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CADERNO DIREITO ADMINISTRATIVO I

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DIREITO ADMINISTRATIVO I
Cintia Barudi
Bibliografia:
Hely Lopes Meirelles - Ed. Malheiros
Maria Sylvia Zanella di Pietro - Ed. Atlas
Celso Antônio Bandeira de Melo - Ed. Malheiros
Odete Medauar - Ed. R.T.
Diógenes Gasparini - Ed. Saraiva
REGIMENTAL: 05/10/2015
10/08/2015
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
A administração é exercida por:
Executivo - principal ator da administração pública. Sua função típica é administrar, gerir o bem público.
Legislativo - Sua função típica é legislar e controlar, porém atipicamente administra. Ex: Cuidar de seus funcionários concedendo férias, licenças, aposentadorias, etc.
Judiciário - Função típica de julgar, aplicar a lei ao caso concreto e, atipicamente, administra quando realiza uma compra (através de licitação) buscando um bem com menor preço, gerando economia para os cofres públicos.
O Direito Administrativo é um ramo do Direito Público por excelência que compreende um conjunto de princípios e normas que estuda a Administração Pública (Executivo, Legislativo e Judiciário), seus órgãos públicos, suas pessoas jurídicas, os agentes que integram a sua estrutura, bem como a atividade que ela desenvolve e os bens de que se utiliza para atingir fins de natureza pública.
O que significa dizer que o Direito Administrativo é ramo do direito público.
 E					
 P
1 - Estado em supremacia - Interesse público é superior ao interesse privado.
Ex: Desapropriação
2 - E			P
 Estado em igualdade frente ao particular - Esta igualdade é relativa, pois sempre que o Estado está se igualando ao particular isso não é absoluto; mesmo que tenha somente um mercado para concorrer ele não pode fugir das regras. Ex: Contratação de efetivos - somente por concurso público; Compras - somente por licitação.
Ex: Banco do Brasil - Banco estatal tentando se igualar aos bancos privados, melhorando o mercado.
CONSIDERAÇÕES:
1 - Um ramo pertence ao direito público quando o Estado está em um dos polos da relação em supremacia
2 - Um ramo pertence ao direito privado quando ele regula as relações entre particulares
3 - Quando o Estado está em um dos polos da relação jurídica, numa relação de pseudo igualdade, o regime jurídico é considerado híbrido (pois embora esteja exercendo atividade particular tem que cumprir normas estatais - licitação, concurso público, etc.).
16/08/2015
PRERROGATIVAS E RESTRIÇÕES
O regime jurídico do Direito Administrativo é regido por Prerrogativas e Restrições.
	PRERROGATIVAS
	RESTRIÇÕES
	Existem justamente pelo princípio da supremacia do interesse público sobre o privado
(princípio doutrinário)
Prazos mais dilatados
	Princípio da indisponibilidade do interesse público pelo administrador
(princípio doutrinário)
O Regime Jurídico está representado na relação:
E
P
O Estado pode relacionar-se com uma "pseudo" igualdade, assim, não deixa de ter poder, porém não os usa; mas as restrições nunca deixarão de se fazer presentes em seus atos.
Ex 1: Desapropriação - Poder + Restrições (Tem que indenizar)
Ex 2: Banco do Brasil - Tem poder público, mas não os usa. Tem restrições e não pode abrir mão (licitação, concurso público)
Em resumo: A administração pode abrir mão de seu poder (ou prerrogativas), mas nunca das restrições
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS - ART. 37 "caput", CF
L egalidade
I mpessoalidade
M oralidade
P ublicidade
E ficiência
LEGALIDADE - voltada, endereçada ao administrador, que só pode fazer o que a lei determina. Diferente da legalidade para o civil, que pode fazer ou deixar de fazer algo que a lei não proíba.
IMPESSOALIDADE - Segundo Maria Sylvia Z. de Pietro:
Para com os administrados
Para com a própria administração - art. 37, §1º, CF
MORALIDADE - Moral ligada à administração. Honestidade, boa fé, etc.
Um ato pode ser: 	ilegal + imoral
			legal + imoral
Para a doutrina majoritária o ato, embora legal, mas imoral, pode ser anulado.
PUBLICIDADE - Os atos da administração devem ser divulgados amplamente. A administração deve ter transparência em seus atos.
A exceção (o sigilo) só é admitido quando: 
Sigilo da fonte por motivo profissional. Ex: Jornalista e sua fonte (anônima).
XXXIII - Restrição à informação que cause prejuízo à sociedade
LX - Sigilo processual quanto à intimidade da pessoa.
EFICIÊNCIA - Emenda Constitucional nº 19/98 - Está ligado à prestação de serviço público. Deve ser econômico, rápido. O tratamento deve ser feito com urbanidade (gentileza). Com esta emenda a administração pública deixa de ser burocrática para ser gerencial, buscando metas e procurando a eficiência do setor privado.
24/08/2015
OUTROS PRINCÍPIOS
Art. 111 – Constituição Paulista
RAZOABILIDADE – O administrador deve tomar medidas com bom senso
PROPORCIONALIDADE – O administrador deve respeitar a proporção entre meios e fins, não indo além nem aquém do necessário interesse público.
MOTIVAÇÃO – Pressupostos de fato e de direito. Ex: apreensão de mercadorias vencidas
	Fato: Apreensão das mercadorias vencidas
	Direito: Base legal - Conforme lei nº...., art. ....
Em alguns casos pode o administrador não motivar (quando a lei permitir), porém, mesmo nestes casos, deve a motivação ser adequada sob pena de nulidade.
FINALIDADE – O administrador deve buscar o fim público
INTERESSE PÚBLICO – É um desdobramento do interesse público sobre o privado.
AUTO TUTELA – Súmula 473 – A administração se autocontrola, faz controle do que ela mesma pratica. Controle do superior pelo subordinado.
CONTINUIDADE – Relacionado a serviços essenciais ligados à dignidade da pessoa humana.
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E SEUS DOIS SENTIDOS
1 – SENTIDO OBJETIVO OU MATERIAL
2 – SENTIDO SUBJETIVO OU ORGÂNICO
SENTIDO OBJETIVO OU MATERIAL
É a atividade concreta e imediata que o Estado desenvolve, sob regime jurídico de direito público, para a consecução dos interesses coletivos.
Diz-se no sentido de função, quais as suas atividades.
Serviço público
Fomento
Poder de polícia (ou polícia administrativa)
Intervenção no domínio econômico
Agencificação
SERVIÇO PÚBLICO
É toda atividade material prestada pelo Estado direta ou indiretamente prevista em lei e regida por um regime jurídico predominantemente público. Hoje em dia cada vez mais os serviços são delegados aos particulares. O único serviço público que não pode ser delegado é a segurança.
O serviço público e suas áreas são definidos por lei.
FOMENTO
É toda atividade de incentivo às atividades privadas que são relevantes ao interesse público. Ex: condições especiais para construção de hotéis.
PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA
É toda atividade de restrição imposta ao direito de propriedade e a determinados direitos fundamentais para que haja um bem estar social.
INTERVENÇÃO NO DOMÍNIO PÚBLICO (Art. 173 CF)
O poder público exerce uma atividade privada na intervenção no domínio econômico - art. 173 CF.
Ex: Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal.
AGENCIFICAÇÃO
Uma nova modalidade Estatal. O Estado, ao fazer as privatizações, cria agências de controle e regulação para fiscalizar os serviços agora prestados por agentes privados. Ex: ANEEL, ANATEL, ANTT, etc.
2 – SENTIDO SUBJETIVO OU ORGÂNICO
É o conjunto de agentes, órgãos e entidades designados para executar atividades administrativas.
Administração no sentido subjetivo ou orgânico
Órgãos públicos
Pessoas Jurídicas
Agentes públicos
ÓRGÃOS PÚBLICOS – Administração direta
CentralizadaUnião
Estados e Distrito Federal
Municípios
Ex: O MEC é um órgão da União
Órgão não é pessoa jurídica!
Conceito: Órgão Público é um centro de competência que é criado por lei e destituído de personalidade jurídica.
A Administração Direta corresponde à prestação dos serviços públicos diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos.
Desconcentração é quando há divisão de tarefas para estes órgãos.
CLASSIFICAÇÃO DOS ÓRGÃOS PÚBLICOS
a – Quanto à hierarquia:
b – Quanto à composição
Órgãos singulares – Único agente público
Órgãos colegiados – Mais de um agente público
EXEMPLOS: Juiz – órgãoúnico
		TJ’s – órgão colegiado
c – Quanto à estrutura
Órgão simples
Órgão composto
PESSOA JURÍDICA: A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA INDIRETA
Indireto é o serviço prestado por pessoa jurídica criada pelo poder público para exercer tal atividade.
O DF, a União, Estado, município passam a fazer a administração indireta através da DESCENTRALIZAÇÃO.
Esta descentralização é funcional, através de:
Autarquias	
Fundações públicas
Empresas públicas
Sociedade de economia mista
Agências
AUTARQUIA
Toda autarquia é criada por LEI ESPECÍFICA para exercer as suas prerrogativas que serão funções típicas e exclusivas do Estado. São Pessoas Jurídicas de Direito Público.
FUNDAÇÃO
Pessoa Jurídica de Direito Público que não tem a finalidade de lucro, ou seja: se houver o lucro, este deve ser aplicado na própria fundação.
As fundações públicas são entidades integrantes da administração pública INDIRETA, formadas por um patrimônio personalizado destacado por um fundador (neste caso, vinculado a uma das esferas do governo que a fundou). É AUTORIZADA a sua criação por lei específica (art. 37, XIX – CF) e as suas áreas de atuação são definidas em LEI COMPLEMENTAR.
EMPRESAS PÚBLICAS
São Pessoas Jurídicas de Direito PRIVADO, integrantes da administração pública indireta que exercem funções atípicas.
São autorizadas por lei específica a funcionar como prestadoras de serviços públicos ou exploradoras de atividade econômica. Além desta autorização é necessário o registro dos seus estatutos sociais no cartório público competente (Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas).
Podem ser prestadoras de serviço público, exercendo atividades essenciais – CORREIOS e INFRAERO.
Também podem ser exploradoras de atividade comercial – CEF
SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
São empresas com personalidade jurídica de direito PRIVADO que exercem função atípica. As normas que incidem nestas entidades são, em sua maioria de direito privado. 
Estas entidades terão necessariamente a forma societária de S/A.
07/09/2015 - FERIADO
14/09/2015
EMPRESAS ESTATAIS 
É a sociedade de economia mista com empresa pública. Elas são criadas para prestar serviços ou exercer atividade econômica.
1 - Empresas estatais exercendo serviço público – As empresas públicas e sociedades de economia mista quando prestam serviço público devem licitar – no caso, abrir processo de licitação.
2 – As empresas públicas e sociedade de economia mista quando prestadoras de serviço público possuem imunidades tributárias.
3 – Essas empresas estatais prestadoras de serviço público possuem uma responsabilidade objetiva pelos danos que seus agentes causarem a terceiros (art. 37, § 6º - CF).
4 – Os bens de uma prestadora de serviço público, desde que vinculadas ao serviço público, são considerados como se bens públicos fossem. 
Os bens públicos são inalienáveis, impenhoráveis.
EMPRESAS ESTATAIS EXERCENTES DE ATIVIDADE ECONÔMICA
As empresas públicas e sociedades de economia mista, quando exercem atividade econômica, em regra, não precisam licitar
As empresas estatais que exercem atividade econômica não tem imunidade tributária
A responsabilidade dessas empresas estatais quando exercem atividade econômica é regida pelas regras do código civil – em regra geral.
Os bens dessas empresas estatais que exercem atividade econômica são bens privados por exercer atividade econômica.
AGÊNCIAS
Agências Reguladoras – É uma autarquia de regime especial criada por lei específica para exercer a normatização e fiscalização de setores delegados à iniciativa privada. As agências também são pessoas de direito público. Toda agência terá um regime diferenciado no qual os dirigentes possuem imunidade no seu mandato.
Agências Executivas – É uma autarquia ou fundação pública já existente no ordenamento jurídico brasileiro e que ao celebrar contrato de gestão com o respectivo ministério e desde que cumpridas algumas condições legais ganham por ato do Presidente da República um título de agência executiva.
Não é uma entidade nova, pj nova. É apenas um título dado pelo governo a uma pj existente mostrando que ela é eficiente.
Ex: Inmetro e HC.
A importância do título é que dá maior autonomia: financeira, técnica, administrativa.
PESSOAS FÍSICAS
AGENTES PÚBLICOS – São todas as pessoas físicas que prestam serviços ao poder público ainda que temporariamente com ou sem vínculo empregatício, com ou sem remuneração paga pelos cofres públicos.
Agentes políticos – Aquele que tem função governamental – Presidente, governador, prefeito, deputados, senadores, vereadores, ministros de estado, secretários estaduais e municipais – Alguns são eleitos, outros nomeados.
Servidores públicos ou Servidor administrativo
	Servidores estatutários – Aquele que tem cargo, é concursado, ganha estabilidade (depois de passar por estágio probatório de 3 anos – garantia de permanência no cargo).
	Empregado público – Ocupa emprego público, concursado, regido pela CLT (não dispõe de estabilidade).
	Servidor temporário – Tem função temporária, contratado a prazo determinado. Ex: Sencionário do IBGE.
c) Particulares em colaboração com a administração
	Voluntários – Ex: Trabalhar na copa, olimpíadas, ajudante em situações de calamidade pública.
	Requisitados ou Honoríficos – Mesários, jurados.
	Delegados – Aquele que recebe uma função pública por uma delegação (Tradutores públicos, Conselheiros tutelares, Tabelião, escrevente de cartórios extrajudiciais).
Agentes militares 
Militar federal – Forças Armadas (Marinha, Exercito, Aeronáutica).
Militar Estadual – Policial Militar, bombeiro.
21/09/2015
PODERES DA ADMINISTRAÇÃO
PODERES 
DA 
ADMINISTRAÇÃO
Poder hierárquico
Poder disciplinar
Poder normativo
Poder de polícia
Poder hierárquico – é o poder que a Administração tem de distribuir as competências entre os diversos órgãos e agentes que compõe a sua estrutura, de maneira que haverá uma relação de coordenação entre órgãos e agentes da mesma hierarquia e de subordinação à hierarquia diferente.
Dentro da administração a estrutura é hierarquizada. O fato de ter superior hierárquico e subordinado.
CONSEQUÊNCIAS DA HIERARQUIA
	1 – Poder de dar ordens – Poder de dar ordens e dever de obediência às ordens legais.
	 2 – Poder de delegação de competência – O superior passa a competência a um subordinado. Só não pode delegar competência exclusiva e decisória; se a competência for privativa pode ser delegada.
	3 – Poder de avocação de competência – Chamar para si a competência do subordinado, desde que não seja exclusiva ou decisória do subordinado.
	4 – Autotutela – Súmula 473 STF – Autocontrole. Possibilidade do superior rever atos do subordinado (pode ser de ofício).
A administração pública pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e, ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial.
ANULAÇÃO
Atos ilegais
Efeito: 
ex 
tunc
 – Efeitos que contam da anulação até o momento inicial do ato.
REVOGAÇÃO
Atos legais
Efeito: 
ex 
nunc
 – Efeitos que contam da revogação para o futuro (daqui 
para a
 frente)
Ato que observa os critérios de conveniência e/ou oportunidade.
PODER DISCIPLINAR
Poder que a Administração tem de identificar uma infração administrativa, instaurar o devido processo administrativo e, ao final, atribuir ao infrator uma penalidade.
É um poder investigatório e ao mesmo tempo punitivo. Se ela aplica penalidade deve observar o Contraditório e Ampla Defesa.
CARACTERÍSTICA
	Discricionariedade – Margem de escolha que a lei concede ao administrador. Pode escolher a melhor sanção, punição mais adequada, mais razoável à infração cometida. (Infração leve, punição leve, infração moderada, punição moderada; infração grave, punição grave – assim como as modalidades de punições – Suspensão (10, 20, 30, 60 dias), desconto nos vencimentos, etc).28/09/2015
PODER NORMATIVO REGULAMENTAR
É um poder que a Administração tem de editar condutas gerais e abstratas para organização e seu funcionamento.
Ex: Portarias, Circulares.
DIREITO REGULAMENTAR
Direito Regulamentar não se confunde com Decreto Lei. 
Direito Regulamentar é um ato normativo de competência do chefe do Executivo Federal, Estadual ou Municipal, editado para dar execução à Lei.
PODER DE POLÍCIA JUDICIÁRIA
É o poder que a Administração tem de fiscalizar e punir toda violação à restrição, oposta aos nossos direitos fundamentais, afim de que haja um bem estar social (art. 78 CTN).
	Característica – Em regra é um poder discricionário, mas às vezes é um poder vinculado.
26/10/2015
ATO ADMINISTRATIVO
É uma declaração unilateral de vontade do estado ou de quem lhe faça as vezes editada com base na lei que produz efeitos jurídicos imediatos regida por um regime jurídico público e sempre sujeita a controle pelo poder judiciário.[1: Ato apenas de uma parte][2: Princípio da legalidade. Todo o ato administrativo é editado pela lei]
Não confundir
Ato administrativo
#
Ato da administração
“Todo o ato administrativo é um ato da administração, mas nem todo o ato da administração é ato administrativo.”
A lei é abstrata e generalizada, prevê a hipótese, o ato administrativo é concreto.
Todo ato administrativo é regido pelo regime jurídico público. Quando a administração edita o ato está exercendo o seu poder de supremacia.
Todo ato administrativo está sujeito pelo controle do poder judiciário. O controle não é absoluto, mas há controle.
CARACTERÍSTICAS DO ATO ADMINISTRATIVO 
Presunção de legalidade ou legitimidade – Todo ato administrativo, uma vez editado, presume-se legal
Presunção absoluta – onde não se admite prova em contrário
Presunção relativa – admite-se prova em contrário, investigação.
Presunção de veracidade – Presume-se que os FATOS que levaram o ato são verdadeiros. 
Exemplo: desapropriação para construir o metrô. Presume-se que a necessidade da desapropriação é verdadeira.
Imperatividade – Todo o ato administrativo é um ato de império, ou seja, o ato é imposto ao administrado e não depende da nossa concordância.
Autoexecutoriedade – Medidas de polícia – Possibilidade que a administração tem de executar uma medida, um ato, sem precisar de prévia autorização do poder judiciário.
Tipicidade – Para cada finalidade que a administração quer atingir há um ato típico previsto em lei.
Exemplo: se ela quer preservar um bem de valor histórico/cultural – Há o tombamento para a preservação de bens. Se a finalidade é retirar a propriedade para seu uso o ato é a desapropriação.
ELEMENTOS OU REQUISITOS DO ATO ADMINISTRATIVOS – 4717/65, Art. 2º.
Todo ato administrativo tem 5 elementos
Agente – Além de capaz tem que ser competente (aquele a quem se atribui determinado poder, atribuições previstas em lei para editar o ato adm.). É a lei que estabelece a competência.
Vícios de competência
Excesso de poder
 – vai além do permitido
Incompetência
 – Aquele que não pode realizar tal ato
Usurpação da função
 – além de vício, é um crime. É aquele que não é agente público, mas pratica atos como se fora – o ato é tido como 
inexistente
Função de fato
 – ocorre quando a pessoa é agente público, mas foi investido na função de maneira irregular. Ex: agente que está exercendo sua função, mas em seu concurso foi constatado um defeito. Os atos são considerados 
válidos
, pelo princípio da boa fé.
Objeto – Lícito (segundo a lei), possível (no mundo material ou jurídico), determinado (não pode ser genérico) ou determinável e moral (pelo princípio da moralidade, com ética, honestidade, bons costumes). Se houver vício no objeto a nulidade é absoluta.
Forma – Maneira pela qual o ato se exterioriza, se apresenta. Em regra é escrita para facilitar o controle. Pode ser verbal também, Exemplo: guarda de trânsito, que controla o trânsito verbalmente, ou as placas de trânsito.
Motivos – é o pressuposto de fato que leva a edição do ato. Exemplo: Tombamento de um imóvel. “A adm decide pelo tombamento do imóvel
Não confundir motivação com o motivo
	Motivação – elemento do ato administrativo pelo qual o administrador deve fundamentar a sua decisão
	Motivo - Princípio que rege a Administração e o motivo é sempre atingir o interesse público
Vícios sobre o motivo:
	Inexistência – Inventa um motivo que não existe
	Falsidade – mentira sobre o ato.
Teoria dos motivos determinantes – O motivo determina a validade de um ato. Se o motivo for falso ou inexistente não será válido.
Finalidade – é o resultado jurídico específico que o ato produz e que está previsto em lei. A pergunta é “para quê?”. É o interesse público que está sendo buscado.
	Vício:
	Desvio de finalidade – Quando o adm pratica o ato sem buscar o interesse público previsto em lei. É ato absolutamente nulo
Abuso de poder- o agente pode realizar de duas maneiras:
		Excesso de poder – Vício de competência
		Desvio de poder – Vício de finalidade
Gera NULIDADE ABSOLUTA do ato.
Todo abuso de poder é abuso de autoridade e todo abuso de autoridade é crime.
09/11/2015
CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
Quanto à liberdade de agir:
Ato Vinculado
Quando o administrador não tem margem de escolha, não tem margem de liberdade.
A lei já diz:
O agente competente
O Objeto
A Forma
A Finalidade
Os motivos
Objeto
Ato Discricionário
Quando há, segundo a lei, margem para o administrador agir.
Não confundir com a Arbitrariedade. O administrador não pode fazer o que quer. Tão somente faz o que a lei permite
Agente competente
Forma
Finalidade
Motivos
Objeto
No ato discricionário o motivo 
e/
ou o objeto estão em aberto. É do MÉRITO ADMINISTRATIVO. São elementos do ato sobres os quais recaem o poder de escolha do administrador
Requisitos em 
Aberto
Quando o administrador tem discricionariedade ele avalia a conveniência e oportunidade para atender o interesse público.
Exemplo: Utilização de conceitos jurídicos indeterminados – O administrador tem que analisar a pobreza do beneficiário do ato. Pobreza é um conceito jurídico indeterminado. Depende de análise do caso concreto.
A própria expressão Interesse público também é indeterminado. É um termo amplíssimo onde cabe muitas interpretações.
Na autorização de porte de arma. O objeto é o próprio porte. A autorização do porte pode ser negado ou não, pois é um ato discricionário.
No caso de remoção do servidor público por necessidade de serviço. O elemento a ser analisado, o MOTIVO estará sujeito ao MÉRITO.
CONTROLE DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
1 - CONTROLE FEITO PELA ADMINISTRAÇÃO – Decorre do PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA. Podendo agir:
De ofício
Mediante provocação
Autotutela pode:
	Anular – Quando há atos ilegais eles são anuláveis – ex tunc – Pode anular ato vinculado como Ato Discricionário.
	Revogar – Quando há atos legais eles são revogáveis – ex nunc – São atos inconvenientes ou inoportuno ao interesse público. Somente atos discricionários é que podem ser revogados. Não existe revogação de ato vinculado
2 – CONTROLE FEITO PELO JUDICIÁRIO
Esse controle decorre da INAFASTABILIDADE DA APRECIAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO.
O judiciário para agir deve provocar (princípio da inércia). 
Pode anular atos ilegais – efeito ex tunc – anula tanto ato vinculado como ato discricionário.
O Judiciário NÃO REVOGA ato administrativo.
O controle do judiciário é quanto a LEGALIDADE. Independente de ser discricionário ou vinculado o judiciário pode anulá-lo se verificar a ilegalidade do ato.
EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
	1 – PELA PRODUÇÃO DOS EFEITOS
Todo ato é editado para produzir efeito. Uma vez que o efeito é produzido o ato se extingue.
	2 – PELO DESAPARECIMENTO DO AGENTE OU OBJETO
Desaparecimento do objeto – é incendiado o imóvel que seria tombado.
Desaparecimento do agente – o beneficiário, funcionário público, falece, não usufruindode licença prêmio.
	3 – PELA RETIDADA DO ATO
A administração pratica um ato para retirar os efeitos de um outro.
Anulação – É a retirada de um ato administrativo ilegal com efeitos retroativos feita pela Administração ou pelo Judiciário que se refere a atos Discricionários e Vinculados.
Revogação – é a retirada de um ato administrativo inconveniente ou inoportuno ao interesse público com efeitos que não retroagem (ex nunc) feita pela Administração (e só por ela) e que se refere apenas a ato Discricionário.
Cassação – é a retirada de um ato Vinculado porque o seu beneficiário deixou de cumprir as condições legais. A cassação é sempre para ato vinculado. Não existe para ato discricionário.
Ex: Construção – Para construir é necessário uma licença, que é ato vinculado. Se a construção não seguir os padrões ali descritos a licença é cassada
Caducidade – é a retirada de um ato administrativo pela superveniência de uma legislação que torna impossível uma situação antes permitida.
Em termos menos técnicos, é a mudança da lei que antes permitia e com uma nova lei a permissão é extinta.
Contraposição – é a retirada de um ato administrativo por outro de efeito contraposto ao primeiro.
A adm pratica um ato que tem um efeito x, e o segundo tem efeito y.
Exemplo: Agente quando entra em cargo público ocorre a nomeação. Ao sair, o ato administrativo é o de Exoneração. Um ato contrapõe o outro.
4 – RENÚNCIA
A renúncia ocorre quando a pessoa abre mão das vantagens do ato e por consequência esse ato se extingue.
Exemplo: A pessoa é nomeada a Ministro de Estado. Quando há a desistência há uma RENÚNCIA e assim as vantagens do cargo são extintas.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO (ART. 36, 37 CF)
É o dever que o Estado tem de indenizar os danos que seus agentes, nesta 	qualidade, causarem a terceiros.
Toda a vez que um agente estatal, agindo nessa qualidade, causar um dano a outrem, é o dever do Estado indenizar.
A responsabilidade é objetiva – não depende de dolo ou culpa do agente.
A Teoria do Risco Administrativo fundamenta a responsabilidade objetiva. É por força desta teoria que o Estado corre um risco em sua atividade e responde pelo mesmo.
Por esta teoria a administração pode provar por excludentes que não há culpa.
EXCLUDENTES
	Caso fortuito e força maior
Força maior
Caso fortuito
Cuidado: Chuva. Caso o Estado tivesse que agir para inibir o impacto responde objetivamente.
	Culpa exclusiva da vítima
Se a culpa for concorrente não exclui.
Exemplo: A vítima atravessa a rua apressadamente para pegar ônibus quando é atropelada por viatura do Estado. Atenua a culpa, mas não a excluiu.
	Fato ou culpa de terceiro
De difícil configuração. Detento que mata detento.
Estas três hipóteses rompem o nexo causal.
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. 
1 – A ação deve ser proposta contra a Pessoa de Direito Público, ou seja, contra a União, Estado, DF, Município, Autarquia e Fundação.
2 – A ação será proposta perante a Pessoa Jurídica de Direito Privado prestadora de serviço público. Somente respondem objetivamente se estiverem prestando serviço público.
3 – As pessoas jurídicas de direito Privado que exercem atividade econômica respondem com base no Código Civil.
4 – A CF prevê duas regras no mesmo dispositivo: Uma responsabilidade objetiva do estado e uma responsabilidade subjetiva do agente.
RESPONSABILIDADE DO ESTADO POR ATOS DO JUDICIÁRIO E DO LEGISLATIVO
Em regra o Estado responde por atos do poder executivo. Daí decorre uma regra: Em regra o Estado não responde por atos do poder Judiciário e do poder Legislativo.
Exceções:
Legislativo – Sua função típica é elaborar leis. Mesmo que o legislativo elaborar uma lei e esta cause danos à população não podemos responsabilizar o Estado, salvo se essa lei já foi julgada pelo STF como inconstitucional através de um controle concentrado (controle abstrato).
Judiciário – As decisões judiciais não são passíveis de responsabilidade. A exceção está no art. 5º LXXV
LXXV - o Estado indenizará o condenado por erro judiciário, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença; 
	Erro judiciário – Condenação de inocente
	Preso além do tempo fixado na sentença
DIREITO ADMINISTRATIVO 
TEMA: RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL DO ESTADO
Noções introdutórias sobre o tema. 1º aspecto: a responsabilidade aqui tratada é a extracontratual ou também chamada aquiliana. Excluem-se as responsabilidades do Estado decorrentes do descumprimento de contrato, que deve ser analisada no capítulo referente aos contratos administrativos, que têm regulamentação própria e específica. 2º aspecto: é responsabilidade do “Estado”, como pessoa jurídica de direito público ou de direito privado quando prestadora de serviço público, compreendendo as três funções estatais, quais sejam, executiva, legislativa e judiciária, embora como mais adiante veremos, para esses dois últimos poderes a responsabilidade existe e somente incide em casos muito excepcionais. 3º aspecto: a responsabilidade no direito administrativo decorre não só de atos ilícitos, como ocorre no direito privado, mas de atos que, embora lícitos, causem a certas pessoas um ônus maior do que o imposto aos demais membros da sociedade. Ex: o exercício da atividade nuclear pelo Estado. 
Evolução. Para entendermos a responsabilidade objetiva adotada pela Constituição Federal de 1.988, é imprescindível entendermos a evolução do tema na história e no tempo. Regra da Irresponsabilidade. A regra adotada por muitos anos foi a da irresponsabilidade. Esta teoria foi adotada na época dos Estados absolutos e centralizadores. Estados centralizados e que dispunham de uma autoridade “incontestável” perante os súditos. Daí o princípio de que “o rei não pode errar” – “The King can do no wrong”. Qualquer responsabilidade atribuída ao Estado significaria colocá-lo no mesmo nível que seus súditos e isso feriria sua soberania. Esta teoria foi totalmente superada no século XIX. Teoria Civilista da culpa. Caminhou-se depois para a responsabilidade subjetiva baseada nas teorias civilistas já existentes. Ex: teoria dos atos de império e atos de gestão. Admitia-se a responsabilidade civil do Estado somente quando o prejuízo decorresse de atos de gestão. Nesta fase, os autores continuaram apegados à doutrina civilista aceitando a responsabilidade do Estado desde que demonstrada a culpa. A responsabilidade era, portanto, subjetiva, eis que baseada na idéia de culpa do agente público. Teorias publicistas. Houve a necessidade de criação de uma responsabilidade civil do Estado baseada em princípios próprios do direito público, e não com base no direito privado. Daí surgiram as 1ª teorias publicistas. São elas: a) teoria da culpa do serviço público ou da culpa anônima do serviço ou do acidente administrativo; b) teoria do risco que se desdobra em: teoria do risco administrativo e teoria do risco integral. A teoria da culpa do serviço público desvincula a idéia de culpa do agente público, passando a falar agora em culpa do serviço público, incidindo quando o serviço não funcionou (omissão), funcionou mal ou com atraso. Ocorrendo qualquer dessas hipóteses, há a culpa do serviço, de modo que incide a responsabilidade do Estado, independente da apreciação da culpa do funcionário. Ex: quando as chuvas provocam enchentes na cidade inundando casas e destruindo objetos, o Estado responderá se ficar demonstrado que a realização de serviços de limpeza de rios, bueiros e galerias pluviais não funcionou como deveria ou funcionou com atraso. Não esquecer que hoje em São Paulo, em alguns lugares estratégicos, a enchente não é mais algo imprevisível, e aí não precisa da prova de culpa do serviço, aplicando-se a teoria do risco diretamente. A teoria do risco serve de fundamento paraa chamada teoria da responsabilidade objetiva do Estado. É chamada teoria do risco porque parte da idéia de que a atuação estatal envolve um risco de dano, que lhe é naturalmente inerente. Causado o prejuízo, o estado responde como se fosse uma empresa de seguro em que os segurados são os cidadãos contribuintes. Diz-se objetiva porque a idéia de culpa é substituída pelo nexo de causalidade entre a atividade estatal e o prejuízo sofrido pelo administrado. Basta, portanto, que a atividade do Estado tenha sido a causa do dano. É indiferente que o serviço tenha ou não funcionado, ou que o funcionário tenha ou não agido com culpa. 
A teoria do risco se desdobra em: a) teoria do risco administrativo que admite as causas excludentes da responsabilidade do Estado: a1) culpa da vítima – somente quando exclusiva é que o Estado não responde. Quando há culpa concorrente, atenua-se apenas a responsabilidade do Estado, que se reparte com a da vítima; a2) culpa de terceiro – por exemplo danos causados por multidão ou por delinqüentes. Só que o Estado responderá se, a despeito do ato de 3º, ficar caracterizada sua omissão. Porém, a teoria agora aplicada não é a do risco, mas sim a da culpa do serviço público, já que houve uma falha do serviço da Administração; a3) força maior – acontecimento imprevisível, inevitável e totalmente estranho à vontade das partes. Ex: terremoto e por isso, em princípio, não pode ser imputado à Adm., a não ser que esteja atrelado à sua omissão ou falha e aí também aplica-se a teoria da culpa do serviço público. O caso fortuito, que é aquele decorrente de um ato humano, ainda que de forma remota, em regra não exclui a responsabilidade do Estado, se tiver atrelado à falha da Ad. Ex: rompimento de um cabo elétrico ou adutora. 
No Brasil. A adoção da teoria da responsabilidade objetiva do Estado não foi privilégio da CF/88. Esta Teoria já havia sido prevista na CF/46, tendo sido mantida nas CF/67 e CF/69 também. A atual Constituição Federal de 1988 prevê duas regras diferentes no artigo 37, § 6º: a da responsabilidade objetiva do Estado e a da responsabilidade subjetiva do funcionário. Diz a carta magna: “as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.” 
A reparação do dano pode ser feita no âmbito administrativo, desde que a Adm. Reconheça desde logo a sua responsabilidade e as partes estejam de acordo com o valor indenizatório. Caso contrário, o prejudicado deverá propor ação de indenização contra a pessoa jurídica a que o agente público pertença e que causou o dano. Perante o administrado lesado quem responde é a pessoa jurídica responsável, conforme art. 37, §6º, independente de culpa e esta pessoa jurídica, por sua vez, tem o direito de regresso contra o funcionário que agiu com dolo ou culpa e, aí a responsabilidade é subjetiva. 
Da denunciação da lide. Grande discussão existe na doutrina no sentido de que seria possível discutir-se em uma mesma ação de indenização tanto a responsabilidade do Estado com base na teoria objetiva, como a responsabilidade do funcionário com base na teoria subjetiva. Em outras palavras, quando o particular ingressa com uma ação de indenização contra o Estado este poderá denunciar à lide o funcionário causador do dano para exercer na mesma demanda seu eventual direito de regresso com base no artigo 70, inciso III do CPC????? 
OBS: a denunciação da lide é uma forma de intervenção de terceiros prevista no CPC quem tem por fim chamar ao processo aquele que seja garante de um direito, caso a parte saia perdedora na demanda. 
O professor Yussef Cahali propõe a seguinte solução: se a ação do particular é proposta com base exclusiva na responsabilidade objetiva ou na teoria da culpa do serviço público, sem individualizar o agente causador do dano, não é possível a denunciação da lide. Seria inclusive inconstitucional na medida em que estar-se-ia incluindo um fundamento novo na ação em que se assegura a regra da responsabilidade objetiva. Após o julgamento da ação, cabe ao Estado ingressar com ação própria para se ressarcir do funcionário; se a ação do particular deduzir uma pretensão indenizatória com base no ato culposo ou doloso do funcionário, nada impediria a denunciação da lide pelo Estado para assegurar-lhe, numa mesma demanda, eventual direito de regresso que em nada feriria a CF. O juiz julga as duas lides em uma só sentença. É possível até a propositura da ação em que o Estado e o funcionário figurem como litisconsortes, formando-se um litisconsórcio facultativo entre eles. 
Vale lembrar que atualmente o STJ vem permitindo a denunciação da lide por questão de economia processual. 
Da responsabilidade do Estado por atos legislativos e atos judiciais. Por fim, cabe falar dos casos excepcionais em que incidirá a responsabilidade do estado por atos legislativos e por atos judiciais. A regra é da irresponsabilidade porque o Estado no exercício da atividade legislativa elabora atos gerais e abstratos, de modo que eventual ônus decorrente deve ser suportado por toda a coletividade. Exceção: lei de efeito concreto. Formalmente é uma lei porque elaborada conforme procedimento legislativo aplicável às demais. Materialmente é verdadeiro ato administrativo já que gera efeitos concretos e atinge pessoas determinadas. E aí ocorrendo dano específico surge a possibilidade de indenização. Alguns doutrinadores ainda defendem que também é possível responsabilizar o Estado por leis inconstitucionais aprovadas pelo Legislativo. Questão discutível na doutrina. Os que defendem a tese exigem, contudo, que haja prévia declaração de inconstitucionalidade pelo STF. Decorrência do princípio do Estado de Direito (submissão da atividade estatal ao direito). Responsabilidade do Estado por atos judiciais. A regra também é da irresponsabilidade porque o juiz deve agir e decidir com independência no exercício de sua função, sem o temor de que suas decisões possam ensejar responsabilidade do Estado. Isso prejudicaria inclusive o chamado poder geral de cautela do juiz. Porém, o art. 5º, inciso LXXV da CF/88 prevê uma hipótese de responsabilidade do Judiciário aplicada em matéria penal: “O Estado indenizará o condenado por erros judiciários, assim como o que ficar preso além do tempo fixado na sentença.” 
Além dessa hipótese de responsabilidade do Estado aplicável em matéria de revisão criminal, é bom lembrar também que o art. 133 do CPC, ainda prevê a regra da responsabilidade pessoal do magistrado por perdas e danos que é dependente de prova de má-fé nos casos de “dolo, fraude, recusa, omissão ou retardamento injustificado de providências por parte do juiz.”

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