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Aula 06 TCU ESTRAT

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Aula 06
Controle Externo p/ TCU - Técnico e Auditor (Tecnologia da Informação e
Biblioteconomia)
Professor: Erick Alves
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Olá pessoal! 
Nosso objetivo nesta aula é estudar o seguinte assunto: 
9 Fiscalização de atos e contratos.
Para tanto, seguiremos o seguinte sumário: 
SUMÁRIO 
Fiscalização ............................................................................................................................................................................... 3 
Instrumentos de fiscalização .......................................................................................................................................... 3 
Iniciativa da fiscalização ................................................................................................................................................ 12 
Iniciativa do próprio Tribunal .................................................................................................................................... 12 
Iniciativa do Congresso Nacional............................................................................................................................... 13 
Denúncia .............................................................................................................................................................................. 15 
Representação ................................................................................................................................................................... 17 
Disposições gerais sobre a fiscalização ................................................................................................................. 25 
Objetos da fiscalização ................................................................................................................................................... 30 
Apreciação de atos sujeitos a registro ..................................................................................................................... 32 
RESUMÃO DA AULA ........................................................................................................................................................... 60 
Questões comentadas na Aula..................................................................................................................................... 62 
Gabarito ................................................................................................................................................................................... 70 
Na aula de hoje, falaremos sobre o segundo grande grupo de atividades 
que, ao lado do julgamento de contas, caracterizam a atuação do Tribunal: a 
realização de fiscalizações. 
Preparados? Vamos lá! 
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FISCALIZAÇÃO 
Como sabemos, o TCU tem competência para exercer a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, 
compreendendo as entidades da administração direta e indireta. 
Essa fiscalização tem como foco aspectos de legalidade, legitimidade, 
economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de atos, contratos e fatos 
administrativos de que resulte receita ou despesa. 
A fiscalização a cargo do TCU realiza-se, predominantemente, por meio 
de auditorias e inspeções. Mas o conceito de fiscalização é mais amplo, e se 
confunde com o próprio controle externo exercido pelo Tribunal. Sempre que 
o TCU examina e decide sobre matéria de sua competência está exercendo
fiscalização, como na apreciação de atos sujeitos a registro ou nas respostas 
a consulta. 
O Tribunal efetua a fiscalização com a finalidade de assegurar a 
eficácia do controle e para instruir o julgamento das contas (RI/TCU, 
art. 249). Todavia, as consequências da fiscalização, como a eventual 
aplicação de multa, não implicará prejulgamento das contas ordinárias do 
responsável, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de 
gestão do período envolvido. 
Assim como nos processos de contas, o Relator preside a instrução dos 
processos de fiscalização, podendo determinar, mediante despacho singular, 
por sua ação própria e direta, ou por provocação da unidade de instrução ou 
do MPTCU, as providências consideradas necessárias ao saneamento dos 
autos, após o que submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva 
para decisão de mérito. 
 Nos tópicos seguintes, estudaremos os instrumentos, procedimentos e 
demais características da fiscalização exercida pelo TCU. 
INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO 
Os instrumentos de fiscalização previstos no Regimento Interno são: 
9 Levantamentos
9 Auditorias
9 Inspeções
9 Acompanhamentos
9 Monitoramentos
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Levantamentos 
Levantamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal 
para (RI/TCU, art. 238): 
ƒ Conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades da
administração direta, indireta e fundacional dos Poderes da União, incluindo
fundos e demais instituições que lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos
sistemas, programas, projetos e atividades governamentais no que se refere
aos aspectos contábeis, financeiros, orçamentários, operacionais e
patrimoniais;
ƒ Identificar objetos e instrumentos de fiscalização; e
ƒ Avaliar a viabilidade da realização de fiscalizações.
Às vezes, o Tribunal não dispõe de informações confiáveis e atualizadas 
sobre a estrutura e as atividades de seus jurisdicionados, de modo que o 
planejamento de ações de controle torna-se impraticável. Isso pode 
acontecer, por exemplo, em virtude da complexidade do órgão ou programa, 
da ausência de trabalhos anteriores do Tribunal, de alterações significativas 
promovidas pelo Governo ou mesmo em função da própria falta de 
transparência do órgão. 
 Assim, levantamento é o instrumento utilizado pelo TCU para 
conhecer as características específicas de determinado órgão, entidade 
ou mesmo de sistemas, programas e outras atividades governamentais 
sujeitas a sua jurisdição. Isso é feito por meio de visitas ao órgão, 
entrevistas com os gestores, pesquisa na legislação, mapeamento de 
processos e outras técnicas de diagnóstico. 
Com a realização do levantamento, espera-se identificar áreas que, por 
suas características de materialidade, relevância e risco, mereçam ser alvo 
de futuras ações de fiscalização mais direcionadas e profundas (uma 
auditoria, por exemplo). 
O levantamento não tem por finalidade constatar impropriedades ou 
irregularidades. Entretanto, se durante a realização do trabalho tais 
constatações ocorrerem, o Tribunal deverá adotar as medidas cabíveis, a 
exemplo da realização de outra ação de controle com vistas a concluir a 
análise dos fatos identificadosou, caso já se tenham elementos suficientes 
para caracterizar as irregularidades e os respectivos responsáveis, a 
aplicação de sanções no próprio processo de levantamento. 
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Exemplo de Levantamento 
Acórdão 1555/2009-Plenário 
Voto do Ministro Relator 
(...) o presente levantamento de auditoria, (...) teve por objetivo conhecer a 
estrutura de funcionamento do MTE e seus principais programas, em especial os 
programas "Integração de Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda" e 
"Qualificação Social e Profissional". 
O relatório apresentado pela equipe da 5ª Secex, transcrito na íntegra no relatório 
precedente, é bastante completo e suficientemente detalhado. 
Além da descrição da estrutura organizacional do Ministério e dos referidos 
programas, consta do relatório uma análise da conexão entre ambos (estrutura e 
programas), das ações específicas de cada programa e de suas relações com os 
objetivos declarados e, ainda, exame dos mecanismos de controle existentes e as 
possibilidades de ações de fiscalização por parte desta Corte. 
Entendo que o relatório sob apreciação reflete adequado atendimento aos 
objetivos previstos. 
Em sua conclusão, a equipe de auditoria sugere a realização de auditoria de 
natureza operacional nas ações referentes no Sistema de Seguro-Desemprego, com 
enfoque nos mecanismos de controle das ações envolvidas, avaliando-se o 
desempenho dos trabalhos realizados pelo Sine, a confiabilidade dos sistemas de 
checagem e controle para pagamento dos benefícios e adequabilidade dos preços 
pagos aos agentes operadores e financeiros envolvidos, conforme detalhado no item 
5.1.4 do relatório retro transcrito. Tal trabalho seria realizado no segundo semestre 
deste exercício. 
Entendo que a realização de tal auditoria operacional é oportuna, complementaria 
o trabalho já realizado e que seu objetivo é relevante, pelo que endosso a proposta
apresentada. 
Proponho, portanto, seja autorizada a inclusão de tal auditoria operacional no 
plano de fiscalização desta Corte relativo ao segundo semestre deste exercício, para o 
que os presentes autos deverão ser encaminhados à Segecex, para adoção das 
providências necessárias. (...) 
Acórdão 
9.1. autorizar a realização de auditoria de natureza operacional nas ações 
referentes no Sistema de Seguro-Desemprego, do Ministério do Trabalho e Emprego - 
MTE, com enfoque nos mecanismos de controle das ações envolvidas, avaliando-se o 
desempenho dos trabalhos realizados pelo Sine (...) 
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Auditorias 
Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para 
(RI/TCU, art. 239): 
ƒ Examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis
sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e
patrimonial (Auditoria de regularidade);
ƒ Avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos
sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos
aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados
(Auditoria operacional);
ƒ Subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro.
Segundo as Normas de Auditoria do TCU: 
Auditoria é o processo sistemático, documentado e independente de se avaliar 
objetivamente uma situação ou condição para determinar a extensão na qual critérios 
são atendidos, obter evidências quanto a esse atendimento e relatar os resultados 
dessa avaliação a um destinatário predeterminado. 
Nas auditorias, os AUFC vão a campo em busca de informações e 
esclarecimentos para subsidiar a avaliação do Tribunal sobre a legalidade, 
legitimidade ou economicidade de determinado ato ou contrato de que 
resulte receita ou despesa (a assinatura de um contrato para aquisição de 
bens, por exemplo). A formação de convicção do auditor é feita com base 
em critérios, ou seja, parâmetros objetivos que demonstram como o ato 
deveria ter sido praticado (no nosso exemplo, o critério seria a lei de 
licitações). Qualquer discrepância entre o que é e o que deveria ser 
configura um achado de auditoria, sobre o qual o Tribunal emite 
recomendações, determinações, aplica sanções ou adota outras medidas 
cabíveis. 
O estabelecimento de critérios busca tornar o exame realizado pelo 
auditor o mais objetivo possível, reduzindo interpretações de cunho 
meramente pessoal e, com isso, dando credibilidade e força ao trabalho. 
No TCU, a classificação das auditorias como de regularidade ou 
operacional dependerá do objetivo prevalecente em cada trabalho. 
As auditorias de regularidade, voltadas para a legalidade e a 
legitimidade, têm como parâmetro, evidentemente, a lei e os 
regulamentos. Suas conclusões dão ao TCU elementos para julgar as contas 
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dos gestores, para fazer determinações e, inclusive, para aplicar-lhes 
sanções em caso de infringência ao ordenamento jurídico. 
Já as auditorias operacionais têm como objetivo definir padrões de 
desempenho e avaliar os resultados da gestão à luz de parâmetros de 
eficiência, eficácia e economicidade. Como as decisões do 
administrador, respeitadas as normas legais, situam-se no campo da 
discricionariedade, as conclusões atingidas por essa modalidade de 
fiscalização geralmente dão origem a recomendações, de caráter não 
compulsório, que são encaminhadas ao órgão ou entidade fiscalizada com a 
finalidade de promover o aperfeiçoamento das suas práticas de gestão. 
Exemplos de auditorias de regularidade 
Acórdão 463/2011 ʹ Plenário
Sumário: Auditoria de conformidade. Contratos de repasse firmados entre a Caixa 
Econômica Federal e o Governo do Distrito Federal. Desvio de objeto. Restrição à 
competitividade do certame. Rejeição de razões de justificativa. Aplicação de multa aos 
responsáveis. 
Acórdão 869/2011 ʹ Plenário
Sumário: Auditoria realizada em cumprimento ao item 9.2 do Acórdão nº 997/2009-
TCU-Plenário. Irregularidades envolvendo a execução de contratos celebrados entre a 
Coordenação-Geral de Recursos Logísticos do Ministério da Cultura e a empresa 
Aplauso Organização de Eventos Ltda. Conversão dos autos em tomada de contas 
especial. Citações. Audiências. Determinações. Comunicação ao Congresso Nacional. 
Exemplo de auditoria operacional 
Acórdão 296/2011 ʹ Plenário
Sumário: Auditoria de natureza operacional. Fiscalização de Orientação Centralizada - 
FOC. Programa Assistência Farmacêutica Básica. Não-constatação de irregularidades 
graves. Boas práticas. Oportunidades de melhoria. Recomendações. Alertas. Ciência às 
instâncias interessadas. 
Exemplo de auditoria para subsidiar apreciação de atos sujeitos a registro 
Acórdão 3150/2010 - Plenário 
Sumário: Relatório de auditoria. Área de pessoal. Constatação de irregularidades 
diversas. Audiências dos responsáveis. Afastamento de parte das ocorrências. 
Acolhimento parcial das razões de justificativa. Atos praticados anteriormente à gestão 
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dos responsáveis. Medidas saneadoras em curso. Ausência de má-fé dos agentes. 
Ocorrências remanescentes. Necessidade de medidas corretivas. Incorporação quintos 
de função comissionadacom base nos critérios da Portaria MEC nº 474/87. Inclusão da 
gratificação de estímulo à docência - GED na base de cálculo. Ilegalidade. Reafirmação 
do entendimento do TCU sobre a matéria. Determinações e alertas. Monitoramento. 
Comunicações. 
Repare que o Acórdão 869/2011-Plenário (exemplo de auditoria de 
regularidade), determinou a conversão dos autos em tomada de contas 
especial, uma vez que, no curso da auditoria, foram constatadas 
irregularidades que causaram prejuízo ao erário. Sempre que, em processo 
de fiscalização, for verificada a ocorrência de lesão aos cofres públicos, o 
respectivo processo deverá ser convertido. No âmbito da TCE, o Tribunal 
julgará as contas dos responsáveis pelas irregularidades, podendo condená-
los ao ressarcimento do prejuízo (imputação de débito). 
Inspeções 
Inspeção é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para 
(RI/TCU, art. 240): 
ƒ Suprir omissões e lacunas de informações;
ƒ Esclarecer dúvidas; ou
ƒ Apurar denúncias ou representações quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade de fatos da administração e de atos administrativos praticados
por qualquer responsável sujeito à sua jurisdição.
As inspeções, no geral, são realizadas quando se necessita de maiores 
informações para apreciar o mérito de um processo. 
Os instrumentos de fiscalização, em regra, constituem um processo 
autônomo. Assim, existem processos de auditoria, de levantamento, de 
monitoramento e de acompanhamento. Diferentemente, não existem 
processos de inspeção. As inspeções são realizadas no âmbito de processo já 
existente, no qual haja carência de informações. 
Por exemplo: ao analisar um processo de prestação de contas, o AUFC 
pode entender necessário examinar uma amostra de contratos celebrados 
pelo órgão, caso as informações presentes nos autos não sejam suficientes 
para se concluir sobre a regularidade da gestão patrimonial dos 
responsáveis. Nessa hipótese, o Tribunal pode realizar uma inspeção na 
unidade jurisdicionada a fim de examinar in loco a amostra de contratos, 
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suprindo a lacuna de informações, para, em seguida, prosseguir na análise 
do mérito das contas. 
Além dos processos de contas, as inspeções também podem ser 
realizadas para suprir lacunas e esclarecer dúvidas na apuração de 
denúncias ou representações. 
Em suma, o Tribunal realiza inspeção quando necessita de informações 
e documentos que não seriam obtidos de forma satisfatória mediante uma 
simples diligência, mas que também não justificariam a realização de uma 
auditoria. Assim, inspeção é um instrumento que pode ser classificado como 
uma ³diligência qualificada´ ou uma ³auditoria PDLV� VLPSOHV´� Isso porque 
nas inspeções geralmente se vai a campo em busca das informações 
desejadas, o que não ocorre nas diligências; mas, por outro lado, nas 
inspeções a mobilização de tempo e de pessoal é menor que nas auditorias. 
Outra peculiaridade das inspeções é o escopo dos trabalhos, mais pontual e 
restrito que nas demais modalidades de fiscalização. 
Acompanhamentos 
Acompanhamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal 
para (RI/TCU, art. 241): 
ƒ Examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a
legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição,
quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e
ƒ Avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos
órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas,
projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade,
eficiência e eficácia dos atos praticados.
Por meio dos acompanhamentos, o Tribunal realiza controle 
concomitante, fiscalizando os atos de gestão de forma mais tempestiva, à 
medida que ocorrem. 
Por exemplo: a realização de uma obra envolve várias etapas: projeto, 
licitação, contrato, execução e assim por diante. Em um processo de 
acompanhamento, o Tribunal fiscalizaria pari passu a execução de cada 
etapa da obra, ao invés de aguardar o término do empreendimento para 
desencadear uma auditoria sobre os atos, fatos e contratos já consumados. 
As atividades dos órgãos e entidades jurisdicionadas ao Tribunal serão 
acompanhadas de forma seletiva e concomitante, mediante informações 
obtidas (RI/TCU, art. 242): 
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ƒ Pela publicação nos órgãos oficiais e mediante consulta a sistemas
informatizados adotados pela administração pública federal:
a) da lei do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias
(LDO), da lei orçamentária anual (LOA) e da abertura de créditos 
adicionais; 
b) dos editais de licitação, dos extratos de contratos e de convênios,
acordos, ajustes, termos de parceria ou outros instrumentos congêneres, 
bem como dos atos de admissão de pessoal e de concessão de 
aposentadorias, reformas e pensões; 
ƒ Por meio de expedientes e documentos solicitados pelo Tribunal ou
colocados à sua disposição;
ƒ Por meio de visitas técnicas ou participações em eventos promovidos por
órgãos e entidades da administração pública.
ƒ Pelo acesso a informações publicadas em sítio eletrônico do órgão ou
entidade.
As informações obtidas pelos procedimentos listados acima 
independem de processo autuado, podendo, inclusive, ser objeto de 
delegação de competência (do Relator aos titulares das unidades técnicas) 
(RI/TCU, art. 242). 
Exemplos de Acompanhamento 
Acórdão 844/2011 - Plenário 
Sumário: Copa do Mundo de futebol de 2014. Relatório de acompanhamento. 
Regularidade dos procedimentos de concessão de empréstimos ou financiamentos aos 
governos estaduais ou municipais para as obras de mobilidade urbana relacionadas 
com o evento. Determinação. Ciência. 
Acórdão 939/2011 ʹ Plenário
Sumário: Acompanhamento do processo de concessão da construção parcial, 
manutenção e exploração do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante/RN 
- ASGA. Análise da documentação alusiva ao 1º Estágio a que se refere a Instrução 
Normativa TCU nº 27/1998. Impropriedades nos estudos de viabilidade técnica, 
econômico-financeira e ambiental. Aprovação do 1º Estágio, com ressalvas. 
Determinação para correção das impropriedades. Recomendações. Ciência aos 
interessados. 
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Monitoramento 
Monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal 
para verificar o cumprimento de suas deliberações e os resultados 
delas advindos (RI/TCU, art. 243). 
Geralmente, o Tribunal, ao deliberar sobre determinada matéria, emite 
determinações e recomendações para que os jurisdicionados adotem 
providências com vistas a corrigir falhas, deficiências ou irregularidades, 
bem como para promover a melhoria da gestão. Nesse contexto, os 
monitoramentos são utilizados para verificar as providências adotadas pelos 
administradores a partir dessas deliberações e para aferir seus efeitos, a fim 
de conferir maior efetividade à atuação da Corte de Contas. 
Exemplos de Acompanhamento 
Acórdão 124/2011 - Plenário 
Sumário: Monitoramento. Verificação do cumprimento de determinações constantes 
do Acórdão 1.907/2006-TCU-Plenário, com redação dada pelo Acórdão 1.796/2009 - 
TCU-Plenário. Cumprimento parcial. Reiteração de determinações. Encaminhamento de 
cópia da deliberação à Adplan, para a elaboração de plano de fiscalização sobre aatuação do controle interno nos casos sob exame e de estudos acerca da metodologia 
de processamento de representações com grande quantidade de órgãos envolvidos. 
Acórdão 948/2011 ʹ Plenário
Sumário: Monitoramento constituído em cumprimento ao Acórdão 1.884/2009-
Plenário. Obras de construção da barragem de Congonhas/MG. Ações implementadas 
ainda incapazes de promover alterações na natureza da irregularidade grave com 
recomendação de paralisação. Comunicação ao Congresso Nacional. Deferimento do 
ingresso do consórcio contratado como parte interessada no processo. Continuidade do 
monitoramento. 
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INICIATIVA DA FISCALIZAÇÃO 
O TCU exerce fiscalização por iniciativa própria ou mediante 
provocação externa. Esta última pode vir de solicitação do Congresso 
Nacional ou, ainda, de denúncias e representações apresentadas ao Tribunal 
pelas pessoas legitimadas. 
Vamos estudar essas hipóteses, começando pelos procedimentos 
necessários para que o Tribunal realize fiscalizações por iniciativa própria. 
INICIATIVA DO PRÓPRIO TRIBUNAL 
O TCU, no exercício de suas atribuições, poderá realizar, por iniciativa 
própria, fiscalizações nos órgãos e entidades sob sua jurisdição. 
Nesse sentido, o Regimento Interno dispõe que as auditorias, 
acompanhamentos e monitoramentos devem obedecer ao Plano de 
Fiscalização elaborado pela Presidência, em consulta com os relatores 
das listas de unidades jurisdicionadas (RI/TCU, art. 244). 
O Plano de Fiscalização deve ser aprovado pelo Plenário em sessão de 
caráter reservado (RI/TCU, art. 244). Tal precaução tem por finalidade 
assegurar a efetividade dos trabalhos de fiscalização a serem executados 
pelo Tribunal, mormente aqueles mais sensíveis em que o fator surpresa é 
indispensável. Todavia, informações sobre o Plano de Fiscalização que não 
comprometam o sigilo dos trabalhos podem ser divulgadas, com o fim de 
dar publicidade à ação fiscalizatória do Tribunal. 
Por sua vez, os levantamentos e inspeções não necessitam ser 
incluídos no Plano de Fiscalização, vale dizer, podem ser realizados 
independentemente de programação, observada a disponibilidade dos 
recursos humanos e materiais necessários. Levantamentos e inspeções são 
desencadeados a partir de determinação do Plenário, da Câmara, do 
Relator ou, ainda, do Presidente, na hipótese de afastamento legal do 
Relator sem que haja um substituto disponível (RI/TCU, art. 244, §2º). 
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Auditorias, acompanhamentos e monitoramentos só serão 
realizados se aprovados pelo Plenário, por meio do Plano de 
Fiscalização. Já levantamentos e inspeções podem ser 
autorizados pelos próprios Relatores, assim como pelo Plenário ou pelas Câmaras. 
Mas não esqueça que algumas unidades somente podem sofrer fiscalizações, aí 
incluídos levantamentos e inspeções, se houver autorização do Plenário, quais sejam 
unidades do Poder Legislativo, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, 
da Presidência da República, do Tribunal de Contas da União, do Conselho Nacional de 
Justiça, do Conselho Nacional do Ministério Público, bem como do Ministério Público 
da União e da Advocacia-'ĞƌĂů�ĚĂ�hŶŝĆŽ� 縀R/ 氀T�h 唀 Ăƌƚ ?� ? 唀 / ?�ĂůşŶĞĂ� 币椃? 缃? 
Por fim, cabe ressaltar que o Plano de Fiscalização não se confunde 
com o Plano de Controle Externo, previsto no art. 188-A do RI/TCU. 
Enquanto o Plano de Fiscalização trata apenas de auditorias, 
acompanhamentos e monitoramentos, o Plano de Controle Externo possui 
caráter mais abrangente, sendo o instrumento de planejamento de todas as 
ações de controle externo, inclusive julgamento de contas de gestão e 
apreciação das contas do Presidente da República, em consonância com o 
plano estratégico e as diretrizes do Tribunal. 
Mas também existem semelhanças entre os dois planos, visto que o 
Plano de Controle Externo, da mesma forma que o Plano de Fiscalização, 
será proposto pela Presidência e aprovado pelo Plenário em sessão 
extraordinária reservada. 
INICIATIVA DO CONGRESSO NACIONAL 
O Congresso Nacional, suas Casas e respectivas comissões podem 
solicitar ao Tribunal (RI/TCU, art. 1º, II a V): 
Atividade Quem pode solicitar 
Realização de auditorias, inspeções ou 
acompanhamentos de natureza contábil, financeira, 
orçamentária, operacional ou patrimonial nas 
unidades administrativas dos Poderes Legislativo, 
Executivo e Judiciário e demais órgãos e entidades 
sujeitos à jurisdição do TCU; 
ƒ Congresso Nacional;
ƒ Senado Federal e Câmara dos
Deputados;
ƒ Comissões do Congresso, Senado ou
Câmara.
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Prestação de informações sobre a fiscalização 
contábil, financeira, orçamentária, operacional e 
patrimonial e sobre resultados de auditorias e 
inspeções realizadas; 
ƒ Congresso Nacional;
ƒ Senado Federal e Câmara dos
Deputados;
ƒ Comissões do Congresso, Senado ou
Câmara.
Emissão de pronunciamento conclusivo, no prazo 
de 30 dias, sobre matéria que seja submetida a sua 
apreciação; 
ƒ Comissão mista permanente de
deputados e senadores (CMO);
Realização de auditoria operacional em projetos e 
programas autorizados na lei orçamentária anual, 
avaliando os seus resultados quanto à eficácia, 
eficiência, efetividade e economicidade. 
ƒ Comissão mista permanente de
deputados e senadores (CMO);
ƒ Comissão técnica de qualquer das
casas do Congresso Nacional.
As solicitações encaminhadas ao TCU em nome do Congresso Nacional, 
suas casas e respectivas comissões devem ser subscritas pelos respectivos 
presidentes. No caso das comissões, todas as solicitações devem ser por 
elas aprovadas antes do envio ao Tribunal (RI/TCU, art. 232). 
As solicitações encaminhadas em nome do Congresso Nacional, suas 
casas e respectivas comissões que atendam aos requisitos de 
admissibilidade serão apreciadas pelo Tribunal em caráter de urgência 
(RI/TCU, art. 231), independentemente da gravidade da matéria tratada. 
Quando implicarem na realização de auditoria, esta só será realizada após o 
Plenário deliberar pela sua inclusão no Plano de Fiscalização (RI/TCU, 
art. 233). 
Por outro lado, solicitações encaminhadas por não legitimados 
não serão conhecidas pelo Plenário ou pelo Relator (RI/TCU, art. 232, 
§2º).
Por exemplo: um pedido de auditoria encaminhado por um deputado 
federal isolado não será atendido pelo Tribunal, uma vez que o legitimado 
para formular tal pedido é o Presidente da Câmara dos Deputados ou um 
dos presidentes das comissões daquela Casa, quando por elas aprovadas. 
Porém, caso esse mesmo parlamentar tenha conhecimento de alguma 
irregularidade em matéria de competência do TCU, poderá efetuar uma 
representação que, como veremos adiante, possui rito próprio, sem a 
urgência aplicável às solicitações do Poder Legislativo. 
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Recorde-se que compete ao Plenário deliberar originariamente sobre 
pedido de informação ou solicitação enviado pelo Congresso Nacional, suas 
Casas e respectivas comissões, bem como sobre relatórios de fiscalizações 
realizadas em virtude de solicitação do Parlamento (RI/TCU, art. 15, I, 
DOtQHDV�³E´��³F´�H�³Q´�� 
DENÚNCIA 
Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquercidadão, partido político, 
associação ou sindicato é parte legítima para denunciar irregularidades 
perante o Tribunal de Contas da União. 
Além de ser apresentada por pessoa legitimada, a denúncia deve 
atender aos seguintes requisitos (RI/TCU, art. 235): 
ƒ tratar sobre matéria de competência do TCU;
ƒ referir-se a administrador ou responsável sujeito à jurisdição do TCU;
ƒ ser redigida em linguagem clara e objetiva;
ƒ conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e endereço;
ƒ estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou
ilegalidade denunciada.
Em caso de urgência, admite-se que a denúncia seja encaminhada ao 
Tribunal por telegrama, fac-símile ou outro meio eletrônico, sempre com 
confirmação de recebimento pelo TCU. Nesse caso, o denunciante tem dez 
dias, contados a partir da mencionada confirmação, para remessa da 
documentação original (RI/TCU, art. 234, §1º). 
Denúncia que não observe os requisitos e formalidades acima 
não será conhecida pelo Tribunal ou pelo Relator, devendo o respectivo 
processo ser arquivado após comunicação ao denunciante. Por exemplo, 
denúncias anônimas ou desacompanhadas de indícios da irregularidade não 
são conhecidas. 
Por sua vez, a denúncia que preencha os requisitos de 
admissibilidade será apurada pelo Tribunal em caráter sigiloso. O caráter 
sigiloso será mantido até a decisão definitiva sobre a denúncia, quando 
o Tribunal deverá decidir por sua procedência, procedência parcial ou
improcedência. A apuração dos fatos denunciados é feita mediante 
diligências, inspeções e análise dos documentos apresentados pelo 
denunciante. O respectivo processo só poderá ser arquivado após efetuadas 
as diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator. 
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O denunciante poderá requerer ao Tribunal certidão dos despachos e 
dos fatos apurados, a qual deverá ser fornecida no prazo máximo de 
15 dias, desde que o respectivo processo de apuração tenha sido concluído 
ou arquivado. Mas caso tenham se passado 90 dias da data em que a 
denúncia deu entrada no Tribunal, a certidão deverá ser obrigatoriamente 
fornecida, ainda que não estejam concluídas as apurações (RI/TCU, 
art. 182). 
A LO/TCU previa que o Tribunal, ao decidir sobre denúncia, poderia 
optar por manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia 
(art. 55. §1º). O objeto compreende a irregularidade ou ilegalidade 
denunciada, bem como o responsável por praticá-la. Ocorre que o STF, nos 
autos do MS 24.405-4/DF, declarou inconstitucional o sigilo quanto ao 
objeto e à autoria da denúncia. Em consequência, o Senado Federal, 
exercendo a competência que lhe confere o inciso X do art. 52 da CF1, 
aprovou a Resolução 16/2006, que suspendeu a execução da expressão 
³PDQWHU�RX�QmR�R�VLJLOR�TXDQWR�DR�REMHWR�H�j�DXWRULD�GD�GHQ~QFLD´ constante 
do art. 55, §1º da LO/TCU. Dessa forma, salvo expressa manifestação em 
contrário, o Tribunal, após decidir sobre a matéria, não pode mais manter 
o sigilo de denúncia que lhe tenha sido oferecida, tanto em relação ao
objeto quanto à autoria. Nesse sentido dispõe o art. 236, §1º do RI/TCU: 
Art. 236. No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Tribunal dará 
tratamento sigiloso às denúncias formuladas, até decisão definitiva sobre a matéria. 
§ 1º Salvo expressa manifestação em contrário, o processo de denúncia tornar-se-
á público após a decisão definitiva sobre a matéria. 
Após decidir sobre denúncia que lhe tenha sido 
apresentada, o Tribunal não pode manter sigilo 
quanto ao objeto, nem quanto à autoria da denúncia. 
Não obstante, se em qualquer etapa do processo ficar comprovada a 
existência da irregularidade ou da ilegalidade denunciada, os demais 
atos do processo serão públicos, salvo expressa manifestação em 
contrário, observando-se, em qualquer caso, o resguardo dos direitos e 
garantias individuais e assegurando-se oportunidade de ampla defesa aos 
acusados (RI/TCU, art. 234, §3º). 
Por fim, a LO/TCU dispõe que o denunciante não se sujeitará a 
nenhuma sanção administrativa, cível ou penal em decorrência da denúncia, 
1 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X Ȃ suspender a execução, no todo ou em parte, de lei 
declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. 
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salvo em caso de comprovada má-fé (art. 53, §2º). Todavia, não há na 
LO/TCU previsão de penalidade para a hipótese de má-fé do denunciante. 
Exemplo de denúncia 
Acórdão 137/2011 ʹ Plenário
VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Denúncia, em que foram noticiadas 
possíveis irregularidades na área de pessoal no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral de 
Mato Grosso do Sul. 
ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão 
Reservada do Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em: 
9.1. com fundamento nos arts. 234 e 235 do Regimento Interno do TCU, conhecer da 
presente Denúncia para, no mérito, considerá-la procedente; 
9.2. determinar ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul - TRE/MS que 
(...) [lista das providências a serem adotadas]; 
9.3. enviar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e do Voto que o 
fundamentam, ao Conselho Nacional de Justiça, ao Tribunal Superior Eleitoral, ao 
Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul e ao Movimento Nacional pela 
Criação de Cargos na Justiça Eleitoral; 
9.4. retirar o sigilo dos autos, nos termos do art. 55, caput, da Lei n. 8.443/1992. 
Ao apreciar processos referentes a denúncias, o Tribunal pode realizar 
audiências, emitir determinações e recomendações, aplicar multas, assinar 
prazo para o exato cumprimento da lei ou, mesmo, converter o processo em 
TCE, da mesma forma que ocorre com as demais ações de fiscalização de 
atos e contratos. No exemplo, o Tribunal considerou a denúncia procedente 
e expediu determinações ao órgão para correção das impropriedades 
verificadas. Também poderia considerar a denúncia parcialmente procedente 
± se apenas alguns fatos denunciados procedessem e outros não ± ou,
ainda, improcedente. Recorde-se que compete ao Plenário deliberar 
RULJLQDULDPHQWH�VREUH�GHQ~QFLD��5,�7&8��DUW������,��DOtQHD�³S´�� 
REPRESENTAÇÃO 
Da mesma forma que a denúncia, a representação constitui ferramenta 
para informar ao Tribunal sobre ilegalidades, irregularidades ou abusos 
havidos no exercício da administração contábil, financeira, orçamentária, 
operacional e patrimonial dos órgãos e entidades sujeitos à sua jurisdição ou 
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na aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante ajustes 
de qualquer natureza. 
O rito processual da representação é praticamente o mesmo da 
denúncia, podendo o Tribunal, ao apreciar processos de representação, 
realizar audiências, emitir determinações e recomendações, aplicar multas, 
assinar prazo para o exato cumprimento da lei ou, mesmo, converter o 
processo em TCE. 
Além disso, para ser conhecida, a representação deve versar sobre 
matéria de competência do Tribunal, referir-se a administrador ou 
responsável sujeito à sua jurisdição, ser redigida em linguagem clara e 
objetiva, conter o nome legível do representante, sua qualificação e 
endereço, e estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou 
ilegalidade objeto da representação. O Relator ou o Tribunal, mediantedespacho fundamentado, determinará o arquivamento de representação 
que não atenda aos requisitos de admissibilidade, dando-se ciência ao 
representante. 
Uma das diferenças em relação à denúncia é que a apuração da 
representação, em regra, não é sigilosa. A tramitação do processo é 
ostensiva desde o início, sendo públicos o objeto da representação e a 
identidade do representante. 
Outra diferença consiste nas pessoas que têm legitimidade para 
representar ao TCU. Enquanto qualquer cidadão, partido político, associação 
ou sindicato é parte legítima para apresentar denúncia, os legitimados para 
apresentar representação ao Tribunal são (RI/TCU, art. 237): 
ƒ Ministério Público da União;
ƒ Órgãos de controle interno;
ƒ Senadores da República, deputados federais, estaduais e distritais,
juízes, servidores públicos;
ƒ Outras autoridades que comuniquem a ocorrência de irregularidades de
que tenham conhecimento em virtude do cargo que ocupem;
ƒ Tribunais de contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios,
as câmaras municipais e os ministérios públicos estaduais;
ƒ Equipes de inspeção ou de auditoria do TCU;
ƒ Unidades técnicas do TCU; e
ƒ Outros órgãos, entidades ou pessoas que detenham essa prerrogativa
por força de lei específica.
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O rol de legitimados da representação contempla, basicamente, órgãos 
de controle, autoridades e servidores públicos. O último item acima 
deixa aberto para que a lei amplie essa lista. Um exemplo é a Lei de 
Licitações, a qual prevê que qualquer licitante, contratado ou pessoa 
física ou jurídica poderá representar ao TCU contra irregularidades na 
aplicação da referida lei. 
Por fim, perceba na relação acima que, como já vimos, o parlamentar 
isolado não é competente para solicitar fiscalização em nome do Congresso 
Nacional, mas, nos termos do Regimento Interno, possui legitimidade para 
representar ao Tribunal. 
Recorde-se ainda que os processos de representação, em regra, são de 
competência das Câmaras (RI/TCU, art. 17, IV), à exceção da 
representação apresentada pelas equipes de fiscalização do TCU. 
Exemplo de representação do controle interno 
Acórdão 92/2011 - Plenário 
Sumário: Representação da CGU/PB. Irregularidades na gestão de recursos federais 
repassados ao município de Araruna/PB. Conhecimento. Audiências diligências e 
oitivas. Fixação de prazo à CGU/PB para apuração de débitos. Rejeição das razões de 
justificativa. Procedência. Multa. Inidoneidade de empresas fraudadoras. Indícios de 
dano ao erário federal. Conversão do presente processo em tomada de contas especial. 
Citação do ex-prefeito responsável pelas irregularidades que originaram o débito e da 
empresa que concorreu para o cometimento do prejuízo detectado. 
Exemplo de representação de equipe de auditoria do TCU 
Acórdão 401/2011 ʹ Plenário
Sumário: Representação de equipe de auditoria. Conhecimento. Irregularidades na 
gestão de pessoal. Audiências. Procedência parcial. Multa. Determinações. 
Exemplos de representação de unidade técnica do Tribunal 
Acórdão 549/2011 ʹ Segunda Câmara
Sumário: Representação. Indícios de irregularidade na gestão do CRF/RS. Realização 
de inspeção. Não confirmação de parte das questões levantadas. Verificação de 
impropriedades e irregularidades sem indício de dano. Irregularidade no preço de 
aquisição de imóvel. Pagamentos indevidos de diárias, jetons e pessoal. Falta de 
controle na utilização de veículos oficiais. Audiência do gestor. Acolhimento das 
justificativas. Não caracterização de aquisição de imóvel por valor acima do preço de 
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mercado. Ausência de formalização do ato de concessão de reajuste salarial. Processo 
simplificado de dispensa de empregado. Adoção de providências quanto ao controle de 
veículos. Falha na normatização do pagamento de jetons. Regularidade dos 
pagamentos de diárias. Conhecimento. Procedência parcial. Determinações 
recomendações. Alertas. Arquivamento. 
Acórdão 682/2011 - Plenário 
Sumário: Representação. Supostas irregularidades em processo de concessão de 
pensão militar, ato já apreciado pelo Tribunal. Filhas adotivas. Diligência saneadora ao 
órgão de origem. Encaminhamento de documentos capazes de descaracterizar as 
irregularidades supostamente apontadas. Conhecimento. Improcedência. 
Comunicações. 
Exemplo de representação do MPTCU 
Acórdão 1019/2011 - Plenário 
Sumário: Representação. Preenchimento dos requisitos de admissibilidade. 
Conhecimento. Autorização para realização de auditorias para apuração dos fatos. 
Apensação das peças pertinentes aos processos de fiscalização a serem autuados. 
Arquivamento dos autos. 
Repare que na representação da unidade técnica (Acórdão 549/2011 ±
Segunda Câmara) foi necessária a realização de inspeção para apurar as 
irregularidades suscitadas na representação. A inspeção foi realizada no 
âmbito do mesmo processo de representação, permitindo ao Tribunal 
deliberar sobre a procedência parcial das irregularidades denunciadas. Já na 
representação do MPTCU (Acórdão 1019/2011-Plenário), o Tribunal 
autorizou a realização de uma auditoria para apuração dos fatos. Nesse 
caso, deverá ser autuado um novo processo para a realização da auditoria, 
além da inclusão do trabalho no Plano de Fiscalização. Nos demais 
exemplos, apenas diligências e audiências dos responsáveis foram 
suficientes para o Tribunal decidir sobre o mérito das representações. 
1. (TCU ± AUFC 2010 ± Cespe) Comissão permanente do Senado Federal tem
legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção. 
Comentário: Compete ao TCU realizar, por iniciativa própria ou por 
solicitação do Congresso Nacional, de suas Casas ou das respectivas 
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comissões, auditorias, inspeções ou acompanhamentos de natureza contábil, 
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial nas unidades 
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e demais órgãos 
e entidades sujeitos à sua jurisdição (CF, art. 71, IV; LO/TCU, art. 1º, II; RI/TCU, 
art. 1º, II). Portanto, comissão permanente do Senado Federal, assim como 
qualquer comissão do Parlamento, possui legitimidade para requerer ao TCU a 
realização de inspeção. Tal solicitação deve ser previamente aprovada no âmbito 
da comissão e ser encaminhada pelo respectivo Presidente (RI/TCU, art. 232, III). 
Embora a CF, a LO/TCU e o RI/TCU se refiram apenas a auditorias, 
inspeções ou acompanhamentos, entenda que o Congresso Nacional solicita 
fiscalização, em sentido amplo, ao TCU; este é que define o instrumento 
apropriado para atender ao pedido (auditoria, inspeção, acompanhamento, 
levantamento ou monitoramento). 
Gabarito: Certo 
2. (TCU ± ACE 2005 ± Cespe) Nos termos legais, empresa pública federal e entidade
sindical de âmbito municipal têm legitimidade para denunciar irregularidades ou 
ilegalidades perante o Tribunal. 
Comentário: Os legitimados para apresentar denúncia ao Tribunal são: 
qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato (CF, art. 74, §2º; 
LO/TCU, art. 53; RI/TCU, art. 234). Portanto, empresa pública federal (pessoa 
jurídica) não é legitimada, daí o erro. Autoridades e servidores dessas entidades 
podem, contudo, apresentar representação, caso queiram apontar 
irregularidades ou ilegalidades ao Tribunal (RI/TCU, 237, III);ou mesmo 
apresentar denúncia, mas na qualidade de cidadãos, e não em nome da empresa 
pública. Por sua vez, a entidade sindical de âmbito municipal possui 
legitimidade para apresentar denúncia. Porém, recorde-se que o Tribunal apenas 
conhecerá denúncia que trate de matérias de sua competência, ou seja, que 
envolvam a gestão de recursos públicos federais. 
Gabarito: Errado 
3. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) Se um ministro do TCU desejar que a área técnica
realize alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao presidente do tribunal, ao 
qual, então, caberá determinar a realização do trabalho. 
Comentário: Auditorias, acompanhamentos e monitoramentos realizados 
por iniciativa do Tribunal devem obedecer ao Plano de Fiscalização, o qual é 
elaborado pela Presidência e aprovado pelo Plenário (RI/TCU, art. 244), e não 
pelo Presidente do Tribunal, daí o erro da questão 
Por sua vez, lembre-se que levantamentos e inspeções podem ser autorizados 
pelos próprios Relatores, independentemente de programação, à exceção dos 
realizados nas unidades do Poder Legislativo, do STF, dos Tribunais Superiores, 
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da Presidência da República, do TCU, do CNJ, do CNMP, do MPU e da AGU, que 
requerem aprovação do Plenário �5,�7&8��DUW������,��DOtQHD�³M´�� 
Gabarito: Errado 
4. (TCU ± ACE 2007 ± Cespe) O regimento interno do TCU define cinco instrumentos
de fiscalização: levantamento, auditoria, inspeção, acompanhamento e 
monitoramento; a fiscalização poderá ser exercida por iniciativa do próprio TCU ou 
atendendo a solicitação do Congresso Nacional, por qualquer de suas casas ou 
respectivas comissões. Diante desses dados e das disposições gerais sobre a 
fiscalização de atos e contratos, considere que o Congresso Nacional tenha solicitado 
ao TCU inteirar-se sobre os procedimentos a serem adotados para apurar a 
responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado cidadão, por 
funcionário de empresa pública federal. Nessa situação, não compete ao TCU a 
fiscalização de atos administrativos que não resultem em receitas ou despesas, 
podendo, nesse caso, o relator determinar o arquivamento do processo. 
Comentário: Nos termos do Regimento Interno (art. 249), compete ao TCU 
efetuar fiscalizações dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados 
pelos responsáveis sujeitos à sua jurisdição. A fiscalização de ³atos de que 
resulte receita ou despesa´ deve ser entendida em sentido amplo. Vou explicar. 
Determinados atos de gestão não geram receita ou despesa diretamente, mas 
apenas indiretamente. É o caso, por exemplo, da desobediência da lei das filas 
por um banco público, ato que não envolve o dispêndio direto de recursos, mas 
que pode gerar despesas com o pagamento de indenizações. Nesse caso, a 
irregularidade poderia ser apreciada pelo TCU, sem prejuízo da atuação das 
demais instâncias no âmbito das respectivas esferas de competência. 
Na situação trazida pelo comando do quesito, a apuração sobre eventual 
responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado cidadão por 
funcionário de empresa pública federal, em princípio, não se situa na 
competência do controle externo, mas sim das esferas administrativa interna e 
judicial. Porém, seguindo o raciocínio apresentado acima, não haveria 
impedimento para que o TCU apurasse a situação que lhe foi levada pelo 
Congresso Nacional, desde que o foco da apuração se restringisse às possíveis 
despesas que seriam suportadas pelo erário em consequência da irregularidade 
praticada pelo agente público. 
Mas existe outro erro que macula mais claramente o quesito. Nos termos do 
art. 15, I, b, do RI/TCU, compete ao Plenário deliberar sobre pedido de 
informação ou solicitação encaminhado pelo Congresso Nacional. Ademais, o 
art. 233 do RI/TCU informa que, se a solicitação do Congresso implicar a 
realização de auditoria, o Relator deve submeter à deliberação do Plenário sua 
inclusão no Plano de Fiscalização. Ou seja, nessa hipótese, não pode o Relator 
arquivar de pronto o processo; a decisão deve ser do Plenário. O Relator só 
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pode determinar o arquivamento do processo, mediante decisão monocrática, se 
a solicitação for encaminhada ao Tribunal por quem não seja legitimado (RI/TCU, 
art. 232, §2º). 
Gabarito: Errado 
5. (TCE/AC ± ACE 2009 ± Cespe) O TCU estabelece uma série de regras para a
denúncia de irregularidades ou ilegalidades. Nesse sentido, assinale a opção correta. 
a) O denunciante, somente em caso de comprovada má-fé, está sujeito a sanções
administrativas, cíveis ou penais.
b) A denúncia pode ser arquivada sumariamente, se ficar evidenciado a priori que
não tem fundamento.
c) Caracterizada a irregularidade ou a ilegalidade, o acusado somente deve ser
cientificado após a conclusão do processo.
d) O TCU se reserva o direito de fornecer, ou não, ao denunciante certidão dos
fatos apurados.
e) O sigilo acerca das denúncias em apuração deve ser quebrado se o
denunciado já estiver sob investigação de iniciativa do próprio TCU.
Comentário: Vamos ver cada alternativa: 
(a) certo, nos termos do RI/TCU, art. 236, §2º. Tal dispositivo do Regimento 
é um estímulo para que os legitimados levem ao Tribunal as irregularidades de 
que tenham conhecimento, pois somente estarão sujeitos a sanções em caso de 
má-fé, ainda que a denúncia se mostre improcedente; 
(b) errado, pois a denúncia somente será arquivada após efetuadas as 
diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator, e não 
³VXPDULDPHQWH´��5,�7&8, art. 234, §2º); 
(c) errado, pois nos processos do Tribunal devem ser assegurados o 
contraditório e a ampla defesa. Assim, caracterizada a irregularidade ou a 
ilegalidade denunciada, o Tribunal deverá determinar a audiência do 
responsável para apresentar suas razões de justificativa, ainda no curso do 
processo (RI/TCU, art. 250, IV). Em caso de irregularidade da qual resultou dano 
ao erário, o processo deverá ser convertido em TCE para citação do responsável 
a apresentar suas alegações de defesa (LO/TCU, art. 47); 
(d) errado, pois o Tribunal, caso requerido, deverá fornecer, ao 
denunciante, certidão dos despachos e dos fatos apurados na denúncia, desde 
que: (i) o respectivo processo de apuração tenha sido concluído ou arquivado; 
ou (ii) tenha decorrido o prazo de 90 dias a contar da data em que a denúncia 
deu entrada no Tribunal, ainda que não estejam concluídas as apurações 
(RI/TCU, art. 182); 
(e) errado, pois, em qualquer caso, a denúncia que preencha os requisitos 
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de admissibilidade será apurada em caráter sigiloso, até decisão definitiva sobre 
a matéria A partir de então, serão públicos os demais atos do processo (RI/TCU, 
art. 234, §§ 2º e 3º e art. 236). 
Gabarito: alternativa ³a´ 
6. (TCE/AC ± ACE 2009 ± Cespe) No intuito de fomentar a segurança dos autores de
denúncias de fatos ilícitos praticados no âmbito da administração, os tribunais de 
contas podem preservar o sigilo do informante. 
Comentário: O Tribunal de Contas, após decidir sobre a denúncia, não pode 
mais preservar o sigilo em relação ao objeto ou à identidade do denunciante, 
uma vez que o Senado Federal aprovou a Resolução 16/2006, que suspendeu a 
H[HFXomR�GD�H[SUHVVmR�³PDQWHU�RX�QmR�R�VLJLOR�TXDQWR�DR�REMHWR�H�j�DXWRULD�GD�
GHQ~QFLD´�que constava no art. 55, §1º da LO/TCU,em virtude de declaração de 
inconstitucionalidade em decisão definitiva do STF. Por causa disso, o texto do 
art. 236, §1º do RI/TCU, que reproduzia o enunciado suspenso da LO/TCU, 
passou a ter a seguinte redação: ³6DOYR�H[SUHVVD�PDQLIHVWDomR�HP�FRQWUiULR��R�
processo de denúncia tornar-se-á público após decisão definitiva sobre a 
PDWpULD�´
 Gabarito: Errado 
7. (TCE/AC ± ACE 2008 ± Cespe, adaptada) O Poder Judiciário, quando atua em
caso que envolva improbidade administrativa, possui a competência para requerer 
inspeção e auditoria ao Tribunal de Contas, responsável pela verificação da legalidade 
da gestão governamental. 
Comentário: O TCU realiza fiscalização por iniciativa própria ou por 
solicitação do Congresso Nacional (CF, art. 71, IV). Portanto, o Poder Judiciário 
não possui legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção e 
auditoria, ainda que sobre matéria de competência da Corte de Contas. Por isso, 
o quesito está errado. Recorde-se, contudo, que os integrantes do Poder
Judiciário, enquanto autoridades no exercício do dever funcional, possuem 
legitimidade para representar ao TCU (RI/TCU, art. 237, III). A apuração da 
representação, se conhecida, será feita de acordo com os critérios do próprio 
TCU, o qual, conforme o caso, poderá concluir pela necessidade ou não da 
realização de auditoria ou inspeção. 
 Gabarito: Errado 
8. (Câmara dos Deputados ± Analista 2012 ± Cespe) O Tribunal de Contas da União
(TCU) poderá realizar ² por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado
Federal, de comissão técnica ou de inquérito ² inspeções e auditorias de natureza
contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades 
administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. 
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Comentário: O quesito está correto. Trata-se da transcrição do inciso IV do 
art 71 da CF, que é o fundamento constitucional da função fiscalizatória do 
Tribunal de Contas da União. 
Gabarito: Certo 
9. (TCDF ± Analista 2014 ± Cespe, adaptada) Caso um indivíduo pertencente a
determinada entidade sindical tenha tomado conhecimento de irregularidades na 
gestão contábil e financeira de determinado Ministério, tanto ele quanto a entidade 
sindical poderão denunciar tais irregularidades ao TCU. 
Comentários: Assertiva correta, nos termos do art. 74, §2º da CF: 
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para,
na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas 
da União. 
Gabarito: Certo 
DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A FISCALIZAÇÃO 
Execução das fiscalizações 
A fiscalização exercida pelo TCU ocorre em todos os níveis, desde a 
aquisição de materiais de expediente pelas repartições públicas até a 
programação e execução orçamentária pelos escalões mais altos do Governo 
Federal. 
Os critérios utilizados nas diversas ações de fiscalização variam em 
função da realidade e das peculiaridades da unidade auditada. Por exemplo: 
ao fiscalizar uma sociedade de economia mista, o Tribunal considera, além 
da legislação e regulamentação aplicáveis ao setor público, as normas 
inerentes ao mercado em que a unidade está inserida, o que não ocorreria 
numa fiscalização executada sobre um órgão da administração direta. Assim, 
a análise de uma situação semelhante ocorrida nas duas auditorias, como 
impropriedades na licitação de um bem, poderiam gerar posicionamentos 
distintos do Tribunal, face à distinção de critérios utilizados. 
As fiscalizações são planejadas e executadas, em regra, pelos AUFC 
lotados nas Secretarias de Controle Externo. Como sabemos, o servidor do 
TCU, quando oficialmente designado pelo Presidente do Tribunal, ou por 
delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas da Secretaria, para 
desempenhar funções de fiscalização, possui a prerrogativa de ingressar 
livremente nos órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal, assim 
.
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como de requerer e ter acesso a documentos e informações 
necessários à execução do seu trabalho. 
Nenhum processo, documento ou informação pode ser sonegado ao 
Tribunal em suas atividades de fiscalização, sob qualquer pretexto (LO/TCU, 
art. 42). No caso de obstrução ao livre exercício de auditorias e inspeções, 
ou de sonegação de processo, documento ou informação, o Tribunal ou o 
Relator (RI/TCU, art. 245): 
1. Assinará prazo improrrogável de até 15 dias para apresentação
dos documentos, informações e esclarecimentos julgados
necessários, fazendo-se a comunicação do fato ao Ministro de
Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico
equivalente, para as medidas cabíveis.
2. Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal:
a) Aplicará multa, a qual prescinde de audiência prévia dos
responsáveis, desde que a possibilidade de sua aplicação tenha
sido previamente comunicada;
b) Representará ao Presidente do Congresso Nacional sobre o
fato, para adoção das medidas cabíveis;
c) Poderá, ainda, adotar a medida cautelar de afastamento
temporário do responsável, quando existirem indícios
suficientes de que o responsável, prosseguindo no exercício de
suas funções, possa retardar ou dificultar a realização dos
trabalhos, causar novos danos ao erário ou inviabilizar o seu
ressarcimento.
Se, no curso de fiscalização, a equipe de auditores do TCU identificar 
procedimento de que possa resultar dano ao erário ou irregularidade 
grave e que, por isso, requeira providências imediatas do Tribunal, as 
seguintes medidas devem ser adotadas (RI/TCU, art. 246): 
1. A equipe do Tribunal representará, desde logo, ao dirigente da
unidade técnica, com suporte em elementos concretos e
convincentes;
2. O dirigente da unidade técnica submeterá a matéria ao Relator do
processo, com parecer conclusivo;
3. O Relator, considerando a urgência requerida, fixará prazo de até
5 dias úteis para que o responsável se pronuncie sobre os fatos
apontados;
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4. O Tribunal ou o Relator poderá, ainda, mesmo antes da
manifestação do responsável, adotar a medida cautelar de
suspensão do ato ou do procedimento impugnado.
Recorde-se que é competência do Plenário deliberar sobre a 
representação da equipe de fiscalização acima referida (RI/TCU, art. 15, I, l) 
No curso de fiscalização, a equipe do Tribunal efetuará 
representação se constatar procedimento de que possa resultar 
dano ao erário, ou seja, o dano ainda não ocorreu. Se o prejuízo 
já estiver consumado, então não há que se falar em representação, mas sim em 
conversão do processo em tomada de contas especial (RI/TCU, art. 252). 
Os resultados das fiscalizações serão apresentados ao Tribunal na forma 
de relatório, elaborado segundo normas próprias. A natureza dos fatos 
apurados ensejará uma ou mais das seguintes providências, a partir de 
deliberação do Relator ou do Tribunal (RI/TCU, art. 250): 
¾ Arquivamento do processo, ou seu apensamento às contas
correspondentes, se útil à apreciação dessas, quando não apurada
transgressão a norma legal ou regulamentar de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial;
¾ Determinação ao responsável, ou a quem lhe haja sucedido, de adoção
de medidas corretivas, e arquivamento ou apensamento do processo às
respectivas contas, se útil à apreciação dessas, sem prejuízo do
monitoramentodo cumprimento das determinações, quando constatadas
somente falhas de natureza formal ou outras impropriedades que não
ensejem a aplicação de multa aos responsáveis ou que não
configurem indícios de débito;
¾ Recomendação ao responsável, ou a quem lhe haja sucedido, de
adoção de providências quando verificadas oportunidades de melhoria
de desempenho, e arquivamento ou apensamento do processo às
respectivas contas, se útil à apreciação dessas, encaminhando os autos à
unidade técnica competente para que promova o monitoramento do
cumprimento das recomendações;
¾ Audiência do responsável para, no prazo de 15 dias, apresentar
razões de justificativa, quando verificada a ocorrência de irregularidades
decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como
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infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, 
financeira, orçamentária ou patrimonial; 
o Se o fundamento da impugnação não for elidido, o Tribunal, em
regra, aplicará multa ao responsável, no próprio processo de
fiscalização e determinará o apensamento dos autos ao processo
de contas ordinárias da unidade.
¾ Conversão do processo em tomada de contas especial, para fins de
citação, quando configurada ocorrência de desfalque, desvio de bens
ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário;
¾ Oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no
prazo de 15 dias, manifestarem-se sobre os fatos que possam resultar
em decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo
administrativo ou alterar contrato em seu desfavor.
¾ Fixação de prazo para que o responsável adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, de até 15 dias, com
indicação expressa dos dispositivos a serem observados, quando
verificada ilegalidade de ato ou contrato em execução. Se não
atendido, o Tribunal:
o aplicará multa ao responsável, no próprio processo de
fiscalização;
o sustará a execução do ato impugnado ou, no caso de contrato,
comunicará o fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar
a sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas
cabíveis, podendo o TCU decidir a respeito da sustação do contrato
caso o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90
dias, não adotarem providências para regularizá-lo.
A diferença entre determinação e recomendação é que, quando o 
TCU determina, o gestor fica obrigado a acatar a deliberação, sob pena de 
multa (LO/TCU, art. 58, §1º). A determinação visa a corrigir aspectos 
vinculados do ato administrativo. Por sua vez, as recomendações 
formuladas pelo TCU têm caráter colaborativo e não coercitivo, nas ocasiões 
em que o Tribunal vislumbre oportunidades de melhoria, respeitando-se ao 
jurisdicionado avaliar a oportunidade e a conveniência de adotá-las. O 
descumprimento de recomendação não é razão para aplicação de multa, 
razão pela qual não cabe recurso contra recomendação expedida pelo TCU. 
Na hipótese de audiência do responsável, se as razões de 
justificativa forem acolhidas, total ou parcialmente, ocorrerá, conforme o 
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caso, o arquivamento do processo, com ou sem a emissão de determinações 
ou recomendações, mas sem aplicação de multa. Já se as razões de 
justificativa forem rejeitadas, o Tribunal, em regra, aplicará multa ao 
responsável, no próprio processo de fiscalização. Mas há uma exceção, 
lembram? Se a matéria que motivou a multa já tiver sido examinada de 
forma expressa e conclusiva em processo de tomada ou prestação de 
contas ordinária, na qual o Tribunal já tenha proferido decisão definitiva 
sem condenação, a multa não poderá ser aplicada no processo de 
fiscalização. Nesse caso, qualquer sanção dependerá de reabertura das 
contas via recurso de revisão interposto pelo MPTCU (RI/TCU, art. 206 c/c 
250, §2º). 
Por outro lado, para imputação de débito, o processo de 
fiscalização deve ser convertido em processo de contas (tomada de 
contas especial), quando então se faz a citação do responsável para 
apresentar alegações de defesa. Não há possibilidade de o Tribunal exigir 
ressarcimento ao erário no âmbito de processo de fiscalização. 
Já em relação à oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado 
nos processos em que decisão do Tribunal possa desconstituir ato ou 
processo administrativo ou, ainda, alterar contrato em seu desfavor, vale 
ressaltar que constitui hipótese incluída na nova versão do RI/TCU. A oitiva 
é aplicável, por exemplo, caso o Tribunal constate que determinado contrato 
de prestação de serviços foi celebrado pela Administração com sobrepreço. 
Na decisão de mérito, o TCU poderá determinar que o gestor anule o 
contrato ou, ainda, que repactue o ajuste a preços razoáveis. Em ambos os 
casos, a empresa contratada será afetada, pois deixará de receber ou 
receberá menos pelos serviços prestados. Portanto, antes de decidir, o 
Tribunal deverá promover a oitiva da empresa, para que se manifeste a 
respeito da situação. 
O Regimento estabelece prioridade de instrução processual no âmbito 
da unidade técnica para as matérias objeto dessa oitiva, desde que 
demandem urgente decisão de mérito. Nesse caso, propostas de 
determinação e recomendação de providências e audiência de responsável 
deverão ser apresentadas após deliberação do Tribunal sobre aquelas 
matérias (RI/TCU, art. 250, V, §§ 6º e 7º). Veja o texto do RI/TCU: 
Art. 250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator 
ou o Tribunal: 
V ± determinará a oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no
prazo de quinze dias, manifestarem-se sobre fatos que possam resultar em 
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decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo administrativo ou 
alterar contrato em seu desfavor. 
§ 6º Caso as matérias objeto da oitiva de que trata o inciso V demandem urgente
decisão de mérito, a unidade técnica responsável pela fiscalização dará a elas 
prioridade na instrução processual, deixando para propor as medidas constantes 
dos incisos II, III e IV em momento posterior à deliberação do Tribunal sobre 
aquelas questões. 
7º Observar-se-ão em relação à oitiva prevista no inciso V as normas aplicáveis à 
audiência, no que couber. 
Vamos prosseguir. Havendo mais de um responsável pelo mesmo 
fato, a defesa apresentada por um deles, em resposta a citação, audiência 
ou oitiva, aproveitará a todos, mesmo ao revel, no que concerne às 
circunstâncias objetivas, e não aproveitará no tocante aos fundamentos 
de natureza exclusivamente pessoal (RI/TCU, art. 161). Uma 
circunstância objetiva, por exemplo, é a não ocorrência do dano. Se um dos 
responsáveis conseguir demonstrar que não houve o prejuízo, por óbvio, 
todos os demais deverão ser liberados da responsabilidade quanto ao dano 
inexistente. Agora, se um dos responsáveis demonstrar apenas que, 
pessoalmente, não contribuiu para o prejuízo, a responsabilidade dos demais 
permanece. 
Quando verifica ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal, 
na prática, quase nunca chega ao extremo de adotar medidas com vistas à 
sustação definitiva do ato (diretamente) ou do contrato (por meio do 
Congresso Nacional). Nesses casos, o Tribunal geralmente adota a 
suspensão cautelar da execução do ato ou contrato, medida que 
perdurará até que se corrija a irregularidade ou até que o mérito da matéria 
sejaapreciado pelo Tribunal (RI/TCU, art. 276). 
O Tribunal comunicará às autoridades competentes o resultado das 
fiscalizações que realizar, para as medidas saneadoras das impropriedades e 
faltas identificadas (RI/TCU, art. 248). 
OBJETOS DA FISCALIZAÇÃO 
A seguir, vamos ver as características específicas da fiscalização 
exercida pelo TCU sobre alguns objetos, conforme previsão do Regimento 
Interno. 
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Fiscalização de transferências voluntárias 
A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados pela União 
mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a 
Estado, ao Distrito Federal, a Município e a qualquer outra pessoa, física ou 
jurídica, pública ou privada, será feita pelo Tribunal (RI/TCU, art. 254): 
9 por meio dos instrumentos de fiscalização (levantamentos,
auditorias, inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos);
9 por ocasião do exame dos processos de tomadas ou prestações
de contas da unidade ou entidade transferidora dos recursos.
Nesses casos, como já sabemos, o beneficiário das transferências, em 
regra, não presta contas diretamente ao TCU, mas sim ao órgão ou entidade 
que lhe transferiu os recursos. Este, por sua vez, é que presta contas ao 
TCU quanto aos repasses realizados. Não obstante, o Tribunal pode efetuar 
ações de fiscalização diretamente nos beneficiários das transferências, a 
fim de avaliar a regularidade da aplicação dos recursos federais. 
 Na fiscalização das transferências voluntárias, o Tribunal verifica o 
atingimento dos objetivos acordados, a correção da aplicação dos recursos, 
a observância às normas legais e regulamentares e às cláusulas pactuadas, 
dentre outros aspectos. 
Gestores omissos na prestação de contas de recursos anteriormente 
recebidos ou que tenham provocado dano ao erário ainda não ressarcido são 
proibidos de receber novas transferências. A autoridade administrativa que 
repassar recursos federais a esses gestores ficará sujeita a multa. 
Ademais, como também já sabemos, a autoridade administrativa da 
unidade transferidora dos recursos deverá instaurar TCE no caso de omissão 
na prestação de contas ou quando constatar irregularidade na aplicação dos 
recursos federais transferidos, sob pena de responsabilidade solidária. 
Fiscalização da aplicação de subvenções, auxílios e contribuições 
O Tribunal fiscaliza a aplicação de recursos transferidos sob as 
modalidades de subvenção, auxílio e contribuição em qualquer das fases da 
transferência: concessão, utilização e prestação de contas. No que 
couber, a fiscalização é feita da mesma forma que nos convênios e outros 
instrumentos congêneres (RI/TCU, art. 255). 
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Fiscalização da arrecadação e da renúncia da receita 
A fiscalização da arrecadação e da renúncia de receitas é feita sobre os 
órgãos da União que tenham atribuição administrativa relacionada a essas 
atividades (órgãos supervisores, bancos operadores, fundos etc.), sem 
prejuízo do julgamento das respectivas prestações de contas. A fiscalização 
atinge todas as etapas da receita (RI/TCU, art. 256 e 257). 
APRECIAÇÃO DE ATOS SUJEITOS A REGISTRO 
Recorde-se que o Tribunal aprecia a legalidade, para fins de registro, 
dos seguintes atos (CF, art. 71, III): 
9 Admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e
indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder
público federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento
em comissão.
9 Concessão de aposentadorias, reformas e pensões a servidores
públicos federais civis e militares ou a seus beneficiários, ressalvadas
as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato
concessório inicial.
A apreciação do Tribunal é realizada mediante procedimentos de 
fiscalização ou em processo específico de registro de ato (RI/TCU, 
art. 259). 
Para tanto, a autoridade administrativa responsável por ato de 
admissão de pessoal ou de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão 
deve submeter os dados e informações necessários ao respectivo órgão de 
controle interno, o qual emite parecer sobre a legalidade dos referidos 
atos e os encaminha para apreciação do TCU. Às vezes, esse procedimento 
não ocorre de forma tão linear, podendo existir atos já cadastrados nos 
sistemas informatizados do TCU sem manifestação do controle interno. Se 
for identificada irregularidade em algum desses atos, o Tribunal poderá 
proceder ao exame, dispensando a manifestação do órgão de controle 
interno respectivo. Frise-se, porém, que o Regimento só prevê 
expressamente a dispensa de manifestação do controle interno na hipótese 
de ato de concessão já cadastrado nos sistemas do TCU, e não de ato de 
admissão (RI/TCU, art. 260, §3º). 
O TCU determinará o registro dos atos que considerar legais e 
recusará o registro dos atos considerados ilegais. 
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Caso conceda o registro, o Tribunal poderá rever de ofício sua 
decisão, no prazo de 5 anos a partir do respectivo Acórdão, se constatar 
posteriormente que o ato registrado foi produzido a partir de violação da 
ordem jurídica. Porém, se ficar comprovada má-fé na produção do ato 
ilegal, o prazo de 5 anos não se aplica, isto é, a revisão poderá ocorrer a 
qualquer tempo. Em qualquer hipótese, a revisão necessita das oitivas 
prévias do MPTCU e do beneficiário do ato, que são obrigatórias. Por 
conta dessa possibilidade de revisão do registro efetuado, o Regimento 
,QWHUQR�GLVS}H�TXH�³o acórdão que considerar legal o ato e determinar o seu
registro não faz coisa julgada administrativa´ (RI/TCU, art. 260, §2º). 
Caso o Tribunal não conceda o registro, o órgão de origem deverá 
cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado, no 
prazo de 15 dias, sob pena de multa e responsabilização solidária da 
autoridade administrativa omissa. Além disso, se houver indício de 
procedimento culposo ou doloso ± tanto do beneficiário quanto da 
autoridade administrativa responsável -, ou se o pagamento não for 
suspenso, o Tribunal determinará a instauração ou conversão do processo 
em tomada de contas especial, para apurar responsabilidades e promover 
o ressarcimento das despesas irregularmente efetuadas.
Recusado o registro do ato, a autoridade administrativa responsável 
poderá emitir novo ato, se for o caso, escoimado das irregularidades 
verificadas. 
Os atos que, a despeito de apresentarem algum tipo de inconsistência 
em sua versão submetida a exame do Tribunal, não estiverem dando ensejo, 
no momento de sua apreciação de mérito, a pagamentos irregulares, serão 
considerados legais, para fins de registro, devendo ser consignada na 
decisão do Tribunal a ressalva em relação à falha que deixou de existir. 
Ademais, o Tribunal poderá considerar prejudicado, por perda de 
objeto, o exame dos atos de admissão e concessão cujos efeitos 
financeiros tenham se exaurido antes de sua apreciação. Ou seja, 
quando da apreciação pelo TCU, os atos não estão dando ensejo a qualquer 
tipo de pagamentos, regulares ou irregulares. Nesse caso, o Tribunal poderá 
± facultativo ± deixar de apreciar a legalidade do ato para fins de registro,
sendo o respectivo processo arquivado (RI/TCU, art. 260, §5º). 
Por outro lado, o Tribunal deverá ± obrigatório ± considerar 
prejudicado, por inépcia, o ato de admissão ou concessão que apresentar 
inconsistências nas informações

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