Buscar

Morfossintaxe da Lingua Portuguesa unid IV UNIP

Prévia do material em texto

109
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
Unidade IV
Nesta unidade, trataremos do período composto – também chamadas de orações complexas por 
alguns gramáticos – levando em conta que você, caro aluno, já obteve informações necessárias e 
importantes nas unidades anteriores.
Ressaltamos, então, que os conceitos tratados anteriormente serão base de conhecimento para 
entender os próximos conteúdos, por isso insistimos na necessidade de consultar as fontes indicadas 
para aprimorar seu aprendizado.
7 Hierarquia gramatical
Lembrando a hierarquia gramatical enquanto descrição da língua que, do menor para o maior 
elemento, varia do morfema ao texto (morfema – palavra – sintagma – oração/período – texto), veremos 
o período composto nesta unidade.
Como já vimos também, cada verbo pressupõe a existência de uma oração. Portanto, a partir de dois 
ou mais verbos, temos um período composto. Este pode ser articulado por dois processos: a coordenação 
e a subordinação.
O processo de coordenação diz respeito à organização em que as orações têm uma equivalência, isto 
é, há um paralelismo e não uma hierarquia de informações veiculadas pelas orações que compõem o 
período. Evanildo Bechara classifica esse processo como parataxe:
Consiste a parataxe na propriedade mediante a qual duas ou mais unidades 
de um mesmo estrato funcional podem combinar‑se nesse mesmo nível para 
constituir, no mesmo estrato, uma nova unidade suscetível deste estrato. 
Portanto, o que caracteriza a parataxe é a circunstância de que unidades 
combinadas são equivalentes do ponto de vista gramatical (BECHARA, 2001, 
p. 48).
Já no processo de subordinação, há uma hierarquia na qual existe sobreposição de uma oração em 
relação à outra, daí o conceito de oração subordinada em relação à principal. É o que Bechara denomina 
hipotaxe:
A hipotaxe (...) consiste na possibilidade de uma unidade correspondente a 
um estrato superior poder funcionar num estrato inferior, ou em estratos 
inferiores. É o caso de uma oração passar a funcionar como “membro” de 
outra oração, particularidade muito conhecida em gramática (BECHARA, 
2001, p. 47).
110
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Ressaltamos, ainda, que os limites do período são estabelecidos por pontuações finais (., !, 
?,...). Assim, podemos verificar, antes, o número de orações e de períodos no exemplo a seguir.
(1) Havia harmonia no ambiente. Os quadros estavam bem colocados, a mesa foi bem arrumada pela 
mulher e um perfume agradável dominava o ambiente.
Podemos dizer que há dois períodos no parágrafo, e este é composto por quatro orações ao todo, 
sendo uma no primeiro período e três no segundo. Os períodos encontram‑se delimitados pelos pontos 
finais, enquanto as orações podem ser localizadas pelos verbos “havia”, “estavam”, “foi” e “dominava”. 
Esse é o método mais simples para se identificar períodos e orações.
Quanto aos processos de coordenação (parataxe) ou subordinação (hipotaxe), em um texto 
podemos encontrá‑los mistos na organização dos parágrafos. Por isso, o que interessa é compreender 
como esses mecanismos funcionam, além de saber identificá‑los para a descrição linguística do 
texto.
Vejamos um exemplo:
Quando eu entrei no quarto /, abri a gaveta / e descobri / que o meu anel sumiu.
Nesse período, que já se encontra segmentado pelas barras, vamos verificar a relação sintática entre 
as orações. Para efeito de descrição, chamemos de (a) a primeira, de (b) a segunda, (c) a terceira e (d) a 
quarta oração.
Entre as orações (a) e (b), há uma relação de subordinação, em que a oração (b) é principal em 
relação à (a), e esta equivale a uma circunstância de tempo, então se classifica como subordinada 
adverbial. A oração (c) é coordenada em relação à (b), introduzida pela conjunção aditiva “e”, daí sua 
classificação em oração coordenada sindética (aditiva). Já a oração (d) corresponde a um sintagma que 
complementa a oração anterior, (c), e equivale ao objeto direto da oração anterior, portanto é uma 
oração subordinada substantiva.
Isto posto, passaremos a tratar separadamente de cada tipo de processo de organização 
sintática – coordenação e subordinação – para efeitos didáticos de compreensão, lembrando que 
em um texto esses mecanismos diversificam‑se, havendo períodos, parágrafos em que ambos se 
encontram.
8 Períodos comPostos
8.1 Período composto por coordenação
No período composto por coordenação, há uma independência entre as orações pelo fato de elas 
apresentarem‑se completas, isto é, terem todos os termos sintáticos previstos na relação predicativa (ao 
contrário das orações complexas ou período composto por subordinação).
111
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
Todavia, embora não aparente, a coordenação é um processo mais complexo, tendo em vista que muitas 
vezes envolve fatores semânticos e cognitivos. Analise, por exemplo, dois enunciados semelhantes:
(2) Estudei bastante e fui aprovada.
(3) Estudei bastante e fui reprovada.
Temos dois exemplos que apresentam a mesma estrutura sintática. São duas orações, havendo na 
segunda um conector “e” como ligação entre cada uma delas. No entanto, observando‑as semanticamente, 
no exemplo (2), a segunda oração tem um valor positivo em relação à primeira, ao passo que no exemplo 
(3) a segunda tem valor negativo em relação à primeira.
Para Bechara (2001), entretanto, essa conclusão não está no uso do conector “e”, que, do ponto de 
vista sintático, tem por função adicionar uma informação à outra. É esse o papel que exerce em ambos 
os exemplos, portanto podemos entender que essa conjunção (= conector) é aditiva.
 observação
A gramática tradicional denomina “sindéticas” as orações que têm 
conjunção, pois esta recebe também o nome de síndeton, daí a denominação. 
E são essas conjunções coordenativas que designam a classificação para as 
orações.
De acordo com Bechara (2001), são três as relações estabelecidas pelas conjunções coordenativas 
(ou conectores):
1. Aditiva: adiciona orações. Exemplo:
Entrou e sentou‑se no sofá.
Em orações negativas, a conjunção “e” pode ser substituída por “nem”. Exemplo:
João não comeu nem bebeu em casa.
2. Adversativa: contrapõe o conteúdo de uma oração em relação à outra. Exemplo:
Procurei o meu brinco, mas não o encontrei.
As conjunções adversativas mais comuns são “mas”, “porém”, “senão” (após conteúdo negativo).
3. Alternativa: contrapõe o conteúdo de uma oração ao de outra, com a ideia de exclusão de um 
em relação ao outro, ou seja, de escolha, de alternativa. Exemplo:
112
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Entra ou sai da porta.
A gramática tradicional relaciona, ainda, orações coordenadas que apresentam conjunções 
conclusivas, explicativas e causais.
Para Bechara (2001), entretanto, esses valores estabelecidos por essas conjunções têm semelhança 
com as orações subordinadas e encontram‑se no nível do sentido do texto, ultrapassando os limites de 
fronteira da oração.
Assim como há orações coordenadas introduzidas por conjunções, há períodos em que elas 
se justapõem, ou seja, em que elas encontram‑se ligadas sem marcas linguísticas, apenas distintas 
pela pontuação. É o que a gramática tradicional denomina oração coordenada assindética (= sem 
conjunção). Esse procedimento de enlace das orações pode ser chamado de justaposição.
Exemplificando:
Dirigiu‑se à porta, abriu‑a, saiu. Ninguém na rua. Voltou para casa.8.2 Período composto por subordinação
O período composto por subordinação é também visto como uma oração e/ou sintagma complexo, 
como define Perini (2005, p. 148): “Chamaremos sintagma complexo um sintagma que encerra, como 
um de seus constituintes imediatos ou mediatos, uma oração”.
Se retomarmos o conceito de oração e seus constituintes que vimos no estudo do período simples, 
verificaremos que em um período desse tipo as orações que correspondem às subordinadas exercem 
funções dos sintagmas representados por substantivos, adjetivos e advérbios.
Nesse sentido, afirma Perini:
Em princípio, um sintagma complexo pode ocupar as mesmas funções que 
um sintagma simples da mesma classe. (...) Assim, um SN simples pode ser 
sujeito, objeto direto etc., e um SN complexo pode desempenhar exatamente 
as mesmas funções (PERINI, 2005, p. 149).
Assim, a partir dessa noção de sintagma, podemos relacionar os grupos de orações subordinadas às 
funções dos sintagmas que representam. As orações substantivas têm funções exercidas pelo sintagma 
nominal, as adjetivas, pelo sintagma adjetival e as adverbiais, pelo sintagma adverbial.
A primeira classificação de uma oração subordinada refere‑se à função exercida por ela na oração 
principal. Se exercer função de um substantivo (sujeito, objeto, predicativo, complemento nominal, 
aposto, agente da passiva), será chamada de substantiva. Se exercer função de adjunto adnominal, será 
chamada de adjetiva. Se exercer a função de adjunto adverbial, será chamada de adverbial.
113
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
É com base nesse critério que veremos a classificação das orações subordinadas em cada grupo.
 saiba mais
Leia os sermões de Padre Antonio Vieira e verifique o emprego de períodos 
longos, característico da época literária barroca.
8.2.1 Orações subordinadas substantivas
Se a oração substantiva equivale a um sintagma nominal, ela exercerá a função que este teria na 
oração complexa (ou período composto por subordinação) em que se encontra. Por exemplo:
(4) Esperamos que você venha.
Ao dividirmos o período, temos a oração principal “Esperamos” e a subordinada “(que) você venha”.
Se substituíssemos a oração por um sintagma nominal, poderíamos obter “Esperamos sua vinda”. 
Tornando‑se um período simples, neste poderíamos identificar seus elementos: sujeito oculto (nós); 
verbo transitivo direto – “esperamos”; objeto direto – “sua vinda”.
O sintagma nominal que equivale à oração subordinada no período tem a função de objeto, por isso 
ela recebe a classificação de oração subordinada substantiva objetiva direta.
A partir das funções que podem exercer o sintagma nominal, elaboramos, a seguir, um quadro para 
a classificação das orações subordinadas substantivas.
Quadro 11 – Classificação das orações subordinadas substantivas
Função Classificação Exemplo
Sujeito Substantiva subjetiva É certo que eu irei.
Objeto direto Substantiva objetiva direta Ela não viu que eu cheguei.
Objeto indireto Substantiva objetiva indireta Eu necessito de que alguém me ajude.
Complemento nominal Substantiva completiva nominal Tenho necessidade de que alguém me ajude.
Predicativo Substantiva predicativa O fato foi que tudo terminou.
Aposto Substantiva apositiva Tenho uma certeza: que tudo terminou bem.
A fim de facilitar a classificação das orações subordinadas substantivas, apresentamos um método 
prático, proposto por alguns estudiosos da gramática.
Trata‑se de substituir a oração subordinada pelo pronome “isso” e, a partir da substituição, observar 
que função assumiria em um período simples. Vejamos:
114
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
(5) Convém que você venha.
Substituindo a oração subordinada:
Convém isso.
Se colocarmos a oração transformada na ordem direta (SVC), obtemos:
Isso convém.
Assim, observamos que a oração equivale a um sintagma que tem a função de sujeito da oração. 
Portanto, essa oração deve ser classificada como subordinada substantiva subjetiva.
É importante ressaltar que as orações substantivas são introduzidas normalmente pela conjunção 
integrante “que”. Quando indica uma incerteza, um questionamento, o “que” pode ser substituído por 
“se”:
Não sei se ela virá.
Bechara chama essa conjunção integrante de “transpositor”:
Na realidade essa conjunção não tem por missão precípua juntar duas 
orações – como fazem as conjunções coordenativas –, mas, tão somente, 
marcar o processo porque se transpôs uma unidade de camada superior 
(uma oração independente) para funcionar, numa camada inferior, como 
membro de outra oração. (...) Só haverá orações ou períodos compostos 
quando houver coordenação. Dizemos que esse “que” é um transpositor 
(BECHARA, 2001, p. 464).
Daí também a preferência de Bechara, assim como a de Perini, por chamar de orações complexas 
orações que integram um período composto por subordinação. No caso das orações substantivas, o 
autor chama‑as de “orações complexas de transposição substantiva”.
8.2.1.1 Orações subordinadas substantivas subjetivas
Exemplos:
É sabido que o universo apresenta muitas galáxias.
(É sabido isso).
É claro que a tecnologia evolui rápido demais.
(É claro isso).
115
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
Diz‑se que os políticos brasileiros são corruptos, mas há exceções.
(Diz‑se isso).
Convém que o candidato estude bastante para a prova.
(Convém isso)
É importante que todos contribuam para a festa.
(É importante isso).
 lembrete
Função sintática da oração substantiva subjetiva: sujeito.
8.2.1.2 Oração subordinada substantiva objetiva direta
Exemplos:
O professor deseja que os alunos fiquem em silêncio
(O professor deseja isso).
A pátria espera que todos colaborem.
(A pátria espera isso)
Espero que você venha à festa amanhã.
(Espero isso).
 lembrete
Função sintática da oração substantiva objetiva direta: objeto direto.
8.2.1.3 Oração subordinada substantiva objetiva indireta
Exemplos:
A sua convocação depende de que haja vagas.
(A sua convocação depende disso).
116
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Necessito de que ele devolva meus livros.
(Necessito disso).
Insisto em que o trabalho seja feito depressa.
(Insisto nisso).
 lembrete
A função sintática da oração objetiva indireta é: objeto indireto.
 observação
A preposição que introduz a objetiva indireta é exigida pelo verbo 
principal.
8.2.1.4 Oração subordinada substantiva predicativa
Exemplos
A verdade é que aqueles alunos estudam muito.
(A verdade é essa).
Sua resposta foi que nos retirássemos da sala.
(Sua resposta foi essa).
Os meus votos são que triunfes.
(Os meus votos são esses).
 lembrete
A função sintática da oração predicativa é: predicativo do sujeito.
8.2.1.5 Oração subordinada substantiva completiva nominal
Exemplos:
O professor tem confiança em que nós façamos a pesquisa.
(O professor tem confiança nisso).
117
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
Tivemos a impressão de que a tempestade viria logo.
(Tivemos a impressão disso).
Paulo fez referência a que eu o acompanhasse.
(Paulo fez referência a isso).
 lembrete
A função sintática da oração completiva nominal é: complemento 
nominal.
 observação
A preposição que introduza completiva nominal é exigida pelo nome 
que, na principal, pede complemento.
8.2.1.6 Oração subordinada substantiva apositiva
Exemplos:
Peço‑lhe um favor: que me guarde essa carta.
(Peço‑lhe um favor: isso).
Intrigava‑me um fato: ele nem tinha sido convidado.
(Intrigava‑me um fato: isso).
O pai disse‑lhe algo: estude, meu filho.
(O pai disse‑lhe algo: isso).
 lembrete
A função sintática da oração substantiva apositiva é: aposto.
8.2.2 Orações subordinadas adjetivas
Seguindo o critério apresentado inicialmente de relacionar as orações subordinadas às funções exercidas 
pelos sintagmas que as representam, segundo propõe Sautchuk (2004), uma oração adjetiva tem a função que 
um sintagma adjetival teria em um período simples, as quais são de predicativo ou de adjunto adnominal.
118
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Para exemplificarmos, vamos iniciar por um período simples e depois faremos sua correspondência 
a um período composto.
(6) O pedestre, muito tranquilo, atravessou a rua tumultuada.
No exemplo (6), temos dois sintagmas de natureza adjetiva. O primeiro é um sintagma autônomo, 
“muito tranquilo”, e o segundo é um sintagma adjetival interno ao sintagma nominal, “a rua 
tumultuada”.
Observemos que uma forma de diferenciar o predicativo do adjunto adnominal é essa 
característica de o sintagma ser autônomo ou interno. Ambos os sintagmas adjetivais têm a 
função de modificadores do substantivo, mas um constitui um sintagma independente e o outro se 
encontra dentro de outro sintagma.
Essa característica diferenciadora assegura‑nos a classificação de predicativo do sujeito para o 
sintagma autônomo “muito tranquilo” e de adjunto adnominal para “tumultuada” no sintagma “a rua 
tumultuada”.
Esse mesmo período poderia ser transformado em um período composto:
O pedestre, que estava tranquilo, atravessou a rua que era tumultuada.
Apesar da nova construção do período, manteve‑se seu sentido, e a classificação para as orações é de 
subordinada adjetiva explicativa para a primeira e de subordinada adjetiva restritiva para a segunda.
A primeira oração, adjetiva explicativa, assim como o predicativo do sujeito, corresponde a um 
sintagma autônomo, de natureza adjetiva. Já a segunda, adjetiva restritiva, corresponde a um sintagma 
adjetival interno.
Do ponto de vista semântico, como afirma Sautchuk:
Tanto no período simples como no composto, o predicativo do sujeito e 
a oração adjetiva explicativa indicam um estado ou uma característica 
acidental do núcleo (...); o adjunto adnominal e a oração restritiva indicam 
uma característica intrínseca ao núcleo (SAUTCHUK, 2004, p. 123).
Como o sintagma que corresponde ao predicativo é independente, autônomo, da mesma forma 
a oração adjetiva explicativa destaca‑se na oração pelo seu isolamento, e isso é marcado pela 
pontuação, como o uso de vírgulas, por exemplo.
Já a oração adjetiva restritiva, como o sintagma equivalente (adjunto adnominal) não se apresenta 
isolada, ao contrário, está diretamente ligada a um núcleo substantivo. Por isso, não se coloca entre 
vírgulas (ou outro tipo de pontuação que a isole).
119
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
As orações explicativas são separadas da oração principal, na escrita, pelo uso da vírgula. Veja os 
exemplos a seguir:
As casas que são novas podem ser vendidas.
As casas, que são novas, devem ser desapropriadas.
A primeira delas trata‑se de uma oração restritiva. Entende‑se que apenas algumas casas são 
novas. Já na segunda, que é explicativa, entende‑se que todas as casa são novas.
Alguns gramáticos até denominam as orações adjetivas de relativas, pelo fato de elas serem 
introduzidas por um pronome relativo (que, quem, o(a) qual, os(as) quais, cujo(a), cujos(as), onde). O 
pronome relativo, por sua característica anafórica, ou seja, de retomada de um termo antecedente, 
exerce sempre uma função sintática na oração que introduz.
(7) Encontrei o vídeo que procurava.
No exemplo (7), “que” é o pronome relativo que introduz a oração adjetiva restritiva “que procurava”. 
Esse pronome pode, inclusive, ser substituído por “o qual”. Além disso, está retomando “o vídeo”, sintagma 
da oração anterior que tem a função de objeto direto. Então, se substituíssemos o pronome relativo pelo 
sintagma anterior, como se fosse um período simples, a oração ficaria assim:
Procurava o vídeo.
Nessa oração transformada, “o vídeo” complementa o verbo “procurava”, para o qual o sujeito está 
oculto (eu). Portanto, “que” na oração tem a função de objeto direto.
 saiba mais
Verifique, em artigos jornalísticos, como se usam as orações adjetivas e 
explicativas para organizar as reflexões.
8.2.3 Orações subordinadas adverbiais
As orações adverbiais, assim como os sintagmas adverbiais, têm a função de modificar o verbo, 
indicando‑lhe uma circunstância. Dessa forma, essas orações classificam‑se de acordo com a circunstância 
que indicarem em relação à oração principal. Por exemplo, se tivéssemos a seguinte oração:
O cão dorme tranquilo.
Poderíamos acrescentar‑lhe circunstâncias em forma de orações:
120
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
(8) Enquanto varro a sala, o cão dorme tranquilo.
(9) O cão dorme tranquilo onde há uma cama.
(10) O cão dorme tranquilo porque está cansado.
(11) Apesar de ser dia, o cão dorme tranquilo.
Observando cada exemplo, vejamos as circunstâncias que cada oração acrescentada (que forma com 
a principal um período composto) indica para classificá‑las.
No exemplo (8), a oração “enquanto varro a sala” indica uma circunstância de tempo em relação à 
principal, por isso a sua classificação é de subordinada adverbial temporal.
Da mesma forma, no exemplo (9), a oração “onde há uma cama” indica o local da ação da oração 
principal, daí sua classificação em subordinada adverbial locativa.
Já no exemplo (10), a circunstância indicada pela oração subordinada é de causa em relação à 
informação da oração principal, por isso trata‑se de uma adverbial causal.
Finalmente, no exemplo (11), há ideia de concessão (ou contradição na lógica) introduzida pela 
oração. Esta se classifica como oração subordinada adverbial concessiva.
Assim, é a ideia circunstancial que determinará a classificação desse tipo de oração, como pudemos 
observar em cada exemplo. Essa ideia, se estivesse expressa em período simples, seria estabelecida pela 
relação sintática de um adjunto adverbial na oração. É por esse motivo que as orações desse grupo são 
denominadas adverbiais.
Para facilitar a classificação, apresentamos, a seguir, um quadro referente aos tipos de oração 
subordinada adverbial, de acordo com a classificação de Abreu (2003).
Quadro 12 – Orações subordinadas adverbiais
Classificação Relação Exemplo
Causal Exprime a causa, o motivo, a razão, relacionada à oração principal. Chegamos atrasados porque saímos tarde de casa.
Condicional Exprime uma condição necessária para que se efetive a informação declarada na principal. Se eu estudasse, seria aprovado no concurso.
Consecutiva Exprime o efeito, a consequência do que está expresso na principal. Falou tanto que perdeu a voz.
Conformativa Exprime uma informação em conformidade com a que está expressa na principal. Fez o trabalho conforme o professor orientou.
Temporal Exprime tempo em relação à informação expressa na principal. Assim que todos chegarem, avise‑me.
121
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe dalíngua portuguesa
Classificação Relação Exemplo
Comparativa
Exprime o elemento com que se compara outro 
elemento da oração principal. A comparação pode 
ser de igualdade, superioridade ou inferioridade.
a. Igualdade: Você é teimoso como sua irmã (é 
teimosa).
b. Superioridade: Você fala mais que uma rádio 
(fala).
c. Inferioridade: Esse garoto fez menos arte que 
aquele (fez). 
Concessiva
Exprime um obstáculo, uma contradição em relação 
ao que se encontra declarado na principal. A 
concessão está na lógica.
Não fui aprovado no vestibular, embora tenha 
alcançado boa nota.
Final Exprime finalidade, intenção, objetivo em relação à oração principal.
Esforçou‑se muito para que fosse promovido no 
trabalho. 
Proporcional
Exprime uma informação que aumenta ou diminui 
na mesma proporção ao que se enuncia na oração 
principal. 
À medida que chovia, formavam‑se novos pontos 
de alagamento na cidade. 
Modal Exprime circunstância de modo em relação à informação expressa na principal. Saiu sem que desse nenhuma satisfação.
Locativa
Exprime lugar em relação ao que está expresso 
na oração principal. Normalmente é iniciada por 
“onde”, sem referência a antecedentes.
Não há harmonia onde não existe amor. 
Adaptado de: ABREU, 2003. p. 141‑154.
 observação
As orações modais e locativas não são reconhecidas pela Nomenclatura 
Gramatical Brasileira (NGB).
8.2.3.1 Oração subordinada adverbial causal
Veja alguns conectores que introduzem as orações causais: porque, pois, como, porquanto, por que, 
uma vez que, visto que, visto como, por isso que, já que.
Exemplos:
Como não estudou, foi reprovado.
Não fui à festa, uma vez que choveu.
 lembrete
Causal: exprime a causa, o motivo, a razão, relacionada à oração 
principal.
122
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
8.2.3.2 Oração subordinada adverbial condicional
Veja alguns conectores que introduzem as orações condicionais: se, salvo se, exceto se, desde que, a 
menos que, a não ser que, caso.
Exemplos:
O passeio será realizado, a menos que surja um temporal.
Se as pesquisas estiverem certas, o partido do governo será o vencedor.
Caso você queira, encontraremo‑nos amanhã.
 lembrete
Condicional: exprime uma condição necessária para que se efetive a 
informação declarada na principal.
8.2.3.3 Oração subordinada adverbial consecutiva
Veja alguns conectores que introduzem as orações consecutivas: que, de forma que, de modo que, 
tanto que.
Exemplos:
Tal era sua valentia, que todos tinham medo dele.
 lembrete
Consecutiva: exprime o efeito, a consequência do que está expresso 
na principal.
8.2.3.4 Oração subordinada adverbial conformativa
Veja alguns conectores que introduzem as orações conformativas: segundo, conforme, como, 
consoante.
Exemplos:
Segundo pensava Platão, havia um mundo das ideias que era imutável.
Conforme ele disse, deveremos iniciar o projeto amanhã.
123
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
 lembrete
Conformativa: exprime uma informação em conformidade com a que 
está expressa na principal.
8.2.3.5 Oração subordinada adverbial temporal
Veja alguns conectores que introduzem orações temporais: quando, enquanto, antes que, depois 
que, desde que, logo que, assim que, até que, cada vez que, todas as vezes que, agora que, sempre que, 
apenas.
Exemplos:
Quando você chegar, já teremos saído.
Carlos chegou depois que você saiu.
Conheço Maria desde que moro nesta cidade.
 lembrete
Temporal: exprime tempo em relação na informação expressa na 
oração principal.
8.2.3.6 Oração subordinada adverbial comparativa
a) Comparativa de igualdade
Veja alguns conectores que introduzem as orações comparativas de igualdade: como, tal como, tal 
qual, assim como.
Exemplos:
Aquela menina é linda como (assim como) uma flor.
b) Comparativa de inferioridade
Veja alguns conectores que introduzem as orações comparativas de inferioridade: que, do que, em 
correlação, na oração principal, com as palavras menos ou menor:
Exemplos:
124
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
A festa durou menos do que os organizadores prometeram.
A economia do país cresceu menos do que seria desejável.
c) Comparativa de superioridade
Veja alguns conectores que introduzem as orações adverbiais comparativas de superioridade: que, 
do que, em correlação, na oração principal, com a palavra mais ou maior.
Exemplos:
Carlos é mais preparado para ocupar o cargo que André.
Aquela casa é mais bonita do que a minha.
 lembrete
Comparativas: equivalem a um adjunto adverbial de comparação. 
Apresentam‑se sempre em orações desenvolvidas. Podem exprimir 
igualdade, superioridade ou inferioridade.
8.2.3.7 Oração subordinada adverbial concessiva
Veja alguns conectores que introduzem as orações adverbiais concessivas: embora, ainda que, ainda 
quando, mesmo que, conquanto, se bem que, posto que, sem que, apesar de que.
Exemplos:
Por mais que ele tenha melhorado, tem muita dificuldade em matemática.
Mesmo que chova, viajaremos amanhã.
 lembrete
Concessivas: apresentam um obstáculo à execução da ação da oração 
principal.
8.2.3.8 Oração subordinada adverbial final
Veja alguns conectores que introduzem as orações adverbiais finais: que, para que, a fim de que.
Exemplos:
Faremos várias reuniões para que (a fim de que) o projeto se desenvolva bem.
125
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
 lembrete
Final: exprime finalidade em relação à ideia apresentada na oração 
principal.
8.2.3.9 Oração subordinada adverbial proporcional
Veja alguns conectores que introduzem as orações proporcionais: à proporção que, à medida que.
Exemplos:
Ele se cansava, à medida que (à proporção que) andava.
 lembrete
Proporcional: exprime uma informação que aumenta ou diminui na mesma 
proporção que se enuncia na oração principal.
8.2.3.10 Oração subordinada adverbial modal
Veja alguns conectores que introduzem as orações adverbiais modais: sem que, como.
Exemplo:
Não se pode viver sem que se sinta dor.
 lembrete
Modal: exprime o modo, a maneira pelo qual acontece algo contido na 
oração principal.
8.2.3.11 Oração subordinada adverbial locativa
As orações locativas são equivalentes a um adjunto adverbial de lugar. Veja o conector que introduz 
as orações adverbiais locativas: onde.
8.2.4 Orações reduzidas
Chamamos a atenção, ainda, para o fato de que as orações subordinadas podem ocorrer no período 
sob a forma reduzida. O que significa isso?
126
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Vimos que há sempre um conectivo introduzindo as orações, tornando‑se, inclusive, uma característica 
importante para identificarmos esse tipo de oração. No entanto, em períodos mais extensos, essas 
orações podem apresentar‑se sem o conectivo, apenas com verbos na forma nominal, isto é, nas formas 
do infinitivo, gerúndio ou particípio. Observe a diferença nos exemplos seguintes.
(12) Quando completar a ligação, avise‑me.
(13) Completada a ligação, avise‑me.
No exemplo (12), a oração subordinada é introduzida por “quando” e o verbo encontra‑se no futuro 
do subjuntivo, “completar”. Trata‑se de uma oração desenvolvida nesse caso.
Já no exemplo (13), não há nenhum conectivo ligando a oração subordinada à principal, além deo verbo 
encontrar‑se na forma particípio, “completada”. Nesse caso, a classificação da oração subordinada passa a ser 
adverbial temporal reduzida de particípio.
Veja mais alguns exemplos de orações subordinadas substantivas reduzidas.
Convém observar sempre a cor das hortaliças. (subjetiva)
Oração desenvolvida: Convém que se observe sempre a cor das hortaliças.
Tive a sensação de estar sendo seguido. (completiva nominal)
Oração desenvolvida: Tive a sensação de que estava sendo seguido.
Mais um exemplo
Veja alguns exemplos de subordinadas adjetivas reduzidas
Havia um cliente reclamando do atendimento. (restritiva)
Oração desenvolvida: Havia um cliente que reclamava do atendimento.
Os produtos a serem exportados deverão pagar menos impostos.
Oração desenvolvida: Os produtos que vão ser exportados deverão pagar menos impostos.
Veja um exemplo de oração subordinada adverbial reduzida:
Comprando a prazo, não se esqueça de verificar a taxa de juros. (condicional)
Oração desenvolvida: se comprar a prazo, não se esqueça de verificar a taxa de juros.
Se retomarmos o conceito de oração e seus constituintes que vimos no estudo do período simples, 
verificaremos que em um período desse tipo as orações que correspondem às subordinadas exercem 
funções dos sintagmas representados por substantivos, adjetivos e advérbios.
127
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
Geralmente as orações reduzidas de particípio e de gerúndio têm a função de adjetivas ou adverbiais, 
ao passo que é mais comum encontrarmos o infinitivo em orações subordinadas substantivas.
Portanto, quando houver esse tipo de construção, ou seja, orações subordinadas com verbos na 
forma reduzida (de infinitivo, gerúndio ou particípio), devemos transformá‑las na forma desenvolvida 
para podermos classificar a oração, conforme exemplo a seguir:
(14) É necessário contar a verdade.
É necessário que conte a verdade.
A oração subordinada “que conte a verdade” é substantiva subjetiva, reduzida de infinitivo no 
primeiro período.
 resumo
Hierarquia gramatical: vai do menor para o maior elemento, varia 
do morfema ao texto (morfema – palavra – sintagma – oração/período 
– texto).
Período simples: formado por apenas uma oração.
Período composto: formado por duas ou mais orações. Pode ser 
articulado por dois processos: a coordenação e a subordinação.
Período composto por coordenação ou parataxe: as orações têm 
uma equivalência, isto é, há um paralelismo e não há uma hierarquia das 
orações que compõem o período. No período composto por coordenação, 
há uma independência entre as orações pelo fato de elas apresentarem‑se 
completas.
Orações coordenadas assindéticas: não apresentam conjunção.
Orações coordenadas sindéticas: apresentam conjunção.
1. Aditiva: adiciona orações.
2. Adversativa: contrapõe o conteúdo de uma oração em relação à 
outra.
3. Alternativa: contrapõe o conteúdo de uma oração ao de outra, com 
a ideia de exclusão de um em relação ao outro.
128
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Período composto por subordinação: as orações que correspondem 
às subordinadas exercem funções dos sintagmas representados por 
substantivos, adjetivos e advérbios. Podemos relacionar os grupos de 
orações subordinadas às funções dos sintagmas que representam.
Orações subordinadas substantivas: têm funções exercidas pelo 
sintagma nominal. Se a oração substantiva equivale a um sintagma nominal, 
ela exercerá a função que este teria na oração complexa (ou período 
composto por subordinação) em que se encontra. Um método prático para 
reconhecer a oração substantiva é substituir a oração subordinada pelo 
pronome “isso”.
1. Subjetiva: exerce função de sujeito.
2. Objetiva direta: exerce função de objeto direto.
3. Objetiva indireta: exerce função de objeto indireto.
4. Completiva nominal: exerce função de complemento nominal.
5. Oração predicativa: exerce função de predicativo.
6. Oração apositiva: exerce função de aposto.
Orações subordinadas adjetivas: têm funções exercidas pelo sintagma 
adjetival. Tem a função que um sintagma adjetival teria em um período 
simples: predicativo ou de adjunto adnominal.
1. Explicativa: sintagma autônomo. Destaca‑se na oração por seu 
isolamento, marcado pela pontuação, como o uso de vírgulas.
2. Restritiva: não se apresenta isolada. Está diretamente ligada a um 
núcleo substantivo e, por isso, não se coloca entre vírgulas ou outro 
tipo de pontuação.
Orações subordinadas adverbiais: têm funções exercidas pelo 
sintagma adverbial. Têm a função de modificar o verbo, indicando‑lhe uma 
circunstância. É a ideia circunstancial que determinará a classificação desse 
tipo de oração. Essa ideia, se estivesse expressa em período simples, seria 
estabelecida pela relação sintática de um adjunto adverbial.
1. Causal: exprime a razão relacionada à oração principal.
2. Condicional: exprime uma condição para que seja realizado algo que 
é declarado na oração principal.
129
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
3. Consecutiva: exprime a consequência do que está declarado na 
oração principal.
4. Conformativa: exprime algo em acordo com o que está expresso na 
oração principal.
5. Temporal: exprime tempo em relação ao que está declarado na 
oração principal.
6. Comparativa: exprime o elemento com que se compara a algo da 
oração principal.
7. Concessiva: exprime um obstáculo em relação ao que está declarado 
na oração principal.
8. Final: exprime um objetivo em relação à oração principal.
9. Proporcional: exprime uma informação que diminui ou aumenta em 
relação ao que se enuncia na oração principal.
10. Modal: exprime circunstância de modo em relação à oração principal.
11. Locativa: exprime lugar em relação à oração principal.
Orações subordinadas reduzidas: em períodos mais extensos, as 
orações podem apresentar‑se sem o conectivo, apenas com verbos na 
forma nominal, isto é, nas formas do infinitivo, gerúndio ou particípio.
 exercícios
Questão 1. Na oração “A lua deitava‑se pelo mundo. Era um mar de leite por cima das coisas”, o 
segundo período estabelece com o primeiro uma relação de:
A) Contraste.
B) Comparação.
C) Conclusão.
D) Condição.
E) Explicação.
130
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
RESPOSTA
Alternativa correta: E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa:
A relação entre o segundo período “Era um mar de leite por cima das coisas” e o primeiro “A lua 
deitava‑se pelo mundo” não é de contraste.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa:
A relação entre o segundo período “Era um mar de leite por cima das coisas” e o primeiro “A lua 
deitava‑se pelo mundo” não é de comparação.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa:
A relação entre o segundo período “Era um mar de leite por cima das coisas” e o primeiro “A lua 
deitava‑se pelo mundo” não é de conclusão.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa:
A relação entre o segundo período “Era um mar de leite por cima das coisas” e o primeiro “A lua 
deitava‑se pelo mundo” não é de condição.
E) Alternativa correta
Justificativa:
A relação entre o segundo período “Era um mar de leite por cima das coisas” e o primeiro “A lua 
deitava‑se pelo mundo” é de explicação. A segunda parte da oração explica o efeito causado pela lua 
ao deitar‑se pelo mundo.
131
Re
vi
sã
o:
 J
an
andr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
Questão 2. Leia o texto:
O prazer da vitória
Todos nós sabemos bem o que é sentir vontade de vencer. É um instinto que ao longo de milhões de 
anos tem ajudado a manter viva a espécie humana. Mas você já parou para se perguntar por que é tão bom 
sair ganhando? E por que perder é tão ruim? Por que o gosto da derrota é tão amargo? A partir de hoje, e 
durante todo o mês de março, a série “Instinto Humano” vai tentar responder a essas perguntas.
No mundo inteiro, desde o início dos tempos, estamos sempre lutando para evoluir. A vontade de 
vencer, evitando a derrota a qualquer custo, é um dos aspectos mais extraordinários da cultura humana. 
Essa característica é algo que surgiu cerca de 3 milhões de anos atrás, nas savanas da África. Foi lá que 
os nossos ancestrais deram seus primeiros passos. (...)
Uma substância chamada dopamina toma conta de nossos cérebros, dando‑nos uma profunda 
sensação de bem‑estar. Em seguida, as endorfinas entram em cena. Elas são substâncias naturais capazes 
de anestesiar a dor do combate e aliviar a exaustão. Com a combinação das duas, sentimo‑nos eufóricos, 
é um barato natural.
As endorfinas têm um efeito tão poderoso que mesmo se o boxeador tiver quebrado uma costela, ele nem 
vai sentir nada ali, no calor da luta. As endorfinas impedem que os sinais de dor cheguem ao cérebro.
A adrenalina produzida pelas glândulas adrenais, junto aos rins, e a testosterona, o hormônio 
masculino, também fazem parte desse coquetel de drogas naturais: são elas que nos dão força para 
lutar com plena capacidade cardiovascular.
A liberação de todas essas substâncias químicas nos nossos cérebros em momentos de vitória não 
deixa dúvidas: nossos corpos foram feitos para sentir o profundo prazer da conquista. (...)
Para os nossos ancestrais que viviam nas savanas, perder uma batalha era fatal. Por isso, nos dias de 
hoje, temos esse luxo que é escolher os nossos adversários. Competir, apenas quando a chance de vencer 
é grande e evitar o conflito quando necessário.
Mas na vida, se um rival parece maior, mais forte, maior, ou mais rápido, a gente às vezes é obrigado 
admitir que perdeu.
Mas também tem aqueles momentos em que a gente sabe que não tem para ninguém, que a vitória 
é nossa e ninguém tasca.
Geralmente acontece quando sabemos quem é o nosso adversário. Que pode ser um colega de 
trabalho, um vizinho, ou amigo. É um comportamento que evoluiu ao longo dos tempos. Nossos 
ancestrais das savanas aprenderam rapidinho a não entrar em briga que não dá para ganhar.
Disponível em <http://procurase.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL694468‑15607,00.html> Acesso em 25 out. 2011.
132
Unidade IV
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Assinale a alternativa possível acerca do conector em destaque no fragmento abaixo retirado do 
texto:
Por isso, nos dias de hoje, temos esse luxo que é escolher os nossos adversários.
A) Estabelece uma relação de caráter adversativo para a afirmação anterior.
B) Pode ser substituída por porque sem causar alteração semântica.
C) Estabelece uma relação de caráter conclusivo em relação à afirmação anterior.
D) Foi mal empregado, pois não estabelece a relação semântica pretendida.
E) Caracteriza uma relação de temporalidade entre as passagens ligadas por ele.
Resolução desta questão na Plataforma.
133
Re
vi
sã
o:
 J
an
an
dr
éa
 –
 D
ia
gr
am
aç
ão
: E
ve
rt
on
 –
 1
9/
12
/1
1
Morfossintaxe da língua portuguesa
REFERêNCIAS
Textuais
ABREU, A. S. Gramática mínima: para o domínio da língua padrão. Cotia: Ateliê Editorial, 2003.
ALVES, I. M. Neologismo: criação lexical. 2. ed. São Paulo, Ática, 1994.
ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: José Olympio, 1981.
______. Nova reunião I e II. Rio de Janeiro: José Olympio, 1983.
______. Histórias para o rei. 3. ed. Rio de Janeiro: Record, 1998.
______. A vida passada a limpo. Rio de Janeiro: Record, 2002.
ANDRADE, O. Manifesto da Poesia Pau‑Brasil. In: _______. A utopia antropofágica. São Paulo: Globo, 
2003.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE IMPRENSA. Sobre a vírgula. Disponível em: <http://www.usinadeletras.
com.br/exibelotexto.php?cod=50196&cat=Artigos&vinda=S>. Acesso em: 09 dez. 2011.
AZEREDO, J. C. Iniciação à sintaxe do português. 7. ed. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2001.
BANDEIRA, M. Poesia Completa e Prosa. Rio de Janeiro: Cia. José Aguilar Editora, 1967.
______. Estrela da vida inteira. 34. ed., Rio de Janeiro: José Olympio, 1993.
BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. (Revisada e ampliada). Rio de Janeiro: Lucerna, 
2001.
CHOMSKY, N. The Minimalist Program. Cambridge: The MIT Press,1995.
CUNHA, C.; CINTRA, L. F. L. Nova gramática do português contemporâneo. 4. ed. Rio de Janeiro: 
Lexikon, 2007.
FARACO, C. A. Estrangeirismos – guerras em torno da língua. São Paulo, Parábola, 2001.
HENRIQUES, C. C. Morfologia. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007.
HOUAISS, A.; VILLAR, M. Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
KOMESU, F. C. A “skrita” na internet. Discutindo Língua Portuguesa [especial]: ano 1, n. 1, p. 56‑57, 
2008.
134
LOBATO, M. Fábulas. São Paulo: Editora Brasiliense, 1962.
LUFT, C. P. A vírgula – considerações sobre o seu ensino e o seu emprego. São Paulo, Ática, 1996.
______. Dicionário prático de regência verbal. 8. ed. São Paulo, Ática, 2008.
______. Dicionário prático de regência nominal. 5. ed. São Paulo, Ática, 2010.
MACAMBIRA, J. R. A estrutura morfossintática do português. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 
2001.
MARTINET, A. Conceitos fundamentais da linguística. Lisboa: Presença, 1976.
NEVES, I. C. B. et al (Orgs.) Ler e escrever: compromisso de todas as áreas. 7. ed., Porto Alegre: Editora 
da UFRGS, 2006.
NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: Editora Unesp, 2000.
______. A gramática: história, teoria e análise, ensino. São Paulo: Editora Unesp, 2002.
NOLL, V. O português brasileiro. São Paulo: Globo, 2008.
PALÁCIO, A. P. A revolta das palavras. In: CARVALHO, Nelly. Empréstimos linguísticos. São Paulo: Ática, 1989.
PERINI, M. A. Gramática descritiva do português. 4. ed. São Paulo: Ática, 2005.
POSSENTI, S. A cor da língua e outras croniquinhas de linguista. Campinas: Mercado de Letras, 2001.
SANDMANN, A. J. Morfologia lexical. São Paulo: Contexto, 1992.
SAUSSURE, F. Curso de linguística geral. 27. ed. São Paulo, Cultrix, 2006.
SAUTCHUK, I. Prática de morfossintaxe: como e por que aprender análise (morfo)sintática. São Paulo: 
Manole, 2004.
135
136
137
138
139
140
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

Continue navegando