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4 CENTRO UNIVERSITÁRIO INTERNACIONAL UNINTER GABRIELE WERLE, 1132130, 10/2014 PORTFÓLIO UTA FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO – Fase I-B Relatório de Prática Tutorial apresentado à UTA FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO no curso de PEDAGOGIA. Tutora Local: Viviane Mattos Battistello Centro Associado: São Leopoldo/RS SÃO LEOPOLDO 2015 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO......................................................................................................4 2 Fundamentos Psicológicos...................................................................................5 2.1 Os Pensadores da Psicologia da Educação......................................................5 3 Fundamentos Socioantropológicos.......................................................................7 3.1 Cine Debate.......................................................................................................7 CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................9 REFERÊNCIAS......................................................................................................10 1 INTRODUÇÃO Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de apresentar a importância da psicologia da educação para a formação docente. A psicologia da educação tem como objetivo compreender os processos de desenvolvimento e aprendizagem do ser humano, ela estuda as mudanças no comportamento das pessoas que foram provocados ou induzidos por situações educativas formais ou informais, o que significa que as mudanças são os resultados de nossa participação em situações educativas as quais podem acontecer até o fim de nossas vidas. Para entendermos um pouco mais sobre como as pessoas se desenvolvem e aprendem, irei abordar a teoria desenvolvida pelo teórico interacionista Jean Piaget (1896-1980) e sua contribuição com a teoria epistemologia genética. Essa teoria define-se como é o estudo do conhecimento a partir de seu inicio. É por essa razão que Piaget se interessa pelo estudo do processo de desenvolvimento do conhecimento do ser humano desde o seu nascimento até a vida adulta. Ao longo deste trabalho também será apresentado um texto reflexivo sobre o Filme Machuca gravado no Chile e na Espanha no ano de 2004. O filme retrata a luta de um diretor de escola a favor da educação igualitária. Conta a história de dois amigos, um de família abastada burguesa, e outro (Pedro Machuca) de família pobre, o que, entre outros rapazes da sua classe social, é integrado num estabelecimento para estudantes de classe alta, o Saint Patrick, uma escola católica situada no setor Oriental da capital. O projeto de integração social é encabeçado pelo diretor do estabelecimento, o padre McEnroe, que ao implementar estas medidas dividiu os pais, especialmente inimizando os de mais poder económico, contrários ao seu experimento. As suas medidas levaram à sua expulsão depois do golpe Pinochet ano. 2 FUNDAMENTOS PSICOLÓGICOS 2.1 Os Pensadores da Psicologia da Educação O construtivismo piagetiano explica a passagem de um menor nível de conhecimento para um de maior conhecimento. Ou seja, ao mesmo tempo em que o sujeito constrói o objeto, ele constrói a si mesmo como sujeito, por meio de sua ação interativa com o meio em que vive. Segundo Piaget, o conhecimento é construído como forma de constituição individual; ele não desconsidera que o conhecimento é influenciado pelo externo, para ele a construção do conhecimento é progressivo não nasce com o indivíduo nem é dado pelo meio social, o sujeito constrói o mesmo através da interação com o meio físico e social. Os fatores necessários para o desenvolvimento da pessoa é a maturação, experiência ativa, interação social e equilibração. A maturação segundo ele se dá pelo amadurecimento do sistema nervoso o que possibilita o desenvolvimento, a experiência ativa são as experiências que provocam assimilação e acomodação, a interação social acontece entre pessoas e por último a equilibração consiste no processo de um novo equilíbrio a partir de uma situação de desequilíbrio cognitivo, pois segundo Tania Stoltz, (2012, p.23): “O conflito cognitivo é interno ao sujeito e constitui-se na contradição entre o que o sujeito sabe e o que lhe está sendo apresentado pelo meio. O avanço na compreensão requer esse conflito e sua ultrapassagem.” (Tania Stoltz,2012,p.23) Piaget apresenta quatro etapas do desenvolvimento: o primeiro é sensório-motor que inicia a partir do nascimento até os dois anos de idade e isso acontece a partir dos reflexos natos e dos exercícios motores. Nesta fase é muito importante permitir que a criança interaja com diferentes objetos de várias texturas, cores e sons também para que ela possa fazer o reconhecimento do seu próprio espaço com seus movimentos. Nesta idade a criança encontra-se basicamente em um estágio de anomia moral, ou seja, sem regras. Pois como diz Piaget (1977): “A criança não nasce, portanto, com noções de limites, regras ou normas. Essas noções são construídas a partir de sua interação com o meio.” (Piaget, 1977). O segundo é o pré-operatório e começa a partir dos dois anos até os sete a oito anos, nesse momento entra a fase da função simbólica-representar uma coisa por meio de outra, o jogo do faz de conta. Nesta fase é característico o egocentrismo psíquico, a criança imagina-se como o centro do universo. Ela acredita que o ser humano é o centro do universo. Dentro do egocentrismo existem diversas manifestações, uma delas é o animismo onde ela pensa que os objetos possuem vida e por isto que se encantam tanto com histórias em que animais, plantas e arvores falam. Outra manifestação é o artificialismo, nela a criança crê que o ser humano criou o sol, a lua e nesta fase surge também o realismo onde a criança imagina que quanto maior a palavra maior o objeto, assim o raciocínio não se baseia na lógica, mas, na quantidade. As principais características nesta fase são o jogo simbólico e a imitação; neste período é essencial o trabalho com limites, regras e normas. O terceiro é o operatório concreto que inicia aos oito anos até os doze a quinze anos. Nesta fase se dá a capacidade de conservar um objeto no discurso e o desenvolvimento lógico sobre coisas concretas, aparecimento das noções de peso e volume, compreensão das relações entre as coisas e superação do egocentrismo. O quarto é a operação formal que inicia aos doze anos mais ou menos, onde acontece a construção do conhecimento, lógica do discurso, desenvolvimento da capacidade para formar e entender conceitos de amor, justiça e democracia, pensamento concreto sobre coisas. O individuo se torna capaz de chegar a conclusões a partir de hipóteses. Para Piaget a aprendizagem é um processo construído internamente, depende do nível de desenvolvimento do sujeito, é um processo de reorganização cognitiva. Piaget acredita que o objetivo da educação está voltado ao desenvolvimento do raciocínio autônomo, tanto no plano intelectual como no plano moral. 3 FUNDAMENTOS SOCIOANTROPOLÓGICOS 3.1 Cine Debate O filme Machuca relata sobre as diferenças sociais vividas pelas pessoas no Chile. Porém sabemos que essa diferença social não ocorre somente neste país. O diretor padre McEnroe sendo a favor da educação igualitária e da igualdade entre as pessoas coloca crianças podres no colégio. Na atualidade ainda vivemos com este problema, pois a exclusão social, a discriminação e o preconceito são fenômenos que resultam em violência de toda natureza, com isso a educação não esta isenta de reproduzir esse tipo de atitude para com o outro. Essas atitudes precisam ser trabalhadas desde cedo, com o auxilio do professor, pois ele é um agente social significativo no processo de socialização das novas e futuras gerações. Como relata Rocher(1971): “A atuação do professor no processo de socialização pode ser substancial para a formação da personalidade e do caráter dos futuros cidadãos, portanto, a profissão docente é uma daquelas cujos resultados não são necessariamenteimediatos, mas sim prolongados pela vida toda dos indivíduos.” ( Rocher, 1971). O professor no seu cotidiano precisa atuar utilizando questões culturais numa perspectiva de respeito, de reconhecimento e de afirmação das diferenças culturais, como base em uma educação voltada à justiça social. É preciso ter um olhar mais critico na diferença e na desigualdade presente em sala de aula, ou para os conteúdos educativos presentes na sociedade em que vivemos. A escola tem um papel crucial a desempenhar nesse processo, pois: “Em primeiro lugar, porque é o espaço em que pode se dar a convivência entre crianças de diversas origens e nível socioeconômico diferentes (...) Em segundo, porque é um dos lugares onde são ensinadas as regras do espaço publico para o convívio democrático com a diferença. Em terceiro lugar, porque a escola apresenta à criança conhecimentos sistematizados sobre o pais e o mundo, e aí a realidade plural de um pais como o Brasil fornece subsídios para debates e discussões em torno de questões sociais. A criança na escola convive com a diversidade e poderá aprender com ela. (Brasil, 1997, p.23-24). Em situações como estas se faz necessário a formação de pessoas capazes de entender a relação de cada individuo com o gênero humano, resultando no respeito pelos diferentes, e por conta desta diferença, a valorização do outro, pois valorizar é deixar que as diferenças continuem a existir. CONSIDERAÇÕES FINAIS Finalizo este trabalho sabendo que o caminho percorrido é longo, mas que ainda falta muito para chegar ao final. Percebo que os fundamentos socioculturais podem nos auxiliar numa melhor compreensão da realidade e nos ajudar a enfrentar questões como a inclusão, a diversidade na escola, a desigualdade na oferta educacional, a questão da cultura e a escola, assim como análise de projetos pedagógicos, desde os da escola até os das políticas públicas. Por outro lado também devemos ter a consciência de que precisamos ensinar a criança, o adolescente e o adulto considerando o seu desenvolvimento cognitivo e afetivo. O ser humano não nasce pronto, mas, sim é fruto de sua interação com o meio físico, social e cultural. É preciso formar profissionais capazes de multiplicar a necessidade da convivência respeitosa com os mais variados tipos de diferenças encontradas em sociedade. Ante as diferenças, o trabalho pedagógico deve ser direcionado para a inclusão, para uma politica e ética da convivência respeitosa, para a valorização das diferenças e não a exclusão destas por conta de um paradigma totalitário. REFERÊNCIAS BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: pluralidade cultural; orientação sexual. Brasília, 1997. PIAGET, J. O julgamento moral da criança. São Paulo: Mestre Jou, 1977. ROCHER, G. Sociologia geral. São Paulo: Presença, 1971. STOLTZ, TANIA. As perspectivas construtivistas e histórico-cultural na educação escolar. Curitiba: InterSaberes, 2012.
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