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Lesões Amarelas

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PATOLOGIA GERAL, DP-301, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
41
LESÕES AMARELADAS 
 
GRÂNULOS DE FORDYCE 
 Grânulos de Fordyce são glândulas sebáceas que ocorrem na mucosa oral. Como as 
glândulas sebáceas são consideradas tipicamente estruturas anexas da pele, aquelas encontradas na 
cavidade oral têm sido, muitas vezes, consideradas "ectópicas". Contudo, pelo fato de os grânulos 
de Fordyce terem sido relatados em mais de 80% da população, a sua presença deve ser considerada 
uma variação anatômica normal. 
 
Características Clínicas 
Os grânulos de Fordyce apresentam-se como múltiplas lesões papulares amareladas ou branco-
amareladas, mais comumente localizadas na mucosa jugal e vermelhão do lábio superior. 
Ocasionalmente, estas glândulas podem, também, aparecer na área retromolar e pilar amigdaliano 
anterior. São mais comuns em adultos do que em crianças, provavelmente como resultado de 
fatores hormonais; a puberdade parece estimular o seu desenvolvimento. Classicamente, as lesões 
são assintomáticas, embora os pacientes sintam uma leve rugosidade da mucosa. Podem ter 
variações clínicas consideráveis; alguns pacientes podem ter somente umas poucas lesões, enquanto 
outros, apresentar centenas destes "grânulos". 
 
Características Histopatológicas 
 Exceto pela ausência dos folículos pilosos associados, os grânulos de Fordyce são similares 
às glândulas sebáceas normais encontradas na pele. Lóbulos acinares podem ser vistos logo abaixo 
da superfície epitelial, muitas vezes se comunicando com a superfície através de um ducto central. 
As células sebáceas nestes lóbulos são de forma poligonal, contendo núcleo localizado centralmente 
e abundante citoplasma espumoso. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Como os grânulos de Fordyce representam uma variação anatômica normal e são 
assintomáticos, não é indicado nenhum tratamento. Usualmente, o aspecto clínico é característico, 
não sendo a biópsia necessária para o diagnóstico. Ocasionalmente, os grânulos de Fordyce podem 
se hiperplasiar ou formar pseudocistos preenchidos por queratina. Os tumores que se originam 
destas glândulas são extremamente raros. 
 
CISTO LINFOEPITELIAL ORAL 
 O cisto linfoepitelial oral é uma lesão incomum da boca que se desenvolve no tecido 
linfóide oral. Microscopicamente, mostra-se similar ao cisto linfoepitelial cervical, porém de 
tamanho muito menor. O tecido linfóide normalmente é encontrado na cavidade oral e faringe, 
consistindo, principalmente, no anel de Waldeyer, que inclui as amígdalas palatinas, as amígdalas 
linguais e as adenóides faringeanas. Além disso, amígdalas orais acessórias ou agregados linfóides 
podem ocorrer no assoalho da boca, superfície ventral da língua e palato mole. O tecido linfóide 
oral tem uma relação íntima com o epitélio de revestimento da mucosa. Este epitélio apresenta uma 
invaginação para o tecido amigdaliano, formando bolsas cegas ou criptas amigdalianas, que podem 
estar preenchidas com restos de queratina. As criptas amigdalianas podem se tornar obstruídas ou 
estreitadas na superfície, produzindo um cisto com queratina dentro do tecido linfóide, logo abaixo 
da superfície da mucosa. Também é possível que os cistos linfoepiteliais orais possam-se 
desenvolver do epitélio da superfície ou do epitélio da glândula salivar que ficou retido no tecido 
linfóide durante a embriogênese. Tem sido, ainda, sugerido que estes cistos possam-se originar do 
ducto excretor da glândula sublingual ou de glândulas salivares menores, e que o tecido linfóide 
associado represente uma resposta imunológica secundária. 
 
PATOLOGIA GERAL, DP-301, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
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Características Clínicas 
 O cisto linfoepitelial oral apresenta-se como uma pequena massa na submucosa, que 
comumente tem menos de 1 cm de diâmetro; raramente, a lesão terá mais de 1,5 cm. O cisto pode 
ser firme ou mole à palpação, sendo a mucosa sobre ele lisa e sem ulceração. Classicamente, a lesão 
é branca ou amarela, e, muitas vezes, contém um material queratinizado caseoso ou cremoso em sua 
luz. Comumente, o cisto é assintomático, embora ocasionalmente os pacientes possam apresentar 
aumento de volume ou drenagem. A dor é rara, mas pode ocorrer secundariamente a um 
traumatismo. Os cistos linfoepiteliais orais podem se desenvolver em pacientes de quase todas as 
idades, porém são mais comuns em adultos jovens. A localização mais freqüente é o assoalho da 
boca, com pelo menos metade dos casos nesta região. A superfície ventral e a borda bilateral da 
língua são as outras localizações mais comuns. Tais cistos raramente se desenvolvem na região da 
amígdala palatina ou palato mole. Todas estas localizações representam sítios de tecidos linfóides 
orais normais ou acessórios. 
 
Características Histopatológicas 
 O exame microscópico do cisto linfoepitelial oral revela uma cavidade cística limitada por 
um epitélio escamoso estratificado sem projeções para o conjuntivo. Este epitélio é tipicamente 
paraceratinizado com células epiteliais descarnadas preenchendo a luz do cisto. Em raras ocasiões, 
o revestimento epitelial pode, também, conter células mucosas. Ocasionalmente, os cistos podem-se 
comunicar com a mucosa da superfície. A característica mais notável é a presença de tecido linfóide 
na parede do cisto. Em muitas ocasiões, este tecido linfóide circunda o cisto, porém, algumas vezes, 
ocorre apenas em uma parte da parede do cisto. Usualmente, mas nem sempre, os centros 
germinativos estão presentes. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Comumente, o cisto linfoepitelial oral é tratado por excisão cirúrgica e não há recorrência. 
Devido à lesão ser tipicamente assintomática e inócua, a biópsia nem sempre pode ser necessária, se 
a lesão é bastante característica para o diagnóstico ser feito apenas clinicamente. 
 
LIPOMA 
 O lipoma é um tumor benigno de gordura. Embora represente o neoplasma mesenquimal 
mais comum, a maioria dos exemplos ocorre no tronco e na porção proximal das extremidades. Na 
região oral e maxilofacial, os lipomas são muito menos freqüentes. A patogênese dos lipomas é 
incerta, porém parecem ser mais comuns em pessoas obesas. No entanto, o metabolismo dos 
lipomas e completamente independente da gordura corpórea normal. Se a ingestão calórica for 
reduzida, os lipomas não diminuem de tamanho, embora a gordura corpórea possa ser perdida. 
 
Características Clínicas 
 Os lipomas bucais apresentam-se usualmente com massa nodular, mole, de superfície plana, 
que pode ser séssil ou pedunculada. Caracteristicamente, o tumor é assintomático, sendo percebido 
muitos meses ou anos antes do diagnóstico. A maioria tem tamanho menor do que 3 cm, mas lesões 
ocasionais podem tornar-se muito grandes. Embora freqüentemente seja detectada clinicamente 
uma cor amarela súbita ou mais óbvia, as lesões profundas podem ter coloração rosa. A mucosa 
jugal e o vestíbulo bucal são os sítios intrabucais mais comuns e representam 50% de todos os 
casos. Alguns casos bucais podem não representar tumores verdadeiros, mas sim uma herniação do 
coxim gorduroso bucal. A língua, o soalho da boca e os lábios são os sítios menos comuns. A 
maioria dos pacientes tem 40 anos de idade ou mais; os lipomas são incomuns em crianças. 
Embora, em outras partes do corpo, os lipomas sejam duas vezes mais freqüentes no sexo feminino, 
os lipomas bucais caracterizam-se por uma distribuição mais igualitária entre os sexos. 
 
PATOLOGIA GERAL, DP-301, FOP/UNICAMP 
ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
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Características Histopatológicas 
 A maioria dos lipomas bucais é composta por células gordurosas maduras, que se diferem 
pouco na aparência microscópica da gordura normal circunjacente. Usualmente, os tumores são 
bem-circunscritos e podem mostrar uma cápsula de tecido fibroso. Freqüentemente, é visto um 
arranjo lobular distinto de células. Em raras ocasiões, podeocorrer metaplasia cartilaginosa ou 
óssea central dentro de um lipoma típico diferente. Tem sido descrito um número de variantes 
microscópicas. A mais comum destas é o fibrolipoma, caracterizado por um componente fibroso 
significativo, misturado com os lóbulos de células gordurosas. As outras variantes são raras. O 
angiolipoma consiste em uma mistura de gordura madura e numerosos vasos sangüíneos pequenos. 
Os lipomas mixóides exibem uma formação mixóide e podem ser confundidos com os 
lipossarcomas mixóides. Os lipomas de células espinhosas mostram uma quantidade variável de 
células espinhosas com aparência uniforme, em conjunção com um componente lipomatoso mais 
típico. Os lipomas pleomórficos são caracterizados pela presença de células espinhosas mais 
bizarras, células gigantes hipercromáticas; pode ser difícil distingui-los de um lipossarcoma 
pleomórfico. Os lipomas intramusculares (infiltrantes) freqüentemente são situados mais 
profundamente e têm um padrão de crescimento infiltrativo, que se estende entre as fibras do 
músculo esquelético. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Os lipomas são tratados pela excisão local conservadora, e as recidivas são raras. A maioria 
das variantes microscópicas não afeta o prognóstico. Os lipomas intramusculares têm um alto índice 
de recidiva por causa do seu padrão de crescimento infiltrativo, mas a variante é rara na região oral 
e maxilofacial. 
 
HIPERPLASIA LINFÓIDE 
 O tecido linfóide do corpo desempenha um papel importante no reconhecimento e 
processamento de antígenos estranhos, como vírus, fungos e bactérias. Além disso, ele exerce uma 
função protetora através de uma variedade de mecanismos diretos e indiretos. Em resposta a 
ameaças antigênicas, as células linfóides proliferam-se, aumentando, assim, seu número, para 
combater o agente agressor com maior eficiência. Tal proliferação resulta em um aumento do tecido 
linfóide, clinicamente denominado hiperplasia linfóide. 
 
Características Clínicas 
 A hiperplasia linfóide pode afetar os nodos linfáticos, o tecido linfóide do anel de Waldeyer 
ou os agregados do tecido linfóide, normalmente espalhados pela cavidade bucal, particularmente 
na orofaringe, palato mole, lateral da língua e soalho da boca. Quando a hiperplasia linfóide afeta os 
nodos linfáticos, normalmente o local onde o nodo linfático drena pode ser identificado como foco 
de infecção ativo ou recente. Na cabeça e na região do pescoço, a cadeia cervical anterior de nodos 
linfáticos é, geralmente, a mais envolvida, embora qualquer nodo linfático da região possa ser 
afetado. Em infecções agudas, a linfadenopatia apresenta-se como nódulos maiores, macios, 
delicados e altamente móveis. As inflamações crônicas produzem nodos maiores, firmes, de 
consistência borrachóide e móveis. Algumas vezes, estes nodos linfáticos hiperplásicos crônicos 
são dificilmente distinguidos dos linfomas, e um histórico de processo inflamatório precedente, 
assim como uma falta de aumento progressivo são pistas úteis que estão de acordo com um 
processo reacional. Entretanto, outra situação que deve ser considerada, no diagnóstico diferencial 
de nódulos linfáticos múltiplos, maiores e firmes, é a infecção pelo vírus da imunodeficiência 
(HIV). 
 O tamanho tonsilar é variável de pessoa para pessoa, mas o tecido linfóide mostra-se 
normalmente proeminente em indivíduos jovens, geralmente atingindo seu tamanho máximo no 
inicio da segunda década de vida e depois gradualmente diminuindo. Alguns pacientes possuem 
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grandes amígdalas, que, às vezes, parecem querer ocluir a passagem de ar. Entretanto, 
freqüentemente tais pacientes não apresentam sintomas, ignorando a existência de qualquer 
problema. Enquanto as amígdalas, embora grandes, estiverem simétricas e assintomáticas, 
provavelmente estarão normais para aquele paciente em particular. A assimetria tonsilar é um sinal 
potencialmente sério, que deve ser avaliado mais adiante, para descartar a presença de um tumor 
metastático ou linfoma. 
 Os agregados linfóides intra-orais hiperplásicos apresentam-se como inchaços discretos e 
firmes sob a mucosa, em geral menores que um centímetro, podendo parecer normais ou de cor 
rosa-escura, se o agregado for mais profundo, ou possuir uma nuance amarelo-alaranjada cremosa, 
se a coleção de linfócitos (que são células sangüíneas brancas) estiver mais próxima da superfície. 
A hiperplasia linfóide normalmente envolve a parte lateral posterior da língua, que pode parecer 
portadora de alguma alteração. O aumento de tamanho, entretanto, é bilateralmente simétrico, 
ajudando a distinguir a situação de alguma malignidade. O nodo linfático bucal também pode se 
tomar hiperplásico e se apresentar como um nódulo firme, solitário e móvel, normalmente com 
menos de 1 cm de diâmetro, dentro do tecido da bochecha. Com pouca freqüência, uma hiperplasia 
linfóide mais difusa, que envolve a parte posterior do palato duro, é vista produzindo um inchaço 
firme, esponjoso, de crescimento lento, permanecendo a superfície da mucosa intacta, e havendo 
pequena mudança na coloração. Estas lesões palatais podem ser clinicamente impossíveis de ser 
distinguidas do linfoma extranodal, fazendo-se necessária uma biópsia. 
 
Características Histopatológicas 
 Os aspectos microscópicos da hiperplasia linfóide incluem camadas de linfócitos pequenos e 
bem-diferenciados, com numerosas coleções de linfoblastos reagentes, chamados centros germinais, 
entremeados e bem-demarcados. As células que constituem os centros germinais são principalmente 
linfócitos B transformados, que apresentam numerosas mitoses. Os macrófagos também podem ser 
identificados pela presença de material fagocitado (corpos tangíveis) em seus citoplasmas, ao 
englobar os restos de núcleos dos linfócitos em proliferação. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Uma vez que o diagnóstico da hiperplasia linfóide seja confirmado, normalmente nenhum 
tratamento se fará necessário, pois se trata de um processo benigno. Para os pacientes nos quais a 
hiperplasia linfóide palatal pode interferir com uma prótese dentária, a completa excisão da lesão é 
recomendada. 
 
LESÕES ESCURAS 
 
LÍNGUA PILOSA / LÍNGUA PILOSA NEGRA 
 A língua pilosa é caracterizada por acentuado acúmulo de queratina nas papilas filiformes 
da superfície dorsal da língua, resultando numa aparência semelhante a cabelos. Aparentemente, a 
condição representa um aumento na produção de queratina ou num decréscimo na descamação 
normal de queratina. A língua pilosa é encontrada em cerca de 0,5% dos adultos. Ainda que a causa 
seja discutível, muitas pessoas afetadas são fumantes inveterados. Outros possíveis fatores 
associados incluem: terapêutica com antibióticos; higiene oral deficiente; debilitação geral; 
radioterapia; uso de bochechos com antiácidos ou oxidantes; proliferação de bactérias ou fungos. 
 
Características Clínicas 
 A língua pilosa afeta mais comumente a parte mediana anterior às papilas circunvaladas, 
espalhando-se para as bordas laterais e anteriores. As papilas alongadas comumente são castanhas, 
amarelas ou negras, como resultado do crescimento de bactérias cromogênicas, pigmentos do 
tabaco ou alimentos. Algumas vezes, grande parte do dorso da língua pode estar envolvido, 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
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resultando em uma aparência espessada. As múltiplas papilas filiformes alongadas individualmente 
podem ser levantadas, usando uma gaze ou um instrumento dentário. A condição é assintomática, 
ainda que ocasionalmente pacientes se queixem de sensação de náusea ou gosto ruim na boca. 
Como o diagnóstico pode ser facilmente feito pela aparência clínica, a biópsia é desnecessária, na 
maioria dos casos. Devido à similaridade de denominações, muito cuidado deve ser tomado para 
evitar a confusão entrelíngua pilosa e leucoplasia pilosa, que classicamente ocorre na borda lateral 
da língua. 
 
Características Histopatológicas 
 No exame histopatológico, a língua pilosa é caracterizada pelo acentuado alongamento e 
hiperparaceratose das papilas filiforrnes. Freqüentemente, numerosas bactérias podem ser 
observadas na superfície epitelial. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 A língua pilosa é uma condição benigna, sem nenhuma seqüela grave. O maior problema é, 
muitas vezes, a aparência estética da língua, associada com possível mau hálito. Qualquer fator 
predisponente, como o tabaco, antibióticos, substâncias usadas para bochechos, deve ser eliminado, 
promovendo-se uma excelente higiene oral. A descamação das papilas hiperqueratinizadas pode ser 
realizada por raspagem periódica ou escovação com escova de dentes. Agentes queratolíticos, como 
a podofilina, têm também sido utilizados com sucesso, porém, por razão de segurança, a sua 
utilização não deve ser preconizada. 
 
TATUAGEM POR AMALGAMA / PIGMENTAÇÕES EXÓGENAS LOCALIZADAS 
 Diversos materiais pigmentados podem ser implantados interior da mucosa oral, resultando 
em pigmentações evidentes clinicamente. A implantação do amálgama dental (tatuagem amálgama) 
ocorre, na maioria das vezes, com uma freqüência extremamente maior do que todos os outros 
materiais. O amálgama pode ser incorporado, de diversas maneiras, ao interior da mucosa oral. 
Áreas prévias de abrasão da mucosa podem ser contaminadas por pó de amálgama no interior dos 
fluidos orais. Pedaços de amálgama quebrados podem cair dentro dos sítios de extração. Se o fio 
dental contaminar-se com partículas de amálgama de uma restauração colocada recentemente, áreas 
lineares de pigmentação poderão ser criadas nos tecidos gengivais, como resultado de 
procedimentos de higiene. O amálgama dos procedimentos retrobturação endodôntica pode ser 
deixado no interior dos tecidos moles no sítio cirúrgico. Finalmente, partículas metálicas finais 
podem ser conduzidas através da mucosa oral, pela pressão das brocas das turbinas ar de alta 
rotação. Teoricamente, o uso do dique de borracha deveria diminuir risco, porém, imediatamente 
após a remoção do dique, a oclusão é freqüentemente ajustada com potencial para a contaminação 
amálgama, de qualquer área com danos na mucosa. Implantação na submucosa, de grafite de lápis, 
carvão e pó metálico, fragmentos de discos de carborundo quebrados, rebarbas de metais dentários 
e, no passado, dentifrícios de carvão vegetal, resultaram em áreas manchadas com aparência 
semelhante. 
 A tatuagem intencional, encontrada em aproximadamente 25% da população mundial, 
também pode ser feita na cavidade oral. Embora alguns casos sejam relacionados culturalmente, os 
profissionais de saúde também são responsáveis por um número de tatuagens intencionais, com o 
propósito de mostrar limites, disfarçar cosmeticamente áreas deformadas e considerar a resposta 
tumoral aos tratamentos antineoplásicos. O uso intra-oral leviano desses agentes caracterizantes 
pode causar difusão do pigmento e manchar a superfície da pele adjacente. 
 
Características Clínicas e Radiográficas 
 As tatuagens por amálgama aparecem como máculas ou, raramente, lesões ligeiramente 
aumentadas. Podem ser pretas, azuis ou cinzas. As bordas podem ser bem-definidas, irregulares ou 
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ÁREAS DE SEMIOLOGIA E PATOLOGIA 
 
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difusas. Pode ocorrer expansão lateral por vários meses após a implantação. Na maioria dos casos, 
somente um sítio encontra-se afetado, embora tatuagens múltiplas possam estar presentes num 
único paciente. Qualquer superfície da mucosa pode se mostrar envolvida, porém os sítios mais 
comuns são a gengiva, a mucosa alveolar e a mucosa jugal. Radiografias periapicais, quando 
executadas, são negativas na maioria dos casos. Se os fragmentos metálicos são visíveis 
radiograficamente, a área clínica da mancha estende-se, caracteristicamente, além do tamanho do 
fragmento. Os fragmentos são densamente radiopacos, variando em tamanho, desde vários 
milímetros a um ponto. Ocasionalmente, o padrão de dispersão do amálgama tem sido 
suficientemente único, para ser usado como uma característica distinta, na identificação de 
indivíduos desconhecidos mortos. O padrão de tatuagem por corpo estranho acidental localizado, 
diferentemente do amálgama, é diverso e depende do trauma associado que impactou o material. A 
implantação de grafite na mucosa é raramente documentada, porém deve ser mais comum que o 
indicado pelo número de casos notificados. Em geral apresentam-se como áreas de manchas cinza 
na mucosa do palato duro, o sítio mais provável para trauma relacionado ao lápis. As tatuagens 
intra-orais intencionais, que não são colocadas por profissionais de saúde, ocorrem mais 
freqüentemente na gengiva vestibular superior anterior de mulheres etíopes. Nos casos 
documentados, toda a gengiva vestibular superior anterior possui uma forte pigmentação negro-
azulada. Ocasionalmente, as tatuagens são colocadas na mucosa labial de homens adultos, nos 
Estados Unidos. A pigmentação pode ser azul ou negra, e geralmente transmite uma mensagem 
vulgar escrita. 
 
Características Histopatológicas 
 O exame microscópico das tatuagens por amálgama revela fragmentos dispersos do metal no 
interior do tecido conjuntivo. Fragmentos sólidos, escuros, grandes e dispersos, ou numerosos 
grânulos marrom-escuros, negros e finos podem ser vistos. Sais de prata do amálgama tingem 
preferencialmente as fibras reticulares, especialmente aquelas que cercam os nervos e canais 
vasculares. Geralmente, há pouca resposta inflamatória, porém, em alguns exemplos, pode ocorrer 
fibrose significativa ou inflamação crônica. A reação inflamatória pode constituir-se de linfócitos e 
histiócitos, ou células gigantes multinucleadas do tipo corpo estranho Microscopicamente, a grafite 
aparece de forma similar ao amálgama; pode ser diferenciado por seu padrão de birrefringência, 
após tratamento com sulfeto de amônia, e pela falta de coloração das fibras reticulares. Além disso, 
a microanálise de radiação dispersa por raios X pode ser usada para identificar o tipo de material 
presente no interior de áreas de tatuagens por corpo estranho. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Para confirmar o diagnóstico de tatuagem por amálgama podem-se obter radiografias das 
áreas manchadas da mucosa numa tentativa de mostrar os fragmentos metálicos. Os filme devem ter 
capacidade de alta definição, porque muitos dos fragmentos não são maiores do que a ponta de um 
alfinete. Nenhum tratamento é necessário, se os fragmentos podem se detectados radiograficamente. 
Não sendo encontrados fragmentos metálicos, e se a lesão não puder ser diagnosticada 
clinicamente, a biópsia pode ser necessária, para excluir a possibilidade de neoplasia melanocítica. 
 
LENTIGO SIMPLES 
 O lentigo simples é uma das várias formas de hiperplasia melanocítica cutânea benigna de 
etiologia desconhecida. Normalmente, ocorre na pele que não é exposta ao sol, surgindo em 
qualquer superfície da pele, em qualquer idade. Sua intensidade de coloração não muda com 
variações na exposição ao sol. O lentigo simples é clinicamente semelhante à sarda comum 
(efélide). As sardas, entretanto, são encontradas na pele exposta ao sol,e representam um mero 
aumento na produção local de melanina, e não um aumento do número de melanócitos 
produtivos.Alguns investigadores acreditam que o lentigo simples pode representar o estágio inicial 
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de outra lesão de pele comum, o nevo melanocitico. As lesões orais têm sido noticiadas, mas são 
raras e podem ser exemplos de máculas melanocíticas orais. 
 
Características Clínicas 
 O lentigo simples normalmente ocorre em crianças, mas pode surgir em qualquer idade. A 
lesão típica é uma mácula fortemente demarcada,com menos de 5 mm de diâmetro, de coloração 
uniforme, variando do bronzeado ao marrom-escuro. É normalmente uma lesão solitária, embora 
alguns pacientes possam apresentar várias espalhadas na pele do tronco e extremidades. O lentigo 
simples alcança seu tamanho máximo em questão de meses, e pode permanecer imutável 
indefinidamente, depois disso. Clinicamente, as lesões individuais do lentigo simples são 
impossíveis de ser distinguidas dos nevos juncionais. Com lesões múltiplas, condições, como a 
lentiginose profusa, síndrome de Peutz-Jeghers e síndrome de lentigos múltiplos (síndrome 
LEOPARD), devem ser consideradas como possibilidades de diagnóstico. 
 
Características Histopatológicas 
 O lentigo simples mostra um número maior de melanócitos benignos dentro da camada 
basal da epiderme, e estes normalmente estão incrustados nas pontas das cristas interpapilares. 
Melanina em abundância encontra-se distribuída entre os melanócitos e queratinócitos basais, assim 
como dentro dos melanófagos da derme papilar. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Nenhum tratamento é necessário para o lentigo simples, exceto por razões estéticas. A 
excisão cirúrgica conservadora é curativa, e nenhum potencial de transformação maligna tem sido 
documentado nas lesões não-removidas. 
 
MACULA MELANÓTICA ORAL (Melanose Focal) 
 A mácula melanótica oral é uma lesão mucosa oral de etiologia desconhecida, que 
representa um aumento focal do depósito de melanina e, possivelmente, um aumento concomitante 
do número de melanócitos. Em oposição à efélide cutânea (sarda), a mácula melanótica não 
depende da exposição ao sol e tipicamente não apresenta o alongamento das cristas interpapilares 
do lentigo actínico. Algumas autoridades têm questionado a falta significativa de uma associação 
com irradiação actínica para a mácula melanótica localizada na borda do vermelhão labial, e 
preferem considerá-la uma entidade distinta (mácula melanótica labial). 
 
Características Histopatológicas 
 A mácula melanótica oral é caracterizada por um aumento da quantidade de melanina, e 
talvez melanócitos, nas camadas basal e parabasal de um epitélio escamoso estratificado, que seria, 
se não fosse por isso, normal. A melanina também pode ser vista livre ou em melanófagos no tecido 
conjuntivo subepitelial (incontinência de melanina). 
 
Características Clínicas 
 A mácula melanótica oral ocorre em qualquer idade, tanto em homens quanto em mulheres; 
entretanto, amostras de biópsia mostram uma predileção pelo sexo feminino de 2: 1. A idade média 
dos pacientes é de 43 anos na época do diagnóstico. A zona do vermelhão do lábio inferior é o local 
mais comum de ocorrência (33%), seguida pela mucosa jugal, gengiva e palato. A lesão típica 
aparece como uma mácula oral ou redonda, assintomática, uniformemente bronzeada ou marrom-
escura, bem-demarcada e solitária (17% são múltiplas), com diâmetro de 7 mm ou menor. As lesões 
ocasionalmente podem ser azuis ou negras. Não foi noticiado aumento de tamanho das lesões após 
o diagnóstico, o que sugere que a dimensão máxima é atingida rapidamente, permanecendo 
constante depois disso. 
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Tratamento e Prognóstico 
 Nenhum tratamento é normalmente necessário para a mácula melanótica labial, a não ser 
por considerações estéticas. A mácula melanótica intra-oral não tem potencial de transformação 
maligna, mas um melanoma em estágio inicial pode ter uma aparência clínica semelhante. Por essa 
razão, as lesões maculares pigmentadas orais de início recente, tamanho grande, pigmentação 
irregular, duração desconhecida, ou aumento de tamanho recente devem ser excisadas e examinadas 
histopatologicamente. 
 
NEVO MELANOCÍTICO ADQUIRIDO (Nevo Nevocelular) 
 O termo genérico "nevo" refere-se a malformações da pele (e mucosa) que se acredita ser de 
natureza congênita ou do desenvolvimento. Os nevos podem surgir no epitélio superficial ou em 
qualquer um de uma variedade de tecidos conjuntivos subjacentes. O nevo reconhecido mais 
comum é o nevo melanocítico adquirido, razão pela qual o termo simples "nevo" é freqüentemente 
usado como sinônimo dessas lesões pigmentadas. Entretanto, vários outros tipos de nevos do 
desenvolvimento são reconhecidos, incluindo o nevo epidérmico, nevo sebáceo, nevo flâmeo, nevo 
de célula basal e nevo esponjoso branco. O nevo melanocítico adquirido representa uma 
proliferação benigna e localizada de células da crista neural, freqüentemente chamadas "células de 
nevo". Apesar de haver pouco debate sobre sua origem na crista neural e a habilidade de produzir 
melanina, várias autoridades dividem-se quanto a se estas células representam melanócitos ou são 
simplesmente "primas-irmãs" dos melanócitos. Tais células melanocíticas migram para a epiderme 
durante o desenvolvimento, e nevos melanocíticos adquiridos podem começar a aparecer 
primeiramente logo após o nascimento. O nevo melanocítico adquirido é o mais comum dos 
"tumores" humanos, e adultos brancos têm uma média de 10 a 40 nevos cutâneos por pessoa. As 
lesões intra-orais ocorrem, mas não são comuns. 
 
Características Clínicas 
 Os nevos melanocíticos adquiridos começam a se desenvolver na pele, durante a infância, e 
a maioria das lesões cutâneas está presente na pele antes dos 35 anos de idade. Ocorrem tanto em 
homens quanto em mulheres, embora um pouco mais nestas. Diferenças raciais são verificadas. Os 
brancos têm mais nevos que os orientais (asiáticos) ou negros. A maioria das lesões está distribuída 
acima da cintura, e a cabeça e o pescoço são os locais de envolvimento mais comuns. Os nevos 
melanocíticos adquiridos evoluem, passando por vários estágios clínicos, que tendem a se 
correlacionar a aspectos histopatológicos específicos. 
 A apresentação inicial (conhecida, microscopicamente, como nevo juncional) é a de uma 
mácula marrom ou negra, fortemente demarcada, tipicamente com menos de 6 mm de diâmetro. 
Apesar dessa aparência lesional poder persistir na idade adulta, freqüentemente as células do nevo 
proliferam durante um período de anos, para produzir uma pápula mole e levemente elevada, de 
superfície relativamente lisa (nevo composto). O grau de pigmentação torna-se menor; a maioria 
das lesões aparece marrom ou acastanhada. À medida que o tempo passa, o nevo gradualmente se 
torna papilomatoso e cabelos podem ser vistos crescendo no centro da lesão (nevo intradérmico). 
Entretanto, o nevo normalmente se mantém com menos de 6 mm de diâmetro. Ulceração não é um 
aspecto, a menos que o nevo esteja situado em uma área facilmente traumatizada por um cinto ou 
alça de sutiã, por exemplo. Durante a idade adulta, muitos nevos melanocíticos adquiridos tendem a 
involuir e desaparecer; por isso, poucas destas lesões podem ser detectadas em pessoas idosas. 
 Os nevos melanocíticos intra-orais são distintamente incomuns. A maioria surge no palato 
ou gengiva, apesar de qualquer local da mucosa oral poder ser afetado. Os nevos melanocíticos 
intra-orais têm evolução e aparência semelhantes aos nevos da pele, embora as lesões maduras 
tipicamente não demonstrem uma mudança de superfície papilar. A lesão pode ou não mostrar 
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algum grau de pigmentação de melanina. Aproximadamente dois terços dos exemplos intra-orais 
são encontrados em mulheres; a idade média no diagnóstico é de 35 anos. 
 
Características Histopatológicas 
 O nevo melanocítico adquirido é caracterizado por uma proliferação não-encapsulada e 
benigna de pequenas células ovóides (células de nevo). As células lesionais têm núcleos pequenos e 
uniformes, bem como uma quantidade moderada de citoplasma eosinofílico com fronteiras celulares 
indistintas. Estas células mostram uma capacidade variável de produzir melanina, particularmente 
nos aspectos superficiais da lesão,apesar de tipicamente não apresentar os processos dendríticos 
que os melanócitos possuem. Um aspecto microscópico característico é que as células de nevo 
superficiais tendem a se organizar em agregados pequenos e redondos (tecas). 
 Os nevos melanocíticos são classificados histopatologicamente de acordo com seus estágios 
de desenvolvimento, evidenciados pela relação das células de nevo com o epitélio superficial e o 
tecido conjuntivo subjacente. Nos estágios iniciais, as tecas de células de nevo são encontradas 
apenas ao longo da camada de células basais do epitélio, especialmente nos topos das cristas 
interpapilares. Como as células lesionais são encontradas na zona "juncional" entre o epitélio e o 
tecido conjuntivo, esse estágio é conhecido como nevo juncional. À medida que as células de nevo 
proliferam, grupos destas células começam a cair na derme subjacente ou lâmina própria. Como as 
células agora estão presentes tanto ao longo da área juncional quanto dentro do tecido conjuntivo 
subjacente, a lesão é chamada de nevo composto. Nos estágios mais avançados, ninhos de células 
de nevo não são mais encontrados dentro do epitélio, mas apenas dentro do tecido conjuntivo 
subjacente. Por causa da localização das células lesionais do tecido conjuntivo, na pele, tal estágio é 
chamado de nevo intradérmico. O tipo idêntico intra-oral denomina-se nevo intramucoso. Zonas de 
diferenciação são freqüentemente vistas por toda a lesão. As células superficiais aparecem maiores 
e epitelióides, com citoplasma abundante, e presença freqüente de melanina intracelular e uma 
tendência para arrumar-se em tecas. Células de nevo da porção média da lesão têm menos 
citoplasma, são raramente pigmentadas e se parecem muito com linfócitos. As células de nevo mais 
profundas parecem alongadas e em forma de fuso, como células de Schwann ou fibroblastos. 
Algumas autoridades classificam tais variações como tipo A (epitelial), tipo B (como linfócito) e 
tipo C (em forma de fuso). 
 A maioria dos nevos melanocíticos intra-orais é classificada, microscopicamente, como 
nevos intramucosos. Entretanto, isto provavelmente reflete simplesmente a idade (média de 35 
anos), na qual a maior parte dos nevos orais sofre biópsia e diagnóstico, porque tais lesões teriam 
inicialmente evoluído para os estágios juncional e composto. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Nenhum tratamento é indicado para o nevo melanocítico cutâneo, a menos que seja 
cosmeticamente inaceitável, esteja cronicamente irritado pelas roupas, ou mostre evidência clínica 
de mudança de tamanho ou cor. Por volta da meia-idade, os nevos melanocíticos cutâneos tendem a 
regredir, de modo que aos 90 anos muito poucos permanecem. Se remoção for escolhida, a cirurgia 
excisional conservadora será o tratamento aplicado; a recorrência é pouco provável. Pelo menos 
alguns melanomas da pele surgem de nevos irritados ou existentes há muito na pele. De modo geral, 
o risco de transformação, em melanoma, de um nevo melanocítico adquirido em particular é de 
aproximadamente um em um milhão. Entretanto, como os nevos melanocíticos orais podem imitar 
clinicamente um melanoma em estágio inicial, é normalmente aconselhável que se faça a biópsia 
nas lesões pigmentadas intraorais, especialmente por causa do prognóstico extremamente sombrio 
do melanoma oral. 
 
SÍNDROME DE PEUTZ-JEGHERS 
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 A síndrome de Peutz-jeghers é uma condição relativamente rara, mas bem-reconhecida, 
caracterizada por lesões semelhantes a sardas nas mãos, pele perioral e mucosa oral, em conjunção 
com polipose intestinal. A síndrome é geralmente herdada como um traço dominante autossômico, 
embora 35% dos casos representem novas mutações. 
 
Características Clínicas 
 As lesões de pele da síndrome de Peutz-Jeghers normalmente se desenvolvem cedo na 
infância e envolvem as áreas periorofaciais (boca, nariz, ânus e região genital). A pele das 
extremidades é afetada em aproximadamente 50% dos pacientes. As lesões lembram sardas, mas 
não aumentam e diminuem de acordo com a exposição ao sol, como ocorre com as sardas. Os 
pólipos intestinais, geralmente considerados crescimentos hamartomatosos, estão espalhados pelas 
áreas produtoras de muco do trato gastrointestinal. O jejuno e o íleo são os mais comumente 
afetados. Os pacientes freqüentemente têm problemas de obstrução intestinal por causa da 
intussuscepção, um problema que normalmente se toma evidente durante a terceira década de vida. 
A maior parte dos episódios se resolve por si só, mas a intervenção cirúrgica é, algumas vezes, 
necessária, para evitar uma necrose isquêmica do intestino com subseqüente peritonite. Um 
adenocarcinoma intestinal desenvolve-se em 2 a 3% dos pacientes afetados, embora os pólipos 
sozinhos não pareçam ser pré-malignos. Outros tumores também são vistos com freqüência maior, 
afetando o pâncreas, seio e ovário. As lesões orais essencialmente representam uma extensão das 
sardas periorais. Estas máculas azul-acinzentadas, de 1 a 4 mm, afetam a zona do vermelhão, 
mucosa jugal e labial, bem como, língua, sendo vistas em mais de 90% dos pacientes. O número das 
lesões e a extensão do seu envolvimento podem variar marcadamente de paciente para paciente. 
 
Características Histopatológicas 
 Os pólipos gastrointestinais da síndrome de Peutz-Jeghers representam 
histopatologicamente crescimentos benignos do epitélio intestinal glandular, apoiado por um núcleo 
de músculo macio. A atipia epitelial normalmente não é uma característica proeminente, 
diferentemente dos pólipos da síndrome de Gardner. A avaliação microscópica das lesões cutâneas 
pigmentadas mostra leve acantose do epitélio com alongamento das cristas interpapilares. Nenhum 
aumento aparente do número de melanócitos é detectado por microscopia eletrônica, mas os 
processos dendríticos dos melanócitos estão alongados. Além disso, o pigmento de melanina parece 
estar retido nos melanócitos e não sendo transferido para queratinócitos adjacentes. 
 
Tratamento e Prognóstico 
 Os pacientes com a síndrome de Peutz-Jeghers devem ser monitorados quanto ao 
desenvolvimento de intussuscepção ou formação de tumor. O aconselhamento genético também é 
recomendado.

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