Buscar

Dicas para a Discursiva da FCC

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 27 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Aula 01 
 Olá! 
Como você já deve saber, esta é a aula que sustenta a base de sua 
discursiva nos concursos da FCC. 
É muito importante que você leia esta aula com cuidado e anote 
tudo o que considerar estrategicamente essencial para fazer o efeito 
desejado, de acordo com a sua característica textual. 
Há alunos, por exemplo, que têm mais dificuldades para levar ao 
texto mais informações. Ou seja, são objetivos demais e precisam 
aprender a “ganhar linhas”. Há outros que fazem justamente ao 
contrário: escrevem muito e, com isso, não conseguem emitir 
informações claras e objetivas. 
Na aula, o norte é seguir o que sempre gerou resultados positivos 
nas provas da FCC e atualizá-los sobre as cobranças dos examinadores 
hoje. 
Sim, as cobranças mudam de perfil ano a ano. São sutilezas que 
definem os cinco pontos a mais que seu concorrente conseguiu e, talvez, 
você, não. 
Então, concentre-se nesta leitura, anote o que for significativo e já 
vá esquematizando a estrutura dos sonhos para que a prova da FCC 
possa ser feita de maneira ágil, porém segura. 
 
É TRADIÇÃO NA DISCURSIVA DA FCC ACERTAR OS SEGUINTES 
PONTOS 
1º - Ser bem objetivo e apresentar soluções logo no início do texto é 
muito importante. Não retarde resposta alguma; seja bem objetivo! 
2º - Escrever com clareza: evite brincar com o vocabulário para não criar 
incoerências entre a linguagem e seus argumentos. Quanto mais você 
simplifica a linguagem, menos você se arrisca. 
3º - letra legível: não importa se você usa letra cursiva, letra de forma, 
se suas letras se misturam. O importante é deixar os sinais gráficos bem 
às claras e cuidar da aparência das letras para evitar confusões. Os 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
examinadores da FCC não costumam se esforçar para entender que seu 
A não é um O. 
4º - Além da introdução e da conclusão, no desenvolvimento prefira 
trabalhar com três parágrafos argumentativos. Raramente alguém 
consegue nota boa com dois ou com um parágrafo. 
5º - Jamais escolha o meio termo quando houver uma polêmica. Adote 
uma posição e a defenda com rigor e com comprovações. 
6º - Título é opção. A maioria das pessoas nem o empregam nas suas 
redações. 
7º - A folha definitiva costuma ser menor do que a folha de rascunho. É 
quase imperceptível, mas é uma estratégia comum da banca para 
desespero dos candidatos que correm contra o tempo. Assim, para uma 
redação cujo máximo são trinta linhas, faça um rascunho com vinte e 
sete para que o conteúdo caiba na folha definitiva. 
AS COBRANÇAS ATUAIS DA FCC: O QUE 2012 RESERVA NAS 
AVALIAÇÕES. 
1º - Seja bem objetivo e claro, ainda nas primeiras linhas da introdução. 
Quanto mais rápido você se posicionar diante do tema, melhor. E isso 
deve ser feito já nas linhas 01 e 02. 
2º- Não faça parágrafos com menos de quatro linhas, principalmente na 
introdução e na conclusão. O ideal é que eles meçam entre 4 a 8 linhas. 
3º - Não se arrisque! Trabalhe com a estrutura padrão: introdução + três 
defesas (três parágrafos) + conclusão. 
4º - Cuidado com a redação do A maiúsculo. Seja ele cursivo ou feito em 
letra de forma, use a forma maiúscula correta. Assim, não use o “a” 
minúsculo grandinho, para que ele possa simbolizar o maiúsculo. 
 
 
 
5º- não escreva menos de 26 linhas quando o máximo for 30. Nas 
últimas correções, os examinadores valorizaram redações que 
aproveitaram mais o papel. 
Amanhã... 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
AS ESCOLHAS DE TEMAS DA FCC HOJE 
 Retirando os cargos cujas discursivas se voltam para o 
desenvolvimento de respostas que atestam a habilidade dos candidatos 
para a confecção de textos pautados em conhecimentos específicos, as 
escolhas temáticas da FCC, quando são pertinentes aos conhecimentos 
gerais, permeiam duas searas: 
1º - De cunho filosófico: estimulam a formação do discurso analítico que 
avalia a conduta humana, nos tempos modernos, a mudança nos 
costumes, nas leis etc. 
2º - De cunho atual: trata-se de temas mais fáceis, mais objetos, que 
tendem a recortar acontecimentos bem recentes que foram notícias em 
diversas áreas: as inovações nas leis, a vida e as novas tecnologias, a 
crise econômica, o papel social da mulher, o poder e a corrupção, a 
sustentabilidade etc. 
 A banca é bem objetiva na oferta de temas: geralmente, há um 
pequeno texto-base, seguido de uma frase que será o mote para a 
proposta temática. 
 
LEIA O TEMA CUIDADOSAMENTE! 
 O fato de a FCC ser muito objetiva não quer dizer que seus temas 
não possam oferecer “armadilhas”. É certo que estas não ocorrem 
sempre, mas vez ou outra surpreendem quem compreende 
erroneamente o que foi proposto. 
 Para estender este cuidado, vou me valer de temas feitos pela FCC 
e até os elaborados por outras bancas, cujos enunciados também 
confundiram alguns redatores. 
Vejamos: há duas formas comuns para um concurso cobrar 
atualidades. Uma forma, a mais tradicional, é compor um tema em frase 
ou expressão única. Este tema pode ser precedido de um texto 
informativo. 
Mas, cuidado! Muita gente não prioriza o tema e fica, por isso, 
presa ao texto informativo. Veja o exemplo seguinte: 
 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
TEMA 01 
 No Brasil, trabalho infantil é qualquer trabalho exercido por criança 
e adolescente com menos de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, e 
é proibido por lei. Os programas de aprendizagem, cujo objetivo é 
facilitar a formação técnico-profissional de adolescentes a partir dos 14 
anos, devem atender a uma série de condições específicas, de modo a 
garantir que esse trabalho não prejudique o cotidiano e a vida escolar do 
jovem. (Fundação Promenino) 
Considerando o texto acima como meramente motivador, disserte, de 
modo fundamentado e claro, sobre o seguinte tema: 
Formas degradantes de exploração da força de trabalho no século 
XXI 
 Observando bem a proposta acima, notamos que o texto 
informativo aborda o conceito de trabalho infantil e explica como esse 
trabalho pode ser feito de modo legalizado. 
 Mas o tema não é bem este! O tema pede “formas degradantes 
de...trabalho”. Veja que o tema está no plural “formas”, ou seja, se 
fizermos uma redação cuja abordagem seja o trabalho infantil, por certo, 
não teremos uma boa redação, pois nos centramos sobre uma única 
forma de trabalho. Compreendeu? 
 O texto, nesse caso, foi proposto para iludir o redator. Desatento, o 
redator vincula o trabalho degradante à ideia única de trabalho infantil. 
Nesse caso, ele abordará parcialmente o tema, já que explorou apenas 
uma forma de trabalho degradante. 
 O que seria o correto? Abordar, pelo menos, duas formas de 
trabalho degradante. Assim, se temos duas formas, já estamos 
cumprindo o plural. Concorda comigo? 
 Mas, você já sabe que na FCC, como os examinadores gostam, 
melhor mesmo é abordar TRÊS formas de trabalho degradante. Assim, 
não ficamos em dívida com a argumentação. 
 Por exemplo: poderíamos abordar o trabalho infantil sim. Quanto a 
isso, não haveria problemas; mas poderíamos também abordar o 
trabalho análogo ao escravo ou, simplesmente, o trabalho escravo. Já 
teríamos aí o cumprimento mínimo do tema. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 Então, regra nº1: não confunda texto informativo com tema! O 
tema é a frase ou expressão que segue este texto.Vamos a mais um exemplo: 
Tema 02 
 
Elabore um texto dissertativo, objetivo e fundamentando, inspirando-se 
na charge acima. Dê a seu texto o seguinte título: 
Controle dos Poderes: abuso competência ou necessidade 
democrática? 
 Lembro-me deste tema como se fosse hoje: muita reclamação de 
alunos que juraram ter elaborado uma boa redação. 
 Mas não o fizeram. Por quê? 
 O tema se volta para “controle de poderes”. Mas, como à época, 
ficou muito famosa a briga do CNJ, representada por Eliana Calmon, com 
alguns juízes, que queriam diminuir os poderes do Conselho, muita gente 
fez a redação, pensando no caso CNJ. 
 Mas leia atentamente o tema... 
 Ele fala alguma coisa específica sobe o Conselho Nacional de 
Justiça? 
 Não! Ele vai além! 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 Ora, como o CNJ é um órgão de controle, ele poderia ser um dos 
exemplos da redação, mas não o motivo da redação inteira. 
 Vamos a mais problemas referentes aos riscos de má leitura do 
tema... 
 
Tema 03 - PRF/2009 
 
 Veja bem, a banca enrolou, contou uma história, etc. e tal, mas o 
pedido ocorre mesmo a partir do grifo que expus no texto. Perceba que é 
ali, no grifo, que aparece o verbo no imperativo (redija), solicitando o 
pedido temático. 
 Então? Era para se fazer uma história da vítima, em primeira 
pessoa? Não!!! 
 Mas, por que, Júnia, ele nos pede para ocuparmos o 
posicionamento argumentativo da vítima? 
 Por exemplo, você contrata um advogado para falar por você em 
juízo. Ele fala em primeira pessoa? Óbvio que não! 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 Ele transforma os seus sentimentos, os seus desejos em um 
linguajar jurídico, ele contextualiza, a partir dos instrumentos de 
comunicação dele, seu ensejo. Compreende? 
 Assim, o que os redatores daquele concurso deveriam ter feito é 
abordar o “Respeito às leis, como via de mão única”, a partir da 
linguagem e da modalidade do concurso, que, pelo enunciado, se vê 
claramente que é “texto dissertativo”. 
 Viu? Ninguém falou em narração. 
 O que deveria ter ocorrido seria o desenvolvimento de uma 
dissertação que defendesse o respeito às leis. Ora, no lugar de uma 
vítima de acidente, o que se faz é defender o respeito às leis como única 
saída para se evitar os excessos no trânsito. Concorda? 
 Por exemplo, se o redator optasse por falar que “não, há outras 
vias... para se conter a violência no trânsito...” ou “ não, nem sempre é 
preciso obedecer às leis...”, ele não se posicionaria no lugar da vítima 
para defender suas ideias. 
 É como aquele caso do advogado de que falei. O advogado dará à 
vontade de seu cliente um linguajar jurídico, próprio para aquele âmbito. 
Ele não irá incorporar a alma do cliente como numa sessão espírita e 
narrar tudo em primeira pessoa. 
 Portanto, se você não quer deslizar por esta falha, grife o pedido 
temático. Assim, você redigirá exatamente sobre o que consta no 
imperativo: o respeito às leis como via de mão única. 
 Vamos a outro perigo temático: 
Tema 04 - FCC/ TRF 5ª R 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 
 Quero que você tenha muito cuidado na FCC, ao se posicionar. 
Quando a banca propuser duas opiniões e pedir seu ponto de vista, 
JAMAIS concorde com as duas, mesmo que parcialmente. 
 Escolha um caminho a seguir e o defenda eficazmente. 
 Muita gente erra a escolha e faz um posicionamento neutro, porque 
não sabe a diferença entre as modalidades textuais seguintes: a 
dissertação expositiva e a dissertação argumentativa. É um assunto 
sério, que despertou certa polêmica na semana passada, por exemplo, a 
partir da divulgação das notas provisórias da redação pertinente ao 
concurso do ISS-BH. 
 Vou contar o caso e entro no assunto. 
 Como de praxe, logo que se divulgam os resultados provisórios de 
um concurso, minha caixa de e-mails enche. Há quem venha agradecer, 
feliz, por ter passado no concurso e há quem venha pedir “socorro”, por 
conta de uma nota da qual discorda. Aí recebo mensagens de ex-alunos 
e de outros candidatos que seguem em busca de uma resposta para 
saber o porquê de uma reprovação indesejada. 
 Bom, o tema da redação do ISS foi muito simples e posso resumi-
lo da seguinte forma: Ambição: boa ou má? 
 Era isso! Muita gente foi desclassificada. Por que isso aconteceu? 
 A maioria dos redatores, como de costume, apostou no meio 
termo, ou seja, a ambição tem seu lado ruim, mas pode também ser 
benéfica. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 Pois bem, quem ficou “em cima do muro” errou. Perdeu nota em 
argumentação, não obstante o excelente texto que possa ter 
desenvolvido. 
 A banca errou em sua avaliação? Não! 
 No enunciado do tema, havia o pedido para se desenvolver uma 
dissertação argumentativa (=opinativa) sobre o tema. 
 Vejamos: o que é argumentar? 
 Argumentar é tomar partido, defender uma tese, uma opinião. 
 Se argumentar é isso, então, eu, como redatora, NÃO posso ficar 
“em cima do muro”. Se opto pelo meio termo, eu não argumento, mas 
apenas exponho conhecimento. Daí haver outro tipo de dissertação: a 
expositiva ou informativa. Esta ocorre naquelas situações em que o 
enunciado não quer saber minha OPINIÃO, meu POSICIONAMENTO, 
minha ARGUMENTAÇÃO. 
 Na dissertação expositiva, sou livre para dissertar livremente sobre 
o caso apresentado. Posso apresentar um lado da moeda ou até mesmo 
os dois. 
 Mas na dissertação ARGUMENTATIVA, maioria das escolhas das 
bancas, tenho de eleger um caminho e ser fiel a ele, em todo o texto. 
Não posso em nenhum momento abrir possibilidades de o lado B ser 
verdadeiro, se quero defender, com eficácia, o lado A. 
 Noutros tempos, na era colegial ou vestibular, muitos professores 
diziam o seguinte: escolha o meio termo, pois assim você não será 
radical em sua defesa... 
 Alto lá! Radicalismo é outra coisa: é defender o indefensável. É 
acreditar no lado A, sem ter como provar isso. Aí é radicalismo, porque 
você não convence. 
 Agora, pensemos num exemplo corriqueiro: um advogado, ao 
defender seu cliente, cria a prova de que este é, por exemplo, inocente. 
Imaginemos: pode este advogado assumir num só momento que ele 
poderia ser culpado? 
 De modo algum!!! 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 Ele é inocente, por causa de X e Y. Ou seja, a tese é esta e as 
provas estão sobre a mesa. 
 Então, cuidado com enunciados que querem a POSIÇÃO, a 
ARGUMENTAÇÃO, a DEFESA, a OPINIÃO de vocês. Escolham um lado da 
questão e defendam-no com rigor de provas cabíveis e convincentes. 
Bom, vimos que às vezes o texto, a imagem, as frases podem 
servir de pretexto para que tenhamos nossa leitura desviada do tema. 
Mas, mais raramente, existem temas que podem, sim, se centrar sobre o 
texto informativo. Não é muito comum esta prática. Mas, para não 
deixarmos nada passar em branco, vale analisar um caso desses: 
TEMA 05 - FCC 
Considere a situação abaixo descrita: 
Alguns funcionários de uma empresa combinam almoçar juntos. Sentam-
se à mesa do restaurante, fazem seus pedidos e cada um tira seu celular 
do bolso ou da bolsa. Conversando ao celular, fazem sua rápida refeição, 
pagam estendendo o cartão ao garçom e lado a lado, ainda ao celular, 
retornam à empresa. 
Essa situação pode ser vista, ou não, como emblemática da vida 
contemporânea. 
Redija umtexto dissertativo acerca dessa questão. 
Veja que a frase em negrito que comanda a questão está 
vinculada, por meio do pronome demonstrativo “essa”, à situação 
descrita no texto acima. Nesse caso, o texto vai além do papel 
meramente informativo. Ele é um dos componentes do tema, sobre o 
qual o redator irá se debruçar para compor um texto dissertativo. Aliás, 
mais adiante, vamos compreender exatamente o que é um texto 
dissertativo, o que será importante até para se compreender exatamente 
como desenvolver uma redação a partir desse tipo temático. 
A conclusão que se extrai desse trecho da aula é a seguinte: só 
vamos aproveitar o texto informativo se o enunciado da questão nos 
pedir claramente para aproveitá-lo. Por outro lado, a informação “texto 
meramente motivador” já deixa bastante claro que não podemos nos 
remeter à situação textual. Nesse caso, nosso tema será exposto, por 
exemplo, em forma de frase ou expressão que seguirá o referido texto. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
COMO INTRODUZIR O ASSUNTO 
 Afora do estudo de caso, que pede um resumo logo na entrada do 
texto, há formas diversificadas de o aluno compor uma introdução. Aqui 
no curso, como o ideal é ser objetivo, vou mostrar uma que seria a mais 
eficaz: a introdução feita com o máximo de objetividade possível. 
 Para tal, cada introdução que eu mostrar aqui será precedida de 
um tema. Vamos a elas! 
Tema 07 
As manias “feias” do brasileiro são vistas por muitos sob óticas diversas. 
Há quem diga que a malandragem, apoiada no intento de sempre levar 
vantagem, é característica de um povo que nasceu colonizado, explorado 
e formado por culturas também problemáticas. Também há quem veja 
este aspecto da brasilidade como um efeito comum a qualquer homem, 
que em muito pouco ou em nada se deve a aspectos de colonização ou 
de formação étnica. 
 Tendo o texto acima como motivador, disserte, de modo fundamentado, 
dando sua opinião sobre o seguinte tema: 
A malandragem não é tipicamente brasileira 
Introdução 01 
 É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira. Ela faz 
parte da condição humana, não sendo, por isso, exclusiva de um povo. 
Ações que desobedecem à moralidade e à ética para que um leve alguma 
vantagem sobre os demais sempre existiram na história da humanidade. 
Isso explica as guerras, os variados tipos de crime e a corrupção. 
Introdução 02 
 Cada povo tem sua característica. Italianos são vistos como 
emotivos, os alemães, como frios e racionais. Já para os brasileiros 
sobrou a malandragem. Esta característica traz aspectos bons e ruins. 
Ora está para situações em que o brasileiro fere o direito alheio, ora está 
para ocasiões que a esperteza é sinal de sobrevivência num país de 
contradições socioeconômicas. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
***** 
 Percebam que cada uma dessas introduções traz um ponto de vista 
sobre o fato de “a malandragem ser tipicamente brasileira”: o primeiro 
discorda do tema, e o segundo concorda com ele. No entanto, ambos 
têm um ponto em comum: são objetivos. O que comprova isso é o fato 
de eles apresentarem ainda para as primeiras linhas do texto o termo 
central do tema - “malandragem”. 
 Comparando os dois tipos de introdução, notamos que a primeira é 
mais objetiva que a segunda. Naturalmente, por isso a primeira é um 
tipo de introdução mais eficiente. Aqui chegamos ao ponto central do 
assunto: objetividade. 
 Sempre que for introduzir um assunto, comece pelas palavras do 
próprio tema. Posicione-se com relação a ele, se houver um pedido de 
temático para esse fim, exponha, mesmo que indiretamente, um claro 
ponto de vista, conforme fez nosso redator da introdução 01: É fato que 
a malandragem não é tipicamente brasileira. 
 Depois estenda o assunto. Você pode ganhar linhas na introdução, 
já que ela não pode se reduzir a duas ou três linhas, com o adiantamento 
de parte do que irá desenvolver. Isso faz com que o texto apresente 
palavras que não serão vãs. Assim, você aproveita o texto mais 
objetivamente, sem sair do assunto em si. 
 Além desses fatores, é bom cuidar do seguinte: 
� Hoje, as bancas não aceitam introduções gerais: é preciso ir direto 
ao ponto temático. Portanto, nada de fazer um histórico sobre o 
tema a ser tratado pelo texto. A FCC não perdoa redações com 
introdução que não seja objetivamente elaborada para atender o 
assunto principal. 
� Introduções curtas ou longas também não são bem-vindas: 
procure montar parágrafos dosados, que ocupem entre 4 a 7 
linhas, por exemplo. Já falamos isso, mas repito, porque é uma das 
falhas mais comuns em concurso. 
� Começar o texto com perguntas: evite isso. Apesar de ser uma 
prática comum nos vestibulares, a FCC não vê com “bons olhos” a 
proposição ou a reiteração de perguntas. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Assim, quando for introduzir um texto, vá diretamente ao tema, 
recuperando palavras-chaves do tema. Evite trabalhar com sinônimos 
ainda na abertura do texto. Vejamos parte a parte da “introdução 01”: 
É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira. 
Posicionamento claro e objetividade quanto à abordagem 
temática. 
Ela faz parte da condição humana, não sendo, por isso, exclusiva de 
um povo. 
Período seguinte: explicação para o posicionamento inicial. 
 Ações que desobedecem à moralidade e à ética para que um leve 
alguma vantagem sobre os demais sempre existiram na história da 
humanidade. 
Extensão da explicação sobre o posicionamento. 
Isso explica as guerras, os variados tipos de crime e a corrupção. 
Conclusão sobre as explicações dadas anteriormente. 
 
COMO DEFENDER UMA IDEIA 
 Depois da introdução, virão elementos típicos da defesa textual. 
Para fazer um bom desenvolvimento, o ideal é que 
esquematizemos as ideias de defesa e as provas para tal, antes mesmo 
de rascunhar o texto. Como será feito isso? 
Devemos anotar em frases simples as ideias que empregaremos 
para defender nossa tese introdutória. Por exemplo: suponhamos que 
nos cobrem aquele tema sobre formas degradantes de trabalho. Assim, 
num cantinho da prova (não na folha definitiva), podemos anotar 
algumas sugestões de desenvolvimento: 
� o trabalho infantil como forma de exploração da força de 
trabalho. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
� O trabalho análogo à condição de escravo que ainda existe no 
Brasil. 
� A exploração da mão de obra feminina a que é atribuída um 
salário menor que o do homem, no desempenho da mesma 
função. 
De posse dessas ideias, vamos acrescentar ao nosso esquema 
mecanismos de comprovação. 
O que são esses mecanismos de comprovação? 
Nos concursos, não podemos dissertar livremente sobre um 
assunto, a partir de nossas ideias, exclusivamente, pessoais. É 
importante que elas possam estar aliadas a uma fonte de comprovação. 
Esta pode ser executada a partir dos seguintes tipos argumentativos: 
� Exemplos são estratégias excelentes de defesa. Mas 
exemplificar significa citar um fato singular, ocorrido. O 
exemplo pode ser extraído da mídia escrita ou televisiva. Ele 
não pode ser uma suposição. Ele deve ter sido ou deve ser 
um acontecimento real. 
Ex.: 
O trabalho análogo à condição de escravo ainda existe 
no Brasil. Em São Paulo, em 2011 a fiscalização encontrou 
pessoas, trabalhando em condições subumanas. Tais 
trabalhadores costuravam por horas extenuantes peças de 
roupas para lojasde renome, como as do grupo Zara. 
 Percebam que no grifo foi introduzido um exemplo, citado 
amplamente pela mídia. 
 Com a exemplificação, o texto adquire um caráter mais formal, 
mais científico. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
� Autoridade: este é um tipo argumentativo bastante 
empregado em redações para concursos. Por autoridade, 
compreendem-se as leis ou aspectos de uma determinada 
legislação, referências ao ponto de vista de especialistas ou 
de professores especialistas sobre o que é tratado no texto. 
Ex.: 
Há também no Brasil a exploração da mão de obra feminina 
a que é atribuída um salário menor que o do homem, no 
desempenho da mesma função. Para a professora Déborah 
Paiva, especialista em Direito do Trabalhado, essa realidade 
está sendo transformada, pois cada vez mais o Estado tem 
criado mecanismos que garantem a igualdade entre homens 
e mulheres. 
Poderíamos ter também o seguinte: 
Há também no Brasil a exploração da mão de obra feminina 
a que é atribuída um salário menor que o do homem, no 
desempenho da mesma função. Essa realidade está sendo 
transformada, pois a Constituição Federal, ao igualar homens 
e mulheres, tem servido de instrumento para que o Estado 
crie mecanismos que possibilitem o cumprimento dessa 
igualdade. 
 
 Veja que montei um exemplo originário de uma autoridade pessoal 
e um exemplo originário de uma autoridade legal. Na FCC, trabalhar com 
defesa baseada em autoridade faz muito bem à redação. 
 Muita gente se queixa de que não consegue comprovar ideias 
durante a prova. Mas, o mecanismo para isso é muito simples. Veja 
quantas autoridades sobre, por exemplo, “educação” há no país! 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Poderíamos nos referir ao Ministro da Educação, ao Secretário da 
Educação do nosso estado; a um pedagogo importante, ao prefeito, ao 
governador e mesmo à Presidente da República, visto que todas essas 
autoridades têm alguma opinião manifestada sobre “educação”. 
 E aí você talvez se pergunte: mas como vou lembrar algo que 
tenha sido dito por qualquer dessas autoridades sobre “educação”. Veja 
bem o seguinte: você não vai copiar e colar algo que tais autoridades 
tenham dito. Você irá compor com suas ideias algo que tenha pertinência 
com a filosofia ou com o ponto de vista sobre a educação dessas 
autoridades. 
Por exemplo: ficaria estranho dizer que a Presidente da República 
considere pertinente o fato de o homem ganhar mais que a mulher na 
sociedade atual. Mas, se você diz que a Presidente da República 
considera necessário que mulheres e homens tenham seus vencimentos 
equiparados na sociedade atual, você compõe algo coerente com a 
posição pública da Presidente Dilma. 
� Prova concreta: este tipo de argumento requer pesquisa. 
Ele se baseia na apresentação de números, resultados de 
pesquisa, de preferência oficiais. Trata-se de uma forma 
argumentativa altamente eficaz, pois a informação é mais 
precisa, mais concreta. A única liberdade que o redator tem, 
ao optar por essa forma argumentativa, é arredondar os 
números, por meio de um “cerca de”, “perto de”, por 
exemplo. 
Ex.: 
O trabalho infantil é uma das formas de exploração da força de 
trabalho. Apesar de proibido por lei, estima-se que no Brasil cerca de 5 
milhões de crianças e adolescentes estejam sendo exploradas como força 
de trabalho. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Conforme expliquei, é bom que você use no seu texto algum 
mecanismo de comprovação. E acrescento que você deve comprovar o 
máximo de ideias do desenvolvimento que puder. Assim, você poderá 
optar por exemplos, autoridades e provas. Não importa de quais formas 
se valerá para compor sua defesa. O importante é que sua redação 
estará firmemente desenvolvida e muito bem argumentada. 
Mas, Júnia? E assuntos específicos? Se forem objeto de alguma 
proposta temática, eles seguem essa mesma linha de defesa? 
Seguem sim! O que você fará será empregar esses mecanismos de 
comprovação a cada resposta que der sobre determinado assunto. 
Por certo, diante de um tema que aborde, por exemplo, Direito 
Constitucional, será comum o candidato recorrer às leis ou à própria 
Constituição Federal. Assim, para esse tipo temático o argumento de 
autoridade é o mais indicado. 
Ex.: 
No caso em tela, não há que se discutir a competência da Polícia Civil 
para realizar a ação. Mas, havendo necessidade de repressão uniforme desses 
crimes, já que eles transpassam vários entes federados, é válido esclarecer que 
poderá o Departamento de Polícia Federal (DPF) investigar tais delitos. Essa 
competência do DPF está claramente presente no art. 144 da Constituição 
Federal. Segundo a referida norma, além de o DPF apurar crimes contra a 
União, caberá ao Departamento também apurar práticas criminosas 
interestaduais que exijam repressão uniforme. 
 
COMO CONCLUIR O TEXTO 
 Num texto especialmente feito em concursos para a ocupação de 
vagas públicas, a confecção da conclusão deve levar em conta dois 
aspectos importantes: a confirmação do ponto de vista inicial (se este foi 
pedido pelo tema) e o resumo das ideias principais do texto. É 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
exatamente isso que deve haver numa conclusão. É óbvio que você 
possa pensar que o texto ficaria um tanto repetitivo. Mas há como 
contornar a cansativa repetição: para tal, basta apenas mudar as 
palavras, trocá-las por sinônimos. Na conclusão, essa prática é saudável. 
Você só não deve fazer isso na introdução, porque neste parte reside o 
resgate temático. 
 O que não pode haver numa conclusão? 
• Perguntas em aberto. Jamais! 
• Subjetividade, ou seja, frases de efeito, ou frases que pendem para 
o emocional. 
Exemplo: Portanto, para se alcançar a tão sonhada paz, será 
preciso... 
O termo “a tão sonhada” é impróprio para a conclusão, porque 
remete ao emocional, ao poético. 
O certo é usar a formalidade e a simplificada que cabe a este tipo 
textual: Portanto, para se alcançar a paz, será preciso... 
***** 
 Na aula 02, você irá notar como tudo o que explicamos aqui 
funciona em textos inteiros. Será uma aula que conterá praticamente o 
mapa do desenvolvimento textual. Por isso, deve ser estudada com 
carinho! 
 Bom, agora nós vamos abordar os aspectos gramaticais mais 
importantes para a composição textual. 
 É bom você compreenda que alguns aspectos mencionados aqui 
são pertinentes ao texto, ou seja, no contexto as palavras ganham outra 
dimensão e importância. 
Por isso, determinadas regras que são vistas em cursos de 
português para a prova objetiva, aqui podem ser propostas também no 
plano estilístico, ou seja, no plano das escolhas acerca do que seria 
melhor para o tipo de texto que vamos desenvolver. 
GRAMATICALIDADE TEXTUAL 
Aqui, minha meta não é lecionar gramática como faço nos cursos 
em que trabalho com português para a prova objetiva. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
A gramática aqui tem a função precípua de ter suas regras 
contextualizadas e adaptadas para a exigência de cada banca 
examinadora. 
Não quero com isso dizer que existe uma gramática para A ou B. 
Mas é fato que examinadores da FCC, por exemplo, têm suas manias, 
enxergam mais determinados erros cometidos numa área doportuguês. 
Já examinadores do Cespe são versados, por exemplo, em verificar a 
coesão entre as partes textuais, por isso valorizam tanto o uso de 
conectores e outros nexos frasais. 
Assim, o que vamos estudar aqui são aquelas falhas comuns, que 
alunos da seara dos tribunais sempre cometem e que, por essa razão, 
tornam suas falhas presas comuns para o olhar hábil dos examinadores 
da FCC. 
 
Os Aspectos Formais 
 
1º - Letra: precisa ser legível. Não importa se é cursiva, se é 
escrita em forma ou se vocês misturam letras. Elas precisam ser legíveis. 
2º - acentos e demais sinais gráficos: também devem ser todos 
muito claros. Assim, desenhe a vírgula com correção e os acentos 
também. Não deixe dúvidas quanto ao emprego dos sinais gráficos. 
3º- rasura: basta riscar a palavra incorreta e redigir em seguida sua 
grafia correta. 
4º - divisão silábica: se for dividir sílabas, use hífen. A gente não 
usa “underline” (traço abaixo da sílaba) no português. 
É muito importante evitar a cacofonia: aquela divisão silábica que 
gera uma leitura desagradável ou que induz o leitor a compreender um 
significado prévio, diferente do que se quer escrever ao final. 
Exemplo: 
Cu- 
 
riosidade. 
a. Também não deixe sobrar apenas uma vogal na divisão. 
a- 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
manhece. 
 
5º letra maiúscula: não usamos letra maiúscula após dois pontos ou 
após ponto e vírgula, ressalvados os casos em que o nome for próprio. 
• Cargos e órgãos especificados são grafados com maiúsculas: 
Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal de Contas da União, 
Presidente Dilma Rousself etc. 
• Siglas são grafadas com todas as letras maiúsculas e sem 
pontinhos entre elas: TST, TRE, ONU etc. 
• Acrônimos (siglas que viraram palavras) são grafados apenas com 
inicial maiúscula: Petrobras, Mdic, Ibama, Cemig etc. 
Já que falamos em siglas, evite usá-las sem, num primeiro uso, 
acompanhá-las do nome extensivo. A melhor forma de empregar siglas é 
a seguinte: Tribunal Superior do Trabalho (TST) 
Depois desse acompanhamento, usa-se normalmente a sigla, ao 
longo do texto. 
 
 
Os Aspectos Gramaticais 
 
 Aqui está o maior número de erros gramaticais facilmente 
cometidos em prova: 
Concordância Verbal 
• SUJEITO DISTANTE DO VERBO 
Prefira fazer frases curtas, que ocupem no máximo apenas três 
linhas. Isso ajudará você a perder a relação sujeito e verbo. 
Exemplo: 
a) O desfrute dos amigos e da família, na sociedade 
contemporânea, é coisa rara hoje. 
 
Perceba que o núcleo é “desfrute”, mas, sem querer, envolvidos 
pela conjunção aditiva E, poderemos no distrair e levar o verbo 
para o plural. 
 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
• VERBOS TER E VIR 
 O plural desses verbos sempre confunde os redatores. Sua forma 
de expressão correta é 
Eles têm/eles vêm 
 
• VERBOS IMPESSOAIS 
Se forem usar o verbo HAVER ou FAZER, indicando tempo 
decorrido ou fenômeno natural, usem-nos no singular. 
Exemplos: 
Faz anos que o país deixou de investir com seriedade em 
educação. 
A reforma do Estado começou há alguns anos. 
Vale uma observação: se empregarem o verbo HAVER no sentido 
acima, vocês devem tomar o devido cuidado para não empregarem 
a forma redundante “atrás”. Esse advérbio só pode ser empregado, 
quando não há o verbo haver. 
 O verbo TRATAR-SE é outro impessoal que deve ser empregado 
apenas no singular. Mas, como se trata de um verbo que induz vocês a 
erro, recomendo usar sinônimos dele. Assim, usem CONSISTE, 
SIGNIFICA, É etc. Mas não usem “trata-se”. 
 
• Verbos pronominais 
São aqueles verbos que possuem partícula SE. Numa dissertação, a 
gente usa muito tais formas verbais. Sendo assim, é preciso ter 
cuidado com a concordância. 
Portanto, um teste simples ajudará a perceber se a aplicação do verbo 
foi correta: vale tentar reescrever a frase. Se for possível, 
estabeleceremos a concordância. Se não o for, o verbo deverá 
obrigatoriamente ficar no singular. 
Exemplos: 
Constroem-se prédios de luxo na capital 
 
= 
Prédios de luxo são construídos (apareceu o plural!) 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Portanto, a frase original estava correta (constroem-se) 
 
 Vive-se bem nas urbes pequenas. 
 
 Nesse caso, a gente não consegue reescrever a frase. O verbo, 
então, ficará no singular. 
 
Concordância nominal 
 Alguns casos de concordância nominal, situação em que, 
geralmente, o adjetivo concorda com o substantivo da frase, geram 
dúvidas. Vamos a eles: 
 
• é bom, é necessário, é proibido, etc. 
 Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo vier 
precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis. 
 Exemplos: 
a. É necessário crase neste a. 
b. É necessária a crase neste a. 
 
Caso 2 – alerta 
 Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no 
singular. 
Exemplo: os candidatos devem estar alerta para a mudança da 
data da prova. 
 
Caso 3 – milhar 
Milhar e milhão são expressões masculinas. 
Assim, dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”. 
 
Regência verbal 
 Vez ou outra ocorre de o candidato ter dúvidas quanto ao emprego 
da preposição para alguns verbos. 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 Nas redações para concursos, os verbos que geram tal dúvida são 
praticamente estes: assistir, visar, lembrar, implicar, acarretar. 
 Assistir 
• Quando tal verbo traz o sentido de ver, presenciar, ele deverá ser 
empregado com preposição “a”. 
Ex.: assiste-se hoje a manifestações contra o governo. 
Visar 
• Com o sentido de desejar, almejar, o verbo visar solicita 
preposição: 
A Polícia visa à contratação de novos agentes. 
• Mas, se for seguido de outro verbo, o verbo “visar” poderá 
dispensar a preposição: 
A Polícia visa contratar novos agentes. 
 
Lembrar/esquecer 
• sem o pronome, tais verbos não recebem preposição. Exemplo: 
lembramos a regra durante a prova. 
• Com o pronome, tais verbos exigirão preposição. Exemplo: 
lembramo-nos da regra durante a prova. 
 
Implicar/acarretar 
• o verbo acarretar nunca deverá ser seguido de preposição. E 
o verbo implicar, quando indica o mesmo sentido de 
acarretar, também não poderá vir preposicionado. Exemplo: 
as leis acarretam segurança social./as leis implicam 
segurança social. 
• Numa boa, recomendo usar um sinônimo no lugar de implicar 
e acarretar. Se sentirem insegurança quanto à regência 
desses verbos, use o verbo GERAR ou RESULTAR, pois a 
regência é sempre mais simples e mais popular do que a dos 
demais verbos. 
 
 
Emprego da Crase 
 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Aqui vamos fazer uma pequena revisão sobre o uso da crase, o que é 
comum tanto para provas objetivas quanto para provas discursivas: 
casos de ocorrência da crase 
Como a crase é, na maioria dos casos, fruto de uma relação de 
regência. O primeiro que devemos fazer é observar se há algum nome, 
exigindo a preposição A. Em seguida, devemos observar a possibilidade 
de existir outro A, ao qual a preposição A irá se fundir, para formar o que 
chamamos “crase”. 
Exemplos: 
a. No combate à prática de crimes... (o combate A + A (artigo def. 
feminino) 
b. ...destinado àquele mesmo padrão. (destinado A + A do pronome 
AQUELE)Casos em que não deve haver crase 
 Vale lembrar que não se usa crase nos seguintes casos: 
a. Antes de verbo: a partir de hoje,... 
b. Antes de masculino: a prazo, a despeito de, ... 
c. Entre palavras repetidas: dia a dia, cara a cara, ponta a ponta,... 
d. Antes de artigo indefinido: refere-se a uma lei... 
e. Antes de pronomes indefinidos: cada, toda, nenhuma, alguma, 
certas, qualquer etc. 
f. Antes de pronomes em geral: esta, essa, ela, V. Exa., etc. 
 
Casos em que a crase possui emprego facultativo 
Antes de possessivos femininos no singular: refere-se a sua ideia = 
refere-se à sua ideia. 
• Se a palavra feminina estiver no plural, haverá crase 
somente se antes dela vier o artigo definido também no 
plural. Exemplo: refere-se a leis federais/refere-se às leis 
federais. 
• Reiterando: cuidado com UMA, TODA, CADA, ESTA, ESSA. 
Tais formas não recebem crase! 
 
 
 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Emprego de pronomes 
 
a. O pronome ONDE é empregado apenas para referência a lugar. 
Sendo assim, como seu uso é restrito, recomendo um sinônimo 
seguro: EM QUE. 
b. MESMO: não use “o mesmo”, “a mesma”. É jargão!!! Usem ELE, 
ELA, ESTE, ESTA. 
 
Colocação de pronomes oblíquos átonos 
 
a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou 
conjunção subordinativa, antecipe o oblíquo para que ele possa 
estar em posição de próclise. Exemplos: 
• Estes se dividem em dois grupos. 
• Não se deixou abater pelas denúncias. 
• Certamente se comprometeria... 
• Embora se opusesse ao grupo,... 
b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no início 
de frases. Exemplos: 
• Conquistaria-se o poder...(errado) 
• Assim, se manifestando....(errado) 
 
Correto: conquistar-se-ia o poder... / Assim, manifestando-se... 
 
Pontuação 
 Faça frases curtas. Isso ajuda você a não gastar vírgula em vão. 
Sempre que aplicar a vírgula, ressalvados os casos a seguir, faça o 
seguinte teste: leia frase e pare na vírgula. Se o que leu possuir sentido, 
a vírgula está correta. Se interromper o sentido, vírgula errada. 
 
 Agora, é legal empregar vírgula depois de expressões adverbiais, 
tais como as seguintes: Além disso, ...; Portanto (e outras 
conclusivas),...; No entanto,...Sendo assim,... 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
 Se empregar a expressão POR EXEMPLO, use uma vírgula antes e 
depois dessa expressão. 
 Jamais use o sinal de dois pontos, sem antes empregar um 
pronome catafórico, ou seja, um pronome que anuncie a enumeração ou 
explicação. Exemplos: ...como o seguinte:... ou ...como estas:... 
 Agora, jamais use ponto final antes de POIS e de GERÚNDIO, 
principalmente quando o gerúndio estiver continuando a frase. 
 
Os Aspectos Textuais 
 
Agora vamos abordar um conjunto de erros gramaticais que podem 
até alterar o sentido do que o candidato previa para o texto. Para este 
último aspecto, vale manter o gás e centrar-se nos estudos: 
 
As conjunções 
 
Causais: na medida em que e porquanto são conjunções com o valor 
de PORQUE. O problema é que muita gente se equivoca com a grafia 
delas. Assim, recomendamos que você use os bons e velhos “porque, 
pois, já que”. 
a. Concessivas: posto que é concessiva. Jamais use posto que para 
dar sentido de porque!!! 
b. Finais: para e a fim de (que) são as duas, praticamente, únicas 
conjunções finais. O cuidado está no uso da final “a fim de que”, 
cuja grafia correta é essa, em que o “a” fica separado do “fim”. 
c. Adversativas (mas, porém, no entanto, entretanto, contudo, 
todavia): não há problemas sérios com o uso de adversativas. No 
entanto, é bom usar vírgula depois delas! 
d. Usem conjunções conclusivas para finalizar a redação! Essas 
conjunções deixam bem claro para o examinador que seu texto 
entrou na reta final. 
São conclusivas as seguintes conjunções: portanto, por 
conseguinte, logo, por isso etc. Usem vírgula depois delas, ok. 
• ”Diante do exposto” é típico de texto narrativo. Essa 
expressão deve ser evitada nas dissertações! 
 
DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I 
PROFA. JÚNIA ANDRADE 
Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 
Pronomes anafóricos 
 
 Assunto de extrema importância! Sempre que forem se remeter à 
frase (ideia anterior), usem as formas pronominais esse, essa, isso, 
fazendo-se a devida concordância. 
Exemplo: houve críticas ao programa social. Isso gerou sua 
interrupção. 
Por outro lado, se forem fazer referência a nome isolado, usem este, 
esta. 
Exemplo: houver críticas ao programa social. Este não atendia 
efetivamente as camadas mais pobres. 
 
Vocabulário 
 
Pessoal, evitem usar estes termos, porque vocês podem cometer 
erros, por desconhecimento ou por desatenção: onde, o mesmo, 
tratar-se, carta magna, dentre, posto que, diante do exposto, 
acima, abaixo, mister, hodiernamente. 
Se forem usar termos latinos ou estrangeiros, usem aspas. 
 
Bom, com isso, vimos os aspectos principais da microestrutura. 
Nosso trabalho agora será aplicar os conhecimentos na redação. 
Abraço a todos e até mais! 
Júnia Andrade

Outros materiais