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• Gastrite e Ulceras • Litíase biliar • Hepatopatias • Doença celíaca Gastrite é a inflamação do revestimento interno do estômago provocada pela ingestão de álcool, perda da camada protetora do revestimento do estômago, infecção do estômago com a bactéria Helicobacter pylori, pelo uso de medicamentos, como aspirina e drogas anti-inflamatórias e pelo cigarro. A doença também pode ser causada por distúrbios auto-imunes, como a anemia perniciosa, refluxo da bile, ingestão de alimentos e bebidas cáusticas ou substâncias corrosivas (como venenos), excesso de secreção de ácido gástrico (provocado pelo estresse) e infecção viral. A gastrite pode acontecer repentinamente (gastrite aguda) ou gradualmente (gastrite crônica). Os sintomas são dores abdominais, indigestão abdominal, perda de apetite, náusea, vômito, vômito de sangue ou material parecido com borra de café e fezes escuras. GASTRITE GASTRITE / ÚLCERA Evitar alimentos que aumente a produção de sucos gastricos Evitar alimentos ácidos Facilitar a digestão Evitar o consumo de sucos ácidos concentrados (limão, laranja); Fazer o consumo desses diluídos; Não fazer uso de bebidas alcóolicas; Devem ser feitas refeições regulares e equilibradas. Comer devagar, mastigando bem os alimentos. Não ficar de jejum mais que quatro horas. Evitar alimentos que aumente a produção de sucos gastricos Quando ingerimos líquidos, principalmente refrigerantes, com as refeições, o suco gástrico é diluído, modificando o pH local e fazendo com que a atividade enzimática fique comprometida. Alimentos gordurosos, como ovos, carnes vermelhas, derivados de leite e frituras, são famosos por dar azia. As gorduras presentes nesse tipo de comida podem mesmo comprometer o processo digestivo, já que retardam o esvaziamento do estômago Cafeína, presente no café, na maioria dos chás e nos refrigerantes de cola, é outro item a ser evitado por quem apresenta gastrite ou úlcera, já que estimula acidez no estômago. Além disso, o café relaxa os músculos que impedem a passagem dos alimentos do estômago para o esôfago. O leite e seus derivados. Isso acontece porque, atualmente, muitas pessoas têm intolerância à lactose ou má digestão da lactose. Estima-se que 50% dos adultos tenham intolerância. É importante testar os alimentos que causam desconforto gástrico e assim retirá-los da alimentação. · Não ficar de jejum mais que quatro horas, alimentando-se, pelo menos, seis vezes ao dia ( a cada 2 horas); · Leite desnatado, 1 a 2 copos ao dia, podendo adicionar frutas, sabor morango, côco, groselha, açúcar queimado, canela, mel, cereais, neston, sustagen, ensure... (exceto chocolate e café); - Iogurt activia (pouco); · Leite de soja, podendo ser com sabor (ades, purity, ...); · Chá, exceto: mate, preto e hortelã; · Suco de frutas (exceto as cítricas); · Frutas: mamão, melão, maçã, pera, morango, banana-maçã, pêssego, ameixa, caju, acerola, goiaba, caqui... · Pão francês sem miolo, uma fatia de pão integral ou de centeio; · Torrada, bolacha de água e sal, · Queijo branco e magro, requeijão light, ricota, presunto de peru, frango desfiado, atum na água; · Mel e geléia; · Arroz, feijão; · Saladas com legumes, verduras, grãos (ervilha, lentilha, milho, etc); - Temperos: sal, tempero verde, azeite de oliva, shoyo, orégano, ervas finas; · Carne magra: na chapa, grelhada, assada ou cozida; · Gelatina, sagu, manjar, pudim ( sem farinha), cremes, frutas cozidas (em pequena quantidade); - Salada de frutas, podendo acrescentar clara em neve. RECOMENDADOS LITÍASE BILIAR (colelitíase) É a formação de cálculos biliares na ausência de infecção da vesícula biliar. Assintomáticos Sintomáticos Grego: “Lithos” - pedra Cólicas, náusea, vômito (amarelada), febre, icterícia, dor à palpação profunda do quadrante superior direito do abdômen Cálculos biliares: compostos de colesterol, bilirrubina e sais de cálcio Cálculos biliares: compostos de colesterol, bilirrubina e sais de cálcio Cálculos de bilirrubina Cálculos de colesterol Colecistite x Colelitíase Passagem da bile ao duodeno é interrompida colecistite pode se desenvolver; Sem bile absorção de gorduras é prejudicada Evacuações claras (acolia), esteatorréia; Icterícia em função da obstrução, os pigmentos da bile retornam para a circulação como bilirrubina. Bilirrubina:0,2 – 1,3 mg/dl Valor de alerta: acima de 12 mg/dl Se não corrigir este excesso de bile: dano hepático, cirrose ou pancreatite biliar; Colecistectomia : cirurgia de remoção da vesícula e os cálculos (a bile será estocada no colédoco, que liga o fígado ao intestino delgado); Causas da litíase biliar Mulheres são vítimas mais freqüentes; Obesidade associada; Dieta hiperlipídica Terapia Nutricional na Litíase Biliar Crise aguda: Há obstrução por cálculo biliar; Manter vesícula inativa: baixo teor de gordura da dieta – prevenir contrações da vesícula biliar; Após remoção cirúrgica – DIETA NORMO Crise crônica: peso; LIP: até 25% do VET; Prot.: 0,8 a 1,0 g/kg; Carbo.: 60% VET. Terapia Nutricional na Litíase Biliar VET = Valor energético total Alimentos Permitidos • Recomendado o uso de leite desnatado, queijo ricota ou cottage, cereais, gelatinas e pudins feitos com leite desnatado. • Dar somente a clara do ovo. • Não é permitido nenhum tipo de gordura para cozinhar ou adicionar ao alimento. Somente carnes magras grelhadas ou cozidas, verduras e legumes cozidos e refogados. Alimentos Proibidos • Leite integral, manteiga, margarina, maionese, creme de leite, chantilly, chocolate, abacate, nozes, amendoim, avelã, coco e amêndoa • Evitar bebidas alcoólicas, condimentos. Foco no fígado • Agudas ou crônicas; • Causas: – Agentes químicos, virais, farmacológicos; – Alteram a estrutura morfológica e capacidade funcional dos hepatócitos. Hepatopatias • Hepatite – vírus A, B, C, D e E ou componentes tóxicos • Hepatite Crônica – curso de 6 meses de hepatite; • Hepatopatia Alcoólica; • Hepatopatia Colestática; •Tumores. Hepatopatias Hepatopatia Alcoólica: Esteatose Hepática Hepatite Alcoólica Cirrose Comum em 80% dos casos. Acúmulo de triglicerídios no citoplasma celular Consumo de etanol persistente por 15-20 anos . Taxa de mortalidade 30-60%. Necrose Bebida Unidade mL Etanol (g) Cachaça dose 50 17 garrafa 660 220 Destilados (whiskey, vodka ) dose 50 +/- 16 Aperitivos ( martini, campari ) dose 50 +/- 8 Cerveja copo 250 9 lata 350 13 garrafa 660 25 Fonte: Neves, MM e cols. Concentração de etanol em bebidas alcoólicas mais consumidas no Brasil. GED 8(1):17-20, 1989 Esteatose hepática Cirrose • Processo difuso de fibrose e formação de nódulos, acompanhando-se freqüentemente de necrose hepatocelular. Cirrose Ascite – acúmulo de líquido na cavidade abdominal. Complicações da Cirrose Eritema palmar Cabeça de medusa (umbigo) Ascite Distribuição alterada de pelos Atrofia testicular Icterícia Contusões Perda muscular Encefalopatia Varizes Esofágicas Hipertensão Varizes Esofágicas Encefalopatia hepática Excesso de produtos tóxicos provenientes da alimentação e do próprio fígado, que deveria eliminá-las. A encefalopatia surge quando o fígado torna-se incapaz de eliminar ou transformar esses tóxicos pela destruição das suas células Encefalopatia Hepática Estágio Sintomas I Confusão leve, agitação, irritabilidade, distúrbio do sono, atenção diminuída II Letargia, desorientação, tontura III Sonolência despertável,fala incompreensível, confusão, agressão quando acordado IV Coma Estágios de encefalopatia hepática ENCEFALOPATIA HEPÁTICA – Hipóteses: Amônia: Fígado incapaz de converter a amônia em uréia – tóxica para o cérebro; Neurotransmissor Alterado: Desequilíbrio de aminoácidos (AA). – CÉREBRO - altos níveis de aa aromáticos - AAA -fenilalanina, triptofano e tirosina levam à formação de falsos neurotransmissores, os quais parecem produzir a encefalopatia. ENCEFALOPATIA HEPÁTICA – A amônia livre favorece o transporte dos AAA para dentro do SN; –Como tratar? Formulações enterais e parenterais com baixos níveis de AAA Terapia Nutricional Reversão da desnutrição; Melhora do prognóstico (retardar complicações); Favorecer a aceitação da dieta e melhorar o aproveitamento dos nutrientes; Atender necessidades orgânicas – ganho de peso; Aporte de aa adequado para regeneração hepática – cuidar encefalopatia. Ingestão oral inadequada; Anorexia: Saciedade precoce (ascite); Náusea; Vômito; Restrições dietéticas. Má digestão; Má absorção (esteatorréia); Metabolismo anormal dos macro e micronutrientes; Causa da Desnutrição Estratégias: • Refeições menores e freqüentes; • Encorajar suplementos líquidos orais • Sonda quando necessário (ingestão menor que 0,8g ptn/kg e menos de 30 Kcal/kg); • Restrição Sódio (edema); • Restrição líquido; Calorias • Necessidades individualizadas; • Método prático: 25-35Kcal/kg peso/dia peso atual; Se edema ou ascite utilizar peso ideal; • Ascite eleva o Gasto Energético de Repouso em 10% - considerar; Carboidratos • 50-60% VET; • HC Complexos; Lipídios • Até 30% do VET; • Excesso – desconforto abdominal, hiperlipidemias Proteínas Pacientes hepatopatas estáveis: NORMO 0,8 – 1,0 g/kg / dia Encefalopatia hepática Não se indica restrição protéica Substituição de ptn animal por vegetal Hepatopatia Proteína G/kg/dia Energia Kcal/kg/dia VET % HC VET % Lip Objetivos Hepatite aguda ou crônica 1,0 -1,5 30-40 67-80 20-33 Prevenir desnutrição Favorecer regeneração Cirrose descompensada ou descompesada Desnutrição 1,0 -1,5 30-40 67-80 20-33 Prevenir desnutrição Favorecer regeneração Encefalopatia 0,5 -1,2 25-40 75 25 Suprir necessidades nutricionais sem precipitar EH Pré – Transplante 1,2 -1,75 30-50 70-80 20-30 Restaurar ou manter estado nutricional Pós Transplante 1,0 30-35 70 30 Restaurar ou manter estado nutricional Fonte: Livro Lilian Cuppari 2005 aminoácidos aromáticos (que devem ser evitados) Queijo, Gema de ovo, Carne de vaca, de porco e frango e derivados – ricos em AA aromáticos As proteínas de origem animal, ricas em aminoácidos de cadeia aromática (AACA), devem ser restringidas da dieta desses pacientes porque produzem falsos neurotransmissores cerebrais, os quais poderiam ser uma das causas da EH. Portanto a opção dietoterápica deve ser o uso de aminoácidos de cadeia ramificada (AACR), presentes nas proteínas vegetais, pois impedem a passagem dos AACA pela barreira hematoencefálica, reduzindo assim as alterações neurológicas que o paciente poderá apresentar. Encefalopatia hepática Alimentos- fonte de Aminoácidos ramificados (AACR) Grupo de Alimentos Frutas Legumes Leguminosas Leite Carnes Alimento Rico em AACR Maçã, mamão, manga, goiaba, Brócolis, couve-flor, pepino, abóbora, rabanete, cebola Soja, lentilha, feijão Leite de ovelha, leite de cabra e extrato solúvel de soja Miúdos de carneiro, peixe, camarão, lagosta INTESTINO DELGADO INTESTINO DELGADO Enzimas do intestino delgado: enzimas da borda-em-escova (constitucionais) para a digestão final de proteínas e carbohidratos O glúten (gliadina e glutenina) aparece geralmente combinado com outras proteínas vegetais como as Albuminas e Globulinas e também em combinação com o amido desses cereais, sendo responsável pela viscoelasticidade da massa composta pela mistura de farinha (proteína e amido em forma granular) e água. O glúten pode ser obtido a partir da farinha de trigo e alguns outros cereais A doença celíaca (também conhecida como enteropatia glúten-induzida) é uma patologia autoimune que afeta o intestino delgado de adultos e crianças geneticamente predispostos, precipitada pela ingestão de alimentos que contêm glúten. A doença causa atrofia das vilosidades da mucosa do intestino delgado, causando prejuízo na absorção dos nutrientes, vitaminas, sais minerais e água. Os sintomas intestinais incluem diarréia crônica ou prisão de ventre, inchaço e flatulência, irritabilidade, e pouco ganho de peso. Os pacientes podem apresentar atraso de crescimento e da puberdade, anemia da carência de ferro, osteopenia ou osteoporose, exames anormais de fígado, e uma erupção na pele que faz coçar chamada dermatite herpetiforme. A doença celíaca também pode não apresentar nenhum sintoma. As mudanças no intestino o tornam menos capaz de absorver nutrientes, minerais e as vitaminas lipossolúveis A, D, E e K. A dificuldade em absorver carboidratos e gorduras pode causar perda de peso (ou dificuldades de desenvolvimento nas crianças) e fadiga ou falta de energia. Pode ser desenvolvida anemia de diversas formas: a má absorção de ferro pode causar anemia ferropriva e a má absorção de ácido fólico e vitamina B12 pode dar origem a uma anemia megaloblástica. A má absorção de cálcio e vitamina D (e o hiperparatireoidismo secundário compensatório) pode causar osteopenia (conteúdo mineral do osso diminuído) ou osteoporose(fraqueza óssea e risco de fraturas aumentado). Uma pequena proporção (10%) possui coagulação anormal devido à deficiência de vitamina K, e podem estar propensos a desenvolver sangramentos anormais. A doença celíaca também é associada a uma supercrescimento bacteriano do intestino delgado, o que pode piorar a má absorção ou causar má absorção após tratamento. Atualmente, o único tratamento efetivo é uma dieta estritamente sem glúten, por toda a vida. 90% dos pacientes que são tratados com a dieta livre de glúten apresentam melhora dos sintomas em 2 semanas. Não existem medicamentos que previnam os danos, nem que previnam o corpo de atacar os intestinos quando o glúten estiver presente. A aderência estrita à dieta permite que os intestinos se curem, com a regressão completa da lesão intestinal e resolução de todos os sintomas na maior parte dos casos.
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