. Perceba isso 
no nosso esquema do período composto por coordenação. Mas, se o “e” for 
substituído por qualquer outra conjunção aditiva, como mostradas acima, 
naturalmente poderá receber a vírgula. Perceba isso nos exemplos. 
Não trabalha nem estuda. 
Não trabalha, tampouco estuda. 
Tanto lê como escreve. 
Não só pintava, mas também fazia versos. 
Não somente lavou, como também escovou os cães. 
A vírgula antes da conjunção “e” é usada em três situações: 
a) quando o sujeito for diferente: 
Ana estudou, e Jucélia trabalhou. 
Período composto por coordenação 
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Note que o sujeito para cada verbo é diferente, por isso a vírgula é 
facultativa. 
b) quando o sentido for de contraste, oposição: 
Estudei muito, e não entendi nada. 
Não é normal uma pessoa estudar muito e não entender nada. Neste 
caso houve uma contradição, um contraste. A conjunção “e”, neste caso, pode 
ser substituída por “mas”. Apesar de alguns autores usarem esta estrutura 
sem a vírgula, a norma culta a exige. Assim, pode-se considerá-la como 
obrigatória. 
c) quando fizer parte de uma repetição da conjunção. Esta repetição pode ter 
valor significativo no texto, o qual chamamos de enumeração subjetiva. Veja: 
Enumeração subjetiva: 
_________, e_________, e_________, e_________, e__________, e _________. 
A candidata acordou cedo, e preparou uma refeição leve, e alimentou-se 
calmamente, e chegou tranquila, e realizou a prova, e saiu confiante. 
A repetição da conjunção “e” é empregada como um reforço das ações. 
Chamamos de subjetiva ou enfática, porque se transmite uma carga de 
emoção para se aumentar força nos argumentos. 
Vimos quando empregamos vírgula antes da conjunção “e”, agora 
vejamos um aprofundamento do que trabalhamos no início desta aula. A 
pontuação numa enumeração, agora a objetiva: 
Enumeração objetiva: 
_________ , _________ , _________ , _________ , __________ e _________. 
A candidata acordou cedo, preparou uma refeição leve, alimentou-se 
calmamente, chegou tranquila, realizou a prova e saiu confiante. 
Dizemos que esta é uma enumeração objetiva, pois o autor 
simplesmente se atém a relatar aquilo que realmente ocorreu, sem 
transparecer envolvimento emocional, como ocorre numa enumeração 
subjetiva. 
Cada oração faz parte de um termo da enumeração, por isso as vírgulas 
são obrigatórias. Perceba a conjunção “e”, que sinaliza o último termo da 
enumeração. Ela pode ser retirada, sem prejuízo gramatical. Veja: 
_________ , _________ , _________ , _________ , __________ , _________. 
A candidata acordou cedo, preparou uma refeição leve, alimentou-se 
calmamente, chegou tranquila, realizou a prova, saiu confiante. 
A única diferença é na clareza. Com a conjunção, o leitor saberá fazer a 
entonação final da enumeração, algo que não seria tão claro sem a vírgula. 
Mas as duas construções estão corretas. 
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Agora, vamos ver uma construção com a inserção de conjunção ou 
vírgula dentro dos termos enumerados. Com isso é natural separarmos esses 
elementos por ponto e vírgula. Veja: 
Uso do ponto e vírgula: 
____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________. 
Carlos e Júlia acordaram cedo; prepararam o material e uma refeição 
leve; alimentaram-se bem; chegaram tranquila e calmamente à sala; 
realizaram a prova; e saíram confiantes. 
 
Veja que os elementos enumerados (1 a 6) agora estão separados por 
ponto e vírgula, porque há divisões internas nos termos 1, 2 e 4. O uso do 
ponto e vírgula não é obrigatório, porém transmite maior clareza na 
enumeração, assim também o ponto e vírgula antes da conjunção “e” que une 
os elementos 5 e 6. Essa pontuação também não é obrigatória; apenas é 
utilizada para que o leitor não confunda o último termo enumerado e o 
penúltimo como apenas um. 
Assim, veja os esquemas possíveis na enumeração com divisão interna: 
____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________ e _________. 
____ e_____, ____e____, _________, ____ e ____, _________, e _________. 
____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________ e _________. 
____ e_____; ____e____; _________; ____ e ____; _________; e _________. 
Questão 3: TCE PI 2006 Assessor Jurídico 
E a ciência, bem entendida, pode não só colaborar com o desenvolvimento 
humano dos países, mas também ser um ensinamento da dúvida e da 
tolerância. 
Os segmentos grifados mantêm o mesmo sentido em 
(A) não pode colaborar - nem ser ensinamento. 
(B) pode não colaborar - mas ser ensinamento. 
(C) só não pode colaborar - e ser ensinamento. 
(D) tanto pode colaborar - quanto ser ensinamento. 
1 2 3 4 5
1.1 1.2 2.1 2.2 4.1 4.2
6 
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(E) enquanto colaborar - pode ser ensinamento. 
Comentário: Veja que o advérbio “não” nega apenas o verbo “colaborar”, e 
não o verbo “pode”. Assim, eliminamos as alternativas (A) e (C). Além disso, 
perceba que há uma expressão correlativa de adição (não só colaborar...mas 
também ser um ensinamento...). Assim, há adição de dois processos verbais 
(“colaborar” e “ser”). 
A alternativa que transmite valor de adição é a (D), tendo em vista os 
conectivos coordenativos de adição “tanto...quanto”. 
Perceba que a alternativa (B) exclui a primeira ação, por isso está 
errada. 
A alternativa (E) está errada, porque transmite valor temporal, e não de 
adição, além de causar incoerência na estrutura textual. 
Gabarito: D 
Questão 4: Metrô 2008 Superior 
Não apenas a construção, mas também a operação das ferrovias dependeu de 
subsídios estatais. 
O sentido correto da afirmativa acima está, em outras palavras, em: 
(A) Não apenas a construção, nem também a operação das ferrovias 
dependeram de subsídios estatais. 
(B) Tanto a construção quanto a operação das ferrovias dependeram de 
subsídios estatais. 
(C) Não era apenas a construção, mas somente a operação das ferrovias que 
dependeu de subsídios estatais. 
(D) Não foi apenas a construção, nem a operação das ferrovias, que 
dependeram de subsídios estatais. 
(E) Apenas a construção, e não somente a operação das ferrovias, dependeu 
de subsídios estatais. 
Comentário: Lembre-se dos conectivos de adição vistos nas orações 
coordenadas aditivas (não só...mas também; não apenas...mas também; 
tanto...quanto). Veja que esses conectivos se encontram na frase do pedido 
da questão e na alternativa (B). Eles mostram a adição de duas ideias: 
construção e operação das ferrovias. Por isso, a correta é a alternativa (B). 
As outras construções não marcam a ideia de adição. Veja que, na alternativa 
(A), “Não...nem” negam a dependência; na (C), somente a operação 
dependeu...; na (D), há o mesmo sentido da alternativa (A); na (E), apenas a 
construção dependeu...Gabarito: B 
2) Adversativas: 
______________________ , mas ____________________. (adversativa) 
 oração inicial oração coordenada sindética 
Período composto por coordenação 
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A Fundação Carlos Chagas explora pouco, mas é importante saber que 
há vírgula obrigatoriamente antes da conjunção coordenativa adversativa, por 
isso o esquema encontra-se com vírgula antecipando conjunção adversativa. 
As conjunções adversativas exprimem contraste, oposição, ressalva, 
compensação. As principais são: 
mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto. 
Além delas, há outras palavras que, em determinado contexto, passam a 
valor adversativo e podem iniciar este tipo de oração, tais como senão, ao 
passo que, antes (=pelo contrário), já, não obstante, apesar disso, em 
todo caso. Há uma diversidade de vocábulos que transmitem o valor 
adversativo; por isso é importante entender a oposição e não apenas 
memorizar as conjunções. 
Ex.: Correu muito, mas não se cansou. 
As árvores cresceram, porém não estão bonitas. 
Falou alto, todavia ninguém escutou. 
Chegamos com os alimentos, no entanto não estavam com fome. 
Não o culpo, senão a você. 
Peça isso a outra pessoa, que não a mim. 
Fiz muito esforço, e nada consegui, (mas nada consegui) 
O rico esbanja gastos desnecessários, já o pobre só quer sobreviver. 
Diferente da conjunção “mas”, a qual só se pode posicionar no início da 
oração, as conjunções porém, entretanto, contudo, no entanto, todavia têm a 
capacidade de mobilidade, podendo se posicionar também no meio ou no final 
da oração, com vírgula(s) obrigatória(s): 
Há muito serviço, porém ninguém trabalhava. 
Há muito serviço, ninguém, porém, trabalhava. 
Há muito serviço, ninguém trabalhava, porém. 
A banca FCC costuma cobrar a substituição de “porém” por “mas”. O 
posicionamento dessas conjunções é que irá determinar se a troca é possível 
ou não. A conjunção “porém”, nestes exemplos, pode ser substituída pela 
conjunção “mas” apenas na primeira frase; já as conjunções entretanto, 
contudo, no entanto, todavia podem ocupar qualquer uma das três posições 
vistas acima. 
 Uso do ponto e vírgula: 
Com base no que foi visto nas enumerações com vírgulas internas, pode-
se substituir a vírgula que separa as orações adversativas por ponto e vírgula. 
Há muito serviço; ninguém, porém, trabalhava. 
Há muito serviço; ninguém trabalhava, porém. 
Tendo em vista ser largamente usado o ponto e vírgula com conjunções 
deslocadas (como visto acima); mesmo sem o deslocamento delas na oração, 
é percebida em bons autores a divisão por ponto e vírgula. Veja: 
Há muito serviço; porém ninguém trabalhava. 
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Somente em dois valores semânticos das orações, a vírgula pode 
posicionar-se após a conjunção: a primeira delas é a adversativa e a segunda 
será vista adiante. 
 Há muito serviço; porém, ninguém trabalhava. 
Questão 5: TCE-SP – 2009 – Agente Fiscalização 
O emprego das vírgulas assinala a ocorrência de uma ressalva em: 
(A) ... onde é vista como a pequena, mas muito respeitada, irmã. 
(B) ... que a Petrobras já detém, com reconhecido mérito, no restrito clube... 
(C) ... de que as reservas de gás de Bahia Blanca, ao sul de Buenos Aires, se 
estão esgotando. 
(D) ... abrindo, ao mesmo tempo, novas oportunidades. 
(E) O gás associado de Tupi, na proporção de 15% das reservas totais, é 
úmido e rico em etano... 
Comentário: A ressalva é expressa por conjunções que transmitam 
contrastes, oposições, como é o caso da conjunção coordenativa adversativa 
“mas”. Assim, a alternativa (A) é a correta. 
Gabarito: A 
Questão 6: TCE AM 2008 Analista Técnico de Controle Externo 
Fragmento do texto: O conhecimento dessas idéias teria preservado La 
Rochefoucauld da censura tão repetida de que ele via a humanidade de modo 
por demais pessimista; na verdade, ele a conheceu tal qual ela é. Concordo 
com que a visão nítida da indiferença de quase todos os homens a nosso 
respeito é um espetáculo desolador para a nossa vaidade, mas, enfim, é 
preciso tomar os homens como são: irritar-se com os efeitos de seu amor-
próprio é queixar-se dos aguaceiros da primavera, dos ardores do verão, das 
chuvas de outono e das geadas do inverno. 
No contexto do segundo parágrafo, o segmento mas, enfim, é preciso tomar 
os homens como são pode ser substituído, sem prejuízo para o sentido e a 
correção, por: 
(A) porém, afinal de contas, é preciso tomá-los como são. 
(B) portanto, e por fim, é preciso os tomar como sejam. 
(C) no entanto, é preciso ainda tomá-los como são. 
(D) porém, que fazer, é preciso tomar-lhes como são. 
(E) no entanto, por isso, é preciso tomar-lhes como sejam. 
Comentário: Note que a oração é iniciada pela conjunção coordenativa 
adversativa “mas”. 
A alternativa (A) é a correta, pois a conjunção “porém” também é 
coordenativa adversativa. O vocábulo “enfim” é, na realidade, uma interjeição, 
a qual traduz uma ideia subjetiva do autor no meio da oração, por isso 
poderíamos substituí-la por outras interjeições como “afinal de contas”, 
“afinal”. 
Além disso, perceba que o vocábulo “homens” havia se repetido no 
texto. Nesta alternativa, este substantivo foi corretamente substituído pelo 
pronome oblíquo átono “os”, o qual é o objeto direto do verbo “tomar”. 
A alternativa (B) está errada, porque “portanto” é uma conjunção 
coordenativa conclusiva. Assim, não se preserva o sentido. 
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A alternativa (C) está errada, pois a interjeição “enfim” traduz uma 
consideração como um resultado daquilo que o autor julga procedente; porém 
o advérbio “ainda” traduz um valor temporal (até agora, até o presente 
momento). Assim, o sentido não é preservado. 
A alternativa (D) está errada, pois o verbo “tomar” é transitivo direto e 
não admite o pronome pessoal oblíquo átono “lhes”. É importante observar a 
expressão “que fazer”, a qual também é uma interjeição, mas não conserva o 
mesmo sentido de resultado, que ocorre no trecho original. 
A alternativa (E) está errada, porque se misturou a conjunção 
adversativa “no entanto” com a conclusiva “por isso”. Isso traz incoerência ao 
texto. Além disso, o pronome “lhes” não pode ser o complemento do verbo 
“tomar” e o verbo “sejam” não traduz o mesmo valor de certeza que ocorre no 
verbo “são”. 
Gabarito: A 
Questão 7: DPE RS 2011 Defensor Público 
Fragmento do texto: É possível até que você use essas definições quando 
bate aquela dúvida sobre concordância ou regência, não é? No entanto, 
apesar de correntes, elas não têm fundamento científico, afinal são muito 
anteriores ao nascimento da ciência da linguagem (mais precisamente, 2 mil 
anos anteriores!). 
A expressão No entanto pode ser substituída, alterando o significado da 
frase, por 
(A) entretanto. (B) porquanto. (C) todavia. 
(D) porém. (E) contudo. 
Comentário: A conjunção “No entanto” tem valor adversativo. A frase 
continua com o mesmo valor de adversidade com as conjunções “entretanto”, 
“todavia”, “porém” e “contudo”. A única que destoa é “porquanto”, que tem 
valor explicativo. Perceba que a banca pede a conjunção que altera o 
significado. 
Gabarito: B 
3) Alternativas: 
______________________ ou ____________________. (alternativa) 
 oração inicial oração coordenada sindética 
A conjunção alternativa é por excelência “ou”, sozinha ou repetida em 
cada uma das orações. Com a conjunção “ou” sozinha, as orações alternativas 
normalmente não sãoseparadas por vírgula, como vimos no esquema acima. 
Veja as principais conjunções: 
ou, ou...ou, ora...ora, já...já, quer...quer. 
Ex.: Faça sua parte, ou procure outro emprego. 
Período composto por coordenação 
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A conjunção coordenativa “ou” poucas vezes é cobrada pela banca FCC 
como conectivo de orações, ela normalmente cobra seu valor de inclusão ou 
exclusão entre substantivos ou adjetivos. 
Inclusão: 
João ou Pedro são bons candidatos. (valor de inclusão) 
Há alternativa de inclusão quando se mostra que, independente de qual 
dos termos, os dois possuem tal característica: Tanto João quanto Pedro 
possuem as características de bons candidatos. 
Exclusão: 
João ou Pedro ganhará a presidência do clube. (valor de exclusão) 
Um termo exclui o outro automaticamente. Se João ganhar, excluirá 
Pedro e vice-versa. 
Há outros vocábulos de diferentes classes gramaticais que cumprem 
valor conjuntivo indicando alternância, como ora...ora, já...já, quer...quer, 
seja...seja, bem...bem. Eles devem ser duplos e iniciar cada uma das orações 
alternativas. Não é de rigor, mas o uso da vírgula se fortalece por bons autores 
separando orações cujo conectivo é repetido: 
Ora narrava, ora comentava. 
Questão 8: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas 
Fragmento do texto: Da educação, neste sentido, distingue-se a formação 
do Homem por meio da criação de um tipo ideal intimamente coerente e 
claramente definido. Essa formação não é possível sem se oferecer ao espírito 
uma imagem do homem tal como ele deve ser. A utilidade lhe é indiferente 
ou, pelo menos, não essencial. O que é fundamental nela é o kalón, isto é, a 
beleza, no sentido normativo da imagem desejada, do ideal. 
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) 
A conjunção ou (linha 5) tem valor enfático (como em “ou ficar a pátria livre, 
ou morrer pelo Brasil”), porque introduz uma ratificação integral do que foi 
afirmado antes. 
Comentário: As conjunções coordenativas alternativas podem trazer dois 
valores a mais: inclusão ou exclusão. 
Exclusão: Em “ou ficar a pátria livre ou morrer pelo Brasil” há relação de 
exclusão, pois a ocorrência de uma situação (“ficar a pátria livre”) exclui a 
outra (“morrer pelo Brasil”). 
Inclusão: O fato de a utilidade lhe ser indiferente não exclui a 
possibilidade de ser essencial. Pode ser ter as duas características (indiferente 
e essencial). Por isso, há inclusão. 
Assim, não houve uma necessidade de ênfase, de ratificação integral ao 
que fora falado no texto. 
Gabarito: E 
Questão 9: Sec Edu SP 2010 Superior 
Fragmento do Texto: Quatro ou cinco cavalheiros debatiam, uma noite, 
várias questões de alta transcendência, sem que a disparidade dos votos 
trouxesse a menor alteração aos espíritos. A casa ficava no morro de Santa 
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Teresa, a sala era pequena, alumiada a velas, cuja luz fundia-se 
misteriosamente com o luar que vinha de fora. Entre a cidade, com as suas 
agitações e aventuras, e o céu, em que as estrelas pestanejavam, através de 
uma atmosfera límpida e sossegada, estavam os nossos quatro ou cinco 
investigadores de coisas metafísicas, resolvendo amigavelmente os mais 
árduos problemas do universo. Por que quatro ou cinco? Rigorosamente eram 
quatro os que falavam; mas, além deles, havia na sala um quinto 
personagem, calado, pensando, cochilando, cuja espórtula no debate não 
passava de um ou outro resmungo de aprovação. 
O autor utiliza-se da conjunção ou, na expressão quatro ou cinco, que se 
repete ao longo do texto. Com essa conjunção o autor quis expressar: 
(A) alternância entre os elementos. 
(B) equívoco. 
(C) comparação entre os elementos. 
(D) dúvida. 
(E) redução de um dos elementos. 
Comentário: Se o candidato não lesse o texto, teria marcado a alternativa 
(A), pois a banca induziu a isso, colocando na primeira alternativa. Mas veja 
que “alternância entre os elementos” supõe uma exclusão de um termo em 
relação ao uso do outro. E não foi esse o caso deste contexto. O autor diz que 
eram quatro ou cinco sem uma precisão, e, no final, ele diz por que há essa 
imprecisão. Não sabe se conta ou não aquele que estava cochilando. Note que 
ele sabe quantos havia na sala, mas houve a imprecisão quanto à efetividade 
da participação deste quinto participante. Portanto houve dúvida. 
Gabarito: D 
4) Conclusivas: 
______________________, portanto ____________________. (conclusiva) 
 oração inicial oração coordenada sindética 
A vírgula ocorre neste tipo de oração, apesar de serem encontrados 
exemplos destas construções sem vírgula. Então não se cobra na prova a 
obrigatoriedade ou não deste sinal de pontuação. Ele simplesmente pode 
ocorrer, é o registro mais aceitável. 
As conjunções coordenadas conclusivas são muito utilizadas em textos 
dissertativos, como resultado de um fato originário, fechamento de argumento 
conclusivo e dedução. As principais são: 
logo, portanto, por conseguinte, pois (colocada depois do verbo), por 
isso, então, assim, em vista disso. 
Ex.: Chegou muito cedo, logo não perdeu o início do espetáculo. 
Todos foram avisados, portanto não procedem as reclamações. 
É bastante cuidadoso; consegue, pois, bons resultados. 
Estava desanimado, por conseguinte deixou a empresa. 
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É trabalhador, então só pode ser honesto. 
Da mesma forma que o valor adversativo, as conjunções coordenadas 
conclusivas também têm a capacidade de mobilidade, podendo se posicionar 
no meio ou no final da oração, com vírgula(s) obrigatória(s): 
Há muito serviço, portanto trabalharemos até tarde. 
Há muito serviço, trabalharemos, portanto, até tarde. 
Há muito serviço, trabalharemos até tarde, portanto. 
Há muito serviço; trabalharemos, portanto, até tarde. 
Há muito serviço; trabalharemos até tarde, portanto. 
Há muito serviço; portanto trabalharemos até tarde. 
Há muito serviço; portanto, trabalharemos até tarde. 
Como vimos, somente em dois valores semânticos das orações, a vírgula 
pode posicionar-se após a conjunção: a primeira foi a adversativa e a segunda 
é a conclusiva. Note o último exemplo da sequência anterior. 
Questão 10: DPE RS 2011 Defensor Público 
Fragmento do texto: 
O caso mais recente de tentativas de restringir a livre circulação de 
ideias envolve a obra Caçadas de Pedrinho, na qual a turma do Sítio do Pica-
Pau Amarelo sai em busca de uma onça-pintada. Ocorre que, ao longo de 
quase oito décadas de carreira do livro, o Brasil não conseguiu se livrar de 
excessos na vigilância do politicamente correto, nem de intolerâncias como o 
racismo. Ainda assim, já não convive hoje com hábitos como o de caça a 
animais em extinção e avançou nas políticas para a educação das relações 
étnico-raciais. 
Assim como em qualquer outra manifestação artística, portanto, o livro 
que esteve sob ameaça de censura precisa ter seu conteúdo contextualizado. 
O conetivo portanto (2° parágrafo) pode ser substituído, sem alteração de 
sentido, por 
(A) porquanto. (B) entretanto. (C) no entanto. 
(D) então. (E) conquanto. 
Comentário: Veja que a conjunção “portanto” está deslocada na primeira 
oração do 2° parágrafo. Isso quer dizer que este período é uma conclusão 
daquilo que foi dito no parágrafo anterior. A única conjunção com valor de 
conclusão elencada nas alternativas é “então”. Veja que “porquanto” é 
explicativa, “entretanto” e “no entanto” são adversativas e “conquanto” temvalor adverbial de concessão, o qual será visto adiante nesta aula. 
Gabarito: D 
Questão 11: TRF 5ªR 2008 Técnico 
Fragmento do texto: Esses homens legaram evidências arqueológicas de 
uma revolução criativa que inclui desde os espetaculares desenhos nas 
cavernas até os rituais de sepultamento dos mortos. “Naquele período era 
preciso definir quem pertencia à família ou não, e com quem se deveriam 
compartilhar os alimentos. Portanto, era necessário criar regras específicas”, 
diz a arqueóloga Olga Soffer, da Universidade de Illinois. 
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“Portanto, era necessário criar regras específicas”. 
O sentido que a conjunção grifada acima introduz no contexto é o de 
(A) temporalidade, que caracteriza as ações humanas na época abordada. 
(B) restrição, acerca da época em que tais fatos ocorreram. 
(C) condição, que vai justificar determinadas ações dos homens nessa época. 
(D) causa, que determina certo tipo de comportamento da humanidade. 
(E) conclusão, adequada e coerente, diante da situação exposta. 
Comentário: A conjunção “Portanto” só pode ter valor conclusivo. Assim, 
cabe apenas a alternativa (E). 
Gabarito: E 
5) Explicativas: 
______________________, pois ____________________. (explicativa) 
 oração inicial oração coordenada sindética 
As conjunções coordenadas explicativas iniciam termo que esclarece uma 
declaração anterior ou ameniza uma ordem. As principais conjunções são: 
porque, pois(anteposto ao verbo), porquanto, que. 
As conjunções de causa também podem ter valor de explicação. Assim, é 
natural a banca FCC pedir para substituir essas conjunções explicativas por 
“uma vez que”, “já que”, etc. Reconheceremos a seguir conjunções. 
Podem-se dividir as orações coordenadas explicativas em duas: 
a) Esclarecimento de uma informação anterior: 
 Chorou muito, porque os olhos estão inchados. 
Choveu durante a madrugada, pois o chão está alagado. 
Era uma criança estudiosa, porquanto sempre tirava boas notas. 
A vírgula neste caso é facultativa. 
b) Amenização de uma ordem: 
 Volte logo, que vai chover. 
A vírgula neste caso é obrigatória, pois mudamos a entonação em cada 
oração. A primeira expressa uma ordem; a segunda, uma explicação. 
Tem sido cobrado bastante nas provas da Fundação Carlos Chagas a 
inserção da conjunção coordenada explicativa com a retirada de ponto final ou 
dois-pontos. Mas, para isso, deve-se entender SEMPRE o valor semântico da 
oração no texto. Veja os exemplos: 
Ele não foi à casa dos pais. Sua aparência de esgotamento os preocuparia. 
Pode-se substituir o ponto final pela conjunção “pois”, desde que o 
vocábulo “Sua” mude a inicial maiúscula para minúscula. Veja: 
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Ele não foi à casa dos pais pois sua aparência de esgotamento os 
preocuparia.(Note que a vírgula antes da conjunção “pois” é facultativa.) 
Esta mesma estrutura poderia ser separada por dois-pontos. Veja: 
Ele não foi à casa dos pais: sua aparência de esgotamento os preocuparia. 
Finalizando, as orações coordenadas aqui vistas são chamadas de 
independentes. Isso porque geralmente ela não depende de outra para fazer 
sentido. 
Questão 12: BACEN 2005 Analista 
A expropriação que torna essa passagem possível é psicológica: necessita que 
sejamos arrancados nem tanto de nossos meios de subsistência, mas de 
nossa comunidade restrita, familiar e social. 
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) 
Na frase acima, e no contexto do parágrafo que ela integra, o sinal de dois 
pontos pode, sem prejuízo para o sentido, ser substituído por vírgula, seguida 
da expressão por conseguinte. 
Comentário: Nós vimos que a conjunção “por conseguinte” transmite valor 
coordenado conclusivo. No caso desta questão, há um valor explicativo, 
motivado pelo uso dos dois-pontos. Assim, pode-se substituir os dois-pontos 
pelas conjunções de valor explicativo, como “pois”, “porque”, “porquanto” etc. 
Gabarito: E 
Questão 13: Prefeitura São Paulo 2006 Fiscal de Rendas 
Fragmento do texto: A educação é uma função tão natural e universal da 
comunidade humana que, pela própria evidência, leva muito tempo a atingir a 
plena consciência daqueles que a recebem e praticam, sendo, por isso, 
relativamente tardio o seu primeiro vestígio na tradição literária. O seu 
conteúdo, aproximadamente o mesmo em todos os povos, é ao mesmo tempo 
moral e prático. Também entre os Gregos foi assim. Reveste, em parte, a 
forma de mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar 
os estrangeiros; consiste, por outro lado, numa série de preceitos sobre a 
moralidade externa e em regras de prudência para a vida, transmitidas 
oralmente pelos séculos afora; e apresenta-se ainda como comunicação de 
conhecimentos e aptidões profissionais a cujo conjunto, na medida em que é 
transmissível, os Gregos deram o nome de techné. 
Julgue esta afirmativa como CERTA (C) ou ERRADA (E) 
O período iniciado por Reveste constitui uma explicação. 
Comentário: Note que o período iniciado pelo verbo “Reveste” explica a 
informação anterior (“Também entre os Gregos foi assim”). 
Sintaticamente, perceba que podemos retirar o ponto final, ajustar as 
letras maiúsculas e minúsculas e inserir dois-pontos ou vírgula e conjunção 
explicativa “pois”. Assim, confirmamos este valor explicativo. Veja: 
Também entre os Gregos foi assim: reveste, em parte, a forma de 
mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os 
estrangeiros... 
Também entre os Gregos foi assim, pois reveste, em parte, a forma de 
mandamentos, como honrar os deuses, honrar pai e mãe, respeitar os 
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estrangeiros... 
A vírgula antes da conjunção “pois” não é obrigatória. 
Gabarito: C 
Questão 14: TRT 2R 2008 Técnico 
O choque dos alimentos está produzindo enormes estragos globais: semeia 
inflação, desarranja o abastecimento, precipita protecionismos e fermenta 
crises políticas. 
Os dois-pontos, no contexto da frase, 
(A) introduzem um segmento de caráter explicativo e especificativo. 
(B) assinalam uma sequência repetitiva, como um realce no contexto. 
(C) indicam quebra na sequência lógica das ideias em desenvolvimento. 
(D) introduzem observações que minimizam o sentido da expressão anterior. 
(E) assinalam a fala de um interlocutor até então alheio ao contexto. 
Comentário: Os dois-pontos neste contexto assinalam uma enumeração, a 
qual não se encontra na resposta. Quando há uma enumeração, não deixa de 
haver também uma explicação, por isso a única resposta possível é a 
alternativa (A). 
Na alternativa (B), realmente há uma sequência, mas não uma 
repetição. Também não ocorre intenção de realce apenas. 
Na alternativa (C), não ocorre quebra na sequência lógica das ideias. A 
pontuação que sinaliza isso são as reticências, e não servem neste contexto. 
Na alternativa (D), não há observações que minimizam o sentido da 
expressão anterior, mas há sequência lógica que explica o termo anterior. 
Na alternativa (E), os dois-pontos também podem iniciar uma citação, a 
fala de um interlocutor, mas isso não ocorreu neste contexto. 
Gabarito: A 
Questão 15: TRT 23ª R 2007 Técnico 
Fragmento do texto: 
A integração europeia representa o inédito na vida internacional. É uma 
resposta historicamente distinta de qualquer outra no trato dos três 
conhecidos problemas inerentes à dinâmica do funcionamento do sistema 
internacional, no qual paz e guerra se alternam. Com efeito, a Europaque se 
constituiu a partir do Tratado de Roma logrou: 1) captar e levar adiante o 
interesse comum; 2) administrar as desigualdades do poder; e 3) mediar e 
dirimir pacificamente controvérsias e conflitos de valores. 
... logrou: 1) captar e levar adiante o interesse comum; 2) administrar as 
desigualdades do poder; e 3) mediar e dirimir pacificamente controvérsias e 
conflitos de valores. 
Os dois-pontos introduzem, considerando-se o contexto, 
(A) citação exata de anotações em documentos referentes ao assunto. 
(B) segmento enumerativo e explicativo, importante para dar continuidade à 
explanação das ideias. 
(C) repetição, com detalhes necessários, de um dado anteriormente 
apontado. 
(D) gradação na seqüência dos itens, para assinalar a importância maior do 
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seguinte em relação ao anterior. 
(E) condição importante no desenvolvimento, como justificativa das medidas 
citadas anteriormente. 
Comentário: Perceba novamente o emprego dos dois-pontos. Já vimos nas 
questões anteriores que ele serve para separar o aposto explicativo e 
enumerativo. Neste caso, a enumeração é uma sequência de ações, com 
verbos no infinitivo. Por isso a alternativa B é a correta. 
Gabarito: B 
Questão 16: TCE MG 2007 Técnico de Controle Externo - Direito 
Fragmento do texto: Como disse o físico I. I. Rabi, os cientistas são os 
“Peter Pans” da sociedade: querem permanecer crianças, curiosos, 
perguntando-se sobre os mistérios do mundo. De minha parte, decidi que, a 
cada vez que sentir a chama falhar, visitarei uma escola e conversarei com as 
crianças. 
No contexto da frase Como disse o físico I. I. Rabi, os cientistas são os “Peter 
Pans” da sociedade: querem permanecer crianças (...), os dois pontos 
assumem um sentido equivalente ao de uma expressão como 
(A) ainda assim. 
(B) em que pese. 
(C) conquanto. 
(D) ao passo que. 
(E) porquanto. 
Comentário: Note que a oração “querem permanecer crianças, curiosos, 
perguntando-se sobre os mistérios do mundo” é uma explicação sobre a fala 
do físico de que os cientistas são os “Peters Pans” da sociedade. Por isso, 
podemos substituir os dois-pontos por uma conjunção coordenativa 
explicativa, como “pois”, “porquanto”, “porque”. 
Assim, a alternativa (E) é a correta. 
Os conectivos “ainda assim”, “em que pese” e “conquanto” serão vistos 
adiante. Eles possuem o valor adverbial de concessão. 
O conectivo “ao passo que” também será visto adiante, ele tem valor 
adverbial de proporção. 
Muita atenção neste tipo de questão, pois há muitas ocorrências nas 
provas da FCC!!!! 
Gabarito: E 
Período composto por subordinação adverbial 
Vimos no início da aula que, se no enunciado há apenas um verbo, 
naturalmente temos apenas uma oração (oração absoluta = período simples); 
porém, se houver outro verbo dentro deste enunciado, teremos duas orações 
(período composto). 
Na aula passada, vimos que o adjunto adverbial solto pode receber 
vírgula quando se encontra após a estrutura principal (sujeito→verbo→objeto: 
S V O). Quando antecipado ou intercalado, recebe virgula(s) obrigatoriamente. 
Se você não se lembra disso, é interessante voltar àquela aula e relembrar. 
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Questão 17: DPE RS 2011 Defensor Público 
Fragmento de texto: Mais de 20 anos depois, graças aos avanços na 
tecnologia de identificação de DNA e à expansão dos bancos de dados com 
informações genéticas de criminosos, foi possível identificar os homens 
responsáveis pelo crime. 
A vírgula depois de Mais de vinte anos depois justifica-se porque é 
(A) um adjunto adverbial intercalado. 
(B) um adjunto adverbial deslocado. 
(C) uma oração adverbial temporal deslocada. 
(D) um adjunto adnominal com valor de advérbio e está deslocado. 
(E) um advérbio em forma de oração e está deslocado. 
Comentário: Vamos à explicação do emprego das vírgulas neste trecho. 
A expressão “graças aos avanços na tecnologia de identificação de DNA 
e à expansão dos bancos de dados com informações genéticas de criminosos” 
é um adjunto adverbial de causa composto, pois há a união dos dois núcleos 
(“avanços”, “expansão”), por meio da conjunção coordenativa aditiva “e”. 
Notadamente, temos um adjunto adverbial de grande extensão que se 
encontra intercalado, e esse é o motivo da dupla vírgula. 
Assim, se a banca tivesse perguntado o motivo da dupla vírgula, 
teríamos como resposta a alternativa (A), pois realmente há um adjunto 
adverbial intercalado. 
Mas a pergunta não foi essa: primeiro a banca especificou a expressão 
“Mais de vinte anos depois”, em seguida, perguntou sobre a primeira das 
vírgulas, cujo emprego coincide por fechar o adjunto adverbial de tempo 
antecipado e iniciar o adjunto adverbial de causa que se encontra intercalado. 
Assim, como a banca especificou o adjunto adverbial de tempo, a 
alternativa correta só pode ser a (B). 
Se você marcou a alternativa (C), não percebeu que, nesta estrutura 
adverbial, não há verbo, então não há oração, apenas adjunto adverbial. 
Gabarito: B 
Veja a oração absoluta abaixo: 
O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo. 
 VTI objeto indireto adjunto adverbial de causa 
sujeito predicado verbal 
período simples 
A oração acima possui a estrutura básica S V O: “O candidato passou no 
concurso”. A estrutura “devido ao seu esforço no estudo” é o adjunto adverbial 
de causa. Esse adjunto adverbial é chamado por nós de solto, porque não 
houve exigência do verbo. Por isso, podemos inserir a vírgula 
facultativamente. Esta estrutura não foi obrigatória, ela foi inserida para que 
haja mais clareza e situe melhor o leitor sobre a circunstância que levou o 
candidato à aprovação. Mas veja que esta expressão é dependente da 
estrutura básica da oração. 
vírgula 
facultativa 
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 Se disséssemos somente: 
“Devido ao seu esforço no estudo” 
Logicamente, ninguém entenderia, concorda? 
Por isso, dizemos que esta estrutura é dependente da estrutura S V O, 
isto é: ela é subordinada à principal: 
 
O candidato passou no concurso, devido ao seu esforço no estudo. 
Quando esse adjunto adverbial recebe um verbo, observamos que 
passaremos a ter duas orações: a principal e a subordinada adverbial causal. 
O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo. 
sujeito 
VTI objeto indireto VTI + objeto indireto 
predicado verbal predicado verbal 
oração principal oração subordinada adverbial causal 
período composto 
Oração principal? Por quê? 
Diferentemente das orações coordenadas que são independentes umas 
das outras e por isso o nome da primeira é oração inicial, a oração principal é a 
base para que a oração subordinada possa se apoiar nela, para se ter o 
entendimento. 
Oração subordinada? Por quê? 
A oração subordinada é aquela que depende da principal para ter 
sentido, assim como aconteceu com o adjunto adverbial, no exemplo acima. 
Oração adverbial? Por quê? 
Porque foi gerada de um adjunto adverbial. Veja, bastou inserir o verbo 
“esforçou”, para que houvesse a oração adverbial. 
Tanto o adjunto adverbial quanto a oração adverbial podem deslocar-se 
para o início ou para o meio da estrutura principal. E, com isso, a vírgula será 
empregada conforme foi visto nos adjuntos adverbiais de grande extensão da 
aula passada. Assim, via de regra, a oração subordinada adverbial, quando 
posposta à oração principal, será iniciada por vírgula facultativamente. Mas, se 
for antecipada ou intercalada, receberávírgula ou vírgulas obrigatoriamente. 
Antecipando a estrutura adverbial... 
vírgula 
facultativa 
Estrutura básica (principal) Estrutura adverbial (subordinada)
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Devido ao seu esforço no estudo, o candidato passou no concurso 
adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto 
sujeito 
predicado verbal 
período simples 
Porque se esforçou no estudo, o candidato passou no concurso 
 VTI + objeto indireto VTI objeto indireto 
 predicado verbal sujeito predicado verbal
oração subordinada adverbial causal oração principal
período composto 
Agora, intercalando... 
O candidato, devido ao seu esforço no estudo, passou no concurso. 
adjunto adverbial de causa VTI objeto indireto
sujeito predicado verbal 
período simples 
O candidato, porque se esforçou no estudo, passou no concurso 
 VTI + objeto indireto VTI objeto indireto 
sujeito predicado verbal predicado verbal
oração subordinada adverbial causal 
oração principal 
período composto 
As orações subordinadas podem ser divididas também em dois tipos: 
 desenvolvidas (aquelas que possuem conjunção e verbos conjugados em 
modos e tempos verbais); 
O candidato passou no concurso, porque se esforçou no estudo. 
reduzidas (aquelas que perdem a conjunção e por isso os verbos passam 
a uma das formas nominais: gerúndio, infinitivo e particípio). 
O candidato passou no concurso, por se esforçar no estudo. 
Por que é chamada de reduzida? 
Porque, ao perder uma conjunção, reduz-se a quantidade de vocábulos 
daquela oração. 
Por que tenho que saber as orações reduzidas? 
vírgula 
obrigatória 
vírgula 
obrigatória 
vírgulas obrigatórias
vírgulas obrigatórias
oração principal oração subordinada adverbial causal 
(reduzida de infinitivo) 
oração principal oração subordinada adverbial causal 
(desenvolvida) 
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Muitas vezes a banca FCC pede para desenvolver a oração reduzida, 
inserindo a conjunção adequada à sua circunstância (valor semântico), por isso 
veremos os valores das orações adverbiais. 
Elas basicamente se dividem em 9. 
1. Causais: exprimem causa, motivo, razão. Esta oração faz parte da 
estrutura causa-consequência, em que a origem ocorre temporalmente antes. 
E a consequência, por ser o resultado, ocorre depois. As principais conjunções 
causais são: porque, pois, que, como (quando a oração adverbial estiver 
antecipada), já que, visto que, desde que, uma vez que, porquanto, na medida 
em que, que, etc: 
A mulher gritou porque teve medo. 
Como fazia frio, fechou as janelas. 
Já que me pediram, vou continuar. 
Uma vez que desfruta de bons pensamentos, realiza boas atitudes. 
Observações: 
I - A conjunção se também pode transmitir valor de causa a orações que 
funcionam como base ou ponto de partida de um raciocínio, em construções 
como: 
Se o estudo é o princípio do concurseiro, é imprescindível a 
organização de seu material de estudo. 
II - Vimos anteriormente que as conjunções porque, porquanto e pois 
podem ser coordenativas explicativas. Agora, percebemos que elas também 
podem ser causais. A banca FCC não pergunta qual é a diferença entre elas, 
apenas pede a troca das conjunções. Isso é correto. 
Questão 18: Infraero 2009 Analista 
Fragmento do texto: 
Tudo começa pelo aprendizado dos procedimentos iniciais. O novato pode 
confundir bilhete com cartão de embarque, ignora as siglas das placas e 
monitores do aeroporto, atordoa-se com os avisos e as chamadas da locutora 
invisível. Já de frente para a escada do avião, estima, incrédulo, quantas 
toneladas de aço deverão flutuar a quilômetros de altura – com ele dentro. 
Localizada a poltrona, afivelado o cinto com mãos trêmulas, acompanha com 
extrema atenção as estudadas instruções da bela comissária, até perceber 
que ele é a única testemunha da apresentação: os demais passageiros (mal-
educados!) leem jornal ou conversam. Quando enfim os motores, já na 
cabeceira da pista, aceleram para subir e arrancam a plena potência, ele se 
segura nos braços da poltrona e seu corpo se retesa na posição seja-o-que-
Deus-quiser. 
Considerando-se o sentido do contexto, nas expressões localizada a poltrona e 
afivelado o cinto, as formas sublinhadas poderiam ser precedidas por 
I. conquanto. 
II. uma vez. 
III. tão logo. 
IV. ao estar sendo. 
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Complementa corretamente o enunciado da questão o que está SOMENTE em 
(A) I e II. 
(B) II e IV. 
(C) II e III. 
(D) I e III. 
(E) I e IV. 
Comentário: Pode-se notar, pelo contexto, que o novato acompanha as 
instruções da comissária, após ter localizado a poltrona e afivelado o cinto. 
Com isso, elimina-se a conjunção adverbial concessiva “conquanto” e “ao 
estar sendo”, pois esta última expressão transmite ideia de simultaneidade, o 
que não ocorreu no texto. Assim, a alternativa correta é (C), pois os 
conectivos “uma vez” e “tão logo” transmitem valor de tempo após uma ação. 
(depois de localizada a poltrona; depois de afivelado o cinto) 
Gabarito: C 
Questão 19: TRT 20ªR 2006 Técnico 
Fragmento do texto: Permitir às empresas que utilizem, em projetos 
artísticos, parte do dinheiro que gastariam com tributos. É esse o espírito das 
leis de incentivo, sejam elas municipais, estaduais ou federais. A proposta é 
simples: como no orçamento da maioria dos governos os recursos destinados 
à cultura são geralmente escassos, os artistas e produtores, em vez de 
recorrer ao Estado, procuram patrocínio da iniciativa privada, com o atraente 
argumento de que, sem desembolsar nenhum centavo, além do que gastaria 
em impostos, o empresário poderá vincular sua marca àquele livro, show, 
produção de artesanato ou outra ação desse tipo. 
... como no orçamento da maioria dos governos os recursos destinados à 
cultura são geralmente escassos... 
A frase acima introduz, no contexto, a noção de 
(A) consequência. 
(B) finalidade. 
(C) restrição. 
(D) causa. 
(E) condição. 
Comentário: A conjunção “como” pode ter valor adverbial de causa, desde 
que esta oração esteja antecipada da principal. Isso foi o que ocorreu no 
trecho desta questão. Veja: 
...como no orçamento da maioria dos governos os recursos destinados à 
cultura são geralmente escassos, os artistas e produtores, em vez de recorrer 
ao Estado, procuram patrocínio da iniciativa privada, com o atraente 
argumento de que, sem desembolsar nenhum centavo, além do que gastaria 
em impostos, o empresário poderá vincular sua marca àquele livro, show, 
produção de artesanato ou outra ação desse tipo. 
Note que esta conjunção pode ser substituída por “já que”, “porque”, 
“uma vez que”, confirmando o valor causal. 
Gabarito: D 
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Questão 20: TRT 24R 2003 Analista 
Considerando-se o contexto em que a frase ocorre, a expressão sublinhada 
preserva o sentido da expressão indicada entre parênteses em: 
(A) Pelo fato de sermos um país predominantemente agrícola e pecuário, a 
maioria das nossas populações vive em estado de atraso. (Não obstante). 
(B) Por outro lado, a nossa economia é solicitada a se ajustar ao ritmo 
variável da economia mundial. (De outro modo). 
(C) A economia moderna não permite, senão em escala reduzida, o 
desenvolvimento autônomo das economias nacionais. (a não ser). 
(D) Assim sendo, somosobrigados a seguir a oscilação dos líderes da 
economia mundial (ainda assim). 
(E) Os países dependem, cada vez mais, dos grandes centros do imperialismo 
econômico (de mais a mais). 
Comentário: Na alternativa (A), a locução prepositiva “Pelo fato de” 
transmite valor de causa e a locução conjuntiva “Não obstante” transmite 
valor concessivo (contraste), por isso há erro. 
Na alternativa (B), “Por outro lado” transmite uma ideia de que há 
pontos de vista divergentes e não modos diferentes. 
Na alternativa (C), a palavra denotativa de exclusão “senão” pode ser 
substituída pelo seu sinônimo “a não ser”. Por isso é a alternativa correta. 
Na alternativa (D), a locução “Assim sendo” transmite valor causal; já a 
locução conjuntiva “ainda assim” transmite valor concessivo (contrastante). 
Na alternativa (E), o adjunto adverbial de tempo “cada vez mais” 
transmite uma evolução temporal, enquanto a expressão “de mais a mais” 
transmite valor de inclusão, como as seguintes expressões “além de tudo; 
ainda por cima; ainda em cima, além disso”. 
Gabarito: C 
2. Consecutivas: Na relação causa-consequência, o processo verbal da 
consequência ocorre após o da causa, e suas conjunções exprimem um efeito, 
um resultado e aparecem de duas formas: 
I - conjunção que precedida de tal, tão, tanto, tamanho: 
Fazia tanto frio que meus dedos congelavam. 
Tal foi seu entusiasmo que todos o seguiram. 
Nesta estrutura, os intensificadores tal, tamanho, tão, tanto podem ficar 
subentendidos. 
Bebia que caía pelas ruas. (bebia tanto...) 
II – locuções conjuntivas de maneira que, de jeito que, de ordem que, de 
sorte que, de modo que, etc: 
Ontem estive doente, de sorte que não pude ir ao trabalho. 
“As notícias de casa eram boas, de maneira que pude prolongar 
minha viagem.” (Domingos Paschoal Cegalla) 
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III – locução conjuntiva sem que, e a conjunção que, seguida de 
negação. 
Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine sem que a queira comprar. 
Lúcia não pode ver uma roupa bonita na vitrine, que não a queira comprar. 
Perceba que, na primeira estrutura, a preposição sem tem valor de negação; 
na segunda, sua ausência é substituída pelo advérbio de negação “não”. 
3. Condicionais: Nesta relação de condição, hipótese, é muito cobrada 
a correlação de modo e tempo verbal. Veja: 
verbo no futuro do subjuntivo 
verbo no futuro do presente 
do indicativo 
Se o candidato estudar bastante, passará no concurso. 
condição no futuro resultado provável no futuro 
oração subordinada adverbial condicional oração principal 
verbo no pretérito imperfeito do subjuntivo 
verbo no futuro do pretérito 
do indicativo 
Se o candidato estudasse bastante, passaria no concurso. 
condição no passado resultado improvável no futuro 
oração subordinada adverbial condicional oração principal 
verbo no presente do subjuntivo 
verbo no futuro do presente 
do indicativo 
Caso o candidato estude bastante, passará no concurso. 
condição no presente resultado provável no futuro 
oração subordinada adverbial condicional oração principal 
Se uma condição é expressa no futuro ou presente, há condições de 
cumpri-la; por isso o resultado expresso na oração principal é provável. Não há 
certeza de o candidato ser aprovado, mas há grande possibilidade. Já numa 
condição expressa no passado, não há condições de cumpri-la; por isso o 
resultado expresso na oração principal é pouco provável, ou mesmo 
improvável. A banca FCC normalmente pede para substituir as conjunções ou 
os verbos. Portanto, deve-se lembrar da correlação destes tempos verbais, 
vista na primeira aula. 
Algumas vezes, por motivo de ênfase e reforço motivacional, o autor do 
texto troca o tempo verbal da oração principal de futuro do presente para 
presente do indicativo e futuro do pretérito para pretérito imperfeito do 
indicativo. Veja a diferença: 
Se o candidato estudar, passa no concurso. 
Se o candidato estudasse, passava no concurso. 
Não há erro nestas substituições, há apenas ênfase. 
Além das conjunções condicionais se e caso, há também as locuções 
conjuntivas contanto que, desde que, salvo se, sem que (=se não), a não ser 
que, a menos que, dado que. 
 Comprarei o carro desde que não seja caro. 
 Não sairás daqui, sem que termine o estudo. 
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 Poderão ganhar o campeonato, salvo se acontecer algum 
imprevisto. 
“A carinha podia ser de chinesa, fossem os olhos mais 
enviesados.” (Raquel de Queirós) 
Note a última construção. A conjunção condicional fica subentendida, e 
com isso é imprescindível entender a correlação verbal para que não haja 
dúvida neste valor semântico. 
As locuções conjuntivas condicionais desde que, dado que, uma vez que
podem ser confundidas com as causais. Para não ficar com dúvida, verifique 
que os verbos nas orações condicionais ficam no modo subjuntivo, enquanto 
os das orações causais ficam no modo indicativo. Compare esses exemplos nos 
respectivos valores adverbiais vistos anteriormente. 
É encontrada também a forma reduzida: 
Conhecendo os alunos, o professor não os teria punido. (reduzida de gerúndio) 
Questão 21: Prefeitura São Paulo 2008 Assist Gestão de Políticas Públicas 
Caso as geleiras do Himalaia continuem a encolher no ritmo atual, dois tipos 
de catástrofes poderão ocorrer. 
A conjunção grifada na frase acima imprime ao contexto noção de 
(A) condição. 
(B) conclusão. 
(C) finalidade. 
(D) temporalidade. 
(E) proporcionalidade. 
Comentário: A conjunção “Caso” tem valor adverbial condicional. Assim, a 
alternativa (A) é a correta. 
Gabarito: A 
Questão 22: TCE PI 2011 Assessor Jurídico 
Fragmento do texto: De minha parte modestíssima, ouso dizer: se um dia 
me sentir absolutamente feliz, tentarei não me matar. Talvez também não 
conte para ninguém, para que não me matem. De inveja. 
A frase se um dia me sentir absolutamente feliz, tentarei não me matar tem 
um efeito de humor irônico, equivalente ao da seguinte formulação: 
(A) buscarei não me matar, em caso de absoluta felicidade. 
(B) mesmo tomado por grande infelicidade, nunca me mataria. 
(C) sendo absolutamente feliz, não há razão para me matar. 
(D) conquanto possa me matar, creio numa felicidade absoluta. 
(E) se não vivesse em plena felicidade pensaria em me matar. 
Comentário: A oração “se um dia me sentir absolutamente feliz” é 
subordinada adverbial condicional. 
O mesmo sentido é preservado na alternativa (A), com a transformação 
dessa oração condicional em adjunto adverbial condicional “em caso de 
absoluta felicidade”. Note que o verbo “tentarei” tem o mesmo sentido do 
verbo “buscarei”. 
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A alternativa (B) está errada, porque a preposição “mesmo” transmite 
valor adverbial concessivo. 
A alternativa (C) está errada, porque a oração “sendo absolutamente 
feliz” é subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio, portanto, o sentido 
é diferente. 
A alternativa (D) está errada, porque a conjunção “conquanto” transmite 
valor adverbial concessivo. 
A alternativa (E) está errada, porque a oração subordinada adverbial 
condicional “se não vivesse em plena felicidade” possui o advérbio de negação 
“não”, que transmite o oposto da oração original. Além disso, a oração 
principal “pensaria em me matar” também transmite valor oposto. Assim, não 
se conservou o sentido original. 
Gabarito: A 
Questão 23: TRF 4ªR 2007 Técnico 
Fragmento do texto: O principal desafio do ecoturismo é fazê-lo de forma 
sustentável,para que não se torne uma ameaça à natureza. Há quem diga, 
inclusive, que as palavras “eco” e “turismo” são incompatíveis. Elas são 
compatíveis sim, desde que a atividade seja bem planejada e bem gerenciada. 
Nesses casos o ecoturismo pode servir como uma importante fonte de 
recursos para a conservação e o desenvolvimento econômico das 
comunidades locais. Sempre vai haver algum impacto, mas esse impacto pode 
ser aceitável. 
Elas são compatíveis sim, desde que a atividade seja bem planejada e bem 
gerenciada. 
Identifica-se na frase acima relação de, respectivamente, 
(A) fato e consequência. 
(B) explicação e temporalidade. 
(C) afirmativa e ressalva. 
(D) temporalidade e restrição. 
(E) causa e finalidade. 
Comentário: O advérbio de certeza “sim” transmite o valor de afirmativa. 
Isso já mostra que a alternativa (C) é a correta. 
Para confirmar, basta entender que “ressalva” é o mesmo que 
“exceção”, “reserva”, “restrição”. 
Assim, podemos entendê-la nas orações adversativas: 
Todos ganharam presentes, mas ele não. (houve uma ressalva, restrição, 
exceção: então nem todos ganharam presentes) 
Também podemos entender a ressalva nas orações adverbiais 
condicionais: 
Todos ganharão presentes, desde que se comportem direitinho. (houve uma 
ressalva, restrição: só ganharão aqueles que se comportarem bem). 
Assim, entendemos que o advérbio “sim” transmite afirmativa e a 
oração subordinada adverbial condicional “desde que a atividade seja bem 
planejada e bem gerenciada” transmite ressalva, restrição. 
Gabarito: C 
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4. Concessivas: exprimem um fato que se concede, que se admite, em 
oposição, contraste, ressalva ao da oração principal. As conjunções são: 
embora, conquanto, que, ainda que, mesmo que, ainda quando, mesmo 
quando, posto que, por mais que, por muito que, por menos que, se bem que, 
em que (pese), nem que, dado que, sem que (=embora não). 
Gostava de Matemática, embora tivesse dificuldades com cálculos. 
Por incrível que pareça, eles não conheciam ‘pen-drive’. 
Em que pese à autoridade deste cientista, não podemos aceitar suas 
afirmações. (Domingos Paschoal Cegalla) 
Dado que soubesse, não dirigia à noite. 
Por mais que gritasse, não me ouviram. 
Nem que a gente quisesse, conseguiria esquecer. (Otto Lara Resende) 
Deve se tomar muito cuidado quando a banca pedir a substituição de 
conjunção ou locução conjuntiva por preposição ou locução prepositiva. Veja: 
Embora chegasse cedo, não conseguiu lugar para sentar-se. 
Ao se substituir a conjunção embora pela preposição mesmo, o verbo é 
obrigado a sair da forma conjugada em modo e tempo verbal para a forma 
nominal gerúndio. Isso fará com que esta oração seja reduzida de gerúndio: 
Mesmo chegando cedo, não conseguiu lugar para sentar-se. 
Se fosse substituída pela locução prepositiva “apesar de”, a oração seria 
reduzida de infinitivo: 
Apesar de chegar cedo, não conseguiu lugar para sentar-se. 
Assim, cuidado com as substituições pedidas na prova. 
Questão 24: TCE-PB – 2006 – Assistente Jurídico 
Os fins dos deputados franceses são justos, mas os meios acabam por 
criminalizar as palavras e a opinião. 
A frase acima conservará o sentido e a correção caso se substitua o segmento 
sublinhado por 
(A) conquanto os meios acabem. 
(B) desde que os meios acabem. 
(C) tendo em vista que os meios acabam. 
(D) contanto que os meios acabem. 
(E) uma vez que os meios acabam. 
Comentário: A questão queria que o candidato visualizasse a possibilidade de 
uma oração coordenada adversativa ser transformada em uma oração 
subordinada adverbial concessiva, desde que sejam feitas algumas 
adaptações, como ajustes nos verbos e nas conjunções. 
A alternativa (A) é a correta, pois a conjunção “conquanto” é adverbial 
concessiva e o verbo “acabem” encontra-se no presente do subjuntivo. 
As locuções conjuntivas “desde que”, “tendo em vista que” e “uma vez 
que” são subordinativas adverbiais causais. Já a locução conjuntiva “contanto 
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que” tem valor condicional. 
Gabarito: A 
Questão 25: Metrô 2008 Superior 
Fragmento do texto: Além disso, as empresas sofriam pressões das 
camadas sociais dominantes, sempre em busca da menor tarifa, ainda que à 
custa do sacrifício das finanças das estradas. 
... ainda que à custa do sacrifício das finanças das estradas. 
A última frase do texto introduz, no período, noção de 
(A) temporalidade. 
(B) consequência. 
(C) proporcionalidade. 
(D) ressalva. 
(E) causa. 
Comentário: Vimos que “Ainda que” é locução conjuntiva que inicia oração 
subordinada adverbial concessiva. Também vimos que a concessão transmite 
contraste, ressalva. Portanto a alternativa é a (D). 
Gabarito: D 
5. Comparativas: representam o segundo termo de uma comparação e 
se expressam de três formas, com as conjunções como, (tal) qual, tal e qual, 
assim como, (tal) como, (tão ou tanto) como, (mais) que ou do que, (menos) 
que ou do que, tanto quanto, que nem, feito (=como, do mesmo modo que), o 
mesmo que (=como): 
I – com verbo expresso: 
A preguiça gasta a vida como a ferrugem consome o ferro.
Como a flor se abre ao sol, assim minha alma se abriu à luz 
daquele olhar. 
A praia é tal qual você descreveu. (tal como) 
II – com o predicado ou verbo subentendido: 
A luz é mais veloz do que o som. (do que o som é) 
O leopardo é tão ágil quanto a onça. (quanto a onça é) 
 Ele corre feito uma gazela. 
Nas estruturas comparativas de superioridade e inferioridade (com 
verbos expressos ou não), a palavra “do” é opcional. 
Cantava mais do que trabalhava. 
Cantava mais que trabalhava. 
Os mais magros correm mais do que os mais cheinhos. 
Os mais magros correm mais que os mais cheinhos. 
III – como comparação hipotética (uso da conjunção se): 
O homem parou perplexo, como se esperasse um guia. 
Com verbo expresso. 
Verbo 
subentendido
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6. Conformativas: exprimem acordo ou conformidade de um fato com 
outro. Suas conjunções são: como, conforme, segundo, consoante. 
Geralmente é usado para reforçar argumento. A oração principal é a 
declaração feita pelo autor e a oração subordinada adverbial conformativa é a 
base de sustentação do argumento, muito marcado por leis, regulamentos, 
fala de especialistas, etc. Esse valor adverbial é vastamente explorado como 
argumento de autoridade: 
Como disse o prefeito, o IPTU vai subir 5% este ano. 
“Digo essas coisas por alto, segundo as ouvi contar.” (Machado de Assis) 
Conforme prevê o artigo 37 da CF, o serviço público é impessoal. 
Consoante opinam alguns, a história se repete. 
7. Proporcionais: iniciam ideia de proporção, com as locuções 
conjuntivas à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais ... 
tanto mais, quanto mais ... tanto menos, quanto mais ... tanto menos, quanto 
menos ... tanto mais, quanto mais ... mais, quanto menos ... menos, tanto ... 
quanto (como). 
Os alunos respondiam, à medida que eram chamados. 
À proporção que subiam a montanha, o ar ia ficando rarefeito. 
O valor do salário, ao passo que os preços sobem, vai diminuindo. 
Tanto gostava de um quanto aborrecia o outro. 
Não são corretas as locuções à medida em que, na medida que, a 
medida que, com valor de proporção, cabendo apenas à medida que. Outro 
detalhe, não há crase em locuções conjuntivas de outro valor, somente há nas 
proporcionais: “à medida que” e “à proporção que”. 
Vimos que a locução conjuntiva “na medida em que” é causal. Ela pode 
também fazer

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