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1) Quais as maneiras de formação de crenças? Relação sujeito x objeto. Conhecimento é um substantivo abstrato que muitas vezes é entendido de maneira errônea por ser tratado como algo que podemos “possuir” enquanto, na verdade, o sujeito (aquele que conhece uma coisa) não detém o conhecimento, mas sim as crenças (acreditamentos) a respeito de um determinado objeto (uma coisa que é conhecida). Exemplo: Ter a crença de que uma cadeira é verde; na verdade o verde está na nossa cabeça e não na cadeira. Desta forma, há 3 maneiras de formação dessas crenças que serão explicadas a seguir: 1)O sujeito é determinado pelo objeto (Teoria da cópia mental): Nesta teoria, de visão bastante simples, facilmente inteligível e bastante intuitiva, o sujeito é alterado em função do objeto, ou seja, é o objeto que determina a crença do sujeito. Um exemplo bem intuitivo desta teoria seria um “Scanner”, que copia as características da coisa a ser conhecida e guarda este registro na memória do Sujeito, assim como no computador. Porém seu ponto fraco é que ela pode nos levar a tomar aparências como sendo a realidade. 2)O objeto é determinado pelo sujeito: Esta teoria defende que os objetos representados nas crenças são construídos pela mente, ou seja, o Sujeito determina o Objeto. Para Kant nunca enxergamos a realidade verdadeira das coisas, a única coisa que vemos são os “rastros” das coisas no Espaço – Tempo, ou seja, só vemos os fenômenos que são ordenados pelas leis da Física e da Matemática, pois o homem é um ser que indaga a natureza. O evento que gerou este pensamento foi a Revolução Copernicana, que se opôs ao modelo Geocêntrico, e seu maior mérito foi mostrar que na verdade a situação do Sujeito interfere na crença sobre os objetos. 3)Objeto e sujeito são “duas faces de uma mesma moeda”: É uma relação topológica entre Sujeito e Objeto, proposta no século XX, por Sir Bertrand Russell que afirma que o Sujeito se define como um lugar onde várias percepções de objetos diferentes se encontram, enquanto o Objeto é o lugar onde várias percepções de Sujeitos se entrecruzam. Exemplo: Sabemos que uma mesa é um objeto, pois todos a reconhecem como tal, ou seja, a comunidade é um critério para decidir o que é ou não “realidade”. O que podemos aproveitar de melhor desta teoria é que o conhecimento é baseado na intersubjetividade, porém seu problema é que ela parece ser circular, uma vez que a explicação do Sujeito remete ao Objeto e vice-versa. 2) Teoria CVJ (Crença Verdadeira Justificada). Todos têm crenças sobre os objetos que podem ser verdadeiras (realmente representam as características do objeto e sua concordância depende da veracidade pelas pessoas) ou falsas (a verdade não corresponde ao abjeto e é uma ilusão de sentidos). O conhecimento é formado por crenças verdadeiras, porém é preciso justifica-las, portanto a Teoria da Crença Verdadeira Justificada (CVJ) nos diz que não adianta apenas termos crenças verdadeiras, mas precisamos justificar o porquê. Desta forma o conhecimento científico se destaca, pois além de provar a veracidade de algumas crenças, essas verdades são justificadas e a Lógica possui um grande papel nesta parte, visto que estuda as expressões e formas de raciocínio, é praticada em comunidade e em seus princípios uma proposição ou é verdadeira ou é falsa. A teoria CVJ diz que todos os casos de crença verdadeira justificada são casos de conhecimento, porém segue um contra exemplo: As horas de um relógio podem estar marcando 8h50, porém não se sabe se o relógio parou a essa hora no dia anterior. Quando se tem uma fonte que não seja perfeitamente credível, essa informação é suscetível de erro, sendo assim, o conhecimento verdadeiro justificado não é suficiente para o conhecimento. 3) Ciências Formais As ciências formais são construídas em cima de símbolos e regras, formando teorias e mais teorias com base nas regras que a compõe, ou seja, para algo ser válido é preciso que atenda as especificações e preposições. As demonstrações e verdade nas matemáticas se assemelham a Teoria CVJ, pois servem como justificativas para determinadas dizer se determinadas “crenças” são verdadeiras e consequentemente o conhecimento. 4) Ciências Empíricas As ciências empíricas estão relacionadas ao conhecimento que depende da experiência, abstraindo modelos e teorias a partir da lógica e da matemática para poder fazer previsões experimentais, sempre um busca de uma melhor aproximação da realidade. Ela possui três critérios de validação: 1) Refutabilidade: Uma hipótese pode ser refutada quando uma nova observação gera uma nova hipótese que explique melhor as observações. Exemplo: Independentemente de quantos cisnes brancos podemos observar não se justifica a conclusão de que todos são brancos. 2) Aproximação progressiva: Os conceitos que as ciências empíricas utilizam são esquemas de fatos virtuais, portanto são parcialmente indeterminados, não tem uma precisão exata e sim limites da aproximação sobre intervalos em que podemos confiar. 3) Resultados isolados frente a teorias: Algumas experiências isoladas que diferem do esperado por dada teoria nem sempre irá derrubar uma lei, esta experiência pode ser tratada como um resultado isolado, podendo tornar-se um anexo da teoria da qual surgiu. Um exemplo claro seria a Física Clássica e a Física Quântica.
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