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A HERMENEUTICA DA FACTICIDADE

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AULA 07
UNIDADE II
FILOSOFIA GERAL DO DIREITO
PROFESSOR ME. ALEXANDRE DE SÁ
 
HEIDEGGER E GADAMER:
 A HERMENÊUTICA DA FACTICIDADE
 	
	
	
	
 
 Muito pode ser dito sobre as semelhanças e diferenças entre as concepções de hermenêutica em Gadamer e Heidegger. A própria noção de hermenêutica é extremamente obscura, devido aos seus diversos usos em diferentes contextos e autores. Podemos aqui indicar, ainda que com um recorte que foca em alguns conceitos mais fundamentais, certas considerações sobre a interpretação de Gadamer da hermenêutica heideggeriana e com isso compreender alguns aspectos da influência de Heidegger sobre seu célebre aluno, assim como suas diferenças. histórica da facticidade, que aponta para a condição do homem já sempre imerso em uma tradição determinada e sua projeção ao futuro enquanto está aberto para suas possibilidades. O aspecto, apontado por Gadamer, do papel fundamental dos prejuízos para a compreensão – o qual é desenvolvido amplamente em Verdade e Método – também encontrou, em grande parte, uma inspiração na posição heideggeriana. (Autora: Juliana Missaggia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A HERMENÊUTICA EM HEIDEGGER E GADAMER: ALGUMAS CONFLUÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS. Fonte: http://www.ufrb.edu.br/griot/images/vol6-n2/1-A_HERMENEUTICA_EM_HEIDEGGER_E_GADAMER-_ALGUMAS_CONFLUENCIAS_E_DIVERGENCIAS_-Juliana_Missaggia.pdf)
	
 HEIDEGGER E GADAMER: A HERMENÊUTICA DA FACTICIDADE	
 	
	
	
	
 
 O próprio Gadamer desenvolveu amplamente uma interpretação da obra de Heidegger e apresentou as influências desta em seu trabalho filosófico. Nada mais adequado, portanto, do que expor primeiramente suas considerações. Em Verdade e Método, Gadamer analisa o aspecto hermenêutico da filosofia heideggeriana: também em Heidegger poderíamos encontrar a tentativa de um retorno à “vida”, a qual já havia sido empreendida por Husserl, Dilthey e Yorck. O que diferenciaria a posição heideggeriana seria, em primeiro lugar, as diferentes consequências epistemológicas de sua análise. Heidegger não pretendia partir do cogito puro de um eu transcendental, como seu mestre Husserl, mas sim procurava desenvolver uma “hermenêutica da facticidade”, onde a própria existência concreta e já sempre dada do homem seria a base para qualquer investigação fenomenológica. (Autora: Juliana Missaggia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A HERMENÊUTICA EM HEIDEGGER E GADAMER: ALGUMAS CONFLUÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS. Fonte: http://www.ufrb.edu.br/griot/images/vol6-n2/1-A_HERMENEUTICA_EM_HEIDEGGER_E_GADAMER-_ALGUMAS_CONFLUENCIAS_E_DIVERGENCIAS_-Juliana_Missaggia.pdf)
	
 HEIDEGGER E GADAMER: A HERMENÊUTICA DA FACTICIDADE	
 	
	
	
	
 
 Gadamer analisa a chamada “hermenêutica da facticidade” também em outras obras. Em seu livro Os caminhos de Heidegger, o filósofo explica a expressão: 
 Pois facticidade quer dizer o fato em seu ser-fato, ou seja, justamente aquilo do qual não se pode voltar atrás. Também em Dilthey (…) já se encontra a caracterização da vida como fato do qual não se pode voltar atrás. E sem dúvida é parecido em Bergson, Nietzsche e Natorp. (…) Portanto, hermenêutica da facticidade é um genitivus subjectivus. A facticidade se põe, ela mesma, na interpretação. A facticidade que se interpreta a si mesma não junta em si mesma conceitos que a interpretariam, mas sim é um modo do falar conceitual que quer agarrar sua origem, e com ela seu próprio alimento vital, quando se transforma à forma de uma proposição teórica (GADAMER, 2002a, p. 282). (Autora: Juliana Missaggia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A HERMENÊUTICA EM HEIDEGGER E GADAMER: ALGUMAS CONFLUÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS. Fonte: http://www.ufrb.edu.br/griot/images/vol6-n2/1-A_HERMENEUTICA_EM_HEIDEGGER_E_GADAMER-_ALGUMAS_CONFLUENCIAS_E_DIVERGENCIAS_-Juliana_Missaggia.pdf)
	
 HEIDEGGER E GADAMER: A HERMENÊUTICA DA FACTICIDADE	
 	
	
	
	
 
 A noção de facticidade parece apontar um problema na medida em que trata daquilo diante do qual “não se pode voltar atrás”, isto é, daquilo que necessariamente está já estabelecido e do qual devemos sempre partir, que é o fato mesmo da vida presente. Essa vida, ainda que sempre a constatemos como algo atual no instante mesmo em que a percebemos, não está isolada de um contexto e de um fluxo temporal: a facticidade da vida é envolta sempre por um passado carregado de significação (incluindo os prejuízos a ela inerentes) e aponta para as projeções que podemos fazer em relação ao futuro. Uma vez que vivemos num contínuo fluxo temporal é natural que possamos fazer certas previsões, com base nos conhecimentos passados, sobre aquilo que pode acontecer; estamos necessariamente abertos para nossas possibilidades, cientes de sua existência. (Autora: Juliana Missaggia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A HERMENÊUTICA EM HEIDEGGER E GADAMER: ALGUMAS CONFLUÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS. Fonte: http://www.ufrb.edu.br/griot/images/vol6-n2/1-A_HERMENEUTICA_EM_HEIDEGGER_E_GADAMER-_ALGUMAS_CONFLUENCIAS_E_DIVERGENCIAS_-Juliana_Missaggia.pdf)
	
 HEIDEGGER E GADAMER: A HERMENÊUTICA DA FACTICIDADE	
 	
	
	
	
 
 Do mesmo modo, toda atitude presente não é encerrada em si mesma, mas envolve esse contexto determinado pelo conhecimento já adquirido. Esse aspecto do “horizonte temporal” do conceito de facticidade certamente tem seus reflexos na hermenêutica gadameriana, o que é também evidenciado pelo grande interesse de Gadamer pelo tema. (Autora: Juliana Missaggia. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). A HERMENÊUTICA EM HEIDEGGER E GADAMER: ALGUMAS CONFLUÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS. Fonte: http://www.ufrb.edu.br/griot/images/vol6-n2/1-A_HERMENEUTICA_EM_HEIDEGGER_E_GADAMER-_ALGUMAS_CONFLUENCIAS_E_DIVERGENCIAS_-Juliana_Missaggia.pdf)
	
 HEIDEGGER E GADAMER: A HERMENÊUTICA DA FACTICIDADE	
 	
	
	
	
 
	WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
 	
	
	
	
 
 Ainda que possa ser encontrada em outras áreas, a expressão “virada lingüística” ou “giro lingüístico” (linguistic turn) é típica do campo filosófico.  Designa o predomínio da linguagem sobre o pensamento como um dos objetos da investigação filosófica. De acordo com o filósofo estadunidense Donald Davidson (1917-2003), é uma expressão que nomeia um novo paradigma quanto ao modo de se fazer filosofia e que veio para ficar. A virada lingüística, uma vez aceita como paradigma pelos filósofos, também alterou a periodização da historiografia da filosofia. Ou seja, uma boa parte dos historiadores da filosofia tem construído narrativas a partir de “viradas” ou “giros” – os “turns”. Fala-se ao menos em três “viradas”, como uma maneira de estabelecer uma divisão entre a filosofia antiga e a moderna, uma outra divisão entre a moderna e a contemporânea e, por fim, uma divisão no interior da filosofia contemporânea. O filósofo alemão Jürgen Habermas tem adotado essa terminologia, falando em “virada epistemológica”, “lingüística” e “lingüístico-pragmática”. No que segue, a ênfase é sobre as duas primeiras “viradas”. (Autor: Paulo Ghiraldelli Jr. Fonte: https://ghiraldelli.wordpress.com/2007/11/05/virada-linguistica-um-verbete)
	WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
 	
	
	
	
 WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
 Ludwig Wittgenstein (1889-1951) foi, sem dúvida, um dos filósofos mais influentes do século 20 e o principal responsável pela chamada virada linguística da filosofia, movimento que colocou a linguagem no centro da reflexão filosófica, deixando de figurar apenas como um meio para nomear as coisas ou transmitir pensamentos. Em Wittgenstein, como em Sócrates, vemos um filósofo que procura viver coerentemente com suas crenças
filosóficas. (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
 WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
 Ele recusou a fortuna de sua família e trabalhou em funções humildes, como ajudante de jardineiro em um mosteiro e porteiro em um hospital. Em sua trajetória intelectual, Wittgenstein foi capaz de realizar uma profunda revisão de sua própria teoria, a tal ponto que muitos estudiosos de sua obra filosófica a dividem em dois períodos: o "primeiro Wittgenstein", que corresponderia ao seu "Tractatus Logico-Philosophicus", publicado em 1921, e o "segundo Wittgenstein", cuja obra principal é "Investigações Filosóficas", publicada postumamente. (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
 WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
 Embora se tratem de "dois wittgensteins", que influenciaram escolas filosóficas diferentes, a linguagem permanece o tema principal de sua reflexão e o que fornece unidade a sua obra. (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
 WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
Tractatus Logico-Philosophicus
 No "Tractatus Logico-Philosophicus" - um conjunto de aforismos e corolários divididos de 1 a 7 -, Wittgenstein tenta romper com a visão tradicional da filosofia, que vê o mundo como um mero agregado de coisas que podem ser pensadas de modo independente umas das outras. Tal visão não é incorreta, apenas incapaz de explicar qual a relação existente entre as coisas. As coisas, por si só, não têm sentido, pois elas ganham significado quando relacionadas com outras coisas. Da mesma forma como não conseguimos pensar em algo fora do espaço e do tempo, "também não podemos pensar em nenhum objeto fora da possibilidade de sua ligação com outros" (Tractatus, 2.0121). (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
 WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
 Para que algo possa ter significado é preciso que apareça dentro de uma relação com outros objetos em um determinado estado de coisas. Estar ligado a um estado de coisas é, ao mesmo tempo, a condição para que um objeto possa aparecer e ser pensado. Com as palavras acontece a mesma coisa. Elas só adquirem significado quando inseridas em uma frase, pois somente as frases podem ser consideradas verdadeiras ou falsas. Dizer, por exemplo, "cadeira" é algo que carece de complemento para se tornar uma unidade significativa. É somente quando tenho uma frase como "a cadeira está na cozinha" que posso dizer se essa proposição é verdadeira ou falsa.(Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
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 Eu não poderia, porém, saber se uma frase é ou não verdadeira se ela não correspondesse à estrutura do mundo, ou seja, a ordem das coisas no mundo. Mas como a linguagem pode representar a estrutura do mundo? (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm) 
 WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
Conexão entre palavras e objetos
 Para Wittgenstein isso só seria possível se existisse uma correspondência entre o mundo, o pensamento e a linguagem. Dito de outra maneira, se houvesse uma correspondência entre a figuração do mundo na linguagem e o próprio mundo afigurado. Como explica Wittgenstein, "na figuração e no afigurado deve haver algo de idêntico, a fim de que um possa ser, de modo geral, uma figuração do outro". (2.161). "O que a figuração deve ter em comum com a realidade para poder afigurá-la à sua maneira - correta ou falsamente - é a sua forma de afiguração" (2.17). Portanto, não basta que exista uma correspondência entre a palavra e a coisa designada, pois nas frases falsas também se fala sobre objetos. Caso contrário, elas não seriam falsas, mas apenas absurdas. (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
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 O que determina a verdade ou falsidade é se a conexão entre as palavras na proposição é igual à conexão entre os objetos no mundo, isto é, deve haver uma identidade entre a estrutura das coisas e a estrutura do pensamento. O que permite que a linguagem possa corresponder ao mundo é que ambos partilham da mesma forma lógica. A forma lógica é, portanto, a condição de possibilidade da afiguração. Mas como Wittgenstein pode demonstrar isso? Como pode ele provar que pensamento, linguagem e mundo têm a mesma forma lógica? Aqui chegamos a um ponto decisivo para a filosofia: segundo Wittgenstein, isso não pode ser demonstrado, é algo que apenas se mostra. Para demonstrar aquilo que se mostra através da linguagem e do mundo seria preciso uma teoria que se referisse à totalidade do mundo e da linguagem. (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
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 Isso é, no entanto, impossível, pois quando falamos sobre o mundo já estamos dentro da forma lógica e não há como vê-la de fora. "Para podermos representar a forma lógica, deveríamos poder-nos instalar, com a proposição, fora da lógica, quer dizer, fora do mundo" (4.12). Teríamos que colocar-nos, como diziam os medievais, no ponto de vista de Deus, algo que é igualmente impossível, a menos que o próprio Deus o revelasse para nós. (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
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Função da filosofia: esclarecer pensamentos
 Daí que as investigações sobre o sentido do mundo como totalidade não é assunto para o filósofo, mas para o místico: "O sentimento do mundo como totalidade limitada é o sentimento místico" (6.45). A filosofia não tem nada a dizer sobre a forma lógica, já que a forma lógica é a condição de possibilidade de toda e qualquer figuração e não pode, ela mesma, ser afigurada. A forma lógica não se explica, se mostra, e "o que pode ser mostrado não pode ser dito" (4.1212). Ao invés de especular sobre a totalidade do mundo e da linguagem, a filosofia deveria ocupar-se de uma função mais modesta: a de esclarecer a linguagem e ajudar a formular proposições claras. Nas palavras de Wittgenstein: "O fim da filosofia é
o esclarecimento lógico dos pensamentos. (...) Cumpre à filosofia tornar claros e delimitar precisamente os pensamentos, antes como que turvos e indistintos" (4.112). (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
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 Assim, quando alguém quiser dizer algo de metafísico como "ser" ou "essência", explicar-lhe que não conferiu um significado preciso ao que diz e sugerir que ele reconstrua sua proposição. Os filósofos deveriam resignar-se ao sétimo aforismo do Tractatus que diz que "sobre aquilo que não se pode falar, deve-se calar". Todavia, não deixa de ser curioso que o próprio Wittgenstein teve de se valer de proposições gerais e metafísicas para expor suas teses. Ele afirma, por exemplo, que a totalidade das proposições é a linguagem; que a proposição é uma figuração da realidade; que os limites do mundo são os limites da minha linguagem etc. Ou seja, ele não se limita ao que se mostra, mas pretende falar sobre como as coisas são em sua totalidade.(Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm)
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 Assim, o seu Tractatus deve também ser entendido como uma pretensão de dizer algo de metafísico e, portanto, um contra-senso. Para sair dessa, Wittgenstein usa a genial analogia da escada que deve ser jogada fora após se subir por ela (6.54). A filosofia é essa escada que ele usou para descrever a estrutura lógica do mundo e da linguagem. Feito isso, sua função está praticamente encerrada e Wittgenstein, coerente com seu pensamento, preferiu mergulhar em um silêncio que durou vários anos a continuar a dizer mais contra-sensos. "Minhas proposições" - diz Wittgenstein - "elucidam dessa maneira: quem me entende acaba por reconhecê-las como contra-sensos, após ter escalado através delas - por elas - para além delas. (Deve, por assim dizer, jogar fora a escada após ter subido por ela.)" (6.54). (Autor: Josué Cândido da Silva, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação é professor de filosofia da Universidade Estadual de Santa Cruz em Ilhéus (BA). Fonte: http://educacao.uol.com.br/disciplinas/filosofia/filosofia-da-linguagem-3-wittgenstein-e-a-figuracao-do-mundo.htm) 
 
 Há profundas diferenças de opinião entre os filósofos contemporâneos sobre se vale a penar ler Wittgenstein e sobre o que se pode aprender dele. Eles discordam paralelamente sobre se problemas filosóficos, em qualquer sentido, são problemas de linguagem. Neste “paper” descreverei três perspectivas de Wittgenstein, correspondentes a três modos de pensar sobre a assim chamada “virada lingüística em filosofia”. Isso me ajudará a defender duas afirmações que fiz no passado. Primeira: nada há, em um sentido interessante, na afirmação de que problemas filosóficos são problemas filosóficos. Segundo: a “virada lingüística foi útil, todavia, para fazer a atenção dos filósofos passar do tópico da experiência em direção ao do comportamento lingüístico; essa mudança ajudou a romper com a crença no empirismo – e, mais amplamente, no representacionismo. (Autor: Richard Rorty Fonte: https://ghiraldelli.files.wordpress.com/2008/07/rorty_virada.pdf)
	WITTGENSTEIN E A VIRADA LINGUÍSTICA	
 	
	
	
	
 
	FUNDAMENTOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA 	
 	
	
	
	
 
 Viver é interpretar constantemente. Desde que o homem existe, como ser dotado de razão, conhece e, por conseguinte, interpreta. Tudo é interpretável, porque tudo clama pelo ato ou atividade de apreensão do sentido. A diferença entre as ciências da natureza e as ciências sociais radica-se mais no grau de relevância que o sentido tem para a verificação ou esclarecimento do “verdadeiro” do que na ausência ou presença propriamente ditas da captação do sentido. A interpretação da natureza é mais explicativa, enquanto que a da cultura (incluindo aqui o Direito) é mais compreensiva. Desde as origens do homem, há interpretação. Porém, não há hermenêutica, com foros de cientificidade como se vê hoje. Logo, a interpretação precede à hermenêutica, pois onde existe o homem, há interpretação. (Fonte: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA HERMENÊUTICA E DESAFIOS DO JUIZ NO PÓS-POSITIVISMO. Disponível em: http://portais.tjce.jus.br/esmec/wp-content/uploads/2011/08/artigo-1.pdf)
 FUNDAMENTOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA 		
 
 	
	
	
	
 
 
 A hermenêutica alcançou notável proeminência no campo religioso. O ato de interpretar corretamente a palavra de Deus era comum ao povo judeu em relação ao Antigo Testamento; aos cristãos, ao Novo Testamento; e aos protestantes, em relação à Reforma. Explica Camargo que, durante a Idade Média, a análise sistemática sobre a evidência da revelação divina deu origem à teologia, assumindo a hermenêutica o aspecto exegético da correta interpretação dos textos sagrados. Isto, portanto, deu ensejo ao desenvolvimento no campo filológico. Em sua origem etimológica, o termo hermenêutica deriva do verbo grego hermeios, que se referia ao sacerdote do oráculo de Delfos. O verbo hermeneuein e o substantivo hermeneia, podem ser traduzidos, em geral, por interpretação. Por conta disso, hermenêutica releva-se como “o processo de ´tornar compreensível´, especialmente enquanto tal processo envolve a linguagem, visto ser a linguagem o meio por excelência neste processo”. (Fonte: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA HERMENÊUTICA E DESAFIOS DO JUIZ NO PÓS-POSITIVISMO. Disponível em: http://portais.tjce.jus.br/esmec/wp-content/uploads/2011/08/artigo-1.pdf)
		
 FUNDAMENTOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA 
 
 	
	
	
	
 
 
 Observa Gomes a existência da “proximidade da ideia de Hermenêutica com a Filosofia”, haja vista que a “hermenêutica tem a ver com a busca do sentido de tudo aquilo que é percebido pelo homem como capaz de se converter em tema de indagação, de formulação de pergunta”. Posto isso, coaduna-se com a teoria de Heiddeger, quando vê “a própria filosofia, enquanto interpretação”. A hermenêutica, em regra, faz parte da filosofia. Na medida em que ela vai se especializando, possui a flexibilidade de se adequar ao objeto que está sendo interpretado, cujo sentido pretende ser captado. Na lição de Gadamer, a hermenêutica deve ser vista como “a arte do compreender”, não estando limitada ao conjunto de métodos de interpretação. Inspirado na teoria gadameriana, Gomes afirma que “a proposta da Hermenêutica consiste na busca da compreensão de tudo aquilo que se põe como objeto de interpretação, isto é, de tudo o que demanda um esforço humano em busca de significado e de sentido para o que se quer compreender”. (Fonte: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA HERMENÊUTICA E DESAFIOS DO JUIZ NO PÓS-POSITIVISMO. Disponível em: http://portais.tjce.jus.br/esmec/wp-content/uploads/2011/08/artigo-1.pdf)
	 FUNDAMENTOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA 	
 
 	
	
	
	
 
 
 Na mitologia discorrida por JUNITO DE SOUZA BRANDÃO18 a expressão hermenêutica possui raízes na mitologia grega, como discorre CAMARGO “Hermes na mitologia grega, era um deus de muita agilidade e sapiência. Ao nascer, desfez-se sozinho da bandagem que o envolvia e ganhou as estradas... Hermes logo furtou um rebanho de Apolo, prendendo no rabo das ovelhas um ramo que, arrastado ao chão, apagava seus rastros. Ao ser indagado por Zeus, seu pai, sobre o ocorrido, depois de alguma relutância concordou em dizer a verdade, mas não toda a verdade ou não a verdade por inteiro. E dessa forma, Hermes tornou-se o mensageiro predileto dos deuses: aquele que detém o conhecimento
e que portanto é capaz de decifrar corretamente as mensagens divinas. Conhecedor e intérprete das vontades ocultas, Hermes ganhou fama de sábio, tornando-se importante, mais tarde, para o desenvolvimento da ciência.” Mitologia Grega. Petropolis: Vozes, 1987, vol. II, p. 191 apud CAMARGO, Hermenêutica e Argumentação..., p. 14. (Autor: Lúcio Flávio J. Sunakozawa. ARGUMENTAÇÃO E HERMENÊUTICA JURÍDICA COMO EFETIVIDADE DAS DECISÕES JUDICIAIS. Fonte: http://www.oab.org.br/editora/revista/users/revista/1205506065174218181901.pdf)
	FUNDAMENTOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA 	
 
 	
	
	
	
 
 Hermenêutica, dessa forma, é o conjunto de regras pelas quais a interpretação se opera, cuidando do entendimento da suas estruturas e do seu funcionamento. De uma forma bem objetiva, a hermenêutica estabelece regras para interpretar. A interpretação é aqui ilimitada, já que é inerente à captação de sentido oriunda da racionalidade humana, atuando em todas as áreas de conhecimento. A escolha entre as diversas possibilidades de interpretação há de estar voltada para o alcance social que a aplicação do sentido, assim captado, possa ter. Isso é bem interessante porque não é todo sentido captado que se presta à ordenação social, sendo que alguns levariam mesmo à desorganização da sociedade, com todo um conjunto de efeitos negativos para a convivência e para a paz social. (Fonte: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA HERMENÊUTICA E DESAFIOS DO JUIZ NO PÓS-POSITIVISMO. Disponível em: http://portais.tjce.jus.br/esmec/wp-content/uploads/2011/08/artigo-1.pdf)
	FUNDAMENTOS DE HERMENÊUTICA JURÍDICA 	
 
 	
	
	
	
 
 O homem é um ser axiológico, e os valores, por sua vez, é que determinam a conduta humana. Logo, a interpretação é subjetiva, relativa, dependendo do sujeito cognoscente. É exatamente aí que entra o papel da hermenêutica, para orientar a interpretação e a captação de um sentido para a organização social. O sujeito, ao interpretar o objeto, já leva para o seu plano de conhecimento uma prévia atribuição para designá-lo. O conhecimento está intimamente correlacionado com a ciência, pois esta, para existir, apresenta requisitos essenciais como: um método próprio para o desenvolvimento do ato de conhecer do sujeito, um objeto específico no qual se vincula a atividade cognitiva do observador e uma aceitação universal que demonstra a realização empírica de uma experiência para algumas ciências. Isto ocorre no âmbito das exatas. (Fonte: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA HERMENÊUTICA E DESAFIOS DO JUIZ NO PÓS-POSITIVISMO. Disponível em: http://portais.tjce.jus.br/esmec/wp-content/uploads/2011/08/artigo-1.pdf)
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 A norma, independente de sua natureza, é o sentido que se extrai do texto no momento de sua interpretação. Com isso, o sentido será sempre reconstruído, podendo apresentar-se de várias formas a depender dos fatores envolvidos no contexto, dentre estes, tem-se a atividade intelectiva do intérprete. (Fonte: FUNDAMENTOS FILOSÓFICOS DA HERMENÊUTICA E DESAFIOS DO JUIZ NO PÓS-POSITIVISMO. Disponível em: http://portais.tjce.jus.br/esmec/wp-content/uploads/2011/08/artigo-1.pdf)
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 Para Martin Heidegger, a Hermenêutica é sempre uma compreensão de sentido: buscar o ser que me fala e o mundo a partir do qual ele me fala; descobrir atrás da linguagem o sentido radical, ou seja, o discurso. Na definição de Deocleciano Torrieri Guimarães em seu Dicionário Técnico Jurídico, é a ciência da interpretação de textos da lei que tem por objetivo o estudo e a sistematização dos processos a serem aplicados para fixar o sentido e o alcance das normas jurídicas, seu conhecimento adequado, adaptando-as aos fatos sociais. (Autora: ALINE CARLA MENDONÇA: Advogada. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes – RJ. Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/monografia-tcc-tese,a-hermeneutica-na-aplicacao-dos-principios-juridicos,23352.html)
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 A Hermenêutica Jurídica é o sistema de regras para interpretação das leis e sua importância deriva do interesse público.Considerando-se que deve o Direito ser interpretado inteligentemente porque ele nasce da sociedade e para a sociedade, preocupa-se a Hermenêutica com o resultado provável de cada interpretação, de forma a buscar aquela que conduza a melhor conseqüência para a coletividade. (Autora: ALINE CARLA MENDONÇA: Advogada. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes – RJ. Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/monografia-tcc-tese,a-hermeneutica-na-aplicacao-dos-principios-juridicos,23352.html)
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 Isto posto, tem-se como Hermenêutica Jurídica a ciência da interpretação, pois sendo norma geral e abstrata, tem de ser adequada ao caso concreto. A máxima in claris non fit interpretatio tem de ser compreendida considerando que os dispositivos legais não se aplicam automaticamente e que a compreensão da vontade normativa da lei, da mens legis é indispensável mesmo quando as leis são claras. (Autora: ALINE CARLA MENDONÇA: Advogada. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes – RJ. Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/monografia-tcc-tese,a-hermeneutica-na-aplicacao-dos-principios-juridicos,23352.html)
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 Schleiermacher e Dilthey fizeram da hermenêutica uma teoria científica da interpretação e o método das ciências do espírito ou culturais, mas somente com Savigny é que a hermenêutica vai entrar no Direito, de modo a elevá-lo à categoria de ciência cultural e é com o próprio Savigny que tem início a hermenêutica jurídica clássica, metodológica e científica, voltada para o Direito privado e para as normas com estrutura de regra. (Autora: ALINE CARLA MENDONÇA: Advogada. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes – RJ. Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/monografia-tcc-tese,a-hermeneutica-na-aplicacao-dos-principios-juridicos,23352.html)
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 Interpretar uma lei importa, previamente, em compreendê-la na plenitude de seus fins sociais, a fim de poder-se, desse modo, determinar o sentido de cada um de seus dispositivos. Somente assim ela é aplicável a todos os casos que correspondam àqueles objetivos. Como se vê, o primeiro cuidado do hermeneuta contemporâneo consiste em saber qual a finalidade social da lei, no seu todo, pois é o fim que possibilita penetrar na estrutura de suas significações particulares. O que se quer atingir é uma correlação coerente entre o todo da lei e as partes representadas por seus artigos e preceitos, à luz dos objetivos visados. (Autora: ALINE CARLA MENDONÇA: Advogada. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes – RJ. Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/monografia-tcc-tese,a-hermeneutica-na-aplicacao-dos-principios-juridicos,23352.html)
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 Assim, a interpretação é, nada mais nada menos, que a aplicação ao caso concreto de enunciados já estabelecidos pela ciência da hermenêutica. Uma coisa é interpretar a norma legal, outra coisa é refletir e criar as formas pelas quais serão feitas as interpretações jurídicas. Interpretar é descobrir o sentido de determinada norma jurídica
ao aplicá-la ao caso concreto.(Autora: ALINE CARLA MENDONÇA: Advogada. Graduada em Direito pela Universidade Católica de Goiás. Pós-graduada em Direito Civil e Processo Civil pela Universidade Cândido Mendes – RJ. Fonte: http://www.conteudojuridico.com.br/monografia-tcc-tese,a-hermeneutica-na-aplicacao-dos-principios-juridicos,23352.html)
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