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Administração Produção e Operações

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Administração da Produção 
Evolução Histórica 
Função Produção: “Conjunto de atividades que levam à transformação 
de um bem tangível em um outro com maior utilidade”. 
 
Homem pré-histórico - pedra polida 
• As ferramentas e os utensílios eram utilizados exclusivamente por 
quem os produzia. 
• Não havia comércio ou escambo. 
Artesão - indivíduo habilidoso na produção de certos bens, que passou a 
produzi-los conforme solicitação e especificação de terceiros. 
• Primeira forma de produção organizada. 
• Os artesãos: estabeleciam prazo de entrega; estabeleciam prioridades; 
atendiam especificações pré-estabelecidas; fixavam preços para suas 
encomendas. 
Conforme houve o aumento das encomendas, os artesãos contratavam 
ajudantes e aprendizes (menores). 
 Ajudante Prova-mestra Artesão 
Revolução Industrial 
Máquina à vapor - James Watt (1764) 
• Substituição da força humana pela força da máquina. 
Os artesãos, que até então trabalhavam em suas próprias oficinas, 
começaram a ser agrupados nas primeiras fábricas. 
Exigências da nova maneira de produzir: 
• padronização dos produtos 
• padronização dos processos de fabricação 
• treinamento e habilitação da mão-de-obra direta 
• criação e desenvolvimento dos quadros gerenciais e de supervisão 
• desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle da produção 
• desenvolvimento de técnicas de planejamento e controle financeiro 
• desenvolvimento de técnicas de vendas 
 Conceito de padronização de componentes - Eli Whitney (1790) - 
mosquetões com peças intercambiáveis. 
 Teve início o registro, através de desenhos e croquis, dos produtos e 
processos fabris, surgindo a função de projeto de produto, de 
processos, de instalações, de equipamentos, etc. 
Taylor: Fim do século XIX (EUA) - “Pai da Administração Científica”. 
• Sistematização do conceito de produtividade: “procura incessante por 
melhores métodos de trabalho e processos de produção, com o objetivo 
de se obter melhoria da produtividade ao menor custo possível”. 
Output - medida quantitativa do que foi produzido, como quantidade ou valor 
das receitas provenientes da venda dos produtos e/ou serviços. 
Input - medida quantitativa dos insumos, como quantidade ou valor das 
matérias-primas, mão-de-obra, capital, instalações prediais, etc. 
 PRODUTIVIDADE = OUTPUT 
 INPUT 
Década 1910 - Henry Ford - linha de montagem seriada - surge o conceito de 
produção em massa: 
• Grandes volumes de produtos extremamente padronizados 
• baixíssima variação nos tipos de produtos finais 
Surge a engenharia industrial - novos conceitos: 
• linha de montagem; posto de trabalho; estoques intermediários, monotonia 
do trabalho; arranjo físico; balanceamento de linha; produtos em processo; 
motivação; sindicatos; manutenção preventiva; controle estatístico da 
qualidade; fluxograma de processos. 
Meados da Década de 1960 - Produção Enxuta 
• just-in-time 
• engenharia simultânea 
• tecnologia de grupo 
• consórcio modular 
• células de produção 
• desdobramento da função qualidade 
• comakership 
• sistemas flexíveis de manufatura 
• manufatura integrada por computador 
• benchmarking 
Cresce a importância do consumidor: 
 Tendência atual produção customizada 
Empresa de Classe Mundial voltada para o cliente sem perder 
a característica de empresa enxuta. 
• Cultura da melhoria contínua. 
Manufatura e Serviços: 
Até a década de 50 - Adm. da Produção => Bens Tangíveis 
Hoje - Adm. da Produção/Operações => Produtos e Serviços 
• Os serviços, nos produtos industriais, funcionam como fonte de 
diferenciação e servem para criar vantagem competitiva. 
Alta 
Alta Baixa 
Baixa 
Vantagem 
em Custos 
Vantagem em 
Diferenciação 
Líderes 
em Custos 
Líderes em 
Diferenciação 
Líderes em 
Custos e 
Diferenciação 
Commodity 
Objetivo da Administração de Produção/Operações: 
 
• Gestão eficaz de todas as atividades desenvolvidas por uma 
empresa, visando atender seus objetivos de curto, médio e 
longo prazos na transformação de insumos em produtos e/ou 
serviços, de forma a agregar o máximo possível de valor ao 
produto final. 
 
Exercício: Uma empresa que fabrica e comercializa produtos de 
aço inoxidável conta com 350 colaboradores e fatura $ 70 
milhões por ano. Uma outra empresa, do setor de autopeças, 
conta com 1000 colaboradores e fatura $ 70 milhões por ano. 
• Qual das duas tem maior produtividade da mão-de-obra? 
• Que fatores devem ser considerados na análise? 
• Podemos afirmar que uma empresa é mais produtiva que a 
outra? 
A voz do mercado: 
• Até meados dos anos 60, o objetivo era melhorar a produtividade e 
reduzir os custos. A preocupação dos engenheiros era produzir o 
máximo possível, cabendo ao pessoal de vendas o problema de 
colocar os produtos no mercado. Fase conhecida como product-out: 
a preocupação é “colocar” o produto no mercado. 
• Após esta fase, surge a preocupação em “ouvir a voz do mercado”, 
conhecida como market-in: levar para dentro da empresa aquilo que 
o mercado quer. 
Orientação 
para as 
operações 
Product-out 
Market-in 
Orientação para o mercado 
Competitividade: é ter condições de concorrer com um ou mais fabricantes 
e/ou fornecedores de um produto/serviço em um determinado mercado. 
Para serem competitivas, as empresas podem estabelecer uma ou mais 
estratégias competitivas, tais como: 
• Informatização: dispor de um sistema de informações altamente 
computadorizado que permita agilidade e precisão nas informações, 
antecipando-se aos concorrentes em suas decisões. 
• Desmobilização: vender imóveis e/ou empresas a fim de aumentar seu 
capital de giro ou concentrar-se em um menor número de produtos ou 
processos produtivos. É uma seleção de vocações. 
• Qualidade Total: comercialização de produtos de alta qualidade. 
• Aquisições: aquisição de empresas que disponham de melhor 
tecnologia ou algum outro tipo de vantagem. 
• Incentivos: envolvimento maciço de seus colaboradores. 
• Projeção da Demanda: utilização de técnicas de projeção da demanda 
tão precisas que lhes permitam conseguir margens de erro de estimati-
vas muito baixas, proporcionando indiretamente um menor custo. 
• Robotização: automação das linhas de produção com robôs, 
manufatura integrada por computador etc. 
No estabelecimento de uma estratégia de manufatura, ou de 
operações, devem ser analisados e formulados objetivos e 
diretrizes quanto a: 
 
• Custo: produção ao menor custo possível. 
• Qualidade: melhoria contínua da qualidade. 
• Prazos de entrega: quanto menor, maior a satisfação do cliente. 
• Flexibilidade: adaptar-se rápido às mudanças do mercado. 
• Inovação: antecipar-se às necessidades dos consumidores. 
• Produtividade: relação de benefício/custo favorável. 
 
Exercício: Defina estratégias operacionais de marketing e 
manufatura (ou operações) para os seguintes tipos de empresa: 
• Restaurante, posto de gasolina, transporte coletivo - ônibus, 
banco, escola secundária, fábrica de roupas, transporte de 
carga - caminhão, hospital. 
 
Produto 
Todo produto deve ser: 
• Funcional (de fácil utilização) 
• Manufaturável (apoiar-se em tecnologia conhecida) 
• Vendável (agradar aos clientes e ser vendável) 
EMPRESA 
Produtos 
ou 
Serviços 
necessidades Consumidores 
SUCESSO 
Ciclo de Vida do Produto 
 
As quatro fases são: 
• Introdução: É a fase inicial da vida do produto, caracterizada porbaixo volumes de vendas e produção, pedidos sob encomenda e sob 
medida, produção em pequenos lotes. Muitos produtos não passam 
dessa fase. 
• Crescimento: O produto começa a firmar-se no mercado, aumenta a 
demanda e alteram-se os processos produtivos. A empresa procura 
obter maior volume de produção através da padronização de partes e 
componentes, automatização de processos, linhas seriadas, fabricação 
para estoque etc. 
• Maturidade: Há estabilização na demanda e nos processos 
industriais. Geralmente o produto já atingiu alto grau de padronização. 
• Declínio: Demanda decrescente. O produto passa a perder 
participação no mercado. A empresa deve decidir entre retirá-lo de 
linha de produção ou esperar que ele tenha morte natural. 
Estratégias para o Desenvolvimento de Novos Produto 
 
A forma como a empresa desenvolve novos produtos faz parte de sua 
estratégia empresarial de longo prazo e pode ser, basicamente, de três 
formas: 
 
• Vender o que fabrica: A empresa desenvolve seus novos produtos 
com base na tecnologia que possui - é o tipo product-out. A empresa 
desenvolve e fabrica o novo produto e passa o problema para o 
pessoal de vendas, que sai à procura de compradores. 
• Fabricar o que pode vender: A empresa ouve a voz do mercado. 
Fabrica aquilo que o mercado quer, muitas vezes antecipando-se e até 
mesmo criando necessidades de consumo para seus produtos - é o 
tipo market-in. 
• Estratégia mista: A empresa utiliza as duas estratégias anteriores, 
procurando maximizar seus recursos produtivos e de desenvolvimento 
de novos produtos. 
Processo de Desenvolvimento de Novos Produto 
Aspectos internos Aspectos externos 
Geração da idéia 
Especificações funcionais 
Seleção do produto 
Projeto preliminar 
Construção do protótipo 
Testes 
Projeto final 
Introdução 
Avaliação 
Engenharia Simultânea 
Tempo 
Geração da idéia 
Especificações funcionais 
Seleção do produto 
Projeto preliminar 
Construção do protótipo 
Testes 
Projeto final 
Engenharia Simultânea 
• Também chamada engenharia concorrente, onde o termo concorrente 
significa aquilo que ocorre ao mesmo tempo. 
• A utilização da ES traz uma série de vantagens, como a redução do 
período gasto para o lançamento, qualidade etc. 
• As chances de sucesso no mercado são maiores, pois os possíveis 
clientes foram previamente consultados. 
 
Engenharia Robusta 
• Para o consumidor, a prova da qualidade do produto é seu 
desempenho quando submetido a golpes, sobrecargas e quedas. 
• O produto deve suportar não apenas variações no processo produtivo 
mas também as mais difíceis situações de uso sem apresentar 
defeitos. 
• Assim, um produto de qualidade robusta ou projeto robusto suporta 
todas as adversidades. 
• O conjunto de técnicas que permite dar ao projeto do produto tais 
características é denominado engenharia robusta. 
Engenharia de Valor 
• Consiste na análise sistemática, concebida pelo pessoal de compras 
das empresas, que se deparando com novas tecnologias, novos 
materiais e novos processos produtivos começou a questionar, na hora 
de comprar matérias-primas e/ou componentes para seus produtos, seu 
valor no conjunto do produto. 
• A engenharia de valor tem por diretrizes básicas: 
 a) reduzir o número de componentes; 
 b) usar materiais mais baratos; 
 c) simplificar processos. 
• O processo de análise consiste em: 
 - Selecionar o produto; 
 - Obter informações; 
 - Definir funções; 
 - Gerar alternativas; 
 - Avaliar alternativas; 
 - Selecionar alternativa; 
 - Implantar. 
 
Projeto Modular 
• A partir de módulos projetam-se vários produtos finais diferentes, com 
várias aplicações. 
 
Documentação do Produto 
 
Uma vez definido o produto ou a alteração, este deve ser documentado. 
As formas mais usuais de documentação são: 
 
• Explosão: Faz-se um desenho do produto “explodido”. 
• Diagrama de montagem: Define-se a seqüência de montagem do 
produto. 
• Estrutura analítica: Define-se a composição do produto em seus 
níveis hierárquicos. 
• Lista de materiais (BOM - bill of material): Listam-se todos os 
materiais que compõem o produto. 
Estudo de Tempos 
Tempos Cronometrados 
• A cronometragem é o método mais empregado na indústria para medir 
o trabalho. 
 
Finalidade do Estudo de Tempos: 
• Estabelecer padrões para os programas de produção. 
• Fornecer os dados para a determinação dos custos padrões. 
• Estimar o custo de um produto novo. 
• Fornecer dados para o estudo de balanceamento de estruturas de 
produção. 
 
Equipamentos para o Estudo de Tempos: 
• Cronômetro 
• Filmadora 
• Prancheta para observação 
• Folha de observação. 
Etapas a Serem Seguidas para a Determinação do Tempo Padrão de Uma 
Operação: 
• Discutir com os envolvidos o tipo de trabalho a ser executado, procurando 
obter a colaboração dos encarregados e dos operadores do setor. 
• Definir o método da operação e dividir a operação em elementos. 
• Treinar o operador para que ele desenvolva o trabalho de acordo com o 
método estabelecido. 
• Anotar na folha de observação todos os dados adicionais necessários. 
• Elaborar um desenho esquemático da peça e do local de trabalho. 
• Determinar o número de ciclos a serem cronometrados (n). 
• Realizar as n cronometragens e determinar o tempo médio (TM). 
• Avaliar o fator de ritmo (velocidade) da operação e determinar o tempo 
normal (TN). 
• Determinar as tolerâncias para a fadiga e para as necessidades pessoais. 
• Colocar os dados obtidos em gráfico de controle para verificar sua 
qualidade. 
• Determinar o tempo padrão da operação. 
Divisão da Operação em Elementos: 
• Os elementos de uma operação são as partes em que a operação pode 
ser dividida. 
• Essa divisão tem por finalidade a verificação do método de trabalho e 
deve ser compatível com a obtenção de uma medida precisa, tomando-se 
o cuidado de não dividir a operação em muitos ou em poucos elementos. 
• O tempo de cada elemento será anotado separadamente na folha de 
observação. 
 Exemplo: Você está sentado no sofá da sala ouvindo música e toca a 
campainha da porta. A porta se situa a 10m de onde você está sentado. 
Você deve levantar do sofá, andar até onde está a chave da porta (5m), 
pegar a chave, colocá-la na porta e abrir a porta. Em que elementos essa 
atividade poderia ser dividida? 
 Solução: Caso tivessem de ser cronometradas, as atividades dificilmente 
conseguiriam ser medidas, dado o tempo pequeno que demandam. 
Poderíamos dividir as atividade em: 
 Elemento 1: levantar do sofá e pegar a chave. 
 Elemento 2: andar até a porta, colocar a chave e abrir a porta. 
Determinação do Número de Ciclos a Serem Cronometrados: 
• O número de ciclos a serem cronometrados depende do tamanho da 
operação que está sendo avaliada. 
• Assim, quanto maior for o tamanho da operação, maior será a quantidade 
de ciclos, e vice-versa. 
• Isto porque, quanto menor a operação, mais diferença irá causar no 
resultado final uma eventual variação de tempo. 
 
Avaliação da Velocidade do Operador: 
• A velocidade do operador é determinada subjetivamente por parte do 
cronometrista, que a denomina velocidade normal, à qual é atribuído um 
valor 100 (ou 100%). 
• Para evitar erros, é prática habitual o treinamento e o retreinamento 
sistemático e contínuo da equipe de cronometristas. 
• Neste treinamento utilizam-se operações padronizadas (baralho 52 cartas) 
ou operações realizadas dentro da empresa e para as quais se tenha 
convencionado o tempo que representa a velocidade normal de 100. 
• A velocidade avaliada deve ser registrada na folha de observação. 
Determinaçãodas Tolerâncias: 
• Devem ser previstas interrupções no trabalho para que sejam atendidas 
as denominadas necessidades pessoais e para proporcionar um 
descanso, aliviando os efeitos da fadiga do trabalho. 
 - Tolerância para Atendimento a Necessidades Pessoais: considera-se 
suficiente um tempo entre 10 e 25 minutos (5% aproximadamente) por dia 
de trabalho de 8 horas. 
 - Tolerância para Alívio da Fadiga: têm um valor entre 10% (trabalhos 
leves e em bom ambiente) e 50% (trabalhos pesados em condições 
inadequadas). Geralmente adota-se uma tolerância variando entre 15% e 
20% para trabalhos normais realizados em um ambiente normal, para as 
empresas industriais. 
 
Construção de Gráficos de Controle: 
• No decorrer das cronometragens, devem ser desconsideradas as 
observações nas quais ocorre algum tipo de anomalia. 
• Uma maneira eficaz e tecnicamente correta de verificarmos esse fato é 
utilizar os gráficos de controle de qualidade. 
Determinação do Tempo Padrão: 
 Uma vez obtidas as n cronometragens válidas deve-se: 
• Calcular a média das n cronometragens, obtendo-se o tempo 
cronometrado (TC) ou tempo médio (TM). 
• Calcular o tempo normal (TN): 
 TN = TC x V 
• Calcular o tempo padrão (TP): 
 TP = TN x FT 
 
 Exemplo: Uma operação de furar uma chapa foi cronometrada 10 vezes, 
obtendo-se o tempo médio por ciclo de 4,5 segundos. O cronometrista 
avaliou a velocidade média do operador em 95% e foi atribuído ao 
trabalho um fator de tolerâncias totais (pessoais e para fadiga) de 18%. 
Calcular o tempo padrão. 
 Solução: 
 TC = tempo cronometrado = 4,5s 
 TN = tempo normal = TM x V = 4,5 x 0,95 = 4,28s 
 TP = tempo padrão = TN x FT = 4,28 x (1 + 0,18) = 5,05s

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