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Artigo - Nascituro, sujeito de Direitos. Kaio Giroto

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NASCITURO, SUJEITO DE DIREITOS
Kaio Nabarro GIROTO�
Sandro Marcos GODOY�
RESUMO: O pré-requisito para o exercício de qualquer dos direitos inerentes ao indivíduo é a vida, portanto este direito deve ser respeitado preliminarmente, já que se violado os outros direitos serão violados de forma automática. 
Palavras-chave: Vida. Direitos. Nascer. Personalidade Civil. Princípios. 
1 INTRODUÇÃO
Os interesses dos nascituros são tutelados desde o tempo dos romanos.
Este breve trabalho trata-se, do estudo à cerca dos direitos do nascituro, e, em sua virtude, do direito ao nascimento. O nascituro é um indivíduo, fruto da concepção humana, que vive no ventre materno, sendo ligado pelo cordão umbilical à sua genitora.
O biodireito é a área que irá regular a real validade do que trata o Código Civil, o direito das pessoas e das coisas.
Já que tratamos o embrião como sujeito de direitos, o mesmo não deve ser comercializado ou tratado como coisa, por isso, o direito tem o papel de se manifestar com a intenção de criar normas coercitivas, para que exista o respeito à dignidade da pessoa humana.
Deve estender-se ao nascituro o mesmo cuidado com adultos e crianças, deve ser proibida cada intervenção sobre ele, que possa lhe causar algum dano.
2 DESENVOLVIMENTO
Nascituro é um termo de origem latim nascituru, que significa “aquele que há de nascer”. Nos dias atuais, nascituro é o nome que se dá ao ser humano já concebido e que se encontra no ventre materno. 
Para o nosso ordenamento jurídico o nascituro é sujeito de direitos sobre condição suspensiva, ou seja, ao ser concebido o mesmo só adquire alguns direitos denominados de extrapatrimoniais, alguns exemplos podem ser ditos como, direito ao nascimento digno, direito de liberdade, entre outros primordiais para qualquer outro ser humano. Porém, só é adquirida a personalidade civil completa quando implementada a condição de seu nascimento com vida. 
Os direitos do nascituro devem ser assegurados a partir de sua concepção para que venha ao mundo dentro da mais perfeita normalidade e dignidade. 
Para Maria Helena Diniz, nascituro é: 
				 “Aquele que há de nascer, cujos direitos a lei põe a salvo. Aquele que, estendo concebido, ainda não nasceu e que, na vida intra-uterina, tem personalidade jurídica formal, no que atina aos direitos de personalidade, passando a ter personalidade jurídica material, alcançando os direitos patrimoniais, que permaneciam em estado potencial, somente com o nascimento com vida.” (DINIZ 1998, p. 334.)
		No sentido literal da palavra, podemos entender que todo ser humano é uma pessoa, ou seja, ser pessoa é existir no campo material. Pessoa é o ser humano no seu estado racional, dotado de vontade. Porém, no campo jurídico, pessoa é um ente físico, que a lei lhe atribui direitos e obrigações.
				 “Pessoa é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações, sendo sinônimo de sujeito de direito. Sujeito de direito é aquele que é sujeito de um dever jurídico, de uma pretensão ou titularidade jurídica, que é o poder de fazer valer, através de uma ação, o não cumprimento de um dever jurídico, ou melhor, o poder de intervir na produção da decisão judicial.” (DINIZ, 2008, p. 113.)
2.1 Relação do nascituro com o Direito Civil
Todos que nascem com vida, adquirem automaticamente direitos e obrigações. Porém, aqueles que ainda não nasceram, mas já foram concebidos, tem os seus direitos resguardados pela lei. Ao nascer com vida, torna-se pessoa, que instantaneamente adquire a sua personalidade, porém, para determinadas pessoas é limitado o direito de exercício, tendo então que ser assistida ou representada por outro.
No entanto, é nesse sentido que se entende a perspectiva de vida do nascituro, pois, somente no futuro quando já nascido é que o sujeito irá gozar de tal capacidade e exercer vida civil.
O Código Civil aduz implicitamente sobre o início da vida do ser humano, no seu artigo 2º, “in fine”, ao dizer que “A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.”
A nomenclatura "pessoa natural" revela-se, assim, a mais adequada, como reconhece a doutrina em geral, por designar o ser humano tal como ele é, com todos os predicados que integram a sua individualidade. Assim, para ser considerada pessoa, basta que o homem exista, e para ser capaz de exercer seus direitos o ser humano necessita preencher os requisitos necessários para agir como sujeito de uma relação jurídica.
O direito a dignidade a dignidade da pessoa humana se equivale ao direito à vida, sendo também o nascituro detentor deste direito, haja vista que o mesmo é sujeito de direito adquirido já no ventre materno, possuir o necessário para viver e possuir uma vida digna, de maneira satisfatória, com tranquilidade psicológica e mental.
Uma vida digna engloba, segurança, saúde, alimentação, educação, habitação, lazer, respeito, entre outros. Se um desses direitos não são atendimentos de maneira eficiente fere-se a dignidade da pessoa humana.
Dito isso, podemos observar que o nascituro é um sujeito que possui todos seus direitos adquiridos e protegidos pelo princípio da dignidade da pessoa humana, sendo ele um ser que futuramente será digno de gozo de todos os direitos estabelecidos e guardados pela lei.
2.1.1 Aborto, um meio para sua não concepção
O aborto nada mais é do que, a interrupção da formação da vida intra-uterina, sendo classificado portanto, como um crime contra o nascituro, este assunto é delicado e exige uma análise sobre vários ângulos, político, social, jurídico, moral, ético, religioso e filosófico.
Considerar a gravidez “indesejada”, e tomar atitudes indevidas, não justifica o ato criminoso. Evidente, quando a gravidez se torna uma agressão ao corpo da mulher, há procedimentos previstos no campo médico.
É importante observar que o Código Penal incluiu o aborto no título referente aos crimes contra a pessoa humana, reconhecendo ao nascituro a qualidade de ser humano.
Sem sombra de dúvidas o aborto é um desrespeito à vida, caracterizando-se uma verdadeira pena de morte para aquele que está por vir em breve.
2.1.2 Alimentos gravídicos 
A lei nº 11.804, foi sancionada em 05 de novembro de 2008, esta lei entrou em vigor na mesma data de sua publicação. A lei de alimentos gravídicos trata do direito à alimentos para a mãe gestante.
O direito a prestação de alimentos está prescrito no artigo 1.694 do Código Civil, porém tal artigo faz a ressalva em seu § 1º, que o prestador de alimentos deverá fazer este de forma compatível com suas condições econômicas, e também perante a necessidade do alimentando. Deve haver um equilíbrio para que ambas as partes tenham suas necessidades atendidas.
A prestação gravídica é a garantia que a gestante tem de requerer a prestação de alimentos do suposto pai. Tal direito é inerente a gestante, porém o benefício cabe ao nascituro. A prestação econômica, tem a finalidade de prover uma gestação mais tranquila a mãe, no que se reflete na saúde do feto. Garantindo um acompanhamento médico, psicológico, medicamentos, dentre outras despesas que acompanha a gestação.
Após o nascimento com vida, os alimentos gravídicos serão convertidos em pensão alimentícia. Cabe a gestante provar a paternidade do suposto pai. Por fim, o objetivo desta lei foi dar suporte a gestação, a preocupação do legislador foi a preocupação com o nascituro
3 Teorias
3.1 Teoria Concepcionista
O surgimento da teoria concepcionista teve uma grande influência francesa. Segundo ela, a personalidade começa antes do nascimento, pois desde a concepção já há proteção de interesses do nascituro, que devem ser assegurados prontamente.
Dizem os historiadores que no Direito Romano, a execução de uma mulher grávida era adiada para que ela pudesse dar à luz, tudo isso para proteger o nascituro. Podemos também elencar, que,no Direito Romano o nascituro possuía direitos semelhantes aos de hoje.
No direito francês, a personalidade começa desde a concepção, deste modo, a teoria concepcionista nasceu sob a influência do Código Civil francês. Há uma divergência doutrinaria em torno do início da personalidade.
A França adotou essa teoria, tendo ela como mais acertada, pois assim que ocorre a fecundação, uma vida já está em estado de formação então deve ser respeitada. Os defensores desta teoria dizem que após a concepção, o feto já poderá ter direitos, como aqueles que já nasceram com vida. Desde a concepção a lei protege o nascituro e reconhece nele, como um sujeito de direitos.
A teoria concepcionista, observa o nascituro como pessoa. Por esse motivo prevê o início da personalidade a partir da concepção, pois falar em direito ao nascituro é reconhecê-lo como pessoa, pois todo titular de direito é pessoa. 
3.1.1 Teoria Natalista
É a teoria mais aceita entre os doutrinadores, pelo simples fato de que certos direitos só poderão ser exercidos para aqueles que já nasceram. A teoria natalista sustenta o nascimento com vida como pressuposto para a aquisição da personalidade.
Segundo esta teoria de vida, o nascituro possui mera expectativa de vida, por isso possui meras expectativas de direitos. A teoria natalista entende que o nascituro não é uma vida a parte de sua genitora, é o nascituro parte do ventre materno. Por isso deve-se ter o nascimento com vida para o início da personalidade.
		Para a Escola Positivista, a personalidade decorre do ordenamento jurídico. A realidade é que, de acordo com o Código Civil Brasileiro, a personalidade começa do nascimento com vida.
		É fato de que alguns direitos só poderão ser exercidos por aqueles que já existam. Conclui-se que nesta teoria o nascimento com vida é fato jurídico essencial para o surgimento da pessoa no Direito Civil.
		Alguns natalistas dizem que se o nascituro fosse considerado pessoa, seus direitos não teriam a necessidade de serem explanados um a um no Código Civil Brasileiro, pois, as pessoas os direitos são conferidos automaticamente.
4 CONCLUSÃO
Por meio deste trabalho é possível observar que o nascituro possui direitos desde sua concepção até o seu nascimento. No Direito Civil brasileiro adotamos a teoria natalista, onde ao nascer com vida ocorre a aquisição de personalidade. A principal observação é que o nascituro mesmo não sendo considerado pessoa no Direito Civil é considerado sujeito de direitos.
A proteção que o próprio ordenamento dá ao nascituro é de fácil entendimento, pois possui a visão de proteger o feto desde sua gestação, para que no futuro se torne um cidadão de direitos e obrigações.
O desrespeito ou interrompimento ao direito a vida causa um grande impacto no que se refere à dignidade da pessoa humana, ferindo coercitivamente o que nos é cabível por direito, e sua cessação da formação da vida intra-uterina nos torna seres humanos cada vez mais irracionais, fazendo com que a sociedade se esbanje nitidamente de mazelas e contradições.
Ao tema exposto, cabe ressaltar a sua importância no direito. Pode-se concluir, que o direito à vida e a dignidade da pessoa humana é a principal fonte para que o legislador tenha se preocupado em resguardar o nascituro. Estes direitos fundamentais devem ser a base para uma legislação mais humanista.
Portanto deixamos bem explicito que o direito atribuído ao nascituro mesmo em período de gestação no ventre materno, resguarda um bom amparo e ainda podemos perceber que o pleno direito não advêm somente depois da aquisição da personalidade jurídica, e sim, enquanto à vida sendo gerada com todos os zelos e cuidados sendo resguardados de modo geral, existe um novo cidadão sendo criado, tendo ele disposição parcial para exercer o que o Estado lhe garante.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília: Senado, 1988.
CENTRO UNIVERSITÁRIO “ANTONIO EUFRÁSIO DE TOLEDO”. Normalização de apresentação de monografias e trabalhos de conclusão de curso. 2007 – Presidente Prudente, 2007, 110p.
BRASIL. Vademecum (2016). Alimentos gravídicos, Lei. nº 11.804, 05 de novembro de 2008 São Paulo: Saraiva, 2016.
BRASIL. Vademecum (2016). Código Penal, Decreto – Lei nº 2.848, 07 de dezembro de 1940 São Paulo: Saraiva, 2016.
BRASIL. Vademecum (2016). Código Civil. São Paulo: Saraiva, 2002.
DINIZ. Maria Helena (1998). Dicionário jurídico. São Paulo: Saraiva, 1998.
GOMES. Orlando (2002). Introdução ao direito civil – 18 ed. Rio de Janeiro: Forense, 2002.
GONÇALVEZ. Carlos Roberto (2007). Direito civil parte geral – 4 ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
MONTEIRO. Whashington de Barros (2007). Direito civil parte geral – 41 ed. São Paulo: Saraiva, 2007.
VENOSA. Silvio de Salvo (2005). Direito civil parte geral – 5 ed. São Paulo: Atlas, 2007.
SEMIÃO. Sérgio Abdalla (2000).Os direito do nascituro: aspecto cíveis, criminais e do biodireito. Belo Horizonte: Del Rey, 2000.
ONLINE. Internet (2016).www.direitonet.com.br. Brasil, 2016.
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ONLINE. Internet (2016).www.viajus.com.br. Brasil, 2016.
� Discente do 1º ano do curso de Direito do Centro Universitário “Antonio Eufrásio de Toledo” de Presidente Prudente. e-mail: � HYPERLINK "mailto:kaiogiroto2013@gmail.com" �kaiogiroto2013@gmail.com�. Autor do trabalho.
� Docente do curso de Direito do Centro Universitário “Antonio Eufrásio de Toledo” de Presidente Prudente. e-mail: sandromgodoy@toledoprudente.edu.br. Orientador do trabalho.

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