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Aula 06 Controle Externo p/ TCU - Técnico e Auditor (Tecnologia da Informação e Biblioteconomia) Professor: Erick Alves . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 1 de 70 OBSERVAÇÃO IMPORTANTE Este curso é protegido por direitos autorais (copyright), nos termos da Lei 9.610/98, que altera, atualiza e consolida a legislação sobre direitos autorais e dá outras providências. Grupos de rateio e pirataria são clandestinos, violam a lei e prejudicam os professores que elaboram os cursos. Valorize o trabalho de nossa equipe adquirindo os cursos honestamente através do site Estratégia Concursos ;-) . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 2 de 70 AULA 06 Olá pessoal! Nosso objetivo nesta aula é estudar o seguinte assunto: 9 Fiscalização de atos e contratos. Para tanto, seguiremos o seguinte sumário: SUMÁRIO Fiscalização ............................................................................................................................................................................... 3 Instrumentos de fiscalização .......................................................................................................................................... 3 Iniciativa da fiscalização ................................................................................................................................................ 12 Iniciativa do próprio Tribunal .................................................................................................................................... 12 Iniciativa do Congresso Nacional............................................................................................................................... 13 Denúncia .............................................................................................................................................................................. 15 Representação ................................................................................................................................................................... 17 Disposições gerais sobre a fiscalização ................................................................................................................. 25 Objetos da fiscalização ................................................................................................................................................... 30 Apreciação de atos sujeitos a registro ..................................................................................................................... 32 RESUMÃO DA AULA ........................................................................................................................................................... 60 Questões comentadas na Aula..................................................................................................................................... 62 Gabarito ................................................................................................................................................................................... 70 Na aula de hoje, falaremos sobre o segundo grande grupo de atividades que, ao lado do julgamento de contas, caracterizam a atuação do Tribunal: a realização de fiscalizações. Preparados? Vamos lá! . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 3 de 70 FISCALIZAÇÃO Como sabemos, o TCU tem competência para exercer a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, compreendendo as entidades da administração direta e indireta. Essa fiscalização tem como foco aspectos de legalidade, legitimidade, economicidade, eficiência, eficácia e efetividade de atos, contratos e fatos administrativos de que resulte receita ou despesa. A fiscalização a cargo do TCU realiza-se, predominantemente, por meio de auditorias e inspeções. Mas o conceito de fiscalização é mais amplo, e se confunde com o próprio controle externo exercido pelo Tribunal. Sempre que o TCU examina e decide sobre matéria de sua competência está exercendo fiscalização, como na apreciação de atos sujeitos a registro ou nas respostas a consulta. O Tribunal efetua a fiscalização com a finalidade de assegurar a eficácia do controle e para instruir o julgamento das contas (RI/TCU, art. 249). Todavia, as consequências da fiscalização, como a eventual aplicação de multa, não implicará prejulgamento das contas ordinárias do responsável, devendo o fato ser considerado no contexto dos demais atos de gestão do período envolvido. Assim como nos processos de contas, o Relator preside a instrução dos processos de fiscalização, podendo determinar, mediante despacho singular, por sua ação própria e direta, ou por provocação da unidade de instrução ou do MPTCU, as providências consideradas necessárias ao saneamento dos autos, após o que submeterá o feito ao Plenário ou à Câmara respectiva para decisão de mérito. Nos tópicos seguintes, estudaremos os instrumentos, procedimentos e demais características da fiscalização exercida pelo TCU. INSTRUMENTOS DE FISCALIZAÇÃO Os instrumentos de fiscalização previstos no Regimento Interno são: 9 Levantamentos 9 Auditorias 9 Inspeções 9 Acompanhamentos 9 Monitoramentos . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 4 de 70 Levantamentos Levantamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para (RI/TCU, art. 238): Conhecer a organização e o funcionamento dos órgãos e entidades da administração direta, indireta e fundacional dos Poderes da União, incluindo fundos e demais instituições que lhe sejam jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais no que se refere aos aspectos contábeis, financeiros, orçamentários, operacionais e patrimoniais; Identificar objetos e instrumentos de fiscalização; e Avaliar a viabilidade da realização de fiscalizações. Às vezes, o Tribunal não dispõe de informações confiáveis e atualizadas sobre a estrutura e as atividades de seus jurisdicionados, de modo que o planejamento de ações de controle torna-se impraticável. Isso pode acontecer, por exemplo, em virtude da complexidade do órgão ou programa, da ausência de trabalhos anteriores do Tribunal, de alterações significativas promovidas pelo Governo ou mesmo em função da própria falta de transparência do órgão. Assim, levantamento é o instrumento utilizado pelo TCU para conhecer as características específicas de determinado órgão, entidade ou mesmo de sistemas, programas e outras atividades governamentais sujeitas a sua jurisdição. Isso é feito por meio de visitas ao órgão, entrevistas com os gestores, pesquisa na legislação, mapeamento de processos e outras técnicas de diagnóstico. Com a realização do levantamento, espera-se identificar áreas que, por suas características de materialidade, relevância e risco, mereçam ser alvo de futuras ações de fiscalização mais direcionadas e profundas (uma auditoria, por exemplo). O levantamento não tem por finalidade constatar impropriedades ou irregularidades. Entretanto, se durante a realização do trabalho tais constatações ocorrerem, o Tribunal deverá adotar as medidas cabíveis, a exemplo da realização de outra ação de controle com vistas a concluir a análise dos fatos identificadosou, caso já se tenham elementos suficientes para caracterizar as irregularidades e os respectivos responsáveis, a aplicação de sanções no próprio processo de levantamento. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 5 de 70 Exemplo de Levantamento Acórdão 1555/2009-Plenário Voto do Ministro Relator (...) o presente levantamento de auditoria, (...) teve por objetivo conhecer a estrutura de funcionamento do MTE e seus principais programas, em especial os programas "Integração de Políticas Públicas de Emprego, Trabalho e Renda" e "Qualificação Social e Profissional". O relatório apresentado pela equipe da 5ª Secex, transcrito na íntegra no relatório precedente, é bastante completo e suficientemente detalhado. Além da descrição da estrutura organizacional do Ministério e dos referidos programas, consta do relatório uma análise da conexão entre ambos (estrutura e programas), das ações específicas de cada programa e de suas relações com os objetivos declarados e, ainda, exame dos mecanismos de controle existentes e as possibilidades de ações de fiscalização por parte desta Corte. Entendo que o relatório sob apreciação reflete adequado atendimento aos objetivos previstos. Em sua conclusão, a equipe de auditoria sugere a realização de auditoria de natureza operacional nas ações referentes no Sistema de Seguro-Desemprego, com enfoque nos mecanismos de controle das ações envolvidas, avaliando-se o desempenho dos trabalhos realizados pelo Sine, a confiabilidade dos sistemas de checagem e controle para pagamento dos benefícios e adequabilidade dos preços pagos aos agentes operadores e financeiros envolvidos, conforme detalhado no item 5.1.4 do relatório retro transcrito. Tal trabalho seria realizado no segundo semestre deste exercício. Entendo que a realização de tal auditoria operacional é oportuna, complementaria o trabalho já realizado e que seu objetivo é relevante, pelo que endosso a proposta apresentada. Proponho, portanto, seja autorizada a inclusão de tal auditoria operacional no plano de fiscalização desta Corte relativo ao segundo semestre deste exercício, para o que os presentes autos deverão ser encaminhados à Segecex, para adoção das providências necessárias. (...) Acórdão 9.1. autorizar a realização de auditoria de natureza operacional nas ações referentes no Sistema de Seguro-Desemprego, do Ministério do Trabalho e Emprego - MTE, com enfoque nos mecanismos de controle das ações envolvidas, avaliando-se o desempenho dos trabalhos realizados pelo Sine (...) . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 6 de 70 Auditorias Auditoria é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para (RI/TCU, art. 239): Examinar a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial (Auditoria de regularidade); Avaliar o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionados, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados (Auditoria operacional); Subsidiar a apreciação dos atos sujeitos a registro. Segundo as Normas de Auditoria do TCU: Auditoria é o processo sistemático, documentado e independente de se avaliar objetivamente uma situação ou condição para determinar a extensão na qual critérios são atendidos, obter evidências quanto a esse atendimento e relatar os resultados dessa avaliação a um destinatário predeterminado. Nas auditorias, os AUFC vão a campo em busca de informações e esclarecimentos para subsidiar a avaliação do Tribunal sobre a legalidade, legitimidade ou economicidade de determinado ato ou contrato de que resulte receita ou despesa (a assinatura de um contrato para aquisição de bens, por exemplo). A formação de convicção do auditor é feita com base em critérios, ou seja, parâmetros objetivos que demonstram como o ato deveria ter sido praticado (no nosso exemplo, o critério seria a lei de licitações). Qualquer discrepância entre o que é e o que deveria ser configura um achado de auditoria, sobre o qual o Tribunal emite recomendações, determinações, aplica sanções ou adota outras medidas cabíveis. O estabelecimento de critérios busca tornar o exame realizado pelo auditor o mais objetivo possível, reduzindo interpretações de cunho meramente pessoal e, com isso, dando credibilidade e força ao trabalho. No TCU, a classificação das auditorias como de regularidade ou operacional dependerá do objetivo prevalecente em cada trabalho. As auditorias de regularidade, voltadas para a legalidade e a legitimidade, têm como parâmetro, evidentemente, a lei e os regulamentos. Suas conclusões dão ao TCU elementos para julgar as contas . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 7 de 70 dos gestores, para fazer determinações e, inclusive, para aplicar-lhes sanções em caso de infringência ao ordenamento jurídico. Já as auditorias operacionais têm como objetivo definir padrões de desempenho e avaliar os resultados da gestão à luz de parâmetros de eficiência, eficácia e economicidade. Como as decisões do administrador, respeitadas as normas legais, situam-se no campo da discricionariedade, as conclusões atingidas por essa modalidade de fiscalização geralmente dão origem a recomendações, de caráter não compulsório, que são encaminhadas ao órgão ou entidade fiscalizada com a finalidade de promover o aperfeiçoamento das suas práticas de gestão. Exemplos de auditorias de regularidade Acórdão 463/2011 ʹ Plenário Sumário: Auditoria de conformidade. Contratos de repasse firmados entre a Caixa Econômica Federal e o Governo do Distrito Federal. Desvio de objeto. Restrição à competitividade do certame. Rejeição de razões de justificativa. Aplicação de multa aos responsáveis. Acórdão 869/2011 ʹ Plenário Sumário: Auditoria realizada em cumprimento ao item 9.2 do Acórdão nº 997/2009- TCU-Plenário. Irregularidades envolvendo a execução de contratos celebrados entre a Coordenação-Geral de Recursos Logísticos do Ministério da Cultura e a empresa Aplauso Organização de Eventos Ltda. Conversão dos autos em tomada de contas especial. Citações. Audiências. Determinações. Comunicação ao Congresso Nacional. Exemplo de auditoria operacional Acórdão 296/2011 ʹ Plenário Sumário: Auditoria de natureza operacional. Fiscalização de Orientação Centralizada - FOC. Programa Assistência Farmacêutica Básica. Não-constatação de irregularidades graves. Boas práticas. Oportunidades de melhoria. Recomendações. Alertas. Ciência às instâncias interessadas. Exemplo de auditoria para subsidiar apreciação de atos sujeitos a registro Acórdão 3150/2010 - Plenário Sumário: Relatório de auditoria. Área de pessoal. Constatação de irregularidades diversas. Audiências dos responsáveis. Afastamento de parte das ocorrências. Acolhimento parcial das razões de justificativa. Atos praticados anteriormente à gestão . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 8 de 70 dos responsáveis. Medidas saneadoras em curso. Ausência de má-fé dos agentes. Ocorrências remanescentes. Necessidade de medidas corretivas. Incorporação quintos de função comissionadacom base nos critérios da Portaria MEC nº 474/87. Inclusão da gratificação de estímulo à docência - GED na base de cálculo. Ilegalidade. Reafirmação do entendimento do TCU sobre a matéria. Determinações e alertas. Monitoramento. Comunicações. Repare que o Acórdão 869/2011-Plenário (exemplo de auditoria de regularidade), determinou a conversão dos autos em tomada de contas especial, uma vez que, no curso da auditoria, foram constatadas irregularidades que causaram prejuízo ao erário. Sempre que, em processo de fiscalização, for verificada a ocorrência de lesão aos cofres públicos, o respectivo processo deverá ser convertido. No âmbito da TCE, o Tribunal julgará as contas dos responsáveis pelas irregularidades, podendo condená- los ao ressarcimento do prejuízo (imputação de débito). Inspeções Inspeção é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para (RI/TCU, art. 240): Suprir omissões e lacunas de informações; Esclarecer dúvidas; ou Apurar denúncias ou representações quanto à legalidade, à legitimidade e à economicidade de fatos da administração e de atos administrativos praticados por qualquer responsável sujeito à sua jurisdição. As inspeções, no geral, são realizadas quando se necessita de maiores informações para apreciar o mérito de um processo. Os instrumentos de fiscalização, em regra, constituem um processo autônomo. Assim, existem processos de auditoria, de levantamento, de monitoramento e de acompanhamento. Diferentemente, não existem processos de inspeção. As inspeções são realizadas no âmbito de processo já existente, no qual haja carência de informações. Por exemplo: ao analisar um processo de prestação de contas, o AUFC pode entender necessário examinar uma amostra de contratos celebrados pelo órgão, caso as informações presentes nos autos não sejam suficientes para se concluir sobre a regularidade da gestão patrimonial dos responsáveis. Nessa hipótese, o Tribunal pode realizar uma inspeção na unidade jurisdicionada a fim de examinar in loco a amostra de contratos, . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 9 de 70 suprindo a lacuna de informações, para, em seguida, prosseguir na análise do mérito das contas. Além dos processos de contas, as inspeções também podem ser realizadas para suprir lacunas e esclarecer dúvidas na apuração de denúncias ou representações. Em suma, o Tribunal realiza inspeção quando necessita de informações e documentos que não seriam obtidos de forma satisfatória mediante uma simples diligência, mas que também não justificariam a realização de uma auditoria. Assim, inspeção é um instrumento que pode ser classificado como uma ³diligência qualificada´ ou uma ³auditoria PDLV� VLPSOHV´� Isso porque nas inspeções geralmente se vai a campo em busca das informações desejadas, o que não ocorre nas diligências; mas, por outro lado, nas inspeções a mobilização de tempo e de pessoal é menor que nas auditorias. Outra peculiaridade das inspeções é o escopo dos trabalhos, mais pontual e restrito que nas demais modalidades de fiscalização. Acompanhamentos Acompanhamento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para (RI/TCU, art. 241): Examinar, ao longo de um período predeterminado, a legalidade e a legitimidade dos atos de gestão dos responsáveis sujeitos a sua jurisdição, quanto ao aspecto contábil, financeiro, orçamentário e patrimonial; e Avaliar, ao longo de um período predeterminado, o desempenho dos órgãos e entidades jurisdicionadas, assim como dos sistemas, programas, projetos e atividades governamentais, quanto aos aspectos de economicidade, eficiência e eficácia dos atos praticados. Por meio dos acompanhamentos, o Tribunal realiza controle concomitante, fiscalizando os atos de gestão de forma mais tempestiva, à medida que ocorrem. Por exemplo: a realização de uma obra envolve várias etapas: projeto, licitação, contrato, execução e assim por diante. Em um processo de acompanhamento, o Tribunal fiscalizaria pari passu a execução de cada etapa da obra, ao invés de aguardar o término do empreendimento para desencadear uma auditoria sobre os atos, fatos e contratos já consumados. As atividades dos órgãos e entidades jurisdicionadas ao Tribunal serão acompanhadas de forma seletiva e concomitante, mediante informações obtidas (RI/TCU, art. 242): . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 10 de 70 Pela publicação nos órgãos oficiais e mediante consulta a sistemas informatizados adotados pela administração pública federal: a) da lei do plano plurianual (PPA), da lei de diretrizes orçamentárias (LDO), da lei orçamentária anual (LOA) e da abertura de créditos adicionais; b) dos editais de licitação, dos extratos de contratos e de convênios, acordos, ajustes, termos de parceria ou outros instrumentos congêneres, bem como dos atos de admissão de pessoal e de concessão de aposentadorias, reformas e pensões; Por meio de expedientes e documentos solicitados pelo Tribunal ou colocados à sua disposição; Por meio de visitas técnicas ou participações em eventos promovidos por órgãos e entidades da administração pública. Pelo acesso a informações publicadas em sítio eletrônico do órgão ou entidade. As informações obtidas pelos procedimentos listados acima independem de processo autuado, podendo, inclusive, ser objeto de delegação de competência (do Relator aos titulares das unidades técnicas) (RI/TCU, art. 242). Exemplos de Acompanhamento Acórdão 844/2011 - Plenário Sumário: Copa do Mundo de futebol de 2014. Relatório de acompanhamento. Regularidade dos procedimentos de concessão de empréstimos ou financiamentos aos governos estaduais ou municipais para as obras de mobilidade urbana relacionadas com o evento. Determinação. Ciência. Acórdão 939/2011 ʹ Plenário Sumário: Acompanhamento do processo de concessão da construção parcial, manutenção e exploração do Aeroporto Internacional de São Gonçalo do Amarante/RN - ASGA. Análise da documentação alusiva ao 1º Estágio a que se refere a Instrução Normativa TCU nº 27/1998. Impropriedades nos estudos de viabilidade técnica, econômico-financeira e ambiental. Aprovação do 1º Estágio, com ressalvas. Determinação para correção das impropriedades. Recomendações. Ciência aos interessados. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 11 de 70 Monitoramento Monitoramento é o instrumento de fiscalização utilizado pelo Tribunal para verificar o cumprimento de suas deliberações e os resultados delas advindos (RI/TCU, art. 243). Geralmente, o Tribunal, ao deliberar sobre determinada matéria, emite determinações e recomendações para que os jurisdicionados adotem providências com vistas a corrigir falhas, deficiências ou irregularidades, bem como para promover a melhoria da gestão. Nesse contexto, os monitoramentos são utilizados para verificar as providências adotadas pelos administradores a partir dessas deliberações e para aferir seus efeitos, a fim de conferir maior efetividade à atuação da Corte de Contas. Exemplos de Acompanhamento Acórdão 124/2011 - Plenário Sumário: Monitoramento. Verificação do cumprimento de determinações constantes do Acórdão 1.907/2006-TCU-Plenário, com redação dada pelo Acórdão 1.796/2009 - TCU-Plenário. Cumprimento parcial. Reiteração de determinações. Encaminhamento de cópia da deliberação à Adplan, para a elaboração de plano de fiscalização sobre aatuação do controle interno nos casos sob exame e de estudos acerca da metodologia de processamento de representações com grande quantidade de órgãos envolvidos. Acórdão 948/2011 ʹ Plenário Sumário: Monitoramento constituído em cumprimento ao Acórdão 1.884/2009- Plenário. Obras de construção da barragem de Congonhas/MG. Ações implementadas ainda incapazes de promover alterações na natureza da irregularidade grave com recomendação de paralisação. Comunicação ao Congresso Nacional. Deferimento do ingresso do consórcio contratado como parte interessada no processo. Continuidade do monitoramento. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 12 de 70 INICIATIVA DA FISCALIZAÇÃO O TCU exerce fiscalização por iniciativa própria ou mediante provocação externa. Esta última pode vir de solicitação do Congresso Nacional ou, ainda, de denúncias e representações apresentadas ao Tribunal pelas pessoas legitimadas. Vamos estudar essas hipóteses, começando pelos procedimentos necessários para que o Tribunal realize fiscalizações por iniciativa própria. INICIATIVA DO PRÓPRIO TRIBUNAL O TCU, no exercício de suas atribuições, poderá realizar, por iniciativa própria, fiscalizações nos órgãos e entidades sob sua jurisdição. Nesse sentido, o Regimento Interno dispõe que as auditorias, acompanhamentos e monitoramentos devem obedecer ao Plano de Fiscalização elaborado pela Presidência, em consulta com os relatores das listas de unidades jurisdicionadas (RI/TCU, art. 244). O Plano de Fiscalização deve ser aprovado pelo Plenário em sessão de caráter reservado (RI/TCU, art. 244). Tal precaução tem por finalidade assegurar a efetividade dos trabalhos de fiscalização a serem executados pelo Tribunal, mormente aqueles mais sensíveis em que o fator surpresa é indispensável. Todavia, informações sobre o Plano de Fiscalização que não comprometam o sigilo dos trabalhos podem ser divulgadas, com o fim de dar publicidade à ação fiscalizatória do Tribunal. Por sua vez, os levantamentos e inspeções não necessitam ser incluídos no Plano de Fiscalização, vale dizer, podem ser realizados independentemente de programação, observada a disponibilidade dos recursos humanos e materiais necessários. Levantamentos e inspeções são desencadeados a partir de determinação do Plenário, da Câmara, do Relator ou, ainda, do Presidente, na hipótese de afastamento legal do Relator sem que haja um substituto disponível (RI/TCU, art. 244, §2º). . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 13 de 70 Auditorias, acompanhamentos e monitoramentos só serão realizados se aprovados pelo Plenário, por meio do Plano de Fiscalização. Já levantamentos e inspeções podem ser autorizados pelos próprios Relatores, assim como pelo Plenário ou pelas Câmaras. Mas não esqueça que algumas unidades somente podem sofrer fiscalizações, aí incluídos levantamentos e inspeções, se houver autorização do Plenário, quais sejam unidades do Poder Legislativo, do Supremo Tribunal Federal, dos Tribunais Superiores, da Presidência da República, do Tribunal de Contas da União, do Conselho Nacional de Justiça, do Conselho Nacional do Ministério Público, bem como do Ministério Público da União e da Advocacia-'ĞƌĂů�ĚĂ�hŶŝĆŽ� 縀R/ 氀T�h 唀 Ăƌƚ ?� ? 唀 / ?�ĂůşŶĞĂ� 币椃? 缃? Por fim, cabe ressaltar que o Plano de Fiscalização não se confunde com o Plano de Controle Externo, previsto no art. 188-A do RI/TCU. Enquanto o Plano de Fiscalização trata apenas de auditorias, acompanhamentos e monitoramentos, o Plano de Controle Externo possui caráter mais abrangente, sendo o instrumento de planejamento de todas as ações de controle externo, inclusive julgamento de contas de gestão e apreciação das contas do Presidente da República, em consonância com o plano estratégico e as diretrizes do Tribunal. Mas também existem semelhanças entre os dois planos, visto que o Plano de Controle Externo, da mesma forma que o Plano de Fiscalização, será proposto pela Presidência e aprovado pelo Plenário em sessão extraordinária reservada. INICIATIVA DO CONGRESSO NACIONAL O Congresso Nacional, suas Casas e respectivas comissões podem solicitar ao Tribunal (RI/TCU, art. 1º, II a V): Atividade Quem pode solicitar Realização de auditorias, inspeções ou acompanhamentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e demais órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do TCU; Congresso Nacional; Senado Federal e Câmara dos Deputados; Comissões do Congresso, Senado ou Câmara. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 14 de 70 Prestação de informações sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas; Congresso Nacional; Senado Federal e Câmara dos Deputados; Comissões do Congresso, Senado ou Câmara. Emissão de pronunciamento conclusivo, no prazo de 30 dias, sobre matéria que seja submetida a sua apreciação; Comissão mista permanente de deputados e senadores (CMO); Realização de auditoria operacional em projetos e programas autorizados na lei orçamentária anual, avaliando os seus resultados quanto à eficácia, eficiência, efetividade e economicidade. Comissão mista permanente de deputados e senadores (CMO); Comissão técnica de qualquer das casas do Congresso Nacional. As solicitações encaminhadas ao TCU em nome do Congresso Nacional, suas casas e respectivas comissões devem ser subscritas pelos respectivos presidentes. No caso das comissões, todas as solicitações devem ser por elas aprovadas antes do envio ao Tribunal (RI/TCU, art. 232). As solicitações encaminhadas em nome do Congresso Nacional, suas casas e respectivas comissões que atendam aos requisitos de admissibilidade serão apreciadas pelo Tribunal em caráter de urgência (RI/TCU, art. 231), independentemente da gravidade da matéria tratada. Quando implicarem na realização de auditoria, esta só será realizada após o Plenário deliberar pela sua inclusão no Plano de Fiscalização (RI/TCU, art. 233). Por outro lado, solicitações encaminhadas por não legitimados não serão conhecidas pelo Plenário ou pelo Relator (RI/TCU, art. 232, §2º). Por exemplo: um pedido de auditoria encaminhado por um deputado federal isolado não será atendido pelo Tribunal, uma vez que o legitimado para formular tal pedido é o Presidente da Câmara dos Deputados ou um dos presidentes das comissões daquela Casa, quando por elas aprovadas. Porém, caso esse mesmo parlamentar tenha conhecimento de alguma irregularidade em matéria de competência do TCU, poderá efetuar uma representação que, como veremos adiante, possui rito próprio, sem a urgência aplicável às solicitações do Poder Legislativo. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 15 de 70 Recorde-se que compete ao Plenário deliberar originariamente sobre pedido de informação ou solicitação enviado pelo Congresso Nacional, suas Casas e respectivas comissões, bem como sobre relatórios de fiscalizações realizadas em virtude de solicitação do Parlamento (RI/TCU, art. 15, I, DOtQHDV�³E´��³F´�H�³Q´�� DENÚNCIA Nos termos do art. 74, §2º da CF, qualquercidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para denunciar irregularidades perante o Tribunal de Contas da União. Além de ser apresentada por pessoa legitimada, a denúncia deve atender aos seguintes requisitos (RI/TCU, art. 235): tratar sobre matéria de competência do TCU; referir-se a administrador ou responsável sujeito à jurisdição do TCU; ser redigida em linguagem clara e objetiva; conter o nome legível do denunciante, sua qualificação e endereço; estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou ilegalidade denunciada. Em caso de urgência, admite-se que a denúncia seja encaminhada ao Tribunal por telegrama, fac-símile ou outro meio eletrônico, sempre com confirmação de recebimento pelo TCU. Nesse caso, o denunciante tem dez dias, contados a partir da mencionada confirmação, para remessa da documentação original (RI/TCU, art. 234, §1º). Denúncia que não observe os requisitos e formalidades acima não será conhecida pelo Tribunal ou pelo Relator, devendo o respectivo processo ser arquivado após comunicação ao denunciante. Por exemplo, denúncias anônimas ou desacompanhadas de indícios da irregularidade não são conhecidas. Por sua vez, a denúncia que preencha os requisitos de admissibilidade será apurada pelo Tribunal em caráter sigiloso. O caráter sigiloso será mantido até a decisão definitiva sobre a denúncia, quando o Tribunal deverá decidir por sua procedência, procedência parcial ou improcedência. A apuração dos fatos denunciados é feita mediante diligências, inspeções e análise dos documentos apresentados pelo denunciante. O respectivo processo só poderá ser arquivado após efetuadas as diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 16 de 70 O denunciante poderá requerer ao Tribunal certidão dos despachos e dos fatos apurados, a qual deverá ser fornecida no prazo máximo de 15 dias, desde que o respectivo processo de apuração tenha sido concluído ou arquivado. Mas caso tenham se passado 90 dias da data em que a denúncia deu entrada no Tribunal, a certidão deverá ser obrigatoriamente fornecida, ainda que não estejam concluídas as apurações (RI/TCU, art. 182). A LO/TCU previa que o Tribunal, ao decidir sobre denúncia, poderia optar por manter ou não o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia (art. 55. §1º). O objeto compreende a irregularidade ou ilegalidade denunciada, bem como o responsável por praticá-la. Ocorre que o STF, nos autos do MS 24.405-4/DF, declarou inconstitucional o sigilo quanto ao objeto e à autoria da denúncia. Em consequência, o Senado Federal, exercendo a competência que lhe confere o inciso X do art. 52 da CF1, aprovou a Resolução 16/2006, que suspendeu a execução da expressão ³PDQWHU�RX�QmR�R�VLJLOR�TXDQWR�DR�REMHWR�H�j�DXWRULD�GD�GHQ~QFLD´ constante do art. 55, §1º da LO/TCU. Dessa forma, salvo expressa manifestação em contrário, o Tribunal, após decidir sobre a matéria, não pode mais manter o sigilo de denúncia que lhe tenha sido oferecida, tanto em relação ao objeto quanto à autoria. Nesse sentido dispõe o art. 236, §1º do RI/TCU: Art. 236. No resguardo dos direitos e garantias individuais, o Tribunal dará tratamento sigiloso às denúncias formuladas, até decisão definitiva sobre a matéria. § 1º Salvo expressa manifestação em contrário, o processo de denúncia tornar-se- á público após a decisão definitiva sobre a matéria. Após decidir sobre denúncia que lhe tenha sido apresentada, o Tribunal não pode manter sigilo quanto ao objeto, nem quanto à autoria da denúncia. Não obstante, se em qualquer etapa do processo ficar comprovada a existência da irregularidade ou da ilegalidade denunciada, os demais atos do processo serão públicos, salvo expressa manifestação em contrário, observando-se, em qualquer caso, o resguardo dos direitos e garantias individuais e assegurando-se oportunidade de ampla defesa aos acusados (RI/TCU, art. 234, §3º). Por fim, a LO/TCU dispõe que o denunciante não se sujeitará a nenhuma sanção administrativa, cível ou penal em decorrência da denúncia, 1 Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal: X Ȃ suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 17 de 70 salvo em caso de comprovada má-fé (art. 53, §2º). Todavia, não há na LO/TCU previsão de penalidade para a hipótese de má-fé do denunciante. Exemplo de denúncia Acórdão 137/2011 ʹ Plenário VISTOS, relatados e discutidos estes autos de Denúncia, em que foram noticiadas possíveis irregularidades na área de pessoal no âmbito do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul. ACORDAM os Ministros do Tribunal de Contas da União, reunidos em Sessão Reservada do Plenário, diante das razões expostas pelo Relator, em: 9.1. com fundamento nos arts. 234 e 235 do Regimento Interno do TCU, conhecer da presente Denúncia para, no mérito, considerá-la procedente; 9.2. determinar ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul - TRE/MS que (...) [lista das providências a serem adotadas]; 9.3. enviar cópia deste Acórdão, bem como do Relatório e do Voto que o fundamentam, ao Conselho Nacional de Justiça, ao Tribunal Superior Eleitoral, ao Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso do Sul e ao Movimento Nacional pela Criação de Cargos na Justiça Eleitoral; 9.4. retirar o sigilo dos autos, nos termos do art. 55, caput, da Lei n. 8.443/1992. Ao apreciar processos referentes a denúncias, o Tribunal pode realizar audiências, emitir determinações e recomendações, aplicar multas, assinar prazo para o exato cumprimento da lei ou, mesmo, converter o processo em TCE, da mesma forma que ocorre com as demais ações de fiscalização de atos e contratos. No exemplo, o Tribunal considerou a denúncia procedente e expediu determinações ao órgão para correção das impropriedades verificadas. Também poderia considerar a denúncia parcialmente procedente ± se apenas alguns fatos denunciados procedessem e outros não ± ou, ainda, improcedente. Recorde-se que compete ao Plenário deliberar RULJLQDULDPHQWH�VREUH�GHQ~QFLD��5,�7&8��DUW������,��DOtQHD�³S´�� REPRESENTAÇÃO Da mesma forma que a denúncia, a representação constitui ferramenta para informar ao Tribunal sobre ilegalidades, irregularidades ou abusos havidos no exercício da administração contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial dos órgãos e entidades sujeitos à sua jurisdição ou . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 18 de 70 na aplicação de quaisquer recursos repassados pela União, mediante ajustes de qualquer natureza. O rito processual da representação é praticamente o mesmo da denúncia, podendo o Tribunal, ao apreciar processos de representação, realizar audiências, emitir determinações e recomendações, aplicar multas, assinar prazo para o exato cumprimento da lei ou, mesmo, converter o processo em TCE. Além disso, para ser conhecida, a representação deve versar sobre matéria de competência do Tribunal, referir-se a administrador ou responsável sujeito à sua jurisdição, ser redigida em linguagem clara e objetiva, conter o nome legível do representante, sua qualificação e endereço, e estar acompanhada de indício concernente à irregularidade ou ilegalidade objeto da representação. O Relator ou o Tribunal, mediantedespacho fundamentado, determinará o arquivamento de representação que não atenda aos requisitos de admissibilidade, dando-se ciência ao representante. Uma das diferenças em relação à denúncia é que a apuração da representação, em regra, não é sigilosa. A tramitação do processo é ostensiva desde o início, sendo públicos o objeto da representação e a identidade do representante. Outra diferença consiste nas pessoas que têm legitimidade para representar ao TCU. Enquanto qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para apresentar denúncia, os legitimados para apresentar representação ao Tribunal são (RI/TCU, art. 237): Ministério Público da União; Órgãos de controle interno; Senadores da República, deputados federais, estaduais e distritais, juízes, servidores públicos; Outras autoridades que comuniquem a ocorrência de irregularidades de que tenham conhecimento em virtude do cargo que ocupem; Tribunais de contas dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, as câmaras municipais e os ministérios públicos estaduais; Equipes de inspeção ou de auditoria do TCU; Unidades técnicas do TCU; e Outros órgãos, entidades ou pessoas que detenham essa prerrogativa por força de lei específica. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 19 de 70 O rol de legitimados da representação contempla, basicamente, órgãos de controle, autoridades e servidores públicos. O último item acima deixa aberto para que a lei amplie essa lista. Um exemplo é a Lei de Licitações, a qual prevê que qualquer licitante, contratado ou pessoa física ou jurídica poderá representar ao TCU contra irregularidades na aplicação da referida lei. Por fim, perceba na relação acima que, como já vimos, o parlamentar isolado não é competente para solicitar fiscalização em nome do Congresso Nacional, mas, nos termos do Regimento Interno, possui legitimidade para representar ao Tribunal. Recorde-se ainda que os processos de representação, em regra, são de competência das Câmaras (RI/TCU, art. 17, IV), à exceção da representação apresentada pelas equipes de fiscalização do TCU. Exemplo de representação do controle interno Acórdão 92/2011 - Plenário Sumário: Representação da CGU/PB. Irregularidades na gestão de recursos federais repassados ao município de Araruna/PB. Conhecimento. Audiências diligências e oitivas. Fixação de prazo à CGU/PB para apuração de débitos. Rejeição das razões de justificativa. Procedência. Multa. Inidoneidade de empresas fraudadoras. Indícios de dano ao erário federal. Conversão do presente processo em tomada de contas especial. Citação do ex-prefeito responsável pelas irregularidades que originaram o débito e da empresa que concorreu para o cometimento do prejuízo detectado. Exemplo de representação de equipe de auditoria do TCU Acórdão 401/2011 ʹ Plenário Sumário: Representação de equipe de auditoria. Conhecimento. Irregularidades na gestão de pessoal. Audiências. Procedência parcial. Multa. Determinações. Exemplos de representação de unidade técnica do Tribunal Acórdão 549/2011 ʹ Segunda Câmara Sumário: Representação. Indícios de irregularidade na gestão do CRF/RS. Realização de inspeção. Não confirmação de parte das questões levantadas. Verificação de impropriedades e irregularidades sem indício de dano. Irregularidade no preço de aquisição de imóvel. Pagamentos indevidos de diárias, jetons e pessoal. Falta de controle na utilização de veículos oficiais. Audiência do gestor. Acolhimento das justificativas. Não caracterização de aquisição de imóvel por valor acima do preço de . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 20 de 70 mercado. Ausência de formalização do ato de concessão de reajuste salarial. Processo simplificado de dispensa de empregado. Adoção de providências quanto ao controle de veículos. Falha na normatização do pagamento de jetons. Regularidade dos pagamentos de diárias. Conhecimento. Procedência parcial. Determinações recomendações. Alertas. Arquivamento. Acórdão 682/2011 - Plenário Sumário: Representação. Supostas irregularidades em processo de concessão de pensão militar, ato já apreciado pelo Tribunal. Filhas adotivas. Diligência saneadora ao órgão de origem. Encaminhamento de documentos capazes de descaracterizar as irregularidades supostamente apontadas. Conhecimento. Improcedência. Comunicações. Exemplo de representação do MPTCU Acórdão 1019/2011 - Plenário Sumário: Representação. Preenchimento dos requisitos de admissibilidade. Conhecimento. Autorização para realização de auditorias para apuração dos fatos. Apensação das peças pertinentes aos processos de fiscalização a serem autuados. Arquivamento dos autos. Repare que na representação da unidade técnica (Acórdão 549/2011 ± Segunda Câmara) foi necessária a realização de inspeção para apurar as irregularidades suscitadas na representação. A inspeção foi realizada no âmbito do mesmo processo de representação, permitindo ao Tribunal deliberar sobre a procedência parcial das irregularidades denunciadas. Já na representação do MPTCU (Acórdão 1019/2011-Plenário), o Tribunal autorizou a realização de uma auditoria para apuração dos fatos. Nesse caso, deverá ser autuado um novo processo para a realização da auditoria, além da inclusão do trabalho no Plano de Fiscalização. Nos demais exemplos, apenas diligências e audiências dos responsáveis foram suficientes para o Tribunal decidir sobre o mérito das representações. 1. (TCU ± AUFC 2010 ± Cespe) Comissão permanente do Senado Federal tem legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção. Comentário: Compete ao TCU realizar, por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional, de suas Casas ou das respectivas . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 21 de 70 comissões, auditorias, inspeções ou acompanhamentos de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário e demais órgãos e entidades sujeitos à sua jurisdição (CF, art. 71, IV; LO/TCU, art. 1º, II; RI/TCU, art. 1º, II). Portanto, comissão permanente do Senado Federal, assim como qualquer comissão do Parlamento, possui legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção. Tal solicitação deve ser previamente aprovada no âmbito da comissão e ser encaminhada pelo respectivo Presidente (RI/TCU, art. 232, III). Embora a CF, a LO/TCU e o RI/TCU se refiram apenas a auditorias, inspeções ou acompanhamentos, entenda que o Congresso Nacional solicita fiscalização, em sentido amplo, ao TCU; este é que define o instrumento apropriado para atender ao pedido (auditoria, inspeção, acompanhamento, levantamento ou monitoramento). Gabarito: Certo 2. (TCU ± ACE 2005 ± Cespe) Nos termos legais, empresa pública federal e entidade sindical de âmbito municipal têm legitimidade para denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal. Comentário: Os legitimados para apresentar denúncia ao Tribunal são: qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato (CF, art. 74, §2º; LO/TCU, art. 53; RI/TCU, art. 234). Portanto, empresa pública federal (pessoa jurídica) não é legitimada, daí o erro. Autoridades e servidores dessas entidades podem, contudo, apresentar representação, caso queiram apontar irregularidades ou ilegalidades ao Tribunal (RI/TCU, 237, III);ou mesmo apresentar denúncia, mas na qualidade de cidadãos, e não em nome da empresa pública. Por sua vez, a entidade sindical de âmbito municipal possui legitimidade para apresentar denúncia. Porém, recorde-se que o Tribunal apenas conhecerá denúncia que trate de matérias de sua competência, ou seja, que envolvam a gestão de recursos públicos federais. Gabarito: Errado 3. (TCU ± ACE 2004 ± Cespe) Se um ministro do TCU desejar que a área técnica realize alguma auditoria, deverá enviar sua solicitação ao presidente do tribunal, ao qual, então, caberá determinar a realização do trabalho. Comentário: Auditorias, acompanhamentos e monitoramentos realizados por iniciativa do Tribunal devem obedecer ao Plano de Fiscalização, o qual é elaborado pela Presidência e aprovado pelo Plenário (RI/TCU, art. 244), e não pelo Presidente do Tribunal, daí o erro da questão Por sua vez, lembre-se que levantamentos e inspeções podem ser autorizados pelos próprios Relatores, independentemente de programação, à exceção dos realizados nas unidades do Poder Legislativo, do STF, dos Tribunais Superiores, . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 22 de 70 da Presidência da República, do TCU, do CNJ, do CNMP, do MPU e da AGU, que requerem aprovação do Plenário �5,�7&8��DUW������,��DOtQHD�³M´�� Gabarito: Errado 4. (TCU ± ACE 2007 ± Cespe) O regimento interno do TCU define cinco instrumentos de fiscalização: levantamento, auditoria, inspeção, acompanhamento e monitoramento; a fiscalização poderá ser exercida por iniciativa do próprio TCU ou atendendo a solicitação do Congresso Nacional, por qualquer de suas casas ou respectivas comissões. Diante desses dados e das disposições gerais sobre a fiscalização de atos e contratos, considere que o Congresso Nacional tenha solicitado ao TCU inteirar-se sobre os procedimentos a serem adotados para apurar a responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado cidadão, por funcionário de empresa pública federal. Nessa situação, não compete ao TCU a fiscalização de atos administrativos que não resultem em receitas ou despesas, podendo, nesse caso, o relator determinar o arquivamento do processo. Comentário: Nos termos do Regimento Interno (art. 249), compete ao TCU efetuar fiscalizações dos atos de que resulte receita ou despesa, praticados pelos responsáveis sujeitos à sua jurisdição. A fiscalização de ³atos de que resulte receita ou despesa´ deve ser entendida em sentido amplo. Vou explicar. Determinados atos de gestão não geram receita ou despesa diretamente, mas apenas indiretamente. É o caso, por exemplo, da desobediência da lei das filas por um banco público, ato que não envolve o dispêndio direto de recursos, mas que pode gerar despesas com o pagamento de indenizações. Nesse caso, a irregularidade poderia ser apreciada pelo TCU, sem prejuízo da atuação das demais instâncias no âmbito das respectivas esferas de competência. Na situação trazida pelo comando do quesito, a apuração sobre eventual responsabilidade sobre a quebra de sigilo bancário de determinado cidadão por funcionário de empresa pública federal, em princípio, não se situa na competência do controle externo, mas sim das esferas administrativa interna e judicial. Porém, seguindo o raciocínio apresentado acima, não haveria impedimento para que o TCU apurasse a situação que lhe foi levada pelo Congresso Nacional, desde que o foco da apuração se restringisse às possíveis despesas que seriam suportadas pelo erário em consequência da irregularidade praticada pelo agente público. Mas existe outro erro que macula mais claramente o quesito. Nos termos do art. 15, I, b, do RI/TCU, compete ao Plenário deliberar sobre pedido de informação ou solicitação encaminhado pelo Congresso Nacional. Ademais, o art. 233 do RI/TCU informa que, se a solicitação do Congresso implicar a realização de auditoria, o Relator deve submeter à deliberação do Plenário sua inclusão no Plano de Fiscalização. Ou seja, nessa hipótese, não pode o Relator arquivar de pronto o processo; a decisão deve ser do Plenário. O Relator só . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 23 de 70 pode determinar o arquivamento do processo, mediante decisão monocrática, se a solicitação for encaminhada ao Tribunal por quem não seja legitimado (RI/TCU, art. 232, §2º). Gabarito: Errado 5. (TCE/AC ± ACE 2009 ± Cespe) O TCU estabelece uma série de regras para a denúncia de irregularidades ou ilegalidades. Nesse sentido, assinale a opção correta. a) O denunciante, somente em caso de comprovada má-fé, está sujeito a sanções administrativas, cíveis ou penais. b) A denúncia pode ser arquivada sumariamente, se ficar evidenciado a priori que não tem fundamento. c) Caracterizada a irregularidade ou a ilegalidade, o acusado somente deve ser cientificado após a conclusão do processo. d) O TCU se reserva o direito de fornecer, ou não, ao denunciante certidão dos fatos apurados. e) O sigilo acerca das denúncias em apuração deve ser quebrado se o denunciado já estiver sob investigação de iniciativa do próprio TCU. Comentário: Vamos ver cada alternativa: (a) certo, nos termos do RI/TCU, art. 236, §2º. Tal dispositivo do Regimento é um estímulo para que os legitimados levem ao Tribunal as irregularidades de que tenham conhecimento, pois somente estarão sujeitos a sanções em caso de má-fé, ainda que a denúncia se mostre improcedente; (b) errado, pois a denúncia somente será arquivada após efetuadas as diligências pertinentes, mediante despacho fundamentado do Relator, e não ³VXPDULDPHQWH´��5,�7&8, art. 234, §2º); (c) errado, pois nos processos do Tribunal devem ser assegurados o contraditório e a ampla defesa. Assim, caracterizada a irregularidade ou a ilegalidade denunciada, o Tribunal deverá determinar a audiência do responsável para apresentar suas razões de justificativa, ainda no curso do processo (RI/TCU, art. 250, IV). Em caso de irregularidade da qual resultou dano ao erário, o processo deverá ser convertido em TCE para citação do responsável a apresentar suas alegações de defesa (LO/TCU, art. 47); (d) errado, pois o Tribunal, caso requerido, deverá fornecer, ao denunciante, certidão dos despachos e dos fatos apurados na denúncia, desde que: (i) o respectivo processo de apuração tenha sido concluído ou arquivado; ou (ii) tenha decorrido o prazo de 90 dias a contar da data em que a denúncia deu entrada no Tribunal, ainda que não estejam concluídas as apurações (RI/TCU, art. 182); (e) errado, pois, em qualquer caso, a denúncia que preencha os requisitos . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 24 de 70 de admissibilidade será apurada em caráter sigiloso, até decisão definitiva sobre a matéria A partir de então, serão públicos os demais atos do processo (RI/TCU, art. 234, §§ 2º e 3º e art. 236). Gabarito: alternativa ³a´ 6. (TCE/AC ± ACE 2009 ± Cespe) No intuito de fomentar a segurança dos autores de denúncias de fatos ilícitos praticados no âmbito da administração, os tribunais de contas podem preservar o sigilo do informante. Comentário: O Tribunal de Contas, após decidir sobre a denúncia, não pode mais preservar o sigilo em relação ao objeto ou à identidade do denunciante, uma vez que o Senado Federal aprovou a Resolução 16/2006, que suspendeu a H[HFXomR�GD�H[SUHVVmR�³PDQWHU�RX�QmR�R�VLJLOR�TXDQWR�DR�REMHWR�H�j�DXWRULD�GD� GHQ~QFLD´�que constava no art. 55, §1º da LO/TCU,em virtude de declaração de inconstitucionalidade em decisão definitiva do STF. Por causa disso, o texto do art. 236, §1º do RI/TCU, que reproduzia o enunciado suspenso da LO/TCU, passou a ter a seguinte redação: ³6DOYR�H[SUHVVD�PDQLIHVWDomR�HP�FRQWUiULR��R� processo de denúncia tornar-se-á público após decisão definitiva sobre a PDWpULD�´ Gabarito: Errado 7. (TCE/AC ± ACE 2008 ± Cespe, adaptada) O Poder Judiciário, quando atua em caso que envolva improbidade administrativa, possui a competência para requerer inspeção e auditoria ao Tribunal de Contas, responsável pela verificação da legalidade da gestão governamental. Comentário: O TCU realiza fiscalização por iniciativa própria ou por solicitação do Congresso Nacional (CF, art. 71, IV). Portanto, o Poder Judiciário não possui legitimidade para requerer ao TCU a realização de inspeção e auditoria, ainda que sobre matéria de competência da Corte de Contas. Por isso, o quesito está errado. Recorde-se, contudo, que os integrantes do Poder Judiciário, enquanto autoridades no exercício do dever funcional, possuem legitimidade para representar ao TCU (RI/TCU, art. 237, III). A apuração da representação, se conhecida, será feita de acordo com os critérios do próprio TCU, o qual, conforme o caso, poderá concluir pela necessidade ou não da realização de auditoria ou inspeção. Gabarito: Errado 8. (Câmara dos Deputados ± Analista 2012 ± Cespe) O Tribunal de Contas da União (TCU) poderá realizar ² por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de comissão técnica ou de inquérito ² inspeções e auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 25 de 70 Comentário: O quesito está correto. Trata-se da transcrição do inciso IV do art 71 da CF, que é o fundamento constitucional da função fiscalizatória do Tribunal de Contas da União. Gabarito: Certo 9. (TCDF ± Analista 2014 ± Cespe, adaptada) Caso um indivíduo pertencente a determinada entidade sindical tenha tomado conhecimento de irregularidades na gestão contábil e financeira de determinado Ministério, tanto ele quanto a entidade sindical poderão denunciar tais irregularidades ao TCU. Comentários: Assertiva correta, nos termos do art. 74, §2º da CF: § 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União. Gabarito: Certo DISPOSIÇÕES GERAIS SOBRE A FISCALIZAÇÃO Execução das fiscalizações A fiscalização exercida pelo TCU ocorre em todos os níveis, desde a aquisição de materiais de expediente pelas repartições públicas até a programação e execução orçamentária pelos escalões mais altos do Governo Federal. Os critérios utilizados nas diversas ações de fiscalização variam em função da realidade e das peculiaridades da unidade auditada. Por exemplo: ao fiscalizar uma sociedade de economia mista, o Tribunal considera, além da legislação e regulamentação aplicáveis ao setor público, as normas inerentes ao mercado em que a unidade está inserida, o que não ocorreria numa fiscalização executada sobre um órgão da administração direta. Assim, a análise de uma situação semelhante ocorrida nas duas auditorias, como impropriedades na licitação de um bem, poderiam gerar posicionamentos distintos do Tribunal, face à distinção de critérios utilizados. As fiscalizações são planejadas e executadas, em regra, pelos AUFC lotados nas Secretarias de Controle Externo. Como sabemos, o servidor do TCU, quando oficialmente designado pelo Presidente do Tribunal, ou por delegação deste, pelos dirigentes das unidades técnicas da Secretaria, para desempenhar funções de fiscalização, possui a prerrogativa de ingressar livremente nos órgãos e entidades sujeitos à jurisdição do Tribunal, assim . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 26 de 70 como de requerer e ter acesso a documentos e informações necessários à execução do seu trabalho. Nenhum processo, documento ou informação pode ser sonegado ao Tribunal em suas atividades de fiscalização, sob qualquer pretexto (LO/TCU, art. 42). No caso de obstrução ao livre exercício de auditorias e inspeções, ou de sonegação de processo, documento ou informação, o Tribunal ou o Relator (RI/TCU, art. 245): 1. Assinará prazo improrrogável de até 15 dias para apresentação dos documentos, informações e esclarecimentos julgados necessários, fazendo-se a comunicação do fato ao Ministro de Estado supervisor da área ou à autoridade de nível hierárquico equivalente, para as medidas cabíveis. 2. Vencido o prazo e não cumprida a exigência, o Tribunal: a) Aplicará multa, a qual prescinde de audiência prévia dos responsáveis, desde que a possibilidade de sua aplicação tenha sido previamente comunicada; b) Representará ao Presidente do Congresso Nacional sobre o fato, para adoção das medidas cabíveis; c) Poderá, ainda, adotar a medida cautelar de afastamento temporário do responsável, quando existirem indícios suficientes de que o responsável, prosseguindo no exercício de suas funções, possa retardar ou dificultar a realização dos trabalhos, causar novos danos ao erário ou inviabilizar o seu ressarcimento. Se, no curso de fiscalização, a equipe de auditores do TCU identificar procedimento de que possa resultar dano ao erário ou irregularidade grave e que, por isso, requeira providências imediatas do Tribunal, as seguintes medidas devem ser adotadas (RI/TCU, art. 246): 1. A equipe do Tribunal representará, desde logo, ao dirigente da unidade técnica, com suporte em elementos concretos e convincentes; 2. O dirigente da unidade técnica submeterá a matéria ao Relator do processo, com parecer conclusivo; 3. O Relator, considerando a urgência requerida, fixará prazo de até 5 dias úteis para que o responsável se pronuncie sobre os fatos apontados; . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 27 de 70 4. O Tribunal ou o Relator poderá, ainda, mesmo antes da manifestação do responsável, adotar a medida cautelar de suspensão do ato ou do procedimento impugnado. Recorde-se que é competência do Plenário deliberar sobre a representação da equipe de fiscalização acima referida (RI/TCU, art. 15, I, l) No curso de fiscalização, a equipe do Tribunal efetuará representação se constatar procedimento de que possa resultar dano ao erário, ou seja, o dano ainda não ocorreu. Se o prejuízo já estiver consumado, então não há que se falar em representação, mas sim em conversão do processo em tomada de contas especial (RI/TCU, art. 252). Os resultados das fiscalizações serão apresentados ao Tribunal na forma de relatório, elaborado segundo normas próprias. A natureza dos fatos apurados ensejará uma ou mais das seguintes providências, a partir de deliberação do Relator ou do Tribunal (RI/TCU, art. 250): ¾ Arquivamento do processo, ou seu apensamento às contas correspondentes, se útil à apreciação dessas, quando não apurada transgressão a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional ou patrimonial; ¾ Determinação ao responsável, ou a quem lhe haja sucedido, de adoção de medidas corretivas, e arquivamento ou apensamento do processo às respectivas contas, se útil à apreciação dessas, sem prejuízo do monitoramentodo cumprimento das determinações, quando constatadas somente falhas de natureza formal ou outras impropriedades que não ensejem a aplicação de multa aos responsáveis ou que não configurem indícios de débito; ¾ Recomendação ao responsável, ou a quem lhe haja sucedido, de adoção de providências quando verificadas oportunidades de melhoria de desempenho, e arquivamento ou apensamento do processo às respectivas contas, se útil à apreciação dessas, encaminhando os autos à unidade técnica competente para que promova o monitoramento do cumprimento das recomendações; ¾ Audiência do responsável para, no prazo de 15 dias, apresentar razões de justificativa, quando verificada a ocorrência de irregularidades decorrentes de ato ilegal, ilegítimo ou antieconômico, bem como . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 28 de 70 infração a norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária ou patrimonial; o Se o fundamento da impugnação não for elidido, o Tribunal, em regra, aplicará multa ao responsável, no próprio processo de fiscalização e determinará o apensamento dos autos ao processo de contas ordinárias da unidade. ¾ Conversão do processo em tomada de contas especial, para fins de citação, quando configurada ocorrência de desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte dano ao erário; ¾ Oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no prazo de 15 dias, manifestarem-se sobre os fatos que possam resultar em decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo administrativo ou alterar contrato em seu desfavor. ¾ Fixação de prazo para que o responsável adote as providências necessárias ao exato cumprimento da lei, de até 15 dias, com indicação expressa dos dispositivos a serem observados, quando verificada ilegalidade de ato ou contrato em execução. Se não atendido, o Tribunal: o aplicará multa ao responsável, no próprio processo de fiscalização; o sustará a execução do ato impugnado ou, no caso de contrato, comunicará o fato ao Congresso Nacional, a quem compete adotar a sustação e solicitar, de imediato, ao Poder Executivo, as medidas cabíveis, podendo o TCU decidir a respeito da sustação do contrato caso o Congresso Nacional ou o Poder Executivo, no prazo de 90 dias, não adotarem providências para regularizá-lo. A diferença entre determinação e recomendação é que, quando o TCU determina, o gestor fica obrigado a acatar a deliberação, sob pena de multa (LO/TCU, art. 58, §1º). A determinação visa a corrigir aspectos vinculados do ato administrativo. Por sua vez, as recomendações formuladas pelo TCU têm caráter colaborativo e não coercitivo, nas ocasiões em que o Tribunal vislumbre oportunidades de melhoria, respeitando-se ao jurisdicionado avaliar a oportunidade e a conveniência de adotá-las. O descumprimento de recomendação não é razão para aplicação de multa, razão pela qual não cabe recurso contra recomendação expedida pelo TCU. Na hipótese de audiência do responsável, se as razões de justificativa forem acolhidas, total ou parcialmente, ocorrerá, conforme o . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 29 de 70 caso, o arquivamento do processo, com ou sem a emissão de determinações ou recomendações, mas sem aplicação de multa. Já se as razões de justificativa forem rejeitadas, o Tribunal, em regra, aplicará multa ao responsável, no próprio processo de fiscalização. Mas há uma exceção, lembram? Se a matéria que motivou a multa já tiver sido examinada de forma expressa e conclusiva em processo de tomada ou prestação de contas ordinária, na qual o Tribunal já tenha proferido decisão definitiva sem condenação, a multa não poderá ser aplicada no processo de fiscalização. Nesse caso, qualquer sanção dependerá de reabertura das contas via recurso de revisão interposto pelo MPTCU (RI/TCU, art. 206 c/c 250, §2º). Por outro lado, para imputação de débito, o processo de fiscalização deve ser convertido em processo de contas (tomada de contas especial), quando então se faz a citação do responsável para apresentar alegações de defesa. Não há possibilidade de o Tribunal exigir ressarcimento ao erário no âmbito de processo de fiscalização. Já em relação à oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado nos processos em que decisão do Tribunal possa desconstituir ato ou processo administrativo ou, ainda, alterar contrato em seu desfavor, vale ressaltar que constitui hipótese incluída na nova versão do RI/TCU. A oitiva é aplicável, por exemplo, caso o Tribunal constate que determinado contrato de prestação de serviços foi celebrado pela Administração com sobrepreço. Na decisão de mérito, o TCU poderá determinar que o gestor anule o contrato ou, ainda, que repactue o ajuste a preços razoáveis. Em ambos os casos, a empresa contratada será afetada, pois deixará de receber ou receberá menos pelos serviços prestados. Portanto, antes de decidir, o Tribunal deverá promover a oitiva da empresa, para que se manifeste a respeito da situação. O Regimento estabelece prioridade de instrução processual no âmbito da unidade técnica para as matérias objeto dessa oitiva, desde que demandem urgente decisão de mérito. Nesse caso, propostas de determinação e recomendação de providências e audiência de responsável deverão ser apresentadas após deliberação do Tribunal sobre aquelas matérias (RI/TCU, art. 250, V, §§ 6º e 7º). Veja o texto do RI/TCU: Art. 250. Ao apreciar processo relativo à fiscalização de atos e contratos, o relator ou o Tribunal: V ± determinará a oitiva da entidade fiscalizada e do terceiro interessado para, no prazo de quinze dias, manifestarem-se sobre fatos que possam resultar em . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 30 de 70 decisão do Tribunal no sentido de desconstituir ato ou processo administrativo ou alterar contrato em seu desfavor. § 6º Caso as matérias objeto da oitiva de que trata o inciso V demandem urgente decisão de mérito, a unidade técnica responsável pela fiscalização dará a elas prioridade na instrução processual, deixando para propor as medidas constantes dos incisos II, III e IV em momento posterior à deliberação do Tribunal sobre aquelas questões. 7º Observar-se-ão em relação à oitiva prevista no inciso V as normas aplicáveis à audiência, no que couber. Vamos prosseguir. Havendo mais de um responsável pelo mesmo fato, a defesa apresentada por um deles, em resposta a citação, audiência ou oitiva, aproveitará a todos, mesmo ao revel, no que concerne às circunstâncias objetivas, e não aproveitará no tocante aos fundamentos de natureza exclusivamente pessoal (RI/TCU, art. 161). Uma circunstância objetiva, por exemplo, é a não ocorrência do dano. Se um dos responsáveis conseguir demonstrar que não houve o prejuízo, por óbvio, todos os demais deverão ser liberados da responsabilidade quanto ao dano inexistente. Agora, se um dos responsáveis demonstrar apenas que, pessoalmente, não contribuiu para o prejuízo, a responsabilidade dos demais permanece. Quando verifica ilegalidade de ato ou contrato em execução, o Tribunal, na prática, quase nunca chega ao extremo de adotar medidas com vistas à sustação definitiva do ato (diretamente) ou do contrato (por meio do Congresso Nacional). Nesses casos, o Tribunal geralmente adota a suspensão cautelar da execução do ato ou contrato, medida que perdurará até que se corrija a irregularidade ou até que o mérito da matéria sejaapreciado pelo Tribunal (RI/TCU, art. 276). O Tribunal comunicará às autoridades competentes o resultado das fiscalizações que realizar, para as medidas saneadoras das impropriedades e faltas identificadas (RI/TCU, art. 248). OBJETOS DA FISCALIZAÇÃO A seguir, vamos ver as características específicas da fiscalização exercida pelo TCU sobre alguns objetos, conforme previsão do Regimento Interno. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 31 de 70 Fiscalização de transferências voluntárias A fiscalização da aplicação de quaisquer recursos repassados pela União mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos congêneres, a Estado, ao Distrito Federal, a Município e a qualquer outra pessoa, física ou jurídica, pública ou privada, será feita pelo Tribunal (RI/TCU, art. 254): 9 por meio dos instrumentos de fiscalização (levantamentos, auditorias, inspeções, acompanhamentos ou monitoramentos); 9 por ocasião do exame dos processos de tomadas ou prestações de contas da unidade ou entidade transferidora dos recursos. Nesses casos, como já sabemos, o beneficiário das transferências, em regra, não presta contas diretamente ao TCU, mas sim ao órgão ou entidade que lhe transferiu os recursos. Este, por sua vez, é que presta contas ao TCU quanto aos repasses realizados. Não obstante, o Tribunal pode efetuar ações de fiscalização diretamente nos beneficiários das transferências, a fim de avaliar a regularidade da aplicação dos recursos federais. Na fiscalização das transferências voluntárias, o Tribunal verifica o atingimento dos objetivos acordados, a correção da aplicação dos recursos, a observância às normas legais e regulamentares e às cláusulas pactuadas, dentre outros aspectos. Gestores omissos na prestação de contas de recursos anteriormente recebidos ou que tenham provocado dano ao erário ainda não ressarcido são proibidos de receber novas transferências. A autoridade administrativa que repassar recursos federais a esses gestores ficará sujeita a multa. Ademais, como também já sabemos, a autoridade administrativa da unidade transferidora dos recursos deverá instaurar TCE no caso de omissão na prestação de contas ou quando constatar irregularidade na aplicação dos recursos federais transferidos, sob pena de responsabilidade solidária. Fiscalização da aplicação de subvenções, auxílios e contribuições O Tribunal fiscaliza a aplicação de recursos transferidos sob as modalidades de subvenção, auxílio e contribuição em qualquer das fases da transferência: concessão, utilização e prestação de contas. No que couber, a fiscalização é feita da mesma forma que nos convênios e outros instrumentos congêneres (RI/TCU, art. 255). . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 32 de 70 Fiscalização da arrecadação e da renúncia da receita A fiscalização da arrecadação e da renúncia de receitas é feita sobre os órgãos da União que tenham atribuição administrativa relacionada a essas atividades (órgãos supervisores, bancos operadores, fundos etc.), sem prejuízo do julgamento das respectivas prestações de contas. A fiscalização atinge todas as etapas da receita (RI/TCU, art. 256 e 257). APRECIAÇÃO DE ATOS SUJEITOS A REGISTRO Recorde-se que o Tribunal aprecia a legalidade, para fins de registro, dos seguintes atos (CF, art. 71, III): 9 Admissão de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta, incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo poder público federal, excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão. 9 Concessão de aposentadorias, reformas e pensões a servidores públicos federais civis e militares ou a seus beneficiários, ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento legal do ato concessório inicial. A apreciação do Tribunal é realizada mediante procedimentos de fiscalização ou em processo específico de registro de ato (RI/TCU, art. 259). Para tanto, a autoridade administrativa responsável por ato de admissão de pessoal ou de concessão de aposentadoria, reforma ou pensão deve submeter os dados e informações necessários ao respectivo órgão de controle interno, o qual emite parecer sobre a legalidade dos referidos atos e os encaminha para apreciação do TCU. Às vezes, esse procedimento não ocorre de forma tão linear, podendo existir atos já cadastrados nos sistemas informatizados do TCU sem manifestação do controle interno. Se for identificada irregularidade em algum desses atos, o Tribunal poderá proceder ao exame, dispensando a manifestação do órgão de controle interno respectivo. Frise-se, porém, que o Regimento só prevê expressamente a dispensa de manifestação do controle interno na hipótese de ato de concessão já cadastrado nos sistemas do TCU, e não de ato de admissão (RI/TCU, art. 260, §3º). O TCU determinará o registro dos atos que considerar legais e recusará o registro dos atos considerados ilegais. . Controle Externo TCU ʹ TEFC e AUFC (TI e Bibliotec.) 2014 Teoria e exercícios comentados Prof. Erick Alves ʹ Aula 06 Prof. Erick Alves www.estrategiaconcursos.com.br 33 de 70 Caso conceda o registro, o Tribunal poderá rever de ofício sua decisão, no prazo de 5 anos a partir do respectivo Acórdão, se constatar posteriormente que o ato registrado foi produzido a partir de violação da ordem jurídica. Porém, se ficar comprovada má-fé na produção do ato ilegal, o prazo de 5 anos não se aplica, isto é, a revisão poderá ocorrer a qualquer tempo. Em qualquer hipótese, a revisão necessita das oitivas prévias do MPTCU e do beneficiário do ato, que são obrigatórias. Por conta dessa possibilidade de revisão do registro efetuado, o Regimento ,QWHUQR�GLVS}H�TXH�³o acórdão que considerar legal o ato e determinar o seu registro não faz coisa julgada administrativa´ (RI/TCU, art. 260, §2º). Caso o Tribunal não conceda o registro, o órgão de origem deverá cessar todo e qualquer pagamento decorrente do ato impugnado, no prazo de 15 dias, sob pena de multa e responsabilização solidária da autoridade administrativa omissa. Além disso, se houver indício de procedimento culposo ou doloso ± tanto do beneficiário quanto da autoridade administrativa responsável -, ou se o pagamento não for suspenso, o Tribunal determinará a instauração ou conversão do processo em tomada de contas especial, para apurar responsabilidades e promover o ressarcimento das despesas irregularmente efetuadas. Recusado o registro do ato, a autoridade administrativa responsável poderá emitir novo ato, se for o caso, escoimado das irregularidades verificadas. Os atos que, a despeito de apresentarem algum tipo de inconsistência em sua versão submetida a exame do Tribunal, não estiverem dando ensejo, no momento de sua apreciação de mérito, a pagamentos irregulares, serão considerados legais, para fins de registro, devendo ser consignada na decisão do Tribunal a ressalva em relação à falha que deixou de existir. Ademais, o Tribunal poderá considerar prejudicado, por perda de objeto, o exame dos atos de admissão e concessão cujos efeitos financeiros tenham se exaurido antes de sua apreciação. Ou seja, quando da apreciação pelo TCU, os atos não estão dando ensejo a qualquer tipo de pagamentos, regulares ou irregulares. Nesse caso, o Tribunal poderá ± facultativo ± deixar de apreciar a legalidade do ato para fins de registro, sendo o respectivo processo arquivado (RI/TCU, art. 260, §5º). Por outro lado, o Tribunal deverá ± obrigatório ± considerar prejudicado, por inépcia, o ato de admissão ou concessão que apresentar inconsistências nas informações
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