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PSICOLOGIA HUMANISTA

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A PSICOLOGIA HUMANISTA
Profª Ms. Carolina Antonelli dos Santos
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Humanismo
O termo Humanismo surgiu no período do Renascimento, entre o final do séc. XIV e início do século XV.
Denominava tanto um aspecto literário quanto um aspecto filosófico, preocupando-se com o valor do homem e a tentativa de compreendê-lo em seu mundo.
Associação a todo movimento que procure pensar no homem a partir do que mais o caracteriza.
Sartre: qualquer doutrina que pense o homem tomando como critério aquilo que o diferencia de qualquer outro ser, ou ainda, que entenda o homem na sua existência própria.
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Nessa linha de pensamento, o Humanismo teria começado na Grécia do século V a.C., com os sofistas (educadores de jovens gregos para a democracia grega), principalmente com Protágoras de Abdera.
“O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são enquanto são, e das coisas que não são enquanto não são”. O humanismo protagoriano situa e valoriza o ser humano em seu (humano) mundo. “As coisas” das quais os homem é a medida são apenas as coisas humanas e não o universo. 
Críticas ao sofismo:
Platão: ensinarem um falso conhecimento – o conhecimento apenas do que muda como sociedade e cidade. O conhecimento verdadeiro seria eterno e imutável.
Aristóteles: os sofistas não falavam da realidade, de maneira que o que diziam não poderia ser demonstrado, e estavam distante de qualquer conhecimento verdadeiro. 
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Jaeger sustenta que a posição central que Protágoras atribui à educação do homem caracteriza o propósito espiritual da sua educação como “humanismo” no sentido mais explícito. Esta consiste na ordenação da educação humana por sobre todo o reino da técnica, no sentido moderno da palavra, isto é, da civilização.
Durante toda a Idade Média manifesta-se um Humanismo de natureza cristã, para qual o valor do homem é dado na semelhança com Deus. Já no Renascimento, com o “realismo aristotélico”, o conhecimento não era imposto ao homem pelo cosmo, mas era humano, de criação do homem. 
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Descartes: pensava o conhecimento como algo ativo, que não era dado ao homem por um universo predeterminado, finalista; o homem conhecia e submetia o universo ao seu conhecimento, e teria o poder de conhecer tudo, inclusive a sua própria consciência.
Kant: demonstra que o homem é um ser autônomo, apesar da limitação fundamental de seu conhecimento, que chamou de “finitude radical”, pois não conhece a realidade em si, mas apenas a representação que faz dela, o fenômeno. 
A autonomia significa que o homem é capaz de criar suas próprias leis, não seria determinado nem pela natureza nem pela história.
Ferry e Renaut: concepção (e a valorização) da humanidade em sua capacidade de autonomia – é a maneira como o homem vai se pensar como fonte de suas representações e de seus atos, como seu fundamento (sujeito) ou ainda como seu autor.
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A Declaração Universal dos Direitos do Homem
A Declaração Universal dos Direitos do Homem, foi promulgada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, e representou a aceitação universal do “humanismo jurídico” e a recusa do “direito natural” como fundamento das leis que regeriam as relações entre o homem e o mundo.
Humanismo Jurídico: pensa no homem como um ser autônomo e consciente de si – o que o responsabiliza plenamente pelos seus atos.
Direito Natural: toma o homem como um ser natural, anterior e supostamente não integrado à vida em sociedade.
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Duas conseqüências:
Direitos iguais para todos pressupõe igualdade entre todos (a desigualdade, inversamente, permite a diferenciação de direitos).
Não há entre as características especificamente humanas, nenhuma diferença essencial, o que significa que o ser humano não está determinado por nenhuma condição – seja cultural, geográfica, histórica ou biológica.
O ser humano é capaz de ultrapassar qualquer determinação de qualquer natureza e que, também por isso, é totalmente responsável por seus atos. Este pensamento, todavia, deve ser posto de forma positiva, não só negando qualquer influência determinativa no comportamento humano, mas afirmando a sua autonomia, sua condição de criar suas próprias leis. Daí a universalidade dos direitos humanos, eles não seriam condicionados a nenhuma natureza biológica ou histórica.
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A Psicologia Humanista
A psicologia humanista foi gestada durante a década de 1930 nos EUA e teve seus primeiros trabalhos publicados em 1940.
Os autores apontados como os iniciadores do movimento humanista em psicologia são: Maslow, Murphy, Allport e Rogers.
 Terceira Força em Psicologia: alternativa a dois outros movimentos muito fortes na época, o behaviorismo de Watson e a psicanálise de Freud.
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O que é comum aos autores da psicologia humanista é a busca de novos modelos em relação ao ser humano pelo desacordo com aqueles que estão vigentes e com o determinismo a eles intrínseco. 
Maslow critica o determinismo em psicologia e afirma que a pessoa sadia é capaz de transcender a cultura e as condições da sociedade e renovar valores.
Murphy fala de um “determinismo frouxo” em oposição a um “determinismo estrito”, e entende que quanto mais plenamente desenvolvemos a compreensão de nossa situação como pessoa, mais provável é atingirmos um tipo de liberdade que significa alguma coisa, que seja uma consideração inteligente e ponderada de opções e uma seleção de opções que seja realista.
Allport propôs um conceito de “autonomia funcional dos motivos”, segundo o qual o homem não é um ser reativo, mas ativo. Assim, são os motivos atuais, entendidos estes do ponto de vista psicológico, que determinam o comportamento humano, e não qualquer fator passado.
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Rogers afirmou a liberdade essencial do indivíduo em face de qualquer forma de determinação, seja social biológica ou histórica. A liberdade e a possibilidade de transcendência de condições desfavoráveis de qualquer natureza são dadas por relações pessoais favoráveis. Porém tais relações são somente facilitadoras e não determinantes.
Um conceito comum e fundamental aos autores e que sustenta a condição de independência com relação às determinações é o de autorrealização, que pressupõe um potencial a ser realizado e uma tendência à sua realização.
Tal conceito não encerra em si o que ele procura criticar? Não será ele mesmo um determinismo biológico? Ele é biológico no que diz respeito ao desenvolvimento físico do organismo, entretanto, o desenvolvimento psicológico é possibilitado pelas relações interpessoais vividas.
Psicoterapia: centrada na pessoa, dando enfoque em sua autonomia e não ao papel do psicoterapeuta. Além disso, fala-se me “ensino centrado no aluno”, o trabalho em POT usando grupo de encontro, e o trabalho em comunidade chamado de grupão.
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A Psicologia Humanista propõe que o foco de atenção se volte ao ser humano em sua totalidade, considerando-o como uma entidade complexa de natureza biológica e psicológica e vivendo em sociedade.
Como pessoa, o ser humano tem a propriedade de ter consciência de quem é ou do que é nas relações que se envolve, quer seja consigo mesmo ou nas relações com os outros.
Se destaca por privilegiar a saúde, o bem-estar humano, o potencial de crescimento e a auto-realização, contrariando outras visões que focalizam primordialmente o componente patológico, a doença e o distúrbio.

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