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Vinícius Casagrande Fornasier IFRS-BG 2011 Aplicação Tecnológica Micro oxigenação é a adição controlada de oxigênio no vinho em doses de 0,5 a 5 mL/L/mês, com a finalidade de afinamento ou maturação de vinhos tintos. É agregado lento e contínuo de modo que a velocidade de difusão seja inferior à velocidade de consumo por parte do vinho. Desta forma nunca acontece acumulação de oxigênio no produto. Macro oxigenação é a adição controlada de oxigênio no vinho ou mosto/vinho em doses de 1 a 7 mL/L/dia com a finalidade de nutrição da levedura durante a fermentação alcoólica ou também, para estabilização corante, antes da fermentação malolática. Caracterizada pelo crescimento exponencial da população de leveduras A Saccharomyces cerevisiae assimila aminoácidos na primeira fase da fermentação, mesmo sem haver necessidade e, acumula nos vacúolos para utilizar nas fases mais avançadas da F.A. (Boulton et al., 1996) Conforme grau alcoólico eleva, a levedura perde a seletividade dos aminoácidos devido a entrada de moléculas de H˖, alterando pH interno Na presença de nitrogênio amoniacal inorgânico (adicionado), a levedura da preferência a este. A conseqüência da adição de sulfatos e fosfatos na 1º fase é uma superpopulação de leveduras estruturalmente fracas (carência de fosfolipídios – responsáveis pela formação da membrana celular) A correção só é necessária após a fase exponencial (com exceções) A ausência de O2 após esta fase induz a um estresse em nível de biosíntese de fosfolipídios e esteróis, alterando a funcionalidade da membrana e gerando metabolismos de ácido acético e ácidos graxos indesejáveis. SUBSTRATO ACETATO Acetil CoA GLUCOSIDO > 2% PIRUVATO ACETALDEÍDOETANOL mitocôndrio Ciclo de Krebs FAS Ácidos graxos de cadeia larga (LCFA) Acetil CoA CITOPLASMA Ácidos graxos insaturados (UFA) Anaerobiosis Esteroles FOSFOLIPÍDIOS Ácidos graxos de cadeia média (MCFA) A levedura necessita de sais de amônia para metabolismo de transporte de glicose/frutose para o interior da célula. A presença de oxigênio nesta fase, leva a uma fermentação com velocidade máxima mais baixa que a tradicional e mais elevada na fase final (fermentação linear) Em tintos de 7 a 14 mL/L/48h Em brancos de 2 a 4 mL/L/48h Vantagens: Com nutrição adequada, garante uma fermentação segura e linear Evita formação de ácido acético, H2S Controle do O2 adicionado Não há necessidade de remontagens abertas Importância do etanal Equilíbrio óxido-redutivo Estabilidade da cor Afinamento de taninos Condições para operação Evolução sensorial Conhecido como acetaldeído ou aldeído acético Faz parte da rota bioquímica de formação de álcool etílico na fermentação alcoólica Gerado pela oxidação do álcool Incidência na formação de ácido ácetico Incidência na estabilidade corante nos tintos Incidência gustativa Incidência na formação de compostos sulforados (SO2 combinado) durante a F.A. O uso moderado de SO2 na vinificação (até 30 mg/L) reduz consideravelmente a produção de etanal na F.A. (Hernández, 1999) O etanal é 99% bloqueado pelo SO2 Vinhos envelhecidos (em estado redutivo) possuem em média 50mg/L de etanal Em vinhos Jerez pode-se encontrar quantidades superiores a 500mg/L Quanto maior o IPT (índice de polifenóis totais) maior a redução Quanto maior nível de SO2, maior redução Quanto menor pH, maior redução A micro oxigenação favorece o equilíbrio REDOX, evitando formação de tióis e outros compostos sulforados, característicos de redução. Pode-se utilizar-se da M.O. em doses de 0,25 a 1 mL/L num período de 15 dias para fim de equilibrar do potencial REDOX. Durante a fermentação taninos e antocianas permanecem na forma livre O O2 incorporado na descuba é favorável, mas insuficiente (para tintos com IPT alto) Com a alteração de pH devido a F.M. e correção de SO2 ao final, parte dos taninos e antocianas são perdidos (combinação ou precipitação). A micro oxigenação promove reações de condensação entre taninos (proantocianidinas) e antocianas, via ponte de etanal (cor vermelho- violeta) De acordo com IPT, pode-se usar doses de 4 a 10ml/L num período de 48 a 96h Sem adição de SO2 Deve ser feita antes da fermentação malolática Promove reações de condensação entre TA via ponte de etanal, com efeito estabilizante Equilíbrio REDOX Reduz aromas herbáceos e vegetais Após o término da F.M. Trasfega Correção de SO2: 25mg/L SO2 livre Adição de taninos (elágicos – carvalho): 15 a 25g/hL – promove equilíbrio das reações Após uma semana inicia-se a M.O. com dose de 1,5 a 4mL/L num período de 1 mês. Após esse período pode-se fazer nova correção de SO2 e proceder clarificação, estabilização tartárica e filtração (opcionais) Fase equivalente ao período de maturação em barris de carvalho Pode ser realizada com presença de carvalho em taques de inox Correções de SO2 e taninos (relação tanino- antocina 4/1) Doses de 2 a 8 mL/L num período de 2 a 5 meses. Ex: dose total: 4mL - Programação: 2mL/L/mês (1 mês) e reprogramação para 1mL/L/mês (2 meses) Temperatura: entre 12 a 18°C Deve-se analisar IPT, relação tanino – antocianos Monitorar tratamento via degustação e análises físico-químicas (etanal, índice de polimerização, acidez volátil) Tanques com altura superior a 2 metros O difusor deve estar afastado do fundo do tanque de 20 a 50 cm Realizar todas as fases para garantir o processo de evolução Vinhos perdem caráter vegetal e herbáceo e ampliam o aroma frutado e varietal No envelhecimento em garrafas o vinho possui maior equilíbrio REDOX, mantendo suas características originais durante mais tempo. Os vinhos ganham volume, corpo e estrutura Os taninos tornam-se macios e redondos A evolução dos vinhos é monitorada semanalmente mediante ficha de degustação quantitativa numa escala de 0 (zero) a 5. Aromáticos: vegetal, varietal, reduzido e acetaldeido. Descritores de referência: REDUZIDO: -5 alho, cebola – 4 ovo podre – 3 ovo podre – 2 queijo, laticínio, – 1 fumaça, pano molhado ACETALDEIDO: 0 fechado, sem aromas – 1 aberto, aromático – 2 frutado, fruta em compota – 3 tabaco, chocolate, ameixa – 4 maçã verde – 5 maçã cozida Análise gustativa: quantifica-se a intensidade tânica e volume de boca Descritores de referência: TANINOS: 1 secos – 2 verdes – 3 duros – 4 travados – 5 redondos A oxigênio sempre é introduzido no vinho por médio de difusor (inox ou cerâmica) que promove a formação de micro borbulhas, facilitando a incorporação O equipamento deve ser regulável para diferentes tipos de volumes, tempo (horas, dias e meses) e doses O equipamento não deve perder programação no caso de falta de luz ou pelo simples desligamento Deve informar andamento do processo Permitir o uso simultâneo em vários tanques “O vinho pode transformar angústia e tristeza em tranqüilidade e alegria, assim como pode levar à tristeza, depressão ou até ao alcoolismo, tudo depende de estado de espírito, maturidade, moderação e não repetitividade da ação “beber vinho para a cura”. (Harmonização do Vinho com a Alma, Fornasier, 2010) Contatos: E-mail: vinifornasier@gmail.com Blog: http://vinifornasier.blogspot.com/ Twitter: http://twitter.com/ViniFornasier Facebook: http://www.facebook.com/vinifornasier Consulta: HERNÁNDEZ, Manuel Ruiz. La crianza del vino desde la perspectiva vitícola. 1º edição, Multi Prensa, Madrid, 1999. http://www.oenodev.comPalestra Intec 2003 – materiais e anexos
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