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IMPACTO SOCIO AMBIENTAL

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Impactos sociais, ambientais e urbanos das atividades petrolíferas: o caso de Macaé 
Cap. 1-6: Mônica Armand Serrão Pag 97 
 
Os impactos socioambientais e as medidas mitigadoras/compensatórias no 
âmbito do licenciamento ambiental federal das atividades marítimas de 
exploração e produção de petróleo no Brasil 
 
Mônica Armond Serrão1 
 
Licenciamento ambiental: uma decisão de Estado∗ 
O licenciamento ambiental é uma atribuição exclusiva do Estado e um 
instrumento de gestão ambiental, por meio do qual os órgãos ambientais 
autorizam a instalação e operacionalização de grandes empreendimentos 
econômicos (minerações, siderurgias, indústria de celulose etc.) ou de infra-
estrutura (estradas, portos, hidrelétricas, entre outros). 
 
Ao determinar essa distribuição espacial de grandes obras e empreendimentos, 
grande parcela da população passa a conviver com os impactos socioambientais 
que tais empreendimentos causam. Quando se decide que certo empreendimento 
pode ser instalado em uma determinada região, os técnicos responsáveis por essa 
tomada de decisão estarão impondo um determinado grau de risco àquelas 
populações que lá residem. São os técnicos, baseados em um conhecimento 
“perito”, que decidem se aquele risco é aceitável ou não. Contudo, os grupos 
sociais que estarão sujeitos aos impactos e riscos que ali se instalarão não 
participam, de fato, da decisão a respeito da localização do empreendimento. O 
poder da decisão está na mão do Estado. 
 
No caso do licenciamento ambiental, a legislação determina a realização de 
audiências públicas antes de o empreendimento obter a licença ambiental. 
Todavia, as audiências são apenas fóruns consultivos, com limitação de tempo 
para a exposição de dúvidas por parte da população e, portanto, não é um fórum 
de decisão. Essa acontece a posteriori e é restrita aos órgãos ambientais. Dessa 
 
1 Geóloga, especialista em Educação Ambiental Mestre e Doutoranda em Ecologia Social . Analista 
Ambiental da Coordenação Geral de Petróleo e Gás, CGPEG/DILIC/IBAMA, desde 2002. 
∗ Os itens iniciais desse trabalho que discorrem sobre licenciamento ambiental estão baseados no artigo de minha 
autoria com Tatiana Walter e Anderson Vicente: “Educação ambiental no licenciamento ambiental - duas 
experiências no litoral baiano”, publicado no livro Educação ambiental no contexto de medidas mitigadoras e 
compensatórias de impactos ambientais: a perspectiva do licenciamento. Salvador: IMA, 2009. p: 107 – 142. 
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forma, na maioria das vezes, muito pouco, ou nada, dos anseios e medos das 
populações da área de influência dos empreendimentos é incorporado ao processo 
de licenciamento. Fica inteiramente sob a responsabilidade dos técnicos 
governamentais, e em alguns casos, das próprias empresas, a definição de 
projetos ambientais que serão implementados com o objetivo de mitigar ou de 
compensar os impactos e riscos aos quais aqueles grupos sociais estarão 
submetidos com a chegada do empreendimento. 
 
Portanto, no contexto do licenciamento, um determinado grupo social (técnicos 
governamentais) aceita o risco ambiental em nome de outros grupos sociais que 
serão afetados pelo empreendimento, sem que se conheça em profundidade suas 
necessidades, sua percepção de risco e sem levar em conta seus medos e 
ansiedades sobre o que aquele empreendimento causará em suas vidas. Isso 
ocorre em nome de que e de quem? A quem essas decisões de Estado de fato 
beneficiam? A quem de fato o Estado está atendendo? Quem fica com o ônus, 
representado pelos impactos e riscos socioambientais, e quem fica com os 
benefícios, dessa distribuição que vem sendo estabelecida pelo Estado brasileiro? 
 
Nesse contexto, caracterizado por uma desigualdade “estrutural” entre os 
diferentes grupos sociais que compõem a sociedade brasileira, o Estado, na 
maioria das vezes, acaba por favorecer aos grupos econômicos, em nome de um 
modelo de desenvolvimento que prioriza o crescimento econômico, em prol das 
demais dimensões do desenvolvimento (social, ambiental, cultural, etc). 
 
Diante desse quadro, como promover o empoderamento dos grupos sociais 
historicamente excluídos dos processos decisórios que afetam suas vidas, tendo 
em vista que, pela legislação vigente, as decisões tomadas no licenciamento 
cabem exclusivamente ao órgão ambiental? Que instrumentos poderiam ser 
utilizados para propiciar uma real participação dos grupos sociais que serão 
afetados pelos empreendimentos? Até que ponto o próprio licenciamento 
ambiental poderá prever estratégias de fortalecimento desses grupos sociais para 
que se tornem sujeitos atuantes na gestão ambiental de seus territórios? Ou seja, 
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será o licenciamento capaz de contribuir para o desenvolvimento socioambiental 
e não apenas para o crescimento econômico do país? 
 
Na tentativa de responder tais questões, será feita uma apresentação dos 
impactos socioambientais relativos às atividades marítimas de exploração e 
produção de óleo e gás, bem como das medidas mitigadoras e /ou compensatórias 
demandadas pelo IBAMA às empresas petroleiras, no âmbito do licenciamento 
ambiental federal, que constituem condicionantes das licenças concedidas. 
Dentre tais medidas, destacam-se as que vêm sendo implementadas por meio de 
programas de educação ambiental, cujas diretrizes estão pautadas em processos 
participativos que visam à organização social dos grupos impactados pelos 
empreendimentos, em situação de vulnerabilidade socioambiental, 
historicamente excluídos dos processos decisórios no país. 
 
O licenciamento ambiental das atividades de petróleo 
Com a sanção da Lei Federal nº 9.478/98, ocorreu, em 1998, a quebra do 
monopólio da exploração e produção do petróleo no Brasil, permitindo-se, dessa 
forma, que outras empresas, além da Petrobras, atuassem no país. Em 1999, para 
atender à nova demanda por licenciamento ambiental da atividade de petróleo e 
em cumprimento à legislação ambiental, foi criada uma unidade específica no 
âmbito do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais 
Renováveis – IBAMA2. (Walter et al, 2004) 
 
O arcabouço legal3 que respalda o licenciamento em geral, pauta suas exigências 
na análise dos riscos e na avaliação dos impactos ambientais oriundos da atividade 
licenciada. Os riscos e os impactos são conseqüências das características dos 
empreendimentos, aliadas aos aspectos socioambientais dos locais em que estes 
serão instalados. (Walter et al, 2004) 
 
2 A Unidade do IBAMA criada naquele momento denominava-se Escritório de Licenciamento das Atividades 
de Petróleo e Nuclear – ELPN. Em 2006, foi criada a Coordenação Geral de Petróleo e Gás – CGPEG, em 
substituição ao ELPN (Decreto n.° 5.718/2006). A CGPEG integra a Diretoria de Licenciamento Ambiental do 
IBAMA e possui a atribuição de coordenar, controlar, supervisionar, normatizar, monitorar, executar e orientar 
a execução das ações referentes ao licenciamento ambiental, nos casos de competência federal, quanto às 
atividades de exploração, produção e escoamento de petróleo e gás no mar. 
3 O detalhamento da legislação que embasa o licenciamento ambiental dos empreendimentos marítimos de 
petróleo e gás encontra-se em Walter et al., (2004). 
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A atividade de petróleoestá subdividida em duas etapas na fase de exploração 
(pesquisa sísmica e perfuração exploratória) e duas etapas na fase de produção 
(perfuração de desenvolvimento e produção). As atividades de pesquisa sísmica, 
de perfuração e de produção são distintas, originando impactos ambientais 
distintos4. Conseqüentemente, o licenciamento ambiental é específico para cada 
uma das três atividades (sísmica, perfuração e produção). Na etapa de produção 
são considerados os impactos da instalação do empreendimento, da produção de 
óleo ou gás e do sistema de escoamento da produção. (Walter et al, 2004) 
 
As atividades de pesquisa sísmica e de perfuração, em geral, têm duração entre 
um mês e um ano, podendo chegar, em casos excepcionais, a dois anos. Já a 
atividade de produção pode chegar a ter uma duração de décadas. 
 
Os impactos da atividade marítima de exploração e produção de óleo e gás e 
as medidas mitigadoras e compensatórias exigidas no licenciamento 
ambiental 
Os principais impactos da atividade marítima de petróleo são: i) aumento da taxa 
de imigração e alteração dos padrões de uso e ocupação do solo; ii) degradação 
ambiental marinha e costeira; iii) potencial de acidentes com derramamento de 
óleo; iv) restrição e exclusão de áreas marítimas utilizadas por outras atividades 
econômicas, principalmente a navegação e a pesca artesanal; e v) mudança do 
comportamento das espécies marinhas em virtude da presença das estruturas 
físicas, como exemplo, as plataformas e dutos. A mudança na dinâmica das 
pescarias5, a percepção dos atores sociais em virtude da presença de outra 
atividade e a incorporação dessas transformações em seu cotidiano necessitam, 
também, ser observadas. 
 
De maneira geral, tanto a previsão do recebimento de royalties, quanto a do 
aumento na geração de serviços são compreendidas como impactos positivos pela 
 
4 As características de cada uma das etapas (sísmica, perfuração e produção) e seus impactos sobre a pesca 
artesanal encontram-se em Walter et al. (2004). 
5 Na Bacia de Campos, por exemplo, há um tipo de pescaria denominado pesca de plataforma, resultante do 
efeito atrator das estruturas físicas sobre espécies de importância econômica. 
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população local, contudo, é necessário levar em conta que o processo de 
desenvolvimento regional é extremamente desigual e as diferenças sociais 
tendem a se aprofundar quando esses recursos são distribuídos na região. Isso 
porque, raramente os grupos detentores do poder político e econômico aplicam 
tais recursos com o objetivo de promover melhorias reais para a qualidade de vida 
das populações locais. 
 
Soma-se a isso o fato de que a atividade de petróleo caracteriza-se por sua pouca 
capacidade de geração de empregos na região onde se instala, um vez que utiliza 
mão de obra com alta qualificação técnica, oriunda, geralmente, de outras 
regiões do Brasil e de outros países. 
 
O licenciamento avalia, a partir da análise de Estudos Ambientais – EA6, a 
viabilidade socioambiental do empreendimento em questão. Quando cabível, de 
acordo com a legislação, essa análise é complementada com a realização de 
Audiências Públicas. Se o empreendimento for considerado viável, é concedida 
uma licença ambiental que define condições gerais e específicas para que ele seja 
implementado − as condicionantes de licença −, pautadas principalmente nas 
informações do Estudo Ambiental e, em alguns casos, nas informações obtidas em 
vistorias prévias e/ou na Audiência Pública. Tais condições devem ser cumpridas 
pela empresa durante toda a validade da licença e seu cumprimento é 
acompanhado pelo IBAMA. Caso haja descumprimento das condições estabelecidas 
na licença, há uma série de sanções previstas na legislação brasileira. 
 
Os Estudos exigidos no licenciamento dos empreendimentos de petróleo são 
estruturados de maneira que sejam informadas: as características do 
empreendimento; o diagnóstico ambiental da área onde a atividade pretende ser 
realizada; os impactos que serão gerados, à luz das metodologias de Avaliação de 
 
6 A legislação ambiental, de forma geral, pauta o licenciamento na exigência de Estudos de Impacto Ambiental 
– EIA e de seu relatório resumido – Relatório de Impacto Ambiental – RIMA, bem como na realização de 
Audiências Públicas como mecanismo de consulta. Entretanto, para as atividades de exploração e produção de 
petróleo, as Resoluções CONAMA nº 23/94 e 350/04 definem outros tipos de Estudos que podem ser exigidos 
em substituição ao EIA. Também são previstas outras formas de consulta pública, como exemplo, a Reunião 
Técnica. Uma vez que os Estudos e Reuniões possuem as mesmas prerrogativas e se pautam pelas mesmas 
exigências, no presente trabalho, todo tipo de Estudo será considerado como sendo Estudo Ambiental – EA e 
todo tipo de consulta à sociedade sobre o licenciamento como sendo Audiência Pública. 
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Impactos Ambientais; e a proposição de medidas de monitoramento ambiental e 
projetos que mitiguem tais impactos ou os compensem, no caso daqueles 
impactos não mitigáveis. Uma série de normativas define o conteúdo mínimo a ser 
apresentado nos Estudos e, a critério do órgão ambiental e com base nos impactos 
gerados pela atividade, podem ser definidos projetos mínimos, contendo 
diretrizes específicas. Geralmente as empresas contratam empresas de 
consultoria, universidades ou organizações não-governamentais tanto para a 
elaboração dos Estudos, como para a implementação dos projetos exigidos como 
condicionantes das licenças. 
 
Medidas mitigadoras e compensatórias no licenciamento das atividades 
marítimas de exploração e produção de óleo e gás 
 
Para minimizar os impactos constatados pela análise do EA ou compensá-los, cabe 
ao órgão licenciador exigir das empresas que implementem Projetos Ambientais, 
os quais são condicionantes das licenças concedidas. 
Dentre os projetos exigidos à atividade de petróleo têm-se: i) a estruturação da 
área – em termos de equipamentos e recursos humanos – para o combate a 
qualquer emergência relacionada à atividade; ii) o monitoramento ambiental; iii) 
a promoção da educação ambiental dos trabalhadores da empresa, iv) o controle 
dos poluentes gerados pela atividade; v) a estruturação de mecanismos de 
comunicação social que informem à população situada na área afetada pela 
atividade sobre seus riscos e medidas implementadas para minimizá-los; vi) a 
promoção da educação ambiental junto às comunidades da área de influência do 
empreendimento; e vii) o fortalecimento da pesca artesanal como medida 
compensatória devido aos impactos causados a esta atividade. Cada projeto é 
embasado e estruturado fazendo uso de legislação específica. 
 
As medidas de Controle da Poluição, Monitoramento Ambiental, Plano de 
Emergência, Projeto de Educação Ambiental dos Trabalhadores interagem 
indiretamente com o Projeto de Educação Ambiental. Pois, à medida que 
asseguram que existe um controle sobre o empreendimento e que seus resultados 
são divulgados por meio do Projeto de Comunicação Social, aumentam a 
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confiança em torno da Empresa e do órgão regulador, melhorando as ações 
educativas. 
 
É possível, ainda, que outros projetos ambientais sejam exigidos como medidas 
mitigadorasquando são demandados pela população local ou quando o órgão 
ambiental entende ser necessário. 
 
A educação no processo de gestão ambiental 
Em um movimento de fortalecimento da gestão pública no país, existe atualmente 
em desenvolvimento no âmbito do licenciamento ambiental federal, uma 
proposta na qual o espaço da gestão ambiental vem sendo utilizado para se 
desenvolver ações educativas de caráter crítico e transformador. O processo de 
educação no processo de gestão ambiental, iniciado por José Silva Quintas no 
IBAMA, vem sendo construído há mais de quinze anos naquela instituição e, ao 
longo desse tempo, promoveu experiências que resultaram no fortalecimento de 
grupos sociais envolvidos em conflitos de uso de espaços e de recursos naturais, 
instrumentalizando-os no sentido de aumentar o seu poder de participação nas 
decisões afetas à gestão ambiental de seus territórios. 
 
A proposta de educação no processo de gestão ambiental parte do princípio de que 
cabe ao Estado criar as condições para que o espaço da gestão ambiental seja um 
espaço público, evitando que as decisões tomadas privilegiem os atores sociais 
com mais visibilidade e influência na sociedade e deixem de fora outros atores, 
geralmente, os mais impactados negativamente. Portanto, é o Estado que media 
os interesses e conflitos entre atores sociais, definindo os modos de destinação dos 
recursos ambientais na sociedade. (Quintas, 2009) 
 
Quando um órgão ambiental licencia um empreendimento ou nega o seu 
licenciamento, ele estará definindo também quem ganha e quem perde com tal 
decisão, que se configura como um ato de gestão ambiental. Portanto, a gestão 
ambiental nunca é neutra. O Estado quando assume uma determinada postura 
diante de um problema ou conflito ambiental, define como se distribuirão os 
custos e os benefícios decorrentes daquele processo decisório. (Quintas, 2009) 
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A gestão ambiental é um processo de mediação de interesses e 
conflitos entre atores sociais que agem sobre o meio físico-
natural e construído. Esse processo de mediação define e 
redefine, continuamente, o modo como os diferentes atores 
sociais, por meio de suas práticas, alteram a qualidade do meio 
ambiente, e, também, como se distribuem os custos e os 
benefícios decorrentes da ação desses agentes. (QUINTAS, 
2002:14). 
 
Diante disso, a proposta de educação ambiental em questão pressupõe que o 
Estado deve criar as condições necessárias ao controle social da gestão ambiental, 
incorporando a participação de amplos setores da sociedade nos processos 
decisórios sobre a destinação dos recursos ambientais. 
 
A construção dessa proposta, denominada Educação no Processo de Gestão 
Ambiental, iniciou-se na Coordenação Geral de Educação Ambiental do IBAMA – 
CGEAM, nos anos 90, e propõe que o espaço da gestão ambiental pública seja o 
ponto de partida para a organização de processos de ensino-aprendizagem, 
construídos com os sujeitos neles envolvidos. Para Quintas (2009:55), 
buscar a mitigação de assimetrias, pelo menos no plano simbólico, 
é uma das tarefas primordiais de uma educação ambiental com 
centralidade na gestão ambiental pública, uma vez que injustiça e 
desigualdade são inerentes à ordem social vigente. (...) 
 
Assumir este pressuposto significa admitir que a gestão ambiental não se esgota 
em suas dimensões administrativas e técnicas, mas é estruturada e permeada por 
relações políticas e econômicas que situam as próprias escolhas técnicas (Loureiro, 
2009) 
A proposta em questão é um processo educativo eminentemente político, que, 
segundo Layrargues (apud Quintas, 2009:58) “visa o desenvolvimento, nos 
educandos, de uma consciência crítica acerca das instituições, atores e fatores 
sociais geradores de riscos e respectivos conflitos socioambientais”. 
 
Para Layrargues (2009:27) “fazer educação ambiental com compromisso social 
significa reestruturar a compreensão de educação ambiental para estabelecer a 
conexão entre justiça ambiental, desigualdade e transformação social”. De acordo 
com o autor, trabalhar com processos pedagógicos voltados para os grupos sociais 
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em condições de risco e vulnerabilidade ambiental permite uma abordagem 
educativa “contextualizadora, complexa e crítica”. 
 
Ainda de acordo com Layrargues (2009), a educação ambiental com compromisso 
social deve politizar o debate ambiental, propiciando que os atores sociais 
envolvidos nos processo pedagógicos percebam as contradições da realidade 
vivida, as situações de desigualdade, de vulnerabilidade e de risco ambiental, 
auxiliando-os a se instrumentalizar para a defesa de seus direitos e interesses, 
motivando-os a reagir e a participar, como sujeitos políticos, da gestão ambiental 
pública. 
Quando pensamos em educação no processo de gestão ambiental 
estamos desejando o controle social na elaboração e execução de 
políticas públicas, por meio da participação permanente dos 
cidadãos, principalmente de forma coletiva, na gestão do uso dos 
recursos ambientais e nas decisões que afetam à qualidade do 
meio ambiente. (QUINTAS, 2002:9). 
 
As lutas em torno de questões concretas são importantes não somente porque as 
vitórias parciais são úteis por si mesmas, mas também porque contribuem para 
uma tomada de consciência e favorecem a atividade e a auto-organização dos 
grupos em maior situação de vulnerabilidade socioambiental. 
 
Segundo Layrargues (2009:21), quando a política ambiental é formulada com o 
compromisso de combater a injustiça ambiental, “emerge potencialmente como 
uma questão de justiça distributiva” e, nesse caso, tal intencionalidade poderia 
contribuir para o enfrentamento da desigualdade “materializada pelos conflitos 
socioambientais”. (grifos do autor) 
 
 
A proposta de EA no âmbito do licenciamento ambiental 
Ao longo da década de 1990 até o ano de 20077, a Coordenação Geral de Educação 
Ambiental do IBAMA (CGEAM), formulou pressupostos teóricos e metodológicos que 
embasaram a proposta da educação no processo de gestão ambiental, e as ações 
 
7 Em 2007 a Coordenação Geral de Educação Ambiental – CGEAM - foi extinta da estrutura do IBAMA por 
um ato da então Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que criou na mesma ocasião o Instituto Chico 
Mendes de Biodiversidade. 
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promovidas pela CGEAM possibilitaram um acúmulo pedagógico que serviu de 
referência para a elaboração da proposta teórico-metodológica desenvolvida no 
âmbito do licenciamento ambiental federal. Por conta dessa iniciativa, há hoje no 
país, um conjunto de instrumentos jurídicos, teóricos e metodológicos que 
norteiam a educação ambiental no licenciamento, sob uma perspectiva crítica e 
socioambiental8. 
 
Mas quais seriam as especificidades da educação ambiental no licenciamento? O 
que há de novo nessa proposta que tem suscitado tanto interesse ultimamente em 
vários estados do país? Por que essa proposta estaria sendo considerada por 
vários educadores ambientais como estratégica para a gestão ambiental? 
 
Segundo Loureiro (2009:20) essas respostas podem ser dadas de um modo bem 
direto: “a educação ambiental no licenciamento atua fundamentalmente na 
gestão dos conflitos de uso e distributivos ocasionados por um empreendimento” 
e, objetiva garantir: 
(1) a apropriação públicade informações pertinentes; (2) a 
produção de conhecimentos que permitam o posicionamento 
responsável e qualificado dos agentes sociais envolvidos; (3) a 
ampla participação e mobilização dos grupos afetados em todas 
as etapas do licenciamento e nas instâncias públicas decisórias. 
 
Para o autor o ineditismo da proposta estaria pautado numa perspectiva de 
educação ambiental “com forte impacto nas políticas públicas e nas relações de 
poder entre os grupos sociais” que possuem diferentes interesses em relação aos 
processos produtivos licenciados. 
 
No entanto, alerta Loureiro (2009:21), para que ocorram impactos nas políticas 
publicas, os projetos desenvolvidos deverão ir além de ações pontuais e devem 
desenvolver processos educativos que abordem as características, os impactos e 
os riscos do empreendimento, o qual deve ser o foco motivador da ação 
educativa. 
 
8 Entre os documentos norteadores elaborados pelo IBAMA estão: as “Orientações pedagógicas do Ibama para 
elaboração e implementação, de Programas de Educação Ambiental, no Licenciamento de Atividades de 
Produção e Escoamento de Petróleo e Gás Natural”, de 2005 e a Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA NO 
001/10, de 2010. 
 
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Assim, o mesmo autor ressalta que a Educação Ambiental não deve reproduzir e 
dar sentido universal a modos de vida e a valores de grupos dominantes e observa 
que é comum o desenvolvimento de projetos de Educação Ambiental que levam 
“grupos sociais em situação de exclusão a aceitarem padrões culturais e 
comportamentais previamente estabelecidos e a assumirem certos problemas 
como prioritários”. (Loureiro, 2004:4) 
 
O autor chama atenção para o fato de que estes projetos deveriam, 
fundamentalmente, “estabelecer processos participativos de ação consciente e 
integrada, fortalecendo o sentido de responsabilidade cidadã e de pertencimento 
a uma determinada localidade”. Considerando que “todos são sujeitos da 
transformação individual e coletiva, não podendo haver passividade diante do 
mundo”. (Loureiro, 2004:5) 
 
Segundo Loureiro (2004:5) “educar é agir conscientemente em processos sociais 
que se constituem conflitivamente por atores sociais que possuem projetos 
distintos de sociedade, que se apropriam material e simbolicamente da natureza 
de modo desigual.” 
 
Para o autor, não se deve admitir que um projeto de EA no licenciamento, por 
exemplo, seja pautado por atividades com crianças em escolas ou visitações em 
áreas preservadas sem que se leve em consideração o objeto central do processo: 
o empreendimento e seus efeitos. Até porque a atribuição educativa própria da 
gestão ambiental é a educação não-formal. (Loureiro, 2009) 
 
A EA no âmbito do licenciamento das atividades marítimas de exploração e 
produção de óleo e gás 
Como já apresentado, as ações de Educação Ambiental no licenciamento das 
atividades marítimas de óleo e gás são obrigatórias e visam minimizar os riscos e 
os impactos da atividade sobre os grupos sociais afetados por ela. Desde 2004, o 
IBAMA tem proposto diretrizes para o desenvolvimento de projetos de educação 
ambiental que visam ao empoderamento desses grupos, de maneira a diminuir sua 
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vulnerabilidade. No caso da atividade de petróleo, principal atenção tem sido 
dada aos pescadores artesanais9, uma vez que estes são considerados os mais 
afetados por esse tipo de empreendimento. 
 
De acordo com Loureiro (2009), o público prioritário de qualquer projeto no 
contexto do licenciamento devem ser os grupos afetados pelos empreendimentos, 
e os espaços de atuação dos educadores aqueles onde se manifestam os conflitos 
de uso. 
 
Em consonância com tais princípios, foram propostas pelo IBAMA, ações de 
Educação Ambiental para a fase de exploração da atividade petrolífera (etapas de 
sísmica e de perfuração), que ocorrem no âmbito de um projeto denominado 
Plano de Compensação da Atividade Pesqueira – PCAP e para a etapa de produção, 
o projeto de Projeto de Educação Ambiental – PEA. 
 
Ambos os projetos estão orientados para os processos pedagógicos nos espaços 
não formais da educação, ou seja, aqueles que ocorrem em reuniões, nos 
sindicatos, nas associações, ou seja, no inter-relacionamento das pessoas. 
 
As ações do PEA devem proporcionar meios para a produção e aquisição de 
conhecimentos e habilidades e contribuir para o desenvolvimento de atitudes 
visando à participação individual e coletiva na gestão do uso sustentável e na 
conservação dos recursos ambientais, bem como, na concepção e aplicação de 
decisões que afetam a qualidade ambiental (meios físico-natural e sociocultural). 
 
 
9 A definição de pesca artesanal utilizada pelo IBAMA considera que essa atividade contempla tanto as 
capturas com objetivo comercial associadas à subsistência das famílias dos participantes, quanto àquelas com 
objetivo essencialmente comercial. Destaca-se como uma grande fornecedora de proteína de ótima qualidade 
para as populações locais, é multiespecífica (captura diversas espécies de peixe), utiliza grande variedade de 
aparelhos e, em geral, a maioria das embarcações não é motorizada. Geralmente, os meios de produção 
(petrechos de pesca) são confeccionados pelo grupo familiar ou em bases comunitárias e o saber-fazer orienta 
as pescarias e a divisão das tarefas do grupo. O pescador artesanal exerce sua atividade de maneira individual, 
em pares ou em grupos de quatro a seis indivíduos e está sob o efeito de pressões econômicas que governam 
sua estratégia de pesca, selecionando os peixes de maior valor. Sua relação com o mercado é caracterizada pela 
presença de intermediários. A relação de trabalho parte de um processo baseado na unidade familiar ou no 
grupo de vizinhança e tem como fundamento o fato de que os produtores ou parte deles são proprietários do 
seu meio de produção (DIEGUES, 1983). 
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O PEA é elaborado conforme os princípios básicos da educação ambiental 
definidos pela Lei 9.795/99 e é construído e implementado em conjunto com os 
grupos sociais afetados pela atividade, fazendo uso de metodologias 
participativas. Conseqüentemente, o processo educativo se inicia desde a etapa 
de diagnóstico e as decisões, ou ações prioritárias, são sempre escolhidas 
coletivamente, a partir da negociação entre os grupos sociais, empresa e IBAMA. 
 
O PEA e o PCAP possuem duas etapas. A primeira refere-se a um diagnóstico 
participativo realizado com os grupos afetados pelo empreendimento, o qual 
resulta na proposição de projetos que compõem uma agenda ambiental 
comunitária10. A segunda etapa consiste na escolha e implementação de um ou 
mais projetos propostos na primeira etapa. O(s) projeto(s) selecionado deve 
promover ações coletivas, atender às exigências legais e buscar mecanismos de 
sustentabilidade. 
 
Considerações finais 
Diante do que foi apresentado a respeito dos projetos de educação ambiental 
enquanto medidas mitigadoras / compensatórias dos impactos socioambientais da 
atividade marítima de petróleo e gás, como saber se os projetos de caráter 
participativo trarão resultados verdadeiros e serão eficazes no alcance dos 
objetivos de empoderamento e de construção de alternativas reais de 
desenvolvimento para aquelas comunidades? Como verificar se os impactossocioambientais provocados pelos empreendimentos licenciados foram 
minimizados e/ou compensados? Como medir os resultados obtidos? Esse é sempre 
um grande desafio ao se tratar de ações de caráter qualitativo. 
 
Tentar descobrir em que medida esses projetos de educação ambiental são 
instrumentos de empoderamento e emancipação dos grupos sociais ou são apenas 
instrumentos que manterão o status quo das comunidades, gerando ações 
tuteladas pelas empresas em atendimento às exigências do Estado é o desafio 
atual dos analistas ambientais da CGPEG/IBAMA. 
 
10 Não necessariamente o produto final da primeira etapa é uma agenda ambiental comunitária. Mas, o termo 
será aqui utilizado, pois o resultado gerado é um diagnóstico comunitário e um conjunto de ações de curto, 
médio e longo prazo, necessário para desenvolver a comunidade e diminuir sua vulnerabilidade aos 
empreendimentos. 
Impactos sociais, ambientais e urbanos das atividades petrolíferas: o caso de Macaé 
Cap. 1-6: Mônica Armand Serrão Pag 110 
 
 
Do que se observou até o momento das experiências de projetos de educação 
ambiental relacionados a processos de licenciamento ambiental federal das 
atividades marítimas de exploração e produção de petróleo em andamento no 
país, é a existência de um limite muito tênue entre ações emancipatórias e 
tuteladas, sendo necessária uma reflexão contínua sobre até onde ir e o que se 
pode exigir. 
A adoção de premissas e de diretrizes claras para nortear os projetos de educação 
ambiental exigidos como medidas mitigadoras e compensatórias do licenciamento 
ambiental, por exemplo, é uma condição necessária, para que o Estado cumpra 
seu papel de gestor, as empresas implementem projetos comprometidos com a 
transformação da realidade socioambiental das comunidades e estas sejam co-
autoras dos projetos e exerçam seus direitos e deveres na gestão de seu espaço de 
vida. 
 
Portanto, ainda que os projetos de educação ambiental busquem o fortalecimento 
das organizações sociais e o apoio dos movimentos sociais, é necessário que sejam 
acompanhados, avaliados e sistematizados, gerando informações que subsidiem a 
formulação de políticas públicas que visem institucionalizá-los como ações 
obrigatórias no campo da gestão ambiental. 
 
Neste contexto, o IBAMA, no licenciamento de petróleo e gás, tem desenvolvido 
um conjunto de procedimentos que, recentemente, foram consolidados na 
elaboração da Nota Técnica No 001/10, voltada para articular diferentes PEAs 
desenvolvidos em uma mesma região impactada pela cadeia produtiva do 
petróleo, tendo por principais objetivos direcionar diferentes linhas de ação de 
modo que venham a convergir para uma efetiva gestão ambiental regional e 
garantir que os processos educativos estejam voltados para a mitigação / 
compensação dos impactos da atividade licenciada. 
 
Dentre as linhas de ação propostas na referida Nota Técnica, está prevista a 
elaboração de PEAs que desenvolvam ações voltadas para a (i) organização 
comunitária para a participação no licenciamento ambiental, o (ii) controle social 
Impactos sociais, ambientais e urbanos das atividades petrolíferas: o caso de Macaé 
Cap. 1-6: Mônica Armand Serrão Pag 111 
 
da aplicação de royalties e de participações especiais da produção de petróleo e 
gás natural, o (iii) apoio à elaboração, à democratização, à discussão pública e à 
fiscalização do cumprimento das diretrizes de Planos Diretores municipais e o (iv) 
apoio à discussão e ao estabelecimento de acordos para a gestão compartilhada 
das atividades na zona marítima. 
 
Os processos educativos propostos para o licenciamento de petróleo pretendem 
realizar um papel de mediação junto aos grupos e movimentos sociais impactados, 
contribuindo para que os sujeitos envolvidos no processo educativo sejam capazes 
de desvelar a realidade vivida, em todos os seus aspectos, incluindo as 
contradições, as causas da desigualdade, da vulnerabilidade socioambiental e dos 
riscos a que estão sendo submetidos. Espera-se dessa forma, instrumentalizá-los, 
tornando-os aptos a defender seus diretos e interesses, motivando-os a reagir e a 
participar “como sujeitos políticos” dos espaços públicos de decisão. (Layrargues, 
2009) 
 
Dessa forma, acredita-se que o fortalecimento da proposta de educação no 
processo de gestão ambiental no interior das dinâmicas do licenciamento, 
possibilitará ao Estado ampliar o seu papel de mediador de conflitos e promotor de 
políticas socioambientais de caráter público e universalizante. 
 
Referências Bibliográficas: 
IBAMA. Nota Técnica CGPEG/DILIC/IBAMA NO 001/10. Rio de Janeiro: CGPEG / IBAMA, 2010. 
 
LAYRARGUES, P.P. “Educação ambiental com compromisso social: o desafio da superação das 
desigualdades”. In: Carlos Frederico Bernardo Loureiro, Philippe Pomier Layrargues, Ronaldo 
Souza de Castro (Orgs.) Repensar a educação ambiental: um olhar crítico – São Paulo: Cortez, 
2009. p: 11-32. 
 
LOUREIRO, C. F. B In: “Educação ambiental no licenciamento: aspectos legais e teórico-
metodológicos.” In: Carlos Frederico Loureiro (Org.) Educação ambiental no contexto de medidas 
mitigadoras e compensatórias de impactos ambientais: a perspectiva do licenciamento. Salvador: 
IMA, 2009. p: 
 
LOUREIRO, C. F. B.. “Educação Ambiental e Gestão Participativa na Explicitação e Resolução de 
Conflitos”. In: Gestão em Ação. v.7, no 1, jan./abr. Salvador, 2004. 16 p. Disponível em: 
http://homologa.ambiente.sp.gov.br/EA/adm/admarqs/FredericoLoureiro.pdf 
 
QUINTAS, J.S. “Educação no processo de gestão pública: a construção do ato pedagógico”. In: 
Carlos Frederico Bernardo Loureiro, Philippe Pomier Layrargues, Ronaldo Souza de Castro (Orgs.) 
Repensar a educação ambiental: um olhar crítico – São Paulo: Cortez, 2009. p: 33 – 80. 
 
Impactos sociais, ambientais e urbanos das atividades petrolíferas: o caso de Macaé 
Cap. 1-6: Mônica Armand Serrão Pag 112 
 
SERRÃO, M.A., WALTER, T. VICENTE, A. “Educação ambiental no licenciamento ambiental- duas 
experiências no litoral baiano”. In: Carlos Frederico Loureiro (Org.) Educação ambiental no 
contexto de medidas mitigadoras e compensatórias de impactos ambientais: a perspectiva do 
licenciamento. Salvador: IMA, 2009. p: 107 – 142. 
 
WALTER, T. & MENDONÇA, G. Pode o licenciamento ambiental promover o desenvolvimento local? 
Uma reflexão a partir do Baixo Sul – BA. IN: Anais do Seminário de Comemoração dos 30 anos do 
CPDA, 2007.

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