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genetica molecular (1)


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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DE MATO GROSSO- CAMPUS SÃO VICENTE – NÚCLEO AVANÇADO CAMPO VERDE
CURSO DE AGRONOMIA
GENÉTICA MOLECULAR
LEANDRO DA SILVA SANTANA
LUCIENE SALLES
REGINALDO FÉLIX DE SOUZA
TATIANE FLORENTINO
CAMPO VERDE-MT
2016
LEANDRO DA SILVA SANTANA
LUCIENE SALLES
REGINALDO FÉLIX DE SOUZA
TATIANE FLORENTINO
GENÉTICA MOLECULAR
				Relatório apresentado ao curso de Agronomia do Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Mato Grosso campus São Vicente Núcleo Avançado de Campo Verde, como requisito parcial para aprovação na disciplina de Genética na Agropecuária.
Orientadora: Prof. Alex Pimenta
CAMPO VERDE – MT
2016
Introdução
A genética molecular e ampliações de conhecimentos nessas áreas tem sido alvo da mídia a tempos. E atualmente os geneticistas vêm fazendo grande avanço nos estudos e compreensão da base metabólica de centenas de distúrbios hereditários, fazendo reconhecimento dos genes defeituosos que causam as doenças herdadas, estudam partes de nosso comportamento e de nossa personalidade que são controlados por nossa constituição genética. E já se pode apontar quais são os genes que trazem esses distúrbios através de instrumentos de analise genética. 
A genética molecular também é muito importante no campo de tratamento de doenças. 
As pesquisas genéticas também ganham grande espaço na agricultura como é o exemplo da transgenia para acentuar a qualidade e a produção de alimentos. As descobertas das pesquisas genéticas iniciaram inúmeros aspectos comerciais na indústria de biotecnologia. 
O Projeto Genoma Humano tem como objetivos mapear e sequenciar toda o material genético de humanos e de alguns outros organismos geneticamente importantes. O conhecimento da estrutura de toda a informação genética dos humanos e de outros organismos terá profundos efeitos na sociedade. Com esta informação os cientistas serão capazes de diagnosticar e criar tratamentos eficazes para as doenças humanas. Assim, esta informação deverá ter impacto positivo na saúde humana. Entretanto, também criará complexos problemas morais, éticos e legais que deverão ser enfrentados pelas pessoas.
Estrutura do Material Genético
O DNA é formado de monômeros denominados de nucleotídeos. Cada nucleotídeo é formado por uma base nitrogenada, um açúcar e um resíduo de ácido fosfórico ligados de forma covalente. As bases nitrogenadas podem ser de dois tipos: pirimidinas e purinas. As pirimidinas: citosina (C), timina (T) e uracila (U), apresentam um anel aromático e as purinas: adenina (A) e guanina (G), são compostas de dois anéis aromáticos, o açúcar é uma pentose, a 2-desoxirribose. Ácidos nucleicos são produzidos a partir da polimerização de nucleotídeos. Os dois filamentos polinucleotídicos são mantidos juntos em sua configuração helicoidal por pontes de hidrogênio que se estabelecem entre as bases nitrogenadas de filamentos opostos. Em suas configurações estruturais estáveis, adenina e timina formam duas pontes de hidrogênio e guanina e citosina formam três pontes de hidrogênio.
Os dois filamentos ou fitas de uma dupla hélice de DNA são denominados de complementares e, devido ao pareamento específico podemos determinar a sequência de bases de um filamento a partir da sequência conhecida do filamento complementar. Os esqueletos açúcar-fosfato dos dois filamentos complementares são antiparalelos, por apresentarem polaridade oposta que tem um papel importante na replicação, transcrição e recombinação do DNA.
O RNA representa o ácido ribonucléico. É uma molécula importante com as correntes longas dos nucleotides. Um nucleotide contem uma base nitrogenous, um açúcar do ribose, e um fosfato. O trabalho principal do RNA é transferir a necessidade do código genético para a criação das proteínas do núcleo ao ribosome. Este processo impede que o ADN tenha que deixar o núcleo. Isto mantem o ADN e o código genético protegidos de dano. Sem RNA, as proteínas podiam nunca ser feitas.
O RNA é formado do ADN por um processo chamado transcrição. Isto usa enzimas como polimerases de RNA. O RNA é central à síntese da proteína. Primeiramente um tipo do RNA de mensageiro chamado RNA (mRNA) leva a informação do ADN às estruturas chamadas os ribosomes. Estes ribosomes são feitos das proteínas e de RNAs ribosomal (rRNAs). Estes todos os vindos junto e formam um complexo que possa ler o mensageiro RNAs e traduzem a informação que levam em proteínas. Isto exige a ajuda do RNA ou do tRNA de transferência.
Transcrição e Tradução
A transcrição é a síntese de uma molécula de ácido ribonucleico (RNA) complementar a um filamento molde de ácido desoxirribonucleico (DNA). Os RNAs produzidos nas células procarióticas e eucarióticas são moléculas de uma única fita composta de nucleotídeos de adenina, guanina, citosina e uracila unidos por ligações fosfodiéster que apresentam estruturas secundárias, incluindo regiões de dupla fita intramoleculares que são importantes para suas funções.
As três classes de moléculas de RNA são encontradas em células procarióticas e eucarióticas: RNA ribossômico (RNAr), RNA de transferência (RNAt) e RNA mensageiro (RNAm).
A síntese de proteínas ou tradução corresponde à etapa final da transferência de informação genética, armazenada no DNA, para as moléculas de proteínas, que são os principais componentes estruturais e funcionais das células vivas. Durante a tradução essa informação, expressa em um RNA, é utilizada para comandar a síntese de uma proteína. O processo de tradução envolve três componentes principais: o RNA mensageiro (RNAm) que contém a informação necessária para direcionar a síntese de proteínas, o RNA de transferência (RNAt) que carregam os aminoácidos que serão incorporados à proteína e os ribossomos que reúnem o RNAm e o RNAt, de modo a permitir que o aminoácido correto seja incorporado à proteína. A tradução começa próximo à extremidade 5’, que corresponde ao terminal amino da proteína e prossegue em direção à extremidade 3’ do RNA, que corresponde ao terminal carboxila da proteína.
Replicação do DNA
O DNA que existe na natureza pode se apresentar de diversas formas, tais como: fitas simples e duplas, e os dois podem existir tanto na forma linear como na circular. Como muitos DNAs se apresentam como dupla hélice, pode-se apresentar algumas das características gerais da replicação que se aplicam para DNAs lineares e circulares.
 Descreveremos o processo de replicação em procariontes e, mais especificamente, em Escherichia coli, organismo no qual ele foi mais bem estudado. Todas as vezes que uma célula se divide para produzir células filhas, o DNA precisa se duplicar ou replicar dando origem a uma nova molécula de DNA com a mesma sequência de bases existente na original, assegurando, assim, que as funções que executam serão perpetuadas na sua descendência. 
A replicação do DNA envolve a separação das duas fitas parentais e a produção de duas novas fitas, tendo as parentais como molde. Cada nova molécula de DNA contém uma fita parental e uma fita recém-sintetizada, caracterizando a replicação semiconservativa. O processo de replicação é complexo e envolve a participação de várias proteínas e enzimas que atuam de forma coordenada para garantir uma fidelidade considerável.
A replicação do DNA se inicia em um ponto específico da dupla hélice denominado de origem de replicação e prossegue em direções opostas gerando a formação de duas forquilhas de replicação. A medida que a replicação avança as forquilhas se distanciam e ocorre a formação de uma bolha de replicação.
Reação em Cadeia Polimerase
A técnica da reação em cadeia da polimerase foi idealizada por Kary Mullis nos meados dos anos 1980 e, desde então tem revolucionado a genética molecular por ter possibilitado uma abordagem completamente nova para os estudos dos genes. Essa técnica consiste na amplificação da sequência de DNA totalmente in vitro e envolve o uso de oligonucleotídeos sintéticoscomplementares a sequência de interesse para iniciar a amplificação enzimática do segmento de DNA. Nas primeiras iniciativas para amplificar fragmentos de DNA utilizava-se a enzima DNA-polimerase da Escherichi coli, que possui atividade máxima a 37 graus, essa enzima é adicionada a cada ciclo pois o passo de desnaturação inativa a enzima. Um grande avanço ocorreu com a descoberta da enzima Taq DNA- polimerase oriunda da bactéria Thermus aquaticus, pois possui atividade ótima a 72 graus e permanece razoavelmente estável mesmo a 95 graus e com isto a enzima é adicionada somente no início do processo. 
O procedimento da PCR envolve três etapas, cada uma repetida muitas vezes, e para que isso aconteça é necessário a preparação da solução da PCR em um tubo apropriado, onde deve-se colocar substâncias básicas como: o próprio DNA a ser amplificado, os primers, nucleotídeos (dNTPs) e a Taq DNA – polimerase. A primeira etapa da replicação do DNA in vitro é a desnaturação do molde de DNA, ou seja, a separação da dupla fita, que pode ser obtida por aquecimento. Em seguida, é preciso que ocorra o anelamento dos iniciadores (primers) em pontos específicos da cadeia de fita simples do DNA molde, formando um pequeno segmento que fornece para a DNA polimerase uma extremidade 3`-OH livre na ribose para a adição de um novo nucleotídeo, já na terceira etapa de extensão a enzima Taq posiciona-se próximo aos oliginucleotídeos e recruta os nucleotídeos para a síntese da nova fita de DNA.
Desse modo, em uma reação de PCR, pode se direcionar a DNA polimerase para que ela sintetize uma região específica do DNA molde de interesse. Durante esse processo, as duas fitas do DNA servem como molde parra a síntese, catalisadas pela DNA polimerase. Para que isso ocorra, faz-se necessária a presença de oligonucleotídeos iniciadores para fita do DNA molde. Os iniciadores são escolhidos para flanquearem a região do DNA que vai ser amplificado, de maneira que as novas fitas de DNA sintetizadas, iniciando-se sempre a partir de um iniciador, sejam estendidas até a posição do outro iniciador na fita oposta. Desse modo, novos sítios para a ligação dos iniciadores são gerados em cada nova molécula de DNA sintetizada. Se essa mistura de reação for novamente aquecida para separar as fitas moldes, tanto as fitas originais quanto as recém-sintetizadas estão agora disponíveis para o anelamento com os iniciadores e a síntese de novas fitas complementares. Esse comportamento cíclico pode ser repetido n vezes sempre seguindo esse padrão de desnaturação, pareamento e extensão.
As tecnologias de PCR fornecem atalhos para muitas aplicações que necessitam de grandes quantidades de uma sequência específica de DNA. Estes procedimentos permitem que cientistas obtenham dados estruturais definitivos de genes e sequência de DNA quando estão disponíveis quantidades muito pequenas de DNA. Uma aplicação importante acontece ocorre no diagnóstico de doenças humanas herdadas, especialmente em casos de diagnóstico pré-natal, em que estão disponíveis quantidades limitadas de DNA fetal. Uma segunda aplicação importante ocorre em casos forenses que envolvem a identificação de pessoas por meio de DNA isolado de amostras muito pequenas de tecidos. Poucos critérios podem dar evidências mais definitivas de identidade do que as sequências de DNA, com o uso de amplificação por PCR, podem ser obtidas sequências de DNA de quantidades mínimas isoladas de algumas gotas de sangue, sêmen ou mesmo cabelos humanos. 
Técnicas de Genética Molecular
As técnicas de genética molecular possibilitam aos pesquisadores criar genes a partir de componentes derivados de diferentes espécies e expressar esses novos genes tanto em bactérias quanto em células eucarióticas.
Muito do que sabemos sobre a estrutura de genes se deve a estudos alcançados pelo desenvolvimento de tecnologias de recombinação do DNA. As técnicas de DNA recombinante começam com a clonagem de genes específicos. A clonagem de um gene requer seu isolamento, sua inserção em um pequeno elemento genético autorreplicante, como um plasmídio ou cromossomo viral, e sua amplificação – produção de muitas copias ou clones - durante a replicação do plasmídio ou cromossomo viral em célula hospedeira apropriada (geralmente uma célula de E. coli). A clonagem gênica – o isolamento e a amplificação de determinado gene – não deve ser confundida com a clonagem de organismos – a produção de um organismo, como a ovelha Dolly, a partir de uma única célula retirada de um organismo adulto.
Em geral, o gene clonado é seqüenciado; isto é, determina-se sua seqüência de pares de nucleotídios. A partir da seqüência nucleotídica de um gene e o conhecimento do código genético, é possível prever a seqüência de aminoácidos do polipeptídio codificado pelo gene. Em seguida, pode-se pesquisar na seqüência prevista de aminoácidos do polipeptídio seqüências de aminoácidos que dêem pistas sobre sua função. Se a função do gene for desconhecida.
O genoma haplóide de um mamífero contem certa de 3 x 109 pares de nucleotídios. Se os éxons combinados do gene médio tiverem 3.000 pares de nucleotídios (muitos são maiores), a região codificadora do gene representará uma de um milhão dessas seqüências no genoma. Embora a maior parte do DNA em genomas de mamíferos não seja constituída de genes, isolar um gene ainda é como procurar agulha em palheiro. A maioria das técnicas usadas requer que a seqüência esteja disponível em quantidade significativa na forma pura ou quase pura.
Como é possível identificar o segmento de uma molécula de DNA que tem apenas um gene e isolar quantidade suficiente dessa seqüência na forma pura para que seja possível fazer analises moleculares de sua estrutura e função?
Na verdade, existem duas metodologias de amplificação dos genes ou de outras seqüências de DNA – uma com amplificação da seqüência in vivo e a outra, in vitro.
Na primeira metodologia, um minicromossomo que tem o gene de interesse é produzido em tubo de ensaio e, depois, introduzido em uma célula hospedeira apropriada. Esse procedimento de clonagem gênica tem duas etapas essenciais: 1ª incorporação do gene de interesse em um pequeno cromosso autorreplicante (in vitro) e 2ª amplificação do minicromossomo recombinante por sua replicação em célula hospedeira apropriada (in vivo). A 1ª etapa é a união in vitro de duas ou mais moléculas diferentes de DNA para produzir moléculas de DNA recombinantes, exemplo, um gene humano inserido em um plasmídio de E. coli. A 2ª etapa é a clonagem gênica propriamente dita, na qual a molécula de DNA recombinante é replicada ou “clonada” para produzir muitas cópias idênticas para análise bioquímica subseqüente. Na 2ª etapa, o minicromossomo recombinante é introduzido em células de E. coli, onde se replica e produz muitas copias da molécula de DNA recombinante.
Na segunda metodologia, filamentos curtos de DNA complementares às seqüências de DNA de cada lado do gene, ou da seqüência de DNA de interesse, são sintetizados e usados para iniciar sua amplificação in vitro por uma DNA polimerase especial (termoestável). Procedimento denominado reação em cadeia da polimerase (PCR).
Esses avanços técnicos na engenharia genética – a habilidade de manipular DNA com precisão em um tubo de ensaio ou em um organismo – tiveram grande impacto em todos os aspectos da biologia celular.
A tecnologia do DNA recombinante compreende uma mistura de técnicas. Dentre estas estão as seguintes técnicas-chave:
Clivagem de DNA em sítios específicos por meio de nucleases de restrição, que facilitaram muito o isolamento e a manipulação de genes individuais.
Ligação de DNA, que torna possível desenhar e construir moléculas de DNA não encontradas na natureza.
Clonagem de DNA pelo uso de vetores de clonagem, ou pela reação em cadeia da polimerase, na qual uma porção de DNA é repetidamente copiada para gerar vários bilhões de moléculas idênticas.
Hibridização de ácidos nucléicos, que torna possível encontrar uma seqüência especifica de DNA ou de RNA com grande precisãoe sensibilidade, com base em sua habilidade de se ligar seletivamente a uma seqüência complementar de ácidos nucléicos.
Determinação rápida da seqüência de nucleotídeos de qualquer DNA (mesmo genomas inteiros), o que torna possível identificar genes e deduzir a seqüência de aminoácidos das proteínas que eles codificam.
Monitoramento simultâneo do nível de mRNA produzido por gene na célula, utilizando microarranjos de ácidos nucléicos, nos quais dezenas de milhares de reações de hibridização ocorrem simultaneamente.
Descreveremos algumas dessas técnicas.
Nucleases de Restrição
Embora a molécula de DNA na célula possa se quebrada aleatoriamente em pequenos pedaços por força mecânica, um fragmento contendo um único gene no genoma de mamíferos continua sendo apenas um entre centenas de milhares de fragmentos de DNA. Como um gene como este pode ser purificado?
A solução desses problemas começou a emergir com a descoberta das nucleases de restrição. Essas enzimas, que podem ser purificadas a partir de bactérias, cortam a dupla-hélice de DNA em sítios específicos, definidos pela seqüência de nucleotídeos local e essas enzimas de restrição clivam desse modo, uma longa molécula de DNA de fita dupla em fragmentos de tamanhos estritamente definidos.
A função biológica das nucleases de restrição é proteger o material genético das bactérias contra a invasão por DNA estranhos, como as moléculas de DNA de outra espécie ou DNA viral.
Todos os sítios de clivagem no DNA de um organismo têm de ser protegidos da clivagem pelas nucleases de restrição do próprio organismo; caso contrário, o organismo cometeria suicídio por degradação do próprio DNA. Em muitos casos, essa proteção de sítios de clivagem endógenos é efetuada por metilação de um ou mais nucleotídeos.
Uma característica interessante das nucleases de restrição é que elas geralmente reconhecem seqüências de DNA que são palíndromos – isto é, seqüencias de pares de nucleotídeos que podem ser lidas indiferentemente da esquerda para direita ou vice-versa a partir de um eixo central de simetria, como a frase sem sentido.
Além disso, uma característica útil de muitas nucleases de restrição é a capacidade de fazer cortes em bisel, ou seja, clivam os dois filamentos de uma dupla hélice em diferentes pontos. Dessa maneira, os cortes em bisel produzem segmentos de DNA com extremidades unifilamentares complementares, sendo assim, eles unem uns aos outros por ligações de hidrogênio e pode ser reunidos em condições apropriadas de renaturação pelo uso da enzima DNA ligase para reconstituir as ligações fosfodiéster faltantes em cada filamento. A nuclease de restrição catalisa a clivagem de uma seqüência especifica de pares de nucleotídeos seja qual for a origem do DNA. Ela cliva DNA de fago, de E. coli, do milho, humano ou qualquer outro DNA, desde que ele contenha a seqüência nucleotídica reconhecida por ela.
Reações de Hibridização
Quando uma solução aquosa de DNA é aquecida até 100°C ou exposta a um pH muito alto (pH≥13), a complementaridade de bases, que normalmente mantém as duas fitas da dupla-hélice unidas, é rompida, e a dupla-hélice rapidamente se dissocia em duas fitas simples. Esse processo, chamado de desnaturação de DNA, foi considerado irreversível durante vários anos. Em 1961, entretanto, descobriu-se que fitas simples complementares de DNA prontamente reconstituíram duplas-hélices por um processo chamado de hibridização (também chamado de renaturação do DNA), se fossem mantidas por um período prolongado a 65°C. Podem ocorrer reações similares de hibridização entre quaisquer duas fitas simples de cadeias de ácidos nucléicos (DNA/DNA, RNA/RNA OU RNA/DNA), desde que tenham seqüência de nucleotídeos complementares. Essas reações de hibridização são amplamente utilizadas para detectar e caracterizar seqüências de nucleotídeos específicas tanto nas moléculas de RNA como nas de DNA.
As moléculas de DNA de fita simples utilizadas para detectar seqüências complementares são conhecidas como sondas; essas moléculas, que carregam marcadores radiativos o químicos para facilitar sua detecção, podem ter de 15 a milhares de nucleotídeos de extensão. As reações de hibridização utilizando sondas de DNA são tão sensíveis e seletivas que podem detectar seqüências complementares presentes a uma concentração tão baixa quanto uma molécula por célula. Dessa maneira é possível determinar quantas copias de qualquer seqüência de DNA estão presentes em uma determinada amostra de DNA. A mesma técnica pode se utilizada para procurar genes relacionados, mas não idênticos.
Para encontrar o gene de interesse em um organismo cujo genoma ainda não foi seqüenciado, por exemplo, uma porção de um gene conhecido pode ser utilizada como sonda.
Alternativamente, as sondas de DNA podem ser utilizadas para reações de hibridização com RNA, em vez de DNA, para saber se uma célula esta expressando um dado gene. Nesse caso, uma sonda de DNA que contem parte da seqüência do gene é hibridizada com RNA purificado da célula em questão para determinar se RNA inclui seqüências nucleotídicas complementares à sonda de DNA, e caso isso ocorra, em quais quantidades. Em procedimentos um pouco mais elaborados, a sonda de DNA é tratada com nucleases específicas depois da hibridização, para determinar as regiões exatas da sonda de DNA que se parearam com as moléculas de RNA. Desse modo, pode-se determinar os sítios de inicio e de término da transcrição do RNA, assim como as ligações precisas das seqüências de íntrons e de éxons em um gene.
A hibridização de sondas de DNA com RNAs permite determinar se um gene em particular está ou não sendo transcrito; além disso, quando a expressão de um gene se altera, pode-se determinar se a alteração é devida ao controle transcricional ou pós-transcricional.
Variabilidade Genética
No nosso Planeta vive uma diversidade de organismos, Cada qual com particularidades genéticas, que são específicas de cada indivíduo. Em uma dada população (por exemplo, uma população de papagaio-verdadeiro) existem diferenças genéticas (entre alelos dos mesmos genes) entre os indivíduos, que chamamos de variabilidade genética. Essa variabilidade é que garante que a população não vá se extinguir, caso ocorra alguma catástrofe, como a propagação de uma doença. Já que indivíduos com certos alelos ou combinações de alelos podem ter precisamente as características necessárias para sobreviverem e se reproduzirem sob novas condições. 
 Essa "receita" é formada por sequências de genes e é chamada de código genético. Todas as células de qualquer organismo contém no núcleo alguns pares de cromossomos e dentro deles tem milhares de genes(o humano possui 23 pares de cromossomos e cerca de 30 mil genes).O que faz um pássaro ser diferente de um peixe, de um cachorro ou de um ser humano é o código genético que ele possui. Os genes são responsáveis pela transmissão de características como cor dos olhos, tipo de tecidos (epitelial, cerebral,ect.).
Células Tronco
	As células-tronco, também conhecidas como células-mãe ou células estaminais, São células que possuem a capacidade de se dividir dando origem a células semelhantes às progenitoras.
As células tronco também são conhecidas como células fonte, desempenhando um importantíssimo papel na reposição celular e na regeneração tecidual. Mais especificamente, para uma célula ser considerada célula tronco ela deve, obrigatoriamente, apresentar duas características: divisão contínua e capacidade de diferenciação.
A capacidade de divisão contínua, ou auto-replicação, é a capacidade que essas células têm de se multiplicar, gerando células iguais a si. Já a outra característica, o potencial de diferenciação, significa, simplesmente, o potencial que essas células têm de, em condições específicas, poder dar origem ou se transformar em outro tipo de células, com suas formas e funções específicas.
As células tronco podem se classificar de acordo com o tipo de células que podem gerar:
Totipotentes: podem produzir todas as células embrionáriase extra embrionárias; 
Pluripotentes: podem produzir todos os tipos celulares do embrião, menos placenta e anexos; 
Multipotentes: podem produzir células de várias linhagens; 
Oligopotentes: podem produzir células dentro de uma única linhagem; 
Unipotentes: produzem somente um único tipo celular maduro.
	Com relação aos tipos de células tronco, é possível dividi-las em dois grupos, as células tronco embrionárias e as células tronco não embrionárias. Ambos os grupos possuem sua importância e particularidades, sendo que compartilham as mesmas características basilares: potencial de multiplicação e de diferenciação.
Transgenia
Depois do conhecimento da estrutura do DNA, na década de 1950, e do entendimento do seu processo de duplicação e da sua participação na produção de proteínas, surgiu uma vertente da biotecnologia conhecida como engenharia genética, que, por meio de técnicas de manipulação do DNA, permite a seleção e modificação de organismos vivos, com a finalidade de obter produtos úteis ao homem e ao meio ambiente.
Com a elucidação da estrutura da molécula de DNA por Watson e Crick, em 1953, e o reconhecimento de que ela era o principal constituinte dos genes, o grande desafio para os cientistas consistia em fazer uma análise detalhada da sua composição nos diversos seres vivos. Sabia-se, também, que as bases nitrogenadas adenina, timina, citosina e guanina, componentes dos nucleotídeos, guardavam relação com o processo do código genético que comandava a produção de proteínas. 
Em algumas técnicas, são implantados fragmentos DNA de bactérias, vírus ou fungos no DNA da planta. Esses fragmentos contêm genes que codificam a produção de herbicidas. As plantas que receberam esses genes produzem as toxinas contra as pragas da lavoura, não necessitando de certos agrotóxicos. Algumas são resistentes a certos agrotóxicos, pois em determinadas lavouras precisa-se exterminar outro tipo de vegetal, como ervas daninhas, e o mesmo agrotóxico acaba prejudicando a produção total.
	 	
	
Referencia bibliográficas
ALBERTS, B. et al.; VANZ, A. L. S. et al. Biologia Molecular da Célula. 5ª ed. Porto Alegre, Artmed, 2010.
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NELSON, D.L.; COX, M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 5ed. Porto Alegre: Artmed, 2011.
RAMALHO, M.; SANTOS, J. B.; PINTO, C. B. Genética na agropecuária. Lavras: EDUFLA, 2008.
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www.sobiologia.com.br/celulastronco
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www.sobiologia.com.br/conteudos/Biotecnologia/transgênicos -Acesso em 22 de Março de 2016