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DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Aula 01 Olá! Como você já deve saber, esta é a aula que sustenta a base de sua discursiva nos concursos da FCC. É muito importante que você leia esta aula com cuidado e anote tudo o que considerar estrategicamente essencial para fazer o efeito desejado, de acordo com a sua característica textual. Há alunos, por exemplo, que têm mais dificuldades para levar ao texto mais informações. Ou seja, são objetivos demais e precisam aprender a “ganhar linhas”. Há outros que fazem justamente ao contrário: escrevem muito e, com isso, não conseguem emitir informações claras e objetivas. Na aula, o norte é seguir o que sempre gerou resultados positivos nas provas da FCC e atualizá-los sobre as cobranças dos examinadores hoje. Sim, as cobranças mudam de perfil ano a ano. São sutilezas que definem os cinco pontos a mais que seu concorrente conseguiu e, talvez, você, não. Então, concentre-se nesta leitura, anote o que for significativo e já vá esquematizando a estrutura dos sonhos para que a prova da FCC possa ser feita de maneira ágil, porém segura. É TRADIÇÃO NA DISCURSIVA DA FCC ACERTAR OS SEGUINTES PONTOS 1º - Ser bem objetivo e apresentar soluções logo no início do texto é muito importante. Não retarde resposta alguma; seja bem objetivo! 2º - Escrever com clareza: evite brincar com o vocabulário para não criar incoerências entre a linguagem e seus argumentos. Quanto mais você simplifica a linguagem, menos você se arrisca. 3º - letra legível: não importa se você usa letra cursiva, letra de forma, se suas letras se misturam. O importante é deixar os sinais gráficos bem às claras e cuidar da aparência das letras para evitar confusões. Os DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br examinadores da FCC não costumam se esforçar para entender que seu A não é um O. 4º - Além da introdução e da conclusão, no desenvolvimento prefira trabalhar com três parágrafos argumentativos. Raramente alguém consegue nota boa com dois ou com um parágrafo. 5º - Jamais escolha o meio termo quando houver uma polêmica. Adote uma posição e a defenda com rigor e com comprovações. 6º - Título é opção. A maioria das pessoas nem o empregam nas suas redações. 7º - A folha definitiva costuma ser menor do que a folha de rascunho. É quase imperceptível, mas é uma estratégia comum da banca para desespero dos candidatos que correm contra o tempo. Assim, para uma redação cujo máximo são trinta linhas, faça um rascunho com vinte e sete para que o conteúdo caiba na folha definitiva. AS COBRANÇAS ATUAIS DA FCC: O QUE 2012 RESERVA NAS AVALIAÇÕES. 1º - Seja bem objetivo e claro, ainda nas primeiras linhas da introdução. Quanto mais rápido você se posicionar diante do tema, melhor. E isso deve ser feito já nas linhas 01 e 02. 2º- Não faça parágrafos com menos de quatro linhas, principalmente na introdução e na conclusão. O ideal é que eles meçam entre 4 a 8 linhas. 3º - Não se arrisque! Trabalhe com a estrutura padrão: introdução + três defesas (três parágrafos) + conclusão. 4º - Cuidado com a redação do A maiúsculo. Seja ele cursivo ou feito em letra de forma, use a forma maiúscula correta. Assim, não use o “a” minúsculo grandinho, para que ele possa simbolizar o maiúsculo. 5º- não escreva menos de 26 linhas quando o máximo for 30. Nas últimas correções, os examinadores valorizaram redações que aproveitaram mais o papel. Amanhã... DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br AS ESCOLHAS DE TEMAS DA FCC HOJE Retirando os cargos cujas discursivas se voltam para o desenvolvimento de respostas que atestam a habilidade dos candidatos para a confecção de textos pautados em conhecimentos específicos, as escolhas temáticas da FCC, quando são pertinentes aos conhecimentos gerais, permeiam duas searas: 1º - De cunho filosófico: estimulam a formação do discurso analítico que avalia a conduta humana, nos tempos modernos, a mudança nos costumes, nas leis etc. 2º - De cunho atual: trata-se de temas mais fáceis, mais objetos, que tendem a recortar acontecimentos bem recentes que foram notícias em diversas áreas: as inovações nas leis, a vida e as novas tecnologias, a crise econômica, o papel social da mulher, o poder e a corrupção, a sustentabilidade etc. A banca é bem objetiva na oferta de temas: geralmente, há um pequeno texto-base, seguido de uma frase que será o mote para a proposta temática. LEIA O TEMA CUIDADOSAMENTE! O fato de a FCC ser muito objetiva não quer dizer que seus temas não possam oferecer “armadilhas”. É certo que estas não ocorrem sempre, mas vez ou outra surpreendem quem compreende erroneamente o que foi proposto. Para estender este cuidado, vou me valer de temas feitos pela FCC e até os elaborados por outras bancas, cujos enunciados também confundiram alguns redatores. Vejamos: há duas formas comuns para um concurso cobrar atualidades. Uma forma, a mais tradicional, é compor um tema em frase ou expressão única. Este tema pode ser precedido de um texto informativo. Mas, cuidado! Muita gente não prioriza o tema e fica, por isso, presa ao texto informativo. Veja o exemplo seguinte: DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br TEMA 01 No Brasil, trabalho infantil é qualquer trabalho exercido por criança e adolescente com menos de 16 anos, exceto na condição de aprendiz, e é proibido por lei. Os programas de aprendizagem, cujo objetivo é facilitar a formação técnico-profissional de adolescentes a partir dos 14 anos, devem atender a uma série de condições específicas, de modo a garantir que esse trabalho não prejudique o cotidiano e a vida escolar do jovem. (Fundação Promenino) Considerando o texto acima como meramente motivador, disserte, de modo fundamentado e claro, sobre o seguinte tema: Formas degradantes de exploração da força de trabalho no século XXI Observando bem a proposta acima, notamos que o texto informativo aborda o conceito de trabalho infantil e explica como esse trabalho pode ser feito de modo legalizado. Mas o tema não é bem este! O tema pede “formas degradantes de...trabalho”. Veja que o tema está no plural “formas”, ou seja, se fizermos uma redação cuja abordagem seja o trabalho infantil, por certo, não teremos uma boa redação, pois nos centramos sobre uma única forma de trabalho. Compreendeu? O texto, nesse caso, foi proposto para iludir o redator. Desatento, o redator vincula o trabalho degradante à ideia única de trabalho infantil. Nesse caso, ele abordará parcialmente o tema, já que explorou apenas uma forma de trabalho degradante. O que seria o correto? Abordar, pelo menos, duas formas de trabalho degradante. Assim, se temos duas formas, já estamos cumprindo o plural. Concorda comigo? Mas, você já sabe que na FCC, como os examinadores gostam, melhor mesmo é abordar TRÊS formas de trabalho degradante. Assim, não ficamos em dívida com a argumentação. Por exemplo: poderíamos abordar o trabalho infantil sim. Quanto a isso, não haveria problemas; mas poderíamos também abordar o trabalho análogo ao escravo ou, simplesmente, o trabalho escravo. Já teríamos aí o cumprimento mínimo do tema. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Então, regra nº1: não confunda texto informativo com tema! O tema é a frase ou expressão que segue este texto.Vamos a mais um exemplo: Tema 02 Elabore um texto dissertativo, objetivo e fundamentando, inspirando-se na charge acima. Dê a seu texto o seguinte título: Controle dos Poderes: abuso competência ou necessidade democrática? Lembro-me deste tema como se fosse hoje: muita reclamação de alunos que juraram ter elaborado uma boa redação. Mas não o fizeram. Por quê? O tema se volta para “controle de poderes”. Mas, como à época, ficou muito famosa a briga do CNJ, representada por Eliana Calmon, com alguns juízes, que queriam diminuir os poderes do Conselho, muita gente fez a redação, pensando no caso CNJ. Mas leia atentamente o tema... Ele fala alguma coisa específica sobe o Conselho Nacional de Justiça? Não! Ele vai além! DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Ora, como o CNJ é um órgão de controle, ele poderia ser um dos exemplos da redação, mas não o motivo da redação inteira. Vamos a mais problemas referentes aos riscos de má leitura do tema... Tema 03 - PRF/2009 Veja bem, a banca enrolou, contou uma história, etc. e tal, mas o pedido ocorre mesmo a partir do grifo que expus no texto. Perceba que é ali, no grifo, que aparece o verbo no imperativo (redija), solicitando o pedido temático. Então? Era para se fazer uma história da vítima, em primeira pessoa? Não!!! Mas, por que, Júnia, ele nos pede para ocuparmos o posicionamento argumentativo da vítima? Por exemplo, você contrata um advogado para falar por você em juízo. Ele fala em primeira pessoa? Óbvio que não! DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Ele transforma os seus sentimentos, os seus desejos em um linguajar jurídico, ele contextualiza, a partir dos instrumentos de comunicação dele, seu ensejo. Compreende? Assim, o que os redatores daquele concurso deveriam ter feito é abordar o “Respeito às leis, como via de mão única”, a partir da linguagem e da modalidade do concurso, que, pelo enunciado, se vê claramente que é “texto dissertativo”. Viu? Ninguém falou em narração. O que deveria ter ocorrido seria o desenvolvimento de uma dissertação que defendesse o respeito às leis. Ora, no lugar de uma vítima de acidente, o que se faz é defender o respeito às leis como única saída para se evitar os excessos no trânsito. Concorda? Por exemplo, se o redator optasse por falar que “não, há outras vias... para se conter a violência no trânsito...” ou “ não, nem sempre é preciso obedecer às leis...”, ele não se posicionaria no lugar da vítima para defender suas ideias. É como aquele caso do advogado de que falei. O advogado dará à vontade de seu cliente um linguajar jurídico, próprio para aquele âmbito. Ele não irá incorporar a alma do cliente como numa sessão espírita e narrar tudo em primeira pessoa. Portanto, se você não quer deslizar por esta falha, grife o pedido temático. Assim, você redigirá exatamente sobre o que consta no imperativo: o respeito às leis como via de mão única. Vamos a outro perigo temático: Tema 04 - FCC/ TRF 5ª R DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Quero que você tenha muito cuidado na FCC, ao se posicionar. Quando a banca propuser duas opiniões e pedir seu ponto de vista, JAMAIS concorde com as duas, mesmo que parcialmente. Escolha um caminho a seguir e o defenda eficazmente. Muita gente erra a escolha e faz um posicionamento neutro, porque não sabe a diferença entre as modalidades textuais seguintes: a dissertação expositiva e a dissertação argumentativa. É um assunto sério, que despertou certa polêmica na semana passada, por exemplo, a partir da divulgação das notas provisórias da redação pertinente ao concurso do ISS-BH. Vou contar o caso e entro no assunto. Como de praxe, logo que se divulgam os resultados provisórios de um concurso, minha caixa de e-mails enche. Há quem venha agradecer, feliz, por ter passado no concurso e há quem venha pedir “socorro”, por conta de uma nota da qual discorda. Aí recebo mensagens de ex-alunos e de outros candidatos que seguem em busca de uma resposta para saber o porquê de uma reprovação indesejada. Bom, o tema da redação do ISS foi muito simples e posso resumi- lo da seguinte forma: Ambição: boa ou má? Era isso! Muita gente foi desclassificada. Por que isso aconteceu? A maioria dos redatores, como de costume, apostou no meio termo, ou seja, a ambição tem seu lado ruim, mas pode também ser benéfica. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Pois bem, quem ficou “em cima do muro” errou. Perdeu nota em argumentação, não obstante o excelente texto que possa ter desenvolvido. A banca errou em sua avaliação? Não! No enunciado do tema, havia o pedido para se desenvolver uma dissertação argumentativa (=opinativa) sobre o tema. Vejamos: o que é argumentar? Argumentar é tomar partido, defender uma tese, uma opinião. Se argumentar é isso, então, eu, como redatora, NÃO posso ficar “em cima do muro”. Se opto pelo meio termo, eu não argumento, mas apenas exponho conhecimento. Daí haver outro tipo de dissertação: a expositiva ou informativa. Esta ocorre naquelas situações em que o enunciado não quer saber minha OPINIÃO, meu POSICIONAMENTO, minha ARGUMENTAÇÃO. Na dissertação expositiva, sou livre para dissertar livremente sobre o caso apresentado. Posso apresentar um lado da moeda ou até mesmo os dois. Mas na dissertação ARGUMENTATIVA, maioria das escolhas das bancas, tenho de eleger um caminho e ser fiel a ele, em todo o texto. Não posso em nenhum momento abrir possibilidades de o lado B ser verdadeiro, se quero defender, com eficácia, o lado A. Noutros tempos, na era colegial ou vestibular, muitos professores diziam o seguinte: escolha o meio termo, pois assim você não será radical em sua defesa... Alto lá! Radicalismo é outra coisa: é defender o indefensável. É acreditar no lado A, sem ter como provar isso. Aí é radicalismo, porque você não convence. Agora, pensemos num exemplo corriqueiro: um advogado, ao defender seu cliente, cria a prova de que este é, por exemplo, inocente. Imaginemos: pode este advogado assumir num só momento que ele poderia ser culpado? De modo algum!!! DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Ele é inocente, por causa de X e Y. Ou seja, a tese é esta e as provas estão sobre a mesa. Então, cuidado com enunciados que querem a POSIÇÃO, a ARGUMENTAÇÃO, a DEFESA, a OPINIÃO de vocês. Escolham um lado da questão e defendam-no com rigor de provas cabíveis e convincentes. Bom, vimos que às vezes o texto, a imagem, as frases podem servir de pretexto para que tenhamos nossa leitura desviada do tema. Mas, mais raramente, existem temas que podem, sim, se centrar sobre o texto informativo. Não é muito comum esta prática. Mas, para não deixarmos nada passar em branco, vale analisar um caso desses: TEMA 05 - FCC Considere a situação abaixo descrita: Alguns funcionários de uma empresa combinam almoçar juntos. Sentam- se à mesa do restaurante, fazem seus pedidos e cada um tira seu celular do bolso ou da bolsa. Conversando ao celular, fazem sua rápida refeição, pagam estendendo o cartão ao garçom e lado a lado, ainda ao celular, retornam à empresa. Essa situação pode ser vista, ou não, como emblemática da vida contemporânea. Redija umtexto dissertativo acerca dessa questão. Veja que a frase em negrito que comanda a questão está vinculada, por meio do pronome demonstrativo “essa”, à situação descrita no texto acima. Nesse caso, o texto vai além do papel meramente informativo. Ele é um dos componentes do tema, sobre o qual o redator irá se debruçar para compor um texto dissertativo. Aliás, mais adiante, vamos compreender exatamente o que é um texto dissertativo, o que será importante até para se compreender exatamente como desenvolver uma redação a partir desse tipo temático. A conclusão que se extrai desse trecho da aula é a seguinte: só vamos aproveitar o texto informativo se o enunciado da questão nos pedir claramente para aproveitá-lo. Por outro lado, a informação “texto meramente motivador” já deixa bastante claro que não podemos nos remeter à situação textual. Nesse caso, nosso tema será exposto, por exemplo, em forma de frase ou expressão que seguirá o referido texto. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br COMO INTRODUZIR O ASSUNTO Afora do estudo de caso, que pede um resumo logo na entrada do texto, há formas diversificadas de o aluno compor uma introdução. Aqui no curso, como o ideal é ser objetivo, vou mostrar uma que seria a mais eficaz: a introdução feita com o máximo de objetividade possível. Para tal, cada introdução que eu mostrar aqui será precedida de um tema. Vamos a elas! Tema 07 As manias “feias” do brasileiro são vistas por muitos sob óticas diversas. Há quem diga que a malandragem, apoiada no intento de sempre levar vantagem, é característica de um povo que nasceu colonizado, explorado e formado por culturas também problemáticas. Também há quem veja este aspecto da brasilidade como um efeito comum a qualquer homem, que em muito pouco ou em nada se deve a aspectos de colonização ou de formação étnica. Tendo o texto acima como motivador, disserte, de modo fundamentado, dando sua opinião sobre o seguinte tema: A malandragem não é tipicamente brasileira Introdução 01 É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira. Ela faz parte da condição humana, não sendo, por isso, exclusiva de um povo. Ações que desobedecem à moralidade e à ética para que um leve alguma vantagem sobre os demais sempre existiram na história da humanidade. Isso explica as guerras, os variados tipos de crime e a corrupção. Introdução 02 Cada povo tem sua característica. Italianos são vistos como emotivos, os alemães, como frios e racionais. Já para os brasileiros sobrou a malandragem. Esta característica traz aspectos bons e ruins. Ora está para situações em que o brasileiro fere o direito alheio, ora está para ocasiões que a esperteza é sinal de sobrevivência num país de contradições socioeconômicas. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br ***** Percebam que cada uma dessas introduções traz um ponto de vista sobre o fato de “a malandragem ser tipicamente brasileira”: o primeiro discorda do tema, e o segundo concorda com ele. No entanto, ambos têm um ponto em comum: são objetivos. O que comprova isso é o fato de eles apresentarem ainda para as primeiras linhas do texto o termo central do tema - “malandragem”. Comparando os dois tipos de introdução, notamos que a primeira é mais objetiva que a segunda. Naturalmente, por isso a primeira é um tipo de introdução mais eficiente. Aqui chegamos ao ponto central do assunto: objetividade. Sempre que for introduzir um assunto, comece pelas palavras do próprio tema. Posicione-se com relação a ele, se houver um pedido de temático para esse fim, exponha, mesmo que indiretamente, um claro ponto de vista, conforme fez nosso redator da introdução 01: É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira. Depois estenda o assunto. Você pode ganhar linhas na introdução, já que ela não pode se reduzir a duas ou três linhas, com o adiantamento de parte do que irá desenvolver. Isso faz com que o texto apresente palavras que não serão vãs. Assim, você aproveita o texto mais objetivamente, sem sair do assunto em si. Além desses fatores, é bom cuidar do seguinte: � Hoje, as bancas não aceitam introduções gerais: é preciso ir direto ao ponto temático. Portanto, nada de fazer um histórico sobre o tema a ser tratado pelo texto. A FCC não perdoa redações com introdução que não seja objetivamente elaborada para atender o assunto principal. � Introduções curtas ou longas também não são bem-vindas: procure montar parágrafos dosados, que ocupem entre 4 a 7 linhas, por exemplo. Já falamos isso, mas repito, porque é uma das falhas mais comuns em concurso. � Começar o texto com perguntas: evite isso. Apesar de ser uma prática comum nos vestibulares, a FCC não vê com “bons olhos” a proposição ou a reiteração de perguntas. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Assim, quando for introduzir um texto, vá diretamente ao tema, recuperando palavras-chaves do tema. Evite trabalhar com sinônimos ainda na abertura do texto. Vejamos parte a parte da “introdução 01”: É fato que a malandragem não é tipicamente brasileira. Posicionamento claro e objetividade quanto à abordagem temática. Ela faz parte da condição humana, não sendo, por isso, exclusiva de um povo. Período seguinte: explicação para o posicionamento inicial. Ações que desobedecem à moralidade e à ética para que um leve alguma vantagem sobre os demais sempre existiram na história da humanidade. Extensão da explicação sobre o posicionamento. Isso explica as guerras, os variados tipos de crime e a corrupção. Conclusão sobre as explicações dadas anteriormente. COMO DEFENDER UMA IDEIA Depois da introdução, virão elementos típicos da defesa textual. Para fazer um bom desenvolvimento, o ideal é que esquematizemos as ideias de defesa e as provas para tal, antes mesmo de rascunhar o texto. Como será feito isso? Devemos anotar em frases simples as ideias que empregaremos para defender nossa tese introdutória. Por exemplo: suponhamos que nos cobrem aquele tema sobre formas degradantes de trabalho. Assim, num cantinho da prova (não na folha definitiva), podemos anotar algumas sugestões de desenvolvimento: � o trabalho infantil como forma de exploração da força de trabalho. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br � O trabalho análogo à condição de escravo que ainda existe no Brasil. � A exploração da mão de obra feminina a que é atribuída um salário menor que o do homem, no desempenho da mesma função. De posse dessas ideias, vamos acrescentar ao nosso esquema mecanismos de comprovação. O que são esses mecanismos de comprovação? Nos concursos, não podemos dissertar livremente sobre um assunto, a partir de nossas ideias, exclusivamente, pessoais. É importante que elas possam estar aliadas a uma fonte de comprovação. Esta pode ser executada a partir dos seguintes tipos argumentativos: � Exemplos são estratégias excelentes de defesa. Mas exemplificar significa citar um fato singular, ocorrido. O exemplo pode ser extraído da mídia escrita ou televisiva. Ele não pode ser uma suposição. Ele deve ter sido ou deve ser um acontecimento real. Ex.: O trabalho análogo à condição de escravo ainda existe no Brasil. Em São Paulo, em 2011 a fiscalização encontrou pessoas, trabalhando em condições subumanas. Tais trabalhadores costuravam por horas extenuantes peças de roupas para lojasde renome, como as do grupo Zara. Percebam que no grifo foi introduzido um exemplo, citado amplamente pela mídia. Com a exemplificação, o texto adquire um caráter mais formal, mais científico. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br � Autoridade: este é um tipo argumentativo bastante empregado em redações para concursos. Por autoridade, compreendem-se as leis ou aspectos de uma determinada legislação, referências ao ponto de vista de especialistas ou de professores especialistas sobre o que é tratado no texto. Ex.: Há também no Brasil a exploração da mão de obra feminina a que é atribuída um salário menor que o do homem, no desempenho da mesma função. Para a professora Déborah Paiva, especialista em Direito do Trabalhado, essa realidade está sendo transformada, pois cada vez mais o Estado tem criado mecanismos que garantem a igualdade entre homens e mulheres. Poderíamos ter também o seguinte: Há também no Brasil a exploração da mão de obra feminina a que é atribuída um salário menor que o do homem, no desempenho da mesma função. Essa realidade está sendo transformada, pois a Constituição Federal, ao igualar homens e mulheres, tem servido de instrumento para que o Estado crie mecanismos que possibilitem o cumprimento dessa igualdade. Veja que montei um exemplo originário de uma autoridade pessoal e um exemplo originário de uma autoridade legal. Na FCC, trabalhar com defesa baseada em autoridade faz muito bem à redação. Muita gente se queixa de que não consegue comprovar ideias durante a prova. Mas, o mecanismo para isso é muito simples. Veja quantas autoridades sobre, por exemplo, “educação” há no país! DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Poderíamos nos referir ao Ministro da Educação, ao Secretário da Educação do nosso estado; a um pedagogo importante, ao prefeito, ao governador e mesmo à Presidente da República, visto que todas essas autoridades têm alguma opinião manifestada sobre “educação”. E aí você talvez se pergunte: mas como vou lembrar algo que tenha sido dito por qualquer dessas autoridades sobre “educação”. Veja bem o seguinte: você não vai copiar e colar algo que tais autoridades tenham dito. Você irá compor com suas ideias algo que tenha pertinência com a filosofia ou com o ponto de vista sobre a educação dessas autoridades. Por exemplo: ficaria estranho dizer que a Presidente da República considere pertinente o fato de o homem ganhar mais que a mulher na sociedade atual. Mas, se você diz que a Presidente da República considera necessário que mulheres e homens tenham seus vencimentos equiparados na sociedade atual, você compõe algo coerente com a posição pública da Presidente Dilma. � Prova concreta: este tipo de argumento requer pesquisa. Ele se baseia na apresentação de números, resultados de pesquisa, de preferência oficiais. Trata-se de uma forma argumentativa altamente eficaz, pois a informação é mais precisa, mais concreta. A única liberdade que o redator tem, ao optar por essa forma argumentativa, é arredondar os números, por meio de um “cerca de”, “perto de”, por exemplo. Ex.: O trabalho infantil é uma das formas de exploração da força de trabalho. Apesar de proibido por lei, estima-se que no Brasil cerca de 5 milhões de crianças e adolescentes estejam sendo exploradas como força de trabalho. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Conforme expliquei, é bom que você use no seu texto algum mecanismo de comprovação. E acrescento que você deve comprovar o máximo de ideias do desenvolvimento que puder. Assim, você poderá optar por exemplos, autoridades e provas. Não importa de quais formas se valerá para compor sua defesa. O importante é que sua redação estará firmemente desenvolvida e muito bem argumentada. Mas, Júnia? E assuntos específicos? Se forem objeto de alguma proposta temática, eles seguem essa mesma linha de defesa? Seguem sim! O que você fará será empregar esses mecanismos de comprovação a cada resposta que der sobre determinado assunto. Por certo, diante de um tema que aborde, por exemplo, Direito Constitucional, será comum o candidato recorrer às leis ou à própria Constituição Federal. Assim, para esse tipo temático o argumento de autoridade é o mais indicado. Ex.: No caso em tela, não há que se discutir a competência da Polícia Civil para realizar a ação. Mas, havendo necessidade de repressão uniforme desses crimes, já que eles transpassam vários entes federados, é válido esclarecer que poderá o Departamento de Polícia Federal (DPF) investigar tais delitos. Essa competência do DPF está claramente presente no art. 144 da Constituição Federal. Segundo a referida norma, além de o DPF apurar crimes contra a União, caberá ao Departamento também apurar práticas criminosas interestaduais que exijam repressão uniforme. COMO CONCLUIR O TEXTO Num texto especialmente feito em concursos para a ocupação de vagas públicas, a confecção da conclusão deve levar em conta dois aspectos importantes: a confirmação do ponto de vista inicial (se este foi pedido pelo tema) e o resumo das ideias principais do texto. É DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br exatamente isso que deve haver numa conclusão. É óbvio que você possa pensar que o texto ficaria um tanto repetitivo. Mas há como contornar a cansativa repetição: para tal, basta apenas mudar as palavras, trocá-las por sinônimos. Na conclusão, essa prática é saudável. Você só não deve fazer isso na introdução, porque neste parte reside o resgate temático. O que não pode haver numa conclusão? • Perguntas em aberto. Jamais! • Subjetividade, ou seja, frases de efeito, ou frases que pendem para o emocional. Exemplo: Portanto, para se alcançar a tão sonhada paz, será preciso... O termo “a tão sonhada” é impróprio para a conclusão, porque remete ao emocional, ao poético. O certo é usar a formalidade e a simplificada que cabe a este tipo textual: Portanto, para se alcançar a paz, será preciso... ***** Na aula 02, você irá notar como tudo o que explicamos aqui funciona em textos inteiros. Será uma aula que conterá praticamente o mapa do desenvolvimento textual. Por isso, deve ser estudada com carinho! Bom, agora nós vamos abordar os aspectos gramaticais mais importantes para a composição textual. É bom você compreenda que alguns aspectos mencionados aqui são pertinentes ao texto, ou seja, no contexto as palavras ganham outra dimensão e importância. Por isso, determinadas regras que são vistas em cursos de português para a prova objetiva, aqui podem ser propostas também no plano estilístico, ou seja, no plano das escolhas acerca do que seria melhor para o tipo de texto que vamos desenvolver. GRAMATICALIDADE TEXTUAL Aqui, minha meta não é lecionar gramática como faço nos cursos em que trabalho com português para a prova objetiva. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br A gramática aqui tem a função precípua de ter suas regras contextualizadas e adaptadas para a exigência de cada banca examinadora. Não quero com isso dizer que existe uma gramática para A ou B. Mas é fato que examinadores da FCC, por exemplo, têm suas manias, enxergam mais determinados erros cometidos numa área doportuguês. Já examinadores do Cespe são versados, por exemplo, em verificar a coesão entre as partes textuais, por isso valorizam tanto o uso de conectores e outros nexos frasais. Assim, o que vamos estudar aqui são aquelas falhas comuns, que alunos da seara dos tribunais sempre cometem e que, por essa razão, tornam suas falhas presas comuns para o olhar hábil dos examinadores da FCC. Os Aspectos Formais 1º - Letra: precisa ser legível. Não importa se é cursiva, se é escrita em forma ou se vocês misturam letras. Elas precisam ser legíveis. 2º - acentos e demais sinais gráficos: também devem ser todos muito claros. Assim, desenhe a vírgula com correção e os acentos também. Não deixe dúvidas quanto ao emprego dos sinais gráficos. 3º- rasura: basta riscar a palavra incorreta e redigir em seguida sua grafia correta. 4º - divisão silábica: se for dividir sílabas, use hífen. A gente não usa “underline” (traço abaixo da sílaba) no português. É muito importante evitar a cacofonia: aquela divisão silábica que gera uma leitura desagradável ou que induz o leitor a compreender um significado prévio, diferente do que se quer escrever ao final. Exemplo: Cu- riosidade. a. Também não deixe sobrar apenas uma vogal na divisão. a- DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br manhece. 5º letra maiúscula: não usamos letra maiúscula após dois pontos ou após ponto e vírgula, ressalvados os casos em que o nome for próprio. • Cargos e órgãos especificados são grafados com maiúsculas: Tribunal Superior do Trabalho, Tribunal de Contas da União, Presidente Dilma Rousself etc. • Siglas são grafadas com todas as letras maiúsculas e sem pontinhos entre elas: TST, TRE, ONU etc. • Acrônimos (siglas que viraram palavras) são grafados apenas com inicial maiúscula: Petrobras, Mdic, Ibama, Cemig etc. Já que falamos em siglas, evite usá-las sem, num primeiro uso, acompanhá-las do nome extensivo. A melhor forma de empregar siglas é a seguinte: Tribunal Superior do Trabalho (TST) Depois desse acompanhamento, usa-se normalmente a sigla, ao longo do texto. Os Aspectos Gramaticais Aqui está o maior número de erros gramaticais facilmente cometidos em prova: Concordância Verbal • SUJEITO DISTANTE DO VERBO Prefira fazer frases curtas, que ocupem no máximo apenas três linhas. Isso ajudará você a perder a relação sujeito e verbo. Exemplo: a) O desfrute dos amigos e da família, na sociedade contemporânea, é coisa rara hoje. Perceba que o núcleo é “desfrute”, mas, sem querer, envolvidos pela conjunção aditiva E, poderemos no distrair e levar o verbo para o plural. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br • VERBOS TER E VIR O plural desses verbos sempre confunde os redatores. Sua forma de expressão correta é Eles têm/eles vêm • VERBOS IMPESSOAIS Se forem usar o verbo HAVER ou FAZER, indicando tempo decorrido ou fenômeno natural, usem-nos no singular. Exemplos: Faz anos que o país deixou de investir com seriedade em educação. A reforma do Estado começou há alguns anos. Vale uma observação: se empregarem o verbo HAVER no sentido acima, vocês devem tomar o devido cuidado para não empregarem a forma redundante “atrás”. Esse advérbio só pode ser empregado, quando não há o verbo haver. O verbo TRATAR-SE é outro impessoal que deve ser empregado apenas no singular. Mas, como se trata de um verbo que induz vocês a erro, recomendo usar sinônimos dele. Assim, usem CONSISTE, SIGNIFICA, É etc. Mas não usem “trata-se”. • Verbos pronominais São aqueles verbos que possuem partícula SE. Numa dissertação, a gente usa muito tais formas verbais. Sendo assim, é preciso ter cuidado com a concordância. Portanto, um teste simples ajudará a perceber se a aplicação do verbo foi correta: vale tentar reescrever a frase. Se for possível, estabeleceremos a concordância. Se não o for, o verbo deverá obrigatoriamente ficar no singular. Exemplos: Constroem-se prédios de luxo na capital = Prédios de luxo são construídos (apareceu o plural!) DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Portanto, a frase original estava correta (constroem-se) Vive-se bem nas urbes pequenas. Nesse caso, a gente não consegue reescrever a frase. O verbo, então, ficará no singular. Concordância nominal Alguns casos de concordância nominal, situação em que, geralmente, o adjetivo concorda com o substantivo da frase, geram dúvidas. Vamos a eles: • é bom, é necessário, é proibido, etc. Tais expressões estabelecerão concordância, se o substantivo vier precedido de artigo. Do contrário, permanecerão invariáveis. Exemplos: a. É necessário crase neste a. b. É necessária a crase neste a. Caso 2 – alerta Alerta é advérbio; por isso, deverá ser empregado sempre no singular. Exemplo: os candidatos devem estar alerta para a mudança da data da prova. Caso 3 – milhar Milhar e milhão são expressões masculinas. Assim, dizemos “alguns milhares de mulheres protestaram”. Regência verbal Vez ou outra ocorre de o candidato ter dúvidas quanto ao emprego da preposição para alguns verbos. DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Nas redações para concursos, os verbos que geram tal dúvida são praticamente estes: assistir, visar, lembrar, implicar, acarretar. Assistir • Quando tal verbo traz o sentido de ver, presenciar, ele deverá ser empregado com preposição “a”. Ex.: assiste-se hoje a manifestações contra o governo. Visar • Com o sentido de desejar, almejar, o verbo visar solicita preposição: A Polícia visa à contratação de novos agentes. • Mas, se for seguido de outro verbo, o verbo “visar” poderá dispensar a preposição: A Polícia visa contratar novos agentes. Lembrar/esquecer • sem o pronome, tais verbos não recebem preposição. Exemplo: lembramos a regra durante a prova. • Com o pronome, tais verbos exigirão preposição. Exemplo: lembramo-nos da regra durante a prova. Implicar/acarretar • o verbo acarretar nunca deverá ser seguido de preposição. E o verbo implicar, quando indica o mesmo sentido de acarretar, também não poderá vir preposicionado. Exemplo: as leis acarretam segurança social./as leis implicam segurança social. • Numa boa, recomendo usar um sinônimo no lugar de implicar e acarretar. Se sentirem insegurança quanto à regência desses verbos, use o verbo GERAR ou RESULTAR, pois a regência é sempre mais simples e mais popular do que a dos demais verbos. Emprego da Crase DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Aqui vamos fazer uma pequena revisão sobre o uso da crase, o que é comum tanto para provas objetivas quanto para provas discursivas: casos de ocorrência da crase Como a crase é, na maioria dos casos, fruto de uma relação de regência. O primeiro que devemos fazer é observar se há algum nome, exigindo a preposição A. Em seguida, devemos observar a possibilidade de existir outro A, ao qual a preposição A irá se fundir, para formar o que chamamos “crase”. Exemplos: a. No combate à prática de crimes... (o combate A + A (artigo def. feminino) b. ...destinado àquele mesmo padrão. (destinado A + A do pronome AQUELE)Casos em que não deve haver crase Vale lembrar que não se usa crase nos seguintes casos: a. Antes de verbo: a partir de hoje,... b. Antes de masculino: a prazo, a despeito de, ... c. Entre palavras repetidas: dia a dia, cara a cara, ponta a ponta,... d. Antes de artigo indefinido: refere-se a uma lei... e. Antes de pronomes indefinidos: cada, toda, nenhuma, alguma, certas, qualquer etc. f. Antes de pronomes em geral: esta, essa, ela, V. Exa., etc. Casos em que a crase possui emprego facultativo Antes de possessivos femininos no singular: refere-se a sua ideia = refere-se à sua ideia. • Se a palavra feminina estiver no plural, haverá crase somente se antes dela vier o artigo definido também no plural. Exemplo: refere-se a leis federais/refere-se às leis federais. • Reiterando: cuidado com UMA, TODA, CADA, ESTA, ESSA. Tais formas não recebem crase! DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Emprego de pronomes a. O pronome ONDE é empregado apenas para referência a lugar. Sendo assim, como seu uso é restrito, recomendo um sinônimo seguro: EM QUE. b. MESMO: não use “o mesmo”, “a mesma”. É jargão!!! Usem ELE, ELA, ESTE, ESTA. Colocação de pronomes oblíquos átonos a. Quando antes do verbo houver outro pronome, advérbio ou conjunção subordinativa, antecipe o oblíquo para que ele possa estar em posição de próclise. Exemplos: • Estes se dividem em dois grupos. • Não se deixou abater pelas denúncias. • Certamente se comprometeria... • Embora se opusesse ao grupo,... b. Não use pronome oblíquo átono após qualquer futuro ou no início de frases. Exemplos: • Conquistaria-se o poder...(errado) • Assim, se manifestando....(errado) Correto: conquistar-se-ia o poder... / Assim, manifestando-se... Pontuação Faça frases curtas. Isso ajuda você a não gastar vírgula em vão. Sempre que aplicar a vírgula, ressalvados os casos a seguir, faça o seguinte teste: leia frase e pare na vírgula. Se o que leu possuir sentido, a vírgula está correta. Se interromper o sentido, vírgula errada. Agora, é legal empregar vírgula depois de expressões adverbiais, tais como as seguintes: Além disso, ...; Portanto (e outras conclusivas),...; No entanto,...Sendo assim,... DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Se empregar a expressão POR EXEMPLO, use uma vírgula antes e depois dessa expressão. Jamais use o sinal de dois pontos, sem antes empregar um pronome catafórico, ou seja, um pronome que anuncie a enumeração ou explicação. Exemplos: ...como o seguinte:... ou ...como estas:... Agora, jamais use ponto final antes de POIS e de GERÚNDIO, principalmente quando o gerúndio estiver continuando a frase. Os Aspectos Textuais Agora vamos abordar um conjunto de erros gramaticais que podem até alterar o sentido do que o candidato previa para o texto. Para este último aspecto, vale manter o gás e centrar-se nos estudos: As conjunções Causais: na medida em que e porquanto são conjunções com o valor de PORQUE. O problema é que muita gente se equivoca com a grafia delas. Assim, recomendamos que você use os bons e velhos “porque, pois, já que”. a. Concessivas: posto que é concessiva. Jamais use posto que para dar sentido de porque!!! b. Finais: para e a fim de (que) são as duas, praticamente, únicas conjunções finais. O cuidado está no uso da final “a fim de que”, cuja grafia correta é essa, em que o “a” fica separado do “fim”. c. Adversativas (mas, porém, no entanto, entretanto, contudo, todavia): não há problemas sérios com o uso de adversativas. No entanto, é bom usar vírgula depois delas! d. Usem conjunções conclusivas para finalizar a redação! Essas conjunções deixam bem claro para o examinador que seu texto entrou na reta final. São conclusivas as seguintes conjunções: portanto, por conseguinte, logo, por isso etc. Usem vírgula depois delas, ok. • ”Diante do exposto” é típico de texto narrativo. Essa expressão deve ser evitada nas dissertações! DISCURSIVA PARA O TST – DISCURSIVA I PROFA. JÚNIA ANDRADE Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br Pronomes anafóricos Assunto de extrema importância! Sempre que forem se remeter à frase (ideia anterior), usem as formas pronominais esse, essa, isso, fazendo-se a devida concordância. Exemplo: houve críticas ao programa social. Isso gerou sua interrupção. Por outro lado, se forem fazer referência a nome isolado, usem este, esta. Exemplo: houver críticas ao programa social. Este não atendia efetivamente as camadas mais pobres. Vocabulário Pessoal, evitem usar estes termos, porque vocês podem cometer erros, por desconhecimento ou por desatenção: onde, o mesmo, tratar-se, carta magna, dentre, posto que, diante do exposto, acima, abaixo, mister, hodiernamente. Se forem usar termos latinos ou estrangeiros, usem aspas. Bom, com isso, vimos os aspectos principais da microestrutura. Nosso trabalho agora será aplicar os conhecimentos na redação. Abraço a todos e até mais! Júnia Andrade
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