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Aula - Ações Cautelares - RESUMÃO

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RESUMO
A providência cautelar é um ato judicial que busca declarar interesses, ainda não
configurados em direitos, e procura satisfazê-los de forma provisória e preventiva para
que se busque a concretização efetiva de determinado direito. É utilizada sempre em
situações emergenciais e visa proteger direitos na iminência de serem violados. Tem
como principais características a preventividade, a provisoriedade e a acessoriedade.
Esse artigo trará um breve estudo do Procedimento Cautelar, desde um ponto de vista
técnico de sua nomenclatura, até o objeto e objetivo de seu estudo, além de analisar
particularidades de algumas procedimentos cautelares específicas mais conhecidos e
utilizados.
INTRODUÇÃO
 Sob o ponto de vista técnico, medida cautelar é apenas um provimento
jurisdicional resultante de um pedido feito através de um processo cautelar.
 Completa a tríplice classificação dos processos, formada pelo Processo de
Conhecimento e o Processo de Execução, se tornando provimento jurisdiconal essencial
para resguardar uma situação de fato ou de direito para que outro processo, de
conhecimento ou execução possa gerar seus efeitos de forma eficiente.
 Porém, o termo medida cautelar abrange muito mais do que as medidas
cautelares resultantes dos procedimentos cautelares específicos, daí a grande confusão
quanto a essa nomenclatura.
 Nesse caso, o juiz concede medida cautelar no bojo do processo de
conhecimento ou de execução, independentemente de ação própria (cautelar), sempre
que a lei explícita e expressamente o autorize.
 No art. 797, quando dito que serão autorizadas “sem a audiência das partes”, isso
significa “sem requerimento regular por ação, ou seja, sem processo cautelar, podendo
citar como exemplos, os do artigo 266 (medidas urgentes no curso da suspensão do
processo de conhecimento); art. 653 (arresto na execução contra o devedor solvente);
art. 588, I e II (prestação de caução na execução provisória); art. 793 (medidas urgentes
no curso da suspensão da execução); art. 804 (prestação de caução para concessão de
liminar; art. 100, § Único e 1001 (reserva de quinhão), art. 1018, par. Único (reserva de
bens para pagamento do credor do espólio).
 Seu procedimento de interposição funciona da seguinte forma:
 se há recurso já interposto, mas os autos ainda não subiram, o interessado deverá
requerer a medida cautelar distribuindo sua petição no tribunal;
 se os autos já subiram, mas ainda não tem distribuição a nenhum relator, a
competência para a concessão da medida é, via de regra, do Presidente do
Tribunal; se já houver relator, será sua a competência.
1
 De acordo com o art. 804 poderá o juiz, em primeiro lugar, conceder a medida
liminar independentemente de justificação prévia ou caução, desde que amparado por
uma convincente petição inicial.
 Caso não haja tal convencimento, poderá o juiz, em segundo lugar, designar
audiência de justificação prévia, para permitir ao requerente, mediante testemunhas, a
prova dos fatos que tornem necessária a concessão da medida, com ou sem a presença
do requerido (inaudita altera parte) de acordo com o caso em tela.
 Por fim, há ainda a possibilidade de prestação de caução por conta do
requerente, independente de justificação ou posterior a ela. Tal providência só tem
cabimento em casos de cautelar de repercussão patrimonial.
 A eficácia da medida cautelar liminarmente concedida se mantém durante todo o
curso do processo principal, diante do § único do artigo 807 do Código de Processo
Civil,(1ª, 2ª e 3ª instâncias, inclusive no período em que o processo permanecer
suspenso pelas hipóteses do art. 265).
 O prazo para contestar a cautelar, via de regra é de 05 (cinco) dias.
DO PODER GERAL DE CAUTELA
 O poder cautelar genérico, é aquele a ser exercido quando a situação de
emergência não se enquadra em nenhuma das previsões de medidas específicas ou
típicas, dependendo seu cabimento do preenchimento do fumus boni iuris e do
periculum in mora.
 Seja qual for a medida pleiteada pelo requerente, esse sempre precisará propor
ação cautelar inominada porque o poder geral de cautela não admite exercício ex officio
,ou seja, depende da iniciativa regular da parte interessada.
 O rol do art. 799 do CPC não é taxativo, mas exemplificativo, já que impossível
de se imaginar todas as situações prováveis e improváveis em que se possa exigir uma
medida cautelar inominada.
 Alguns exemplos práticos mais conhecidos em nossos tribunais são:
 a sustação de protesto cambial;
 a suspensão de deliberações sociais;
 o bloqueio de conta bancária;
 a proibição de usar nome comercial ou de praticar certos atos;
 a nomeação de curador provisório para fundação acéfala;
 o afastamento de diretores de fundação;
 o exercício provisório de servidão de passagem;
2
 o depósito preparatório de importâncias em dinheiro;
 a remoção de um doente de um lugar para o outro;
 a liberação de animais em cativeiro;
Além desses, outras inúmeras possibilidades não previstas que vão
depender da criatividade dos advogados na busca de um provimento de conteúdo
diferenciado que bem atenda às particularidades do caso concreto. 
 Alguns procedimentos contidos no Livro III do CPC, que traga Do
Processo Cautelar, não correspondem, efetivamente, a processo cautelar, mas mero
procedimento especial de jurisdição voluntária, uma vez que desprovidos de
preventividade, não se encontram configurados os requisitos do “fumus boni iuris”
e do “periculum in mora”, e também não se vislumbra nenhum tipo de
acessoriedade, uma vez que o requerente não busca em tal providência o resguardo
da eficácia de outro processo.
 Por isso mesmo, alguns autores entendem que esses procedimentos de
jurisdição voluntário não deveriam estar elencados no Livro III que cuida de
Processo Cautelar.
 Passemos a analisar agora, alguns dos Procedimentos Cautelares
Específicos mais importantes e conhecidos, lembrando sempre que esses
procedimentos específicos possuem procedimento próprio elencados no Código de
Processo Civil, sendo também chamados de procedimentos cautelares típicos.
 O primeiro que vamos analisar é o procedimento cautelar de Arresto, que
está disposto no artigo 813 do CPC.
ARRESTO
 O Arresto é a medida, a ação e o procedimento cautelar cuja finalidade é 
o resguardo da eficácia ou da eficiência de futuro processo de execução por quantia 
certa contra devedor solvente ou insolvente. Consiste na apreensão de bens 
indeterminados do patrimônio do devedor.
 É ato preparatório da penhora, e se limita aos bens do devedor que 
bastem para a satisfação do crédito e terá cabimento quando o devedor não possuir 
domicílio certo, ou tentar se ausentar ou alienar bens e, por fim, quando o devedor se 
tornar inadimplente quanto ao pagamento da obrigação.
 Não é necessário que o devedor se ausente ou efetivamente aliene os 
bens, bastando para configurar o cabimento do arresto a mera tentativa por parte do 
devedor.
 Caberá ainda a concessão da medida de arresto, quando o devedor, ainda 
que tenha domicílio, se ausente ou tente se ausentar com a intenção de fugir, o que 
3
poderá ser comprovado sempre que o mesmo se prepare para efeturar uma mudança 
durante a noite, longe dos olhos dos vizinhos por exemplo, para que possa 
sorrateiramente se furtar de seus compromissos.
 Para a concessão do arresto, é essencial que fique demonstrada a 
presença de dois requisitos principais e essenciais, quais sejam:
 o fumus boni iuris e o periculum in mora, que estarão configurados através da 
prova literal da dívida líquida e certa,(existência de título judicial ou 
extrajuidicial); 
 provadocumental ou justificação de alguma das situações acima mencionados 
que comprovem a possibilidade de dilapidação do patrimônio.
PROCEDIMENTO:
 Uma vez distribuída a petição inicial com o pedido da medida cautelar de
arresto, o juiz pode, se entender indispensável, designar audiência de justificação prévia,
nos termos do art. 804 do Código de Processo Civil.
 Por outro lado, o juiz concederá liminarmente a medida de arresto, sem 
audiência de justificação, não como faculdade e sim como dever legal, sempre que 
ocorrerem as seguintes hipóteses:
 For requerida pela União, Estado ou Município, nos casos previstos em lei, 
fundamentado esse privilégio à presunção de boa-fé e legitimidade da 
administração pública.
 Se o credor prestar caução, desde que apresente com a petição inicial, prova 
literal da dívida líquida e certa (judicial ou extrajudicial), configurando o 
periculum in mora e o fumus boni iuris, na falta desses requisitos designa 
audiência. A falta de título que caracteriza dívida líquida e certa, acarreta o 
indeferimento da inicial.
 A sentença proferida no arresto não faz coisa julgada na ação principal, 
salvo o disposto no art. 810 que trata dos institutos legais da prescrição e da decadência.
 Julgada procedente a ação principal, aquela medida de arresto concedida 
se transforma em penhora, desde que, na execução, ao ser citado, o executado não pague
o valor devido.
 A suspensão do arresto se dará através de decisão interlocutória e 
pressupõe arresto não cumprido, nos seguintes casos:
 Devedor intimado, ele paga ou deposita em juízo a quantia devida mais os 
honorários e custas, valores que só serão levantados após a decretação de sua 
cessação por sentença.
 Devedor intimado, nomeia fiador idôneo ou garante a dívida através da 
nomeação de algum bem;
4
 Cessará o arresto: 
 Pelo pagamento, que primeiramente causa a suspensão e posteriormente a 
cessação;
 Pela novação, comprovada nos autos por instrumento público ou particular ou 
sentença proferida em outro processo, lembrando sempre que a novação se dará
sempre que o devedor contrair nova dívida com o credor extinguindo e 
substituindo a anterior, ou quando novo devedor sucedo o antigo que fica quite 
com o credor, ou através de uma substituição do próprio credor.
 Finalmente, aplicam-se ao arresto as disposições referentes à penhora, 
por isso se diz comumente que o arresto é uma preparação para penhora.
SEQUESTRO
 O Seqüestro é a medida, a ação e o procedimento cautelar cuja finalidade
é o resguardo da eficácia de futura execução que culmine na entrega de coisa certa ao 
credor e que consiste na apreensão de bens determinados que são ou serão objeto de 
pendência judicial.
 Tem como características principais seu cabimento sempre que se falar 
em execução e, não necessariamente em processo de execução (despejo, reintegração, 
etc.), já que os bens seqüestráveis, sempre determinados, são litigiosos, havendo dúvida,
invariavelmente, quanto à titularidade de sua posse ou propriedade. Não há prova literal 
de dívida líquida e certa como no arresto. São seqüestráveis a coisa litigiosa e seus 
rendimentos, da seguinte forma:
 I - Bens móveis, semoventes ou imóveis, quando lhes for disputada a 
propriedade ou a posse(fumus boni iuris), ex: reivindicatória, usucapião, 
imissão na posse, manutenção na posse, etc.
 havendo fundado receio de rixas ou danificações (periculum in mora);
 II – dos frutos e rendimentos do imóvel reivindicando, se o réu, depois de 
condenado por sentença ainda sujeita a recurso, os dissipar; necessário que no 
processo em curso já tenha sido proferida sentença de procedência ainda não 
transitada em julgado(fumus boni iuris), pois se não há sentença não há 
interesse de agir; quanto ao periculum in mora fica esse caracterizado pela 
existência de frutos civis(rendimentos) ou frutos naturais (colheita ou safra).
 III – dos bens do casal, nas ações de separação judicial e de anulação de 
casamento, se o cônjuge os estiver dilapidando; restringe o fumus boni iuris 
apenas às ações de separação judicial e às de anulação de casamento, já o 
periculum in mora se caracteriza pela dilapidação do patrimônio
 IV – nos demais casos expressos em lei, já que o sequestro restringe à situações
específicas ligadas a bens em litígio, e muitas vezes se confunde com a figura 
do arresto, aplicando-se, no que couber o que o Código estatui acerca do 
arresto.(814II, 815, 817, 818)
5
 Julgado procedente o pedido na ação principal, o seqüestro se resolve em 
depósito e não em penhora.
O juiz nomeará depositário dos bens seqüestrados, podendo recair sobre:
 Pessoa indicada de comum acordo pelas partes; sempre que, neste caso, o juiz 
decidir pela audiência de justificação prévia, ouvindo-se as partes e estando 
essas de acordo com a pessoa indicada.
 Uma das partes, desde que ofereça maior garantia através de caução(real ou 
fideijussória) idônea;
 Assim, uma vez assinado o compromisso, a pessoa indicada como 
depositária se vincula à relação processual como auxiliar da justiça eventual, ou seja, 
aquele que não faz parte do quadro fixo de auxiliares da justiça, porém tem essa 
característica enquanto perdurar seu compromisso, podendo então, à partir desse 
instante estar legitimada para receber a posse do bem seqüestrado.
 Não cumprido o mandado de entrega, deve o depositário comunicar ao 
juízo, por petição, requerendo ofício à força pública, para que, mediante esforço físico, 
seja dada a ele a posse da coisa seqüestrada.
 Isso poderá ocorrer como oposição à entrega da coisa, no caso de móvel, 
ou impedimento à entrada do depositário na posse de bem imóvel.
 Busca e Apreensão
 Procedimento que se desmembra em dois atos, buscar e apreender, 
subseqüentes um do outro e interdependentes. Pode ser:
 Medida cautelar, autônoma ou meramente instrumental de outra medida;
 Ou como medida satisfativa, como no caso do artigo 625 do CPC, ou entrega 
definitiva de crianças a seus pais; 
 O Objeto da busca e apreensão poderá ser coisas móveis e pessoas 
(incapazes e menores ou interditos).
 Não está explicito o “fumu boni iuris e o periculum in mora”, devendo-se
recorrer às idéias gerais sobre esses requisitos para se interpretar cada caso.
 Será necessária a ciência do local onde se possa encontrar a coisa ou 
pessoa tornando-se exeqüível a apreensão.
 Quando a busca e apreensão for postulada em sede de liminar, caberá 
audiência de justificação prévia, que, uma fez indispensável, será feita em segredo de 
justiça.
 Procedimento e Petição Inicial:
 A petição inicial conterá:
6
 Indicação da casa ou lugar em que deve-se efetuar a diligência;
 A descrição da pessoa ou da coisa procurada e o destino a lhe ser dado;
 A assinatura do juiz de quem emanar a ordem
 A diligência será acompanhada e executada por dois oficiais de justiça, a 
fim de que se tenha mais segurança jurídica no cumprimento do ato, podendo usar de 
força física para arrombar as portas quando necessário, independentemente de nova 
ordem judicial, estando, porém, acompanhados de duas testemunhas.
 Direito autoral ou direito conexo do artista, intérprete ou executante.
 Contrafação: Falsificação de produtos, valores, assinaturas etc.
 Obra que imita ou reproduz fraudulentamente outra.
 Imitação fraudulenta onde, nesse caso, os dois oficiais de justiça serão 
acompanhados por dois peritos, nomeados pelo juiz a fim de atestar tecnicamente a 
contrafação, sobre pena de nulidade da medida.
 ARROLAMENTO DE BENS
 Medida, Ação e Procedimento cautelar que visa resguardar a eficácia de
futura partilha de bens, qualquer que seja o procedimento do inventário.
 O arrolamento de bens difere do seqüestro na nomeação do depositário,
que pode ser o próprio possuidor dos bens, e quanto à sua eficácia aplicada em todos
outros processosque não apenas aqueles arrolados no artigo 822 do Código de Processo
Civil, principalmente o inventário.
 Quem pode pedir arrolamento de bens? Todo aquele que tem interesse na
conservação dos bens, bastando para tanto a afirmação do interesse em vê-los
conservados, declarando que será ajuizada ação principal oportunamente.
 A Petição Inicial deverá conter a exposição do direito que o requerente
tem aos bens, os fatos em que funda o receio de extravio ou de dissipação dos mesmos.
 O juiz pode designar audiência de justificação prévia, e nesse caso, o
possuidor ou detentor somente será citado para comparecer se sua citação não puder
frustrar a execução da providência depois de concedida, como por exemplo no caso de
bens de difícil remoção.
 Não sendo possível efetuar de pronto o arrolamento ou concluí-lo no dia
em que foi iniciado, serão seladas as portas da casa ou móveis local em que estejam os
bens.
 
7
DO ATENTADO
 O Atentado é Ação é a medida e o procedimento cautelar cuja finalidade
é o restabelecimento do estado fático da causa quando esse é rompido pela inovação
ilegal praticada por uma das partes ou pela violação de medidas judiciais já decretadas.
Primeiramente deve-se esclarecer o que se entende por “qualquer inovação ilegal no 
estado de fato”.
A doutrina e jurisprudência adotam uma linha restritiva. Entendem que é a alteração que
possa acarretar algum prejuízo para a apuração da verdade dos fatos no curso da 
instrução do processo principal, ou seja, alteração no estado de fato de elementos de 
prova:
 Dado o escopo específico da medida de atentado, sua propositura só
admite a modalidade incidental.
 Comete atentado a parte que, no curso do processo:
 Viola penhora, arresto, seqüestro ou imissão na posse; (no processo de execução,
houver violação de um desses institutos processuais. Porém, o rol é
exemplificativo, sendo atentado ainda a ocultação de bens arrecadados ou
apreendidos por força de busca e apreensão, ou a violação de liminares de
reintegração, manutenção na posse, embargos de terceiro, desocupação de
imóvel locado, etc.).
 Prossegue uma obra embargada (embargo judicial previsto no artigo 935, §
único, 936, I, 937 e 938;
 Pratica outra qualquer inovação ilegal no estado de fato, tratando-se de norma
residual que abrange todo e qualquer outro ato ilegal não contido no diploma
legal. Exs: reforma da casa objeto de ação de despejo por mau uso do prédio
locado; a invasão do imóvel pelo autor num caso de reintegração liminar
denegada; a remoção de cercas divisórias numa ação de manutenção de posse; a
construção de galpão em imóvel objeto de processo divisório; a retirada de
madeira pelo condômino em processo de extinção de condomínio, etc.
 A Petição Inicial do procedimento do Atentado é autuada em separado,
observando-se o procedimento contido nos artigos 802 e 803 do Código de
Processo Civil.
 È importante salientar, a título de observação, que não existe medida
liminar em processo de atentado, pelo fato dele restabelecer ato judicial ou situação
fática inovada ilegalmente, devendo, portanto, a medida acontecer de forma definitiva,
podendo ainda o juiz determinar a realização de perícia técnica para apurar a verdade
acerca da violação ou alteração, independentemente de produção de prova oral.
 A ação de atentado será processada e julgada incondicionalmente pelo
juízo monocrático, pelo juiz que conheceu originariamente da causa principal (§ único
8
do 880) independentemente da regra contida no art. 800, § único, que afirma que é
competente o tribunal apreciar a causa se essa já tiver subido para a segunda instância.
 Para reproduzir peças dos autos para instrumentar a ação de atentado, o
requerente terá que ter acesso ao processo mesmo que este se encontre no tribunal.
 Efeitos da sentença do Atentado: são três efeitos: (art. 881 - CPC)
 O restabelecimento do estado anterior;
 Suspensão da causa principal e a 
 Proibição do réu falar nos autos até a purgação do atentado ou seja até o “status
quo ante”
 Se não houver possibilidade do restabelecimento fático anterior? O juiz
deverá interpretar a situação alterada a favor do prejudicado dentro do processo
principal.
Um exemplo do uso da ação cautelar de atentado seria se, interposta ação de usucapião,
o autor que nunca antes realizou benfeitorias no imóvel, começasse a realizá-las
 CAUTELAR NOMINADA
 Contidas no título - OUTRAS MEDIDAS PROVISIONAIS – Seção XV
– Art. 888 – Código de Processo Civil.
 São também chamadas de típicas, e completam oito medidas que não se
submetem a procedimento específico. São todas ação cautelares que, sem exceção,
darão ensejo a processo de rito comum.
 Não podem ser concedidas de ofício, ou seja, todas dependem de ação
para a sua concessão.
 I – obras de conservação em coisa litigiosa ou judicialmente apreendida;
 Medida cautelar incidente com finalidade de prevenir a deterioração
física ou jurídica do bem objeto do litígio. Coisa judicialmente apreendida que se trata
de bem submetido a ato de constrição (imóvel arrestado, móvel seqüestrado,
semoventes penhorados, etc.). 
 II – a entrega de bens de uso pessoal do cônjuge e dos filhos;
 Medida que pode ou não ser satisfativa, desde que não haja dúvida a
respeito da propriedade do bem do cônjuge ou do filho, lembrando-se sempre que os
bens de uso pessoal do cônjuge não integram a comunhão (art. 1659, V e 1668, V do
C.C) e nem os bens de uso pessoal do filho pertencem a seus progenitores (CC. 1689)
 III – posse provisória dos filhos nos casos de separação judicial ou
anulação de casamento; 
9
 Medida cautelar que visa regulamentar provisoriamente a guarda dos
filhos enquanto se discute ou vai se discutir essa guarda em processo de separação
judicial litigiosa, divórcio, etc.
 IV – o afastamento do menor autorizado a contrair casamento contra a
vontade dos pais;
 Se não houver a autorização contemplada pelo art. 1517 do Código Civil,
o juiz pode suprir essa falta (art. 1519 do CC), através de procedimento de jurisdição
voluntária ajuizada pelo incapaz, preparatório para procedimento administrativo de
habilitação matrimonial.
 V – o depósito de menores ou incapazes castigados imoderadamente por
seus pais, tutores ou curadores, ou por eles induzidos à partica de atos contrários à lei ou
à moral;
 Ação que pode ser promovida como demanda preparatória das ações de
destituição de poder familiar (CC. Arts 1635 e 1638), desconstituição de tutela, curatela
ou guarda ou como incidente de um desses processos. 
 Estão legitimados o próprio, o Ministério Público ou qualquer parente da
vítima.
 VI – o afastamento temporário de um dos cônjuges da morada do casal
 É a conhecida ação cautelar de separação de corpos que visa proteger a
integridade física ou moral do requerente ou de seus filhos.
 VII – a guarda e a educação dos filhos, regulado o direito de visita;
 Previsão legal que tutela os efeitos de processo que envolve discussão de
pátrio poder, sua suspensão ou extinção ou ainda a discussão da validade da nomeação
de tutor ou curador.
 VIII – a interdição ou a demolição de prédio para resguardar a saúde, a
segurança ou outro interesse público;
 Medida acautelatória para se resguardar a eficácia de processo de
conhecimento, garantindo-se, desde já, a segurança do prédio ou a saúde dos que nele
habitam.
 O procedimento das medidas acima apresentadas será o estabelecido nos
artigos 801 a 803 do Código de Processo Civil, podendo, em caso de urgência, o juiz
autorizar ou ordenar as medidas sem audiência do requerido. 
 
10
AÇÃO CAUTELAR INOMINADA
 São aquelas medidas que se originam do poder geral de cautela oupoder
cautelar genérico, a ser exercido quando a situação de emergência não se enquadra em
nenhuma das previsões de medidas específicas ou típicas, dependendo seu cabimento do
preenchimento do fumus boni iuris e do periculum in mora.
 Seja qual for a medida pleiteada, o requerente sempre precisará propor
ação cautelar inominada porque o poder geral de cautela não admite exercício ex
officio, ou seja, depende da iniciativa regular da parte interessada.
 O rol do art. 799 do CPC não é taxativo, mas exemplificativo, já que
impossível de se imaginar todas as situações prováveis e improváveis em que se possa
exigir uma medida cautelar inominada.
BIBLIOGRAFIA
MACHADO, Antonio da Costa – Código de Processo Civil Interpretado e Anotado –
2.ed. – Barueri-SP: Manole, 2008
NETO, Luis Orione – Processo Cautelar – 1.ed. – Saraiva – 2004
THEODORO Jr, Humberto – Curso de Direito Processual Civil – Vol. III, 43ª. Ed. – Ed.
Forense – 2011.
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