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4. AÇÕES POSSESSÓRIAS

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AÇÕES POSSESSÓRIAS
OS INTERDITOS POSSESSÓRIOS: a via judicial é o meio normal de se obter a proteção possessória, sendo também, o possuidor lesado deve ser indenizado pelos danos experimentados.
Sendo a posse a exteriorização do domínio, protegendo-se a posse, se está, na maioria das vezes, protegendo-se o proprietário, posto que este é quem, no geral desfruta da posse. Assim, o que alei almeja, na verdade, é proteger o proprietário, evitando que ele tenha que recorrer ao processo de reivindicação, onde é essencial a demonstração do domínio. É possível que ás vezes a lei acabe protegendo o próprio esbulhador da posse contra o proprietário, mas é um risco menos do que possibilitar ao proprietário o uso de um instrumento rápido e eficaz à proteção da coisa, inclusive com a possibilidade da concessão de medida liminar. Nas ações possessórias basta que se demonstre a existência da posse e o esbulho, turbação ou receio. Já no juízo petitório, com rito ordinário, discute-se a existência de domínio e não a simples situação de fato. Interessante é que o proprietário esbulhado se deixar transcorrer mais de ano e dia, será vencido na ação possessória, mas poderá retomar a coisa litigando sob o fundamento de ser o proprietário da mesma, através de ação reivindicatória. Três são, fundamentalmente, as ações possessórias:
Manutenção de posse
Reintegração de posse;
Interdito proibitório.
MANUTENÇÃO DE POSSE: facultada ao possuidor que sofre turbação sem que tenha sido privado de sua posse. É o meio de que se pode servir o possuidor que sofrer turbação a fim de se manter na sua posse (art. 1.210, 1ª parte, CC e arts. 560 a 568 do Novo Código de Processo Civil), receber indenização dos danos sofridos e obter a cominação da pena para o caso de reincidência ou, ainda, se de má fé o turbador, remover ou demolir construção ou plantação feita em detrimento de sua posse. A ação visa que se ponha fim aos atos perturbadores.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Requisitos:
Posse do autor;
turbação por parte do réu;
data da turbação;
continuação da posse.
Turbação atual (menos de ano e dia, pois superior a esse prazo não pode a turbação ser remediada pelo juízo possessório). 
TURBAÇÃO: é todo ato que embaraça o livre exercício da posse, haja, ou não, dano, tenha, ou não, o turbador melhor direito sobre a coisa; pode ser de fato (consiste na agressão material dirigida contra a posse) ou de direito (é a que opera judicialmente, quando o réu contesta a posse do autor, ou por via administrativa). Se a turbação for pretérita, sem probabilidade de se repetir, o pedido limitar-se-á à indenização. É possível a concessão de medida liminar, quando se tratar de turbação nova (menos de ano e dia), nas de força velha é possível à tutela antecipada. As ações possessórias têm caráter dúplice, dispensando-se assim, reconvenção para que o réu possa declinar um pedido condenatório contra o autor, inclusive de perdas e danos. Não cabe, a manutenção da posse nas servidões não aparentes, sendo cabível nas aparentes. 
Art. 1.213. O disposto nos artigos antecedentes não se aplica às servidões não aparentes, salvo quando os respectivos títulos provierem do possuidor do prédio serviente, ou daqueles de quem este o houve.
LEGÍTIMA DEFESA: se o possuidor temer que o recurso judiciário, não tenha celeridade eficaz à proteção de seu interesse, tem a faculdade de defender-se diretamente - Reação deve seguir “incontinenti” à agressão, posto que a reação tardia se assemelhe a uma vingança e não a uma defesa; A reação deve se limitar ao indispensável para afastar o risco de esbulho, proporcional a agressão sofrida, caso contrário se configurará o excesso culposo, contra o próprio autor da turbação e não contra terceiros.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
AÇÃO DE REINTEGRAÇÃO DE POSSE: é movida pelo esbulhado, a fim de recuperar a posse perdida em razão de violência, clandestinidade ou precariedade (art. 1.210, CC e art. 560, NCPC); pode o possuidor intentá-la não só contra o esbulhador, mas também contra terceiro, que recebeu a coisa esbulhada, sabendo que o era (CC. art. 1.212). 
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
§ 1º O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua própria força, contanto que o faça logo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem ir além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.
§ 2º Não obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.
Art. 1.212. O possuidor pode intentar a ação de esbulho, ou a de indenização, contra o terceiro, que recebeu a coisa esbulhada sabendo que o era.
Requisitos:
Posse do autor;
Esbulho por parte do réu;
data do esbulho;
perda da posse.
Cabe aqui também a medida liminar.
ESBULHO: é o ato pelo qual o possuidor se vê despojado da posse, injustamente, por violência, por clandestinidade e por abuso de confiança. Datando o esbulho de menos de ano e dia essa ação recebe o nome de ação de força nova espoliativa, iniciando-se pela expedição de mandado liminar. Se mais de ano e dia temos a ação de força velha espoliativa, onde o réu é citado para oferecer sua defesa, cabível tutela antecipada. A alegação de propriedade ou outro direito sobre a coisa, não obsta a manutenção ou reintegração da posse. È possível o desforço imediato, como já aludimos acima, na “legítima defesa”.
INTERDITO PROIBITÓRIO: é a proteção preventiva da posse ante a ameaça de turbação ou esbulho, prevista no art. 1210 2ª parte, CC; assim o possuidor direto ou indireto, ameaçado de sofrer turbação ou esbulho, previne-os, obtendo mandado judicial para segurar-se da violência iminente; só produz efeitos depois de julgado por sentença.
Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação, restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser molestado.
Requisitos:
Posse do autor;
Ameaça de turbação ou esbulho por parte do réu;
Justo receio;
NUNCIAÇÃO DE OBRA NOVA: é a ação que visa impedir que o domínio ou a posse de um bem imóvel seja prejudicado em sua natureza, substância, servidão ou fins, por obra nova no prédio vizinho (arts. 934 a 940, CPC); só cabe se a obra contígua está em vias de construção; seu principal objetivo é o embargo à obra, ou seja, impedir sua construção. (Excluído do Novo Código de Processo Civil)
	Apontamentos necessários:
Jurisdição Contenciosa: ações excluídas no Novo CPC
As seguintes ações constantes do atual Código de Processo Civil, foram excluídas no texto da Lei 13.105/2015, que entrará em vigor em 18 de março de 2015, a saber:
Ação de depósito, prevista no art. 901;
Ação de Anulação e Substituição de Títulos ao Portador, art. 907;
Ação de Nunciação de Obra Nova, art. 934;
Ação de usucapião de Terras Particulares, art. 941;
Vendas a Crédito com Reserva de Domínio, art. 1070.
Persistem dúvidas entre os operadores do direito, de como proceder, quanto a proteção dos direitos dos jurisdicionados, frente a uma nova situação, em que seria cabível uma ação judicial que em tese se aplicaria um dos procedimentos extintos pelo novo diploma processual.
Entendemos que os direitos protegidos pelas ações excluídas, poderão ser resguardados ou protegidos, por meio de ações que seguirão o procedimento comum previsto noNovo CPC, com a possibilidade de utilização das tutelas provisórias, cabíveis em cada caso concreto, para proteção de situações de urgência, em que se demonstre o risco de dano irreparável e de difícil reparação.
AÇÃO DE DANO INFECTO: é uma medida preventiva utilizada pelo possuidor, que tenha fundado receio de que a ruína ou demolição ou vício de construção do prédio vizinho ao seu venha causar-lhe prejuízos, para obter, por sentença, do dono do imóvel contíguo oferecerá caução que garanta a indenização de danos futuros; não é propriamente uma ação possessória, mas sim cominatória, ante sua finalidade puramente acautelatória. Pode ser proposta, também, pelo condômino contra o coproprietário e pelo Poder Municipal quando a obra é irregular. Impede a construção e demole a existente. Não é propriamente uma ação possessória, sim cominatória, já que tem função acautelatória. 
Art. 1.280. O proprietário ou o possuidor tem direito a exigir do dono do prédio vizinho a demolição, ou a reparação deste, quando ameace ruína, bem como que lhe preste caução pelo dano iminente. 
AÇÃO DE IMISSÃO DE POSSE: é a que tem por escopo a aquisição da posse pela via judicial; embora o novo CPC não a tenha previsto, de modo específico, o autor poderá propô-la desde que imprima ao feito o rito comum (ação ordinária de imissão de posse), que objetivará a obtenção da posse nos casos legais.
DIREITO À PERCEPÇÃO DOS FRUTOS: o possuidor tem direito à percepção dos frutos, que são utilidades que a coisa periodicamente produz cuja percepção se dá sem detrimento de sua substância. 
Dividem-se em:
Quanto à origem:
Naturais – renovam-se naturalmente;
Industriais – devidos ao engenho humano;
Civis – rendas.
Quanto à percepção (que é o ato material pelo qual o possuidor se torna proprietário dos frutos):
pendentes (quando unidos à coisa principal);
percebidos (quando colhidos);
estantes (quando armazenados para venda);
percepiendos (quando deviam ter sido, mas ainda não foram colhidos)
consumidos (quando, ante sua utilização pelo possuidor, não mais existem);
Pelo art. 1214, CC, o possuidor de boa fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos tempestivamente, equiparando-se ao dono, uma vez que possui o bem; A boa-fé deve existir no momento da percepção. Não terá direito aos frutos pendentes nem aos colhidos antecipadamente, devendo restituí-los, deduzidas, as despesas de produção e custeio. A citação inicial ou a litis contestação faz cessar a posse de boa fé, passando doravante ser considerada posse de má fé.
Art. 1.214. O possuidor de boa-fé tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos.
Parágrafo único. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-fé devem ser restituídos, depois de deduzidas as despesas da produção e custeio; devem ser também restituídos os frutos colhidos com antecipação.
O art. 1216, CC. pune o dolo, a malícia e a má fé, pois o possuidor de má fé responde por todos os prejuízos que causou pelos frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber; tem, porém, direito às despesas de produção e custeio, a fim de se evitar enriquecimento ilícito, mas não tem direito a quaisquer frutos.
Art. 1.216. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por culpa sua, deixou de perceber, desde o momento em que se constituiu de má-fé; tem direito às despesas da produção e custeio.
DIREITO À INDENIZAÇÃO DAS BENFEITORIAS E DIREITO DE RETENÇÃO: o possuidor tem direito à indenização das benfeitorias, que são obras ou despesas efetuadas numa coisa para conservá-la, melhorá-la ou embelezá-la, bem como o direito de retenção, que é o direito que tem o devedor de uma obrigação reter o bem alheio em seu poder, para haver do credor da obrigação as despesas feitas em benefício da coisa; jus retentionis – meio direto de defesa que a lei permite ao possuidor, por meio de embargos de retenção, conservar em seu poder coisa alheia além do momento em que deveria devolver, como garantia de pagamento das despesas feita com o bem. O possuidor de boa fé (art. 1.219, CC), privado do bem em favor do reivindicante ou evictor, tem direito de ser indenizado das benfeitorias necessárias e úteis, e de levantar, desde que não danifique a coisa, as voluptuárias;
Art. 1.219. O possuidor de boa-fé tem direito à indenização das benfeitorias necessárias e úteis, bem como, quanto às voluptuárias, se não lhe forem pagas, a levantá-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poderá exercer o direito de retenção pelo valor das benfeitorias necessárias e úteis.
O possuidor de má fé (art. 1.220, CC) só é ressarcido do valor das benfeitorias necessárias, executadas para a conservação da coisa, já que o proprietário seria obrigado a fazê-las. Perde as úteis em favor do proprietário, não podendo levantar as voluptuárias.
Art. 1.220. Ao possuidor de má-fé serão ressarcidas somente as benfeitorias necessárias; não lhe assiste o direito de retenção pela importância destas, nem o de levantar as voluptuárias.
O reivindicante, que tiver de pagar indenização de benfeitorias ao possuidor de boa-fé, o fará pelo seu valor atual. Art. 1.222, 2ª parte, CC.
Art. 1.222. O reivindicante obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé tem o direito de optar entre o seu valor atual e o seu custo; ao possuidor de boa-fé indenizará pelo valor atual.
RESPONSABILIDADE PELA DETERIORAÇÃO E PERDA DA COISA: o possuidor tem essa responsabilidade, sendo que o de boa fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa (art. 1.217, CC), a não ser que concorra propositadamente para que se dê a deterioração ou a perda do bem; o de má fé (CC. art. 1218) responde pela perda e deterioração, mas poderá exonerar-se dessa responsabilidade se demonstrar que esses fatos se verificariam de qualquer modo, ainda que estivesse o bem em poder do reivindicante.
Art. 1.217. O possuidor de boa-fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa.
Art. 1.218. O possuidor de má-fé responde pela perda, ou deterioração da coisa, ainda que acidentais, salvo se provar que de igual modo se teriam dado, estando ela na posse do reivindicante.
O possuidor pode adquirir a propriedade: pela posse continuada, usucapião. O ônus da prova compete ao adversário do possuidor: quando o direito deste for contestado.

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