Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 2 Lista de Exerc´ıcios – Mo´dulo 2 – Lista 1 – Soluc¸a˜o 1) Nem tudo o que sobe desce. De fato, podemos imaginar que uma pedra seja lanc¸ada de um estilingue com uma velocidade ta˜o grande que acabe escapando da atrac¸a˜o gravitacional da Terra. Para ver que isso pode ocorrer e para se ter uma ide´ia dessa velocidade, denote por v0 a velocidade inicial, por m a massa e por x(t) a distaˆncia da pedra ate´ o centro da terra no instante t. Desconsiderando a resisteˆncia do ar, o corpo esta´ sujeito apenas a` forc¸a gravitacional F = −mM G/x2, em que G e´ constante, M e´ a massa da Terra e R seu raio. Pela segunda lei de Newton, temos que (∗) mx′′(t) = −mMG x(t)2 . a) Cancelando a massa m e multiplicando a equac¸a˜o (∗) por x′(t), obtemos que x′(t)x′′(t) = −M Gx′(t)/x(t)2. Integre ambos os lados dessa equac¸a˜o e use as condic¸o˜es iniciais x(0) = R e x′(0) = v0 para obter uma equac¸a˜o diferencial de primeira ordem para x(t). b) Mostre que, se v0 ≥ ve = √ 2MG R , enta˜o a velocidade x′(t) e´ sempre positiva. A constante ve e´ denominada a velocidade de escape da Terra. c) Quando v0 = ve, mostre que x(t) satisfaz uma equac¸a˜o diferen- cial separada. Resolva essa equac¸a˜o e determine x(t) usando que a posic¸a˜o inicial e´ x(0) = R. h(t) R Soluc¸a˜o a) Com a substituic¸a˜o v = x′(t) obtemos dv = x′′(t)dt e∫ x′(t)x′′(t) dt = ∫ v dv = v2 2 + A = x′(t)2 2 + A Com a substituic¸a˜o x = x(t) obtemos dx = x′(t)dt e∫ −M Gx′(t) x(t)2 dt = M G ∫ −1 x2 dx = M G x +B = M G x(t) +B Assim x′(t)2 = 2MG x(t) + C onde C = 2(B−A). Usando que x(0) = R e x′(0) = v0, temos que v20 = 2MG/R+C, de modo que C = v20 − 2MG/R. Segue que x(t) satisfaz a equac¸a˜o diferencial de primeira ordem x′(t)2 = 2MG x(t) + v20 − 2MG R Pa´gina 1 de 64 b) Se v0 ≥ ve, enta˜o v20 − 2MG/R ≥ 0. Usando o item anterior, segue que x′(t)2 = 2MG x(t) + ( v20 − 2MG R ) > 0 uma vez que x(t) > 0. Como x′(t)2 nunca se anula, segue que x′(t) na˜o se anula e, portanto, na˜o muda de sinal. Uma vez que x′(0) = v0 > 0, segue que x′(t) e´ sempre positiva. c) Se v0 = ve, enta˜o x(t) satisfaz a equac¸a˜o x′(t)2 = 2MG x(t) que e´ separa´vel, de modo que podemos aplicar os treˆs passos: Separar: Multiplicando a equac¸a˜o acima por x(t), obtemos que x(t)x′(t)2 = 2MG Como x′(t) > 0 e x(t) > 0, podemos extrair a raiz para obter que√ x(t)x′(t) = √ 2MG que e´ uma equac¸a˜o separada para x(t). Integrar: Integrando os dois lados da equac¸a˜o separada, fazendo a substituic¸a˜o x = x(t), dx = x′(t)dt no lado esquerdo obtemos∫ √ x(t)x′(t) dt = ∫ √ x dx = 2 3 x3/2 + A = 2 3 x(t)3/2 + A e no lado direito temos ∫ √ 2MGdt = √ 2MGt+B de modo que x(t)3/2 = 3 2 √ 2MGt+ C Fazendo t = 0 obtemos que C = R3/2. Isolar: Isolando x(t), obtemos que x(t) = ( 3 2 √ 2MGt+R3/2 )2/3 Pa´gina 2 de 64 2) Um dos primeiros desafios da f´ısica atoˆmica foi explicar a longa vida do a´tomo mais simples: o a´tomo de hidrogeˆnio. Segundo experieˆncias iniciais conduzidas por Rutherford entre 1909 e 1911, o a´tomo de hidrogeˆnio consiste de um e´letron de carga −q e massa pequena orbitando por atrac¸a˜o eletromagne´tica ao redor de um nu´cleo de carga q e massa grande. De acordo com o eletromagnetismo cla´ssico, uma carga acelerada irradia energia: esse e´ o princ´ıpio do funcionamento de antenas. Desse modo, se o ele´tron orbitasse ao redor do nu´cleo segundo as leis da f´ısica cla´ssica, ele perderia energia a` cada revoluc¸a˜o e, num movimento espiral, eventualmente colidiria com o nu´cleo. −qq r O a´tomo de hidrogeˆnio poderia ser compreendido dessa maneira se esse tempo de colisa˜o fosse grande o suficiente para ser compat´ıvel com a longa vida do a´tomo de hidrogeˆnio observada na natureza: a chamada estabilidade do a´tomo de hidrogeˆnio. O propo´sito desse exerc´ıcio e´ mostrar que esse tempo de colisa˜o seria muito pequeno, mostrando que a f´ısica cla´ssica na˜o explica o movimento do ele´tron ao redor do nu´cleo do a´tomo de hidrogeˆnio nem sua estabilidade. Seja r(t) a distaˆncia entre o ele´tron e o nu´cleo, onde t e´ medido em segundos. Em unidades adequadas, a energia mecaˆnica do ele´tron e´ E(t) = 1 2 mv2(t)− q 2 r(t) onde m e´ a massa do ele´tron e −q2/r(t) e´ o potencial da forc¸a de Coulumb entre entre as cargas −q e q. Aproximando cada revoluc¸a˜o da o´rbita espiral do ele´tron por uma o´rbita circular de raio r(t), temos que o ele´tron possui acelerac¸a˜o centr´ıpeta dada por a(t) = v2(t) r(t) Igualando a forc¸a centr´ıpeta ma(t) com a forc¸a de Coulumb entre as cargas −q e q obtemos que (∗) ma(t) = mv 2(t) r(t) = q2 r2(t) a) Substitua (∗) na energia E(t) e mostre que a energia mecaˆnica do ele´tron e´ dada por E(t) = −q 2 2 1 r(t) . A partir disso, obtenha a taxa E ′(t) em que o ele´tron perde energia. b) Uma carga q com acelerac¸a˜o a(t) irradia energia a` taxa dada pela Lei de Lamour do eletromagnetismo cla´ssico P (t) = −2 3 q2 c3 a2(t) onde c e´ a velocidade da luz. Substituindo (∗) em P (t) obtenha a taxa com que o ele´tron perde energia em func¸a˜o do raio r(t) da o´rbita do ele´tron. Igualando isso com E ′(t) do item anterior obtenha uma EDO para r(t). Pa´gina 3 de 64 c) Mostre que a EDO do item anterior e´ separa´vel e obtenha a soluc¸a˜o r(t) com condic¸a˜o inicial s(0) = r0. d) Encontre o instante t tal que r(t) = 0, que e´ o tempo de colisa˜o entre o ele´tron cla´ssico e o nu´cleo. Usando as ordens de grandeza das constantes nas unidades adotadas m = 10−27 c = 1010 q = 10−10 r0 = 10−9 mostre que a ordem de grandeza de t e´ de 10−11/4 segundos. Soluc¸a˜o a) Multiplicando (∗) por r(t)/2 obtemos m v2(t) 2 = 1 2 q2 r(t) substituindo isso em E(t) obtemos E(t) = 1 2 q2 r(t) − q 2 r(t) = −1 2 q2 r(t) logo E ′(t) = −1 2 ( q2 r(t) )′ = −1 2 −q2r′(t) r2(t) = 1 2 ( q r(t) )2 r′(t) b) Dividindo (*) por m obtemos (∗) a(t) = 1 m q2 r2(t) substituindo isso em P (t) obtemos P (t) = −2 3 q2 c3 ( 1 m q2 r2(t) )2 = −2 3 q2 c3m2 ( q r(t) )4 Igualando E ′(t) do item anterior com isso obtemos 1 2 ( q r(t) )2 r′(t) = −2 3 q2 c3m2 ( q r(t) )4 logo r′(t) = −4 3 q2 c3m2 ( q r(t) )2 que e´ uma EDO de primeira ordem para r(t). c) A EDO r′(t) = −4 3 q4 c3m2 ( 1 r(t) )2 ja´ esta´ separada. Para resolveˆ-la, fazemos r2(t)r′(t) = −4 3 q4 c3m2 e integramos os dois lados(∫ r2 dr ) r=r(t) = ∫ r2(t)r′(t) dt = −4 3 q4 c3m2 t+ C Pa´gina 4 de 64 logo r3(t) 3 = −4 3 q4 c3m2 t+ C e enta˜o r(t) = 3 √ −4 q 4 c3m2 t+D e´ a soluc¸a˜o geral. Fazendo t = 0 temos que r0 = 3 √ D =⇒ D = r30 e enta˜o r(t) = 3 √ r30 − 4 q4 c3m2 t e´ a soluc¸a˜o do PVI. d) Pelo item anterior, temos que r(t) = 0 quando r30 − 4 q4 c3m2 t = 0 =⇒ t = m 2c3r30 4q4 Usando as ordens de grandezas dadas, m = 10−27 c = 1010 q = 10−10 r0 = 10−9 temos que a ordem de grandeza de t e´ t = 10−54 × 1030 × 10−27 4× 10−40 = 10−51 4× 10−40 = 10−11 4 segundos. Pa´gina 5 de 64 3) Numa reac¸a˜o qu´ımica do tipo X + Y → Z, a taxa de crescimento da concentrac¸a˜o de Z e´ proporcional ao produto das concentrac¸o˜es de X e Y . Como a massa total do sistema se conserva, essas concentrac¸o˜es sa˜o proporcionais a`s respectivas quantidades, de modo que a taxa de formac¸a˜o de Z e´ proporcional ao produto das quantidades remanescentes de X e Y . Supondo que 1g de X combina com 3g de Y para formar 4g de Z e denotando por q(t) a quantidade de Z no instante t, temos que q(t)/4 corresponde a` quantidade consumida de X e 3 q(t)/4 corresponde a` quantidade consumida de Y . Supondo que existem inicialmente 50 g de X e 33 g de Y , as quantidades remanescentes de X e Y apo´s t segundos sa˜o, respectivamente, 50 − q(t)/4 e 33 − 3 q(t)/4. Com essas considerac¸o˜es, temos que a taxa de formac¸a˜o do composto Z e´ dada por q′(t) = k ( 50− q(t) 4 )( 33− 3q(t) 4 ) = K(200− q(t))(44− q(t)) onde k e K sa˜o constantes positivas. a) Determine q(t) usando que a quantidade inicial de Z e´ q(0) = 0. b) Determine o que acontece com a quantidade q(t) apo´s muito tempo decorrido, calcu- lando o limite lim t→∞ q(t). Sobrara´ algum reagente apo´s muito tempo decorrido? Soluc¸a˜o a) A equac¸a˜o acima e´ separa´vel, de modo que podemos aplicar os treˆs passos: Separar: Essa EDO e´ separa´vel, pois e´ equivalente a` seguinte equac¸a˜o separada q′(t) (200− q(t))(44− q(t)) = K Integrar: Integrando os dois lados, obtemos que(∫ 1 (200− q)(44− q) dq ) q=q(t) = ∫ q′(t) (200− q(t))(44− q(t)) dt = ∫ K dt onde na primeira igualdade usamos a substituic¸a˜o q = q(t), de modo que dq = q′(t)dt. Para resolver a integral ∫ 1 (200− q)(44− q) dq vamos utilizar o me´todo das frac¸o˜es parciais. Para isso, devemos escrever 1 (200− q)(44− q) = A 200− q + B 44− q determinando as constantes A e B. Multiplicando os dois lado por (200− q)(44− q), obtemos que 1 = A(44− q) +B(200− q) que pode ser escrita como uma igualdade dos polinoˆmios 0q + 1 = (−A−B)q + 44A+ 200B de modo que que −A− B = 0 e que 44A+ 200B = 1. Segue enta˜o que A = −1/156 e B = 1/156, de modo que∫ 1 (200− q)(44− q) dq = − 1 156 ∫ 1 200− q dq + 1 156 ∫ 1 44− q dq Pa´gina 6 de 64 Integrando cada um dos termos dessa soma e utilizando a propriedades do logaritmo, segue que∫ 1 (200− q)(44− q) dq = 1 156 log(|200− q|)− 1 156 log(|44− q|) +R = 1 156 log (∣∣∣∣200− q44− q ∣∣∣∣)+R Substituindo esse resultado na equac¸a˜o(∫ 1 (200− q)(44− q) dq ) q=q(t) = ∫ K dt obtemos que 1 156 log ( 200− q(t) 44− q(t) ) +R = Kt+ S. onde usamos que usando que 200− q(t) > 0 e 44− q(t) > 0. Isolar: Passando R subtraindo para o lado direito da equac¸a˜o, multiplicando por 156 e aplicando a exponencial, segue que 200− q(t) 44− q(t) = e 156Kt+C = De156Kt onde C = 156(S − R) e D = eC sa˜o constantes arbitra´rias. Calculando a equac¸a˜o acima em t = 0 e usando que q(0) = 0, obtemos que D = 200 44 , de modo que 200− q(t) 44− q(t) = 200 44 e156Kt Da equac¸a˜o acima, segue que 44(200− q(t)) = 200(44− q(t))e156Kt de modo que, isolando q(t), obtemos que q(t) = 8800e156Kt − 8800 200e156Kt − 44 b) Como aparece uma indeterminac¸a˜o do tipo ∞/∞, podemos aplicar L’Hospital para calcular o limite lim t→∞ q(t) = lim t→∞ 8800(156Ke156Kt) 200(156Ke156Kt) = lim t→∞ 8800 200 = 44 A quantidade remanescente dos reagentes X e Y apo´s muito tempo decorrido e´ dada, respectivamente, pelos limites lim t→∞ 50− q(t)/4 = 39, lim t→∞ 33− 3q(t)/4 = 0 mostrando que sobraram 39g de reagente X e 0g de reagente Y . Pa´gina 7 de 64 4) Podemos modelar a produc¸a˜o de iogurte atrave´s do modelo log´ıstico, onde uma populac¸a˜o p(t) de bacte´rias cresce transformando uma quantidade L(t) de leite em iogurte. Segundo esse modelo, a taxa de reproduc¸a˜o da populac¸a˜o por bacte´ria p′(t)/p(t) e´ proporcional a` taxa de consumo de leite por bacte´ria −L′(t)/p(t), que e´ proporcional a` concentrac¸a˜o de leite, que por sua vez e´ proporcional a L(t), uma vez que a massa total do sistema se conserva. Deste modo, existem constantes positivas a e b tais que (∗) p ′(t) p(t) = −aL ′(t) p(t) = bL(t) a) Utilizando a equac¸a˜o (∗), verifique que L′(t) = − 1 a p′(t). Integrando essa equac¸a˜o e utilizando as condic¸o˜es iniciais p(0) = p0 e L(0) = L0, mostre que L(t) = 1 a (c− p(t)), onde c = aL0 + p0. b) Substituindo a expressa˜o de L(t) obtida no item anterior na equac¸a˜o (∗), verifique que p′(t) = b a p(t)(c− p(t)), denominada equac¸a˜o log´ıstica. c) Determine p(t) usando que a populac¸a˜o inicial e´ p(0) = p0. d) Determine o que acontece com a populac¸a˜o p(t) apo´s muito tempo decorrido, calcu- lando o limite lim t→∞ p(t). Soluc¸a˜o a) Uma vez que, pela equac¸a˜o (∗), p ′(t) p(t) = −aL ′(t) p(t) , obtemos a expressa˜o desejada cancelando p(t) e isolando L′(t). Integrando a equac¸a˜o L′(t) = − 1 a p′(t), obtemos que L(t) = −1 a p(t) + C Utilizando as condic¸o˜es iniciais p(0) = p0 e L(0) = L0, obtemos que C = L0 + p0/a, de modo que L(t) = 1 a (c− p(t)) onde c = aL0 + p0. b) Pela equac¸a˜o (∗) e pelo item anterior, temos que p′(t) p(t) = bL(t) = b a (c− p(t)) de modo que p′(t) = b a p(t)(c− p(t)) c) A equac¸a˜o acima e´ separa´vel, de modo que podemos aplicar os treˆs passos: Separar: Essa EDO e´ equivalente a` seguinte equac¸a˜o separada p′(t) p(t)(c− p(t)) = b a Integrar: Integrando os dois lados, obtemos que(∫ 1 p(c− p) dp ) p=p(t) = ∫ p′(t) p(t)(c− p(t)) dt = ∫ b a dt Pa´gina 8 de 64 onde na primeira igualdade usamos a substituic¸a˜o p = p(t), de modo que dp = p′(t)dt. Para resolver a integral ∫ 1 p(c− p) dp vamos utilizar o me´todo das frac¸o˜es parciais. Para isso, devemos escrever 1 p(c− p) = A p + B c− p determinando as constantes A e B. Multiplicando os dois lado por p(c− p), obtemos que 1 = A(c− p) +Bp que pode ser escrita como uma igualdade dos polinoˆmios 0p+ 1 = (B − A)p+ Ac de modo que B − A = 0 e que Ac = 1. Segue enta˜o que A = B = 1/c, de modo que∫ 1 p(c− p) dp = 1 c ∫ 1 p dp+ 1 c ∫ 1 c− p dp Integrando cada um dos termos dessa soma e utilizando a propriedades do logaritmo, segue que ∫ 1 p(c− p) dp = 1 c log(|p|)− 1 c log(|c− p|) +R = 1 c log (∣∣∣∣ pc− p ∣∣∣∣)+R Substituindo esse resultado na equac¸a˜o(∫ 1 p(c− p) dp ) p=p(t) = ∫ b a dt obtemos que 1 c log ( p(t) c− p(t) ) +R = b a t+ S onde usamos que p(t) > 0 e c− p(t) > 0. Isolar: Passando R subtraindo para o lado direito da equac¸a˜o, multiplicando por c e aplicando a exponencial, segue que p(t) c− p(t) = e cb a t+C = De cb a t onde C = c(S−R) e D = eC sa˜o constantes arbitra´rias. Calculando a equac¸a˜o acima em t = 0 e usando que p(0) = p0, obtemos que D = p0 c− p0 de modo que p(t) c− p(t) = p0 c− p0 e cb a t Da equac¸a˜o acima, segue que p(t)(c− p0) = (c− p(t))p0e cba t de modo que, isolando p(t), obtemos que p(t) = cp0e cb a t c− p0 + p0e cba t Pa´gina 9 de 64 d) Como aparece uma indeterminac¸a˜o do tipo ∞/∞, podemos aplicar L’Hospital para calcular o limite lim t→∞ p(t) = lim t→∞ cp0 cb a e cb a t p0 cb a e cb a t = lim t→∞ c 1 = c Pa´gina 10 de 64 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 2 Lista de Exerc´ıcios – Mo´dulo 2 – Lista 2 – Soluc¸a˜o 1) Considere um circuito RC onde a forc¸a eletromotriz e´ uma constante E, a capacitaˆncia e´ uma constante C e a resisteˆncia aumenta linearmente, de modo que R = R0 + at. Temos que as quedas de tensa˜o no capacitor e na resisteˆncia sa˜o dadas, respectivamente, por Cq(t) e Rq′(t), onde q(t) e´ a carga no capacitor. A segunda Lei de Kirchoff diz que a soma das quedas de tensa˜o num circuito e´ igual a` forc¸a eletromotriz. a) Mostre que a carga q(t) satisfaz uma equac¸a˜o da forma q′(t) + p(t)q(t) = g(t). Mostre tambe´m que a carga cons- tante q(t) = E C e´ uma soluc¸a˜o, conhecida como carga esta- ciona´ria. Para os pro´ximos itens considere E = 12, C = 6, R0 = 1, a = 2. b) Encontre uma primitiva P (t) de p(t) e determine eP (t) e tambe´m e−P (t). c) Obtenha a soluc¸a˜o geral q(t) da equac¸a˜o determinada no primeiro item. d) Determine a soluc¸a˜o com carga inicial q(0) = q0. Mostre que, para qualquer carga inicial, apo´s muito tempo decor- rido a carga q(t) se aproxima da carga estaciona´ria, isto e´, mostre que lim t→∞ q(t) = E C = 2. E R C q(t) Soluc¸a˜o a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que (R0 + at)q ′(t) + Cq(t) = E Dividindo essa equac¸a˜o por R0 + at, segue que q′(t) + C R0 + at q(t) = E R0 + at que e´ uma equac¸a˜o diferencial linear de primeira ordem da forma q′(t) + p(t)q(t) = g(t), onde p(t) = C R0 + at e g(t) = E R0 + at Se q(t) = E C enta˜o q′(t) = 0 e enta˜o q′(t) + p(t)q(t) = C R0 + at E C = g(t) mostrando que q(t) = E C e´ uma soluc¸a˜o. Pa´gina 11 de 64 b) Usando os valores adotados das constantes, temos que p(t) = 6 1 + 2t de modo que ∫ 6 1 + 2t dt = 6 2 (∫ 1 x dx ) x=1+2t = 3 log(1 + 2t) + A onde usamos que a resisteˆncia R = 1 + 2t e´ sempre positiva. Podemos enta˜o escolher P (t) = 3 log(1 + 2t) = log((1 + 2t)3) de modo que eP (t) = elog((1+2t) 3) = (1 + 2t)3 e que e−P (t) = (eP (t))−1 = (1 + 2t)−3 c) A soluc¸a˜o geral e´ dada por q(t) = c(t)e−P (t) onde c(t) = ∫ g(t)eP (t) dt Temos c(t) = ∫ 12 1 + 2t (1 + 2t)3 dt = 12 ∫ (1 + 2t)2 dt = 12 2 (∫ x2 dx ) x=1+2t = 6 1 3 (1 + 2t)3 +B = 2(1 + 2t)3 +B Segue que a soluc¸a˜o geral e´ dada por q(t) = c(t)(1 + 2t)−3 de modo que q(t) = 2 +B(1 + 2t)−3 d) Em t = 0 temos q0 = q(0) = 2 +B isolando B obtemos que B = q0 − 2, de modo que q(t) = 2 + (q0 − 2)(1 + 2t)−3 e´ a soluc¸a˜o com carga inicial q(0) = q0. Uma vez que lim t→∞ (1 + 2t)−3 = 0 pois e´ um limite do tipo limitado/infinito, segue que lim t→∞ q(t) = 2 + (q0 − 2) lim t→∞ (1 + 2t)−3 = 2 mostrando que esse limite na˜o depende da carga inicial q0 e coincide com a carga estaciona´ria 2. Pa´gina 12 de 64 2) Considere um circuito RC onde a forc¸a eletromotriz e´ alternada, de modo que E = E0 cos(t), a capacitaˆncia e´ uma constante C e a resisteˆncia aumenta linearmente, de modo que R = R0 + at. Temos que as quedas de tensa˜o no capacitor e na resisteˆncia sa˜o dadas, respectivamente, por Cq(t) e Rq′(t), onde q(t) e´ a carga no capacitor. A segunda Lei de Kirchoff diz que a soma das quedas de tensa˜o num circuito e´ igual a` forc¸a eletromotriz. a) Mostre que a carga q(t) satisfaz uma equac¸a˜o da forma q′(t) + p(t)q(t) = g(t). Para os pro´ximos itens considere E0 = 220, C = 2, R0 = 1, a = 2. b) Encontre uma primitiva P (t) de p(t) e determine eP (t) e tambe´m e−P (t). c) Obtenha a soluc¸a˜o geral q(t) da equac¸a˜o determinada no primeiro item. d) Determine a soluc¸a˜o com carga inicial q(0) = q0. Mostre que lim t→∞ q(t) = 0, mostrando que esse limite na˜o depende da carga inicial q0. E R C q(t) Soluc¸a˜o a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que (R0 + at)q ′(t) + Cq(t) = E Dividindo essa equac¸a˜o por R0 + at, segue que q′(t) + C R0 + at q(t) = E0 cos(t) R0 + at que e´ uma equac¸a˜o diferencial linear de primeira ordem da forma q′(t) + p(t)q(t) = g(t) onde p(t) = C R0 + at e g(t) = E0 cos(t) R0 + at b) Usando os valores adotados das constantes, temos que p(t) = 2 1 + 2t de modo que ∫ 2 1 + 2t dt = 2 2 (∫ 1 x dx ) x=1+2t = log(1 + 2t) + A, onde usamos que a resisteˆncia R = 1 + 2t e´ sempre positiva. Podemos enta˜o escolher P (t) = log(1 + 2t) de modo que eP (t) = elog(1+2t) = 1 + 2t e que e−P (t) = 1 eP (t) = 1 1 + 2t Pa´gina 13 de 64 c) A soluc¸a˜o geral e´ dada por q(t) = c(t)e−P (t), onde c(t) = ∫ g(t)eP (t) dt Temos c(t) = ∫ 220 cos(t) 1 + 2t (1 + 2t) dt = 220 ∫ cos(t) dt = 220 sen(t) +B. Segue que a soluc¸a˜o geral e´ dada por q(t) = c(t) 1 1 + 2t de modo que q(t) = 220 sen(t) +B 1 + 2t d) Em t = 0 temos q0 = q(0) = B de modo que q(t) = 220 sen(t) + q0 1 + 2t e´ a soluc¸a˜o com carga inicial q(0) = q0. Segue enta˜o que lim t→∞ q(t) = lim t→∞ 220 sen(t) + q0 1 + 2t = 0 pois e´ um limite do tipo limitado/infinito, mostrando que esse limite na˜o depende da carga inicial q0. Pa´gina 14 de 64 3) Considere um circuito RC onde a forc¸a eletromotriz e´ uma constante E = 12, a capa- citaˆncia e´ dada por C = cos(t) + 2 e a resisteˆncia e´ dada por R = sen(t) + 2t+ 1. Temos que as quedas de tensa˜o no capacitor e na resisteˆncia sa˜o dadas, respectivamente, por Cq(t) e Rq′(t), onde q(t) e´ a carga no capacitor. A segunda Lei de Kirchoff diz que a soma das quedas de tensa˜o num circuito e´ igual a` forc¸a eletromotriz. a) Mostre que a carga q(t) satisfaz uma equac¸a˜o da forma q′(t) + p(t)q(t) = g(t). b) Encontre uma primitiva P (t) de p(t) e determine eP (t) e tambe´m e−P (t). c) Obtenha a soluc¸a˜o geral q(t) da equac¸a˜o determinada no primeiro item. d) Determine a soluc¸a˜o com carga inicial q(0) = q0. Mostre que lim t→∞ q(t) = 6, mostrando que esse limite na˜o depende da carga inicial q0. E R C q(t) Soluc¸a˜o a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que ( sen(t) + 2t+ 1)q′(t) + (cos(t) + 2)q(t) = 12 Dividindo essa equac¸a˜o por R0 + at, segue que q′(t) + cos(t) + 2 sen(t) + 2t+ 1 q(t) = 12 sen(t) + 2t+ 1 que e´ uma equac¸a˜o diferencial linear de primeira ordem da forma q′(t) + p(t)q(t) = g(t), onde p(t) = cos(t) + 2 sen(t) + 2t+ 1 e g(t) = 12 sen(t) + 2t+ 1 b) Usando os valores adotados das constantes, temos que p(t) = cos(t) + 2 sen(t) + 2t+ 1 , de modo que∫ cos(t) + 2 sen(t) + 2t+ 1 dt = (∫ 1 x dx ) x=sen(t)+2t+1 = log( sen(t) + 2t+ 1) + A onde usamos que a resisteˆncia R = sen(t) + 2t+ 1 e´ sempre positiva. Podemos enta˜o escolher P (t) = log( sen(t) + 2t+ 1) de modo que eP (t) = elog( sen(t)+2t+1) = sen(t) + 2t+ 1 e que e−P (t) = 1 eP (t) = 1 sen(t) + 2t+ 1 Pa´gina 15 de 64 c) A soluc¸a˜o geral e´ dada por q(t) = c(t)e−P (t) onde c(t) = ∫ g(t)eP (t) dt Temos c(t) = ∫ 12 sen(t) + 2t+ 1 ( sen(t) + 2t+ 1) dt = ∫ 12 dt = 12t+B Segue que a soluc¸a˜o geral e´ dada por q(t) = c(t) 1 sen(t) + 2t+ 1 de modo que q(t) = 12t+B sen(t) + 2t+ 1 d) Em t = 0 temos q0 = q(0) = B de modo que q(t) = 12t+ q0 sen(t) + 2t+ 1 e´ a soluc¸a˜o com carga inicial q(0) = q0. Segue enta˜o que lim t→∞ q(t) = lim t→∞ 12t+ q0 sen(t) + 2t+ 1 = lim t→∞ 12 + q0/t sen(t)/t+ 2 + 1/t = 12 2 = 6 mostrando que esse limite na˜o depende da carga inicial q0. Pa´gina 16 de 64 4) Num foguete, se o empuxo e´ uma constante d, a taxa de variac¸a˜o de sua massa e´ constante, de modo que m(t) = m0−at. Se o foguete na˜o atinge uma altura muito elevada, podemos supor que gravidade e´ uma constante g e que a forc¸a de arraste do ar e´ dada por −bv(t), proporcional a` velocidade v(t) do foguete. Segue que a forc¸a que atua no foguete e´ dada por F = −m(t)g − bv(t) + d. Neste caso, a segunda Lei de Newton e´ dada por (m(t)v(t))′ = F . a) Mostre que v(t) satisfaz uma equac¸a˜o da forma v′(t)+p(t)v(t) = g(t). Para os pro´ximos itens considere g = 10, b = 1, d = 100, m0 = 1, a = 2. b) Encontre uma primitiva P (t) de p(t) e determine eP (t) e tambe´m e−P (t). c) Obtenha a soluc¸a˜o geral v(t) da equac¸a˜o determinada no primeiro item. d) Determine a soluc¸a˜o v(t) com velocidade inicial v(0) = 0. Para que valores de t ≥ 0 a velocidade v(t) esta´ definida? d −bv(t) −m(t)g Soluc¸a˜o a) Temos que (m(t)v(t))′ = m′(t)v(t) +m(t)v′(t) = −av(t) + (m0 − at)v′(t) e que a forc¸a resultante e´ dada por F = −m(t)g − bv(t) + d = −(m0 − at)g − bv(t) + d. Pela segunda Lei de Newton segue que v(t) satisfaz −av(t) + (m0 − at)v′(t) = −(m0 − at)g − bv(t) + d de modo que (m0 − at)v′(t) + (b− a)v(t) = −(m0 − at)g + d. Dividindo essa equac¸a˜o por m0 − at, segue que v′(t) + b− a m0 − atv(t) = −g + d m0 − at, que e´ uma equac¸a˜o diferencial linear de primeira ordem da forma v′(t) + p(t)v(t) = g(t), onde p(t) = b− a m0 − at e g(t) = −g + d m0 − at. b) Usando os valores adotados das constantes, temos que p(t) = − 1 1− 2t , Pa´gina 17 de 64 de modo que ∫ − 1 1− 2t dt = −1 −2 (∫ 1 x dx ) x=1−2t = 1 2 log(1− 2t) + A, onde estamos usando que a massa 1− 2t e´ sempre positiva. Podemos enta˜o escolher P (t) = 1 2 log(1− 2t) = log((1− 2t)1/2), de modo que eP (t) = elog((1−2t) 1/2) = (1− 2t)1/2. e que e−P (t) = (eP (t))−1 = (1− 2t)−1/2. c) A soluc¸a˜o geral e´ dada por v(t) = c(t)e−P (t), onde c(t) = ∫ g(t)eP (t) dt. Temos c(t) = ∫ ( −10 + 100 1− 2t ) (1− 2t)1/2 dt = −10 ∫ (1− 2t)1/2 dt+ 100 ∫ 1 (1− 2t)1/2 dt = −10 −2 (∫ x1/2 dx ) x=1−2t + 100 −2 (∫ x−1/2 dx ) x=1−2t = 10 2 2 3 (1− 2t)3/2 − 100 2 2(1− 2t)1/2 +B = 10 3 (1− 2t)3/2 − 100(1− 2t)1/2 +B. Segue que a soluc¸a˜o geral e´ dada por v(t) = c(t)(1− 2t)−1/2, de modo que v(t) = −100 + 10 3 (1− 2t) +B(1− 2t)−1/2. d) Em t = 0 temos 0 = v(0) = −100 + 10 3 +B, isolando B obtemos que B = 100− 10 3 = 290 3 . Segue que v(t) = −100 + 10 3 (1− 2t) + 290 3 (1− 2t)−1/2, e´ a soluc¸a˜o que satisfaz v(0) = 0. Pela forma de v(t), para que ela esteja definida, devemos ter 1−2t > 0. Assim v(t) esta´ definida para t em [0, 1/2), que e´ precisamente o intervalo onde a massa do foguete e´ positiva. Pa´gina 18 de 64 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 2 Lista de Exerc´ıcios – Mo´dulo 2 – Lista 3 – Soluc¸a˜o 1) A temperatura de equil´ıbrio T (P ) em um ponto P de uma chapa circular feita com um material uni- forme pode ser escrita em func¸a˜o das coordenadas polares (r, θ) de P , onde r e´ a distaˆncia entre o ponto P e a origem O e θ e´ o aˆngulo formado en- tre o eixo x e o segmento OP . Temos que θ varia em [0, 2pi] e que r varia em [0, R], onde R e´ o raio da chapa. Note que o conjunto dos pontos tais que r e´ constante formam uma circunfereˆncia. P r θ O x y R Escrevendo a temperatura em P como produto de duas func¸o˜es T (P ) = y(θ)z(r), e´ poss´ıvel mostrar que as func¸o˜es y(θ) e z(r) satisfazem as seguintes equac¸o˜es diferenciais y′′(θ) −y(θ) = ν = r2z′′(r) + rz′(r) z(r) , onde ν e´ uma constante positiva. O objetivo dessa questa˜o e´ resolver essas duas equac¸o˜es diferenciais e estudar suas soluc¸o˜es. a) Mostre que y(θ) satisfaz a equac¸a˜o y′′(θ) + νy(θ) = 0. Determine os valores de a > 0 tais que y1(θ) = cos(aθ) e y2(θ) = sen(aθ) sa˜o soluc¸o˜es fundamentais dessa equac¸a˜o. b) Use o fato de que (r, 0) e (r, 2pi) representam o mesmo ponto P na chapa, para concluir que y(0) = y(2pi). Use esse fato para concluir que ν = λ2, para algum inteiro λ ≥ 0. c) Mostre que z(r) satisfaz a equac¸a˜o r2z′′(r) + rz′(r) − λ2z(r) = 0, r > 0, conhecida como equac¸a˜o de Euler. Determine os valores de b tais que z(r) = rb e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Euler. d) Use o item anterior para obter a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o de Euler. Verifique que qualquer soluc¸a˜o que na˜o e´ proporcional a` soluc¸a˜o rλ possui ass´ıntota vertical em r = 0. Soluc¸a˜o a) Temos que y(θ) satisfaz y′′(θ) −y(θ) = ν logo y′′(θ) = −νy(θ) e, portanto, y′′(θ) + νy(θ) = 0 (1) onde ν > 0. Considerando primeiro y1(θ) = cos(aθ), temos y1(θ) = cos(aθ) y′1(θ) = −a sen(aθ) y′′1(θ) = −a2 cos(aθ) Pa´gina 19 de 64 Segue que y′′1(θ) + νy1(θ) = −a2 cos(aθ) + ν cos(aθ) = (ν − a2) cos(aθ) = 0 ⇐⇒ a2 = ν logo se e so´ se a = √ ν, uma vez que a > 0. Isso mostra que y1(θ) = cos( √ νθ) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o (1). Considerando agora y2(θ) = sen(aθ), temos y2(θ) = sen(aθ) y′2(θ) = a cos(aθ) y′′2(θ) = −a2 sen(aθ) Segue que y′′2(θ) + νy2(θ) = −a2 sen(aθ) + ν sen(aθ) = (ν − a2) sen(aθ) = 0 ⇐⇒ a2 = ν logo se e so´ se a = √ ν, uma vez que a > 0. Isso mostra que y2(θ) = sen( √ νθ) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o (1). Elas sa˜o soluc¸o˜es fundamentais pois seu Wronskiano e´ dado por W (y1(t), y2(t)) = det ( cos( √ νθ) sen( √ νθ) −√ν sen(√νθ) √ν cos(√νθ) ) = √ ν > 0 b) Como (r, 0) e (r, 2pi) representam o mesmo ponto P na chapa, segue que y(0)z(r) = T (P ) = y(2pi)z(r) para todo r ∈ [0, R], de modo que y(0) = y(2pi) Usando a soluc¸a˜o geral temos que y(0) = c1 cos(0) + c2 sen(0) = c1 e que y(2pi) = c1 cos( √ ν2pi) + c2 sen( √ ν2pi), de modo que c1 cos( √ ν2pi) + c2 sen( √ ν2pi) = c1 para todo c1, c2 ∈ R. Escolhendo c1 = 1 e c2 = 0, obtemos que cos( √ ν2pi) = 1 de modo que √ ν2pi e´ um mu´ltiplo inteiro de de 2pi, isto e´, √ ν2pi = 2piλ, onde λ ≥ 0 e´ um inteiro. Segue que √ν = λ e enta˜o que ν = λ2, onde λ ≥ 0 e´ um inteiro, como quer´ıamos. Pa´gina 20 de 64 c) Temos que ν = λ2 de modo que z(r) satisfaz r2z′′(r) + rz′(r) z(r) = λ2 logo r2z′′(r) + rz′(r) = λ2z(r) e, portanto, r2z′′(r) + rz′(r)− λ2z(r) = 0, onde r > 0 pois e´ o raio. Seja z(r) = rb, enta˜o z(r) = rb z′(r) = brb−1 z′′(r) = b(b− 1)rb−2 de modo que r2z′′(r) + rz′(r)− λ2z(r) = r2(b(b− 1)rb−2) + r(brb−1)− λ2(rb) = (b(b− 1) + b− λ2)rb = 0 e portanto z(r) = rb e´ soluc¸a˜o se e somente se b(b− 1) + b− λ2 = b2 − λ2 = 0 ⇐⇒ b = ±λ, Isso fornece soluc¸o˜es z1(r) = r λ e z2(r) = r −λ d) Elas sa˜o soluc¸o˜es fundamentais pois seu Wronskiano e´ dado por W (z1(r), z2(r)) = det ( rλ r−λ λrλ−1 −λr−λ−1 ) = −2λr−1 6= 0 Portanto a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o de Euler e´ z(r) = c1r λ + c2r −λ Se z(r) na˜o e´ proporcional a` rλ enta˜o o coeficiente c2 na˜o-se anula e lim r→0 z(r) = c1 lim r→0 rλ + c2 lim r→0 r−λ = c1 · 0 + c2 ·+∞ = ±∞ que e´ ±∞ dependendo do sinal do coeficiente c2. Isso mostra que qualquer soluc¸a˜o na˜o-proporcional a rλ possui ass´ıntota vertical em r = 0. Pa´gina 21 de 64 2) No a´tomo de hidrogeˆnio, a posic¸a˜o do ele´tron e´ dada em coordenadas esfe´ricas por (r, θ, φ), onde r e´ a distaˆncia do ele´tron ao nu´cleo, θ e´ o aˆngulo polar e φ e´ o anˆgulo azimutal. A probabilidade do ele´tron estar na regia˜o de coordenadas (r, θ, φ) com r ∈ (r1, r2), θ ∈ (θ1, θ2) e φ ∈ (φ1, φ2) e´ proporcional a∫ r2 r1 R(r)2 dr ∫ θ2 θ1 Θ(θ)2 dθ ∫ φ2 φ1 Φ(φ)2 dφ onde Φ(φ) = 1, Θ(θ) esta´ relacionada com a equac¸a˜o de Legendre (1− x2)y′′(x)− 2xy′(x) + λ(λ+ 1)y(x) = 0 e R(r) esta´ relacionada com a equac¸a˜o de Laguerre xy′′(x) + (1− x)y′(x) + (ν + λ)y(x) = 0 onde ν e λ sa˜o nu´meros inteiros. x y z φ θ r As equac¸o˜es acima sempre possuem uma soluc¸a˜o polinomial e qualquer outra soluc¸a˜o na˜o proporcional a ela possui ass´ıntota vertical, de modo que, nesse problema, a u´nica soluc¸a˜o que possui significado f´ısico e´ a soluc¸a˜o polinomial. O objetivo desse exerc´ıcio e´ mostrar esse fato em alguns casos. a) Obtenha o Wronskiano da equac¸a˜o de Legendre, utilizando a fo´rmula de Abel. b) Considere a equac¸a˜o de Legendre com λ = 1 . Verifique que y1(x) = x e´ soluc¸a˜o e obtenha a soluc¸a˜o geral y(x) usando o item anterior. Na integrac¸a˜o, use frac¸o˜es parciais. c) Verifique que qualquer outra soluc¸a˜o obtida no item anterior que na˜o e´ proporcional a y1(x) possui ass´ıntota vertical em x = 1 e tambe´m em x = −1. d) Obtenha o Wronskiano da equac¸a˜o de Laguerre, utilizando a fo´rmula de Abel. e) Considere a equac¸a˜o de Laguerre com ν = λ = 0 . Verifique que y1(x) = 1 e´ soluc¸a˜o e obtenha a soluc¸a˜o geral y(x) usando o item anterior. Na integrac¸a˜o, use a se´rie de poteˆncias da exponencial. f) Verifique que qualquer outra soluc¸a˜o obtida no item anterior que na˜o e´ proporcional a y1(x) possui ass´ıntota vertical em x = 0. Soluc¸a˜o a) Colocando a equac¸a˜o de Legendre na forma y′′(x)− 2x 1− x2y ′(x) + λ(λ+ 1) 1− x2 y(x) = 0 temos que q(x) = − 2x 1− x2 Pa´gina 22 de 64 logo ∫ q(x)dx = ∫ − 2x 1− x2dx = ∫ 2x 1− x2dx substituic¸a˜o y = 1− x 2 ⇒ dy = −2xdx = ∫ 1 y dy = log(y) + C = log(1− x2) + C e podemos tomar Q(x) = log(1− x2) Pela fo´rmula de Abel temos que W (y1(x), y2(x)) = Ce −Q(x) = Ce− log(1−x 2) = Celog(1−x 2)−1 = C 1 1− x2 para quaisquer duas soluc¸o˜es y1(x), y2(x) da equac¸a˜o de Legendre. b) Para λ = 1 a equac¸a˜o de Legendre fica (1− x2)y′′ − 2xy′ + 2y = 0 Para y1(x) = x temos que y′1 = 1 y ′′ 1 = 0 logo (1− x2)y′′1 − 2xy′1 + 2y1 = (1− x2) · 0− 2x · 1 + 2 · x = −2x+ 2x = 0 o que mostra que y1(x) = x e´ soluc¸a˜o. Para obter a soluc¸a˜o geral y(x), pelo item anterior temos que W (y1(x), y(x)) = C 1 1− x2 por outro lado, considerando y(x)/y1(x) sabemos que( y(x) x )′ = ( y(x) y1(x) )′ = W (y1(x), y(x)) y21(x) = C 1 x2(1− x2) (2) Uma vez que x2(1− x2) = x2(1− x)(1 + x) por frac¸o˜es parciais temos que 1 x2(1− x2) = A x + B x2 + E 1− x + F 1 + x Pa´gina 23 de 64 multiplicando pelo denominador obtemos 1 = Ax(1− x2) +B(1− x2) + Ex2(1 + x) + Fx2(1− x) = A(x− x3) +B(1− x2) + E(x2 + x3) + F (x2 − x3) = (−A+ E − F )x3 + (−B + E + F )x2 + Ax+B portanto A = 0, B = 1, E = 1/2, F = 1/2. Integrando ambos lados de (2), obtemos y(x) x = C ∫ 1 x2(1− x2)dx = C (∫ 1 x2 + 1/2 1− x + 1/2 1 + x ) dx = C ( −1 x − 1 2 log |1− x|+ 1 2 log |1 + x| ) +D = C ( −1 x + 1 2 log ∣∣∣∣1 + x1− x ∣∣∣∣)+D Isolando y(x), obtemos a soluc¸a˜o geral y(x) = C ( −1 + 1 2 x log ∣∣∣∣1 + x1− x ∣∣∣∣)+Dx c) Observe que a soluc¸a˜o obtida no item anterior e´ da forma y(x) = C ( −1 + 1 2 x log ∣∣∣∣1 + x1− x ∣∣∣∣)︸ ︷︷ ︸ y2(x) +D x︸︷︷︸ y1(x) = Cy2(x) +Dy1(x) Se y(x) na˜o e´ proporcional a y1(x), enta˜o o coeficiente C de y2(x) na˜o se anula. Temos que lim x→1 y1(x) = 1 e lim x→1 y2(x) = lim x→1 −1 + 1 2 x log ∣∣∣∣1 + x1− x ∣∣∣∣ = +∞ pois limx→1 |(1 + x)/(1− x)| = +∞ e limz→+∞ log(z) = +∞. lim x→−1 y1(x) = −1 e lim x→−1 y2(x) = lim x→−1 −1 + 1 2 x log ∣∣∣∣1 + x1− x ∣∣∣∣ = +∞ pois limx→−1 |(1 + x)/(1− x)| = 0 e limz→0 log(z) = −∞. Uma vez que C 6= 0, temos lim x→1− y(x) = C · −∞+D · 1 = ±∞ e lim x→−1+ y(x) = C · −∞+D · −1 = ±∞ que e´ ±∞ depedendo do sinal do coeficiente C. Isso mostra que qualquer soluc¸a˜o na˜o-proporcional a y1(x) possui ass´ıntota vertical em x = 1 e tambe´m em x = −1. d) Colocando a equac¸a˜o de Laguerre na forma y′′(x) + 1− x x y′(x) + (ν + λ) x y(x) = 0 Pa´gina 24 de 64 temos que q(x) = 1− x x = 1 x − 1 logo ∫ q(x)dx = ∫ 1 x − 1 dx = log(x)− x+ C e podemos tomar Q(x) = log(x)− x Pela fo´rmula de Abel temos que W (y1(x), y2(x)) = Ce −Q(x) = Ce− log(x)+x = Ce− log(x)ex = Celog(x −1)ex = Cx−1ex = C ex x para quaisquer duas soluc¸o˜es y1(x), y2(x) da equac¸a˜o de Laguerre. e) Para ν = λ = 0 a equac¸a˜o de Laguerre fica xy′′(x) + (1− x)y′(x) = 0 Para y1(x) = 1 temos que y′1 = 0 y ′′ 1 = 0 logo xy′′1(x) + (1− x)y′1(x) = x · 0 + (1− x) · 0 = 0 o que mostra que y1(x) = 1 e´ soluc¸a˜o. Para obter a soluc¸a˜o geral y(x), pelo item anterior temos que W (y1(x), y(x)) = C ex x por outro lado, considerando y(x)/y1(x) sabemos que( y(x) 1 )′ = ( y(x) y1(x) )′ = W (y1(x), y(x)) y21(x) = C ex x (3) Usando a se´rie de poteˆncias ex = 1 + x+ 1 2! x2 + 1 3! x3 + · · · = ∞∑ n=0 1 n! xn Pa´gina 25 de 64 definida para x ∈ R, temos que ex x = 1 x + 1 + 1 2! x+ 1 3! x2 + · · · = 1 x + ∞∑ n=1 1 n! xn−1 onde a se´rie de poteˆncias esta´ definida para x ∈ R. Integrando ambos lados de (3), obtemos a soluc¸a˜o geral y(x) = C ∫ C ex x dx = C (∫ 1 x + ∞∑ n=1 1 n! xn−1 ) dx = C ( log |x|+ ∞∑ n=1 1 n!n xn ) +D onde a se´rie de poteˆncias esta´ definida para x ∈ R. f) Observe que a soluc¸a˜o obtida no item anterior e´ da forma y(x) = C ( log |x|+ ∞∑ n=1 1 n!n xn ) ︸ ︷︷ ︸ y2(x) +D 1︸︷︷︸ y1(x) = Cy2(x) +Dy1(x) Se y(x) na˜o e´ proporcional a y1(x), enta˜o o coeficiente C de y2(x) na˜o se anula. Como a se´rie de poteˆncias em y2(x) esta´ definida para x ∈ R, temos que lim x→0 ∞∑ n=1 1 n!n xn = lim x→0 1 + 1 2! x+ 1 3! x2 + · · · = 1 + 1 2! 0 + 1 3! 02 + · · · = 1 logo lim x→0 y2(x) = lim x→0 log |x|+ 1 = −∞+ 1 = −∞ Uma vez que C 6= 0, temos lim x→0 y(x) = C · −∞+D · 1 = ±∞ que e´ ±∞ depedendo do sinal do coeficiente C. Isso mostra que qualquer soluc¸a˜o na˜o-proporcional a y1(x) possui ass´ıntota vertical em x = 0. Pa´gina 26 de 64 3) Considere um circuito RLC onde a forc¸a eletromotriz e´ E = 12e−2t, a resisteˆncia e´ R = 5, a indutaˆncia e´ L = 1 e a capacitaˆncia e´ C = 4. Temos que a queda de tensa˜o no indutor, no capacitor e na resisteˆncia e´ dada, respectivamente, por Lq′′(t), Rq′(t) e Cq(t), onde q(t) e´ a carga no capacitor. A segunda Lei de Kirchoff afirma que a soma das quedas de tensa˜o num circuito e´ igual a` forc¸a eletromotriz. a) Mostre que a carga na capacitor satisfaz uma EDO linear de segunda ordem. b) Verifique que q1(t) = e −t e q2(t) = e−4t sa˜o soluc¸o˜es fun- damentais da equac¸a˜o homogeˆnea. c) Obtenha a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o na˜o-homogeˆnea. A carga no capacitor tende a zero quando t cresce? d) Determine a carga q(t) do capacitor se a carga inicial e´ q(0) = 0 e a corrente inicial e´ q′(0) = 1. E L R C q(t) Soluc¸a˜o a) Pela segunda Lei de Kirchoff temos que q(t) satisfaz a seguinte equac¸a˜o Lq′′ +Rq′ + Cq = E Usando que E = 12e−2t, L = 1, R = 5 e C = 4, equac¸a˜o acima fica q′′ + 5q′ + 4q = 12e−2t b) Consideramos primeiro q1(t) = e −t, temos q1(t) = e −t q′1(t) = −e−t q′′1(t) = e −t Segue que q′′1 + 5q ′ 1 + 4q1 = (e −t) + 5(−e−t) + 4(e−t) = (1− 5 + 4)e−t = 0 Isso mostra que q1(t) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o homogeˆnea. Consideramos agora q2(t) = e −4t, temos q2(t) = e −4t q′2(t) = −4e−4t q′′2(t) = 16e −4t Segue que q′′2 + 5q ′ 2 + 4q2 = (16e −4t) + 5(−4e−4t) + 4(e−4t) (4) = (16− 20 + 4)e−4t (5) = 0 (6) Isso mostra que q2(t) tambe´m e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o homogeˆnea. Elas sa˜o soluc¸o˜es fundamentais pois seu Wronskiano e´ dado por W (q1(t), q2(t)) = det ( e−t e−4t −e−t −4e−4t ) = −3e−5t Pa´gina 27 de 64 c) Pelo me´todo da variac¸a˜o dos paraˆmetros, a soluc¸a˜o geral e´ q(t) = c1(t)e −t + c2(t)e−4t, onde c1(t) = ∫ −12e −2te−4t −3e−5t dt = ∫ 4e−t dt = −4e−t + c1 e c2(t) = ∫ 12e−2te−t −3e−5t dt = ∫ −4e2t dt = −2e2t + c2 Segue que q(t) = (−4e−t + c1)e−t + (−2e2t + c2)e−4t = (−4e−t)e−t + (−2e2t)e−4t + c1e−t + c2e−4t = −6e−2t + c1e−t + c2e−4t de modo que a carga no capacitor tende a zero quando t cresce, uma vez que lim t→∞ q(t) = lim t→∞ −6e−2t + c1 lim t→∞ e−t + c2 lim t→∞ e−4t = 0 d) Derivando q(t) = −6e−2t + c1e−t + c2e−4t temos q′(t) = 12e−2t − c1e−t − 4c2e−4t Usando as condic¸o˜es iniciais dadas 0 = q(0) = −6 + c1 + c2 1 = q′(0) = 12− c1 − 4c2 conclu´ımos que c1 + c2 = 6 −c1 − 4c2 = −11 cuja u´nica soluc¸a˜o e´ c1 = 13/3 e c2 = 5/3. Segue que a soluc¸a˜o do PVI e´ q(t) = −6e−2t + 13 3 e−t + 5 3 e−4t Pa´gina 28 de 64 4) Considere um sistema MMA onde a forc¸a externa e´ F = 5e−t, a massa e´ m = 1, a constante da mola e´ k = 2 e constante de amortecimento e´ b = 2. Temos que a forc¸a da mola e do amortecedor e´ dada, respectivamente, por ky(t) e by′(t), onde y(t) e´ a posic¸a˜o da massa em relac¸a˜o ao equil´ıbrio. A segunda Lei de Newton afirma que o produto da massa pela acelerac¸a˜o e´ igual ao somato´rio das forc¸as. a) Mostre que a posic¸a˜o da massa satisfaz uma EDO linear de segunda ordem. b) Verifique que y1(t) = e −t cos(t) e y2(t) = e−t sen(t) sa˜o soluc¸o˜es fundamentais da equac¸a˜o homogeˆnea. c) Obtenha a soluc¸a˜o geral da equac¸a˜o na˜o-homogeˆnea. A posic¸a˜o da massa tende a zero quando t cresce? d) Determine uma soluc¸a˜o que satisfaz as condic¸o˜es iniciais y(0) = 0 e y′(0) = 1. y(t) Soluc¸a˜o a) Pela segunda Lei de Newton, temos que y(t) satisfaz a seguinte equac¸a˜o my′′(t) = −by′(t)− ky(t) + F, Usando que F = 5e−t, m = 1, k = 2 e b = 2, a equac¸a˜o acima e´ equivalente a y′′(t) + 2y′(t) + 2y(t) = 5e−t b) Consideramos primeiro y1(t) = e −t cos(t). Usando as regras de derivac¸a˜o, obtemos que y′1(t) = −e−t cos(t)− e−t sen(t) e y′′1(t) = 2e−t sen(t) Segue enta˜o que y′′1(t) + 2y ′ 1(t) + 2y1(t) = 0 uma vez que (2e−t sen(t)) + 2(−e−t cos(t)− e−t sen(t)) + 2(e−t cos(t)) = 0 Consideramos agora y2(t) = e −t sen(t). Usando as regras de derivac¸a˜o, obtemos que y′2(t) = −e−t sen(t) + e−t cos(t) e y′′2(t) = −2e−t cos(t) Segue enta˜o que y′′2(t) + 2y ′ 2(t) + 2y2(t) = 0 uma vez que (−2e−t cos(t)) + 2(−e−t sen(t) + e−t cos(t)) + 2(e−t sen(t)) = 0 Essas duas soluc¸o˜es sa˜o fundamentais, pois seu Wronskiano e´ dado por W (y1(t), y2(t)) = det ( e−t cos(t) e−t sen(t) −e−t cos(t)− e−t sen(t) −e−t sen(t) + e−t cos(t) ) = e−2t Pa´gina 29 de 64 c) Pelo me´todo da variac¸a˜o dos paraˆmetros, a soluc¸a˜o geral e´ dada por y(t) = c1(t)e −t cos(t) + c2(t)e−t sen(t) onde c1(t) = ∫ −5e −te−t sen(t) e−2t dt = ∫ −5 sen(t) dt = 5 cos(t) + c1 e c2(t) = ∫ 5e−te−t cos(t) e−2t dt = ∫ 5 cos(t) dt = 5 sen(t) + c2 Segue que y(t) = (5 cos(t) + c1)e −t cos(t) + (5 sen(t) + c2)e−t sen(t) = 5(cos2(t) + sen2(t))e−t + c1e−t cos(t) + c2e−t sen(t) = 5e−t + c1e−t cos(t) + c2e−t sen(t) de modo que a posic¸a˜o da massa tende a zero quando t cresce, uma vez que lim t→∞ y(t) = lim t→∞ 5e−t + c1 lim t→∞ e−t cos(t) + c2 lim t→∞ e−t sen(t) = 0 d) Uma vez que y(t) = 5e−t + c1e−t cos(t) + c2e−t sen(t) segue que y′(t) = −5e−t + c1(−e−t cos(t)− e−t sen(t)) + c2(−e−t sen(t) + e−t cos(t)) Calculado em t = 0 e usando as condic¸o˜es iniciais, obtemos que 0 = y(0) = 5 + c1 e que 1 = y′(0) = −5− c1 + c2 de modo que c1 = −5, c2 = 1 e a soluc¸a˜o do PVI e´ dada por y(t) = 5e−t − 5e−t cos(t) + e−t sen(t) Pa´gina 30 de 64 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 2 Lista de Exerc´ıcios – Mo´dulo 2 – Lista 4 – Soluc¸a˜o 1) Considere um circuito RLC onde a forc¸a eletromotriz e´ E(t) = cos(2t), a resisteˆncia e´ R = 5, a indutaˆncia e´ L = 1 e a capacitaˆncia e´ C = 4. Pela segunda Lei de Kirchoff, a carga q(t) no capacitor satisfaz q′′(t) + 5q′(t) + 4q(t) = cos(2t) a) Determine a soluc¸a˜o geral da homogeˆnea. b) Determine a soluc¸a˜o geral da na˜o-homogeˆnea. c) A carga no circuito tende a zero quando t cresce? d) Determine a carga q(t) do capacitor se a carga inicial e´ q(0) = 0 e a corrente inicial e´ q′(0) = 1. E L R C q(t) Soluc¸a˜o a) A equac¸a˜o caracter´ıstica da homogeˆnea e´ r2 + 5r + 4 = 0, cujas ra´ızes sa˜o r = −1 e r = −4. As duas soluc¸o˜es sa˜o fundamentais sa˜o dadas por q1(t) = e −t e q2(t) = e−4t. Segue que a soluc¸a˜o geral da homogeˆnea e´ q(t) = c1e −t + c2e−4t b) Pelo me´todo da variac¸a˜o dos paraˆmetros, a soluc¸a˜o geral e´ dada por q(t) = c1(t)e −t + c2(t)e−4t onde W (q1(t), q2(t)) = det ( e−t e−4t −e−t −4e−4t ) = −3e−5t c1(t) = ∫ −cos(2t)e −4t −3e−5t dt = 1 3 ∫ et cos(2t) dt = 1 15 et cos(2t) + 2 15 et sen(2t) + c1 e c2(t) = ∫ cos(2t)e−t −3e−5t dt = −1 3 ∫ e4t cos(2t) dt = − 1 15 e4t cos(2t)− 1 30 e4t sen(2t) + c2 Pa´gina 31 de 64 Segue que q(t) = ( 1 15 et cos(2t) + 2 15 et sen(2t) + c1 ) e−t + ( − 1 15 e4t cos(2t)− 1 30 e4t sen(2t) + c2 ) e−4t = 1 15 cos(2t) + 2 15 sen(2t)− 1 15 cos(2t)− 1 30 sen(2t) + c1e −t + c2e−4t = 1 10 sen(2t) + c1e −t + c2e−4t c) Como q(t) = 1 10 sen(2t) + c1e −t + c2e−4t segue que a carga na˜o tende a zero quando t cresce, uma vez que lim t→∞ e−t = lim t→∞ e−4t = 0, mas, no entanto, limt→∞ sen(2t) na˜o existe. d) Derivando a soluc¸a˜o geral da na˜o-homogeˆnea q(t) = 1 10 sen(2t) + c1e −t + c2e−4t. temos q′(t) = 1 5 cos(2t)− c1e−t − 4c2e−4t. Usando as condic¸o˜es iniciais 0 = q(0) = c1 + c2 1 = q ′(0) = 1 5 − c1 − 4c2 conclu´ımos que c1 + c2 = 0 c1 + 4c2 = −45 de onde segue que c1 = −c2, 3c2 = −4/5, logo c2 = −4/15 e c1 = 4/15. Assim q(t) = 1 10 sen(2t) + 4 15 e−t − 4 15 e−4t. Pa´gina 32 de 64 2) Considere um sistema MMA onde a forc¸a externa e´ F (t) = e−t, a massa e´ m = 1, a constante de amortecimento e´ b = 2 e a constante da mola e´ k = 1. Pela segunda Lei de Newton, a posic¸a˜o y(t) da massa em relac¸a˜o ao equil´ıbrio satisfaz y′′(t) + 2y′(t) + y(t) = e−t. a) Determine a soluc¸a˜o geral da homogeˆnea. b) Determine a soluc¸a˜o geral da na˜o-homogeˆnea. c) A posic¸a˜o da massa tende a zero quando t cresce? d) Determine a posic¸a˜o y(t) da massa se a posic¸a˜o inicial e´ y(0) = 1 e a velocidade inicial e´ y′(0) = 0. y(t) Soluc¸a˜o a) A equac¸a˜o caracter´ıstica da homogeˆnea e´ r2 + 2r + 1 = 0, cuja ra´ız e´ r = −1 com multiplicidade 2. As duas soluc¸o˜es fundamentais sa˜o portanto y1(t) = e −t e y2(t) = te−t e a soluc¸a˜o geral da homogeˆnea e´ y(t) = c1e −t + c2te−t. b) Pelo me´todo da variac¸a˜o dos paraˆmetros, a soluc¸a˜o geral e´ dada por y(t) = c1(t)e −t + c2(t)te−t onde W (e−t, te−t) = det ( e−t te−t −e−t (1− t)e−t ) = (1− t)e−2t + te−2t = e−2t c1(t) = ∫ −e −tte−t e−2t dt = − ∫ t dt = −1 2 t2 + c1 e c2(t) = ∫ e−te−t e−2t dt = ∫ 1 dt = t+ c2 Pa´gina 33 de 64 Segue que y(t) = ( −1 2 t2 + c1 ) e−t + (t+ c2) te−t = ( −1 2 t2 ) e−t + (t) te−t + c1e−t + c2te−t = 1 2 t2e−t + c1e−t + c2te−t c) A posic¸a˜o da massa e´ y(t) = 1 2 t2e−t + c1e−t + c2te−t. Temos que lim t→∞ t2e−t = lim t→∞ t2 et = lim t→∞ 2t et = 0 lim t→∞ e−t = lim t→∞ 1 et = 0 lim t→∞ te−t = lim t→∞ t et = lim t→∞ 1 et = 0 onde no primeiro e no u´ltimo limite usamos a regra de L’Hospital, pois aparece uma indeterminac¸a˜o do tipo ∞/∞. Segue que lim t→∞ y(t) = 1 2 lim t→∞ t2e−t + c1 lim t→∞ e−t + c2 lim t→∞ te−t = 0, de modo que a posic¸a˜o da massa tende a zero quando t cresce. d) Derivando y(t) = 1 2 t2e−t + c1e−t + c2te−t. temos y′(t) = te−t − 1 2 t2e−t − c1e−t + c2e−t − c2te−t. Usando as condic¸o˜es iniciais dadas 1 = y(0) = c1 0 = y′(0) = −c1 + c2 conclu´ımos que c1 = 1 −c1 + c2 = 0 cuja u´nica soluc¸a˜o e´ c1 = c2 = 1. Segue que a soluc¸a˜o do PVI e´ y(t) = 1 2 t2e−t + e−t + te−t. Pa´gina 34 de 64 3) Considere dois sistemas massa-mola acoplados, ambos submetidos a uma forc¸a externa nula. x02x 0 1 x1 x2 k1 k2 m1 m2 y1 y2 Pela Lei de Hooke, a forc¸a de uma mola e´ proporcional a` sua distorc¸a˜o. Sejam x01 e x 0 2 as posic¸o˜es de equil´ıbrio dos blocos de massa, respectivamente, m1 e m2. A distorc¸a˜o da mola de constante k1 e´ dada por x1(t)−x01, e a distorc¸a˜o da mola de constante k2 e´ dada por (x2(t)− x1(t))− (x02 − x01). Pela segunda Lei de Newton, segue que{ m1x ′′ 1 = −k1(x1 − x01) + k2((x2 − x1)− (x02 − x01)) m2x ′′ 2 = −k2((x2 − x1)− (x02 − x01)) Colocando y1(t) = x1(t)− x01 e y2(t) = x2(t)− x02, segue que{ m1y ′′ 1 = −k1y1 + k2(y2 − y1) m2y ′′ 2 = −k2(y2 − y1) Considere as massas m1 = m2 = 1, as constantes da mola k1 = 3 e k2 = 2, e as condic¸o˜es iniciais y1(0) = 0, y ′ 1(0) = 0, y2(0) = 1, y ′ 2(0) = 0. a) Usando a primeira equac¸a˜o do sistema e as condic¸o˜es iniciais, determine y′′1(0) e tambe´m y′′′1 (0). b) Isolando y2(t) na primeira equac¸a˜o do sistema e substituindo na segunda, mostre que y1(t) satisfaz uma EDO de ordem 4. c) Determine a equac¸a˜o caracter´ıstica da EDO do segundo item e encontre suas ra´ızes. d) Encontre as soluc¸o˜es fundamentais da EDO do segundo item e determine sua soluc¸a˜o geral. e) Usando o item anterior, o primeiro item e as condic¸o˜es iniciais, determine y1(t). f) Usando o item anterior e a primeira equac¸a˜o do sistema, determine y2(t). Soluc¸a˜o a) Temos que y1 e y2 satisfazem{ y′′1 = −3y1 + 2(y2 − y1) = −5y1 + 2y2 y′′2 = −2(y2 − y1) = −2y2 + 2y1 de modo que, usando a primeira equac¸a˜o do sistema e tambe´m que y1(0) = 0 e y2(0) = 1, obtemos que y′′1(0) = −5y1(0) + 2y2(0) = 2 Derivando a primeira equac¸a˜o do sistema, obtemos que y′′′1 (0) = −5y′1(0) + 2y′2(0) = 2 de modo que, usando que y′1(0) = 0 e y ′ 2(0) = 0, obtemos que y′′′1 (0) = −5y′1(0) + 2y′2(0) = 0 Pa´gina 35 de 64 b) Isolando y2(t) na primeira equac¸a˜o do sistema, obtemos que y2(t) = 1 2 y′′1(t) + 5 2 y1(t) Substituindo essa expressa˜o na segunda equac¸a˜o do sistema, obtemos que( 1 2 y′′1(t) + 5 2 y1(t) )′′ = −2 ( 1 2 y′′1(t) + 5 2 y1(t) ) + 2y1(t) de modo que 1 2 y′′′′1 (t) + 5 2 y′′1(t) = −y′′1(t)− 3y1(t) Multiplicando essa equac¸a˜o por 2, obtemos que y′′′′1 (t) + 7y ′′ 1(t) + 6y1(t) = 0 c) Temos que a equac¸a˜o caracter´ıstica e´ dada por r4 + 7r2 + 6 = 0 Fazenso r2 = s, obtemos que s2 + 7s+ 6 = 0 cujas ra´ızes sa˜o s1 = −1 e s2 = −6 Segue enta˜o que as ra´ızes caracter´ısticas sa˜o dadas por r1 = i, r2 = −i, r3 = √ 6i, r4 = − √ 6i d) Temos quatro soluc¸o˜es fundamentais, dadas por cos(t), sen(t), cos( √ 6t), sen( √ 6t) de modo que a soluc¸a˜o geral e´ dada por y1(t) = c1 cos(t) + c2 sen(t) + c3 cos( √ 6t) + c4 sen( √ 6t) onde c1, c2, c3, c4 ∈ R. e) Usando o item anterior, obtemos que Temos enta˜o que y1(t) = c1 cos(t) + c2 sen(t) + c3 cos( √ 6t) + c4 sen( √ 6t) y′1(t) = −c1 sen(t) + c2 cos(t)− √ 6c3 sen( √ 6t) + √ 6c4 cos( √ 6t) y′′1(t) = −c1 cos(t)− c2 sen(t)− 6c3 cos( √ 6t)− 6c4 sen( √ 6x) y′′′1 (t) = c1 sen(t)− c2 cos(t) + 6 √ 6c3 sen( √ 6t)− 6 √ 6c4 cos( √ 6t) de modo que c1 + c3 = 0 c2 + √ 6c4 = 0 −c1 − 6c3 = 2 −c2 − 6 √ 6c4 = 0 Esse sistema e´ de fato composto por dois sistemas dois por dois c1 + c3 = 0 −c1 − 6c3 = 2 Pa´gina 36 de 64 e tambe´m c2 + √ 6c4 = 0 −c2 − 6 √ 6c4 = 0 Obtemos enta˜o que c1 = 2 5 , c2 = 0, c3 = −2 5 , c4 = 0 de modo que y1(t) = 2 5 cos(t)− 2 5 cos( √ 6t) f) Isolando y2(t) na primeira equac¸a˜o do sistema, obtemos que y2(t) = 1 2 y′′1(t) + 5 2 y1(t) Uma vez que y′′1(t) = − 2 5 cos(t) + 12 5 cos( √ 6t) segue que y2(t) = 1 2 ( −2 5 cos(t) + 12 5 cos( √ 6t) ) + 5 2 ( 2 5 cos(t)− 2 5 cos( √ 6t) ) = −1 5 cos(t) + 6 5 cos( √ 6t) + cos(t)− cos( √ 6t) = 4 5 cos(t) + 1 5 cos( √ 6t) Pa´gina 37 de 64 4) Uma viga de comprimento L e sec¸a˜o transversal constante oscilando harmonicamente tem um perfil que varia com o tempo, descrito por y(x) cos(ωt), onde ω e´ a frequeˆncia de oscilac¸a˜o, x ∈ [0, L] e´ a posic¸a˜o longitudinal na viga e y(x) e´ a altura do perfil ma´ximo, que satisfaz ay′′′′(x) + by′′(x) + cy(x) = 0 conhecida como equac¸a˜o da viga de Rayleigh-Timoshenko. 0 L x y y(x) Os coeficientes dessa equac¸a˜o sa˜o dados por a = EI, b = ω2J ( 1 + E G ) , c = ω4J2 IG − ρω2 onde E e G dependem do material da viga, sendo conhecidos como mo´dulos de Young e de cisalhamento, I e J dependem tambe´m da geometria da sec¸a˜o transversal da viga, sendo conhecidos como momentos de ine´rcia e de ine´rcia polar, e ρ e´ a densidade linear da viga. Quando J = 0, obtemos a denominada equac¸a˜o da viga de Euler-Bernoulli. No que segue, vamos supor que L = pi, a = 1, b = 3 e c = −4. a) Determine a equac¸a˜o caracter´ıstica e encontre suas ra´ızes. b) Encontre as soluc¸o˜es fundamentais e determine a soluc¸a˜o geral y(x). Calcule enta˜o a inclinac¸a˜o y′(x), o momento fletor y′′(x) e a forc¸a de cisalhamento y′′′(x). c) Determine y(x) supondo as seguintes condic¸o˜es de contorno para a viga: engastada em x = 0, altura nula y(0) = 0 e inlinac¸a˜o nula y′(0) = 0, e uma forc¸a pontual vertical em x = pi, momento fletor nulo y′′(pi) = 0 e forc¸a de cisalhamento y′′′(pi) = −1. d) Determine y(x) supondo as seguintes condic¸o˜es de contorno para a viga: simplesmente apoiada em x = 0 e em x = pi, alturas nulas y(0) = 0 = y(pi), momentos fletores nulos y′′(0) = 0 = y′′(pi) e forc¸as de cisalhamento y′′′(0) = −16 = y′′′(pi). Soluc¸a˜o a) Uma vez que a equac¸a˜o da viga de Rayleigh-Timoshenko e´ dada por y′′′′(x) + 3y′′(x)− 4y(x) = 0 temos que a equac¸a˜o caracter´ıstica e´ dada por r4 + 3r2 − 4 = 0 Fazenso r2 = s, obtemos que s2 + 3s− 4 = 0 cujas ra´ızes sa˜o s1 = 1 e s2 = −4 Segue enta˜o que as ra´ızes caracter´ısticas sa˜o dadas por r1 = 1, r2 = −1, r3 = 2i, r4 = −2i Pa´gina 38 de 64 b) Temos quatro soluc¸o˜es fundamentais, dadas por ex, e−x, cos(2x), sen(2x) de modo que a soluc¸a˜o geral e´ dada por y(x) = c1e x + c2e −x + c3 cos(2x) + c4 sen(2x) onde c1, c2, c3, c4 ∈ R. Temos enta˜o que y′(x) = c1ex + c2e−x − 2c3 sen(2x) + 2c4 cos(2x) y′′(x) = c1ex + c2e−x − 4c3 cos(2x)− 4c4 sen(2x) y′′′(x) = c1ex − c2e−x + 8c3 sen(2x)− 8c4 cos(2x) c) Uma vez que y(0) = 0 e y′(0) = 0 e tambe´m que y′′(pi) = 0 e y′′′(pi) = −1, obtemos o seguinte sistema c1 + c2 + c3 = 0 c1 − c2 + 2c4 = 0 c1e pi + c2e −pi − 4c3 = 0 c1e pi − c2e−pi − 8c4 = −1 Isolando c3 e 2c4 nas duas primeiras equac¸o˜es e substituindo nas duas u´ltimas, obtemos que (4 + epi)c1 + (4 + e −pi)c2 = 0 (4 + epi)c1 − (4 + e−pi)c2 = −1 cuja soluc¸a˜o e´ dada por c1 = − 1 2(4 + epi) e c2 = 1 2(4 + e−pi) de modo que c3 = 1 2(4 + epi) − 1 2(4 + e−pi) e c4 = 1 4(4 + e−pi) + 1 4(4 + epi) Segue que y(x) = − 1 2(4 + epi) ex + 1 2(4 + e−pi) e−x + + ( 1 2(4 + epi) − 1 2(4 + e−pi) ) cos(2x) + + ( 1 4(4 + e−pi) + 1 4(4 + epi) ) sen(2x) d) Uma vez que y(0) = 0, y′′(0) = 0 e y′′′(0) = −16 e tambe´m que y(pi) = 0, y′′(pi) = 0 e y′′′(pi) = −16, obtemos o seguinte sistema c1 + c2 + c3 = 0 c1 + c2 − 4c3 = 0 c1 − c2 − 8c4 = −16 c1e pi + c2e −pi + c3 = 0 c1e pi + c2e −pi − 4c3 = 0 c1e pi − c2e−pi − 8c4 = −16 Pa´gina 39 de 64 Isolando c3 na primeira equac¸a˜o e substituindo na quarta e na quinta equac¸o˜es, ob- temos que (epi − 1)c1 + (e−pi − 1)c2 = 0 (4 + epi)c1 + (4 + e −pi)c2 = 0 cuja soluc¸a˜o e´ dada por c1 = 0 e c2 = 0 Da primeira equac¸a˜o, segue que c3 = 0 e da terceira ou da sexta equac¸a˜o, segue que c4 = 2 de modo que y(x) = 2 sen(2x) Pa´gina 40 de 64 Universidade de Bras´ılia Departamento de Matema´tica Ca´lculo 2 Lista de Exerc´ıcios – Mo´dulo 2 – Lista 5 – Soluc¸a˜o 1) A descric¸a˜o quaˆntica dos fenoˆmenos subatoˆmicos e´ probabil´ıstica. Considere um oscilador harmoˆnico quaˆntico unidimensional, onde part´ıcula subatoˆmica de massam se movimenta no eixo x sob a ac¸a˜o de um potencial da forma V (x) = mω2x2/2, que e´ o potencial do sistema massa-mola com frequeˆncia ω. x2x1 x A probabilidade de encontrarmos a part´ıcula no intervalo (x1, x2) e´ proporcional a` integral∫ x2 x1 X(x)2 dx onde a func¸a˜o X(x) satisfaz a equac¸a˜o de Schro¨dinger − ~ 2 2m X ′′(x) + mω2 2 x2X(x) = EX(x) onde ~ e´ a constante de Planck dividida por 2pi e E e´ a energia do oscilador. Por simplicidade, vamos supor que m = ~ = ω = 1 de modo que X ′′(x) + (2E − x2)X(x) = 0 a) Escrevendo X(x) = e−x 2/2y(x), mostre que y(x) satisfaz y′′(x)−2xy′(x)+2λy(x) = 0, conhecida como equac¸a˜o de Hermite, onde λ = E − 1/2. Por que e´ poss´ıvel afirmar que y(x) pode ser escrita como uma se´rie de poteˆncias que converge para x ∈ R? b) Escrevendo y(x) = ∑∞ n=0 cnx n, determine, em func¸a˜o dos coeficientes cn, os coefici- entes pn da se´rie −2xy′(x) = ∑∞ n=0 pnx n. Use a equac¸a˜o de Hermite para obter a equac¸a˜o de recorreˆncia satisfeita pelos cn. c) Para as condic¸o˜es iniciais y(0) = 1 e y′(0) = 0, mostre que y(x) = ∑∞ k=0 c2kx 2k, e determine c0, c2, c4, c6. d) Considerando as soluc¸o˜es do item anterior, verifique que, quando λ e´ um inteiro par, enta˜o y(x) e´ um polinoˆmio e, mesmo quando λ na˜o e´ um inteiro par, o raio de convergeˆncia de y(x) e´ infinito. e) Para as condic¸o˜es iniciais y(0) = 0 e y′(0) = 1, mostre que y(x) = ∑∞ k=0 c2k+1x 2k+1, e determine c1, c3, c5, c7. f) Considerando as soluc¸o˜es do item anterior, verifique que, quando λ e´ um inteiro ı´mpar, enta˜o y(x) e´ um polinoˆmio e, mesmo quando λ na˜o e´ um inteiro ı´mpar, o raio de convergeˆncia de y(x) e´ infinito. Soluc¸a˜o Pa´gina 41 de 64 a) Escrevendo X(x) = e−x 2/2y(x), temos que X ′(x) = −xe−x2/2y(x) + e−x2/2y′(x) = e−x 2/2(y′(x)− xy(x)) X ′′(x) = −xe−x2/2(y′(x)− xy(x)) +e−x 2/2(y′′(x)− y(x)− xy′(x)) = e−x 2/2(y′′(x)− 2xy′(x) + (x2 − 1)y(x)) (2E − x2)X(x) = e−x2/2(2E − x2)y(x) Somando as duas u´ltimas equac¸o˜es, segue que 0 = e−x 2/2(y′′(x)− 2xy′(x) + (2E − 1)y(x)) portanto y(x) satisfaz a equac¸a˜o 0 = y′′(x)− 2xy′(x) + 2λy(x), onde λ = E − 1/2 e´ uma constante. Como q(x) = −2x e p(x) = 2λ sa˜o polinoˆmios, portanto se´ries de poteˆncias que convergem para todo x ∈ R, segue que a soluc¸a˜o y(x) = ∞∑ n=0 cnx n converge para todo x ∈ R. b) Temos que −2xy′(x) = −2x ∞∑ n=0 (n+ 1)cn+1x n = ∞∑ n=0 −2(n+ 1)cn+1xn+1 = ∞∑ n=1 −2ncnxn = ∞∑ n=0 −2ncnxn onde usamos na u´ltima igualdade que que 0c0 = 0. Sabemos que y′′(x) = ∞∑ n=0 (n+ 2)(n+ 1)cn+2x n Substituindo essas expresso˜es na equac¸a˜o de Hermite, obtemos que ∞∑ n=0 (n+ 2)(n+ 1)cn+2x n + ∞∑ n=0 −2ncnxn + 2λ ∞∑ n=0 cnx n = 0 de modo que ∞∑ n=0 [(n+ 2)(n+ 1)cn+2 + 2(λ− n)cn]xn = 0, Pa´gina 42 de 64 Segue enta˜o que (n+ 2)(n+ 1)cn+2 + 2(λ− n)cn = 0, de onde obtemos a seguinte equac¸a˜o de recorreˆncia cn+2 = 2(n− λ) (n+ 2)(n+ 1) cn. c) Uma vez que y(0) = c0 e y ′(0) = c1, utilizando as condic¸o˜es iniciais y(0) = 1 e y′(0) = 0, segue que c0 = 1 e que c1 = 0. Utilizando a equac¸a˜o de recorreˆncia, segue que c3 = 2(1− λ) 3 · 2 =0︷︸︸︷ c1 = 0 c5 = 2(3− λ) 5 · 4 =0︷︸︸︷ c3 = 0 e assim por diante, de modo que c2k+1 = 0 para todo k. Segue que y(x) = ∞∑ k=0 c2kx 2k, onde c0 = 1 c2 = 2(0− λ) 2 · 1 c0 = 2(0− λ) 2! c4 = 2(2− λ) 4 · 3 c2 = 4(2− λ)(0− λ) 4! c6 = 2(4− λ) 6 · 5 c4 = 8(4− λ)(2− λ)(0− λ) 6! . d) Considere as soluc¸o˜es do item anterior. Quando λ e´ um inteiro par, enta˜o cλ+2 = =0︷ ︸︸ ︷ 2(λ− λ) (λ+ 2)(λ+ 1) cλ = 0, de modo que cλ+4 = 2((λ+ 2)− λ) (λ+ 4)(λ+ 3) =0︷︸︸︷ cλ+2 = 0 cλ+6 = 2((λ+ 4)− λ) (λ+ 6)(λ+ 5) =0︷︸︸︷ cλ+4 = 0 e assim por diante, de onde segue que y(x) = 1 + c2x 2 + c4x 4 + c6x 6 + · · ·+ cλxλ, conhecido como polinoˆmio de Hermite grau par λ. Quando λ na˜o e´ um inteiro par, temos que c2k nunca se anula e podemos calcular o raio de convergeˆncia R de y(x) atrave´s do teste da raza˜o. Temos que lim k→∞ ∣∣∣∣c2(k+1)x2(k+1)c2kx2k ∣∣∣∣ = |x|2 limk→∞ ∣∣∣∣c2k+2c2k ∣∣∣∣ = 0, Pa´gina 43 de 64 uma vez que, usando a equac¸a˜o de recorreˆncia, segue que lim k→∞ c2k+2 c2k = lim k→∞ 2(2k − λ) (2k + 2)(2k + 1) = 0, por L’Hospital. Pelo teste da raza˜o, a se´rie converge para todo x, de modo que seu raio de convergeˆncia e´ R =∞. e) Uma vez que y(0) = c0 e y ′(0) = c1, utilizando as condic¸o˜es iniciais y(0) = 0 e y′(0) = 1, segue que c0 = 0 e que c1 = 1. Utilizando a equac¸a˜o de recorreˆncia, segue que c2 = 2(0− λ) 2 · 1 =0︷︸︸︷ c0 = 0 c4 = 2(2− λ) 4 · 3 =0︷︸︸︷ c2 = 0 e assim por diante, de modo que c2k = 0 para todo k. Segue que y(x) = ∞∑ k=0 c2k+1x 2k+1, onde c1 = 1 c3 = 2(1− λ) 3 · 2 c1 = 2(1− λ) 3! c5 = 2(3− λ) 5 · 4 c3 = 4(3− λ)(1− λ) 5! c7 = 2(5− λ) 7 · 6 c5 = 8(5− λ)(3− λ)(1− λ) 7! f) Considere as soluc¸o˜es do item anterior. Quando λ e´ um inteiro ı´mpar, enta˜o cλ+2 = =0︷ ︸︸ ︷ 2(λ− λ) (λ+ 2)(λ+ 1) cn = 0, de modo que cλ+4 = 2((λ+ 2)− λ) (λ+ 4)(λ+ 3) =0︷︸︸︷ cλ+2 = 0 cλ+6 = 2((λ+ 4)− λ) (λ+ 6)(λ+ 5) =0︷︸︸︷ cλ+4 = 0 e assim por diante, de onde segue que y(x) = x+ c3x 3 + c5x 5 + c7x 7 + · · ·+ cλxλ, conhecido como polinoˆmio de Hermite grau ı´mpar λ. Quando λ na˜o e´ um inteiro ı´mpar, temos que c2k+1 nunca se anula e podemos calcular o raio de convergeˆncia R de y(x) atrave´s do teste da raza˜o. Temos que lim k→∞ ∣∣∣∣c2(k+1)+1x2(k+1)+1c2k+1x2k+1 ∣∣∣∣ = |x|2 limk→∞ ∣∣∣∣c2k+3c2k+1 ∣∣∣∣ = 0, Pa´gina 44 de 64 uma vez que, usando a equac¸a˜o de recorreˆncia, segue que lim k→∞ c2k+3 c2k+1 = lim k→∞ 2((2k + 1)− λ) (2k + 3)(2k + 2) = 0, por L’Hospital. Pelo teste da raza˜o, a se´rie converge para todo x, de modo que seu raio de convergeˆncia e´ R =∞. Pa´gina 45 de 64 2) (Desafio) No a´tomo de hidrogeˆnio, a posic¸a˜o do ele´tron e´ dada em coordenadas esfe´ricas por (r, θ, φ), onde r e´ a distaˆncia do ele´tron ao nu´cleo, θ e´ o aˆngulo polar e φ e´ o anˆgulo azimutal. A probabilidade do ele´tron estar na regia˜o de coordenadas (r, θ, φ) com r ∈ (r1, r2), θ ∈ (θ1, θ2) e φ ∈ (φ1, φ2) e´ proporcional a∫ r2 r1 R(r)2 dr ∫ θ2 θ1 Θ(θ)2 dθ ∫ φ2 φ1 Φ(φ)2 dφ onde R(r) satisfaz a equac¸a˜o 1 R(r) ( r2R′(r) )′ − 2mr2 ~2 ( − e 2 4pi�0 1 r − E ) = λ(λ+ 1) onde m e´ a massa do ele´tron, ~ e´ a constante de Planck dividida por 2pi, e e´ a carga ele´trica do pro´ton, �0 e´ a permissividade no va´cuo, E < 0 e´ a energia do ele´tron e λ e´ um inteiro denominado nu´mero quaˆntico orbital. x y z φ θ r O objetivo desse exerc´ıcio e´ mostrar que R(r) e´ determinada pela equac¸a˜o de Laguerre, que sera´ resolvida por se´ries de poteˆncias no pro´ximo exerc´ıcio. a) Seja S(x) soluc¸a˜o da equac¸a˜o x2S ′′(x) + 2xS ′(x) + ( 2νx− x2 − λ(λ+ 1))S(x) = 0 Mostre que R(r) = S(κr) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o do enunciado, onde κ = √−2mE ~ e ν = me2 4pi�0~2κ b) Seja z(x) soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Laguerre associada xz′′(x)− 2(λ− x+ 1)z′(x) + 2(ν − λ− 1)z(x) = 0 Mostre que S(x) = xλe−xz(x) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o do item anterior. c) Mostre que (xy′′ + (1− x)y′ + py)(q) = xy(q+2) + (1− x+ q)y(q+1) + (p− q)y(q) onde p e´ uma constante, q e´ um inteiro positivo e y(q) e´ a derivada q-e´sima de y(x). d) Seja y(x) soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Laguerre xy′′(x) + (1− x)y′(x) + (ν + λ)y(x) = 0 Use o item anterior com p = ν + λ e q = 2λ+ 1, para mostrar que z(x) = y(2λ+1)(2x) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Laguerre associada. Soluc¸a˜o a) Primeiro note que podemos escrever a equac¸a˜o do encunciado da seguinte forma r2R′′(r) + 2rR′(r) + ( 2 me2 4pi�0~2 r + 2mE ~2 r2 ) R(r) = λ(λ+ 1)R(r) Pa´gina 46 de 64 Observando que νκ = me2 4pi�0~2 e κ2 = −2mE ~2 a equac¸a˜o acima pode ser escrita como r2R′′(r) + 2rR′(r) + ( 2νκr − κ2r2 − λ(λ+ 1))R(r) = 0 Como R(r) = S(x), com x = κr, pela regra da cadeia, segue que R′(r) = S ′(x)κ e R′′(r) = S ′′(x)κ2 Substituindo essas expresso˜es no lado direito da equac¸a˜o acima, obtemos que x2S ′′(x) + 2xS ′(x) + ( 2νx− x2 − λ(λ+ 1))S(x) que e´ igual a zero pela escolha de S(x), mostrando que R(r) = S(κr) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o do enunciado. b) Como S(x) = xλe−xz(x), temos que S ′ = λxλ−1e−xz − xλe−xz + xλe−xz′ e tambe´m que S ′′ = λ(λ− 1)xλ−2e−xz − λxλ−1e−xz + λxλ−1e−xz′ − −λxλ−1e−xz + xλe−xz − xλe−xz′ + +λxλ−1e−xz′ − xλe−xz′ + xλe−xz′′ Segue enta˜o que( 2νx− x2 − λ(λ+ 1))S = 2νxλ+1e−xz − xλ+2e−xz − λ(λ+ 1)xλe−xz 2xS ′ = 2λxλe−xz − 2xλ+1e−xz + 2xλ+1e−xz′ x2S ′′ = λ(λ− 1)xλe−xz − λxλ+1e−xz + λxλ+1e−xz′ − −λxλ+1e−xz + xλ+2e−xz − xλ+2e−xz′ + +λxλ+1e−xz′ − xλ+2e−xz′ + xλ+2e−xz′′ Somando as treˆs equac¸o˜es acima, obtemos, apo´s cancelamentos, que x2S ′′+2xS ′+ ( 2νx− x2 − λ(λ+ 1))S = e−xxλ+1 (xz′′ − 2(λ− x+ 1)z′ + 2(ν − λ− 1)z) que e´ igual a zero pela escolha de z(x), mostrando que S(x) = xλe−xz(x) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o do item anterior. c) Vamos provar a fo´rmula atrave´s de induc¸a˜o em q. Quando q = 0, temos que y(0) = y, de modo que (xy′′ + (1− x)y′ + py)(0) = xy(0+2) + (1− x+ 0)y(0+1) + (p− 0)y(0) Se a fo´rmula for verdadeira para q, vamos mostrar que ela tambe´m e´ verdadeira para q + 1. De fato, derivando a equac¸a˜o (xy′′ + (1− x)y′ + py)(q) = xy(q+2) + (1− x+ q)y(q+1) + (p− q)y(q) obtemos que (xy′′ + (1− x)y′ + py)(q+1) = (xy(q+2) + (1− x+ q)y(q+1) + (p− q)y(q))′ = y(q+2) + xy(q+3) − y(q+1) + (1− x+ q)y(q+2) + (p− q)y(q+1) = xy(q+3) + (1− x+ q + 1)y(q+2) + (p− (q + 1))y(q+1) mostrando que a fo´rmula tambe´m e´ verdadeira para q + 1. Pa´gina 47 de 64 d) Derivando a equac¸a˜o de Laguerre 0 = xy′′(x) + (1− x)y′(x) + (ν + λ)y(x) e usando o item anterior com p = ν + λ e q = 2λ+ 1, obtemos que 0 = (xy′′(x) + (1− x)y′(x) + (ν + λ)y(x))(2λ+1) = xy(2λ+3)(x) + (1− x+ (2λ+ 1))y(2λ+2)(x) + (ν + λ− (2λ+ 1))y(2λ+1)(x) = xy(2λ+3)(x) + (2− x+ 2λ)y(2λ+2)(x) + (ν − λ+ 1)y(2λ+1)(x) Multiplicando essa equac¸a˜o por 2 e susbtituindo x por 2x, obtemo que x4y(2λ+3)(2x) + (2− 2x+ 2λ)2y(2λ+2)(2x) + 2(ν − λ+ 1)y(2λ+1)(2x) = 0 de modo que xz′′(x) + 2(1− x+ λ)z′(x) + 2(ν − λ+ 1)z(x) = 0 uma vez que, como z(x) = y(2λ+1)(2x), temos que z′(x) = 2y(2λ+2)(2x) e z′′(x) = 4y(2λ+3)(2x) Pa´gina 48 de 64 3) Vimos no exerc´ıcio anterior que para descrever a posic¸a˜o do ele´tron no a´tomo de hi- drogeˆnio, precisamos resolver a equac¸a˜o de Laguerre xy′′(x) + (1− x)y′(x) + (ν + λ)y(x) = 0 O objetivo desse exerc´ıcio e´ investigar as soluc¸o˜es dessa equac¸a˜o usando se´ries de poteˆncias. a) Por que na˜o e´ poss´ıvel afirmar que y(x) pode ser escrita como uma se´rie de poteˆncias? Escrevendo y(x) = ∑∞ n=0 cnx n, determine, em func¸a˜o dos coeficientes cn, os coeficien- tes pn e qn das se´ries (1− x)y′(x) = ∑∞ n=0 pnx n e tambe´m xy′′(x) = ∑∞ n=0 qnx n. b) Use o item anterior e a equac¸a˜o de Laguerre para obter a equac¸a˜o de recorreˆncia satisfeita pelos cn. c) Para as condic¸a˜o inicial y(0) = 1, determine c0, c1, c2, c3. d) Verifique que, quando ν+λ e´ um inteiro, enta˜o y(x) e´ um polinoˆmio e, mesmo quando ν + λ na˜o e´ um inteiro, o raio de convergeˆncia de y(x) e´ infinito. Soluc¸a˜o a) Dividindo a equac¸a˜o de Laguerre por x, obtemos y′′(x) + 1− x x y′(x) + ν + λ x y(x) = 0. Como p(x) = ν + λ x e q(x) = 1− x x na˜o esta˜o definidas em x = 0 e, portanto, na˜o podem ser escritas como se´ries de poteˆncias com raio de convergeˆncia positivo. Portanto na˜o podemos aplicar o resul- tado geral que garante que as soluc¸o˜es podem ser escritas como se´ries de poteˆncias. Temos que (1− x)y′(x) = (1− x) ∞∑ n=0 cn+1(n+ 1)x n = ∞∑ n=0 cn+1(n+ 1)x n + ∞∑ n=0 −cn+1(n+ 1)xn+1 = ∞∑ n=0 cn+1(n+ 1)x n + ∞∑ n=1 −cnnxn = ∞∑ n=0 cn+1(n+ 1)x n + ∞∑ n=0 −cnnxn = ∞∑ n=0 (cn+1(n+ 1)− cnn)xn Pa´gina 49 de 64 onde usamos na penu´ltima igualdade que que −c00x0 = 0. Temos tambe´m que xy′′(x) = x ∞∑ n=0 cn+2(n+ 2)(n+ 1)x n = ∞∑ n=0 cn+2(n+ 2)(n+ 1)x n+1 = ∞∑ n=1 cn+1(n+ 1)nx n = ∞∑ n=0 cn+1(n+ 1)nx n onde usamos na u´ltima igualdade que que c0+1(0 + 1)0x 0 = 0. b) Substituindo as expresso˜es do item anterior na equac¸a˜o de Laguerre, obtemos que ∞∑ n=0 cn+1(n+ 1)nx n + ∞∑ n=0 (cn+1(n+ 1)− cnn)xn + (ν + λ) ∞∑ n=0 cnx n = 0 de modo que ∞∑ n=0 [cn+1(n+ 1)n+ cn+1(n+ 1)− cnn+ (ν + λ)cn]xn = 0 Segue enta˜o que cn+1(n+ 1)n+ cn+1(n+ 1)− cnn+ (ν + λ)cn = 0 que e´ equivalente a cn+1(n+ 1) 2 = cn(n− (ν + λ)) Isolando cn+1, obtemos a seguinte equac¸a˜o de recorreˆncia cn+1 = cn n− (ν + λ) (n+ 1)2 c) Uma vez que y(0) = c0, utilizando a condic¸a˜o inicial y(0) = 1, segue que c0 = 1. Utilizando a equac¸a˜o de recorreˆncia, segue que c1 = c0 0− (ν + λ) (0 + 1)2 = 0− (ν + λ) (1!)2 c2 = c1 1− (ν + λ) (1 + 1)2 = (0− (ν + λ))(1− (ν + λ)) (2!)2 c3 = c2 2− (ν + λ) (2 + 1)2 = (0− (ν + λ))(1− (ν + λ))(2− (ν + λ)) (3!)2 d) Usando a equac¸a˜o de recorreˆncia, quando ν + λ e´ inteiro, enta˜o cν+λ+1 = cν+λ =0︷ ︸︸ ︷ ν + λ− (ν + λ) (ν + λ+ 1)2 = 0, de modo que cν+λ+2 = =0︷ ︸︸ ︷ cν+λ+1 ν + λ+ 1− (ν + λ) (ν + λ+ 2)2 = 0 cν+λ+3 = =0︷ ︸︸ ︷ cν+λ+2 ν + λ+ 2− (ν + λ) (ν + λ+ 3)2 = 0 Pa´gina 50 de 64 e assim por diante, de onde segue que y(x) = 1 + c1x+ c2x 2 + c3x 3 + · · ·+ cν+λxν+λ, conhecido como polinoˆmio de Laguerre de grau ν + λ. Quando ν + λ na˜o e´ inteiro, enta˜o cn nunca se anula e podemos calcular o raio de convergeˆncia R de y(x) atrave´s do teste da raza˜o. Temos que lim n→∞ ∣∣∣∣cn+1xn+1cnxn ∣∣∣∣ = |x| limn→∞ ∣∣∣∣cn+1cn ∣∣∣∣ = 0, uma vez que, usando a equac¸a˜o de recorreˆncia, segue que lim n→∞ cn+1 cn = lim n→∞ n− (ν + λ) (n+ 1)2 = 0, por L’Hospital. Pelo teste da raza˜o, a se´rie converge para todo x real, de modo que seu raio de convergeˆncia e´ R =∞. Pa´gina 51 de 64 4) (Desafio) No a´tomo de hidrogeˆnio, a posic¸a˜o do ele´tron e´ dada em coordenadas esfe´ricas por (r, θ, φ), onde r e´ a distaˆncia do ele´tron ao nu´cleo, θ e´ o aˆngulo polar e φ e´ o anˆgulo azimutal. A probabilidade do ele´tron estar na regia˜o de coordenadas (r, θ, φ) com r ∈ (r1, r2), θ ∈ (θ1, θ2) e φ ∈ (φ1, φ2) e´ proporcional a ∫ r2 r1 R(r)2 dr ∫ θ2 θ1 Θ(θ)2 dθ ∫ φ2 φ1 Φ(φ)2 dφ Temos que Θ(θ) satisfaz a equac¸a˜o 1 Θ(θ) ( sen(θ) ( sen(θ)Θ′(θ) )′ ) + λ(λ+ 1) sen2(θ) = µ2 onde λ e µ sa˜o inteiros denominados nu´meros quaˆnticos, respectivamente, orbital e magne´tico. x y z φ θ r O objetivo desse exerc´ıcio e´ mostrar que Θ(θ) e´ determinada pela equac¸a˜o de Legendre, que sera´ resolvida por se´ries de poteˆncias no pro´ximo exerc´ıcio. a) Desenvolva a equac¸a˜o do enunciado e obtenha que Θ′′(θ) + cos(θ) sen(θ) Θ′(θ) + ( λ(λ+ 1)− µ 2 sen2(θ) ) Θ(θ) = 0 b) Seja z(x) soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Legendre associada (1− x2)z′′(x)− 2xz′(x) + ( λ(λ+ 1)− µ 2 1− x2 ) z(x) = 0 Mostre que Θ(θ) = z(x), onde x = cos(θ), e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o do item anterior. c) Seja y(x) soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Legendre (1− x2)y′′ − 2xy′ + λ(λ+ 1)y = 0 Mostre que (1− x2)y(µ+2) − 2(µ+ 1)xy(µ+1) + (λ(λ+ 1)− µ(µ+ 1))y(µ) = 0 d) Seja y(x) soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Legendre. Use o item anterior para mostrar que z(x) = (1− x2)µ2 y(µ)(x) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Legendre associada. Soluc¸a˜o a) Desenvolvendo sen(θ) ( sen(θ)Θ′(θ) )′ = sen(θ) ( cos(θ)Θ′(θ) + sen(θ)Θ′′(θ) ) = sen2(θ)Θ′′(θ) + sen(θ) cos(θ)Θ′(θ) a equac¸a˜o do enunciado fica enta˜o 1 Θ(θ) ( sen2(θ)Θ′′(θ) + sen(θ) cos(θ)Θ′(θ) ) + λ(λ+ 1) sen2(θ)− µ2 = 0 Pa´gina 52 de 64 Mutiplicando por Θ(θ) e dividindo por sen2(θ) obtemos Θ′′(θ) + cos(θ) sen(θ) Θ′(θ) + ( λ(λ+ 1)− µ 2 sen2(θ) ) Θ(θ) = 0 como quer´ıamos. b) Se Θ(θ) = z(x) e x = cos(θ) enta˜o pela regra da cadeia Θ′(θ) = d dθ z(x) = d dx z(x) d dθ x = z′(x)(− sen(θ)) de modo que cos(θ) sen(θ) Θ′(θ) = x sen(θ) (− sen(θ))z′(x) = −xz′(x) (7) e tambe´m, novamente pela regra da cadeia Θ′′(θ) = d dθ (−z′(x) sen(θ)) = − ( d dθ z′(x) ) sen(θ)− z′(x) d dθ sen(θ) = − ( d dx z′(x) d dθ x ) sen(θ)− z′(x) cos(x) = (z′′(x) sen(θ)) sen(θ)− z′(x)x = (1− x2)z′′(x)− xz′(x) (8) onde usamos que sen2(θ) = 1− cos2(θ) = 1− x2 Substituindo as equac¸o˜es (7) e (8) na equac¸a˜o do item anterior, obtemos Θ′′(θ) + cos(θ) sen(θ) Θ′(θ) + ( λ(λ+ 1)− µ 2 sen2(θ) ) Θ(θ) = (1− x2)z′′(x)− 2xz′(x) + ( λ(λ+ 1)− µ 2 1− x2 ) z(x) = 0 (9) como quer´ıamos, uma vez que z(x) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Legendre associada. c) Derivando µ vezes a equac¸a˜o de Legendre, temos que ( (1− x2)y′′ − 2xy′ + λ(λ+ 1)y )(µ) = ((1− x2)y′′ − 2xy′)(µ) + λ(λ+ 1)y(µ) = 0 (10) Afirmamos que ((1− x2)y′′ − 2xy′)(µ) = (1− x2)y(µ+2) − 2(µ+ 1)xy(µ+1) − µ(µ+ 1)y(µ) (11) o que provamos por induc¸a˜o. De fato, temos ((1− x2)y′′ − 2xy′)(0) = (1− x2)y(2) − 2(1)xy(1) − 0(1)y(0) = (1− x2)y′′ − 2xy′ Pa´gina 53 de 64 que e´ a equac¸a˜o (11) para µ = 0. Se a equac¸a˜o (11) vale para µ− 1, temos ((1− x2)y′′ − 2xy′)(µ−1) = (1− x2)y(µ+1) − 2µxy(µ) − (µ− 1)µy(µ−1) e provamos que a equac¸a˜o (11) tambe´m vale para µ derivando a expressa˜o acima ((1− x2)y′′ − 2xy′)(µ) = ( (1− x2)y′′ − 2xy′)(µ−1) )′ = (1− x2)y(µ+2) − 2xy(µ+1) − 2µy(µ) − 2µxy(µ+1) − (µ− 1)µy(µ) = (1− x2)y(µ+2) − 2(µ+ 1)xy(µ+1) − µ(µ+ 1)y(µ) como quer´ıamos, onde usamos que 2µ+ (µ− 1)µ = (2 + µ− 1)µ = µ(µ+ 1). Juntando as equac¸o˜es (10) e (11) obtemos que (1− x2)y(µ+2) − 2(µ+ 1)xy(µ+1) − µ(µ+ 1)y(µ) + λ(λ+ 1)y(µ) = (1− x2)y(µ+2) − 2(µ+ 1)xy(µ+1) + (λ(λ+ 1)− µ(µ+ 1))y(µ) = 0 (12) Isso mostra que toda soluc¸a˜o y(x) da equac¸a˜o de Legendre (10) satisfaz (12), como quer´ıamos. d) Uma vez que ((1− x2)z′)′ = −2xz′ + (1− x2)z′′ podemos reescrer a equac¸a˜o de Legendre associada na forma ((1− x2)z′)′ + ( λ(λ+ 1)− µ 2 1− x2 ) z = 0 Para substituir z(x) = (1− x2)µ2 y(µ)(x) (13) nessa equac¸a˜o, calculamos( λ(λ+ 1)− µ 2 1− x2 ) z = λ(λ+ 1)z − µ2(1− x2)−1z = λ(λ+ 1)(1− x2)µ2 y(µ) − µ2(1− x2)µ2−1y(µ) (14) e z′ = µ 2 (1− x2)µ2−1(−2x)y(µ) + (1− x2)µ2 y(µ+1) = −µx(1− x2)µ2−1y(µ) + (1− x2)µ2 y(µ+1) logo (1− x2)z′ = −µx(1− x2)µ2 y(µ) + (1− x2)µ2+1y(µ+1) Pa´gina 54 de 64 e enta˜o ((1− x2)z′)′ = (−µx(1− x2)µ2 y(µ) )′ + ( (1− x2)µ2+1y(µ+1) )′ = −(µx(1− x2)µ2 )′y(µ) −µx(1− x2)µ2 y(µ+1) + ( (1− x2)µ2+1 )′y(µ+1) +(1− x2)µ2+1y(µ+2) = −(µ(1− x2)µ2 + µ 2 2 x(1− x2)µ2−1(−2x))y(µ) −µx(1− x2)µ2 y(µ+1) + ((µ 2 + 1)(1− x2)µ2 (−2x))y(µ+1) +(1− x2)µ2+1y(µ+2) = (1− x2)µ2−1(−µ(1− x2) + µ2x2)y(µ) −2(µ+ 1)x(1− x2)µ2 y(µ+1) +(1− x2)µ2+1y(µ+2) (15) onde usamos que −2(µ/2 + 1)− µ = −2(µ+ 1). Assim, podemos substituir (13) na equac¸a˜o de Legendre associada somando as equac¸o˜es (14) e (15), obtendo (1− x2)µ2+1y(µ+2) −2(µ+ 1)x(1− x2)µ2 y(µ+1) +(1− x2)µ2−1(−µ2 − µ(1− x2) + µ2x2︸ ︷︷ ︸ =−µ2(1−x2)−µ(1−x2) )y(µ) +λ(λ+ 1)(1− x2)µ2 y(µ) = (1− x2)µ2 ( (1− x2)y(µ+2) − 2(µ+ 1)xy(µ+1) ) +(1− x2)µ2−1(−(µ2 + µ)︸ ︷︷ ︸ =−µ(µ+1) (1− x2) )y(µ) +(1− x2)µ2 λ(λ+ 1)y(µ) = (1− x2)µ2 ( (1− x2)y(µ+2) − 2(µ+ 1)xy(µ+1) + (λ(λ+ 1)− µ(µ+ 1) ) y(µ))︸ ︷︷ ︸ =0, pelo item anterior = 0 Isso mostra que (13) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Legendre associada, toda vez que y(x) e´ soluc¸a˜o da equac¸a˜o de Legendre, como quer´ıamos. Pa´gina 55 de 64 5) Vimos no exerc´ıcio anterior que para descrever a posic¸a˜o do ele´tron no a´tomo de hi- drogeˆnio, precisamos resolver a equac¸a˜o de Legendre (1− x2)y′′(x)− 2xy′(x) + λ(λ+ 1)y(x) = 0 O objetivo desse exerc´ıcio e´ investigar as soluc¸o˜es dessa equac¸a˜o usando se´ries de poteˆncias. a) Por que e´ poss´ıvel afirmar que y(x) pode ser escrita como uma se´rie de poteˆncias convergindo pelo menos para |x| < 1? Escrevendo y(x) = ∑∞n=0 cnxn, determine, em func¸a˜o dos coeficientes cn, os coeficientes pn e qn das se´ries −2xy′(x) = ∑∞ n=0 pnx n e tambe´m (1− x2)y′′(x) = ∑∞n=0 qnxn. b) Use o item anterior e a equac¸a˜o de Legendre para obter a equac¸a˜o de recorreˆncia satisfeita pelos cn. c) Para as condic¸o˜es iniciais y(0) = 1 e y′(0) = 0, mostre que y(x) = ∑∞ k=0 c2kx 2k, e determine c0, c2, c4, c6. d) Considerando as soluc¸o˜es do item anterior, verifique que, se λ e´ par, enta˜o y(x) e´ um polinoˆmio e, se λ e´ ı´mpar, enta˜o o raio de convergeˆncia de y(x) e´ igual a 1. e) Para as condic¸o˜es iniciais y(0) = 0 e y′(0) = 1, mostre que y(x) = ∑∞ k=0 c2k+1x 2k+1, e determine c1, c3, c5, c7. f) Considerando as soluc¸o˜es do item anterior, verifique que, se λ e´ ı´mpar, enta˜o y(x) e´ um polinoˆmio e, se λ e´ par, enta˜o o raio de convergeˆncia de y(x) e´ igual a 1. Soluc¸a˜o a) Dividindo a equac¸a˜o de Legendre por 1− x2, obtemos y′′(x) + −2x 1− x2y ′(x) + λ(λ+ 1) 1− x2 y(x) = 0. Como p(x) = λ(λ+ 1) 1− x2 = ∞∑ n=0 λ(λ+ 1)x2n e q(x) = −2x 1− x2 = ∞∑ n=0 −2x2n+1 sa˜o se´ries de poteˆncias convergindo para |x| < 1, segue que y(x) pode ser escrita como uma se´rie de poteˆncias convergindo pelo menos para |x| < 1. Temos que −2xy′(x) = −2x ∞∑ n=0 cn+1(n+ 1)x n = ∞∑ n=0 −2cn+1(n+ 1)xn+1 = ∞∑ n=1 −2cnnxn = ∞∑ n=0 −2cnnxn Pa´gina 56 de 64 onde usamos na u´ltima igualdade que que −2c00x0 = 0. Temos tambe´m que (1− x2)y′′(x) = (1− x2) ∞∑ n=0 cn+2(n+ 2)(n+ 1)x n = ∞∑ n=0 cn+2(n+ 2)(n+ 1)x n + ∞∑ n=0 −cn+2(n+ 2)(n+ 1)xn+2 = ∞∑ n=0 cn+2(n+ 2)(n+ 1)x n + ∞∑ n=2 −cnn(n− 1)xn = ∞∑ n=0 cn+2(n+ 2)(n+ 1)x n + ∞∑ n=0 −cnn(n− 1)xn = ∞∑ n=0 (cn+2(n+ 2)(n+ 1)− cnn(n− 1))xn onde usamos na penu´ltima igualdade que que −c00(0− 1)x0 = 0 = −c11(1− 1)x1. b) Substituindo as expresso˜es do item anterior na equac¸a˜o de Legendre, obtemos que ∞∑ n=0 (cn+2(n+ 2)(n+ 1)− cnn(n− 1))xn + ∞∑ n=0 −2cnnxn + λ(λ+ 1) ∞∑ n=0 cnx n = 0 de modo que ∞∑ n=0 [cn+2(n+ 2)(n+ 1)− cnn(n− 1)− 2cnn+ λ(λ+ 1)cn]xn = 0, Segue enta˜o que cn+2(n+ 2)(n+ 1)− cnn(n− 1)− 2cnn+ λ(λ+ 1)cn = 0, que e´ equivalente a cn+2(n+ 2)(n+ 1) = cnn(n− 1) + 2cnn− λ(λ+ 1)cn. Colocando cn em evideˆncia e isolando cn+2, obtemos a seguinte equac¸a˜o de recorreˆncia cn+2 = cn n(n+ 1)− λ(λ+ 1) (n+ 2)(n+ 1) . c) Uma vez que y(0) = c0 e y ′(0) = c1, utilizando as condic¸o˜es iniciais y(0) = 1 e y′(0) = 0, segue que c0 = 1 e que c1 = 0. Utilizando a equac¸a˜o de recorreˆncia, segue que c3 = =0︷︸︸︷ c1 1 · 2− λ(λ+ 1) 3 · 2 = 0 c5 = =0︷︸︸︷ c3 3 · 4− λ(λ+ 1) 5 · 4 = 0, e assim por diante, de modo que c2k+1 = 0, para todo k. Segue que y(x) = ∞∑ k=0 c2kx 2k, Pa´gina 57 de 64 onde c0 = 1 c2 = c0 0 · 1− λ(λ+ 1) 2 · 1 = −λ(λ+ 1) 2! c4 = c2 2 · 3− λ(λ+ 1) 4 · 3 = −λ(λ+ 1)(2 · 3− λ(λ+ 1)) 4! c6 = c4 4 · 5− λ(λ+ 1) 6 · 5 = −λ(λ+ 1)(2 · 3− λ(λ+ 1))(4
Compartilhar