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Historia do Design Grafico Philip B. Meggs

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PHILIP B. MEGGS e ALSTON W. PURVIS
tradução cid knipel
Caro professor
É com grande prazer que apresentamos História do design gráfico, 
de Phillip B. Meggs e Alston W. Purvis, um dos mais ambiciosos 
lançamentos da Cosac Naify. Além de um investimento sem pa-
ralelo na história da editora, este livro dá continuidade a um dos 
nossos principais objetivos: traduzir livros fundamentais que 
cubram as principais lacunas do ensino da área com um padrão 
de excelência gráfica e editorial.
Referência obrigatória para estudiosos e profissionais desde 
sua primeira edição em 1983, este livro é o registro histórico mais 
abrangente já produzido sobre o assunto. Um dos grandes dife-
renciais da abordagem de Philip B. Meggs é tomar como ponto de 
partida não a Revolução Industrial e o conceito moderno de de-
sign, mas os primeiros registros da comunicação humana, como 
as pinturas rupestres de Lascaux. Em edição revisada e atualizada 
pelo historiador e designer Alston W. Purvis, os 24 capítulos far-
tamente ilustrados por 1300 imagens comentadas, que se esten-
dem por mais de 700 páginas, percorrem com fluidez, clareza e 
rigor o vasto arco da comunicação até a era da informação, anali-
sando a produção de seus protagonistas mais relevantes.
O livro divide-se em cinco partes, que tratam de períodos de 
tempo progressivamente mais curtos e adensados. Prólogo ao de-
sign gráfico parte dos primeiros sinais produzidos pelo homem, 
passando pela invenção da escrita e das primeiras técnicas gráfi-
cas, chegando aos manuscritos iluminados que permaneceram 
em produção até o século xv. Um Renascimento impresso relata 
a chegada das técnicas orientais de impressão à Europa e a re-
volução que sofreram nas mãos de visionários como Gutenberg, 
espalhando-se pela Itália, França, Holanda, Inglaterra e Espanha, 
produzindo momentos de verdadeira genialidade tipográfica ao 
longo de mais de quatro séculos. A ponte para o século xx trata 
das transformações e conflitos impostos pela Revolução Indus-
trial, num cenário convulsionado por invenções como a fotogra-
fia, a litografia offset e a composição mecânica, de um lado, e pe-
los movimentos arts & crafts e art nouveau, de outro. O período 
modernista traça o percurso que leva dos cubistas, futuristas e da-
daístas à depuração formal, produtiva e ideológica que encontrou 
na Bauhaus a síntese de suas intenções, migrando por força da 
guerra para o cenário fortemente comercial dos eua. Fechando o 
volume, A era da informação abre o leque de desdobramentos do 
modernismo, dos representantes da escola suíça e dos grandes 
sistemas de identidade corporativa aos dissensos do design pós-
moderno e à revolução digital.
Embora o espectro coberto por História do design gráfico seja 
verdadeiramente monumental, seu discurso é construído com re-
latos e exemplos sucintos e cuidadosamente selecionados, pres-
tando-se tanto à pesquisa conceitual como à investigação factual 
e de repertório. Uma extensa bibliografia dividida por capítulos 
facilita o aprofundamento dos temas abordados. 
A edição brasileira, integralmente redesenhada pela Cosac Naify, 
incorporou melhorias das recentes edições norte-americanas 
(tais como os esclarecedores infográficos cronológico-temáticos 
que cruzam os conteúdos dos capítulos nas aberturas de cada 
parte do livro) e incluiu uma abrangente revisão qualitativa das 
imagens reproduzidas.
El Lissítzki, capa para Wendingen, 
n.o 4-1, 1921. Litografia com base 
em desenho de sua autoria. 
El Lissítzki foi da Rússia para a 
Alemanha no final de 1921, e não 
existe nenhuma indicação de que 
tenha passado pela Holanda antes 
do fim de 1922. É possível que o 
dr. Adolph Behne, residente em 
Berlim e amigo íntimo de Lissítzki, 
tenha pedido a Wijdeveld que lhe 
confiasse essa encomenda em 
virtude dos sérios apuros que o 
artista enfrentava 
naquele momento.
Vilmos Huszár, “As pinturas de 
Diego (de la) Rivera”, capa para 
Wendingen, n.o 10-3, 1929. 
As formas nesta capa são 
inspiradas na arquitetura asteca, e 
as cores são as da bandeira 
nacional mexicana.
 1 A invenção da escrita
 2 Alfabetos
 3 A contribuição asiática
 4 Manuscritos iluminados
 5 A impressão chega à Europa
 6 O livro ilustrado alemão
 7 O design gráfico do Renascimento
 8 Uma época de genialidade tipográfica
 9 O design gráfico e a Revolução Industrial
 10 O movimento arts and crafts e seu legado
 11 Art nouveau
 12 A gênese do design do século xx
 13 A influência da arte moderna
 14 Modernismo figurativo
 15 Uma nova linguagem da forma
 16 A Bauhaus e a Nova Tipografia
 17 O movimento modernista nos Estados Unidos
 18 O Estilo Tipográfico Internacional
 19 A Escola de Nova York
 20 Identidade corporativa e sistemas visuais
 21 A imagem conceitual
 22 Visões nacionais em um diálogo global
 23 O design pós-moderno
 24 A revolução digital e o futuro
A era da informação
O DESIGN GRÁFICO NA ALDEIA GLOBAL
Prefácio
Prefácio à primeira edição
Agradecimentos
Epílogo
Bibliografia
Índice remissivo
Créditos das imagens
Sobre os autores
Prólogo ao design gráfico
A MENSAGEM VISUAL DA PRÉ-HISTÓRIA À IDADE MÉDIA
Um Renascimento impresso
AS ORIGENS DA TIPOGRAFIA EUROPEIA
A ponte para o século xx
A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL: O IMPACTO DA 
NOVA TECNOLOGIA NA COMUNICAÇÃO VISUAL
O período modernista
O DESIGN GRÁFICO NA PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX
[ ESTRUTURA DO LIVRO ]
O primeiro historiador do design gráfico
por Steven Heller
A primeira vez que vi História do design gráfico, de Philip B. Meggs,
foi ao contemplar um mostruário na livraria Doubleday, na Quinta 
Avenida, em Nova York. O ano era 1983. Eu trabalhava como diretor 
de arte do New York Times Book Review [o suplemento do jornal New 
York Times de resenhas literárias], onde rotineiramente recebíamos 
livros antes de serem lançados, mas não tinha ouvido falar nada da-
quele ali. Por que a editora não estava promovendo o livro? Supondo 
que o Book Review jamais iria resenhá-lo, a editora Van Nostrand 
Reinhold nem mesmo se deu ao trabalho de enviar-lhe um exem-
plar para exame. Nem é preciso dizer que fiquei atônito – pela pri-
meira vez via as palavras história e design gráfico reunidas no título 
de um livro – e, enquanto folheava as páginas, repletas de ilus- 
trações em preto e branco de cartazes antigos e exemplos de ti-
pografia, pensei: “Esse tal Meggs ‘fez história’ ao registrar uma 
história praticamente desconhecida”. Embora não tivesse ainda 
lido nenhuma palavra, impulsivamente concluí que se tratava 
provavelmente do livro sobre design gráfico mais importante até 
então publicado.
Alguns dias depois insisti junto ao editor do New York Times Book 
Review para que encomendasse uma resenha do livro, mesmo sa-
bendo que dificilmente ele aceitaria a sugestão. “Está bem”, disse 
ele abruptamente, “desde que você a faça.” Fiquei perplexo. Livros 
profissionais raramente são resenhados, e o design gráfico nunca 
havia sido considerado algo importante. Desconfiando daquele 
assentimento tão rápido – mesmo sendo evidente o seu desin-
teresse –, ainda balbuciei algo sobre como aquele livro ia muito 
além de seu tema, situando o design gráfico como parte da his-
tória cultural, antes de seguir apressado até a minha mesa a fim 
Fotografias de Philip B. Meggs 
por Libby Meggs, 1998.
de começar a escrever a resenha. Embora tivesse apenas umas 
duas centenas de palavras, aquela foi a primeira resenha que 
fiz para o suplemento. Mas se conhecesse pessoalmente Meggs, 
eu nunca teria sido incumbido da tarefa – essa era uma regra do 
jornal. Ainda bem que eu jamais tinha ouvido falar dele, em parte 
porque, antes de ler História do design gráfico, meu principal inte-
resse histórico eram as ilustrações e quadrinhos humorísticos (so-
bre osquais havia escrito bastante). Todavia, na altura em que foi 
publicado o livro de Meggs, eu estava lentamente voltando minha 
atenção para o design gráfico.
Claro que falei bem do livro, e suponho que tenha ajudado a 
torná-lo mais conhecido (embora duvidasse que muitos designers 
lessem o Book Review). Mais importante, após sair a resenha, 
Meggs e eu nos encontramos e nos tornamos amigos e colegas. 
Não quero com isso sugerir que escrever resenhas é como publi-
car um anúncio pessoal, mas com frequência um autor cujo livro 
foi resenhado favoravelmente manifesta interesse em se encon-
trar (pelo menos para expressar sua gratidão) com o resenhista 
complacente. Sem dúvida, fui bem mais do que complacente: o 
livro de Meggs fez com que eu expandisse meu horizonte de pes-
quisas, e me estimulou a buscar maneiras diferentes de explorar 
a história do design de acordo com meus interesses. Em seguida, 
outros historiadores da área também encontraram seus respecti-
vos nichos e, embora a disciplina ainda esteja em formação, hoje 
existem inúmeras maneiras de contar a história do design gráfico, 
além da metodologia abrangente adotada por Meggs.
Mesmo assim, todos esses vários caminhos remontam ao 
livro, aos artigos e às palestras de Meggs. Sem esse trabalho 
pioneiro, a história do design gráfico não teria surgido – e cer-
tamente não existiriam tantos cursos de graduação, colóquios e 
obras sobre o assunto. Nesse sentido, muitos professores adota-
ram o que vou chamar aqui de “o livro” como leitura obrigató-
ria, e foi no relato de Meggs que muitos estudantes tiveram seu 
primeiro contato com nomes como Lissítizki, Cassandre e Rand. 
Meggs fez mais do que um trabalho de base: ele ergueu um monu-
mento ao legado do design gráfico. E ele próprio tornou-se parte 
desse legado: quando faleceu em 24 de novembro de 2002, após 
prolongada luta contra a leucemia, mais uma vez tive a oportu-
nidade de escrever sobre as suas realizações no New York Times 
– dessa vez assinando o seu obituário.
Philip B. Meggs nasceu no dia 30 de maio de 1942, em New-
berry, na Carolina do Sul, e no mesmo ano sua família mudou-se 
para Florence, no mesmo estado. Frequentou a Virginia Com-
monwealth University (vcu), pela qual, em 1964, se formou em 
belas-artes; em 1971 obteve o mestrado na mesma disciplina. Ele 
iniciou sua carreira de designer na área de identidade e promoção 
corporativas, na empresa Reynolds Metals; mais tarde, tornou-se 
diretor de arte da A. H. Robins Pharmaceuticals, onde perma-
neceu até 1968, quando passou a dar aulas na vcu. Do seu casa-
mento com a colega de faculdade Libby Phillip Meggs nasceram 
dois filhos, hoje adultos. De 1974 a 1987, dirigiu o Department of 
Communication Arts and Design da vcu; depois continuou a en-
sinar ali até que, em 2000, foi obrigado a solicitar licença médica 
de um ano a fim de travar sua primeira batalha, vitoriosa, contra 
a leucemia. Meggs era um excelente professor que deixou uma 
impressão indelével nos alunos (três de meus alunos de gradua-
ção consideram um privilégio ter frequentado suas aulas), não 
apenas por seu domínio da história da disciplina, mas também 
nos cursos introdutórias de design e tipografia que dava de três a 
quatro vezes por semana durante mais de três décadas.
O primeiro educador a adotar um currículo de história do de-
sign gráfico que não se baseava inteiramente em experiências e 
lembranças anedóticas, Meggs pesquisava sistematicamente textos 
sobre arte e design a fim de montar um curso original. Sua narrativa 
rastreava o avanço linear de um campo que se originou com os tipos 
móveis e, ao longo do tempo, se difundiu pelos meios de comunica-
ção, cultura e comércio. Massimo Vignelli costumava lamentar que 
o design gráfico só se tornaria uma profissão séria quando fosse 
objeto de críticas incisivas. Consciente disso, Meggs empenhou-
se em criar vocabulários e métodos, tanto originais como inspira-
dos em outras disciplinas históricas.
Meggs, contudo, era de uma modéstia a toda prova, e nem sem-
pre aceitava o crédito pelo que lhe era devido. “A ideia de que a 
história e a crítica do design são áreas novas de investigação não é 
correta”, disse-me ele em certa ocasião. “Ambas vêm sendo prati-
cadas desde o início do século xvi. Cada época registra o que con-
sidera importante e/ou controverso. As pessoas reagem ao impacto 
do novo; grande parte da história que escrevi é um simples registro 
daquilo que horrorizou a opinião consensual, desde o [tipo] Basker-
ville até a Bauhaus.”
Embora não tivesse formação de historiador, Meggs deu-se 
conta da necessidade de tornar viva a história e incumbiu-se dessa 
tarefa. Como os historiadores da arte rejeitavam as artes comer-
ciais, com exceção daquelas dotadas do pedigree modernista ou 
das vanguardas do século xx, o campo estava completamente inex-
plorado. Ao se lançar nessa busca específica, porém, não estava in-
teressado em difundir o evangelho para outras artes e disciplinas 
culturais, mas antes em esclarecer os designers gráficos a respeito 
de um legado próprio que eles ignoravam. Estava convencido, 
e com razão, de que a capacidade de um estudante para realizar o 
seu trabalho cotidiano, para não mencionar a superação de um ní-
vel estritamente comercial, estava limitada pela ignorância então 
vigente do contexto histórico. Por isso empenhou-se em sanar essa 
situação: “Meu objetivo, como professor de design que passou a 
ensinar a história do design no começo da década de 1970, foi deli-
near o legado dos designers contemporâneos atuantes nos Estados 
Unidos. Estava convencido de que isso poderia ajudar os designers 
a entenderem o que estavam fazendo, a compreenderem de que 
modo e onde se desenvolveu seu vocabulário semântico e sintático, 
e também contribuir para a luta em favor do estatuto profissional 
da nossa disciplina. A formação em design só tem a ganhar quando, 
graças ao entendimento da filosofia e dos conceitos que moldaram 
o design gráfico, os jovens designers passam a ter uma ideia melhor 
de tudo o que podem realizar”.
Com base em um currículo acadêmico de graduação que se ori-
ginou antes mesmo da invenção da imprensa e dos tipos móveis, 
ele conduziu os estudantes em uma jornada até a época moderna 
do século xx, com sua abordagem revolucionária da tipografia e da 
produção de imagens, concluindo com a influência dos computado-
res nos métodos e estilos contemporâneos. Suas aulas enfocavam 
questões formais, teóricas e estéticas através de uma lente crítica 
que fora em grande parte ignorada na maioria das aulas práticas 
de design. Em decorrência do êxito inicial desses cursos durante 
o final da década de 1970, Meggs recebeu uma bolsa do National 
Endowment for the Arts para realizar uma inusitada série de pales-
tras – uma espécie de banquete ambulante de slides e discussões 
–, oferecidas gratuitamente a qualquer faculdade ou universidade 
que se interessasse por suas ideias. Esse trabalho como historia-
dor itinerante requereu a montagem de um curso padronizado que 
mais tarde se tornaria o núcleo de História do design gráfico, uma 
obra que durante muitos anos (até a publicação em 1994 de Graphic 
Design: A Concise History, de Richard Hollis) seria o único manual 
desse tipo, e até hoje continua sendo leitura obrigatória em cursos 
por todos os Estados Unidos. (Em 2006 foi lançada uma quarta edi-
ção póstuma, organizada por Alston Purvis, amigo de Meggs.)
Meggs exerceu profunda influência sobre estudantes e tam-
bém sobre designers veteranos. “Em toda a minha vida, ele foi a 
primeira pessoa que ouvi falar sobre a história do design de uma 
forma que juntava o presente e o passado de modo fluido, caloroso 
e elegante”, disse Paula Scher. “Ele me fez sentir parte de um movi-
mento de minha época, e não uma profissional irrelevante produ-
zindo coisas triviais para corporações burocráticas.” E, de fato,o ar-
tigo que ele publicou em Print, “The Women Who Saved New York” 
[“As mulheres que salvaram Nova York”], sobre Scher, Louise Fili, 
Lorraine Louie e Karin Goldberg, que então exploravam linguagens 
tipográficas “retrô” (foi Meggs quem, na verdade, cunhou o termo), 
era um relato do modo como os designers contemporâneos redefi-
niam estilos passados a fim de evidenciar o Zeitgeist, o espírito de 
sua própria época. Dessa maneira, Meggs insuflava vida na história 
ao vinculá-la rotineiramente às práticas vigentes. O empenho de 
Meggs em identificar pioneiros, movimentos e estilos esquecidos, 
expresso em uma série de artigos na revista Print voltados para o 
design editorial progressista e os perfis de designers contemporâ-
neos, é um dos fundamentos cruciais para as pesquisas mais apro-
fundadas no campo.
Confesso aqui que ele e eu estávamos empenhados em uma 
competição amistosa para ver quem descobria os designers mais 
esquecidos e os arquivos mais obscuros. Muitas vezes conversáva-
mos sobre quem iria explorar qual território (ou dominar o mundo) 
de modo a não duplicarmos as nossas investigações. Mas sempre o 
considerei um tanto mais metódico do que eu, talvez porque desde 
a infância sempre tenha sido desafiado pela família (sobretudo 
por seu irmão gêmeo, Bill, um cientista) a se apoiar em fatos com-
prováveis. Ele seguia um método rigoroso de pesquisa e análise, e 
nos colóquios de que participávamos, era comum vê-lo tomando 
notas copiosas. Dada a sua mente racional, quase científica, ele se 
orgulhava em elaborar teorias sobre o design, as quais em seguida 
tentava laboriosamente confirmar por meio de documentos ainda 
desconhecidos e artefatos que outros poderiam considerar despro-
vidos de interesse.
Meggs se recusava a aceitar fosse o que fosse pelas aparências. 
“Descobri que havia uma abundância de material; mas este se 
encontrava todo disperso”, comentou a respeito do processo de 
pesquisa. “Revistas e livros sobre tipografia publicados desde o 
início do século xix até o começo do xx e guardados na Biblioteca 
do Congresso sempre incluíam questões de design, e até mesmo 
reproduziam e comentavam obras que remontavam aos incuná-
bulos e ao Renascimento. Infelizmente, há também muitas in-
formações contraditórias e imprecisas, por isso sempre procurei 
confirmar os dados recorrendo a pelo menos duas fontes. Não há 
nada mais constrangedor do que descobrir que utilizamos uma 
fonte pouco confiável.”
Com o pós-modernismo e o desconstrutivismo em ascensão em 
instituições acadêmicas como a Cranbrook e a Cal Arts, a história 
eurocêntrica e de viés masculino praticada por Meggs passou a ser 
cada vez mais alvo de críticas. No âmbito de alguns rincões aca-
dêmicos, “o livro” era considerado limitado por sua aceitação (ou 
sistematização) de um “cânone”. Todavia, História do design gráfico 
era um organismo vivo e em expansão, várias vezes afirmou que o 
subtítulo indicava explicitamente que o livro “não era uma enciclo-
pédia do design gráfico mas um apanhado conciso para uso de de-
signers e estudantes de design contemporâneos”. Ele se esforçou 
para que cada uma das três edições (traduzidas para o espanhol, o 
coreano, o japonês, o hebraico e o chinês) fosse mais abrangente 
do que a anterior – um testemunho de suas incansáveis pesquisas. 
Como parte desse processo, Meggs também acabou prefigurando 
as atuais obras colaborativas, como os wikis. Quando alguém suge-
ria designers ou obras a serem acrescentados ao livro, Meggs pedia 
que escrevessem um parágrafo conciso justificando a relevância de-
les. E algumas dessas colaborações acabaram sendo incorporadas 
em suas revisões.
Em 2001, o Art Director’s Club de Nova York reconheceu as rea-
lizações de Meggs ao lhe conceder o prêmio especial para educado-
res e inclui-lo em sua Galeria da Fama. Ele deveria receber o prêmio 
no outono daquele ano, depois de ter constatado a remissão de um 
surto anterior da doença. No entanto, o atentado ao World Trade 
Center obrigou ao adiamento de um ano na entrega dos prêmios. 
Embora estivesse planejando comparecer à cerimônia prevista para 
o outono de 2002, uma semana antes soube que a leucemia havia 
reaparecido e teria de iniciar a quimioterapia na noite do evento. Ele 
não voltou mais a Nova York. Em 2003, após o seu falecimento, fui 
ingênuo ao achar que História do design gráfico seria simplesmente 
preservada em sua derradeira versão, como um objeto no mítico mu-
seu histórico do romance A máquina do tempo, de H. G. Wells, que 
registrava as realizações humanas até o momento em que o mundo 
chegava ao fim por causa de uma guerra nuclear. Não me ocorreu 
que a genialidade do livro é a solidez de seus fundamentos, sobre os 
quais uma quantidade ilimitada de relatos pode ser acrescentada.
2008 Steven Heller
Design na Cosac Naify
BIBLIOGRÁFICO: 100 LIVROS CLÁSSICOS 
SOBRE DESIGN GRÁFICO
Jason Godfrey
BiblioGráfico reúne uma seleção de cem títulos que marcaram 
a produção editorial e o design gráfico nos séculos xx e xxi, 
desde monografias recentes de designers destacados até 
preciosidades há muito esgotadas e totalmente inacessíveis 
ao público brasileiro.
Prefácio Steven Heller | Tradução Cid Knipel 
224 páginas | 610 ilustrações
ABC DA BAUHAUS 
Ellen Lupton e J. Abbott Miller (orgs.)
Este é um dos volumes críticos mais importantes e polêmicos 
sobre a herança visual da Bauhaus, a escola de design 
mais influente do século xx. Reúne ensaios que investigam 
a construção e a atualidade de um dos principais pilares 
teóricos do ensino da Bauhaus – a noção de linguagem visual.
Tradução André Stolarski
72 páginas | 112 ilustrações
NOVOS FUNDAMENTOS DO DESIGN 
Ellen Lupton e Jennifer Cole Phillips
Este volume oferece uma nova abordagem dos principais 
fundamentos da linguagem visual. Aqui a questão não é 
como fazer design gráfico, mas de que elementos o design 
gráfico é feito. 
Textos curtos e diretos que exploram sua essência 
conceitual e prática, com dezenas de exemplos altamente 
criativos e inusitados.
Tradução Cristian Borges
248 páginas | 563 ilustrações
PENSAR COM TIPOS
Ellen Lupton
Pensar com tipos é uma excelente porta de entrada para o 
mundo da tipografia. O livro vai do átomo básico da letra à 
organização de palavras em sistemas flexíveis. Cada seção 
abre com um ensaio sobre as questões culturais e teóricas 
que alimentam o design tipográfico seguido por páginas 
demonstrativas que não apenas exemplificam como a 
tipografia se estrutura, mas por que ela o faz, reforçando 
as bases funcionais e culturais dos hábitos e convenções 
do design.
Apresentação e tradução André Stolarski
184 páginas | 166 ilustrações
GRID: CONSTRUÇÃO E DESCONSTRUÇÃO 
Timothy Samara
Leitura fundamental para a área de projeto, este livro põe em 
foco o princípio unificador do grid, oferecendo um panorama 
histórico e análises atentas e consistentes sobre diversas 
manifestações visuais.
Tradução Denise Bottmann
208 páginas | 329 imagens
ELEMENTOS DO ESTILO TIPOGRÁFICO 
Robert Bringhurst 
A obra reúne e discute em profundidade todos os 
conhecimentos que a história da tipografia ocidental 
transformou em tradição ao longo dos últimos 600 anos. 
Respaldado por uma linguagem acessível, este livro 
tornou-se uma unanimidade entre os designers gráficos 
do mundo inteiro. 
Tradução André Stolarski
336 páginas | 500 imagens
OBJETOS DE DESEJO: DESIGN E SOCIEDADE DESDE 1750 
Adrian Forty
O autor traça um retrato da sociedade capitalista por 
meio da análise dos objetos que ela produziu com 
exemplos que vão de máquinas de costura a vagões 
de metrô. 
Tradução Pedro Maia Soares
352 páginas | 272 imagens
O MUNDO CODIFICADO 
Vilém Flusser
Esta coletânea do único filósofo a tematizar 
sistematicamenteo design é referência obrigatória para 
entender a encruzilhada entre a materialidade temporal e a 
imaterialidade eternizada à qual cultura do designer parece 
estar chegando.
Introdução Rafael Cardoso | Tradução Raquel Abi-Sâmara
224 páginas
DESIGN VISUAL – 50 ANOS 
Alexandre Wollner 
Toda a trajetória de Alexandre Wollner, cujo o nome se 
confunde com a própria história do design moderno no 
Brasil, está contemplada neste volume autobiográfico. 
Textos e imagens analisam seu processo criativo.
336 páginas | 500 imagens
ALEXANDRE WOLLNER E A FORMAÇÃO 
DO DESIGN MODERNO NO BRASIL
Entrevista a André Stolarski
Este livro-documentário, inclui dvd com 85 minutos de entrevista 
e baseia-se em testemunhos de Wollner sobre a história do 
design, além de projetos e documentos originais existentes em 
seu escritório. O volume contém glossário e o catálogo completo 
– e inédito das marcas projetadas pelo designer.
112 páginas | 249 imagens
O DESIGN BRASILEIRO ANTES DO DESIGN
Rafael Cardoso (org.)
Com uma coletânea de 9 estudos de casos situados no 
período de 1870 a 1960, este livro propõe o recuo do marco 
zero na historiografia do design brasileiro abordando temas 
como os rótulos litografados do século xvii e o trabalho de J. 
Carlos e Santa Rosa. 
360 páginas | 225 imagens
O DESIGN GRÁFICO BRASILEIRO: ANOS 60 
Chico Homem de Melo (org.)
A partir de um panorama da cena mundial, cujas rupturas 
marcaram a história das décadas seguintes, o livro retrata e 
discute o período da consolidação do design gráfico no Brasil. 
A edição tem ainda a preocupação de fazer um levantamento 
e documentação iconográfica inéditos.
304 páginas | 514 imagens
OUTROS TÍTULOS DE INTERESSE
ERA UMA VEZ UMA CAPA 
Alan Powers
Nesta história ilustrada da literatura infantil, Alan Powers 
destaca os principais ilustradores, autores e editores que 
contribuíram para mudar a história do livro para crianças.
Tradução Otacílio Nunes
144 páginas | 403 imagens
EU QUE FIZ
Ellen e Julia Lupton
102 atividades feitas por crianças ilustradas e explicadas 
passo a passo. O livro incentiva, no contrapé do 
consumismo, a criação de objetos de maneira artística, 
empregando materiais presentes no dia a dia. 
Tradução Cristian Borges
152 páginas | 272 ilustrações
NA NOITE ESCURA
Bruno Munari
Um marco na história da edição e referência em publicações 
para crianças, o designer italiano Bruno Munari reinventa 
a relação sensorial com o livro. 
Tradução Nilson Moulin
54 páginas | 33 ilustrações
PEQUENO 1
Ann e Paul Rand
Neste livro é possível conhecer o lado singelo e bem-humorado 
do mais importante designer norte-americano, autor da 
identidade visual de grandes empresas como a ibm.
Tradução Alípio Correia de Franca Neto
36 páginas | 17 ilustrações
VEM AÍ
GEOMETRIA DO DESIGN
Kimberly Elam
Traçando relações entre a beleza e a matemática, Kimberly 
Elam nos introduz ao universo da geometria e, a partir dele, 
analisa a estrutura subjacente a obras que vão de cartazes de 
Jan Tschichold à cadeira Barcelona de Mies van der Rohe e o 
Novo Fusca da Volkswagen.
CARTAZES MUSICAIS 
Kiko Farkas 
Este livro reproduz um conjunto de 128 cartazes 
desenvolvidos para a Orquestra Sinfônica do Estado de 
São Paulo, comentados pelo autor, por Paula Scher, Arthur 
Nestrovski e João de Souza Leite. 
CONVERSAS COM PAUL RAND
Uma entrevista e uma discussão com alunos compõem este 
livro no qual é possível entender o significado do design 
para um de seus monstros sagrados, autor de projetos 
emblemáticos como a identidade visual da ibm, ups, abc e 
Westinghouse.

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