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Tuberculose- higiene e profilaxia, patologia, espécies, tratamento, prevenção, diagnósticos.

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLÓGIA FARROUPILHA – CAMPUS ALEGRETE
CURSO BACHARELADO EM ZOOTECNIA
DISCIPLINA DE HIGIENE E PROFILAXIA
Wagner de Souza Vargas
TUBERCULOSE
Alegrete, RS, Brasil
2015
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA FARROUPILHA – CAMPUS ALEGRETE
CURSO DE BACHARELADO EM ZOOTECNIA
DISCIPLINA DE HIGIENE E PROFILAXIA
Wagner de Souza Vargas
TUBERCULOSE
Relatório de Pesquisa apresentado à Disciplina de Higiene e Profilaxia do Curso de Bacharelado em Zootecnia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Farroupilha – Campus Alegrete, como requisito de avaliação.
Alegrete, RS, Brasil
2015
�
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO ........................................................................................................
1 PATOGENIA ........................................................................................................
2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ............................................................................
2.1 Em bovinos.........................................................................................................
2.2 Em suínos..........................................................................................................
2.3 Equinos..............................................................................................................
2.4 Ovinos e Caprinos..............................................................................................
2.5 Em seres humanos............................................................................................
3 MATERIAIS PARA DIAGNÓSTICO ....................................................................
4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL ......................................................................
4.1 Exame bacteriológico......................................................................................... 
4.2 Exame direto (pesquisa de BAAR) ...............................................................................
4.3 Cultura para micobactéria .................................................................................
4.4 Prova tuberculínica(PPD) ..................................................................................
4.5 Estudo do líquido pleural/pericárdico.................................................................
4.6 Estudo do líquor.................................................................................................
4.7 Estudo anatomo-patológico................................................................................
5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL ...........................................................................
6 RELAÇÃO COM O HOMEM.................................................................................
7 PREVENÇÃO E CONTROLE...............................................................................
8 TRATAMENTO.....................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................
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 15
	
	
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INTRODUÇÃO
A atividade agropecuária no Brasil envolve um grande número de trabalhadores e de investimentos financeiros, denotando um setor de importância na economia do país. Em 2004, a Comissão de Biossegurança do Ministério da Saúde (Portaria nº 343, 19.02.02), que teve como uma de suas atribuições a elaboração e a reformulação de normas brasileiras de Biossegurança procedem a revisão da “classificação de agentes etiológicos humanos e animais com base no risco apresentado”, da CTNBio e a reedita em 2006 (Brasil, 2006).
 Esta classificação agrupa os microorganismos em classes de 1 a 4, sendo a classe 1 a de menor risco e a classe 4 a de maior risco. O Mycobacterium tuberculosis e o Mycobacterium bovis estão classificados como patógenos da classe de risco 3, cujo risco individual é alto e para a comunidade é limitado. São agentes patogênicos que podem provocar infecções graves no homem e nos animais, podendo propagar de indivíduo para indivíduo, por transmissão aerógena. Para o seu combate existem medidas profiláticas e terapêuticas eficazes. 
A tuberculose bovina é uma doença tão antiga quanto a civilização. A natureza exata da tuberculose bovina e sua relação com o problema no homem foi debate por muitas décadas. No século XVIII havia conjecturas relacionando a doença dos bovinos à sífilis humana. Em 1810, CARMICHAEL observou uma ligação entre escrófula (predisposição à tuberculose) e consumo de leite de vaca por crianças, concluindo equivocadamente que a doen- ça era desencadeada por fatores nutricionais. KLENCKE (1846) observou uma frequência maior de linfadenite tuberculosa entre crianças alimentadas com leite de vaca do que naquelas amamentadas com leite materno, concluiu ser o leite a “fonte” dessa doença. VILLEMIN, em 1865, inoculando coelhos com material proveniente de vacas doentes, reproduziu experimentalmente a doença. Também observou que o material infectivo proveniente de bovinos era mais virulento para os coelhos do que o material análogo proveniente de humanos. Em 24 de março de 1882, ROBERT KOCH anunciou que havia observado e cultivado o bacilo responsável pela doença do homem e dos bovinos, o que significou o grande divisor de águas na história da Tuberculose. KOCH denominou-o “Tuberkelbacillen” (bacilo da tuberculose). ZOPF, em 1883, propôs a denominação “Bacterium tuberculosis” e LEHMANN & NEUMANN, em 1896, incluíram-no como espécie do gênero Mycobacterium. Havia inicialmente a crença, compartilhada por KOCH e vários outros, da existência de apenas um tipo de bacilo da Tuberculose responsável pela doença nos homens e nos animais. Poucos autores discordavam dessa ideia, tamanho o prestígio e credibilidade de KOCH na época. 
SMITH, em 1898, observou que o bacilo bovino era menor, crescia com menor vigor “in vitro” e era menos suscetível às modificações dos meios de cultura do que o bacilo humano. No início do século XIX, as dúvidas sobre a doença tanto humana quanto animal, relativas ao possível aspecto zoonótico da Tuberculose Bovina, eram inúmeras, levando o governo inglês a nomear uma Comissão para estudar o assunto. Foi então criada a “Royal Commission on Tuberculosis”, integrada pelos bacteriologistas - A.S. e F. GRIFITH e L. COBBETT -.
Em 1911, concluiu-se definitivamente que bovinos tuberculosos representavam um grande risco para a saúde pública e era necessária efetiva atitude, pois os dados de ocorrência da doença nesses animais eram alarmantes: no final do século passado a tuberculose acometia entre 20 e 40% dos bovinos de muitos países da Europa. Conhecendo a dimensão do problema e sua importância para a saúde pública, vários países iniciaram programas de controle da doença, beneficiando enormemente os consumidores de produtos de origem animal. Até 1970 o bacilo tuberculoso bovino foi considerado uma variante do Mycobacterium tuberculosis e denominado M. tuberculosis variante bovis ou M. tuberculosis subespécie bovis. KARLSON & LESSEL (1970) propuseram sua classificação como espécie individual denominada Mycobacterium bovis. 
A Tuberculose causada pelo Mycobacterium bovis é uma zoonose de evolução crônica que acomete principalmente bovinos e bubalinos. Caracterizam-se pelo desenvolvimento progressivo de lesões nodulares denominadas tubérculos, que podem se localizar em qualquer órgão ou tecido. Asbactérias causadoras da tuberculose pertencem à família Mycobacteraceae, gênero Mycobacterium. O Mycobacterium bovis tem grande patogenicidade para os bovinos e bubalinos, O M. avium é causador de tuberculose em várias espécies animais, mas não é patogênico para bovinos e bubalinos, entretanto provoca reações inespecíficas à tuberculinização, dificultando o diagnóstico da Tuberculose nestas espécies.
No Brasil, existem relatos de Tuberculose de doenças respiratórias ligando animais aos homens desde a década de 40, mas efetivamente não havia Programa Nacional de Controle da Tuberculose. 
A Tuberculose, provocada por Mycobacterium bovis, está disseminada por todo o território nacional; a sua prevalência e distribuição regional, porém, não estão bem caracterizadas. Sabe-se que a Tuberculose é um problema mais sério para os produtores de leite, embora afete tanto bovinos de corte como de leite e também a população de bubalinos. Entre 1989 e 1998, os dados de notificações oficiais de Tuberculose bovina indicam uma prevalência média nacional de 1,3% de animais infectados. Um levantamento realizado em 1999, no Triângulo Mineiro e nas regiões do centro e sul de Minas Gerais, envolvendo aproximadamente 1.600 propriedades e 23.000 animais, estimou a prevalência aparente de animais infectados em 0,8%. 
Não existem dados sobre Tuberculose ovina e caprina no Brasil que justifiquem a implantação de medidas específicas visando o controle sistemático da doença nesses animais.
Em países desenvolvidos, é muito rara a ocorrência de tuberculose em animais, podendo, ocasionalmente, haver graves surtos em um pequeno grupo de rebanhos. A presença da enfermidade é normalmente notificada pela detecção em carcaças nos abatedouros.
1 PATOGENIA
A tuberculose bovina, apesar de ser definida como uma doença crônica e debilitante, também pode assumir um caráter agudo. Os sintomas da doença em animais podem não estar presentes em infecções recentes; porém, com a evolução da infecção, podem aparecer sinais característicos como emaciação progressiva, aumento de volume dos linfonodos e, em alguns casos, tosse, dispneia e episódios de diarreia intercalados com constipação (Haagsma, 1995; Roxo, 1997).
	O foco de infecção da tuberculose é estabelecido após a interação do hospedeiro com o patógeno. Quando a infecção se dá pela via respiratória, o pulmão é o primeiro órgão atingido, assim como os linfonodos regionais. Sendo o trato digestório a vida de infecção. A lesão se desenvolve, no início, no sítio de entrada, principalmente nos linfonodos faríngeos e mesentéricos. Quando da generalização do processo, a lesão pode atingir todos os órgãos (Roxo, 1997).
No foco inicial da lesão, ocorre uma infiltração celular formada de macrófagos, os quais assumem com frequência uma aparência distinta e são denominadas “células epitelióides”. Células gigantes também são formadas por causa da junção de macrófagos que, ao se fundirem, têm as sias membranas celulares abertas e se unem formando uma grande célula multinucleada. Um conjunto de células gigantes e células epitelióides forma, então, o centro tubérculo jovem, que é circundado por uma zona de linfócitos, monócitos e outras células sanguíneas. Com a progressão da lesão, o tubérculo desenvolve necrose de caseificação central, resultante da reação de hipersensibilidade do tipo tardia, e fibrose periférica com a circunscrição da lesão, que pode evoluir para resolução e calcificação.
	Na lesão pulmonar primária, os bacilos alojam-se no tecido, promovendo uma reação inflamatória caracterizada como um foco de broncopneumonia, o qual pode progredir muito rápido ou permanecer latente durante vários anos. A doença instala-se basicamente nos pulmões, formando nódulos caseosos de diversos tamanhos, em muitos casos lesões cavitárias, com expectoração de material bacilífero. Quando a resistência orgânica é baixa, pode ocorrer uma reinfecção exógena ou endógena. Nesse caso, há recrudescência da lesão necrosada, podendo atingir os tecidos vizinhos e se disseminar por todo o organismo. A disseminação do agente a partir do parênquima pulmonar se dá pela via aérea ou hematógena, atingindo o linfonodo regional, denomina-se “complexo primário” (Morris et al., 1994; Neilll et al., 1994; Roxo, 1997).
	As lesões primárias podem ser simples ou múltiplas, unilaterais ou bilaterais. Verificou-se que 90% das lesões pulmonares são encontradas no terço distal do lobo caudal do pulmão (MclIory et al.,1986). As lesões de aspecto caseoso, características da doença, são encontradas com mais frequência nos linfonodos da cabeça, do pescoço, mediastínicos e mesentéricos, nos pulmões, intestinos, fígado, naç, pleura e peritônio, embora qualquer tecido possa ser afetado.
2 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
2.1 Em bovinos 
	Pode ocorrer um emagrecimento progressivo, um apetite caprichoso e temperatura oscilante.
Nos pulmões- O animal pode apresentar uma tosse crônica devido a broncopneumonia. A tosse é estimulada pela compressão na região da faringe, sendo mais frequente pela manhã ou em clima frio.
	Nos estágios mais avançados o animal apresentar dispneia, a frequência aumentada e respiração profunda.
Nos intestinos- Tende a apresentar úlceras tuberculosas que raramente causam diarreia.
Nos órgãos reprodutores- Pode gerar infertilidade e aborto. No útero, em casos mais avançados, o animal apresenta peritonite, bursite, salpingite. Em casos raros de orquite tuberculosa são caracterizados por testículos aumentados de tamanho, endurecidos e indolores.
2.2 Em suínos
	As lesões tuberculosas nos linfonodos cervicais geralmente não causam anormalidade clínicas, a não ser que ocorra o rompimento deles para o exterior. Os casos generalizados apresentam uma síndrome semelhante à observada em bovinos, embora o envolvimento das meninges e das articulações sejam mais comuns.
2.3 Equinos
	O quadro mais comumente encontrado é casado pelo acometimento das vértebras cervicais, em que um osteomielite dolorosa provoca rigidez do pescoço e a incapacidade do animal em pastar. Poliúria, tosse em consequências das lesões pulmonares, aumentos nos linfonodos, corrimentos nasal e temperatura oscilante são sinais clínicos menos comuns.
2.4 Ovinos e Caprinos
	A forma mais comum de tuberculose nessas espécies é a broncopneumonia, que se manifesta por tosse e dispneia terminal. Em alguns caprinos, podem ocorrer ulceração intestinal com diarreia, bem como aumento dos linfonodos do trato digestivo. E, ambas as espécies, a doença é apenas lentamente progressiva, e, em rebanhos acometidos, geralmente são encontrados muito mais reagentes e resultados positivos de necropsia do que o esperado em casos clínicos evidentes. Em filhotes, a doença pode ter progressão mais rápidas e causar a morte precoce.
2.5 Em seres humanos
	Alguns pacientes não exibem nenhum indício da tuberculose, outros apresentam sintomas aparentemente simples que são ignorados durante alguns anos (ou meses). Contudo, na maioria dos infectados com tuberculose, os sinais e sintomas mais frequentemente descritos são:
Tosse seca contínua no início, depois com presença de secreção por mais de quatro semanas, transformando-se, na maioria das vezes, em uma tosse com pus ou sangue;
Cansaço excessivo;
Febre baixa geralmente à tarde;
Falta de apetite;
Palidez;
Emagrecimento acentuado;
Rouquidão;
Fraqueza;
Os casos graves de tuberculose apresentam:
Dificuldade na respiração
Eliminação de grande quantidade de sangue
Colapso do pulmão
Acúmulo de pus na pleura (membrana que reveste o pulmão) - se houver comprometimento dessa membrana, pode ocorrer dor torácica.
3 MATERIAL PARA DIAGNÓSTICO
Diagnósticos podem ser feitos através de:
Prova tuberculínica intradérmica;
IFN-y;
Necropsias;
Retirada do agente e cultivo in vivo;
Reação da Polimerase em cadeia.
4 DIAGNÓSTICO LABORATORIAL
4.1 Exame bacteriológico
 	A pesquisa bacteriológica é o método mais importante, seguro, rápido e de baixo custo para o diagnóstico,controle do tratamento e vigilância de resistência aos tuberculostáticos. Pode ser realizado de duas maneiras:
4.2 Exame direto (pesquisa de BAAR) 
Recomenda-se coleta de três amostras de secreção das vias aéreas inferiores, em dias subseqüentes, pela manhã, antes do desjejum. Pacientes pobres em escarro podem fazer a indução do mesmo a partir da nebulização com solução salina hipertônica (NaCl 3%). É importante salientar que todo paciente com suspeita de tuberculose deve permanecer em isolamento respiratório até que seja considerado não-bacilífero (três pesquisas de BAAR no escarro negativas). Pode-se proceder ainda à pesquisa de BAAR nas fezes, quando da presença de quadro diarréico sugestivo. Este material deve chegar rapidamente ao laboratório ou, se necessário, ser conservado em geladeira até seu processamento. A pesquisa nas fezes deve ser incentivada em todos os casos suspeitos, independente da forma de apresentação clínica;
4.3 Cultura para micobactéria 
Está indicada nos casos suspeitos que se mantêm com baciloscopia negativa, nas situações de falência terapêutica (para observação de resistência), nas formas extrapulmonares (cultura do líquor, sangue, urina, fezes, aspirado ganglionar, líquido pleural, líquido pericárdico e macerado de biópsia). Após o isolamento, quando disponível, é feito o teste de sensibilidade aos tuberculostáticos e tipificação do bacilo.
4.4 Prova tuberculínica(PPD) 
Representa um método auxiliar para o diagnóstico de pacientes não-imunizados com BCG. Quando negativa, sugere a investigação de outras doenças que possam ter apresentação semelhante à tuberculose. Quando positiva, indica contato atual ou pregresso com a micobactéria, necessitando de outros achados que confirmem a infecção. Sabe-se que indivíduos imunodeprimidos podem apresentar reação anérgica ao PPD, mesmo quando gravemente enfermos pela doença. Apesar da interpretação dificultada em nosso meio, o PPD ainda é solicitado de rotina, quando disponível, para todos pacientes com suspeita de tuberculose, imunocompetentes ou não.
4.5 Estudo do líquido pleural/pericárdico 
O líquido deve ser enviado para o Laboratório de Bacteriologia e também para o Laboratório de Anatomia Patológica para exame de citologia; o exsudato é a característica dos derrames cavitários por tuberculose. A celularidade costuma ser baixa, mas sempre com predomínio de linfócitos (acima de 90%). Nos derrames pleurais, o líquido costuma ser pobre em células mesoteliais. O aumento da ADA (adenosina deaminase) guarda certa especificidade com os derrames tuberculosos, especialmente se seu valor encontra-se acima de 40UI/l e há combinação com outros fatores sugestivos, como idade inferior a 45 anos, pleocitose às custas de linfócitos e proteínas=4,5g/dl. Sempre que possível, o procedimento de drenagem de derrame pleural (seja para fins de alívio ou diagnóstico) deve ser seguido de biópsia de pleura, com envio do fragmento para o Laboratório de Anatomia Patológica.
4.6 Estudo do líquor
Geralmente de aspecto límpido ou discretamente turvo, com celularidade aumentada, porém inferior a 500células/mm3, com predomínio de linfócitos, hipoglicorraquia (<40mg/dl), hiperproteinorraquia intensa e exames bacteriológico e micológico negativos. Apesar da baixa taxa de crescimento, o material deve ser cultivado para micobactéria.
4.7 Estudo anatomopatológico
A presença de reação granulomatosa, com ou sem necrose caseosa, e ainda, a presença de bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) fazem o diagnóstico de tuberculose. O material a ser estudado pode ser resultado de biópsia de linfonodos enfartados ou fistulados, de pleura, pericárdio, mucosa gastrintestinal, bexiga, rins, pele, medula óssea ou fígado. Ultimamente temos tido boa experiência com o diagnóstico presuntivo de tuberculose à análise de biópsia hepática. Portanto, em casos de difícil diagnóstico, com vistas ao início da terapêutica específica, sugerimos a biópsia hepática de rotina para estes pacientes, desde que tenham condições clínicas para tal procedimento.
5 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
	Devido à natureza crônica de enfermidade e à multiplicidade de sinais causados pela localização variada da infecção, a tuberculose é difícil de ser diagnosticada por meio do exame clínico. Se a doença ocorrer em uma determinada área, deve-se fazer o diagnóstico diferencial de muitas doenças que acometem os bovinos. Nos suínos, a doença é normalmente tão benigna que os animais acometidos não apresentem problemas clínicos e só são descobertos na necropsia. Nos equinos, ovinos e caprinos, a ocorrência de tuberculose é rara, e nesses animais é um diagnóstico improvável exceto em grupos que tiveram exposição anormalmente alta com bovinos infectados.
Incluem-se as doenças com diagnóstico semelhante: Leucose bovina enzoótica, Riticulite traumática, Pericardite crônica, Pleuropneumonia bovina, Actinobacilose e Linfodenopatia.
6 RELAÇÃO COM O HOMEM
	A tuberculose ocorre em todos os países do mundo, sendo de maior importância em bovinos leiteiros. A doença está sob rigoroso controle em muitos países desenvolvidos, mas é ainda a maior causa de perda em muitos países de menor desenvolvimento. Além das mortes efetivas, os animais infectados perdem 10 a 25% da sua capacidade de produção. Nos suínos, em virtude de a doença ser relativamente benigna, não ocorrem sérias perdas financeiras, algumas das quais se dão por causa da rejeição de carcaças ou de algumas das suas partes pelos abatedouros.
O atual aumento da incidência da tuberculose em seres humanos, especialmente em pessoas imunodeprimidas, gerou um maior interesse na importância zoonótica, principalmente nos países desenvolvidos. A facilidade e a frequência da disseminação da tuberculose de animais para o homem, em ambientes sem controle, faz com que essa seka uma importante zoonose. A contaminação no homem se dá, em grande parte, quando crianças consomem leite infectado, mas também pode ocorrer por inalação. A transmissão aos homens pode ser significativamente reduzida pela pasteurização do leite, mas somente a completa erradicação da enfermidade pode proteger o criador e sua família.
Atualmente, em países desenvolvidos a transmissão da doença dos bovinos ao homem é muito rara, mas ainda pode ocorrer. A grande ocorrência da tuberculose entre animais exóticos, mantidos em cativeiro. Enfatiza a importância dessa enfermidade quanto à saúde pública.
7 PREVENÇÃO E CONTROLE
O controle da Tuberculose se fundamenta no bloqueio de pontos críticos da cadeia de transmissão da doença. É primordial conhecer a situação sanitária do rebanho. A identificação das fontes de infecção é feita por meio da implementação de uma rotina de testes tuberculínicos com abate dos animais reagentes. O exame clínico pode ser útil nos casos de anergia. Na compra de animais, eles devem ser testados na origem e testá-los de novo logo após a entrada no quarentenário da unidade de criação, respeitando-se o intervalo mínimo de 60 dias entre os testes. 
Em animais a tuberculinização é uma medida da imunidade celular contra M.bovis por uma reação de hipersensibilidade retardada (tipo IV). A reação tuberculínica, a bacteriologia e a histopatologia são os métodos mais utilizados para o diagnóstico da Tuberculose Bovina e bubalina. A grande inespecificidade dos sinais clínicos, a dificuldade de isolamento do M. bovis do animal vivo e o baixo nível de anticorpos durante o período inicial de infecção faz com que os diagnósticos clínico, bacteriológico e sorológico tenham um valor relativo.
Adotar como regra a aquisição de animais de propriedades livres, pois o risco de infecção é menor em rebanhos fechados. É importante que a saúde dos trabalhadores da propriedade seja rotineiramente monitorada. Ações sobre possíveis reservatórios domésticos, sinantrópicos ou silvestres devem ser consideradas.
Instalações adequadas, que permitem boa ventilação e exposição direta à luz solar, contribuem para prevenir a contaminação do ambiente. É recomendada a higienizaçãoe desinfetação periódica de todas as instalações, especialmente os bebedouros e os cochos com hipoclorito de sódio 5%, ou fenol 5%, ou formol 3%, ou cresol 5%. Não utilizar leite de vacas reagentes para qualquer finalidade, e em quaisquer circunstâncias. São medidas importantes, o monitoramento dos rebanhos pela detecção de lesões tuberculosas, realizada pelo serviço de inspeção de carcaças quando do abate dos animais, e o controle de trânsito e de participação em exposições, feiras e leilões de animais. 
A inspeção sanitária dos produtos de origem animal destinados ao consumo humano e a pasteurização ou esterilização do leite e derivados diminuem os riscos de transmissão do M. bovis ao homem. Os estudos realizados sobre vacinação e tratamento da Tuberculose Bovina, não justificam a adoção dessas medidas como forma de controle da enfermidade. Vários países que alcançaram grande sucesso com programas implementados para o combate à Tuberculose Bovina, não as utilizaram e, as mesmas não estão contempladas na estratégia de ação do PNCEBT.	
Em humanos o método mais utilizado como forma de prevenção é a vacinação, essa imunização é feita obrigatoriamente em crianças no primeiro ano de vida ou no máximo até quatro anos, essa vacina é chamada de BCG (pois em 1908, os cientistas Albert Calmette e Camille Guérin conseguiram isolar uma cepa do bacilo da tuberculose para produzir culturas vivas atenuadas a serem usadas como vacina. A cepa recebeu o nome de bacilo Calmette-Guérin, de onde surgiu o nome "BCG"). Crianças soropositivas ou recém-nascidas que apresentam sinais ou sintomas de aids não devem receber a vacina. A prevenção inclui evitar aglomerações, especialmente em ambientes fechados, mal ventilados e sem iluminação solar. A tuberculose não se transmite por objetos compartilhados.
8 TRATAMENTO
O tratamento da tuberculose é inviável em animais, especialmente bovinos, em virtude da sua natureza crônica e ao alto risco de contaminação e à saúde humana.
	Em humanos a Tuberculose é curável em praticamente 100% das novas ocorrências, desde que a pessoa seja sensível aos medicamentos antituberculose, que sejam obedecidos os princípios básicos da terapia medicamentosa (associação medicamentosa adequada, doses corretas e uso por tempo suficiente) e que haja a adequada operacionalização do tratamento. A esses princípios, soma-se o tratamento diretamente observado (TDO) da tuberculose, que consiste na observação diária da tomada dos medicamentos por um profissional da equipe de saúde ou por alguém por ele supervisionado.
O tratamento da tuberculose dura no mínimo seis meses e, nesse período o estabelecimento de vínculo entre profissional de saúde e usuário é fundamental para que haja adesão do paciente ao tratamento e assim reduzir as chances de abandono para se alcançar a cura. O paciente deve ser orientado, de forma clara, quanto às características da tuberculose e do tratamento a que será submetido: medicamentos, duração e regime de tratamento, benefícios do uso regular dos medicamentos, possíveis consequências do uso irregular dos mesmos e eventos adversos.
Logo nas primeiras semanas de tratamento o paciente se sente melhor e, por isso, precisa ser orientado pelo profissional de saúde a realizar o tratamento até o final, independente da melhora dos sintomas. É importante lembrar que tratamento irregular pode complicar a doença e resultar no desenvolvimento de cepas resistentes aos fármacos.
No Brasil, os medicamentos usados nos esquemas padronizados para a tuberculose são a isoniazida (H), a rifampicina (R), a pirazinamida (Z) e o etambutol (E). A maior parte das pessoas serão tratadas pelos esquemas padronizados e receberá o tratamento e acompanhamento na atenção básica.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Robson F., Cleber O., Flábio R. BRUCELOSE E TUBRCULOSE BOVINA. Epidemiologia, controle e diagnóstico. Brasília-DF: Embrapa, 2004, p.94
Otto M. Radostits, Clive R. Gay. Douglas C. Blood, Kenneth W. Hinchcliff. Clínica Veterinária. Um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos caprinos e equinos. 9ª Edição. Saskatoon, Canadá: Guanabara Koogan, 2000, p.1737
A. H. Andrews, R. W. Blowey, H. Boyd, R. G. Eddy. Medicina Bovina, doenças e criação de bovinos, 2ª Edição. São Paulo-SP, 2004, p.1067
Zoonoses.Org, Tuberculose. Disponível em:<http://www.zoonoses.org.br/absoluto/midia/imagens/zoonoses/arquivos_1258562973/8933_crmv-pr_manual-zoonoses_tuberculose.pdf> Acesso em 21 de junho de 2015.
FMT, Tuberculose. Disponível em <http://www.fmt.am.gov.br/manual/tuberculose.htm> Acesso em 21 de junho de 2015;
Minha Vida, Tuberculose. Disponível em <http://www.minhavida.com.br/saude/temas/tuberculose> Acesso em 22 de junho de 2015.
MG AR, Tuberculose. Disponível em <http://www.mgar.com.br/zoonoses/aulas/aula_tuberculose.htm> Acesso em 22 de junho de 2015.
Info Escola, Tuberculos Bovina. Disponível em <http://www.infoescola.com/medicina-veterinaria/tuberculose-bovina/> Acesso em 23 de junho de 2015.
Agricultura.Gov. PNCEBT. Disponível em <http://www.agricultura.gov.br/arq_editor/file/Aniamal/programa%20nacional%20sanidade%20brucelose/Manual%20do%20PNCEBT%20-%20Original.pdf> Acesso em 23 de junho de 2015.
Portal da Saúde. Tuberculose. Disponível em <http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/leia-mais-o-ministerio/743-secretaria-svs/vigilancia-de-a-a-z/tuberculose/l2-tuberculose/11942-vacinacao-tuberculose> Acesso em 24 de junho de 2015.

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