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CURSO ESCRITA FISCAL MODULO 02 rev

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AN02FREV001/REV 4.0 
 35 
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA 
Portal Educação 
 
 
 
 
 
 
CURSO DE 
ESCRITURAÇÃO FISCAL E 
CONTÁBIL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
EaD - Educação a Distância Portal Educação 
 
 
 
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CURSO DE 
ESCRITURAÇÃO FISCAL E 
CONTÁBIL 
 
 
 
 
 
MÓDULO II 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este 
Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição 
do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido 
são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
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MÓDULO II 
 
 
2 SISTEMAS DE TRIBUTAÇÃO 
 
 
A legislação tributária brasileira possibilita que as empresas façam a opção 
por qual forma de tributação desejam que sejam aplicados em seus negócios, 
existindo para tal, três possibilidades em que as empresas podem optar por qual 
sistema utilizar para se fazer todos os procedimentos para a correta arrecadação 
tributária que será paga pela empresa e recolhido aos cofres públicos. A opção pode 
ser feita pelo sistema chamado de Lucro Real, Lucro Presumido ou o Simples 
Nacional. 
De acordo com Martins (2011c) a opção feita pela empresa é definitiva para 
todo o referido ano fiscal, não podendo ser alterada no decorrer do período. Dessa 
forma, a empresa necessita ter o devido conhecimento da execução de tais sistemas 
para poder optar por aquele que lhe traga melhores retornos. 
 
 
2.1 SIMPLES NACIONAL 
 
 
O Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições (Simples) 
de tributação é o tipo direcionado para micro e pequenas empresas, sendo aquele 
que oferece diversas vantagens tributárias para esse tipo de empresa. No SIMPLES 
vários impostos e contribuições são unificados em um imposto único, com alíquota 
única também, de acordo com algumas regras para o perfeito enquadramento. No 
entanto, nem todas as empresas podem optar pelo sistema de tributação do 
SIMPLES, como será descrito adiante. 
 
 
 
 
 
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2.1.1 Definição de Microempresa e Empresa de Pequeno Porte 
 
 
Há uma determinada confusão quando se fala em microempresa, empresa 
de pequeno porte e empreendedor individual. Dessa maneira, para que as empresas 
possam obter as vantagens oferecidas pelo sistema SIMPLES, torna-se necessária 
a definição desses conceitos, visto que existem diferenças entre eles, 
diferentemente do que muitas pessoas imaginam. 
Assim sendo, microempresa, ou ME, é a pessoa jurídica que obtenha um 
faturamento bruto anual igual ou inferior a R$ 360.000,00 (trezentos e sessenta mil 
reais). Esse conceito é exposto pela Lei complementar nº 123/06, que define os 
critérios para o enquadramento das empresas no SIMPLES. 
Da mesma maneira, empresa de pequeno porte, ou EPP, é a pessoa jurídica 
que obtém o faturamento bruto anual superior a R$ 360.000,00 (trezentos e 
sessenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 3.600.000,00 (três milhões e seiscentos 
mil reais) (Lei Complementar 123 de 2006). 
Dessa maneira, se a empresa ME conseguir faturar mais de 360.000,00 de 
receita bruta passa automaticamente para a classificação de EPP. Do mesmo modo, 
se a empresa EPP não faturar o total bruto anual superior a R$ 360.000,00 passa a 
condição de ME automaticamente. 
Por outro lado, o Empreendedor Individual é aquele empresário que obtém 
faturamento bruto anual de até R$ 60.000,00 e que não possua sócios, podendo ter 
até um funcionário fixo registrado em carteira e que receba como remuneração o 
salário mínimo. É mais usado para aqueles pequenos negócios individuais, que 
eram informais. O governo federal incentivou a formalização desta modalidade por 
meio deste programa. 
Assim sendo, apenas as empresas que se enquadram nas definições de ME 
ou de EPP é que poderão usufruir do Simples. 
 
 
 
 
 
 
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2.1.2 Opção pelo Pagamento por meio do SIMPLES 
 
 
Dessa maneira, as empresas que se enquadrarem ao regime do Simples 
deverão fazer a opção pelo regime, que segundo o Artigo 16 da Lei Complementar 
123 de 2006: “a opção pelo Simples Nacional da pessoa jurídica enquadrada na 
condição de microempresa e empresa de pequeno porte dar-se-á na forma a ser 
estabelecida em ato do Comitê Gestor, sendo irretratável para todo o ano-
calendário”. Para tal, a empresa necessita ter obtido a receita bruta anual do ano 
anterior dentro dos limites estabelecidos pela legislação pertinente. 
Ainda segundo o Artigo 16 da Lei Complementar 123 de 2006, § 1º-A, a 
opção pelo Simples Nacional implica aceitação de sistema de comunicação 
eletrônica destinado a: 
I. Cientificar o sujeito passivo de quaisquer tipos de atos administrativos, 
incluídos os relativos ao indeferimento de opção, à exclusão do regime e 
a ações fiscais; 
II. Encaminhar notificações e intimações; 
III. Expedir avisos em geral. 
 
 
2.1.3 Empresas que não podem optar pelo SIMPLES 
 
 
Há algumas situações em que a pessoa jurídica não pode optar pelo regime 
de tributação SIMPLES em virtude de algumas características. Entre as situações 
que não é possível usufruir do sistema SIMPLES, de acordo com o Artigo 17 da Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, estão: 
A. Titular ou sócio da empresa que participe com mais de 10% do capital de 
outra empresa que seja optante pelo SIMPLES ou não, e desde que a 
Receita Bruta total de ambas as empresas não ultrapasse o limite estipulado 
pelo SIMPLES. 
 
 
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B. Filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com 
sede no exterior; 
C. Titular ou sócio partícipe com mais de 10% do capital de outra Pessoa 
Jurídica, que não seja beneficiada pelo Simples, e desde que a Receita Bruta 
total de ambas ultrapasse o limite do Simples; 
D. Sócio ou titular que seja administrador de outra pessoa jurídica com fins 
lucrativos, desde que a Receita Bruta total ultrapasse o limite do SIMPLES; 
E. Cooperativas, salvo as de consumo; 
F. Empresas que desenvolvam as atividades de banco comercial, banco de 
investimento e de desenvolvimento, de caixa econômica, de sociedade de 
crédito, financiamento e investimento ou de crédito imobiliário, de corretora ou 
de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de empresa de 
arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de 
previdência complementar; 
G. Empresa que sejam resultante ou remanescente de cisão de qualquer outra 
forma de desmembramento de empresas e que tenha ocorrido em um dos 5 
(cinco) anos-calendário anteriores; 
H. Empresas constituídas sob a forma de sociedade por ações; 
I. Empresas de Factoring; 
J. Empresas que tenham sócio domiciliado no exterior; 
K. Empresas das quais o capital que a constitui venha da participação de 
entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou 
municipal; 
L. Empresas que prestem serviços de comunicação; 
M. Empresas que possuam débitos com o INSS, ou com as Fazendas Públicas 
Federal, Estadual ou Municipal; 
N. Empresas que prestem serviços de transporte intermunicipal e interestadual 
de passageiros; 
O. Empresas geradoras, transmissoras, distribuidoras ou comercializadoras de 
energia elétrica; 
P. Empresas que exerçam a atividade de importação ou fabricação de 
automóveis e motocicletas;
Q. Empresas que exerçam a atividade de importação de combustíveis; 
 
 
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R. Empresas que exerçam atividade de produção ou venda no atacado de 
bebidas alcoólicas, bebidas tributadas pelo IPI com alíquota específica, 
cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições e 
pólvoras, explosivos e detonantes; 
S. Empresas que possuam por finalidade a prestação de serviços decorrentes 
de atividade intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou 
cultural, que constitua profissão regulamentada ou não, bem como a que 
preste serviços de instrutor, de corretor, de despachante ou de qualquer tipo 
de intermediação de negócios; 
T. Empresas que realizem cessão ou locação de mão de obra; 
U. Empresas que realizem atividade de consultoria; 
V. Empresas que se dediquem ao loteamento e à incorporação de imóveis. 
 
No entanto, existem algumas exceções, onde de todas as formas de 
proibições de uso pelo regime do SIMPLES, em alguns casos específicos e em 
exceção, de acordo com o Artigo 18 da Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, podem optar pelo regime SIMPLES: 
 
1. Creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental; 
2. Agência terceirizada de correios; 
3. Agência de viagem e turismo; 
4. Centro de formação de condutores de veículos automotores de transporte 
terrestre de passageiros e de cargas; 
5. Agência lotérica; 
6. Serviços de manutenção e reparação de automóveis, caminhões, ônibus, 
outros veículos pesados, tratores, máquinas e equipamentos agrícolas; 
7. Serviços de instalação, manutenção e reparação de acessórios para veículos 
automotores; 
8. Serviços de manutenção e reparação de motocicletas, motonetas e bicicletas; 
9. Serviços de instalação, manutenção e reparação de máquinas de escritório e 
de informática; 
 
 
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10. Serviços de reparos hidráulicos, elétricos, pintura e carpintaria ou 
estabelecimentos civis ou empresariais, bem como manutenção e reparação 
de aparelhos eletrodomésticos; 
11. Serviços de instalação e manutenção de aparelhos e sistemas de ar 
condicionado, refrigeração, ventilação, aquecimento e tratamento de ar em 
ambientes controlados; 
12. Veículos de comunicação, de radiofusão sonora e de sons e imagens, e mídia 
externa; 
13. Construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma 
de subempreitada; 
14. Transporte municipal de passageiros; 
15. Empresas montadoras de estandes para feiras; 
16. Escolas livres de língua estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais; 
17. Produção cultural e artística; 
18. Produção cinematográfica e de artes cênicas; 
19. Cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros; 
20. Academia de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; 
21. Academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de 
esportes; 
22. Elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, 
desde que desenvolvidos em estabelecimento do optante; 
23. Licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; 
24. Planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, 
desde que realizados em estabelecimento do optante; 
25. Escritórios de serviços contábeis; 
26. Serviços de vigilância, limpeza ou conservação; 
27. Transportes intermunicipais e interestaduais de carga; 
28. Transporte municipal de passageiros. 
 
 
 
 
 
 
 
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2.1.4 Escrituração Contábil Simplificada (Livro Caixa) 
 
 
De acordo com o Artigo 3º da Resolução CGSN nº 10, de 28 de junho de 
2007, as ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional deverão adotar para os 
registros e controles das operações e prestações por elas realizadas: 
I. Livro Caixa, no qual deverá estar escriturada toda a sua movimentação 
financeira e bancária. 
 
Assim sendo, o livro caixa é o documento formal da ME ou EPP, que serve 
tanto para que o microempresário ou pequeno empresário realize os lançamentos 
financeiros relacionados a todas as entradas e saídas de recursos financeiros de 
sua empresa, ou do caixa da empresa, conseguindo controlar essa movimentação e 
poder tomar as decisões adequadas para que o gerenciamento dos recursos 
financeiros seja correto e produza os resultados esperados. 
Além disso, o livro caixa serve como documento fiscal para que o 
microempresário, ou o pequeno empresário, possa demonstrar essas 
movimentações ao governo. 
A seguir, por meio das Figuras 2, 3 e 4, apresentamos alguns modelos e 
exemplos de Livro-Caixa: 
 
 
 
 
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FIGURA 2 - MODELO DE LIVRO CAIXA 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.expertsystems.com.br/expert_turismo_lazer.php>. 
Acesso em: 19 jan. 2013. 
 
 
 
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FIGURA 3 - MODELO DE LIVRO CAIXA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://ultradownloads.com.br/download/Livro-Caixa-Banana-Contabilidade/>. 
Acesso em: 19 jan. 2013. 
 
 
 
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FIGURA 4 - MODELO DE LIVRO CAIXA 
 
 
FONTE: Disponível em: <http://www.superdownloads.com.br/imagens/telas/livro-caixa-221300,2.jpg>. 
Acesso em: 19 jan. 2013. 
 
 
2.1.5 Distribuição de lucros aos sócios 
 
 
A Lei complementar nº 123, de 14 dezembro de 2006, no seu Artigo 14 
explica que estão isentos de imposto de renda, na fonte e na declaração de ajuste 
do microempresário ou pequeno empresário, os valores efetivamente pagos ou 
distribuídos aos titulares ou sócios dessas empresas, quando forem optantes do 
SIMPLES. No entanto, os valores correspondentes a pró-labore, aluguéis e serviços 
prestados serão tributados de acordo com a legislação pertinente. 
 
 
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Dessa forma, pode-se perceber que a distribuição de lucros aos sócios pelo 
regime de tributação Simples é perfeitamente correto e oferece vantagens inúmeras, 
como a isenção de imposto de renda. 
 
 
2.1.6 Tributos alcançados pelo simples 
 
 
De acordo com o Artigo 13 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro 
de 2006, o Simples é o sistema que possibilita o recolhimento de um documento 
único de arrecadação, que denota os seguintes impostos: 
 
a) Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ); 
b) Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI); 
c) Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL); 
d) Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS); 
e) Programa de Integração Social (PIS); 
f) Contribuição Patronal Previdenciária (CPP); 
g) Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre 
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de 
Comunicação (ICMS); 
h) Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). 
 
 
2.1.7 Enquadramento e desenquadramento 
 
 
As condições para que as microempresas ou empresas de pequeno porte se 
enquadrem no regime tributário do Simples dizem respeito à receita bruta anual, que 
deve ser de R$ 360.000,00 para as microempresas e estar compreendida entre R$ 
360.000,01 e R$ 3.600.000,00 para as empresas de pequeno porte. Assim sendo, 
como já fora exposto anteriormente, atendendo a essas condições as empresas 
podem fazer a opção pelo Simples. 
 
 
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Para o desenquadramento, de acordo com o Artigo 29 da Lei Complementar 
123/2006, ocorrem algumas situações em que pode acontecer a exclusão da 
empresa do regime Simples, como qualquer alteração de dados no CNPJ realizado 
e informado pela empresa à Receita Federal do Brasil. Essas alterações podem ser 
de
outras formas: 
 
I. Alteração de natureza jurídica da microempresa ou empresa de pequeno porte 
para sociedade anônima, sociedade empresária em comandita por ações; 
II. Inclusão de atividade econômica vedada à opção pelo Simples Nacional; 
III. Inclusão de sócio pessoa jurídica; 
IV. Inclusão de sócio domiciliado no exterior; 
V. Extinção da empresa. 
 
 
2.1.8 Cálculo do valor mensal devido 
 
 
O cálculo do imposto que as ME ou EPP estarão obrigadas a recolher é feito 
por meio de um sistema eletrônico específico para tal finalidade. O programa está 
disponível no Portal do Simples Nacional, que realiza o cálculo e faz a geração do 
Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). 
Dessa forma, o empresário optante do Simples, deverá acessar o portal do 
Simples. Será disponibilizado um código de acesso para que possa realizar os 
cálculos e obter a DAS. 
Para efeito de determinação da alíquota, o empresário deverá informar o 
valor de sua receita bruta acumulada nos 12 meses anteriores ao do período de 
apuração e o aplicativo irá fazer o cálculo e fornecer a DAS para fazer o pagamento 
dos tributos. 
Esse aplicativo baseia-se nas alíquotas e base de cálculo como são 
demonstrados nas Tabelas 3, 4 e 5 seguintes: 
 
 
 
 
 
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TABELA 3 - ALÍQUOTAS E PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL – COMÉRCIO 
 
Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS 
Até 180.000,00 4,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 
De 180.000,01 a 360.000,00 5,47% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 
De 360.000,01 a 540.000,00 6,84% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 
De 540.000,01 a 720.000,00 7,54% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 
De 720.000,01 a 900.000,00 7,60% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,28% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,36% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,45% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,03% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,12% 0,43% 0,43% 1,26% 0,30% 3,60% 3,10% 
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 9,95% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,04% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,13% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,23% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,32% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,23% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,32% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,42% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 11,51% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 11,61% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 
FONTE: Lei Complementar 123/2006. Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares/2006/leicp123.htm>. 
Acesso em: 13 jan. 2013. 
 
 
 
 
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TABELA 4 - ALÍQUOTAS E PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL – INDÚSTRIA 
 
Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ICMS IPI 
Até 180.000,00 4,50% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 2,75% 1,25% 0,50% 
De 180.000,01 a 360.000,00 5,97% 0,00% 0,00% 0,86% 0,00% 2,75% 1,86% 0,50% 
De 360.000,01 a 540.000,00 7,34% 0,27% 0,31% 0,95% 0,23% 2,75% 2,33% 0,50% 
De 540.000,01 a 720.000,00 8,04% 0,35% 0,35% 1,04% 0,25% 2,99% 2,56% 0,50% 
De 720.000,01 a 900.000,00 8,10% 0,35% 0,35% 1,05% 0,25% 3,02% 2,58% 0,50% 
De 900.000,01 a 1.080.000,00 8,78% 0,38% 0,38% 1,15% 0,27% 3,28% 2,82% 0,50% 
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 8,86% 0,39% 0,39% 1,16% 0,28% 3,30% 2,84% 0,50% 
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 8,95% 0,39% 0,39% 1,17% 0,28% 3,35% 2,87% 0,50% 
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 9,53% 0,42% 0,42% 1,25% 0,30% 3,57% 3,07% 0,50% 
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 9,62% 0,42% 0,42% 1,26% 0,30% 3,62% 3,10% 0,50% 
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 10,45% 0,46% 0,46% 1,38% 0,33% 3,94% 3,38% 0,50% 
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 10,54% 0,46% 0,46% 1,39% 0,33% 3,99% 3,41% 0,50% 
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 10,63% 0,47% 0,47% 1,40% 0,33% 4,01% 3,45% 0,50% 
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 10,73% 0,47% 0,47% 1,42% 0,34% 4,05% 3,48% 0,50% 
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 10,82% 0,48% 0,48% 1,43% 0,34% 4,08% 3,51% 0,50% 
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 11,73% 0,52% 0,52% 1,56% 0,37% 4,44% 3,82% 0,50% 
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 11,82% 0,52% 0,52% 1,57% 0,37% 4,49% 3,85% 0,50% 
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 11,92% 0,53% 0,53% 1,58% 0,38% 4,52% 3,88% 0,50% 
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 12,01% 0,53% 0,53% 1,60% 0,38% 4,56% 3,91% 0,50% 
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 12,11% 0,54% 0,54% 1,60% 0,38% 4,60% 3,95% 0,50% 
FONTE: Lei Complementar 123/2006. Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares/2006/leicp123.htm>. 
Acesso em: 13 jan. 2013. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 51 
 
TABELA 5 - ALÍQUOTAS E PARTILHA DO SIMPLES NACIONAL - RECEITAS DE 
LOCAÇÃO DE BENS MÓVEIS E DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
 
Receita Bruta em 12 meses (em R$) ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS/PASEP CPP ISS 
Até 180.000,00 6,00% 0,00% 0,00% 0,00% 0,00% 4,00% 2,00% 
De 180.000,01 a 360.000,00 8,21% 0,00% 0,00% 1,42% 0,00% 4,00% 2,79% 
De 360.000,01 a 540.000,00 10,26% 0,48% 0,43% 1,43% 0,35% 4,07% 3,50% 
De 540.000,01 a 720.000,00 11,31% 0,53% 0,53% 1,56% 0,38% 4,47% 3,84% 
De 720.000,01 a 900.000,00 11,40% 0,53% 0,52% 1,58% 0,38% 4,52% 3,87% 
De 900.000,01 a 1.080.000,00 12,42% 0,57% 0,57% 1,73% 0,40% 4,92% 4,23% 
De 1.080.000,01 a 1.260.000,00 12,54% 0,59% 0,56% 1,74% 0,42% 4,97% 4,26% 
De 1.260.000,01 a 1.440.000,00 12,68% 0,59% 0,57% 1,76% 0,42% 5,03% 4,31% 
De 1.440.000,01 a 1.620.000,00 13,55% 0,63% 0,61% 1,88% 0,45% 5,37% 4,61% 
De 1.620.000,01 a 1.800.000,00 13,68% 0,63% 0,64% 1,89% 0,45% 5,42% 4,65% 
De 1.800.000,01 a 1.980.000,00 14,93% 0,69% 0,69% 2,07% 0,50% 5,98% 5,00% 
De 1.980.000,01 a 2.160.000,00 15,06% 0,69% 0,69% 2,09% 0,50% 6,09% 5,00% 
De 2.160.000,01 a 2.340.000,00 15,20% 0,71% 0,70% 2,10% 0,50% 6,19% 5,00% 
De 2.340.000,01 a 2.520.000,00 15,35% 0,71% 0,70% 2,13% 0,51% 6,30% 5,00% 
De 2.520.000,01 a 2.700.000,00 15,48% 0,72% 0,70% 2,15% 0,51% 6,40% 5,00% 
De 2.700.000,01 a 2.880.000,00 16,85% 0,78% 0,76% 2,34% 0,56% 7,41% 5,00% 
De 2.880.000,01 a 3.060.000,00 16,98% 0,78% 0,78% 2,36% 0,56% 7,50% 5,00% 
De 3.060.000,01 a 3.240.000,00 17,13% 0,80% 0,79% 2,37% 0,57% 7,60% 5,00% 
De 3.240.000,01 a 3.420.000,00 17,27% 0,80% 0,79% 2,40% 0,57% 7,71% 5,00% 
De 3.420.000,01 a 3.600.000,00 17,42% 0,81% 0,79% 2,42% 0,57% 7,83% 5,00% 
FONTE: Lei Complementar 123/2006. Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/LeisComplementares/2006/leicp123.htm>. 
Acesso em: 13 jan. 2013. 
 
 
2.1.9 Opção e exclusão ao simples 
 
 
De acordo com o Artigo 25 da Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro 
de 2006, as microempresas ou empresas de pequeno porte devem realizar a opção 
pelo regime do Simples Nacional, de acordo com as normas e regras que foram 
demonstradas nesse
trabalho e pelas diversas leis que o regimentam, em especial a 
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que define a estruturação do 
sistema Simples. A opção é, de acordo com o Artigo 7 da Lei Complementar nº 123, 
de 14 de dezembro de 2006, a realização por meio da internet, sendo irretratável 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 52 
para todo o ano-calendário a que se refere. A opção deverá ser feita no mês de 
janeiro. 
Dessa maneira, além de realizar a opção, as microempresas, ou empresas 
de pequeno porte deverão enviar anualmente à Secretaria da Receita Federal do 
Brasil a declaração simplificada de informações socioeconômicas e fiscais 
relacionados à sua atividade empresarial, como expõe o Artigo 25 da Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
Da mesma maneira o Artigo 26 da Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, afirma que as microempresas e empresas de pequeno porte 
optantes pelo Simples Nacional ficam obrigadas a emitir documento fiscal de venda 
ou prestação de serviço, além de manter em boa ordem e guarda os documentos 
que fundamentaram a apuração dos impostos e contribuições devidos e o 
cumprimento das obrigações acessórias relacionados ao recolhimento dos tributos 
pelas empresas optantes do regime. 
Por outro lado, a exclusão das empresas optantes pelo Simples Nacional 
deste regime, de acordo com o Artigo 29 da Lei Complementar nº 123, de 14 de 
dezembro de 2006, acontecerá quando: 
 
a) A microempresa ou empresa de pequeno porte deixar de realizar a 
perfeita comunicação de exclusão obrigatória; 
b) A empresa dificultar a fiscalização, como a não exibição de livros e 
documentos a que estiverem obrigadas, bem como pelo não fornecimento 
de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou 
atividade que estiverem intimadas a apresentar; 
c) A microempresa ou empresa de pequeno porte oferecer resistência à 
fiscalização, como a não permissão de acesso ao estabelecimento ou ao 
domicílio fiscal ou outro local onde desenvolvam suas atividades pelos 
fiscais correspondentes; 
d) A microempresa ou empresa de pequeno porte comercializar mercadorias 
que sejam objeto de contrabando; 
e) A microempresa ou empresa de pequeno porte não realizar a devida 
escrituração do livro-caixa ou não permitir a identificação da 
movimentação financeira, inclusive bancária; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 53 
f) A microempresa ou empresa de pequeno porte omitir a folha de 
pagamento da empresa ou de documento de informações previsto pela 
legislação previdenciária, trabalhista ou tributária. 
 
 
2.2 LUCRO PRESUMIDO 
 
 
No regime de lucro presumido, existe uma presunção do lucro que será 
obtido pela empresa, na qual o imposto devido é calculado com base nesse lucro, 
que é apurado de forma estimada de acordo com o faturamento da empresa. 
 
 
2.2.1 Definição fiscal de receita bruta para apuração do lucro presumido 
 
 
Ao considerar-se o regime de tributação pelo Lucro Presumido, deve-se 
utilizar como base de cálculo o valor total da receita bruta, ao qual serão aplicadas 
as devidas alíquotas, como já fora exposto. Assim sendo, a receita bruta auferida no 
Lucro Presumido compreende: 
 
a) O produto da venda de bens; 
b) O preço dos serviços prestados; 
c) O resultado auferido nas operações de conta alheia, de acordo com a Lei 
8.541/1992, artigo 14, §3°. 
 
 
2.2.2 Momento da opção 
 
 
A opção pelo regime de lucro presumido deverá ser manifestada com o 
pagamento da primeira quota ou quota única do imposto devido correspondente ao 
primeiro período de apuração, que se torna definitiva para todo aquele ano-
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 54 
calendário. As apurações e recolhimentos dos tributos são determinados por 
períodos de apuração trimestrais, sempre encerrados em 31 de março, 30 de junho, 
30 de setembro e 31 de dezembro de cada ano calendário, baseados no 
faturamento da empresa, conforme expõe o Artigo 1º da Lei Nº 9.430, de 27 de 
Dezembro de 1996. 
 
 
2.2.3 Apuração do lucro presumido 
 
 
A base de cálculo do imposto decorrente da receita bruta em cada trimestre, 
será determinada mediante a aplicação do percentual de 8% (oito por cento) sobre a 
receita bruta auferida no período de apuração, como é exposto pelo Artigo 15 da Lei 
9.249/1995. 
Em algumas outras atividades, como é demonstrado pela Tabela 6, o 
percentual aplicado, de acordo com Artigo 15, §1° da Lei 9.249/1995, será de: 
 
TABELA 6 - PERCENTUAIS APLICÁVEIS AO LUCRO PRESUMIDO 
 
ESPÉCIES DE ATIVIDADES 
Percentuais 
Sobre a receita 
Revenda a varejo de combustíveis e gás natural 1,6% 
 Venda de mercadorias ou produtos; 
 Transporte de cargas; 
 Atividades imobiliárias; 
 Serviços hospitalares; 
 Atividade Rural; 
 Industrialização com materiais fornecidos pelo 
encomendante; 
 Outras atividades não especificadas (exceto prestação de 
serviços). 
8 % 
 Serviços de transporte (exceto o de cargas); 
 Serviços gerais com receita bruta até R$ 120.000/ano. 
16% 
 Serviços profissionais (Sociedades Simples - SS, médicos, 
dentistas, advogados, contadores, auditores, engenheiros, 
consultores, economistas, etc.); 
 Intermediação de negócios. 
32% 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 55 
 Administração, locação ou cessão de bens móveis/imóveis 
ou direitos; 
 Serviços de construção civil, quando a prestadora não 
empregar materiais de sua propriedade nem se 
responsabilizar pela execução da obra; 
 Serviços em geral, para os quais não haja previsão de 
percentual específico. 
No caso de exploração de atividades diversificadas, será 
aplicado sobre a receita bruta de cada atividade o respectivo 
percentual. 
1,6 a 32% 
FONTE: Artigo 15, §1° da Lei 9.249/1995. Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/leis/Ant2001/lei924995.htm>. Acesso em: 16 jan. 2013. 
 
 
A pessoa jurídica que houver utilizado o percentual de 16% para apuração 
da base de cálculo do imposto trimestral, cuja receita bruta acumulada até 
determinado mês do ano-calendário exceder o limite de R$ 120.000,00 (cento e 
vinte mil reais), ficará sujeita ao pagamento da diferença do imposto postergado, 
apurado pelo percentual de 32% em relação a cada trimestre transcorrido. A 
diferença deverá ser paga até o último dia útil do mês subsequente ao do trimestre 
em que ocorreu o excesso, sem acréscimos legais (RIR/1999, art. 519, §§ 6º e 7º). 
De acordo com o ADN COSIT nº 22, de 31 outubro de 2000, para o exercício 
de profissões legalmente regulamentadas, como as escolas, inclusive as creches, 
mesmo com receita bruta anual de até R$ 120.000,00 (cento e vinte mil reais), não 
poderão aplicar o percentual de 16% (dezesseis por cento) sobre a receita bruta 
para fins de determinação do lucro presumido, devendo, portanto, aplicar o 
percentual de 32% (trinta e dois por cento). 
 
 
2.2.4 Recolhimento do IRPJ 
 
 
Para se realizar os cálculos para a composição do Imposto de Renda da 
Pessoa Jurídica (IRPJ), deverá ser considerado que o IRPJ será cobrado das 
empresas à alíquota de 15% (quinze por cento), como é exposto pelo Artigo 3 da LEI 
9249, de 26 dezembro 1995, ou seja, do resultado do lucro presumido que foi 
apurado pela empresa, baseado nas alíquotas de presunção sobre a receita bruta, 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 56 
incide-se a alíquota de 15% a título de IRPJ. Além disso, sobre a parcela do lucro 
presumido que apurado anualmente, exceder a R$ 240.000,00 (duzentos e quarenta 
mil reais), sujeita-se a incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de 
10% (dez por cento), somando-se esses valores
aos primeiros valores encontrados 
com a incidência da alíquota de 15%. O IRPJ apurado no regime de Lucro 
Presumido deverá ser pago até o último dia útil do mês subsequente ao do 
encerramento do período de apuração trimestral. 
Para exemplificar o exposto, vamos considerar uma empresa de prestação 
de serviços que tenha apurado a receita de R$ 980.000,00 em determinado trimestre 
do ano. 
Os cálculos são demonstrados na Tabela 7 abaixo: 
 
TABELA 7 - APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO TRIMESTRAL PARA O IRPJ 
 
APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO TRIMESTRAL PARA O IRPJ 
RECEITA BRUTA 
ALÍQUOTA DO LUCRO 
PRESUMIDO 
VALOR DA BASE DE 
CÁLCULO 
R$ 
980.000,00 32% 
R$ 
313.600,00 
 CÁLCULO DO IRPJ 
VALOR DA BASE DE CÁLCULO ALÍQUOTA DO IRPJ 
VALOR DO 
IMPOSTO 
R$ 
313.600,00 15% 
R$ 
47.040,00 
 VALOR DA BASE DE CÁLCULO 
DO ADICIONAL 
ALIQUOTA DO 
ADICIONAL IRPJ 
VALOR DO 
ADICIONAL 
R$ 
253.600,00 10% 
R$ 
25.360,00 
 VALOR TOTAL DO IRPJ 
A PAGAR 
R$ 72.400,00 
 
FONTE: o autor. 
 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 57 
Para a obtenção da base de cálculo é necessária a multiplicação da receita 
bruta pelo percentual determinado na tabela do lucro presumido, como fora 
demonstrado pela Tabela 6 anteriormente. No exemplo, a empresa é prestadora de 
serviços, o que implica a alíquota de 32% sobre a receita bruta. Assim sendo, a base 
de cálculo do imposto será de R$ 313.600,00. 
Para calcular o IRPJ utiliza-se essa base de cálculo encontrada e aplica-se a 
alíquota de 15%, o que resulta no IRPJ no valor de R$ 47.040,00 no trimestre. 
No entanto, de acordo com a legislação do IRPJ, para os valores da base de 
cálculo que excederem R$ 60.000,00 por trimestre, ou seja, R$ 20.000,00 mensais 
deve-se aplicar uma alíquota adicional de 10%, como já fora demonstrado nesse 
trabalho. Assim sendo, a base de cálculo para o cálculo do adicional é de R$ 
253.600,00 (R$ 313.600,00 – 60.000,00). A essa nova base de cálculo aplica-se a 
alíquota de 10%, o que resulta em R$ 25.360,00. Dessa forma, ao somarem-se os 
dois valores do IRPJ encontrado, obtém-se que o IRPJ total no trimestre é de R$ 
72.400,00. 
 
 
2.2.5 Cálculo da contribuição social sobre o lucro 
 
 
De acordo com o Artigo 4 da Instrução Normativa SRF nº 390, de 30 de 
janeiro de 2004, todas as empresas que são domiciliadas no Brasil e as equiparadas 
pela legislação do IRPJ são contribuintes da CSLL (Contribuição Social sobre o 
Lucro Líquido). 
A CSLL deverá ser apurada trimestralmente nos meses de março, junho, 
setembro e dezembro, de acordo com o Artigo 15 da Instrução Normativa SRF nº 
390, de 30 de janeiro de 2004, a qual será determinada mediante a alíquota de 9% 
(nove por cento) (Artigo 31 da Instrução Normativa SRF nº 390, de 30 de janeiro de 
2004). 
Dessa forma, de acordo com o Artigo 88 da Instrução Normativa SRF nº 
390, de 30 de janeiro de 2004, a base de cálculo da CSLL em cada trimestre, 
apurada com base no resultado presumido, corresponderá à soma dos seguintes 
valores: 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 58 
I. 12% (doze por cento) da receita bruta auferida no período de apuração, 
exceto para as atividades de que trata o artigo 89; 
II. 12% (doze por cento) da parcela das receitas auferidas, no respectivo 
período de apuração, nas exportações a pessoas vinculadas ou para 
países com tributação favorecida, na forma da legislação específica; 
III. Os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em 
aplicações financeiras, as demais receitas e os resultados positivos 
decorrentes de receitas não abrangidas pelo inciso I, auferidos no mesmo 
período de apuração, inclusive: 
a) Os ganhos de capital nas alienações de bens do ativo permanente e de 
ouro não caracterizado como ativo financeiro; 
b) Os ganhos de capital auferidos na alienação de participações societárias 
permanentes em sociedades coligadas e controladas, e de participações 
societárias que permaneceram no ativo da pessoa jurídica até o término 
do ano-calendário seguinte ao de sua aquisição. 
 
O Artigo 89 Instrução Normativa SRF nº 390, de 30 de janeiro de 2004 
expõe que o percentual da receita bruta a ser considerado para efeito de 
determinação da base de cálculo da CSLL, a que se refere o artigo 88, será 32% 
(trinta e dois por cento), para as atividades de: 
I. Prestação de serviços em geral, exceto a de serviços hospitalares e de 
transporte; 
II. Intermediação de negócios; 
III. Administração, locação ou cessão de bens imóveis, móveis e direitos de 
qualquer natureza; 
IV. Prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia, 
mercadológica, gestão de crédito, seleção de riscos, administração de 
contas a pagar e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de 
vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
 
Para exemplificar o cálculo da CSLL, tem-se o exemplo abaixo fornecido 
pela Tabela 8. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 59 
Pode-se perceber que a empresa desenvolve atividades de vendas de bens 
e prestação de serviços. No caso, a empresa obteve um ganho de capital por meio 
de uma receita financeira no valor de R$ 85.000,00. 
Além disso, a empresa obteve receita bruta com as vendas de bens no valor 
total trimestral de R$ 880.000,00. No mesmo período, a empresa auferiu uma receita 
bruta com a prestação de serviços de R$ 170.000,00. 
Para fazer a apuração do CSLL, é necessário apurar a base de cálculo do 
imposto, que nesse caso é dado pela aplicação da alíquota de 12% sobre as 
receitas brutas com vendas de bens, e da alíquota de 32% sobre a receita bruta total 
alcançada com a prestação de serviços. Por fim, aos valores encontrados, adiciona-
se o valor total da receita financeira. 
 
TABELA 8 - APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO TRIMESTRAL PARA O CSLL 
 
APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO TRIMESTRAL PARA O CSLL 
RECEITA BRUTA VENDAS 880.000,00 
 
RECEITA BRUTA DE SERVIÇOS 
 
170.000,00 
 
RECEITA FINANCEIRA 
 
85.000,00 
 
RECEITA BRUTA VENDAS ALÍQUOTA SOBRE VENDAS 
VALOR DA BASE DE 
CÁLCULO 
 
880.000,00 12% 
 
105.600,00 
 
RECEITA BRUTA DE SERVIÇOS 
ALÍQUOTA SOBRE 
SERVIÇOS 
VALOR DA BASE DE 
CÁLCULO 
170.000,00 32% 
 
54.400,00 
 
CÁLCULO DO CSLL 
VALOR DA BASE DE 
CÁLCULO SOBRE VENDAS 
VALOR DA BASE DE CÁLCULO 
SOBRE SERVIÇOS 
VALOR DA BASE DE 
RECEITAS FINANCEIRAS 
 
105.600,00 
 
54.400,00 
 
85.000,00 
 
VALOR TOTAL DA BASE DE CÁLCULO DO CSLL 
 
245.000,00 
ALÍQUOTA DO CSLL 9% 
VALOR TOTAL DO CSLL 
 
22.050,00 
FONTE: o autor. 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 60 
Assim sendo, vê-se que a base de cálculo do CSLL é de R$ 245.000,00, 
onde se aplica a alíquota
do imposto de 9%. A empresa irá recolher R$ 22.050,00 a 
título de CSLL. 
 
 
2.2.6 Empresas que podem optar pelo lucro presumido 
 
 
O Regime de Tributação pelo Lucro Presumido é uma forma simplificada de 
tributação, que facilita a apuração do Imposto de Renda e da Contribuição Social 
das pessoas jurídicas. Para exercer a opção pelo regime do lucro presumido, 
existem algumas exigências impostas pela legislação tributária e fiscal, onde as 
empresas que desejam optar por este regime precisam ter uma das alternativas 
abaixo: 
 
a) Obter receita bruta total, no ano-calendário anterior, igual ou inferior a R$ 
48.000.000,00, ou R$ 4.000.000,00 multiplicado pelo número de meses de atividade 
no ano-calendário anterior. Esta última situação é para as empresas que tenham 
iniciadas suas atividades no ano anterior (Artigo 13 da Lei nº 9.718, de 27 de 
novembro de 1998). 
b) Não ser obrigada a declarar com base no lucro real em função da 
atividade que exerce. 
c) Estar enquadradas como sociedades civis de profissão regulamentada, 
sociedades que explorem atividade rural, sociedades por ação, sociedades de 
capital aberto, empresas que se dediquem à compra e à venda, ao loteamento, à 
incorporação ou à construção de imóveis e à execução de obra da construção civil, 
desde que não sejam obrigadas a declarar com base no lucro real em função da 
atividade que exerce. 
d) Ter sócios ou acionistas residentes ou domiciliados no exterior. 
e) Ser constituídas sob qualquer forma societária, de cujo capital participem 
entidades da administração pública, direta ou indireta, federal, estadual ou 
municipal. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 61 
f) Ser filiais, sucursais, agências ou representação, no país, de pessoas 
jurídicas com sede no exterior. 
g) Comercializar bens importados, qualquer que seja o valor da receita 
auferida com a venda desses produtos. 
 
 
2.2.7 Enquadramento no limite de receita bruta 
 
 
A opção pela tributação com base no lucro presumido deverá ser 
manifestada pela empresa no início do ano fiscal a que se refere e esta opção será 
aplicada a todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário, como 
demonstra o artigo 26 da Lei 9.430/1996. Essa opção é confirmada pelo pagamento 
da primeira parcela do imposto devido. 
 
 
2.2.8 Conceito de receita bruta e exclusões 
 
 
De acordo com a Receita Federal do Brasil, compõem a receita total para 
fins de determinação do limite: 
 
a) As receitas da prestação de serviços, da venda de produtos de fabricação 
própria, da revenda de mercadorias, do transporte de cargas, da 
industrialização de produtos em que a matéria-prima, o produto intermediário 
e o material de embalagem tenham sido fornecidos por quem encomendou a 
industrialização, da atividade rural, e de outras atividades compreendidas 
nos objetivos sociais da pessoa jurídica. 
b) As receitas de quaisquer outras fontes não relacionadas diretamente com os 
objetivos sociais da pessoa jurídica, bem como os ganhos de capital; 
c) Os ganhos líquidos obtidos em operações realizadas nos mercados de 
renda variável; 
d) Os rendimentos nominais auferidos em aplicações financeiras de renda fixa. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 62 
De acordo com a Receita Federal do Brasil, as empresas que não podem 
optar pelo lucro presumido são todas as pessoas jurídicas que, por determinação 
legal, estão obrigadas à apuração do lucro real, a saber: 
 
a) Empresas que desempenham as atividades de bancos comerciais, bancos 
de investimentos, bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, 
sociedades de crédito, financiamento e investimento, sociedades de crédito 
imobiliário, sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, empresas 
de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas de seguro 
privado e de capitalização e entidades de previdência privada aberta. 
b) Pessoas jurídicas que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital 
oriundos do exterior. 
c) Pessoas jurídicas que, autorizadas pela legislação tributária, possam usufruir 
de benefícios fiscais como a isenção ou redução do imposto de renda. 
d) Empresas que desenvolvam as atividades de prestação cumulativa e 
contínua de serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de 
crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a receber, 
compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou 
de prestação de serviços (factoring). 
e) As microempresas e empresas de pequeno porte do Simples Nacional. 
f) As empresas que praticam atividades de construção, incorporação, compra 
e venda de imóveis, enquanto não concluídas as operações imobiliárias para 
as quais haja registro de custo orçado. 
g) As empresas que explorem as atividades de securitização de créditos 
imobiliários, financeiros e do agronegócio. 
 
Segundo com o Artigo 45 da Lei Nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, toda 
pessoa jurídica habilitada à opção pelo regime de tributação com base no lucro 
presumido deverá manter: 
 
I. Escrituração contábil nos termos da legislação comercial; 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 63 
II. Livro Registro de Inventário, no qual deverão constar registrados os 
estoques existentes no término do ano-calendário abrangido pelo regime de 
tributação simplificada; 
III. Boa guarda e ordem, enquanto não decorrido o prazo decadencial e não 
prescritas eventuais ações que lhes sejam pertinentes, todos os livros de 
escrituração obrigatórios por legislação fiscal específica, bem como os documentos 
e demais papéis que serviram de base para escrituração comercial e fiscal. 
Parágrafo único. O disposto no inciso I deste artigo não se aplica à pessoa jurídica 
que, no decorrer do ano-calendário, mantiver livro Caixa, no qual deverá estar 
escriturada toda a movimentação financeira, inclusive bancária. 
 
 
2.3 LUCRO REAL 
 
 
O regime de lucro real é adotado por empresas de médio e grande porte, 
que são obrigadas a desenvolver a escrituração formal do lucro, obtendo vários 
custos adicionais para poder desenvolver e calcular o lucro de forma real, como o 
mesmo ocorre. Daí o nome lucro real, ou seja, o lucro verdadeiro e específico que a 
empresa obtém naquele exercício. 
Assim sendo, as empresas realizam diversas análises para poder comparar-
se qual o sistema de tributação que melhor se aprouver, visto que algumas 
empresas podem alcançar vantagens financeiras e ganhos compensatórios pela 
escolha de lucro real ou lucro presumido. Se a empresa desfrutar de grande 
quantidade de deduções, o lucro real pode ser mais vantajoso. 
 
 
2.3.1 Conceito de lucro real 
 
 
Lucro real é o lucro líquido apurado pela empresa, que deve ser optante do 
regime pelo lucro real, onde o mesmo é composto pelas adições, exclusões e 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 64 
compensações que podem ser realizadas, de acordo com o Decreto Lei 1.598/77, 
artigo 6. 
Para se obter o lucro real, é necessário apurar o lucro líquido baseado nas 
disposições das leis comerciais, segundo a Lei 8.981/95, art. 37, § 1º). 
Dessa maneira, o lucro líquido obtido para o referido exercício resulta da 
soma algébrica do lucro operacional, dos resultados não operacionais e das 
participações. 
 
 
2.3.2 Pessoas jurídicas obrigadas à apuração do lucro real 
 
 
De acordo com o Artigo 14 da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, são 
obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas: 
 
I. Cuja receita total, no ano-calendário anterior seja superior ao limite de R$ 
48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), ou proporcional ao número de 
meses do período, quando inferior
a 12 (doze) meses; 
II. Cujas atividades sejam de bancos comerciais, bancos de investimentos, 
bancos de desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, 
financiamento e investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades 
corretoras de títulos, valores mobiliários e câmbio, distribuidoras de títulos e valores 
mobiliários, empresas de arrendamento mercantil, cooperativas de crédito, empresas 
de seguros privados e de capitalização e entidades de previdência privada aberta; 
III. Que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de capital oriundos do 
exterior; 
IV. Que autorizadas pela legislação tributária, usufruam de benefícios fiscais 
relativos à isenção ou redução do imposto; 
V. Que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de 
serviços de assessoria creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, 
administração de contas a pagar e a receber, compras de direitos creditórios 
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring). 
 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 65 
 
2.3.3 Ajustes por adição e exclusão e compensação 
 
 
Para a apuração do Lucro Real, é possível adicionar-se ao lucro líquido do 
período de apuração, de acordo com o Decreto 1.598/77, artigo 06, os: 
 
a) Custos, despesas, encargos, perdas, provisões, participações e quaisquer 
outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que não sejam 
dedutíveis na determinação do lucro real; 
b) Resultados, rendimentos, receitas e quaisquer outros valores não 
incluídos na apuração do lucro líquido que devam ser computados na 
determinação do lucro real. 
 
Dessa forma, para se apurar a base real para a determinação do lucro real, 
torna-se necessário o uso de diversas demonstrações financeiras, que ajustam o 
lucro líquido apurado após a CSLL e antes do IRPJ, por meio de adições, exclusões 
e compensações que são previstas na legislação. 
Dessa maneira existem diversas formas de se adicionar ao lucro real, como 
por exemplo: 
 
a) Os lucros auferidos no exterior, por intermédio de filiais, sucursais, 
controladas ou coligadas referente ao ano-calendário em que tiverem sido 
disponibilizados para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil (Art. 1, Lei 
9.532/97). 
b) Encargos de depreciação que são correspondentes a algum bem já 
totalmente depreciado em virtude de gozo de incentivos fiscais. 
c) Todas as despesas com alimentação dos sócios, acionistas e 
administradores, ressalvado na hipótese em que são considerados 
salários indiretos (Lei 9.249/95, art. 13, inciso IV). 
d) Todas as doações realizadas, excetuando-se aquelas que são 
admissíveis como dedutíveis (Lei 9.249/95, art. 13, inciso VI). 
 
 
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 66 
e) Todas as despesas utilizadas com brindes (Lei 9 249/95, art. 13, inciso 
VII). 
f) Todas as provisões financeiras, com exceção da provisão de férias e 
décimo terceiro salário. 
g) Todos os saldos alcançados pelo lucro inflacionário acumulado, realizado 
no período-base. 
h) Prejuízos pela alienação de ações ou quotas de capital, com deságio 
superior a 10% (dez por cento) dos respectivos valores de aquisição. 
i) Multas de trânsito. 
j) Tributos com exigibilidade suspensa (§1º do art.41 da Lei nº 8.981/95). 
k) Depreciação de carros de Luxo, barcos, apartamentos e outros bens 
utilizados pela Diretoria da empresa e que não estejam ligados 
intrinsecamente com a atividade da empresa (inciso III art. 13. 9.249/95). 
 
Da mesma forma que é passível de adições para a apuração do lucro real, 
também podem ser feitas exclusões do lucro líquido do período de apuração 
(Decreto-Lei 1.598/77, art. 06). 
As principais exclusões permitidas nesse regime de apuração tributário são: 
 
a) Os resultados, rendimentos e receitas que foram incluídos na apuração 
do lucro líquido e que não sejam computados no lucro real; 
b) O resultado de prejuízo fiscal apurado em períodos de apuração 
anteriores, limitado a 30% (trinta por cento) do lucro líquido, após ser 
ajustado pelas adições e exclusões e desde que a pessoa jurídica 
mantenha os livros e documentos exigidos pela legislação fiscal como 
forma de comprovar a ocorrência de tal prejuízo (Lei 9.065/95, art. 15 e 
parágrafo único). 
 
Dessa maneira, segue adiante alguns valores que podem ser utilizados 
como exclusões na determinação do lucro real: 
a) Ganhos de capital que foram conseguidos na venda de bens do Ativo 
Permanente para recebimento após o término do ano-calendário 
subsequente ao da contratação. 
 
 
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 67 
b) Lucros e dividendos conseguidos por meio de participações societárias. 
c) Resultado positivo da avaliação pela equivalência patrimonial. 
d) Encargos financeiros produzidos após dois meses do vencimento. 
e) Parcelas de perdas conseguidas em mercados de renda variável que 
excedam os ganhos auferidos nas mesmas operações. 
f) Resultados positivos alcançados pelas sociedades. 
g) Provisões que são indedutíveis, mas adicionadas ao lucro líquido em 
período base anterior e que foram revertidas a crédito do resultado do 
exercício. 
h) Depreciação acelerada incentivada. 
i) Reversão de Provisões não dedutíveis. 
j) Aplicações em projetos de produção de trabalhos audiovisuais 
cinematográficas brasileiras. 
k) Propaganda Eleitoral Gratuita. 
 
 
2.3.4 Obrigações acessórias das empresas tributadas pelo lucro real 
 
 
As empresas que são optantes do regime de tributação pelo lucro real são 
obrigadas a desenvolver algumas declarações e demonstrativos que são 
classificados como obrigações acessórias, ou seja, são obrigações fiscais que se 
fazem necessárias ao perfeito cumprimento da legislação, mas não são as 
obrigações que geram o imposto ou o seu recolhimento e apuração. Servem como 
auxiliares nesse contexto todo. As principais obrigações acessórias a que estão 
sujeitas as empresas do Lucro Real são: 
 
a) Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON): O 
Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (DACON) é uma declaração 
acessória obrigatória em que as empresam comunicam à Receita Federal sobre a 
apuração do PIS e COFINS. O DACON sempre necessita ser enviado ao governo 
até o 5º (quinto) dia útil do 2º (segundo) mês subsequente ao mês de usado como 
referência, ou seja, a declaração pode ser entregue com até 60 dias de prazo. Em 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 68 
alguns casos excepcionais, como no caso de extinção, incorporação, fusão e cisão, 
o DACON será enviado pela empresa que foi extinta, ou incorporada, fusionada ou 
cindida, nas mesmas condições de prazo que é devido (5º (quinto) dia útil do 2º 
(segundo) mês subsequente). 
 
b) Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF): é uma 
obrigação tributária acessória que necessita conter as informações relacionadas aos 
tributos que foram apurados pela empresa no período correspondente a esta 
declaração. Além disso, ela deve conter também informações como o pagamento de 
débitos fiscais que não foram declarados, ou créditos que foram suspensos, entre 
outros detalhes. Estas informações necessitam ser apuradas mensalmente. A DCTF 
deve ser entregue até o 15º (décimo quinto) dia útil do 2º (segundo) mês 
subsequente ao mês de ocorrência. 
 
c) Declaração de Rendimentos da Pessoa Jurídica (DIPJ): Por esta 
declaração, as empresas são obrigadas a informar os rendimentos realizados no 
ano fiscal do ano anterior ao da declaração. A DIPJ foi instituída pela Instrução 
Normativa SRF 127/1998. A DIPJ deve ser entregue em arquivo digital, mediante a 
utilização de programa gerador da declaração, que fica disponível no sítio da 
Receita
Federal. 
 
 
2.4 LUCRO ARBITRADO 
 
 
2.4.1 Situações que levam ao arbitramento pelo fisco 
 
 
De acordo com a Receita Federal do Brasil(c) o arbitramento de lucro é uma 
forma de apurar a base de cálculo do imposto de renda por meio da autoridade 
tributária, sendo aplicável pela autoridade tributária quando a pessoa jurídica deixa 
de cumprir as obrigações acessórias para se determinar o lucro real ou presumido. 
 
 
 AN02FREV001/REV 4.0 
 69 
Dessa maneira, torna-se responsável pela tributação com base no lucro 
arbitrado, o contribuinte que: 
 
a) É obrigado à tributação com base no lucro real, e não mantém escrituração 
na forma das leis comerciais e fiscais, ou deixa de elaborar as 
demonstrações financeiras exigidas pela legislação fiscal. 
b) A escrituração a que estiver obrigado o contribuinte revelar evidentes 
indícios de fraudes ou contiver vícios, erros ou deficiências que a tornem 
imprestável para identificar a efetiva movimentação financeira, inclusive 
bancária, ou determinar o lucro real. 
c) Deixa de apresentar à autoridade tributária os livros e documentos da 
escrituração comercial e fiscal, nos termos da legislação comercial, ou o 
Livro Caixa. 
 
 
2.4.2 Percentual ou coeficiente de apuração do lucro arbitrado 
 
 
O regime de apuração do lucro arbitrado é um sistema de apuração da base 
de cálculo do imposto de renda que é utilizada pela autoridade tributária ou pelo 
contribuinte, sendo aplicável pela autoridade tributária quando uma empresa deixa 
de cumprir as suas obrigações acessórias que são imprescindíveis para a 
determinação do lucro real ou presumido, de acordo com a apuração original feita na 
opção pela empresa. 
Assim sendo, quando a receita bruta é conhecida e divulgada, a empresa 
contribuinte pode efetuar o recolhimento do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica 
com base nessas regras do lucro arbitrado, que apura o recolhimento do imposto por 
meio da aplicação de percentuais, que são incidentes sobre a receita bruta quando 
conhecida, ou sobre valores fixados pela legislação fiscal quando não se conhece a 
receita bruta. 
Os percentuais que são utilizados para o cálculo sobre a receita bruta 
quando esta é conhecida, de acordo com o RIR/1999, artigos 532 e 533, são 
demonstrados pela Tabela 9 a seguir. 
 
 
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 70 
 
TABELA 9 - PERCENTUAIS PARA CÁLCULO DA RECEITA BRUTA NO LUCRO 
ARBITRADO 
Atividades Percentuais 
Atividades em geral (RIR/1999, art. 532). 9,60% 
Revenda de combustíveis. 1,92% 
Serviços de transporte (exceto transporte de carga). 19,20% 
Serviços de transporte de cargas. 9,60% 
Serviços em geral (exceto serviços hospitalares). 38,40% 
Serviços hospitalares. 9,60% 
Intermediação de negócios. 38,40% 
Administração, locação ou cessão de bens e direitos de 
qualquer natureza (inclusive imóveis). 
38,40% 
Factoring. 38,40% 
Bancos, instituições financeiras e assemelhados. 45% 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/1999/Inf_Gerais/Determinacao_do_Lucro_Arbit
rado.htm>. Acesso em: 28 jan. 2013. 
 
 
No entanto, quando não é conhecida a receita bruta, a base de cálculo do 
lucro arbitrado será determinada por meio de procedimento de ofício mediante a 
utilização de uma das seguintes alternativas de cálculo abaixo, de acordo com o 
RIR/1999, artigo 535: 
 
 
TABELA 10 - COEFICIENTES PARA CÁLCULO DA RECEITA BRUTA NO LUCRO 
ARBITRADO 
Bases Alternativas Coeficiente 
Lucro real referente ao último período em que a pessoa jurídica 
manteve escrituração de acordo com as leis comerciais e fiscais. 
1,5 
Soma dos valores do ativo circulante, realizável em longo prazo e 
permanente, existentes no último balanço patrimonial conhecido. 
0,04 
Valor do capital, inclusive correção monetária contabilizada como 
reserva de capital, constante do último balanço patrimonial conhecido 
ou registrado nos atos de constituição ou alteração da sociedade. 
0,07 
Valor do patrimônio líquido constante do último balanço patrimonial 
conhecido. 
0,05 
Valor das compras de mercadorias efetuadas no mês. 0,4 
 
 
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 71 
Soma, em cada mês, dos valores da folha de pagamento dos 
empregados e das compras de matérias-primas, produtos 
intermediários e materiais de embalagem. 
0,4 
Soma dos valores devidos no mês a empregados. 0,8 
Valor mensal do aluguel. 0,9 
FONTE: Disponível em: 
<http://www.receita.fazenda.gov.br/pessoajuridica/dipj/1999/Inf_Gerais/Determinacao_do_Lucro_Arbit
rado.htm>. Acesso em: 28 jan. 2013. 
 
 
2.4.3 Distribuição dos lucros 
 
 
De acordo com a Lei nº 9.249, de 1995, artigo 10; e o ADN COSIT nº 04, de 
1996, poderão ser distribuídos os lucros ao titular, sócio ou acionista da pessoa 
jurídica, sem incidência do imposto de renda todo o valor correspondente ao lucro 
arbitrado, depois de retirados todos os impostos e contribuições, como o adicional 
do IRPJ, a CSLL, a COFINS, e o PIS/PASEP. 
No entanto, se o valor do lucro efetivo for maior que o valor do lucro 
arbitrado, a empresa poderá distribuir os lucros sem a tributação pelo imposto de 
renda, desde que tenha condições de demonstrar por meio da escrituração contábil, 
que o valor é efetivamente maior que o valor arbitrado. 
Caso qualquer distribuição de lucros seja superior ao apurado pela 
contabilidade, este valor deverá ser atribuído para a conta “Lucros Acumulados” ou 
“Reserva de Lucros”. 
 
 
 
 
 
 
 
FIM DO MÓDULO II

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