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Saúde mental

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Saúde mental
Reforma psiquiátrica
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 Reforma psiquiátrica
Principais movimentos críticos à tradição psiquiátrica em nível mundial, ao longo do século XX:
- A experiência de Bion na Inglaterra do pós-guerra, com a prática da psicoterapia grupal como possível saída para a grave situação dos hospitais psiquiátricos
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- A psiquiatria de setor na França a partir dos anos 60 propõe que o paciente psiquiátrico seja tratado em seu meio social e cultural antes ou depois de uma internação psiquiátrica ( hierarquização e regionalização de serviços, enfatizando a prestação de cuidados extra-hospitalares, com a criação de ambulatórios, oficinas terapêuticas, visitas domiciliares, etc.)
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- No início da década de 50, na Inglaterra se desenvolveram as comunidades terapêuticas e na década de 60 a antipsiquiatria que procurou romper no âmbito teórico, com o modelo assistencial vigente, buscando destituir, definitivamente, o valor do saber médico da explicação/compreensão e tratamento das doenças mentais – a loucura apresentada como uma reação à violência externa, como atividade libertária cuja medicalização envolve uma manobra institucional 
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- Na década de 60 surge a psiquiatria peventiva ou comunitária, norte americana, onde os cuidados se organizam com base nos graus de complexidade primário, secundário, terciário, enfatizando-se a chamada atenção básica como espaço de prevenção do adoecer psíquico
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- Nos anos 70, ocorreu na Itália, a experiência da psiquiatria democrática, caracterizando uma ruptura com as práticas baseadas numa reforma estritamente institucional – torna-se necessário superar o modelo de humanização institucional, a fim de inventar uma prática que tenha na comunidade e nas relações que esta estabelece com o louco matéria prima para desconstrução do dispositivo psiquiátrico de tutela, exclusão e periculosidade, produzidos e consumidos pelo imaginário social 
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A reforma psiquiátrica no Brasil
- A prática assistencial da primeira metade do século XX priorizava a construção de grandes hospícios públicos. A partir dos anos 60, ocorreu uma enorme proliferação de hospitais psiquiátricos privados, conveniados com o poder público, de acordo com a política fortemente privatista que caracterizou o governo militar
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No final dos anos 70, teve início a luta dos trabalhadores de saúde mental em vários estados brasileiros em prol da reforma psiquiátrica
No final dos anos 80, o movimento dos trabalhadores de saúde mental sustentou a necessidade de promover a extinção dos manicômios, compreendidos como “mecanismos de opressão” e colocou como palavra de ordem: Por uma sociedade sem manicômios
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- Aconteceram, também no final dos anos 80, vários eventos importantes relativos à saúde pública, entre eles o Movimento da Reforma Sanitária que conseguiu aprovar na nova constituição brasileira algumas diretrizes fundamentais. A saúde é, então, afirmada como direito do cidadão e dever do Estado e foi criado o SUS
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- A I Conferência Nacional de Saúde Mental realizada em junho de 1987, em desdobramento à VIII Conferência Nacional de Saúde propõe que:
a) Os trabalhadores de saúde mental em conjunto com a sociedade civil realizem esforços com intuito não só de redirecionar suas práticas, mas também de combater a psiquiatrização do social, democratizando instituições e unidades de saúde
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b) A necessidade de participação da população, tanto na elaboração e implementação quanto no nível decisório das práticas de saúde mental
c) A priorização de investimentos nos serviços extra hospitalares e multiprofissionais como oposição à tendência hospitalocêntrica 
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Em 19 de novembro de 1991, a Portaria SNAS 189 do Ministério da Saúde aprovou os procedimentos NAPS/CAPS (respectivamente Núcleo de Atenção Psicossocial e Centro de Atenção Psicossocial) como oficinas terapêuticas e atendimento em grupo
Em 29 de janeiro de 1992, quando a Portaria SNAS 224 estabeleceu as bases para os serviços de saúde mental, os NAPS/CAPS foram previstos como dispositivos intermediários entre a hospitalização e os ambulatórios, como lugares de passagem e de mediação entre os usuários egressos de internação e a comunidade
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- O objetivo era garantir um lugar de suporte múltiplo (medicamentos, acolhimento, lazer, trabalho, psicoterapias, proteção intensiva) para o paciente e sua família, de forma a substituir o hospital, e evitar a burocratização que havia se instalado nos ambulatórios de psiquiatria e de saúde mental das redes estaduais e federal
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- Os primeiros NAPS/CAPS (o que diferenciava NAPS de CAPS era o fato dos primeiros funcionarem em caráter de 24 horas, com acolhimento noturno e nos fins de semana) sugiram como um dispositivo a mais, como mais um tipo de serviço, destinado a um grupo específico de pacientes (psicóticos principalmente) dentre outros existentes numa rede, tais como ambulatórios, hospitais, etc.
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- A municipalização produziu modificações já que na grande maioria dos municípios não havia qualquer rede de saúde mental e na verdade se tratava de implantar um serviço que passasse a responder por uma assistência que até então os hospitais realizavam (por falta de outros serviços os CAPS se constituíram como porta de entrada com atendimento de crise, ambulatório e atividades de atenção diária)
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- Em 19 de fevereiro de 2002, a Portaria GM 336, definiu normas e diretrizes, acrescentando novo parâmetros aos definidos pela portaria 224 para a área ambulatorial, ampliando a abrangência dos serviços substitutivos de atenção diária, estabelecendo portes diferenciados a partir de critérios populacionais e direcionando novos serviços específicos para a área de álcool e outras drogas, infância e adolescência
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- Os CAPS (desapareceu o nome NAPS) são instituídos como os dispositivos principais de uma rede territorializada de saúde mental. Não são mais considerados como intermediários, mas como substitutivos , não mais restritos aos pacientes que necessitam de cuidados intensivos, mas também àqueles que demandam atenção semi-intensiva e não intensiva, isto é, o ambulatório
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- Os CAPS se tornam os centros de referência e passam a atuar junto com as unidades de saúde da família, agentes comunitários, famílias substitutivas, residências terapêuticas 
- Os CAPS, diferentemente dos ambulatórios se constituem como um ponto de referência, de encontro, mas também como ponto de aglutinação das responsabilidades de acompanhamento que é feito aos usuários, buscando saber o que está acontecendo mesmo quando ele não vem ao serviço, procurando mediar inserções sociais na comunidade e viabilizando de fato uma porta de entrada para as situações mais agudas
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Em 1999 a lei 9867, dispõe sobre a criação e o funcionamento de cooperativas sociais, visando a integração social dos cidadãos
As cooperativas têm como finalidade inserir pessoas em desvantagem no mercado econômico, por meio do trabalho
Pessoas com desvantagem social: deficientes físicos e sensoriais; deficientes psíquicos e mentais; dependentes químicos; egressos de prisão; adolescentes de idade adequada ao trabalho e situação familiar difícil do ponto de vista econômico, social ou afetivo
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A lei 10. 216 de 6 de abril de 2001 (Lei Paulo Delgado), marco legal da reforma psiquiátrica, dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoa portadoras de transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental:
Esta lei substituiu a lei federal sobre saúde mental de 1934, que apresentava uma visão autoritária sobre o tratamento
A internação só será indicada quando os recursos extra-hospitalares se mostrarem insuficientes
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O tratamento visará, com finalidade permanente a reinserção social do paciente em seu meio (o governo deverá investir nos recursos comunitários e no sistema ambulatorial)
Regulamentariza as internações involuntárias, sustentando que estas deverão ser comunicadas ao Ministério Público Estadual pelo responsável técnico do estabelecimento no qual tenha ocorrido no prazo máximo de 72 horas, devendo este mesmo procedimento ser adotado quando da respectiva alta
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A alta deverá ser planejada com reabilitação psicossocial assistida
É vedada a internação de pacientes em instituições com características asilares
Em dezembro de 2001, a III Conferência Nacional de Saúde Mental reafirmou e reelaborou estratégias e propostas para efetivar e consolidar um modelo de atenção aos usuários de álcool e outras drogas 
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O Ministério da Saúde com ênfase na reabilitação e reinserção dos usuários de álcool e outras drogas instituiu no âmbito do SUS, o Programa Nacional de Atenção Comunitária Integrada a usuários
A política do Ministério da Saúde para a atenção integral a usuários de álcool e outras drogas estabelece a prevenção como um processo de planejamento, implantação e implementação de várias estratégias voltadas para a diminuição da vulnerabilidade/redução de fatores de risco específicos e fortalecimento dos fatores de proteção
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Hospital-dia
Desenvolve programas de atenção e cuidados intensivos por equipe multiprofissional/interdisciplinar
Os usuários ficam durante o dia em atividades, oficinas terapêuticas, dependendo do contrato terapêutico estabelecido com cada um em particular
As famílias deverão estar integradas ao trabalho
Deve se situar em área independente da estrutura hospitalar
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Serviço residencial terapêutico 
Também conhecido como lar abrigado ou pensão protegida
Moradias inseridas preferencialmente na comunidade, destinadas a cuidar dos portadores de transtornos mentais, egressos de internações psiquiátricas de longa permanência, que não possuem suporte social e laços familiares
Consiste em implementação de uma atmosfera doméstica (máximo de 8 pacientes)
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Os usuários dos serviços residenciais devem estar vinculados a uma unidade de cuidados ambulatoriais, cuja equipe se responsabilizará por seu acompanhamento clínico e pela supervisão de suas atividades
O projeto terapêutico de cada paciente deverá ter como objetivo central a reabilitação psicossocial, incluindo medidas que aumentem sua autonomia e propiciem sua reinserção social
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Serviço de urgência psiquiátrica em hospital geral
Leitos para internação de até 72 horas
Tem como objetivo evitar a internação hospitalar, permitindo que o paciente retorne ao convívio familiar e comunitário
O paciente deverá ser encaminhado a um serviço comunitário
O Serviço deverá oferecer: avaliação médico-psicológica e social; atendimento individual e à família

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