Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Profª Thalita Véras O câncer atinge 11 milhões de pessoas a cada ano mata 7 milhões 2ª causa de morte nos países desenvolvidos, perde apenas para doenças cardiovasculares REv. Bras Cancerol. 2002;48(2):175-9 Word Healh Organizacion .Câncer, 2006 Introdução Introdução Cerca de 30% dos cânceres humanos provavelmente estão relacionados à dieta e à nutrição, segundo a OMS. Introdução Há diversos estudos que mostram a relação entre o consumo de certos alimentos e o risco de câncer. Fatores como conservação e preparo do alimento, tipo e quantidade de alimento consumido estão envolvidos neste processo. Muitos componentes da alimentação têm sido associados com o processo de desenvolvimento do câncer, principalmente câncer de mama, cólon (intestino grosso) reto, próstata, esôfago e estômago. Introdução Fisiopatologia do câncer A palavra “câncer” é um termo amplo que abrange cerca de 100 doenças que partilham duas características comuns: Um crescimento descontrolado; Capacidade de invadir e lesar tecidos normais localmente ou à distância. INCA Neoplasia Tumor benigno e maligno (do grego metastatis – mudança de lugar, transferência) É o termo utilizado em oncologia para designar a instalação de um ou mais focos do tumor distante do local em que ele se originou. Metástase Metástase Angiogênese A angiogênese é um processo fisiológico que envolve o crescimento de novos vasos sanguíneos a partir de vasos pré-existentes. PRINCIPAIS OBJETIVOS: ◦ Cálculo das necessidades: ◦Manter ou recuperar o estado funcional ◦ Normalizar a composição corpórea e os déficits acumulados ◦ Garantir o desempenho dos sistemas vitais (capacidade de cicatrização, função imunológica) ◦ Contribuir para melhor qualidade de vida CÂNCER E IMPACTO NUTRICIONAL Doença de base Tratamentos EN prévio Condição sócio- econômica Aspectos psicológicos Deterioração do EN Incidência de Desnutrição no Câncer 30 a 50% dos casos Dias, 2002 Waitzberg, 2000 Perda de peso utilizada como critério principal da avaliação nutricional Alterações metabólicas e hormonais Anorexia SÍNDROME DA CAQUEXIA NEOPLÁSICA + = Anorexia Síndrome da Caquexia Neoplásica É uma complicação frequente no paciente portador de uma neoplasia maligna em estado avançado: Por um intenso consumo dos tecidos muscular e adiposo, com consequente perda involuntária de peso Anemia, astenia, balanço nitrogenado negativo, devido alterações fisiológicas, metabólicas e imunológicas CÂNCER Efeitos do tratamento Efeitos do tumor Anorexia + alterações físicas e psicológicas Déficit energético + alterações de macronutrientes Redução de ingesta de nutrientes Distúrbios metabólicos CAQUEXIA NO CÂNCER Eur J Oncol Nutrs, 2005 (35) Anorexia Alterações da sensibilidade do paladar Fraqueza Atrofia de órgãos viscerais Perda rápida de tecido adiposo Atrofia Muscular esquelética Perda de peso Alterações laboratoriais Saciedade precoce Manifestações clínicas da Caquexia Neoplásica Fator limitante para o sucesso da Terapia Nutricional! Complicações Associadas à Desnutrição Maiores taxas de complicações no pós-operatório Comprometimento da cicatrização Resposta imunológica deficitária Menor tolerância a procedimentos de QT e RXT, e conseqüente interrupção do tratamento Maior tempo de internação hospitalar Maiores custos institucionais (antimicrobianos, TN etc.) O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 1. AVALIAÇÃO NUTRICIONAL Capacidade funcional quanto a alimentação Presença de sintomas Avaliação física e antropométrica Capacidade funcional O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 2. DOENÇA DE BASE – EFEITOS LOCAIS DO TUMOR -Disfagia ou odinofagia por obstrução mecânica total ou parcial da luz do tubo digestivo -Ulcerações em cavidade oral dificultando a alimentação O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: -Plenitude gástrica, vômitos, menor capacidade de armazenamento, dificuldade de esvaziamento gástrico -Obstrução parcial do TGI, interferindo negativamente na absorção de nutrientes -Deficiências enzimáticas e síndrome de má absorção 2. DOENÇA DE BASE – EFEITOS LOCAIS DO TUMOR Cirúrgico 3. TRATAMENTOS Radioterapia Quimioterapia TMO O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: - Comprometimento dos processos de armazenamento, digestão e absorção -Restrições severas ou eliminação da ingestão oral -Mutilações -Complicações 3. TRATAMENTOS - CIRURGIAS O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: WAITZBERG, 2004. O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: As sequelas nutricionais causadas pela radioterapia estão relacionadas com a região anatômica irradiada, número de aplicações e se concomitante ou não à quimioterapia 3. TRATAMENTOS - RADIOTERAPIA COTRIM, 2003. O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 3. TRATAMENTOS - RADIOTERAPIA COTRIM, 2003. Localização Efeitos Colaterais SNC Anorexia, náuseas e vômitos Cabeça e pescoço Mucosite, disfagia, xerostomia, odinofagia, alterações gustativas e olfativas, anorexia Tórax Disfagia, odinofagia, esofagite, náuseas e vômitos Abdômen e Pélvis Náuseas, vômitos, diarreia, ulceração, fístula, obstrução O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 3. TRATAMENTOS - QUIMIOTERAPIA COTRIM, 2003. Os efeitos colaterais da quimioterapia dependem do tipo de droga utilizada, da dose utilizada e se concomitante ou não à radioterapia. O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 3. TRATAMENTOS - QUIMIOTERAPIA COTRIM, 2003. Efeitos colaterais relacionados à alimentação Náuseas, vômitos, anorexia, estomatite, mucosite, disgeusia, dor abdominal, constipação, diarréia, fadiga, anemia, nefrotoxicidade, hepatotoxicidade, mielodepressão, leucopenia. O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 3. TRATAMENTOS – TMO SHIBUYA & TRINTIN, 2003. O paciente submetido ao transplante de medula óssea é um candidato à desnutrição em potencial, em virtude do aumento do metabolismo e da dimimuição da ingestão oral. O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 3. TRATAMENTOS – TMO SHIBUYA & TRINTIN, 2003. -Aumento do metabolismo: Febre, infecção, doença do enxerto contra o hospedeiro, QT e RXT. -Decréscimo da ingestão oral: Distúrbios gastrointestinais como mucosite, enterites, náuseas, vômitos, diarréia, alterações da salivação,etc. O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 4. ASPECTOS PSICOLÓGICOS -Diagnóstico -Mutilações -Limitações impostas pela doença e pelo tratamento -Dependência -Suporte nutricional O planejamento da Terapia Nutricional deve considerar: 5. ASPECTOS SÓCIO-ECONÔMICOS -Alfabetização -Situação econômica -Acesso aos serviços básicos de saúde -Pacientes institucionalizados CÁLCULO DAS NECESSIDADES NUTRICIONAIS Necessidades calóricas: 25 - 40 kcal/kg/dia Necessidades protéicas: 1,2 a 2,5g/kg/dia MUTLU & MOBARHAN, 2000; NITENBERG & RAYNARD, 2000; BOZZETTI, 2001. ACESSO PARA A TERAPIA NUTRICIONAL ORAL ENTERAL PARENTERAL ASSOCIAÇÃO Avaliar as ressecções cirúrgicas, localização do tumor e suas influências sobre a TN: local anatômico, alterações anatômicas,capacidade gástrica, capacidade de absorção Via de acesso, composição da dieta, Volume e fracionamento, consistência e planejamento da progressãoda TN quando possível ACESSO PARA A TERAPIA NUTRICIONAL VIA ORAL INDICAÇÕES -Tubo digestivo íntegro ou passível de alimentação via oral: capacidade de mastigação, deglutição, digestão e absorção -Tolerância gastrointestinal -Capacidade de adesão ao plano dietético ACESSO PARA A TERAPIA NUTRICIONAL ESTRATÉGIAS PARA A TN VIA ORAL -Orientar sobre a necessidade de um bom estado nutricional -Aumentar o fracionamento das refeições -Aumentar a densidade calórica das preparações -Melhorar a apresentação dos pratos -Associar suplementos calóricos e bebidas nutritivas - Possibilitar a escolha das refeições ANOREXIA COTRIM, 2003. -Aumentar o fracionamento das refeições -Não ingerir líquidos durante as refeições -Evitar alimentos condimentados, gordurosos e excessivamente doces -Sugerir preparações de alta digestibilidade em temperatura fria ou gelada - Não deitar-se após as refeições NÁUSEAS E VÔMITOS COTRIM, 2003. -Evitar alimentos irritantes (ácidos, secos etc.) -Evitar extremos de temperatura -Modificar a consistência da dieta conforme tolerância -Cuidados com higiene oral -Evitar bebidas alcoólicas, cafeína e tabaco MUCOSITE / ODINOFAGIA / ULCERAÇÕES EM OROFARINGE COTRIM, 2003. -Ingerir pequenas quantidades de líquidos frequentemente -Estimular o consumo de balas de limão ou hortelã e gomas sem açúcar - Introduzir mais molhos, caldos, sopas na dieta XEROSTOMIA COTRIM, 2003. - Aumentar o fracionamento das refeições -Não ingerir líquidos em abundância durante as refeições -Evitar alimentos gordurosos ou preparações ricas em molhos -Evitar alimentos crus SACIEDADE PRECOCE COTRIM, 2003. -Suspender o consumo de alimentos laxativos -Aumentar a ingestão de líquidos -Substituir açúcar refinado, mascavo, mel por adoçante ou maltodextrina -Evitar o consumo de alimentos ricos em gorduras -Introduzir alimentos obstipantes na dieta DIARRÉIA COTRIM, 2003. -Introduzir alimentos laxativos na dieta -Aumentar a ingestão de líquidos -Aumentar o consumo de alimentos fontes de fibras - Evitar o consumo de alimentos obstipantes OBSTIPAÇÃO COTRIM, 2003. VIA ENTERAL ACESSO PARA A TERAPIA NUTRICIONAL VIA ENTERAL INDICAÇÕES -Funções digestivas e absortivas do TGI íntegras -Procedimentos cirúrgicos -Localização do tumor ou metástases -Necessidades nutricionais abaixo de 60% por mais de 48 horas - Estágio avançado da doença POSICIONAMENTO -Gástrica (SNG, Gastrostomia) -Pós-pilórica (SNJ, Jejunostomia) ALMEIDA et al., 2003 VIA PARENTERAL ACESSO PARA A TERAPIA NUTRICIONAL INDICAÇÕES -Manifestações gastrointestinais graves e impossibilidade do uso do TGI -Necessidades nutricionais abaixo de 60% por mais de 48 horas ALMEIDA et al., 2003 CONCLUSÕES Paciente oncológico apresenta características peculiares O atendimento e acompanhamento do paciente oncológico devem ser iniciados precocemente Atendimento individualizado TN deve envolver toda a equipe multiprofissional
Compartilhar