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Aula 2 - Comportamento Alimentar - Psicofisiologia

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Aula 2 - Comportamento Alimentar
Regulação do comportamento alimentar e definições fundamentais
Regulação a longo prazo:
Sabemos que complexos mecanismos regulatórios internos permitem o armazenamento de energia em nosso corpo, desta forma haverá energia disponível sempre que houver necessidade.
A razão primária para a nossa motivação de comer é a manutenção destas reservas em um nível suficiente para que não ocorra falta de abastecimento energético e consequentemente prejuízo de nossas funções vitais.
Estado Prandial
Quando consumimos uma refeição e imediatamente após este consumo, ocorre a reposição das reservas energéticas em nosso corpo, este processo é conhecido como período prandial e a energia pode ser armazenada de duas formas em nosso organismo:
Glicogênio
As reservas de glicogênio possuem uma capacidade limitada e são encontradas principalmente no fígado e no músculo esquelético. São utilizadas cotidianamente, e fornecem a energia necessária para o funcionamento adequado de nosso corpo, assim que essas reservas começam a baixar sentimos necessidade de repô-las, o que chamamos de fome.
Triglicerídeos
Reservas de triglicerídeos possuem uma capacidade virtualmente ilimitada, sendo encontrados no tecido adiposo. Dizemos virtualmente ilimitada, pois, em condições de equilíbrio em nosso organismo, elas não serão utilizadas em sua totalidade, sempre existindo uma boa quantidade disponível para situações emergenciais (como problemas de saúde e dietas específicas) armazenadas em nosso tecido adiposo.
Anabolismo
Também denominado metabolismo anabólico, é o período do estado prandial onde ocorre síntese das macromoléculas (glicogênio e triglicerídeos) a partir de precursores simples. 
Esse fenômeno é responsável pela transformação da energia disponível nos alimentos que ingerimos em moléculas que podem ser armazenadas em nosso corpo para uso cotidiano (glicogênio e triglicerídeos) ou em situações especiais (triglicerídeos).
Estado pós absortivo
Período de jejum entre as refeições, neste estado o glicogênio e os triglicerídeos que foram armazenados são fragmentados, fornecendo um suprimento contínuo das moléculas utilizadas como combustível para o funcionamento das células de nosso corpo: glicose (para todas as células) e ácidos graxos e corpos cetônicos (para todas as células, exceto os neurônios).
Catabolismo:
Ocorre no estado pós-absortivo, representando o processo de quebra das macromoléculas (glicogênio e triglicerídios). Como podemos observar ele representa o oposto do anabolismo. Devemos atentar para o fato de que se o equilíbrio do sistema for adequado, as reservas serão repostas nas mesmas taxas médias em que são gastas. Caso a ingestão e o armazenamento de energia exceder consistentemente a utilização haverá um aumento da quantidade de gordura corporal, levando à obesidade. No entanto, se a ingestão de energia falhar consistentemente em alcançar as demandas corporais haverá perda de tecido adiposo, levando em situações extremas à inanição.
-> A regulação hormonal e hipotalâmica da gordura corporal e dos alimentos deverá ser estudada através do texto-base do seu livro customizado, no capítulo de motivação. Estude atento e procure identificar o papel da leptina neste processo.
Regulação em curto prazo
O equilíbrio do sistema depende de meios para a regulação do comportamento alimentar com base no tamanho das reservas energéticas e na sua velocidade de reposição.
Mecanismos regulatórios: São múltiplos e agem durante um longo período, para manter as reservas de gordura corporal, e outros, durante um curto período, para regular o tamanho e a frequências das refeições.
Mecanismos de curto prazo: Estão diretamente relacionados ao que foi comido na última refeição e que quantidade ingerimos deste alimento.
As fases da alimentação
Fase cefálica: A presença de alimentos no campo visual e o cheiro da comida desencadeiam diversos processos fisiológicos que antecipam a chegada da refeição: ativação do sistema nervoso autônomo parassimpático e da divisão entérica do sistema nervoso vegetativo que determina a secreção de saliva na boca e de suco gástrico no estômago.
Fase gástrica: Com a mastigação e ingestão dos alimentos verificamos um progressivo preenchimento do estômago, o que determina uma intensificação das respostas.
Fase de substrato: Com o preenchimento do estômago, os alimentos parcialmente digeridos são encaminhados para o intestino e inicia-se a absorção dos nutrientes o que os levará à corrente sanguínea.
O término da refeição ocorre pelas ações coordenadas de diversos sinais de saciedade:
Distensão gástrica: O estiramento das paredes do estômago é um sinal significativo da saciedade, sendo inervado por neurônios mecanossensoriais vagais. O preenchimento do estômago determina o envio da mensagem (“estômago cheio”) para o núcleo do trato solitário e estes sinais inibem no sistema nervoso central o comportamento alimentar. Cabe ressaltar que há outras mensagens reforçando o comportamento, como as aferências enviadas diretamente pelas papilas gustativas (na língua) para o núcleo gustativo.
Colecistocinina(CCK): Sendo liberada como resposta à estimulação do intestino por certos tipos de alimento, notadamente pelos gordurosos, sua presença reduz a frequência da ingestão e a quantidade de alimento ingerida (os experimentos que levaram a esta descoberta datam da década de 1970). Está presente em algumas das células do intestino e em alguns neurônios do sistema nervoso entérico e sua principal ação enquanto peptídeo da saciedade ocorre em neurônios sensitivos vagais, atuando em associação com a distensão gástrica na inibição do comportamento alimentar.
Insulina: Sendo produzida pelas células β do pâncreas ela é utilizada no transporte da glicose para quase todas as células do corpo, a exceção são os neurônios que não precisam deste intermediador para receber esse nutriente. É fundamental para o anabolismo  e importante para o catabolismo, com a liberação da glicose de seus sítios de armazenamento, sua captação por outras células do organismo e sua utilização como combustível. Desta forma, verificamos que os níveis de glicose no sangue estão inversamente relacionados aos níveis de insulina, ou seja, muita insulina circulante retira a glicose da corrente sanguínea e a direciona para as células. Os níveis de insulina estão diretamente relacionados com as fases da alimentação.
Por que comemos? Esta é uma questão complexa e que se relaciona com a motivação psicológica para comer. Um dos aspectos relevantes é o relativo ao prazer de comer, que ocorre pelo sabor, aroma e da visão dos alimentos, além do ato de comer propriamente dito. Outro aspecto é o da redução de impulso: a satisfação de um desejo, ou seja, comemos porque estamos com fome e desejamos/precisamos de alimentos.
DOPAMINA: Alguns neurotransmissores possuem papel importante para nosso comportamento alimentar. A dopamina, por exemplo, está relacionada com a estimulação do sistema dopaminérgico mesolímbico. Por exemplo, um animal consome um determinado alimento que considera muito saboroso, isto promove a liberação de dopamina no encéfalo, o que causa a sensação de prazer. Essa experiência levará o animal a buscar novamente este alimento de modo a repetir aquela mesma sensação prazerosa.
SEROTONINA: Já os níveis de serotonina, no hipotálamo, estão baixos durante o período pós-absortivo, aumentam em antecipação à chegada de alimento e alcançam um pico durante uma refeição, especialmente em resposta aos carboidratos.
Na depressão, por exemplo, esses níveis apresentam-se reduzidos no sistema nervoso central, o que pode explicar a sensível melhora do humor quando deprimidos consomem alimentos que levam ao aumento dos níveis encefálicos de serotonina, como tortas, bolos e chocolates.
Os carboidratos são os alimentos que mais elevam os níveis de serotonina no encéfalo porque a serotonina é produzida a partir do aminoácido triptofano, presente nos alimentos que ingerimos cotidianamente, principalmente aqueles quesão ricos neste tipo de nutriente.
Mecanismos fisiopatológicos da anorexia nervosa, da bulimia nervosa e da obesidade:
ASPECTOS  FISIOLÓGICOS E PSICOLÓGICOS:
Bulimia: Está relacionada com uma ingestão exagerada de alimentos seguida de purgação. Definida pelo CID 10: A bulimia é uma síndrome caracterizada por acessos repetidos de hiperfagia e uma preocupação excessiva com relação ao controle do peso corporal conduzindo a uma alternância de hiperfagia e vômitos ou uso de purgativos. Este transtorno partilha diversas características psicológicas com a anorexia nervosa, dentre as quais uma preocupação exagerada com a forma e peso corporal. Os vômitos repetidos podem provocar perturbações eletrolíticas e complicações somáticas.Nos antecedentes encontra-se frequentemente, mas nem sempre, um episódio de anorexia nervosa ocorrido de alguns meses a vários anos antes.
Anorexia nervosa: Perda do interesse pelos alimentos com consequente perda significativa de massa corporal. Definida de uma forma geral como falta fisiopatológica de apetite, acompanhada de uma aversão à comida e inabilidade em comer, essa perda ou ausência de apetite apresenta aspectos bem mais complexos, como um comportamento dirigido à perda de peso, padrões peculiares de manuseios dos alimentos, medo intenso da obesidade e perturbação da imagem corporal. Pode evoluir até a morte. É uma doença psiquiátrica que demanda cuidados médicos específicos. Anorexia nervosa é um transtorno caracterizado por perda de peso intencional, induzida e mantida pelo paciente. O transtorno ocorre comumente numa mulher adolescente ou jovem, mas pode igualmente ocorrer num homem adolescente ou jovem, como numa criança próxima à puberdade ou numa mulher de mais idade até na menopausa. A doença está associada a uma psicopatologia específica, compreendendo um medo de engordar e de ter uma silhueta arredondada, intrusão persistente de uma idéia supervalorizada. Os pacientes se impõem a si mesmos um baixo peso. Existe comumente desnutrição de grau variável que se acompanha de modificações endócrinas e metabólicas secundárias e de perturbações das funções fisiológicas. Os sintomas compreendem uma restrição das escolhas alimentares, a prática excessiva de exercícios físicos, vômitos provocados e a utilização de laxantes, anorexígeros e de diuréticos.
Obesidade: Acúmulo excessivo de reservas de gordura no organismo devido a diversos fatores. É uma condição decorrente do acúmulo excessivo de gordura (peso corporal aumentado em mais de 10 a 15% do esperado para um determinado indivíduo). Podendo ter diversas origens, como, por exemplo, a predisposição familiar (genética), comportamental, psicológica ou outras.
Bulimia Atípica: CID 10: Transtornos que apresentam algumas características da bulimia nervosa, mas cujo quadro clínico global não justifica tal diagnóstico. Por exemplo, pode haver acessos repetidos de hiperfagia e de uso exagerado de laxativos sem uma alteração significativa de peso ou então a preocupação típica e exagerada com a forma e peso corporal podem estar ausentes.
Anorexia nervosa Atípica: CID 10: Transtornos que apresentam algumas das características da anorexia nervosa, mas, cujo quadro clínico global não justifica tal diagnóstico. Por exemplo, um dos sintomas-chave, tal como um temor acentuado de ser gordo ou a amenorréia, pode estar ausente na presença de uma acentuada perda de peso e de um comportamento para emagrecer. Este diagnóstico não deve ser feito na presença de transtornos físicos conhecidos associados à perda de peso.
Etiologia da obesidade e disruptores endócrinos:
A prevalência de sobrepeso e obesidade vem atingindo índices alarmantes em todo o mundo.Dados da OMS de 2008 demonstraram que: 400 milhões eram obesas. 1,6 bilhão de pessoas apresentavam excesso de peso.
Previsão de 2015: 700 milhões serão obesas. 3,3 bilhões de pessoas apresentarão excesso de peso.
Nos EUA, os números já atingiram proporções epidêmicas, com 20% de obesos e 30% com sobrepeso. Dados de 1999 demonstravam que 13% das crianças entre 6-11 anos e 14% dos adolescentes entre 12-19 anos apresentavam sobrepeso.
Nas duas últimas décadas a prevalência entre os adolescentes triplicou. No Brasil, as maiores prevalências de obesidade são encontradas nas regiões mais industrializadas do país, portanto onde potencialmente ocorre maior exposição da população aos disruptores endócrinos. Apesar de ser de etiologia multifatorial, da qual participam o desequilíbrio energético, a predisposição genética e os fatores ambientais, culturais e emocionais, existem razões óbvias para a epidemia de obesidade, principalmente relacionadas ao estilo de vida sedentário e aos hábitos alimentares inadequados, com o aumento da ingestão calórica.
Contudo, outras razões podem estar associadas à obesidade: privação do sono, a menor variabilidade na temperatura ambiental, mudança na distribuição dos grupos étnicos, a gravidez mais tardia, fatores intrauterinos, fertilidade em grupos com maior IMC, redução do tabagismo, uso de medicações como antidepressivos, baixa ingestão de cálcio, estresse, convivência com obesos, alguns tipos de vírus e bactérias e os disruptores endócrinos.

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