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Psicodiagnóstico - apostila completa

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Apostila Psicodiagnóstico Completa
Cap 1: Estratégias de avaliação: perspectivas em psicologia clínica
Referência: Cunha, J.A. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre. Artes Médicas, 2002.
O início dos estudos se deu no final do Século XIX e início do Século XX, onde começava a aplicação dos testes psicológicos.
Devido associar o psicodiagnóstico ao início da aplicação de testes psicológicos, este ficou conhecido como testólogo.
O psicodiagnóstico é um tipo de avaliação psicológica com enfoque clínico, mas não inclui todos os modelos de avaliação psicológica.
A avaliação psicológica começou com um vasto estudo de diversas abordagens clínicas que muitos não foram utilizados pelo psicodiagnóstico.
Alguns autores defendem que essa maneira de mesclar em diversas abordagens é vantajosa, pois visualiza o paciente em diversas perspectivas, mas outros autores afirmam que isto pode ser perigoso, pois pode confundir o diagnóstico.
Com a aplicação do psicodiagnóstico no ambiente clínico, começaram a questionar os instrumentos que eram utilizados para tal prática.
Os métodos utilizados eram: qualitativos, psicométricos e a entrevista quando necessária.
Os psiquiatras começaram a questionar o uso da entrevista na avaliação psicológica, pois consideravam que até o presente momento esta técnica era muito superficial. A partir de então reestruturam as entrevistas com propriedades psicométricas bem estabelecidas e mais confiáveis.
As novas entrevistas psiquiátricas incomodaram os psicólogos que faziam avaliação psicológica, mas logo perceberam que a entrevista estruturada visava uma medida quantitativa sobre o problema psicológica e na Psicologia as técnicas não são limitadas.
Na psicologia a testagem é realizada por meio de técnicas quantitativas e qualitativas, além das abordagens clínicas pertinentes ao caso.
Críticas a entrevista estruturada da psiquiatria:
Ausência de elementos importantes para o rapport
Ausência de riqueza subjetiva
Interações menos estruturadas devido a flexibilidade das perguntas.
A avaliação psicológica passa ficar em ascensão a partir de 1987, onde vários países começam a perceber as co-morbidades cada vez mais presentes no diagnóstico e a necessidade de uma maior precisão.
Origens do psicodiagnóstico
Galton (1834): estudo das diferenças individuais
Cattel (1890): testes mentais
Binet (1904): exame psicológico como coadjuvante da avaliação psicológica
Rorschach (1921): teste essencial do processo psicodiagnóstico
Surgimento de baterias padronizadas e DSM (Manual diagnóstico e estatístico dos transtornos mentais)
Para chegar as conclusões das co-morbidades foi preciso crescer o número dos instrumentos psicométricos, seguindo o formato do DSM-V.
Os primeiros instrumentos de auto relato foram: Inventário de Depressão de Beck (medida de sintomas) e Inventário Multifásico de Personalidade de Minnesota (MMPI), como medida de síndromes.
Importante sempre verificar os testes e escalas que estão determinados como favoráveis pelo CFP através do site www.pol.org.br.
A avaliação psicológica quando realizada no âmbito clínico “é chamada de psicodiagnóstico, pois procura avaliar forças e fraquezas no funcionamento psicológico, com um foco na existência ou não da psicopatologia”. (CUNHA, 2000,p.22).
CAPÍTULO 1: O PROCESSO PSICODIÁGNÓSTICO
Referência: O CAMPO, M.L.S; ARZENZO, M.E.; PICCOLO, E.G.O processo psicodiagnóstico e as técnicas projetivas. São Paulo. Martins Fontes, 2001.
Psicodiagnóstico a partir do Fim do Século XIX e Início do Século XX “ a partir de dentro”: uma fora de cumprir a solicitação de outros profissionais (psiquiatras psicanalistas, pediatras e neurologistas que determinavam o instrumento a ser utilizado). Neste momento a técnica utilizada era a partir da indicação de outras experiências, pois não haviam estudos ainda sobre esta área.
A partir de meados do Século XX muda-se a perspectiva da testagem- “a partir de fora”- os psicólogos passam a aplicar testes e fazer encaminhamentos com a indicação de quais instrumentos deveriam ser aplicados na avaliação psicológica.
O psicólogo apenas aplicava a bateria dos testes e devolvia ao remetente um laudo relatando passo a passo o que foi feito com um vocabulário completamente técnico para dificultar a leitura do solicitante e provar para si mesmo seu conhecimento na área.
Por muito tempo o psicólogo agiu como médico. Trabalhava com a distância do paciente para proceder com paciência e objetividade. Os testes satisfaziam a essa necessidade, como forma de não obter pena, rejeição, compaixão e medo.
Atuação do psicólogo no processo de psicodiagnóstico (Adrados)
Depositário dos problemas íntimos do paciente: precisa ter recursos de personalidade adequados e aprender a elaborar as emoções que surgem durante o processo
Não é mais um testólogo (adoção da psicanálise como marco de referência)
Deve preservar o sigilo
Não se deixar manipular
Deve ter objetividade na elaboração do psicodiagnóstico, enfatizando os aspectos positivos da personalidade
Nem todos os psicólogos tinham essa postura. Alguns romperam a barreira do distanciamento e se aproximaram dos pacientes, envolveram-se com os problemas e aplicaram os conhecimentos da psicanálise no processo do diagnóstico.
Aplicar a psicanálise trouxe um problema, pois muitos testes foram abandonados, visto que esta abordagem não faz uso de muitos.
Esses psicólogos que aplicavam a psicanálise no processo do psicodiagnóstico começaram a técnica da entrevista livre e passaram a deixar os testes para segundo plano.
Problema nesta conduta: atitude condicionada a um modelo analítico e seu enquadramento específico, ou seja, sessões livres e de tempo prolongado. Isto foge da proposta do psicodiagnóstico!
Isso acontecia pela falta de pesquisas e conhecimentos sobre o processo do psicodiagnóstico.
Definição do psicodiagnóstico: situação bipessoal de duração limitada, com o objetivo de conseguir uma descrição e compreensão mais profunda possível da personalidade do paciente ou grupo familiar. Para isso abrange aspectos do passado, presente (diagnóstico) e futuro (prognóstico).
Objetivo: descrição e compreensão da personalidade do paciente com a proposta de formular recomendações terapêuticas adequadas (terapia	 breve e prolongada, individual, de casal ou tratamento medicamentoso paralelo.
Momentos do processo psicodiagnóstico:
Primeiro contato e entrevista inicial com o paciente
Aplicação de testes e técnicas projetivas
Encerramento do processo: devolução oral ao paciente e/ou aos pais
Informe escrito ao remetente
Enquadramento: manter constantes certas variáveis que intervêm no processo.
- esclarecimentos dos papeis;
- lugar onde se realizarão as entrevistas;
- Horário e duração do processo; e
- Honorários.
Capítulo 3: OBJETIVOS E ETAPAS DO PROCESSO DIAGNÓSTICO
REFERÊNCIA: GARCIA ARZENO, M.E. Psicodagnóstico clínico: novas contribuições. Por Alegre, Artes Médicas, 1995.
Processo científico do psicodiagnóstico: parte de hipóteses que serão confirmadas ou não. Investiga ferramentas para a realização do diagnóstico de maneira mais precisa.
O psicodiagnóstico pode envolver:
Determinação de um diagnóstico (diferente de rotular)
Avaliação do tratamento (re-teste): verificar os avanços terapêuticos de forma mais objetiva e planejar uma alta.
Meio de comunicação: remetente, paciente e instituição.
Investigação: criação de novos instrumentos de exploração da personalidade; planejamento da investigação para o estudo de determinada patologia, problema trabalhista, educacional ou forense.
Classificação simples: comparar indivíduos com outros sujeitos da população. Classificar dados resultantes da administração de técnicas psicométricas, conforme tabelas normativas, sem interferências do psicólogo (avaliação o nível intelectual)
Descrição: descreve o desempenho do paciente. Determinar alterações psicopatológicas, geralmente sem administração de testes que utilizem tabelas de normas estatísticas
Classificação nosológica: testa hipóteses baseadas em critériosdiagnósticos. Identificar a categoria nosológica do caso, conforme classificação adotada e, eventualmente fornecer dados para pesquisa epidemiológica
Avaliação compreensiva: examina funções do ego, como insight
Entendimento dinâmico: explica aspectos comportamentais com uma base teórica;
Prevenção: avalia problemas precocemente e oferece capacidade para enfrentar situações novas. Identificar problemas precocemente; avaliar riscos; fazer uma estimativa de forças e fraquezas das funções do ego
Prognóstico: curso do caso. Estimar o curso possível do caso, sob circunstâncias previstas, baseado em dados do exame psicológico, a partir da experiência clínica e de dados estatísticos.
Perícia forense: avaliação referente a insanidade e exercício da cidadania.
Diferencial: investigar a natureza de irregularidades no quadro sintomático ou em resultados de testes para diferenciar níveis de funcionamento, quadros psicopatológicos.
CAPÍTULO 3: O PROBLEMA
Referência: Cunha, J.A. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre. Artes Médicas, 2002.
Os problemas: 
Identificar e avaliar para poder chegar a um diagnóstico. 
Dúvidas, fantasias e a busca por explicações retardam a ajuda.
Mudanças e ajustamentos
Diferentes estados emocionais
Sintomas: enquanto resultado da situação presente e enquanto hereditariedade.
- Experiências do sujeito e por ele sentidas.
Sinais: comportamentos observáveis. Exemplo: medo
Critérios usuais para definição de um problema.
-Reconhecimento das alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum.
Quantitativa: quando percebidos (para mais ou para menos). Exemplos: mudança na fala, motora, humor etc.
Qualitativa: sinal de perturbações quando percebidos, mas não medidos.
O sintoma único não tem valor diagnóstico. Tem que haver um conjunto de avaliação de transtornos.
CAPÍTULO 3- CONCEITO DE NORMALIDADE EM PSICOLOGIA
REFERÊNCIA: DALGALARRONDO, P. Psicopatologia e Semiologia dos transtornos mentais. Porto Alegre. Artmed, 2000.
Principais critérios de normalidade: 
Normalidade como ausência de doença: interpreta o indivíduo de acordo com o que ele não possui. Perguntas feitas em exames adimissionais.
Normalidade ideal: utopia do indivíduo sadio e evoluído. Aqueles indivíduos adaptados as normas morais e políticas de determinada sociedade.
Normalidade estatística: o normal é aquilo que se observa com maior freqüência. Ex: peso, altura, tensão arterial etc. Família com transtorno alimentar tem interpretação diferente sobre comportamento alimentar em comparação a família que não tem esse tipo de Transtorno.
OBS: Nem todos os fenômenos que são freqüentes são normais. Ex: depressão, cárie, uso de álcool.
Normalidade como bem-estar: definido pela OMS (1958) como bem-estar físico, mental e social. Sendo uma utopia, pois parte da subjetividade.
Normalidade funcional: considerada até o momento que faz parte das funções do indivíduo e que não causa sofrimento.
Normalidade como processo: mudanças, conflitos e perturbações fazem parte do processo de amadurecimento.
Normalidade subjetiva: interpretação própria sobre sua saúde. Ex: pessoas maníacas, sentem-se bem, mas possuem transtorno mental grave.
Normalidade como liberdade: transitar no mundo com liberdade e com senso de realidade.
Normalidade operacional: trabalha a partir de critérios, com o que é normal e com o que é patológico, por meio de manuais.
A identificação de normal e patológico varia de acordo com o fenômeno que trabalhamos.
ATIVIDADE
Critérios de Normalidade: relacione as frases abaixo com os critérios de normalidade estudados.
1-Paulo foi diagnosticado como tendo transtorno bipolar, segundo o Manual DSMIV.
2- Maria se nomeia como uma pessoa depressiva e compulsiva.
3- O diretor do Hospital X é totalmente honesto com seus funcionários.
4- No momento que Flávio foi admitido para trabalhar como enfermeiro de um hospital, a partir da entrevista elaborada, pode-se perceber que ele é uma pessoa saudável e não demonstra nenhum tipo de problema orgânico.
5- A população de Santo Antônio de Pádua tem alto índice da doença chamada câncer.
6- João tem diabetes, mas consegue trabalhar e praticar suas atividades com tranqüilidade.
7- O psiquiatra disse que Letícia tem síndrome do pânico e a encaminhou para tratamento.
8- Joana a determina como uma pessoa ansiosa e extremamente estressada.
9- De acordo com o exame clínico e o exame de sangue, não foi diagnosticado nenhuma anormalidade.
Obs: Pessoas que nascem em famílias tem pressão alta tem maior propensão para terem problemas cardíacos.
CAPÍTULO 3: O CONTATO COM O PACIENTE
Referência: Cunha, J.A. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre. Artes Médicas, 2002.
Papel do psicólogo: lidar com as inúmeras resistências por meandros das angústias, da desconfiança e do sofrimento.
- No atendimento e na vida, formas de driblar o sofrimento foram experimentadas e várias explicações foram empregadas, aumentando a angústia.
- Contar e expor o caso não resolve o problema: a situação só pode ser “resolvida” quando se estabelece o contato.
- no momento da entrevista inicial uma das defesas pode ser negar sua realidade e depositar sua responsabilidade numa terceira pessoa.
Neste momento o psicólogo deve demonstrar tranquilidade, aproximar-se e demonstrar-se colaborativo.
- É importante observar como o paciente trata as suas dores: no vestir, comunicação verbal e não verbal, movimento corporal deve ser considerado como mecanismo interior.
Caso o psicólogo não identifique as motivações conscientes e inconscientes algumas consequências serão relatadas, tais como:
Parecer técnico contaminado e distorcido.
O psicólogo encontra aliança com os aspectos patológicos
Adota uma postura ambígua, não sendo totalmente explícito.
Deixa claro somente os pontos tolerados pelo paciente e por seu grupo familiar.
Esclarecimentos dos motivos aparentes e ocultos é o maior objetivo do psicodiagnóstico.
CAPÍTULO 5: A ENTREVISTA CLÍNICA
Referência: Cunha, J.A. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre. Artes Médicas, 2002.
O objetivo de cada entrevista vai determinar as estratégias do seu alcance.
Definição: conjunto de técnicas de investigação, de tempo delimitado, dirigido por um entrevistador treinado, que utilize conhecimentos psicológicos, em uma relação profissional.
Pontos da entrevista adequada:
Estar inteiramente disponível;
Paciente à vontade;
Facilitar a expressão dos motivos do encaminhamento;
Buscar esclarecimentos para colocações incompletas;
Confrontar contradições;
Controlar as ansiedades;
Reconhecer as defesas (transferências);
Entender seus processos contratransferênciais;
Assumir iniciativa em momentos de impasse;
Dominar as técnicas.
A entrevista inicial
1 Entrevista livre: após o enquadramento deixar que o paciente fale livremente.
2 Entrevista semidirigida: assinalar situações de bloqueios e angústias e ajudar o indivíduo a prosseguir. Indagar a respeito dos aspectos da conduta.
3 Entrevista Diretiva: com o objetivo de preencher as lacunas.
Dois motivos:
Conhecer exaustivamente o paciente.
Extrair dados que permitam formular hipóteses
A entrevista clínica COMO UMA TÉCNICA, não descarta a necessidade de outras técnicas, como por exemplo, o uso dos testes. A entrevista clínica COMO A TÉCNICA não é realizada isoladamente.
	Psicodiagnóstico
	Aplicação de Testes
	Visa o diagnóstico e prognóstico (passado, presente e futuro).
	Visa apenas o diagnóstico do passado e do presente.
Para obter todas as informações:
Primeira impressão: verificar se ela se mantém ou muda ao longo do tempo da entrevista (linguagem corporal, gestos, ficar quieto ou mover-se).
Considerar o verbalizado: relato apenas do passado como forma de evitar o insight do aqui e agora.
Estabelecer o grau de coerência ou discrepância: verificar se há relação no que o paciente fala e a forma que ele se expressa.
Planejar a bateria de testes mais adequada quando à: quantidade e qualidade dos testes; ordem de aplicação e sequencia; ritmo (numero de entrevistas);
Estabelecer rapport:reduzindo as possibilidades de bloqueio e as paralisações. Criar um clima favorável a aplicação dos testes;
Identificar o que o paciente nos transfere e o que isso provoca;
Na entrevista com os pais do paciente, identificar o que une o casal e os filhos. Primeiro deve-se entrevistar os pais ou primeiro com o filho.
Avaliar a capacidade dos pais de elaboração da situação atual e potencial.
Entrevista com os pais (pai como “bode expiatório”).
Não convidar o pai ou o pai não participar da entrevista faz com que o complexo edipiano seja negado, atacando mais tarde o psicodiagnóstico ou a terapia (interrompe, nega a pagar inclui obstáculos).
Pais separados: podem participar juntos ou separados. Quando forem separados analisar o processo de forma dissociada.
Filhos adotivos: estabelecer as condições de pais e filhos adotivos. Não se prender ao problema trazido pelos pais.
OBS: Optar por não relatar a adoção aos filhos pode atrapalhar o psicodiagnóstico frente a entrevista de devolução, deixando duas condições ao psicólogo: relatar sobre adoção, onde o ego pode não estar preparado ou dar continuidade a mentira e ao engano.
Motivo da consulta, discriminando em motivos manifestos e latentes.
Motivo manifesto: sintoma que faz o individuo procurar a consulta.
Motivo latente: os verdadeiros motivos do sintoma, motivo mais profundo.
Deve-se verificar se os pais precisam de terapia e qual técnica mais adequada.
Pais que escondem os problemas mais graves do filho e pais que relatam em primeira instância os problemas mais graves devem ter atenção diferente.
Pais com pensamentos opostos sobre o comportamento do filho, esperam que o psicólogo diga quem está certo ou errado, mas o psicólogo entre os dois, resultando em alívio ou irritação.
Tipos de entrevista
1- De acordo com os diversos enfoques teóricos da Psicologia, há diferentes modos de conduzir e interpretar os dados de uma entrevista
Na terapia psicanalítica, a entrevista tem como objetivos:
Tornar consciente os conflitos inconscientes e as alterações nas estruturas de caráter
Auxiliar no desenvolvimento da personalidade, através da utilização de novos mecanismos adaptativos
O processo envolvido é a transferência
O entrevistado através da associação livre busca a auto compreensão 
A ênfase é maior no afeto, do que no conhecimento.
2- Segundo a estrutura pode ser:
↘Entrevista fechada, estruturada ou diretiva
Altamente padronizada, facilita a quantificação dos dados e a comparação entre os casos
Semelhante ao questionário
↘Entrevista aberta, não estruturada ou livre
O entrevistador está interessado no discurso espontâneo do entrevistado e segue o fluxo natural de suas ideias. 
↘Entrevista semi-estruturada ou semi-dirigida 
Especifica as áreas que devem ser exploradas, mas não estrutura as perguntas, nem a sequência das mesmas.
3- Segundo os objetivos pode ser:
↘Diagnóstica
Visa estabelecer diagnóstico, prognóstico e indicações terapêuticas
Caracteriza-se por uma ampla coleta de dados sobre a história do paciente
Não emprega a interpretação
↘Terapêutica
Visa colocar em prática estratégias de intervenção psicológica para acompanhar o paciente, esclarecer suas dificuldades e tentar solucionar os problemas trazidos por ele
Emprega a interpretação 
Permite que o paciente fale livremente ao mesmo tempo em que o entrevistador pode esclarecer os dados que achar confusos ou incompletos.
↘De encaminhamento
Visa indicar ao paciente o tratamento adequado
↘De desligamento
Visa observar os benefícios derivados do tratamento, planos por ocasião da alta 
Entrevista diagnóstica
Não precisa necessariamente ser apenas uma
Quando o psicodiagnóstico for solicitado pelo terapeuta do paciente, a entrevista deverá ser breve e a devolução feita pelo próprio terapeuta
↘Motivo da consulta
Esclarecer o motivo manifesto: o paciente deve expor o que acontece com ele, por que deseja atendimento
O motivo latente geralmente não aparece no início porque angustia muito, permanecendo no inconsciente.
Se o motivo manifesto for trivial demais para justificar a consulta suspeita-se com maior segurança de um motivo latente (devemos prolongar a entrevista inicial).
O conhecimento dos aspectos latentes no psicodiagnóstico alerta para: cautela no manejo com o paciente (insight fora do timing) e adverte quanto ao tipo de conflito que pode surgir ao longo do tratamento.
↘O sintoma
É o motivo manifesto da consulta
Importante saber a razão pela qual esse sintoma preocupa o paciente (seus pais ou ambos)
Importante saber se o sintoma preocupa agora, em casos em que a sintomatologia é muito antiga
Mostra e esconde ao mesmo tempo um desejo inconsciente que entra em oposição com uma proibição do superego
Há um benefício secundário.
A análise feita a nível individual deve se estender ao nível familiar (o sintoma expressa algo dentro do contexto familiar)
“...Inclui sempre o indivíduo e o outro (...) o sintoma está no lugar de uma palavra que falta (...) o sintoma então se desenvolve com outro e para outro” (Mannoni)
Todo sintoma implica fracasso ou rompimento do equilíbrio entre as séries complementares:
CAPÍTULO 7: A HORA DE JOGO DIAGNÓSTICA
Referência: o CAMPO, M.L.S.; ARZENO, M.E.G.; PICCOLO, E.G. o PROCESSO PSICODIANGÓSTICO E AS TÉCNICAS PROJETIVAS. 10 edição. São Paulo. Martins Fontes, 2001.
Equivale à primeira entrevista com o adulto
Importante começar perguntando se a criança sabe porque os pais o levaram para atendimento
É um meio de expressão do inconsciente
A escolha dos jogos relaciona-se às fases de evolução da libido
A modalidade do brinquedo baseia-se nas formas de manifestação do ego, através da plasticidade, da rigidez, estereotipia, perseveração 
Personificação é a capacidade da criança para assumir e designar papéis no brinquedo 
O papel do psicólogo na hora do jogo
Observar, compreender e cooperar com a criança
Atenção flutuante que permite compreensão e formulação de hipóteses
Observador não participante (ativo e passivo)
Criar condições ótimas para que a criança possa brincar com maior espontaneidade
A participação carece de limites: o psicólogo deve estabelecer limites quando o paciente rompe o enquadramento 
Aspectos técnicos da hora do jogo diagnóstico
Espaço: sala não muito pequena, com poucos móveis, paredes e pisos laváveis
Material: diversas modalidades de brinquedos (tamanho, textura, formas), a caixa deve apresentar diversos objetos do mundo real
Instruções: “Esclarecer para a criança que pode utilizar como quiser o material que está sobre a mesa, que observaremos sua brincadeira com o propósito de conhecê-la e de compreender suas dificuldades para uma ajuda posterior, tudo isto num tempo determinado e nesse lugar” (Ocampo)
Registro do material: anotar o mínimo possível (Aberastury); anotar itens (Arzeno)
Sigilo
Análise dos seguintes indicadores
Escolha dos brinquedos e brincadeiras
A forma de abordagem dos brinquedos (observação à distância; dependente de indicações do observador, etc.)
Modalidades de brincadeiras (a forma em que o ego manifesta a função simbólica): forma como estrutura o brincar (plasticidade, rigidez, esteriotipia e perseverança)
Personificação: capacidade de assumir e atribuir papéis.
Motricidade: capacidade motora dentro de sua faixa evolutiva (andar, possibilidade de encaixe, preensão, lateralidade, ritmos, movimentos)
Criatividade: capacidade de unir ou relacionar elementos dispersos num elemento novo e diferente (mostra um ego plástico capaz de abertura para experiências novas, tolerante a não estruturação do campo)
Tolerância à frustração: capacidade de aceitar as instruções com as limitações que elas impõem (o estabelecimento de limites e a finalização da tarefa) 
Capacidade simbólica: o brincar é uma forma de expressão da capacidade simbólica e a via de acesso às fantasias inconscientes
Adequação à realidade: aceitação ou não do enquadramento espaço-temporal com as limitações que isto implica; possibilidade de colocar-se em seu papel e aceitar o papel do outroEntrevista familiar diagnóstica com crianças e adolescentes
Deve ser utilizada porque o sintoma da criança é o emergente de um sistema intrapsíquico que está inserido no esquema familiar também doente, com sua própria economia e dinâmica
Quanto menor a criança mais importante será a utilização da entrevista familiar (a criança está em pleno processo de formação e em estreita e direta dependência emocional de seus pais)
Quanto mais grave for a hipótese diagnóstica mais necessária será a entrevista familiar
ENTREVISTA PARA APLICAÇÃO DE TESTES
Escolha da bateria de testes: deve-se tomar cuidado para não alongar excessivamente o processo, pois isso pode alterar o vínculo psicólogo e paciente, assim como deve-se tomar cuidado para não encurtar o processo demais e perder informações.
Se os testes forem muito longos isso pode sobrecarregar o paciente e passar uma impressão de algo grave.
Frustração: demora no resultado pode ocasionar angústia sobre os desejos não realizados de saber o diagnóstico.
A não devolução prejudica o paciente e o psicólogo.
A demora para finalizar a aplicação dos testes pode ser explicada como impotência do psicólogo (não se sente seguro para diagnosticar).
Seleção de uma bateria de testes e técnicas
Para planejar uma bateria é necessário pensar em testes que captem o maior número possível de condutas (verbais, gráficas e lúdicas)
Possibilita a comparação de um mesmo tipo de conduta provocada por diferentes estímulos ou instrumentos e diferentes tipos de conduta entre si.
A sequência de aplicação dos testes é determinada em função da natureza do teste e da natureza do caso em questão
Planejamento Geral da bateria:
- Selecionar testes que captem o maior número possível de conditas (verbais, gráficas e lúdicas).
-Selecionar a ordem para aplicação dos testes de acordo coms dois fatores: natureza dos testes e do caso em questão.
- Nuca aplicar primeiro o teste direcionado ao sintoma em questão. Como por exemplo: Um verbal ao paciente gago.
-Dar preferência primeiro aos testes gráficos.
1- Abarcam os aspectos sentidos como menos próprios;
2-Motiva o individuo a continuar no processo;
Econômicos quanto ao tempo.
- Na maioria dos casos significa enfrentar uma tarefa conhecida, que já foi realizada em algum momento
- A simplicidade do material contribui para tranquilizá-lo
- Incluir entre os testes gráficos, diferentes conteúdos em relação ao tema solicitado, começando pelos mais ambíguos até chegar aos mais específicos (desenho livre, casal, casa-árvore, pessoa, família) 
Os teste de inteligência devem ser colocados no final da bateria por que:
1- O material apresentado não é ambíguo como nos testes projetivos (TAT, Rorschach, etc.)
2- As instruções dos testes de inteligência implicam uma atitude mais ativa por parte do profissional que propõe um tipo de tarefa diferente das outras e estabelece um limite de tempo mais definido do que nos testes projetivos.
3- O registro da prova também difere (ficando claro para o paciente que o que se registra são sinais positivos ou negativos a respeito de suas respostas)
4- Alguns testes de inteligência incluem interrogatórios que diferem dos interrogatórios dos testes projetivos por serem menos ambíguos e mais específicos e diretivos
A relação psicólogo-paciente muda a partir da verbalização da instrução e da mostra do material, pois o paciente percebe que está sendo avaliado em relação a algo muito específico, que tem ligação com a inteligência.
O estudo do material coletado
Elaborar um diagnóstico consiste em conseguir descrever uma personalidade
Não é rotular o paciente
O estudo do material consiste fundamentalmente na busca de recorrências e convergências. Integrar este material com as entrevistas. Retornar à hipótese inicial para ratificar ou retificar e explicitar de forma accessível para o paciente e familiares (se for o caso) 
Entrevista(s) de devolução
A entrevista de devolução consiste em transmitir os resultados do psicodiagnóstico de forma discriminada, organizada e dosada segundo o destinatário.
Deve ser feita também com os pais no caso de crianças, jovens e psicóticos.
Observar a reação emocional (isso nos indicará também até onde poderemos chegar na devolução). 
Conforme as reações dos pais, do filho ou do adulto em questão, durante a entrevista, manteremos a recomendação terapêutica previamente pensada ou a modificaremos apropriadamente.
Importante mobilizar as resistências e obter um pouco de insight.
Importante resumir os motivos da consulta trazidos pelo sujeito e pelos familiares.
Falar primeiro nos aspectos sadios e positivos para depois entrar naqueles que não estão bem.
A devolução é feita primeiro para a pessoa ou as pessoas que consultaram em primeiro lugar: aos pais que se consultaram por um filho, o filho será chamado depois, já que na devolução dele será incluída a decisão que os pais tenham tomado em relação a alguma recomendação terapêutica.
Com crianças a devolução é feita de forma lúdica, através de brinquedos ou de dramatização.
Nem tudo que obtivermos como informação será necessariamente transmitido ao sujeito ou a seus pais.

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