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Unidade 10 - Doenças imunológicas - Lúpus e AIDS - Noite

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LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO 
E AIDS
PROFA. LILIAN UCHOA CARNEIRO
MESTRE EM CIÊNCIAS FISIOLÓGICAS
DISCIPLINA FISIOPATOLOGIA DA NUTRIÇÃO E DIETOTERAPIA II
LÚPUS ERITEMATOSO SISTÊMICO
 Doença autoimune crônica, caracterizada pela produção de autoanticorpos
dirigidos contra antígenos nucleares e citoplasmáticos, afetando vários órgãos;
 Lúpus tem origem na palavra em latim “lupus”, que significa lobo;
 Mais prevalente nas mulheres em idade fértil; relação entre mulheres e homens
9:1
FISIOPATOLOGIA
 A causa é multifatorial e envolve múltiplos genes e fatores ambientais, como
infecções, hormônios e fármacos;
 Depósito de autoanticorpos circulantes em vários tecidos, causando
inflamação e produção de citocinas, como interferon (IFN) tipo 1;
 IFN produzida por células da imunidade inata, ativa células B e T e propaga os
sinais para a produção de mais IFN pelas células dendríticas:
 Suprarregulação da “via da IFN 1”.
FISIOPATOLOGIA
SINTOMAS/QUADRO
 Fadiga extrema;
 Dor ou inchaço nas articulações;
 Febre;
 Exantemas cutâneos mais frequentes na face (“asa de
borboleta” ou Rash Malar);
 Úlceras na boca;
 Dedos das mãos ou pés pálidos ou cor de púrpura devido ao frio ou estresse
(fenômeno de Raynaud);
 Problemas renais.
 Caracteriza-se por períodos de remissão e recidiva e pode apresentar vários sintomas
constitucionais e específicos de órgãos.
TRATAMENTO CLÍNICO
 Proteção solar;
 Dieta e nutrição;
 Abandono do tabagismo;
 Atividade física;
 Tratamento farmacológico:
 Esteroides, AINEs, agentes citotóxicos, imunossupressores.
TERAPIA NUTRICIONAL
 Ajuste da proteína devido a problemas renais;
 Aporte energético total da dieta é normal;
 Pacientes com LES tendem a apresentar maior consumo de CHO, baixa ingestão de
fibras dietéticas, ω-3 e ω-6:
 ω-3 e ω-6 – associação com aumento da atividade da doença, alteração do perfil sérico e presença
de placa aumentada na carótida.
TERAPIA NUTRICIONAL
 É frequente a ingestão inadequada de cálcio, frutas, vegetais e laticínios e alto
consumo de óleos e gorduras;
 Fotossensibilidade, necessidade de evitar a luz solar, uso de proteção de solar e baixa
ingestão dietética → baixas concentrações de vitamina D;
 Comprometimento renal → conversão reduzida de 25-hidroxivitamina D em 1,25-di-
hidroxivitamina D;
 Recomendação de suplementação de vitamina D → entre 800 e 4000 UI/dia → melhora
dos marcadores inflamatórios e hemostáticos → melhora clínica subsequente;
 Estimular dieta rica em Ca e considerar a necessidade de suplementação.
 Aconselhamento nutricional para melhorar a ingestão de vitamina D e cálcio, AGPI, ω-
3 e fibras pode oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes com lúpus.
AIDS
 Doença – síndrome da imunodeficiência adquirida ou, em português, SIDA - causada
pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV), um retrovírus;
 Caracterizada por profunda imunossupressão → infecções oportunistas, neoplasias
secundárias e manifestações neurológicas;
 AIDS ≠ HIV.
EPIDEMIOLOGIA
EPIDEMIOLOGIA
ETIOLOGIA/TRANSMISSÃO
 Qualquer condição que facilite a troca de sangue ou líquidos
corporais contendo o vírus ou células infectadas pelo vírus;
 Transmissão sexual:
 Mais de 75% de todos os casos de transmissão do HIV.
 Transmissão parenteral:
 Usuários de drogas, transfusão de sangue infectado.
ETIOLOGIA/TRANSMISSÃO
 Qualquer condição que facilite a troca de sangue ou líquidos corporais
contendo o vírus ou células infectadas pelo vírus;
 Transmissão vertical:
 Passagem do vírus de mães infectadas para seus recém-nascidos (principal causa de AIDS
pediátrica);
 Intraútero por propagação placentária;
 Durante o parto através de um canal de parto infectado;
 Depois do nascimento, por ingestão de leite materno.
 Transmissão ocupacional:
 Infecção por acidente de trabalho em profissionais da área de saúde que sofrem
ferimentos com instrumentos pérfuro-cortantes contaminados com sangue de pacientes
infectados pelo HIV.
FISIOPATOLOGIA
 O HIV pode infectar muitos tecidos:
 Sistema imune e SNC.
 Imunodeficiência profunda:
 Marca de autenticidade da AIDS;
 Infecção de linfócitos T CD4+, grande perda deles e comprometimento da
função dos linfócitos T auxiliares sobreviventes.
FISIOPATOLOGIA
FISIOPATOLOGIA
FISIOPATOLOGIA
Infecção pelo HIV
AIDS
Imunodepressão
Infecções
Ativação de 
linfócitos
Resposta patológica:
Ativação da transcrição viral
Produção de 
vírion
Lise das células 
infectadas
MANIFESTAÇÕES E ESTÁGIOS DA INFECÇÃO POR 
HIV
 Estágio I ou soroconversão:
 Ocorre em 2 a 4 semanas após a infecção pelo vírus e acomete 50 a 90% dos pacientes;
 Estágio II:
 Fase assintomática, replicação ativa do vírus e destruição dos linfócitos T CD4+, sem 
manifestações clínicas aparentes.
 Estágio III:
 Surgimentos de doenças infecciosas oportunistas, como candidíase oral e linfoadenopatia e 
ocorre declínio da função imune.
 Estágio IV:
 O paciente é definido como portador da AIDS.
Obs.: uma pessoa infectada pelo HIV pode levar 10 a 15 anos para desenvolver AIDS e 
as drogas antirretrovirais podem retardar ainda mais o processo.
MANIFESTAÇÕES E ESTÁGIOS DA INFECÇÃO POR 
HIV
DIAGNÓSTICO
 Teste rápido de sorologia por punção digital:
 Resultado: reagente
ALTERAÇÕES NUTRICIONAIS
 Costumam ocorrer precocemente.
Deficiências 
nutricionais/desnutrição
↓ ingestão 
alimentar
Má absorção 
de nutrientes
Alterações 
metabólicas
Infecções 
oportunistas
Fatores 
psicossociais
Interações 
droga-
nutrientes
DESNUTRIÇÃO
 Baixa ingestão proteico-calórica:
 Disfagia, náuseas, vômitos e diarreia.
 Alterações metabólicas:
 Hipermetabolismo ( ↑ GET);
 Alterações proteicas;
 Alterações lipídicas.
 Diarreia:
 Etiologia multifatorial e inclui infecções por agentes oportunistas, má absorção e
hipoalbuminemia;
DESNUTRIÇÃO
 Infecções oportunistas:
 Aumentam as necessidades metabólicas e conduzem a uma rápida depleção nutricional,
redução da ingestão calórica.
 Fatores psicológicos:
 Depressão, ansiedade e isolamento social → anorexia.
 Interações droga-nutrientes:
 Tratados com múltiplas drogas, influenciam a ingestão alimentar e afetam o apetite e/ou
absorção digestiva;
 Deficiência de vitaminas e minerais:
 Vits A, C, E, zinco e selênio:
 ↑ estresse oxidativo → depressão do sistema imune.
INTERAÇÕES DROGA-NUTRIENTE
INTERAÇÕES DROGA-NUTRIENTE
INTERAÇÕES DROGA-NUTRIENTE
INTERAÇÕES DROGA-NUTRIENTE
INTERAÇÕES DROGA-NUTRIENTE
SÍNDROME CONSUMPTIVA OU SÍNDROME DE 
WASTING
 Perda involuntária de peso de mais de 10% do peso habitual associada à
diarreia crônica (dois ou mais episódios/dia com duração ≥ 1 mês ou fadiga
crônica e/ou febre ≥ 1 mês e/ou astenia sem outra causa detectável que não a
infecção pelo HIV.
 Desnutrição → fator prognóstico nos pacientes em estágios avançados da
AIDS:
 Uma das complicações mais frequentes da infecção pelo HIV.
 Ocorrência de perda de peso em 95 a 100% dos pacientes.
SÍNDROME CONSUMPTIVA
 ↑ níveis plasmáticos de moléculas inflamatórias e hormônios:
 TNF-alfa, fator de crescimento similar ao da insulina (IGF-1).
 Correlação positiva entre perda de peso e IMC;
 Correlação negativa entre contagem de linfócitos TCD4 e perda de peso;
 Está presente em 20% dos pacientes no momento do diagnóstico de AIDS e
em 70% dos que evoluíram para óbito durante a internação hospitalar;
SÍNDROME CONSUMPTIVA
 Para fins de diagnóstico, o paciente deve cursar com pelo menos um dos 
seguintes critérios:
 perda de peso não intencional de 10% em 12 meses;
 perda de peso não intencional de 7% em período superior a 6 meses;
 5% de perda de massa celular corporal (MCC) em 6 meses;
 homens: MCC < 35% do peso corporal total e IMC < 27 kg/m2;
 mulheres: MCC < 23% do peso corporal total e IMC < 27 kg/m2;
 IMC < 20 kg/m2.
SÍNDROME CONSUMPTIVA
 Numerosas interações que influenciam o aumento do turnover proteico e a
perda ou manutençãodo tecido magro;
 Turnover proteico → equilíbrio entre degradação e síntese proteica;
 ↑ degradação de proteínas → Perda de massa muscular nos pacientes com
HIV/AIDS;
 Deficiência de vitaminas A, C, E e de oligoelementos como selênio é comum
em pacientes infectados pelo HIV → desnutrição → maior comprotimento do
funcionamento do sistema imune.
Síndrome 
consumptiva
↓ ingestão 
alimentar
Má absorção de 
nutrientes
Hipermetabolismo
Catabolismo 
proteico 
acelerado
Doenças 
oportunistas
Efeitos adversos 
de medicamentos
COMPROMETIMENTO DO TGI PELO HIV
 Alta prevalência de distúrbios do TGI:
 Alterações na deglutição;
 Dor e cólica abdominal;
 Diarreia;
 Doença oral e perianal;
 Lesões orais;
 Xerostomia → infecções, medicamentos, tabagismo e desidratação;
 Perda de células T CD4 no intestino durante a fase precoce → quebra da barreia
intestinal e ↑ permeabilidade → migração de bactérias da microbiota intestinal
para a corrente sanguínea → ativação do sistema imune local e sistêmico → ↑
replicação do HIV.
TRATAMENTO
 TARV:
 Objetivos:
 ↓ transmissibilidade do vírus;
 ↓ morbimortalidade.
 Coquetel:
 Zidovudina (AZT);
 Lamivudina;
 Tenofir e outros.
 Efeitos adversos:
 Lipodistrofia, dislipidemia, resistência à insulina, osteopenia, alterações glicêmicas e 
cardíacas;
EFEITOS ADVERSOS
SÍNDROME LIPODISTRÓFICA
 Efeito adverso da TARV:
 50 a 80% dos indivíduos em terapia.
 Lipodistrofia → redistribuição anormal de gordura corporal:
 Lipoatrofia;
 Lipo-hipertrofia;
 Forma mista.
 Lipoatrofia → ↓ gordura nas regiões periféricas, como braço, perna,
nádegas e face, podendo salientar músculos e veias;
 Lipo-hipertrofia → acúmulo de gordura na região abdominal, gibosidade
dorsal, ginecomastia e aumento da mama em mulheres.
SÍNDROME LIPODISTRÓFICA
SÍNDROME LIPODISTRÓFICA
 Podem ainda coexistir outros transtornos metabólicos, implicados ou não com
esta síndrome, tais como:
 Alterações do metabolismo da glicose (resistência periférica à insulina, hiperglicemia,
intolerância à glicose e diabetes mellitus);
 Alterações do metabolismo dos lipídeos (hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia -
aumento do LDL-c e diminuição do HDL-c).
TERAPIA NUTRICIONAL NA AIDS
 Objetivos:
 Detectar, prevenir e reduzir a ocorrência de problemas nutricionais;
 Auxiliar na preservação da massa corporal magra, prevenir a perda ponderal e recuperar 
o estado nutricional;
 Fornecer aporte adequado de nutrientes, a fim de evitar deficiências ou excessos, de 
acordo com as condições clínicas do paciente;
 Contribuir para a eficácia da terapia medicamentosa;
 Auxiliar no alívio de sintomas e complicações relacionadas ao HIV e às infecções
oportunistas;
 Colaborar para o manejo dos transtornos associados à terapia medicamentosa;
 Promover educação nutricional em todas as fases da doença;
 Contribuir para melhorar a qualidade de vida.
OMS recomenda que 
as intervenções 
nutricionais devem 
fazer parte de todos 
os programas de 
controle e tratamento 
da AIDS → dieta e 
nutrição podem 
melhorar a adesão e a 
efetividade da TARV, 
além de contribuir 
com a melhoria das 
anormalidades 
metabólicas e 
qualidade de vida.
TERAPIA NUTRICIONAL NA AIDS
 Diretrizes:
 Fornecer avaliação nutricional completa e precoce de todos os pacientes, atentando à 
avaliação da perda de peso e de massa magra e à redistribuição de gordura característica da 
síndrome lipodistrófica do HIV;
 Auxiliar na prevenção e no tratamento das alterações metabólicas associadas à terapia 
antirretroviral;
 Minimizar sintomas gastrointestinais associados à infecção pelo HIV, infecções oportunistas e 
terapia antirretroviral, com o objetivo de otimizar a ingestão oral, evitando deficiências 
nutricionais;
 Fornecer terapia nutricional adequada às diversas condições clínicas que possam acometer 
esses pacientes, de modo a evitar a desnutrição;
 Fornecer aconselhamento nutricional adequado, de modo a contribuir para maior sobrevida 
com melhor qualidade de vida para esses pacientes.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
 História clínica:
 Identificar aspectos clínicos que possam interferir no estado nutricional e na ingestão 
alimentar, levando à má nutrição;
 Tempo e diagnóstico da doença;
 Ocorrência de infecções oportunistas, afecções agudas e comorbidades;
 Estilo de vida;
 Presença de sintomas gastrointestinais;
 Uso de TARV e de outros medicamentos relacionados ao tratamento de morbidades 
intercorrentes → interações droga-nutrientes;
 Estado funcional;
 Aspectos psicossociais, cognitivos e neurológicos.
 Exame físico:
 Identificar carências ou excessos de micronutrientes, depleção de massa muscular e tecido 
adiposo e alterações da distribuição de gordura corporal associadas à síndrome 
lipodistrófica da TARV.
AVALIAÇÃO NUTRICIONAL
 Avaliação antropométrica:
 Avaliar perda de peso não intencional;
 IMC é um parâmetro utilizado para diagnóstica da síndrome consumptiva;
 Avaliar composição corporal a partir das pregas cutâneas e circunferências.
 Avaliação da composição corporal:
 Bioimpedância é útil para estimar a quantidade de MCC, um dos parâmetros do 
diagnóstico da síndrome consumptiva.
Recomendações de energia:
Obs.: caso seja utilizada a equação de Harris-Benedict, usar FI de 1 a 1,75
TERAPIA NUTRICIONAL
Cuppari, 2014 
Estágio Energia 
Estágio A – assintomático, peso estável 30 a 35 kcal/kg de peso atual/dia
Estágio B – sintomático com complicações 
do HIV, necessidade de ganho de peso
35 a 40 kcal/kg de peso atual/dia
Estágio C – infecção oportunista e/ou AIDS 40 a 50 kcal/kg de peso atual/dia
Estágio C – com desnutrição grave Iniciar com 20 kcal/kg de peso 
atual/dia, aumentando gradualmente 
para evitar a síndrome de 
realimentação
Obesidade 20 a 25 kcal/kg de peso ajustado/dia
Recomendações de proteína:
Fornecer substratos para o sistema imune e restaurar ou preservar a massa magra.
TERAPIA NUTRICIONAL
Cuppari, 2014 
Estágio Proteína
Estágio A – assintomático, peso estável 1,1 a 1,5 g/kg de peso atual/dia
Estágio B – sintomático com complicações 
do HIV, necessidade de ganho de peso
1,5 a 2,0 g/kg de peso atual/dia
Estágio C – infecção oportunista e/ou AIDS 2 a 2,5 g/kg de peso atual/dia
Estágio C – com desnutrição grave Aumentar a oferta gradativamente 
conforme a evolução das calorias
Obesidade Utilizar o peso ajustado para calcular as 
necessidades proteicas
Distribuição de macronutrientes:
 Carboidratos: 45 a 65% do VET;
 Lipídios: 20 a 35% do VET:
 Gordura saturada < 10% do VET;
 Gordura monoinsaturada < 10% do VET;
 Gordura poli-insaturada < 10% do VET;
 Colesterol < 300 mg/ dia.
 Proteínas: 15 a 20% do VET.
 Fibras: 25 a 30 g/dia
TERAPIA NUTRICIONAL
Cuppari, 2014 
Recomendação hídrica:
 30 a 35 mL/kg de peso/dia.
Em casos de dislipidemia:
 Recomenda-se consumo de colesterol ≤ 200 mg/dia;
 Gorduras saturadas ˂7 % do VET;
 Redução da gordura total para até 30% do VET.
TERAPIA NUTRICIONAL
Recomendação de micronutrientes:
 Vitaminas e minerais:
 Necessidades especiais de vitaminas A, B, C, E, zinco e selênio, as quais não devem ser
inferiores a 100% dos valores das DRIs; avaliar necessidade de suplementação;
 Suplementação de vitaminas e minerais:
 Tem sido relacionada com o aumento da contagem de células CD4, aumento do peso
corporal, melhora do estado clínico, diminuição do risco de infecções oportunistas;
 CUIDADO: Hiperdosagens de vitaminas e minerais apresentam, na maioria dos casos,
efeitos tóxicos ao organismo, também podendo dificultar a absorção dos ARV.
 O uso de suplementos vitamínicos e/ou minerais deve ser recomendado com critério, caso
a recuperação física do paciente ainda se encontre comprometida.
TERAPIA NUTRICIONAL
 Suplementação oral:
 Indicada quando o paciente se alimenta por VO, mas não o suficiente para atendter suas
necessidades energéticas;
 Para doentes sem complicações, em que se deseja aumentaro peso → pode ajudar muito
a ampliar a ingestão alimentar;
 Benéfica em períodos de maior necessidade energética, quando o metabolismo basal
aumenta. Ex.: episódios de infecções oportunistas;
 Pacientes com intolerância a lactose e gordura: formulas isentes de lactose e enriquecidas
com TCM.
TERAPIA NUTRICIONAL
 Via oral:
 Quando o paciente não apresentar problemas que o impeçam de utilizar a VO;
 Necessidade de aumento do aporte calórico-proteico e promover ganho de peso
ponderal → suplementos orais em adição à alimentação normal e aconselhamento
nutricional.
TERAPIA NUTRICIONAL
Indicação de TNE e TNP:
 Pacientes desnutridos ou em risco de desnutrição;
 Pacientes que não conseguem, não podem ou não querem alimentar-se com
alimentação habitual;
 Na ocorrência de perda de peso > 5% em 3 meses ou perda de MCC > 5%
em 3 meses ou IMC < 18,5 kg/m²;
 Impacto do estado nutricional sobre morbimortalidade desses pacientes →
início precoce da TN.
TERAPIA NUTRICIONAL
TNE:
 Quando a ingestão alimentar, mesmo com uso de suplementos orais, é insuficiente ou na
impossibilidade de utilização da VO;
 Tipo de fórmula, tipo de acesso ao tubo digestório e tipo de administração:
 depende da situação clínica do paciente, grau de catabolismo, dos transtornos metabólicos concomitantes,
da funcionalidade digestiva e de suas demandas nutricionais.
 Digestão e absorção comprometidas pela diarreia → fórmulas que contenham peptídeos e
TCM;
 Até o momento não existem evidências para recomendação do uso de imunomoduladores;
 Obs.: diarreia e má absorção não são consideradas contraindicações para alimentação oral ou
enteral
TERAPIA NUTRICIONAL
TNP:
 Quando a utilização da via enteral estiver totalmente contraindicada;
 Quando não for possível atingir as necessidades nutricionais por outras vias;
 Falência da VO e enteral, ou diarreia intratável, obstrução intestinal, vômitos incoercíveis;
 CUIDADO: chance de infecção de cateter!!
 Obs.: A decisão sobre a suspensão da terapia nutricional, bem como a transição de
uma via de alimentação para outra, deve ser avaliada individualmente, considerando a
evolução clínica e nutricional de cada paciente.
TERAPIA NUTRICIONAL
TERAPIA MEDICAMENTOSA
 A importância e os princípios de uma alimentação saudável;
 A segurança higiênica e sanitária da água e dos alimentos:
 Orientar sobre todos os cuidados na higienização de alimentos e água.
 O manejo de sintomas clínicos e efeitos colaterais de medicações: anorexia,
perda de peso, obstipação, diarreia/má absorção, intolerância à lactose,
esteatorreia, náuseas e vômitos, saciedade precoce, disfagia, diminuição do
paladar, afecções da cavidade oral, esofagite, xerostomia, disfagia, febre;
 Orientações sobre escolha dos alimentos e formas de preparo mais adequados
a cada situação;
ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL
 O manejo nutricional de comorbidades: dislipidemia, diabete, osteoporose, etc.;
 A interação drogas-nutrientes e uso de suplementos;
 A importância de hábitos de vida saudáveis.
 Obs.: É importante que o paciente seja inserido na discussão de seu plano nutricional, 
o qual deve levar em conta, além dos aspectos nutricionais, aspectos psicossociais. 
Com isso, garante-se a individualização e uma maior adesão a esse plano.
ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL
Náuseas:
 Náusea pela manhã pode ser combatida com a ingestão de biscoitos secos, tipo
cream cracker ou água e sal, ingeridos assim que acordar, sem o acompanhamento
de líquidos. Comer uma ou mais unidades, de acordo com a tolerância;
 Chupar pedras de gelo pode reduzir o sintoma;
 Fazer pequenas refeições, várias vezes ao dia. Comer grandes quantidades de
alimento pode piorar o sintoma da náusea;
 Não ingerir líquidos durante a refeição. O mais indicado é 1 hora antes ou 2horas
após a refeição;
 Evitar alimentos quentes; dar preferência aos alimentos frios ou a temperatura
ambiente;
 Evitar alimentos gordurosos, bebidas gasosas (tipo refrigerante), leite, café e excesso
de condimentos;
 Evitar ingerir alimentos muito doces. Uma alimentação mais suave é mais bem
suportada pelo paciente.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Vômitos:
 Ao primeiro sinal de vômito, a pessoa deve tomar pequenas quantidades de soro
caseiro ou soro de reidratação oral (1 colher de sopa a cada 5 / 10 minutos
aproximadamente). Também pode tomar pequenos goles de bebidas isotônicas.
Utilizar a bebida gelada. Receita de soro caseiro: 1 colher de sopa de açúcar + 1 pitada
de sal em um copo de água filtrada ou preferencialmente fervida
 Fazer pequenas refeições, várias vezes ao dia;
 Não deitar após a refeição, isso pode facilitar o vômito;
 Evitar se alimentar com as comidas consideradas “preferidas”, uma vez que terminado
o sintoma, o mal estar ficará associado ao alimento predileto, sendo então causa de
repulsa;
 Indicar chupar pedrinhas de gelo e beber líquidos gelados, em pequenos goles e
pouca quantidade, várias vezes ao dia;
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Vômitos:
 Evitar alimentos em temperaturas muito quentes e dar preferência aos alimentos frios
ou a temperatura ambiente;
 Evitar alimentos gordurosos, bebidas gasosas (tipo refrigerante), leite, café e excesso
de condimentos. Evitar consumir alimentos muito doces;
 Mesmo com vômito, estimule a alimentação regular, procurando dar prioridade a
alimentos mais cozidos, de sabor mais brando, pois uma alimentação mais suave é
mais bem suportada;
 Não ingerir líquidos durante a refeição. Os líquidos podem ser tomados 1 hora antes
ou 2 horas após a refeição;
 Orientar que a pessoa busque atenção médica, para ser medicado corretamente.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Empachamento (dificuldade de digestão):
 Evitar alimentos gordurosos, especialmente os de origem animal;
 Orientar a pessoa a preferir carnes brancas (aves ou peixes). As carnes vermelhas
podem ser consumidas com moderação;
 Procurar manter a alimentação balanceada. É importante ingerir vários tipos de
alimento, em pequenas porções, várias vezes ao dia;
 Não ingerir líquidos durante a refeição. Os líquidos podem ser tomados 1 hora antes
ou 2 horas após a refeição;
 Não deitar após a refeição. Se a pessoa quiser descansar, deve ficar sentada ou
recostada;
 Indicar uso de chás digestivos após a refeição, como por exemplo o chá verde, usado
tradicionalmente como digestivo pelos povos orientais.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Pirose (azia ou queimação estomacal):
 Indicar uso de chás digestivos após a refeição, como por exemplo o chá verde;
 Evitar condimentos, pimenta de todos os tipos e alimentos gordurosos;
 A pessoa pode tomar pequenos goles de água gelada, pois ajudam a diluir o suco
gástrico;
 Não deitar após a refeição. Se a pessoa quiser descansar, deve ficar sentada ou
recostada.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Diarreia:
 Suplementação de glutamina: 30 g/dia apresentou efeito positivo no controle da diarreia,
embora não tenha havido melhora significativa na composição corporal, contagem de CD4
ou redução da carga viral;
 Evitar alimentos laxativos ou que podem provocar diarreia em pessoas sensíveis. Procurar
investigar se algum alimento está relacionado à diarreia apresentada;
 Orientar o consumo de alimentos cozidos, evitando os alimentos crus e fibras. Frutas e
hortaliças devem estar cozidas. Evitar o consumo de doces e gorduras;
 Indicar pequenas refeições, aumentando a frequência gradativamente;
 Indicar o consumo de alimentos ricos em potássio, como a banana, batata e carnes brancas.
Há perda de potássio em grandes proporções nos casos de diarreia. Em diarreias crônicas é
necessário → monitoramento laboratorial;
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Diarreia:
 Indicar soro caseiro, soro de reidratação oral ou bebidas isotônicas para
manter o equilíbrio hidroeletrolítico do organismo. A água de coco pode ser
usada e é bastante eficaz;
 Contraindicar o consumo de leite, até o desaparecimento dos sintomas.
Coalhadas, iogurtes e queijos podem ser consumidos;
 Aumentar a ingestão de líquidos, evitandoassim a desidratação;
 Alimentos probióticos, especialmente os leites fermentados com lactobacilos,
auxiliam na recuperação da flora intestinal.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Dificuldade de deglutição, inflamação na boca e/ou esôfago por Candida
Albicans (candidíase) ou outras infecções:
 Indicar o consumo de alimentos líquidos, pastosos ou de consistência macia;
 Indicar os alimentos preferidos para estimular o apetite, amassados ou batidos.
Contra-indicar a ingestão de alimentos crus;
 Indicar alimentos como purê de batatas, sopas, caldos, iogurte, ricota, massas com
queijo, ovos mexidos, cremes, mingau;
 Ingerir os alimentos frios ou a temperatura ambiente. Evitar temperaturas quentes;
 Evitar alimentos ácidos, condimentados e picantes. Evitar o uso de muito sal e
pimenta. Evitar sucos de frutas cítricas ou alimentos ácidos; laranja e tomate podem
ser irritantes;
 Evitar gorduras.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
Dificuldade de deglutição, inflamação na boca e/ou esôfago por Candida Albicans
(candidíase) ou outras infecções:
 Não deve ingerir chocolate, álcool e bebidas com cafeína (cafés, chás e refrigerantes
tipo cola);
 Realizar pequenas refeições, várias vezes ao dia;
 A pessoa pode utilizar canudinhos plásticos para líquidos, a fim de evitar dor na
cavidade oral;
 Se houver dificuldade de deglutição, dar preferência a uma alimentação bem cozida,
evitar líquidos e alimentos em pastas. A comida mais sólida, porém macia, é útil para
auxiliar na passagem pela glote;
 No caso de boca seca, pode ser indicado o consumo de chicletes para aumentar a
produção de saliva;
 A pessoa deve promover a higienização regularmente e enxaguar a boca com mais
delicadeza.
ORIENTAÇÃO NUTRICIONAL
LEITURA COMPLEMENTAR...
CASO CLÍNICO
D.A.F., sexo feminino, 53 anos, soropositivo para HIV desde 2008, etilista crônico
há 12 anos. Faz uso de TARV (AZT + DDI + RTV) O paciente deu entrada na
emergência do hospital relatando diarreia, dor abdominal. Referiu dificuldade de
se alimentar, autopercepção de perda de peso.
Dados bioquímicos: colesterol total: 250 mg/dL; LDL: 201 mg/dL e TG: 185
mg/dL; glicemia de jejum: 143 mg/dL.
Dados antropométricos: Peso atual: 56 kg; peso habitual (há 6 meses): 65 kg;
altura: 1,75 m; CB: 22 cm, PCT: 18 mm e CC: 101 cm.
CASO CLÍNICO
1. Qual relação existente entre a TARV, dados bioquímicos e dados
antropométricos como CB, CC e PCT?
2. Avalie o paciente e dê o diagnóstico nutricional.
3. Determine a conduta dietoterápica a ser prescrita para o paciente.
4. O paciente apresenta critério para diagnóstico de síndrome consumptiva?
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• ASSOCIAÇÃO MÉDICA BRASILEIRA E CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA. Projeto Diretrizes:
Terapia Nutricional na Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (HIV/AIDS). Disponível em:
https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/terapia_nutricional_na_sindrome_da_imunodeficie
ncia_adquirida_hiv_aids.pdf;
• CUPPARI, L. Nutrição clínica no adulto. Guias de Medicina Ambulatorial e Hospitalar da EPM-
UNIFESP. 3ª ed. São Paulo: Manole, 2014;
• KUMAR et al. Robbins & Cotran: Patologia – Bases Patológicas das Doenças. 8ª ed. Rio de
Janeiro: Elsevier, 2010;
• MINISTÉRIO DA SAÚDE. Manual clínico de alimentação e nutricional na assistência a adultos
infectados pelo HIV. Brasília: Ministério da Saúde, 2006.

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