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Enfermagem Noturna UNIP SWIFT – Prof.Cassemiro Jr. 1. Aula 1 – Conceitos Microbiológicos A microbiologia é o estudo dos seres microscópicos, seu nome tem origem em três palavras (Mikros=pequenos, Bios= vida, Logos= ciência), A Microbiologia é classicamente definida como a área da ciência que dedica-se ao estudo de organismos que somente podem ser visualizados ao microscópio. Com base neste conceito, a microbiologia aborda um vasto e diverso grupo de organismos unicelulares de dimensões reduzidas, que podem ser encontrados como células isoladas ou agrupados em diferentes arranjos. Assim, a microbiologia envolve o estudo de organismos procarióticos (bactérias, archaeas), eucarióticos (algas, protozoários, fungos) e também seres acelulares (vírus). Modos de transmissão Direta: transmissão por contato direto do organismo doente com o organismo sadio. Com contato físico (IMEDIATA), sem contato físico; Indireta: através de veículos animados ou inanimados (copos, talheres, agulhas, vetores, etc.). Vias de transmissão Pele: através de ferimentos, arranhões, picadas de insetos e mordeduras de animais; Ar: durante aglomeração de pessoas em ambientes com deficiência de circulação de ar; Alimentos: pela ingestão de alimentos mal lavados, estragados ou mal cozidos; Objeto: através de objetos inanimados, tais como peças de vestuário, calçados, toalhas, utensílios etc. Relação Sexual: em consequência da higiene inadequada dos órgãos genitais ou através do ato sexual; Vetores: o vetor pode ser apenas um simples veiculador de agentes patogênicos, conduzindo-os do portador para o receptor sem que, necessariamente, haja propagação da doenças; Sangue: através de transfusões de sangue e seus derivados; Alguns conceitos importantíssimos CONTAMINAÇÃO: Presença transitória de microrganismos em superfície sem invasão tecidual ou relação de parasitismo. Pode ocorrer em objetos inanimados ou em hospedeiros. Ex: Flora transitória das mãos. COLONIZAÇÃO: Crescimento e multiplicação de um microrganismo em superfícies epiteliais do hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica. Ex: Microbiota humana normal AGENTE ETIOLÓGICO: causador ou responsável pela origem da doença. INFECCIOSIDADE(INFECTIVIDADE): capacidade do agente etiológico de penetrar, se instalar e multiplicar-se no hospedeiro. É fundamental na previsão da propagação da doença. Está relacionada com a velocidade de transmissão da doença. PATOGENICIDADE: capacidade do agente etiológico de produzir lesões específicas no hospedeiro. VIRULÊNCIA: capacidade em produzir uma doença mais grave ou menos grave, com alta ou baixa letalidade. INFECÇÃO: Danos decorrentes da invasão, multiplicação e ação de produtos tóxicos de agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação imunológica. INTOXICAÇÃO: Danos decorrentes da ação de produtos tóxicos que também podem ser de origem microbiana. Ex:Toxinfecção alimentar. PORTADOR Indivíduo que alberga um microrganismo específico, sem apresentar quadro clínico atribuído ao agente e que serve como fonte potencial de infecção. DISSEMINADOR É o indivíduo que elimina o microrganismo para o meio ambiente. Pode se tornar um disseminador perigoso quando passa a ser fonte de surtos de infecção. Sendo um profissional de saúde, deve ser afastado das atividades de risco até que se reverta a eliminação do agente. INFECÇÃO PREVENÍVEL É aquela em que a alteração de algum evento relacionado pode implicar na prevenção da infecção. Ex: Infecção cruzada. INFECÇÃO NÃO PREVENÍVEL É aquela que acontece a despeito de todas as precauções tomadas. INFECÇÃO ENDÓGENA É a infecção causada pela microbiota do paciente. INFECÇÃO EXÓGENA É a infecção que resulta da transmissão a partir de fontes externas ao paciente. SUPER INFECÇÃO Quando há troca do agente etiológico na mesma topografia. Não deve ser confundida a colonização que ocorre em pacientes graves hospitalizados com super-infecção. INFECÇÃO METASTÁTICA É a expansão do agente etiológico para novos sítios de infecção. IRAS (Infecções Relacionadas à Assistência de Saúde) A importância da Microbiologia no controle de IRAS Identificação de Agentes Etiológicos (detecção imediata e notificação epidemiológica de importantes organismos); Padrões de resistência antimicrobiana emergentes Medidas de Controle (avaliação da eficácia das precauções recomendadas para limitar a transmissão durante os surtos); Tratamento de Doenças (auxiliar no tratamento das doenças através da identificação de microorganismos); Antimicrobianos (colaborar na restrição do uso de antimicrobianos); 2. Aula 2 – Conceitos de IRAS Conceito Vigente de Infecção Hospitalar segundo Portaria da ANVISA 2.616/98. ”Qualquer infecção adquirida após a internação manifeste durante a internação ou mesmo após a alta,relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares.”” Conceitos de Infecção Comunitária x Infecção Hospitalar A Portaria 2.616/98 traz diretrizes e normas para o controle das infecções hospitalares. Em seu anexo II, aborda conceitos e critérios para o diagnóstico das infecções, classificando-as em comunitárias ou hospitalares. Infecção comunitária “É a infecção constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente, desde que não relacionada com internação anterior no mesmo hospital”. São também comunitárias: 1. As infecções associadas a complicações ou extensão da infecção já presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos ou sinais/ sintomas fortemente sugestivos da aquisição de nova infecção. 2. Infecção em recém-nascido, cuja aquisição por via placentária é conhecida ou foi comprovada e que se tornou evidente logo após o Nascimento (ex: Herpes simples, toxoplasmose, rubéola, citomegalovirose, sífilis e AIDS). Adicionalmente, são também consideradas comunitárias todas as infecções de recém-nascidos associadas com bolsa rota superior a 24 horas. Infecção Hospitalar “É qualquer infecção adquirida após a internação do paciente e que se manifesta durante a internação ou mesmo após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos hospitalares”. Usa-se como critérios gerais: 1. Quando na mesma topografia em que foi diagnosticada infecção comunitária for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como hospitalar. 2. Quando se desconhecer o período de incubação do microrganismo e não houver evidência clínica e/ou dado laboratorial de infecção no momento da admissão, considera-se infecção hospitalar toda manifestação clínica de infecção que se apresentar 72 horas após a admissão. Também são consideradas hospitalares aquelas infecções manifestadas antes de se completar 72 horas da internação, quando associadas à procedimentos invasivos diagnósticos e/ou terapêuticos, realizados previamente. 3. As infecções no recém-nascido são hospitalares, com exceção das transmitidas de forma transplacentária e aquelas associadas à bolsa rota superior a 24 horas. Tempo ou período de incubação de uma doença infeciosa é o intervalo de tempo que transcorre entre a exposição a um agente infecioso e a aparição do primeiro sinal ou sintoma da doença de que se trata. Desta forma, quando se conhece o tempo de incubação de uma infecção específica, deve-se considerar como infecção hospitalar todos os casos de pacientes internados que manifestaram a referida infecção num intervalo de tempo, contado desde a admissão do paciente atéa primeira manifestação clínica, superior ao tempo de incubação da doença. Conclusão: “O diagnóstico diferencial entre infecção comunitária e IRAS está apoiado fundamentalmente no período de incubação do microrganismo e na infecção já presente na admissão”. Os principais problemas de identificação Acompanhamento pós alta Internações curtas Procedimentos clínicos fora do hospital Infecções ocupacionais Critérios de Diagnósticos por Topografias ISC – Infecção de Sítio Cirúrgico ITU – Infecção do Trato Urinário IPCS – Infecção Primária de Corrente Sanguínea PNM – Pneumonias Acesso vascular Cateter Vesical de Demora Quais os recursos ou fontes existentes para o diagnóstico de IRAS? Evidência clínica, através de observação direta e análise de prontuário Estudos de imagem Exames laboratoriais Endoscopia Biópsia Entre outros. Cadeia Epidemiológica das IRAS 1. Reservatório: Pessoas (pacientes e trabalhadores)/ Animais (insetos e roedores)/ Água e seu sistema de distribuição/ Medicamentos injetáveis e soluções parenterais/ Objetos e equipamentos utilizados na assistência, como circuitos de ventilação assistida, ar condicionado etc. 2. Fonte: Pessoas, animais, dispositivos, instrumentais, artigos, equipamentos médico-hospitalares. 3. Vias de eliminação: Secreções (Genitais, Nasais, Orais e Faríngeas), Fezes, Urina, Sangue, Escarro, Descamação epitelial, Leite, entre outros. 4. Formas de Transmissão: Direta e Indireta 5. Vias de Penetração: Cutânea (pele)/ Mucosa (olhos, tratos respiratório, gastrointestinal, geniturinário)/ Percutânea (tecido sub- epitelial)/ Veiculação injetável de substâncias/ Migração dmicrobiota do próprio paciente. IMPACTOS CONSEQÜÊNCIA DO PROCESSO EVOLUTIVO - (evolução das técnicas e recursos tecnológicos, advento farmacológico, entre outros, envelhecimento da população); IMPACTO ASSISTENCIAL - (causa importante de morbidade e mortalidade: disfunções físicas, estresse emocional, redução qualidade de vida, aumento da letalidade); IMPACTO ECONÔMICO - (aumento dos custos – dados dos EUA indicam um aumento dos custos em aproximadamente 4,5 milhões dólares/ano); IMPACTO JURÍDICO (IATROGENIA – responsabilidade profissional no desenvolvimento da assistência). 3. Aula 3 – Panorama Atual das Iras A historia do controle de prevenção de (IRAS) No período medieval os hoje chamados hospitais eram locais ou verdadeiros depósitos de doentes, locais sem a mínima higienização onde pessoas das mais diferentes enfermidades eram depositados para se resignar, muitas vezes eram excluídos ou separados. No século XVII esses locais passaram a ser transformados em verdadeiras casas de recuperação para doentes hoje chamadas de HOSPITAIS, onde os pobres doentes eram tratados visando a cura de doenças e a medicalização. Foi-se então se desenvolvendo técnicas cirúrgicas e introduzidas nesses locais, já com a visão de um centro cirúrgico primitivo, pois já se tinha um melhor domínio a anatomia, fisiologia e mecânica. No século XIX surge a enfermagem moderna, como protagonista a jovem Florence Nightingale, modificando o ambiente terapêutico com seus métodos inovadores, e reorganização dos enfermos em alas, leitos e outros, tirando-os daquela situação de amontoados e melhorando as condições de prevenção de controle de Infecção. Ignaz Semmelweis (1847), juntamente com Florence encabeçou essa mudança implantando técnicas e prevenção como a lavagem de mãos, até hoje usada como a primeira ação feita pelo profissional ao se deparar com um ambiente ou paciente em risco de IRAS, no século XIX uma figura ganha alma, o francês Louis Pasteur contribuiu dentre varias de suas teorias, uma delas a quebra da teoria da Abiogene, que defendia a geração da vida era dada pela geração da matéria bruta, essa teoria era defendida por pessoas importantíssimas como por exemplo Aristóteles e Isaac Newton. O experimento consistia no seguinte: 1. Pasteur pegou um caldo nutritivo e colocou em um recipiente e levou a fervura, curvou o pescoço do recipiente para que o mesmo não ficasse em contato direto com o ar. 2. O liquido ficou em fervura por varias horas até que se tornou estéril, logo não se notou qualquer proliferação microbiana no mesmo. 3. Pasteur então quebrou o pescoço do recipiente colocando-o em contato direto com o ar, que por sua vez é cheio de microrganismos, o resultado foi inevitavelmente este, logo começaram a crescer microrganismos no caldo nutritivo Ao quebrar o pescoço do recipiente Louis Pasteur não só provou que um ser vivo não pode nascer do nada e precisa de uma origem viva, más também quebrou a teoria da Abiogênese, que afirmava que a vida vinha de matéria bruta. Pasteur também deixou contras contribuições para a microbiologia como por exemplo a pasteurização. Ai que entra Joseph Lister que fazia com que cirurgiões e médicos se lavagem com uma solução de fenol e aplicava pomadas de ácido fênico nas feridas para reduzir a proliferação microbiologia, essas foram as primeiras técnicas de Joseph para assepsia. A Penicilina A descoberta da penicilina se deu de forma acidental, pelo médico e bacteriologista escocês Alexander Fleming, em 1928. Pesquisando substâncias capazes de combater bactérias em feridas, esqueceu seu material de estudo sobre a mesa enquanto saía de férias. Ao retornar, observou que suas culturas deStaphylococcus aureus estavam contaminadas por mofo e que, nos locais onde havia o fungo, existiam halos transparentes em torno deles, indicando que este poderia conter alguma substância bactericida. Ao estudar as propriedades deste bolor, identificado como pertencente ao gênero Penicillium, Fleming percebeu que ele fornecia uma substância capaz de eliminar diversas bactérias, como as estafilococos: responsáveis pela manifestação de diversas doenças, tanto comuns quanto mais graves. A substância recebeu o nome de “penicilina”. Tal achado, comprovadamente inofensível para as células animais, foi isolado, concentrado e purificado em laboratório alguns anos depois, por Howard Florey e Ernst Chain. Na época da Segunda Guerra Mundial, esta substância foi produzida em larga escala, por fermentação, salvando milhares de vidas. Linha do Tempo Nos anos 70 surge então o importante órgão de controle de infecção e de referencia o CDC e o Sistema de vigilância americano o NNIS. E o trabalho de prevenção e controle de IRAS em quatro temas sendo eles: Paciente Microrganismo Meio ambiente Administração Nos anos 90, surge então o desenvolvimento de sistemas de prevenção e controle de IRAS ( EUA/Europa) ECDC – Helics (Integração do ambiente Europeu). KISS – Sistema Alemão PREZIES – Sistema Holandês Rede NHSN – Estados Unidos No ano 2000 é fundada a Aliança mundial para a segurança do paciente que tinha como meta primaria o IRAS como desafio global (2005 – 2006). E na ultima década foram surgindo programas de melhoramento da qualidade e segurança no serviço de saúde certificados, selos etc. O controle de prevenção de IRAS no Brasil Vamos iniciar nossa linha do tempo partindo o século XX com as Praticas Sanitaristas como estratégia de campanha. Nos anos 60 – 70 com a expansão das cidades, industrias e da economia acontece com a vinda de rurais para as cidades um aumento na demanda do serviço de saúde, e consequentemente um aumento das instituições hospitalares. Surge então diante disso as primeiras Comissões de Controle de Infecção no ano de 1963 no Hospital Hernesto Dornelles (RS), surge a primeira CCIH, e em 1967 o NPS obriga todos oshospitais a constituírem uma CCIH. Nos anos 80 aconteceram o que chamamos de “década perdida”, sem a manutenção adequada, equipamentos e instalações do serviço de saúde foram sucateados, houve também um descontrole no uso de medicamentos e a ausência de formulação de novas legislações. Então em 1983 surge como primeira ação efetiva no controle de infecção a Portaria 196 (criação da CCIH), e consequentemente em 1988 a Portaria 232 do Ministério da Saúde. E o programa nacional de controle de IH. O assunto foi intensificado após a morte do Presidente Tancredo Neves, como medidas foram feitos estudos, treinamentos, campanhas e informação populacional. No final dos anos 80 e começo dos anos noventa surgem a Constituição Federal em 1988 e Sistema único de saúde (SUS). No inicio dos anos 90 houve problemas na efetivação do controle e prevenção de IRAS, surge então a Portaria 930/92 que estabelece normas de CCIH. Em 1997/98 surgem como reforço a lei 9341 e portaria 2616 com a criação do PCIH e recomendação para sua operacionalização. Logo após em 1991 surge a portaria 1241 com ações de controle e prevenção pela ANVISA. E o RDC 48 também da ANVISA que visa fiscalizar o PCIH seguindo o roteiro definido por esta resolução. Controle e prevenção de IRAS em São Paulo Nossa revisão começa no ano de 1985 com a criação do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) criado pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo, que tinha como meta coordenar, normatizar e supervisionar ações de vigilância epidemiológicas. Um tempo depois no ano 2000 surge a resolução SS-152 de 14 de Novembro de 2000, que institui o Comitê de IH no estado. E recentemente no ano de 2014 no mês de Abril a implantação do Sistema de Vigilância para IH. Que tinha como meta, a divulgação anual de dados obtidos e planilhas de notificação pelos hospitais. Então em 2013 surge o Manual de orientação e critérios diagnósticos. Que abrangia hospitais em geral e hospitais de longa permanência e psiquiatricos. 4. Aula 4 – Vigilância e IRAS Vamos começar a revisão dessa aula conceituando as normas legislativas relativas ao controle de infecção (IRAS) Lei 9431 - Art. 1º Os hospitais do País são obrigados a manter Programa de Controle de Infecções Hospitalares - PCIH. Portaria 2616 – Operacionaliza o Programa de Controle de Infecções Hospitalares. Lei 9431 e Portaria 2616 – Aspectos gerais O Programa de Controle de Infecção Hospitalares (PCIH) é um conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das IRAS. Os hospitais deverão constituir Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH). Os membros da CCIH serão de dois tipos: consultores e executores. Os membros consultores serão representantes, dos seguintes serviços: serviço médico, serviço de enfermagem, serviço de farmácia, laboratório de microbiologia, administração. PCIH – Programa de Controle de Infecção Hospitalar Deve incluir no mínimo as seguintes atividades: Vigilância Epidemiológica; Normas para uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médicos hospitalares; Processos para a prevenção de transmissão demicrorganismos; Normas e rotinas técnico operacionais; Padronização das medidas de prevenção e controle de infecções; Treinamento dos profissionais de saúde em relação à prevenção e ao controle de IRAS Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) Elaborar e aprovar regimento interno; Adequar e supervisionar as normas e rotinas técnicas e operacionais; Cooperar com o treinamento e a educação continuada dos profissionais de saúde; Elaborar e supervisionar a implantação de medidas para a prevenção de transmissão de microrganismos. Criar um programa de prevenção e assistência aos funcionários que sofrem acidentes com material contaminado com sangue ou secreções; Comunicar doenças de notificação compulsória; Auxiliar os programas de vigilância de agravos à saúde como farmacovigilância, tecnovigilância e hemovigilância; Notificar surtos diagnosticados ou suspeitos de infecções. Serviços de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) Os membros executores da CCIH representam o Serviço de Controle de Infecção hospitalar e, portanto, são encarregados da execução programada de controle de IRAS. Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais. Um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. Estrutura Organizacional do Controle e prevenção de IRAS VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA: Diagnostico continuo da ocorrência de IRAS e infecções ocupacionais. PREVENÇÃO DE IRAS: Reduzir as ocorrências de IRAS PREVENÇÃO IOS: Reduzir a ocorrência de infecções ocupacionais PREVENÇÔES NAS UNIDADES DE ASSISTENCIA: Otimizar as tarefas associadas a prevenção de IRAS e infecções ocupacionais. RACIONALIZAÇÃO ANTIMICROBIANOS: Otimizar o uso de antimicrobianos para melhorar o cuidado do paciente e minimizar a resistência microbiana. SISTEMA DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA DE IRAS Vigilância Epidemiológica Conceito: “um conjunto de ações direcionadas para o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos”. Vigilância Epidemiológica de IRAS Conceito: Vigilância Epidemiológica das IRAS é a observação ativa, sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle.(Portaria 2616) Funções da Vigilância Epidemiológica de Iras Obter taxas que permitem conhecer a realidade epidemiológica e a determinação de parâmetros aceitáveis; Identificar surtos antes de uma propagação mais prejudicial; Avaliar a eficácia e a efetividade das medidas de prevenção aplicadas; Determinar áreas, situações e serviços que merecem atuação especial da CCIH; Avaliar fatores que possam estar associados ao aumento ou diminuição da ocorrência do evento estudado; Divulgação de informações pertinentes. ASPECTOS DA VIGILÂNCIA DE IRAS NOS SERVIÇOS DE SAÚDE Tipos de Vigilância e Métodos de Coleta Principais funções de Vigilância Epidemiológica nos Serviços de Saúde Definição das infecções relacionadas à assistência à saúde; Coleta de dados; Consolidação e tabulação dos dados deforma inteligível; Análise e interpretação dos dados; Disseminação e uso dos dados – Prevenção das infecções Padronização de terapia empírica – Análise das medidas implementadas. Estimar a incidência de infecções relacionadas à assistência à saúde; Identificar tendências na epidemiologia das IRAS; Permitir a comparação de dados entre instituições; Estudar um método de coleta de dados eficaz e eficiente. Tipos de Vigilância Epidemiológica Vigilância Global - As taxas obtidas não levam em consideração a gravidade dos pacientes e nem a complexidade dos procedimentos invasivos realizados. A mesma taxa possui significados diferentes em dois hospitais distintos. (Não é mais sistematicamente recomendada) Vigilância por Setores - realizada em serviços ou especialidades naqual as IRAS tem grande importância – seja na frequência com que ocorre, seja na gravidade particular das suas consequências. As áreas mais importantes neste aspecto são: Berçários; Unidades de terapia intensiva (UTI) tanto de adultos como pediátricas; Unidades de cuidados de pacientes imunodeprimidos; Unidades de diálise. Vigilância por Objetivos - visa abordar situações de risco específicas, independentemente do serviço ou especialidade nos quais ocorrem. Dois exemplos podem ser citados: A vigilância da infecção de sítio cirúrgico; A vigilância das infecções relacionadas a acesso vascular central e outros procedimentos invasivos. Métodos de Busca 1. Busca Passiva Preenchimento de fichas por médicos ou enfermeiros das unidades. Taxas muito baixas de subnotificação. 2. Busca Ativa Detecção precoce de IRAS. Maior interação com a equipe assistencial. Revisão e discussão e casos suspeitos com a equipe multifuncional, analise de registros de SSVV e outras anotações feitas pelos profissionais da unidade de saúde, etc... Indicadores recomendados pela ANVISA Infecção de sítio cirúrgico (ISC); Infecção do trato urinário (ITU); Associadas a cateter vesical de demora Infecção do trato respiratório – pneumonias (PNM); Associadas a ventilação mecânica Infecção da corrente sanguínea (ICS); Associadas ao uso de cateter venoso central Infecções em neonatologia; Resistência Microbiana. Validade da Vigilância epidemiológica Coleta de Dados uniforme e contínua; Análise constante dos dados; Resultados divulgados; Formação e orientação de medidas de controle; Para isso é necessário: Critérios padronizados e fundamentados em evidências científicas. 5. Aula 5 – Funções do Enfermeiro no Controle e Prevenção de IRAS e Aspectos da Atuação da CCIH Dimensões ADMINISTRATIVA - o enfermeiro realiza o planejamento, a organização, a direção e o controle das atividades desenvolvidas nesta unidade. ASSISTENCIAL - No papel assistencial, elabora um plano de cuidados, utilizando metodologia científica para prestar assistência individualizada. ENSINO - Papel de ensino é relevante porque estimula o enfermeiro a buscar conhecimento para propiciar o aperfeiçoamento da equipe de enfermagem. PESQUISA - Como pesquisador, seja individualmente ou em equipe, poderá demonstrar a diferença que existe entre uma assistência que deriva da utilização de conhecimento científico comparada ao cuidado prestado, orientado para o cumprimento de tarefas, normas e rotinas. O enfermeiro na CCIH Inserção da Enfermagem com controle e prevenção de IRAS A ideia surge na década de 60 e foi regulamentada pela portaria 196 no ano de 1983, com a preocupação em se conhecer os índices de IRAS, a principal responsabilidade era a implantação de ações de biossegurança, que corresponde a adoção de normas de procedimentos seguros e adequados a manutenção da saúde dos pacientes, dos profissionais e dos visitantes. Sendo assim o enfermeiro é de fato o profissional mais adequado e capacitado devido a sua função para lhe dar com esse tipo de situação. A adequação do ambiente foi um dos passos tomados, as medidas de saneamento básico e de organização e administração do sistema constituem mudanças importantes no âmbito de Educação em saúde as pessoas comunidade, doentes e visitantes, o treinamento de mão-de-obra da enfermagem bem como a educação continuada das ações protetoras do meio ambiente hospitalar fazem parte da função do enfermeiro. O planejamento e a programação de ações, estar atualizado através do conhecimento técnico e cientifico, e a forma de como se adequa mantendo o equilíbrio do ambiente de trabalho de lazer e outros são qualidades que o enfermeiro deve possuir. Funções e Métodos da Prevenção de IH Boas práticas assistenciais decorrem da integração de todos os setores e o controle de infecção vem assumindo um papel relevante de assessoria. Ele interage com a saúde ocupacional, em medidas de controle referentes a afastamentos de profissionais, imunizações e prevenção de patologias de aquisição hospitalar. Atua em conjunto com a comissão interna de prevenção de acidentes, principalmente na ênfase às precauções padrão; nas comissões de revisão de prontuários e óbitos, pois fornecem subsídios para detecção de casos de infecção hospitalar e seus fatores de risco. Atua na padronização de materiais e insumos, procurando racionalizar custo/ benefício das medidas de controle das infecções em relação às tecnologias oferecidas; farmácia e medicamentos com padronização de antimicrobianos; auxilia comissões de controle de qualidade, por meio de seus indicadores epidemiológicos. A responsabilidade de prevenir e controlar a IRAS são individuais e coletivos. É resultado de um trabalho de equipe. Todas as formas possíveis para mudar comportamento dentro de qualquer organização requerem a escolha de estratégia educacional conjugada a um programa com objetivos bem definidos. O controle de IRAS constitui um dos parâmetros para garantir a qualidade do cuidado prestado. Na elaboração de programas com este objetivo, além da organização hospitalar, devemos examinar as características e finalidades do hospital, tipo de gerenciamento, assistência e clientela, bem como, os aspectos relacionados à infra-estrutura. Especialmente no momento em que as políticas públicas de implantação do SUS e a mudança do modelo assistencial estão ocorrendo, a formação e a educação continuada representam os esforços que alavancarão o controle de infecção, na sua interdisciplinaridade e intersetorialidade. Aspectos da Atuação da CCIH Iniciaremos com a pergunta “Porque uma CCIH é importante?”. Na década de 70 foi realizado um estudo que comprovou que em hospitais com CCIH houve redução de 32% nos casos de IRAS, já nos que não possuíam o programa a redução era de 18%. É evidente que é preciso existir um programa que visa principalmente a prevenção e os cuidados para prevenção e profilaxia de IRAS. Para isso funcionar de maneira integra e correta é preciso que o programa tenha: Apoio técnico da administração: o presidente deve fazer parte do conselho diretivo da instituição. Estatísticas: o programa deve-se nortear baseando em dados epidemiológicos e no estimulo ao trabalho em equipe. Mão-de-obra qualificada: com um grupo de pessoas com conhecimento, habilidades e apoio recíproco, estes devem conseguir resolver problemas de alta complexidade e crônicos, agindo em conjunto. As principais atribuições da CCIH são: Atualizar-se teoricamente sobre as IH, sendo o respaldo científico- legal de toda a comunidade hospitalar. Avaliar todos os cuidados prestados direta ou indiretamente ao paciente a fim de se identificar problemas e apontar soluções Medir o risco de aquisição de infecção relacionada à assistência a saúde, avaliando prioridades para seu controle Auxiliar a comunidade hospitalar na aplicação de recursos técnicos e financeiros Verificar a necessidade de programas educativos e colaborar na sua execução Intermediar as relações do hospital com as autoridades sanitárias DEFINIÇÕES CCIH: grupo de profissionais da área da saúde, nível superior, formalmente designado para planejar, elaborar, implementar, manter e avaliar o PCIH, adequado às características e necessidades da unidade hospitalar, constituída de membros. PCIH: conjunto de ações desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, para a máxima redução possível de incidência e da gravidade das infecções hospitalares. Objetivos da PCIH 1. Protegero Paciente 2. Proteger os profissionais de saúde, visitantes e outras pessoas. 3. Cumprir os itens 1 e 2 com custo beneficio sempre que possível. O profissional deve ser atualizado, ter bom relacionamento interpessoal, capaz de selecionar prioridades e pró-ativo. Essas são características do profissional de PCIH. PCIH IMPRESCINDIVEL Para se formar uma PCIH é imprescindível ter a CCIH formada, o projeto de PCIH elaborado, a CCIH precisa elaborar relatórios e regulamentos contendo dados informativos que indiquem a necessidade do controle de IH (os mais recentes). Devem existir normas e rotinas, visando limitar a disseminação de microrganismos de doenças infecto-contagiosas em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e isolamento. Todos os setores do hospital devem dispor de lavatórios com agua corrente, sabão e antisséptico bem como papel toalha, para lavagem de mãos dos profissionais. Na ausência do núcleo epidemiológico a CCIH deve notificar os órgãos de gestão do SUS casos diagnosticados ou suspeitos de notificação compulsória. A CCIH deve contar com membros executores. Deve também existir EPI’s para a proteção dos profissionais de saúde para a realização de procedimentos críticos. Utilização do coletor de urina fechado com válvula antirreflexo. Possuir um laboratório de microbiologia. PCIH NECESSARIO A CCIH estabelecer um programa de treinamento de serviços de limpeza, divulgar relatórios entre o corpo clinico do hospital, comunicar periodicamente a Direção e a Comissão Estadual/Distrital a situação do CIH. O hospital deve dispor de mecanismos para a detecção de casos de IH pós alta, Ambulatório de egressos, telegrama e busca telefônica. Deve também existir uma politica de utilização de antimicrobianos definida em cooperação com a Comissão de Farmácia e Terapêutica. Existir rotina de limpeza da caixa de agua que abastece o hospital, programa de imunização ativa de profissionais em atividade de risco, programa de avaliação e priorização com base nestes indicadores. Os membros da CCIH devem realizar periodicamente analises do Sistema de Vigilância Epidemiológica, que permite a identificação de surto em tempo hábil para medidas de controle. 6. Aula 6 – MEDIDAS DE BARREIRAS NA PREVENÇÃO DE IRAS Constituição Federal de 1988 – Art. 196: A saúde é um direito de todos e dever do Estado, garantido mediante politicas sociais e econômicas que visem a redução do risco de doenças e outro agravos, e ao acesso universal e igualitário as ações e serviços para sua promoção proteção e recuperação. Lei 8080 Lei Orgânica da Saúde – Art. 2º: A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o estado prover os meios necessários para o seu pleno exercício. §1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação. §2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das empresas e da sociedade. Portaria 2616 Art. 2º As ações mínimas necessárias, a serem desenvolvidas, deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções dos hospitais, compõem o Programa de Controle de Infecções Hospitalares. Resolução DC 50 ANVISA Art. 1º - Aprovar o Regulamento Técnico destinado ao planejamento, programação, elaboração, avaliação e aprovação de projetos físicos de estabelecimentos assistenciais de saúde, em anexo a esta Resolução a ser observado em todo território nacional, na área pública e privada compreendendo: a) as construções novas de estabelecimentos assistenciais de saúde de todo o país; b) as áreas a serem ampliadas de estabelecimentos assistenciais de saúde já existentes; c) as reformas de estabelecimentos assistenciais de saúde já existentes e os anteriormente não destinados a estabelecimentos de saúde. NR 32 – Segurança e saúde no trabalho Estabelecer as diretrizes básicas para a implementação de medidas de proteção à segurança e à saúde dos trabalhadores dos serviços de saúde, bem como daqueles que exercem atividades de promoção e assistência à saúde em geral. ISOLAMENTO E PRECAUÇÕES Prevenir a transmissão de microorganismos, inclusive quando a fonte é desconhecida. Necessidade de instituir e manter medidas de controle durante o período de transmissibilidade para cada doença em particular. Facilitar o planejamento de ações e controle de IRAS. Isolamento: “segregação de pessoas infectadas durante o período de transmissibilidade da doença sob condições que permitam evitar a transmissão direta ou indireta do agente infeccioso” Precauções: “Conjunto de medidas e recomendações que visam evitar ou diminuir a transmissão direta ou indireta de doenças infectocontagiosas ou microrganismos de importância epidemiológica entre pacientes, profissionais de saúde ou visitantes dentro dos serviços de saúde.” PONTOS IMPORTANTES Modos de transmissão de patógenos; Por que isolar e quem deve saber que o paciente está isolado? Momento de contato desprotegido; Comprovação da transmissão; Recomendações. 3 FATORES ENVOLIDOS 1. FONTE - paciente, profissionais, artigos, visitantes; 2. HOSPEDEIRO SUSCEPTÍVEL - paciente, profissionais, visitantes; 3. VIA DE TRANSMISSÃO - contato, aérea, veículo comum, vetor. TRANSMISSÃO DIRETA - contato direto do organismo doente com o organismo sadio, pode ser imediata (contato físico) ou mediata (sem contato físico); TRANSMISSÃO INDIRETA - por meio de veículos animados ou inanimados; PRECAUÇÕES PADRÃO - Conjunto de medidas utilizadas para diminuir os riscos de transmissão de microorganismos nos serviços de saúde; Essas medidas são aplicadas a todos os pacientes independentemente, de suspeita ou estado infeccioso confirmado, em qualquer local onde sejam prestados cuidados à saúde ; Objetivo: diminuir a transmissão de microorganismos. Aplicadas ao se antecipar o contato com: Sangue, Fluidos corpóreos, Secreções e excreções, Pele não integra e Membrana mucosa. Os EPI serão utilizados de acordo com a natureza da exposição. Higienização das mãos uso de EPI: luvas, aventais, máscara, proteção ocular. Práticas seguras de injeção Etiqueta ao tossir Manejo de equipamentos ou itens usados na assistência ao paciente AERSOIS X GOTICULA Aerossóis: <5 Micra. Atinge outros quartos, ficam suspensas por horas no ambiente, a máscara é o melhor equipamento de proteção para o paciente, Gotículas: >5 Micra. Atinge poucos metros, ficam apenas segundos suspensos no ambiente, usar mascara comuns para paciente e eficaz, contactantes usar mascara também é eficiente. Precauções para gotículas Higienização das mão Mascara cirúrgica (profissional) Mascara comum ( paciente quando no transporte) Quarto privativo. Informações: Indicado para pacientes com meningite bacteriana, coqueluche, difteria, influenza, rubéola e etc. Quando não houver disponível um quarto privativo o paciente poderá ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. A distancia mínima entre os leitos deve ser de 1 metro. O transporte deve ser evitado e quando for feito deve usar mascara. Precauções para Aerossóis Higienização das mãos Máscara PFF2 (N-95) (profissional) Mascara cirúrgica (paciente durante o transporte) Quarto privativo Informações:Higiene as mãos antes de entrar no ambiente, mantenha a porta do quarto fechada e coloque a mascara N95 antes de entrar no quarto, quando não houver quarto disponível o paciente pode ser internado com outros infectados respeitando a regra de 1 metro de distancia de leio para leito, e o paciente quando for transportado deve usar mascara. Ambiente Protetor Destinado a pacientes com alto risco (TMO halogênicos) com o objetivo de impedir a aquisição de esporos fungicos no ambiente. 7. Aula 7 – INFECÇÃO DO TRATO URINARIO Cistite Infecção bacteriana aguda da bexiga; Causa mais comum de ITU; Sintomas muito intensos; Rápida evolução Pielonefrite Invasão microbiana do parênquima e pelve renal levando a sintomatologia característica; 200.000 hospitalizações/ano nos EUA; Mortalidade de 10 a 20%/internados; Incidência 5 Mulheres:1 Homem; 1 a 2% das gestantes; SONDA VESICAL DE DEMORA (SDV) EXTRALUMINAL: Contaminação durante a introdução da sonda vesical. É um tralma ou excarificação da uretra por pressão do meato, a entrada de microrganismo entre o cateter e o meato uretral. É preciso checar: o calibre da sonda, se a mesma é estéril, a lubrificação da uretra, a técnica asséptica correta, a forma de introdução do cateter, insulflar o balotene, observar a real fixação da sonda, a limpeza da uretra. Medidas de prevenção de IRAS Seleção do Paciente: Evitar cateterização sempre que possível Retirar o cateter assim que possível Profissional de saúde Treinamento inicial da técnica Treinamento periódico Seleção do cateter Menor calibre, más que promova bom funcionamento. Se a cateterização for longa, considere o uso de cateter de silicone Utilizar balão com volume inferior a 5ml Sistema de Drenagem Utilizar sistema fechado e estéril com válvula anti-refluxo Não utilizar desinfetante ou antimicrobianos na bolsa Técnicas de sondagem Higienização da região perianal com agua e sabão Utilizar antisséptico tópico, luva estéril, campos estéreis, gel lubrificante estéril e de uso único. Conexão do cateter para o Sistema de Drenagem Técnica asséptica O Sistema deve estar conectado antes da introdução da sonda Fixação do Cateter Troca a cada 24 horas, prevenindo a formação de lesões uretrais Alternar o posicionamento da sonda vesical HOMEM – suprapúbica, inguinal e hipogástrica MULHER – face interna da coxa Higienização das mão. Posição da Bolsa coletora Manter abaixo do nível da bexiga Não pode estar em contato com o chão, parede ou outras superfícies Evitar a formação de alças no tubo de drenagem Cuidados com o Meato urinário e região perianal Realizar higiene 3 vezes ao dia Coleta de Urina para exames Coletar do próprio tubo coletor do sistema de drenagem Desinfetar o local de punção com Alchool 70% Utilizar agulha fina e seringa estéril Esvaziamento da bolsa coletora Deve ser esvaziada sempre quando cheia em 2/3 ou a cada plantão. Utilizar recipiente individualizado, não sendo recomendado o esvaziamento simultâneo de vários pacientes num mesmo recipiente Não permita o contato do tubo de saída com o recipiente Quando trocar o cateter? Obstrução do cateter ou do tubo coletor Suspeita ou evidencia de incrustações na superfície interna do cateter Violação ou contaminação do cateter Mau funcionamento do cateter Urina com aspecto purulento Febre sem outra causa reconhecida Exemplos de uso inadequado de SDV Pacientes com incontinência urinaria Obtenção de amostra de urina para cultura Pós operatório FIM NP1 QUESTOES EXERCICIOS COMPLEMENTARES 1. Classifique os eventos abaixo como Infecção Comunitária (IC) ou Infecção relacionada à Assistência à Saúde (IRAS): Menino com 10 anos internado por pneumonia bacteriana (mais tarde de etiologia estabelecida como estafilocócica) e desidratação, apresentou septicemia causada por este mesmo agente no 5º dia de internação. RESPOSTA: (IC) - A septicemia secundária é considerada extensão do foco primário, não sendo considerada hospitalar, exceto se a topografia original for o próprio acesso vascular ou se algum procedimento hospitalar puder ser correlacionado com a expansão do processo infeccioso. Paciente adulto, 30 anos, referido por pequeno hospital do interior do estado, deu ingresso no hospital regional com supuração de ferida cirúrgica de hernioplastia realizada quinze dias antes. No hospital de origem, foi isolado um estafilococo como agente causal. RESPOSTA: (IRAS) - Quando, no mesmo local em que foi diagnosticada a infecção ao ingresso do paciente no hospital, for isolado um germe diferente, seguido do agravamento das condições clínicas do paciente, o caso deverá ser considerado como IRAS, tratando-se de superinfecção. Entretanto, este caso é bastante complexo para o discernimento quanto à origem do processo infeccioso. A correlação de uma infecção a um procedimento invasivo depende da natureza do mesmo, sendo frequentemente determinado um prazo de até 48 horas da sua retirada. Porém, para a sondagem vesical, espera-se até sete dias e para a cirurgia, trinta dias e no caso do uso de próteses artificiais, o prazo estende-se para um ano. Além disso, habitualmente a infecção do sítio cirúrgico é polimicrobiana. Neste caso, efetivamente não podemos afastar com segurança, que este novo agente já tivesse presente à admissão, tendo contaminado no próprio ato operatório, realizado em outra instituição. Um recém nascido de parto normal, cuja bolsa rompeu espontaneamente no início do trabalho de parto, apresenta nas primeiras vinte e quatro horas de vida sinais de septicemia, sendo identificado estreptococo do grupo B na hemocultura. RESPOSTA: (IRAS) - Para a análise da possível origem das infecções em recém-nascidos, inicialmente identificamos se é transplacentária (congênita) ou perinatal. No primeiro grupo todas são classificadas como comunitárias. Já as perinatais são hospitalares, exceto se forem associadas à bolsa rota por tempo superior a 24 horas. Neste caso, a bolsa rompeu durante o trabalho de parto e a infecção possivelmente foi devido à contaminação durante a passagem do recém nascido pelo canal do parto. Paciente submetido a gastrectomia, tendo alta no quinto pós-operatório. Após 10 dias, apresenta exsudato purulento na incisão cirúrgica, sendo reinternado para drenagem de abcesso subcutâneo. RESPOSTA: (IRAS) - Segue a mesma linha de raciocínio do ítem do segundo enunciado, a correlação de uma infecção a um procedimento invasivo depende da natureza do mesmo, espera-se para uma cirurgia até trinta dias e no caso do uso de próteses artificiais, o prazo estende-se para um ano, habitualmente a infecção do sítio cirúrgico é polimicrobiana. 2. Como é de conhecimento do profissional de saúde, a lavagem das mãos é, isoladamente, uma das ações mais importantes para a prevenção e controle das IRAS. Julgue os itens a seguir, colocando V ou F. a) ( F ) a lavagem das mãos deve ser feita somente após a higiene pessoal (assoar o nariz e usar sanitários). b) ( V ) a lavagem das mãos deve ser feita antes e após do preparo de medicação. c) ( F ) o uso das luvas dispensa a lavagem das mãos após a realização de procedimentos. d) ( F ) o uso das luvas dispensa de maneira geral a lavagem das mãos. e) ( V ) a lavagem das mãos deve ser feita antes e após a realização de cuidados ou exames em cada paciente. 3. Em relação à busca ativa, assinale a INCORRETA. a) O serviço de controle de infecção vai à unidade para leitura dos prontuários e discussão com aequipe para diagnóstico das IRAS. b) Informações verbais da equipe médica e de enfermagem, e visita aos pacientes com inspeção direta da infecção, são utilizados como fontes de dados na busca ativa, de prontuários médicos. c) Nas unidades de risco, a visita diária é mais indicada. d) Na busca ativa temos menor risco de subnotificação do que na passiva e) Neste tipo de coleta, apenas a atuação da enfermeira da unidade de internação é suficiente para notificar o caso. 4. Vigilância Epidemiológica das IRAS é a observação ativa, sistemática e contínua de sua ocorrência e de sua distribuição entre pacientes, hospitalizados ou não, e dos eventos e condições que afetam o risco de sua ocorrência, com vistas à execução oportuna das ações de prevenção e controle. Cite três finalidades da vigilância epidemiológica de IRAS explicando-as. A finalidade da vigilância epidemiológica de IRAS é obter taxas que permitem conhecer a realidade epidemiológica e a determinação de parâmetros aceitáveis; Identificar surtos antes de uma propagação mais prejudicial; Avaliar a eficácia e a efetividade das medidas de prevenção aplicadas; Determinar áreas, situações e serviços que merecem atuação especial da CCIH; Avaliar fatores que possam estar associados ao aumento ou diminuição da ocorrência do evento estudado; Divulgação de informações pertinentes. 5. Uma criança de 8 anos dá entrada na unidade de emergência pediátrica com sinais e sintomas indicativos de meningite meningocócica, tais como febre alta, petéqueas, náuseas e vômitos e rigidez na nuca. Enquanto a equipe de enfermagem aguarda o resultado da punção lombar, a enfermeira da unidade deverá utilizar precauções padrão e isolamento do tipo: a) de contato; b) respiratório; c) sangüíneo; d) entérico; e) reverso. 6. Sobre as precauções respiratórias, analise as afirmativas a seguir: I – Clientes com patologias transmitidas por gotículas deverão permanecer em quarto privativo durante o período de transmissão. II – O profissional cuidador de clientes portadores de patologias transmitidas por gotículas deverão utilizar máscaras do tipo cirúrgica. III – Tuberculose e sarampo são exemplos de patologias cuja a via de transmissão são as gotículas. Assinale: a) apenas a afirmativa I está correta; b) apenas a afirmativa II está correta; c) apenas as afirmativas I e II estão corretas; d) apenas as afirmativas I e III estão corretas; e) apenas as afirmativas II e III estão corretas. 7. A higienização das mãos tem como finalidade a: a) Remoção de suor, pelos, células da derme e microbiota da hipoderme. b) Redução das infecções causadas pela transmissão de patógenos pertencentes à microbiota medular. c) Remoção de sujidade e redução da microbiota transitória. d) Proteção do paciente, evitando a transmissão da microbiota da hipoderme para outras partes do corpo. e) Proteção do paciente e do profissional no contato com materiais esterilizados. 8. A maioria das IRAS tem origem endógena, devido ao desequilíbrio da relação que o homem estabelece com sua microbiota, que é favorecido pela patologia de base, utilização de procedimentos invasivos e a pressão seletiva em favor dos germes resistentes, exercida pelos antibióticos. Diferencie infecção endógena e exógena, citando exemplos. RESPOSTA: Infecção endógena: é um processo infeccioso decorrente da ação de microrganismos já existentes, naquela região ou tecido, de um paciente. Medidas terapêuticas que reduzem a resistência do indivíduo facilitam a multiplicação de bactéria em seu interior, por isso é muito importante, a anti-sepsia pré-cirúrgica. Infecção exógena: é aquela causada por microrganismos estranhos ao paciente. È importante, que barreiras sejam colocadas para impedir a transmissão desses microorganismos nos serviços de saúde, pois não basta somente que um determinado instrumento tenha sido esterilizado, é importante que em seu manuseio até o uso ele não se contamine. A infecção exógena significa um rompimento da cadeia asséptica, o que é muito grave, pois, dependendo da natureza dos microrganismos envolvidos, a infecção exógena pode ser fatal, como é o caso da AIDS, Hepatite B e C. 9. Há pouco mais de 150 anos atrás, os hospitais eram considerados insalubres e ficavam restritos à inválidos e excluídos, em uma assistência mais humanitária que científica. As conseqüências práticas da microbiologia comprovando a etiologia microbiana das doenças infecciosas e principalmente o desenvolvimento do controle de infecção hospitalar, reflexo infelizmente tardio dos trabalhos pioneiros de Semmelweis e Florence Nightingale, foram fundamentais para a gênese do hospital moderno, finalmente considerado seguro para o exercício profissional de clínicos, cirurgiões, enfermeiros entre outros, podendo finalmente congregar esforços para a recuperação da saúde humana. Comente a contribuição de Florence e Semmelweis para o controle e prevenção das IRAS. RESPOSTA: Semmelweiss, médico húngaro, antes da era bacteriológica e do reconhecimento do microorganismo, havia estabelecido a necessidade de lavar as mãos, nascido em Buda, famoso por descobrir a prevenção da aquisição de infecção (febre puerperal) e, assim, introduzindo uma profilaxia antisséptica na prática médica, a “higienização das mãos”. Estudou na Universidade de Pest e doutorou-se pela Universidade de Viena (1844), foi indicado para assistente da clínica obstétrica de Viena e tornou- se professor assistente na maternidade do Hospital Geral de Viena. Observando a elevada mortalidade de mães jovens depois do parto, observou que essa taxa era mais alta nas mulheres situadas na primeira seção da clínica (onde internos médicos realizavam o procedimento) do que nas da segunda (onde parteiras realizavam o procedimento), concluiu que à transmissão de infecções se dava por meio dos internos do hospital, que procediam diretamente dos laboratórios para as salas da maternidade, sem a lavagem das mãos. Determinou então rigorosas medidas de assepsia, principalmente a lavagem das mãos dos médicos com sabão antes do exame das parturientes. A queda sensível da taxa de mortalidade provocou o despeito do chefe da clínica, que o forçou a se afastar de Viena (1850) e foi para a Universidade de Pest, onde trabalhou como médico obstetra na maternidade da cidade, aplicou seus métodos com mesmo sucesso e tornou-se professor de obstetrícia. Embora não tenha descoberto as causas das infecções, como Pasteur, escreveu uma obra importante para a medicina da época, Die Ätiologie, der Begriff und die Prophylaxis des Kindbettfiebers (1861), postumamente reeditada sob o título Offene Briefe an Professoren der Geburtshilfe von Semmelweis (1899). Inconformado com a desconsideração de suas idéias em outros hospitais, terminou seus dias internado em um hospital para doentes mentais em Viena, onde morreu vítima de uma infecção hospitalar, justamente daquilo contra o qual ele tinha mais combatido em vida. Florence Nightingale, nos hospitais militares ingleses, em meados do século XIX, iniciou o desenvolvimento de uma preparação formal e sistemática para a aquisição de um conhecimento e de um trabalho de natureza distinta daqueles buscados pelos médicos no hospital reorganizado, cujos fundamentos originavam-se das ações da Medicina Social, quais sejam, permitir a manutenção do organismo em condições de não adoecer ou de se recuperar de doenças. Essa percepção da doença como um esforço para restaurar a saúde mostrou-se uma idéia fecunda, dando à enfermagem uma dimensão original - a de favorecer esse processo reparativo mediante o uso do “ar puro, da luz, do calor, da limpeza, do repouso e da dieta”.NIGHTINGALE apresentava uma abordagem epidemiológica das doenças infecciosas e das IRAS numa era pré bacteriológica, cujos fundamentos repercutem até hoje para o controle dessas infecções, mesmo que estas apresentem novas formas de manifestações. 10. A proteção de pacientes e também dos profissionais de saúde que trabalham em unidades ambulatoriais é de fundamental importância, visto que todos estão constantemente expostos a riscos diversos. Contudo, faz-se necessário adotar medidas de biossegurança relacionadas diretamente com o atendimento do paciente. Nesse contexto, é correto afirmar: a) A higienização ou lavagem rigorosa das mãos, o uso de equipamentos de proteção individual (EPI) e cuidados no manuseio de material perfurocortante garantem a biossegurança. b) O uso de equipamentos de proteção individual (EPI) garante a biossegurança. c) O uso de álcool glicerinado a 70% garante a biossegurança. d) A higienização rigorosa das mãos garante a biossegurança. e) O uso de luvas no manuseio de material perfurocortante garante a biossegurança. 11. O cuidar em enfermagem não pode ser compreendido apenas como a realização de uma tarefa ou atividades relacionadas apenas ao assistir direto. O cuidado prestado pelo enfermeiro deve ser entendido numa visão ampla, numa “ótica multidimensional, abrangendo ações de natureza administrativa, educativa, investigativa e de assistência”. Isto vai exigir do enfermeiro não apenas competência técnica, mas também humana e política (Guimarães e Bastos, 2000). Com base nesta afirmação responda: a) Como deve ser desenvolvida as ações de controle e prevenção de infecção baseada nas dimensões do cuidar? RESPOSTA: As ações voltadas para o controle e prevenção de infecção devem ser planejadas com vistas a sua multidimensão, analisando a dimensão da pesquisa, com busca científica atualizada e legalizada; a dimensão administrativa, com recursos humanos e materiais disponíveis para sua execução; a dimensão educativa, com preparação da equipe de profissionais que irão executá-la ou mesmo orientação dos indivíduos que irão recebe-la; e a dimensão assistencial, que remete a execução da ação em si com a prática assistencial (procedimentos, orientações, etc). b) Cite uma ação de enfermagem relacionada ao controle e prevenção de infecção e aponte as dimensões do cuidar referentes a esta ação. Citar alguma ação de enfermagem e correlacionar com as quatro dimensões do cuidar. Exemplo: punção venosa periférica. RESPOSTA: DIMENSÃO INVESTIGATIVA/PESQUISA – conhecimento da técnica pautado em literatura científica atualizada, conhecer novas pesquisas e indicações legais da prática. DIMENSÃO ADMINISTRATIVA – providenciar e prever os materiais e recursos necessários a sua execução e que estejam dentro de um padrão de qualidade. DIMENSÃO EDUCATIVA – capacitar os profissionais que irão executar o procedimento, dentro de protocolos institucionais e orientar o individuo que sofrerá o procedimento. DIMENSÃO ASSISTENCIAL – a execução da técnica de punção venosa periférica em si, colocando em prática o procedimento, dentro do protocolo institucional. 12. Correlacione respectivamente os artigos respiratórios em críticos, semi- críticos ou não críticos, assinalando a alternativa de acordo a sequencia: I. CRÍTICOS II. SEMI-CRÍTICOS III. NÃO CRÍTICOS (I) circuitos respiratórios (I) tubos endotraqueais (III) oxímetros de pulso (II) inaladores (II) nebulizadores (II) umidificadores (III) termômetros axilares (I) traqueostomias 13. Indique o tipo de máscara que deve ser usada no paciente, durante o seu transporte, considerando o diagnóstico de meningococcemia ainda nas primeiras doze horas de tratamento: a) máscara comum (tipo cirúrgica) b) máscara tipo pff2 (n95) c) duas máscaras: uma comum (tipo cirúrgica) e uma tipo n95 d) máscara comum (tipo cirúrgica), somente se o paciente estiver tossindo e) não há necessidade de usar máscaras nestes casos. 14. O fator de predisposição mais comum para infecções do trato urinário adquiridas no hospital é: a) Idade. b) Sondagem vesical. c) Procedimento cirúrgico. d) Utilização de antibióticos. e) Ser do sexo feminino. 15. A Infecção do Trato Urinário (ITU) é responsável por 35 a 45% de todas as IRAS, sendo essa a causa mais comum destas infecções. Entre os pacientes que são hospitalizados, mais de 10% são expostos temporariamente à cateterização vesical de demora, o fator isolado mais importante que predispõe esses pacientes à infecção.Em unidade de terapia intensiva, também é expressivo o seu uso. (Stamm, Coutinho, 1999). Com base nesta afirmação responda: a) Quais são as duas modalidades principais de ocorrência de ITU? Defina estas ocorrências. RESPOSTA: Cistite - Infecção bacteriana aguda da bexiga, causa mais comum de ITU, sintomas muito intensos com rápida evolução; Pielonefrite - Invasão microbiana do parênquima e pelve renal levando a sintomatologia característica; 200.000 hospitalizações/ano nos EUA; Mortalidade de 10 a 20%/internados; b) Quais são as duas vias de aquisição de infecção pela Cateterização Vesical? Caracterize-as citando exemplos. RESPOSTA: EXTRALUMINAL: Contaminação durante a introdução da sonda vesical, trauma ou escarificação da uretra por pressão do meato, entrada de microrganismos através da junção entre o cateter e o meato uretral INTRALUMINAL: Desconexão do sistema, refluxo urinário, entrada de microrganismos entre as junções do sistema. c) Enquanto enfermeiro de uma unidade assistencial cabe a este profissional supervisionar e implantar medidas para controlar e prevenir o risco destas infecção em paciente submetidos a sondagem vesical de demora (SVD). Cite cinco medidas de controle e prevenção relacionadas a ITU por SVD. Seleção do Paciente; Evitar cateterização sempre que possível; Retirar o cateter assim que possível; Profissional da Saúde; Treinamento inicial da técnica; Treinamento periódico; Seleção do Cateter; Menor calibre, que promova bom funcionamento; Considerar cateter de silicone quando se anteveja a cateterização por longo período; Não existe um benefício claro para uso de cateter impregnado com antimicrobiano; Utilizar balão de tamanho menor (5ml); Sistema de Drenagem; Utilizar sistema fechado e estéril com válvula anti-refluxo; Não utilizar desinfetantes ou antimicrobianos na bolsa; Técnica de Sondagem; Higienização da região perineal com água e sabão; Utilizar anti-séptico tópico (clorexidina aquosa), luva estéril, campos estéreis, gel lubrificante estéril e de uso único; Conexão do cateter para o sistema de drenagem; Técnica asséptica; O sistema deve ser conectado antes da introdução da sonda; Fixação do Cateter; Troca a cada 24 horas, prevenindo formação de lesões uretrais; Alternar posicionamento da sonda vesical; Local – HOMEM suprapúbica, inguinal e hipogastrica; MULHER face interna da coxa; Higienização das mãos e uso de luvas de procedimento; Necessária antes e após contato com o paciente, cateter, tubo ou bolsa coletora ou urina; Posição da bolsa coletora; Manter sempre abaixo do nível da bexiga; Não deverá estar em contato com o chão, parede ou outras superfícies; Evitar formação de alças no tubo de drenagem; Cuidados com o meato urinário e região perineal; Realizar higiene da região perineal e meato urinário 3 (três) vezes ao dia; Coleta de urina para exames; Coletar no dispositivo próprio do tubo coletor do sistema de drenagem; Desinfetar o local de punção c/ álcool 70%; Utilizar agulha fina e seringa estéril; Esvaziamento da bolsa coletora; Deve ser esvaziada sempre que cheia (2/3) ou a cada plantão Utilizar recipiente individualizado não sendo recomendado o esvaziamento simultâneo de vários pacientes em um mesmo recipiente Não permitir o contato do tubo de saída de urina com o recipiente da coleta e outras superfícies e deve ser montado fechado; 16. Conceitue infectividade, patogenicidade e virulência. RESPOSTA: Infecciosidade (infectividade): capacidade do agente etiológico de penetrar, se instalar e multiplicar-se no hospedeiro. É fundamental na previsão da propagação da doença, está relacionada com a velocidade de transmissão da doença. Patogenicidade: capacidade do agente etiológico de produzir lesões específicas no hospedeiro. Virulência: capacidade em produzir uma doença mais grave ou menos grave, com alta ou baixa letalidade. 17. Complete o quadro abaixo, identificando e descrevendo os principais fatores de risco das topografias infecciosas listadas, correspondestes às três categorias de causas tradicionalmente associadas a sua ocorrência. a) ITU – Infecção do Trato Urinário b) Pneumonias 18. Com base na figura a seguir responda: a) O que pneumonia associada a Ventilação mecânica? b) Associe quatro fatores de risco com respectivas medidas de controle e prevenção? c) Como pode ser realizado o diagnóstico desta patologia? 19. Segundo a Portaria MS 2.616/98, que regulamenta as ações de controle de infecção hospitalar no país, NÃO são atribuições da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): a) elaborar, implementar, manter e avaliar programa de controle de infecção hospitalar, adequado às características e necessidades da instituição, contemplando ações relativas a capacitação do quadro de funcionários e profissionais da instituição, bem como cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS, fornecendo informações solicitadas; b) notificar ao Serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária do organismo de gestão do SUS os casos e surtos diagnosticados ou suspeitos de infecção associadas à utilização de insumos e/ou produtos industrializados; c) avaliar, periódica e sistematicamente, as informações providas pelo Sistema de Vigilância Epidemiológica das infecções hospitalares e aprovar as medidas de controle propostas pelos membros executores de CCIH; d) somente elaborar a aplicação de normas e rotinas técnico operacionais, visando limitar a disseminação de agentes presentes nas infecções em curso no hospital, por meio de medidas de precaução e de isolamento; e) cooperar com o setor de treinamento ou responsabilizar-se pelo treinamento, com vistas a obter capacitação adequada do quadro de funcionários e profissionais, no que diz respeito ao controle das infecções hospitalares. 20. Uma das medidas recomendadas para a prevenção de Infecção do Trato Urinário é o uso do Sistema Fechado de Coleta de Urina. Que recomendação primária é necessário o enfermeiro observar? a) A manutenção da integridade do cateter e do sistema coletor de drenagem. b) A padronização criteriosa do tempo de permanência do cateter de 20 dias. c) A hidratação do paciente, a fim de evitar acúmulo de urina residual. d) Manter a altura da bolsa coletora no nível inferior à bexiga do paciente. e) Utilizar de bolsas coletoras impregnadas com antimicrobianos. 21. A ocorrência de infecção do trato urinário é freqüente em Hospitais Gerais, correspondendo a 35-45 % do total de infecções, sendo 70 a 88 % delas relacionadas ao cateter vesical, sendo correto afirmar que: a) a prevalência de infecção aumenta proporcionalmente com o tempo de cateterização, tornando-se praticamente universal em torno do 30º dia, mesmo com uso do sistema fechado. b) amostras urinárias do sistema de drenagem vesical de demora, devem ser obtidas através da desconexão com luvas estéreis, realizando, antes, a desinfecção do local onde é acoplado o sistema, isto é, na parte distal da sonda. c) o cateterismo de alívio consiste na inserção do cateter estéril pelo canal uretral, até a bexiga, para drenagem contínua de urina por um determinado tempo. O sistema de drenagem deve ser fechado e com válvula anti- refluxo. d) os microorganismos alcançam o trato urinário e causam infecção através de duas vias, a intraluminal e a extraluminal. Na via intraluminal, as bactérias aderem à superfície externa do cateter e migram até a bexiga. e) A limpeza diária do meato urinário com solução anti-séptica deve ser priorizada ao uso de agua e sabão, como forma de reduzir a microbiota transitória deste sítio. 22. As pneumonias hospitalares são responsáveis por cerca de 10 a 15% do total das infecções adquiridas no hospital, ocupando o segundo lugar em freqüência e o primeiro em letalidade. Considera-se como um importante fator de risco e de mortalidade para o paciente adquirir uma pneumonia hospitalar: a) o uso de sondagens vesicais e de cateter venoso central. b) o uso de soluções antissépticas na limpeza de traqueostomia. c) pós-operatório de cirurgia torácica e abdominal. d) depressão do sensório, entubação e reentubação traqueal dentro do mesmo período de ventilação mecânica de longa duração. e) o uso de ventilação mecânica não invasiva.
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