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RESUMO DAS OBRIGAÇÕES DE DAR

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RESUMO DAS OBRIGAÇÕES DE DAR 
OBRIGAÇÃO DE DAR
Introdução:
Obrigação é o vínculo jurídico pelo qual o sujeito passivo pode dar, fazer ou não fazer qualquer coisa (objeto), em favor do sujeito ativo. Classifica-se em três espécies: positivas de dar, positivas de fazer e negativas de não fazer.
Nosso objeto de estudo será as obrigações de dar.que se subdividem em: obrigação de dar coisa certa e de dar coisa incerta. Cuja distinção é importante pois a obrigação de dar coisa certa estabelece um vínculo entre as partes, pelo qual o devedor fica comprometido a entregar ou restituir ao credor um objeto determinado. Já a obrigação de dar coisa incerta, tem por objeto a entrega de coisa não considerada em sua individualidade e sim no gênero a que pertence.
Veremos que em nosso sistema é a tradição e não o contrato que transfere o domínio. E, também, que o legislador cuidou de disciplinar os problemas principais relativos à obrigação de dar, que diz respeito, ao perecimento ou a deterioração da coisa com ou sem culpa do devedor.
Conceito:
A obrigação de dar consiste na entrega de alguma coisa, ou seja, na tradição de uma coisa pelo devedor ao credor. Enfim, o devedor, que se obrigou a entregar ou a restituir coisa certa, determinada, ao seu credor, deve cumprir sua obrigação de dar, entregando ou restituindo essa mesma coisa, sem que haja qualquer alteração no objeto da prestação jurídica.
Obrigação de dar coisa certa:
Por esta modalidade de obrigação, dar coisa certa, tem o devedor o dever jurídico de entregar ou de restituir a coisa determinada, bem como os seus acessórios, salvo se o contrário resultar do título obrigacional ou das circunstâncias do caso, segundo se depreende do art. 864 do CC/16.
Configuração da coisa incerta:
O art. 874 do CC/16 estatui que a coisa incerta será indicada, ao menos, pelo gênero e quantidade. Isto demonstra que a obrigação de dar coisa incerta tem objeto da obrigação indeterminado, mas, já vimos, que o objeto da obrigação não pode permanecer indeterminado, indefinidamente. Ele necessita ser determinável, sendo determinado, então, posteriormente, quando se conhecer sua qualidade. Sem, pelo menos, a indicação do Gênero e da quantidade da coisa não é possível o cumprimento obrigacional.
Direito de escolha:
A quem competirá o direito de escolha?
O art. 875 CC/16 estabelece que o direito de escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação.
Problemas relativos a obrigação de dar:
O capítulo do código civil relativo à obrigação de dar cuida, quase que exclusivamente, dos efeitos da deterioração ou perda do objeto da prestação. E disciplina as conseqüências daí resultantes, quer em face do negócio, quer quanto às partes. Tendo em vista os efeitos relativos ao negócio, decide de seu desfazimento ou sobrevivência; e, considerando os efeitos relativamente às partes, disciplina o problema das atribuições dos riscos, em face do perecimento ou deterioração da coisa in obligatione.
Tradição como transferência dominial:
No sistema brasileiro a transferência do domínio é feita através da tradição. Lembremos, no entanto, que tradição aqui quer dizer transferência ou a restituição do objeto em questão.
Assim, temos que a transferência dominial dos móveis faz-se pela tradição, pela simples entrega do objeto, e dos imóveis pela tradição solene, que é feita pelo devido registro , na matrícula, do título aquisitivo, no competente Registro de Imóveis.
O Art. 1267 do Código Civil dispõe o seguinte:
"A propriedade das coisas não se transfere pelos negócios jurídicos antes da tradição."
Ou seja, não basta a assinatura de um contrato, em que alguém se obriga a entregar alguma coisa, para que essa entrega se materialize: é necessário que haja a efetiva transferência desse objeto.
Em se tratando de tradição solene a lei exige a formalidade do registro do título translativo no registro de Imóveis (CC, art.1245).
Destino da obrigação em face do perecimento ou deterioração da coisa:
Partimos, primeiro, do conceito ao qual aqui se refere perecimento e deterioração. Perecimento , significa, a perda total do objeto, ou seja, o seu desaparecimento patrimonial. Já a deterioração será a perda parcial do objeto.
Conceituado perecimento e deterioração para fins didáticos, tratemos então , da obrigação em face do perecimento ou da deterioração da coisa por culpa ou sem culpa do devedor.
Perecimento com culpa do devedor:
A obrigação original se extingue, no entanto, será, substituída pelo sucedâneo das perdas e danos (CC, Art. 234, segunda parte).
Deterioração com culpa do devedor:
O credor poderá, aqui também exigir perdas e danos, ou aceitar o objeto no estado em que se encontre, e reclamar a composição do prejuízo nesta segunda opção a obrigação sobrevive embora que alterada em virtude da subseq6uente deterioração (CC Art.236).
Perecimento sem culpa do devedor:
Não havendo culpa por parte do devedor do perecimento da coisa, a obrigação se desfaz tanto de dar como de restituir (CC, art. 234, primeira parte).
Deterioração sem culpa do devedor:
Se a obrigação era de dar, o credor pode considerar resolvida a obrigação, ou pode aceitar a coisa, abatido no preço o valor do estrago, caso em que a relação jurídica se altera, (CC art. 235), se a obrigação era de restituir e a coisa se deteriorou sem culpa do devedor, a obrigação original se altera, pois o credor só pode reclamar a coisa deteriorada, no estado em que se encontre (CC, art. 238).
Assim, quando ocorrer culpa por parte do devedor, a obrigação original será substituída pelo sucedâneo das perdas e danos, ou a relação jurídica se resolve, ou , ainda, a referida relação jurídica se altera, para ser substituída por outra distinta.
O problema da atribuição dos riscos na obrigação de dar frustrada:
Consiste aqui determinar quem ,se o devedor ou o credor, deve sofrer prejuízo pela perda ou deterioração, da coisa ocorrido antes da tradição e quando não há culpa do devedor.
OBRIGAÇÃO DE DAR; PERDA DA COISA OBJETO DA PRESTAÇÃO;
Neste caso a obrigação se desfaz, ou seja, dentro do possível as partes são postas no estado em que se encontravam antes do negócio. O vendedor devolve ao comprador o preço, e sofre o prejuízo.
OBRIGAÇÃO DE DAR; DETERIORAÇÃO DA COISA OBJETO DA PRESTAÇÃO;
A lei possibilita ao credor as alternativas: a) resolver o negócio (solução idêntica a anterior); b) aceitar a coisa abatendo do preço o valor que se perdeu.
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR; PERDA DA COISA OBJETO DA PRESTAÇÃO;
O código civil determina em seu art. 238 que sofrerá o credor a perda, e a obrigação se resolverá.
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR; DETERIORAÇÃO DA COISA OBJETO DA PRESTAÇÃO;
O art. 240, 1ª parte do código civil, ordena ao credor receber a coisa sem direito à indenização, no estado em que se encontre ; se por culpa do devedor, observar-se-á o disposto no art. 239.
Fonte : Josefar Reis de Toledo
Data: 22/04/2003

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