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Emergências Méd no Cons Odon

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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 75
Pylyp Nakonechnyj
EMERGÊNCIAS MÉDICAS
NO CONSULTÓRIO
ODONTOLÓGICO
INTRODUÇÃO
O conceito de emergência, aplicado às ciências da saúde e, mais especificamente, à
Odontologia, pode ser definido como: “uma situação imprevista, que exige uma atitude
imediata”, podendo ser expandido para: “é uma situação clínica crítica imprevista, que exige
atuação imediata, implicando risco de morte para o paciente se não tratada devidamente”.
Diante destas definições, o cirurgião-dentista deve estar preparado para identificar e agir de
acordo com cada uma das situações de emergência que podem ocorrer no consultório
odontológico. Deve ter, além dos conhecimentos necessários, uma estrutura de materiais e
equipamentos próprios para tanto, assim como a equipe multiprofissional do consultório
deve estar treinada para agir em conjunto.
A formação e o treinamento dos profissionais de Odontologia devem ocorrer preferencialmente
nos cursos de graduação, que devem incorporar o tema como matéria obrigatória, como já
ocorre nos cursos de especialização, conforme a Resolução do Conselho Federal de Medicina
- CFO 063/2005: “Deverá constar da área conexa, de todos os cursos de especialização, a
disciplina de Emergência Médica em Odontologia com carga horária mínima de 15 horas”. 1
Embora a ocorrência de emergências em Odontologia não seja freqüente, basta
uma situação mal resolvida chegar aos meios de comunicação para comprometer
tanto o profissional envolvido como toda a classe odontológica.
Os avanços da medicina têm aumentado o número de pessoas com doenças graves e sob
controle, com incremento na média de idade da população. Os progressos sociais fazem com
que estas pessoas tenham mais acesso aos serviços odontológicos, que precisam se ajustar a
esta realidade.
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76 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
Os tratamentos odontológicos são mais sofisticados, lançando mão de procedimentos mais
demorados, cirurgias reconstrutoras e uso de substâncias medicamentosas na prática cotidiana,
expondo os pacientes normais e com comprometimento médico a situações de risco.
O uso de anestésicos locais tornou-se prática comum na Odontologia, deixando o campo dos
procedimentos mais agressivos para serem utilizados em todas as áreas. Com o número de
cirurgiões-dentistas registrados no CFO igual a 214.949,1 fazendo um cálculo conservador
que cada cirurgião-dentista praticará apenas um ato anestésico por dia, ainda assim o número
de anestesias diárias será bem grande, com a possibilidade de situações adversas bem
freqüentes, mesmo que sem evoluir para o óbito.
No texto da Lei 5.081, de 24/08/1966, no artigo 6º, está prescrito que o cirurgião-
dentista pode “prescrever e aplicar medicação de urgência no caso de acidentes
graves que comprometam a vida e a saúde do paciente”, sendo confirmado pela
Resolução CFO-063-2005, não devendo haver a preocupação de estar praticando
ato ilegal ao agir diante de uma situação de emergência.1,2
Assim sendo, por este conjunto de possibilidades, a classe odontológica tem que incorporar
o presente tema em suas preocupações diárias, a partir dos bancos acadêmicos, buscando
sempre atualização ao longo de sua prática profissional.
O objetivo deste capítulo não é esgotar o tema e sim trazê-lo à atenção do profissional,
dando um panorama geral das emergências médicas mais comuns que possam ocorrer no
consultório odontológico, fornecendo protocolos simplificados e eficazes que possam ser
utilizados pelo cirurgião-dentista e sua equipe.
Existe literatura ampla e detalhada sobre o tema à disposição, cabendo ressaltar que a matéria
já é obrigatória nos cursos de especialização, restando fazer parte do currículo regular da
graduação dos cursos de Odontologia.
OBJETIVOS
Ao término do estudo deste capítulo, espera-se que o leitor seja capaz de:
ƒ reconhecer os casos mais comuns de emergências odontológicas;
ƒ identificar os sintomas de cada caso e seus respectivos procedimentos emergenciais;
ƒ decidir pelo tratamento que mais condiz a cada paciente;
ƒ utilizar adequadamente as técnicas e equipamentos básicos para tratamento de
emergências.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 77
Materiais e equipamentos
Medicamentos
Prontuário odontológico
Emergências médicas
Suporte básico da vida
Conclusão
Armamentarium
Emergências cardiovasculares
Síncope
Angina pectoris
Infarto do miocárdio
Parada cardíaca
Crise hipertensiva
Emergências respiratórias
Hiperventilação
Crise asmática
Enfisema
Parada respiratória
Emergências neurológicas
Acidente vascular cerebral
Convulsão
Emergências metabólicas
Hipoglicemia
Alergia
ESQUEMA CONCEITUAL
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78 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
PRONTUÁRIO ODONTOLÓGICO
No consultório odontológico deve existir um prontuário que contenha não somente
os dados relativos ao tratamento, como também informações relativas à saúde geral
do paciente, permitindo que o cirurgião-dentista esteja preparado para ajustar sua
conduta e seu plano de tratamento, em função de estados patológicos de seu
paciente.
Um dos elementos mais importantes para estabelecer os estados de risco de cada paciente é
o questionário de saúde. Ele é a primeira etapa para que o cirurgião-dentista conheça a
saúde de seu paciente, demonstrando a ele o interesse e o zelo por seu bem-estar. A partir
das informações obtidas pelo questionário, o profissional poderá prever possíveis complicações
durante o tratamento, tomar medidas preventivas e antecipar providências em caso de
emergências. Constitui-se também em importante documento odontolegal, em casos de
emergências.
As informações colhidas através do questionário indicarão a necessidade de realização de
exames complementares ou de consultas com médicos especialistas.
Existem vários modelos de questionários de saúde, entre eles, o modelo sugerido pelo Conselho
Federal de Odontologia. De uma maneira geral, os questionários podem ser preenchidos
pelo profissional, sob a forma de entrevista, ou pelo próprio paciente ou seu responsável,
cabendo ao profissional revisar a ficha preenchida pelo paciente e comentar as respostas.
No modelo proposto, neste capítulo, foi feita uma pesquisa para incluírem-se as patologias
mais comuns e freqüentes, procurando utilizar linguagem acessível ao leigo. A programação
visual colocou todas as perguntas numa única página, tornando o preenchimento mais
dinâmico e amistoso para o paciente, que marcará as opções que se enquadram em seu
caso, devendo o cirurgião-dentista comentar com o paciente apenas as respostas positivas.3
O cirurgião-dentista não tem a obrigação de conhecer todas as patologias da área
de competência médica, mas deve alertar-se para as patologias anunciadas pelos
pacientes, devendo, dentro do seu conhecimento, adequar o plano de tratamento.
Já existe literatura especializada dirigida à Odontologia sobre este tema.4
Caso o paciente tenha algum comprometimento sério de saúde, é conveniente registrar no
prontuário o nome e telefones do médico responsável, para eventuais contatos.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 79
Figura 1 – Questionário de saúde
Fonte: Moraes e Nakonechnyj (1990).3
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80 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
O questionário de saúde deve ser complementado com um exame físico sumário, composto
pela observação do biótipo do paciente, sinais sugestivos de patologias não relacionadas, e
registro dos sinais vitais básicos, como pressão arterial, freqüência cardíaca, temperatura e
freqüênciarespiratória. Embora não faça parte da rotina cotidiana da prática odontológica,
podendo até causar espanto ao paciente, estes registros são de alta valia. Para o profissional
pouco familiarizado com o esfigmomanômetro convencional e estetoscópio, existem modelos
digitais que facilitam esses procedimentos.
Na pressão arterial, os valores considerados normais são de 120mmHg para a pressão
sistólica (máxima) e de 80mmHg para a pressão diastólica (mínima). A pressão deve ser medida
após a acomodação do paciente, permitindo que ele se acalme e se ajuste ao ambiente do
consultório; caso os valores estejam alterados numa primeira medição, aguardar cerca de
meia hora e repetir a medida. Valores acima de 140/90mmHg são indicativos de hipertensão
leve, devendo ser sugerida avaliação médica, caso o paciente não esteja sob orientação
especializada.5
A freqüência cardíaca normal tem valores médios em torno de 80 batimentos por minuto
(bpm), devendo-se levar em conta que pacientes que tenham atividade física regular poderão
ter, em repouso, a freqüência reduzida. Esta medição pode ser feita no pulso radial ou carotídeo,
também valendo a sugestão de esperar o paciente acalmar-se.5
A freqüência respiratória pode ser registrada pela contagem dos movimentos respiratórios
em um minuto, sendo medida em incursões por minuto (ipm). O valor normal médio é de
20ipm, ou seja, cerca de um quarto da freqüência cardíaca.5
Figura 2 – Esfigmomanômetro e estetoscópio
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
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A temperatura pode ser medida na cavidade bucal, sendo o valor normal de 37ºC. O aumento
de temperatura, acompanhado de sintomatologia compatível com quadro infeccioso, acima
de valores de 37,5ºC, deve ser considerado estado febril, contra-indicando procedimentos
eletivos.5
1. Por quais exames deve ser complementado o questionário de saúde fornecido pelo paci-
ente?
2. Em relação ao tema “emergências médicas”, o papel do questionário de saúde do pron-
tuário odontológico visa:
A) fornecer amparo legal ao cirurgião-dentista em caso de óbito no consultório.
B) registrar o nome dos médicos que tratam do paciente.
C) identificar os pacientes de risco e ajustar o plano de tratamento.
D) anotar os nomes dos remédios que o paciente não pode receber.
Resposta no final do capítulo
3. A freqüência cardíaca e a freqüência respiratória são respectivamente consideradas nor-
mais quando apresentam quais destes valores?
A) 80bpm e 20ipm.
B) 20bpm e 20ipm.
C) 80ipm e 20bpm.
D) 80imp e 80bpm.
Resposta no final do capítulo
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82 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
ARMAMENTARIUM
O armamentarium necessário ao cirurgião-dentista para ocorrências de emergências no
consultório odontológico consiste em materiais, equipamentos e medicamentos.
MATERIAIS E EQUIPAMENTOS
Os materiais e equipamentos necessários estão divididos em acessórios para ventilação,
monitorização de sinais vitais e materiais para a administração de medicamentos.
Os equipamentos para assistência ventilatória são (Figuras 3 a 5):
ƒ unidade de AMBU (Ambiental Breath Unit – unidade de ventilação ambiente), também
conhecida por BVM (Bag Valve Mask – máscara com bolsa e válvula),6 que é composto
por uma máscara acoplada a uma bolsa de borracha que, ao ser comprimida, gera um
fluxo de ar com pressão positiva, essencial nos casos de parada cardiotrespiratória;
ƒ cilindro de oxigênio, tanto pode ser acoplado ao AMBU aumentando a concentração
de oxigênio a ser insuflada pela bolsa, como pode ter uma linha própria de pressão
associada a uma válvula de demanda, que fornece oxigênio com pressão positiva de
40mmHg, suficiente para insuflar os pulmões do paciente. Em ambos os casos, deve-
se utilizar uma cânula de Guedel, pois com o paciente desacordado e em decúbito
dorsal, pode-se tracionar a língua anteriormente, e liberar a via aérea superior.6,7,8
Figura 3 – Ambu e cânulas de Guedel
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 83
Figura 4 – Cilindro de oxigênio
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
Figura 5 – Válvula de demanda, com pressão positiva de 40mmHg
Fonte: Arquivo de imagens do autor.
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84 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
Embora possa não parecer um equipamento específico, o telefone faz parte do protocolo de
atendimento de emergências, dispondo de uma lista atualizada e de fácil localização com os
números dos serviços de emergência e dos médicos que acompanham os pacientes em
tratamento.
Em consultórios que fazem uso de sedação inalatória, o oxímetro digital deve fazer parte do
rol de equipamentos presentes.
MEDICAMENTOS
O cirurgião-dentista deve estar familiarizado com a indicação e administração de
cada medicamento a ser utilizado em emergências, pois só têm sentido serem
aplicados com certeza absoluta de seu uso. 9
Os medicamentos que devem estar disponíveis podem ser divididos em obrigatórios e
acessórios.
Os medicamentos obrigatórios são:5,9
ƒ o oxigênio, administrado por meio dos equipamentos já descritos;
ƒ a adrenalina 1:1000 (ampola 1mL); e
ƒ o dinitrato de isossorbida (comprimido 5mg), que é um vasodilatador coronariano
para uso sublingual.
Os medicamentos acessórios são:5,9
ƒ anticonvulsivante, como o diazepam 10mg (ampola 2mL);
ƒ corticosteróide, como o succinato de hidrocortisona 100mg (frasco-ampola 2mL);
ƒ anti-histamínico, como a prometazina (ampola 2mL);
ƒ broncodilatador, como o salbutamol (aerossol); e
ƒ glicose, em pó ou em cubos.
A via de administração parenteral deve ser utilizada apenas pelo profissional que estiver
familiarizado com ela. O aprendizado pode ser realizado em hospitais de emergência e cursos.
Deve-se observar com especial atenção a validade dos medicamentos, assim como seu
armazenamento em local de fácil acesso.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 85
4. Os materiais e equipamentos que devem fazer parte dos aparatos de emergência de um
consultório odontológico estão divididos em três classes. Quais são elas?
5. Identifique os medicamentos obrigatórios e acessórios usando A para medicamentos
acessórios e O para medicamentos obrigatórios.
( ) corticosteróide
( ) broncodilatador
( ) oxigênio
( ) anti-histamínico
( ) adrenalina
( ) dinitrato de isossorbida
( ) anticonvulsivante
( ) glicose, em pó ou em cubos
Resposta no final do capítulo
EMERGÊNCIAS MÉDICAS
As emergências médicas que podem ocorrer no consultório odontológico podem ser divididas
didaticamente em grupos, de acordo com o principal sistema afetado ou de acordo com os
primeiros sinais observados. Deve-se observar que muitas vezes as situações estão interligadas
entre si, podendo ocorrer simultaneidade.
Nem todas as emergências evoluem necessariamente para risco de morte, mas todas
exigem uma atitude imediata. Toda situação que comprometa a circulação ou a
respiração, ou ambas, evolui para perda de consciência, sendo importante a
permanente observação do paciente durante a consulta para que, observando-se
alguma alteração, seja possível agir sobre a causa-base.6,7,8
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86 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
De uma maneira geral, qualquer situação que cause uma parada cardíaca é acompanhada
por uma parada respiratória, ou vice-versa. Por isso, os procedimentos que tratam esses
episódios são chamados de ressuscitação cardiopulmonar (RCP). Existem dois níveis de
atendimento de emergências, o Suporte Básico da Vida (BLS – Basic Life Support)e o
Suporte Avançado da Vida em Trauma (ATLS – Advanced Trauma Life Support). O cirurgião-
dentista deve enquadrar seu preparo e de seu consultório ao Suporte Básico da Vida, acrescido
da administração de medicamentos, como indicado anteriormente, por estar habilitado
legalmente a fazê-lo.
EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
As emergências médicas com as quais o cirurgião-dentista deve-se precaver no consultório
são a síncope, a angina pectoris, o infarto do miocárdio, a parada cardíaca e a crise hipertensiva.
SÍNCOPE
A síncope é a emergência de ocorrência mais comum nos consultórios odontológicos,
caracterizada pela perda súbita da consciência, estando associada em muitos casos com
ansiedade e estresse. Podem também estar associada à hipoglicemia causada por jejum,
cansaço e altas temperaturas ambientais.
Pode ocorrer em idosos que estejam sendo submetidos a tratamentos em que sejam
posicionados com a cabeça em hiperextensão por longos períodos. Gestantes sendo tratadas
com a cadeira em posição horizontal podem perder a consciência por compressão da veia
cava pelo peso do abdome, reduzindo o retorno venoso, causando uma diminuição do débito
cardíaco e redução da circulação para o cérebro.
Nem toda perda de consciência é uma síncope, já que outras condições levam a
essa emergência, exigindo um tratamento mais específico.
O melhor tratamento da síncope é a identificação prévia dos pacientes com grau acentuado
de ansiedade e resistência ao ambiente odontológico, devendo ser marcado para horário no
início do dia, e ser considerado o uso de algum método de controle da ansiedade. Uma boa
relação interpessoal com o paciente, ambiente tranqüilo e redução de estímulos dolorosos,
por meio de técnicas anestésicas adequadas, reduzirão a chance de um evento dessa
natureza.4,6,7,8
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 87
Na ocorrência de uma síncope, o paciente deve ser colocado em posição supina,
com a cabeça ligeiramente abaixo do tronco. Procedimentos devem ser interrompidos
e os materiais colocados na boca devem ser retirados, devendo manter-se aspiração
permanente da cavidade bucal. O queixo deve ser levantado, para retificação da via
aérea superior, facilitando a ventilação. Muitas vezes, essas manobras favorecem a
recuperação espontânea da consciência, mas a administração de oxigênio pode
acelerar a melhora do paciente (Figura 6).
Ao longo da evolução do evento, o profissional deve monitorar os sinais vitais e ter certeza de
que a perda de consciência não está associada a outra situação de base, devendo estar
pronto para fazer contato com um serviço de emergência.
Mesmo que o paciente recupere logo a consciência, procure mantê-lo sentado até seu completo
restabelecimento e programe o restante do procedimento para outra oportunidade.6,7,8
ANGINA PECTORIS
A angina pectoris é caracterizada por uma dor pré-esternal aguda, muitas vezes com irradiações
para o braço esquerdo, região epigástrica e mandíbula. Ocorre em função de redução da
irrigação cardíaca por contração dos vasos coronarianos, podendo ocorrer em pacientes sem
antecedente conhecido de insuficiência coronariana. O episódio pode ser desencadeado por
esforço físico, ansiedade e outros estados emocionais. O quadro vem acompanhado por
sudorese, agitação, taquicardia e algum grau de dispnéia.
Figura 6 – Retificação das vias aéreas
Fonte: Malamed (2000).6
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88 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
O paciente portador de insuficiência coronariana, normalmente, está em acompanhamento
médico, devendo ser orientado por seu médico quanto às modificações no plano de tratamento
odontológico.
Uma crise de angina pode evoluir para um infarto agudo do miocárdio, caso a redução da
circulação perdure por muito tempo. Na maioria dos casos, o repouso e procedimentos para
acalmar o paciente serão de grande importância.4,6,7,8
Em relação à angina pectoris deve-se interromper o procedimento odontológico,
melhorar a posição do paciente e verificar sinais vitais. Deve-se, também, administrar
oxigênio e vasodilatador coronariano sublingual. O quadro de dor deve melhorar
em cerca de três a cinco minutos. Caso os sintomas não melhorem, considerar a
possibilidade de tratar-se de infarto agudo de miocárdio, já que a dor desse último
não regride com o vasodilatador coronariano. Após a regressão do quadro, encaminhe
o paciente para avaliação médica.6,7,8
INFARTO DO MIOCÁRDIO
O infarto agudo do miocárdio é causado pela deficiência ou interrupção do suprimento
sanguíneo de determinada região do miocárdio, decorrente de espasmo ou obstrução de
artéria coronária. Clinicamente, manifesta-se por dor pré-esternal, com as mesmas
características da angina pectoris, porém, com maior intensidade, não regredindo com o uso
de vasodilatador coronariano; acompanha também, quadro de sudorese, agitação, dispnéia,
náusea e vômito.
O infarto agudo do miocárdio evolui com alteração do ritmo cardíaco, insuficiência
cardíaca, podendo culminar em uma parada cardíaca.
O paciente de risco é o coronariano crônico, que já teve episódios anteriores de angina
pectoris e faz uso regular de vasodilatador coronariano sublingual, além de outras medicações
cardiológicas.
A rotina de atendimento do paciente coronariano deve incluir uma liberação cardiológica
prévia, planejamento de um eficiente controle de ansiedade, monitorização freqüente de
sinais vitais, antes e durante o atendimento.
Do ponto de vista odontológico, os procedimentos devem ser minimizados em sua duração e
agressividade, mesmo que isso signifique um maior prazo no tratamento; os anestésicos
locais de escolha devem ser os que possuem, em sua formulação, vasoconstritores que não
contenham aminas simpático-miméticas, como por exemplo: prilocaína com felipressina.4,6,7,8
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 89
Havendo suspeita de que o quadro apresentado trata-se de infarto agudo do
miocárdio, após uso de vasodilatador coronariano, deve-se posicionar o paciente
com o tronco reclinado com cerca de 45º em relação aos membros inferiores,
começando imediatamente a administração de oxigênio através de cateter nasal ou
máscara. O uso de analgésicos opiáceos pode ser considerado por profissionais que
tenham domínio da via parenteral para administração de medicações, além de
treinamento específico. Deve ser providenciado atendimento médico o mais rápido
possível, com remoção para unidade de terapia intensiva coronariana.6,7,8
PARADA CARDÍACA
A evolução do infarto agudo do miocárdio pode ser uma parada cardíaca. Funcionalmente,
caracteriza-se pela incapacidade do coração em bombear sangue para o organismo. Do ponto
de vista cardiológico, pode ser devido à parada completa dos batimentos cardíacos, chamada
de assistolia, ou a um aumento exagerado da freqüência cardíaca, chamado de fibrilação.
Esta diferenciação só pode ser feita através de monitorização cardíaca. Clinicamente, o paciente
perde a consciência e não é possível identificar-se batimentos cardíacos, quer no pulso radial
como carotídeo.
A conduta diante da parada cardíaca corresponde ao suporte básico da vida, cujo
principal objetivo é restabelecer a circulação e a oxigenação dos órgãos vitais,
principalmente o cérebro.
A parada cardíaca pode ocorrer também em conseqüência a uma parada respiratória, em
função de causas que serão comentadas no segmento de emergências respiratórias, mas as
manobras de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) são comuns, independente da origem
do problema.4,6,7,8
CRISE HIPERTENSIVA
O paciente hipertenso, mesmo quando controlado e sob acompanhamento médico, pode ter
um episódio de descompensação no consultório odontológico, tanto antes como durante o
atendimento. O registro de sua patologiano questionário de saúde permite que sejam tomadas
medidas preventivas de crises durante o tratamento, através de ajuste na medicação anti-
hipertensiva e emprego de sedação prévia prescrita pelo médico responsável.
O paciente tem que ser esclarecido que não deve interromper sua medicação anti-
hipertensiva regular, independentemente do plano de tratamento odontológico.
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90 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
A medição da pressão arterial prévia à consulta permite avaliar se é possível a realização do
tratamento planejado. O controle da dor e a escolha do protocolo de anestesia local com
vasoconstritor não adrenérgico minimiza o desencadeamento de crises.4,6,7,8
A crise hipertensiva pode manifestar-se clinicamente por cefaléia e agitação, além de aumento
no sangramento, em caso de procedimentos cirúrgicos. A complicação mais séria associada à
crise hipertensiva aguda é o acidente vascular cerebral (AVC) hemorrágico, com manifestações
neurológicas próprias que serão apresentadas mais adiante.5
Na ocorrência de uma crise hipertensiva, o paciente deve ser posicionado em posição
semi-reclinada, com a cabeça em nível superior ao tronco. O cirurgião-dentista deve
procurar acalmar o paciente, mantendo a monitorização da pressão arterial até que
esta se regularize. Caso haja medicação prescrita pelo médico responsável para esta
situação, providencie sua administração. Deve-se evitar a administração de
medicações anti-hipertensivas por iniciativa do cirurgião-dentista, já que este não
está legalmente habilitado para estabelecer terapêutica para hipertensão arterial,
podendo agravar o caso em função de medicação inadequada.6,7,8
6. Cite as emergências cardiovasculares mais comumente encontradas nos consultórios de
odontologia?
7. Explique o que é e como funciona a Unidade de AMBU.
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 91
8. Um paciente que compareça para tratamento odontológico, com história de dor torácica
após esforço físico, que é aliviada com uso de vasodilatador coronariano, deve ter como
suspeita de diagnóstico:
A) pneumotórax
B) infarto do miocárdio
C) angina pectoris
D) fratura de costela
Resposta no final do capítulo
9. Em uma parada cardíaca, o tratamento imediato é:
A) massagem cardíaca fechada.
B) preservar permeabilidade das vias aéreas.
C) promover ventilação pulmonar efetiva.
D) todos os itens anteriores.
Resposta no final do capítulo
10. Explique o procedimento a ser realizado pelo profissional de odontologia no caso do
paciente apresentar quadro de infarto do miocárdio.
EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
As emergências respiratórias com as quais o cirurgião-dentista deve ser precaver no consultório
são a hiperventilação, a crise asmática, o efisema e a parada respiratória.
HIPERVENTILAÇÃO
A hiperventilação é causada pelo aumento da freqüência respiratória, causando um aumento
da oxigenação sanguínea e um conseqüente desequilíbrio ácido-base no metabolismo, com
a instalação de uma alcalose respiratória, o que causa um estado de confusão mental, agitação,
dor no peito, dormência de extremidades, podendo evoluir eventualmente para perda de
consciência. A causa principal é ansiedade e medo, causando um aumento da freqüência
respiratória.4,6,7,8
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92 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
A hiperventilação é uma das poucas emergências em que a administração de oxigênio
está contra-indicada. O paciente deve ser orientado a controlar sua respiração,
respirando profunda e lentamente, até a regularização do quadro. Respirar dentro
de um saco fechado causará uma retenção de dióxido de carbono no organismo,
compensando a alcalose respiratória.5,6,7,8
CRISE ASMÁTICA
A asma está enquadrada dentro das doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC),
caracterizada por uma diminuição do diâmetro da traquéia e dos brônquios, em função de
diversos estímulos. A etiologia pode ser diversa, podendo haver um componente alérgico
associado ao quadro.
Na crise asmática ocorre uma contração espástica da musculatura lisa dos brônquios, com
edema e aumento da produção das secreções.
Fatores ambientais, tais como poeira, temperaturas baixas, cheiros fortes e irritantes, associados
a fatores emocionais, podem desencadear crises asmáticas com diferentes níveis de intensidade,
podem levar a óbito se não tratada adequadamente.
O paciente asmático informa sua patologia no questionário de saúde, sendo pouco provável
que ocorra uma primeira crise em paciente sem asma registrada anteriormente.
Estes pacientes normalmente fazem acompanhamento médico, fazendo diversos tipos de
tratamento, como exercícios físicos e fisioterapia respiratória, dessensibilização com vacinas,
broncodilatadores em aerossol.
O ambiente odontológico exerce um efeito estressante sobre os pacientes,
especialmente aqueles que apresentam situações clínicas que se agravam com
alterações do estado emocional, além de ser rico em odores fortes das substâncias
e medicamentos utilizados. O asmático deve ter sua permanência reduzida o máximo
possível dentro do consultório.
A crise asmática é facilmente identificável, com o paciente apresentando dificuldade em
respirar, sudorese, palidez e até mesmo um grau de cianose, acompanhado de um ruído
agudo durante a respiração, causado pelo broncoespasmo.4,6,7,8
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 93
O paciente asmático crônico carrega consigo o broncodilatador, que na maioria das
vezes interrompe a crise rapidamente. O paciente deve ter sua posição melhorada,
iniciando-se a administração de oxigênio o mais rápido possível, após o uso do
aerossol. Caso haja persistência do quadro, administrar até 0,5mL de adrenalina
1:1000 por via subcutânea, devendo haver monitorização permanente dos sinais
vitais, principalmente da pressão arterial, em função dos demais efeitos da
adrenalina.6,7,8
ENFISEMA
O enfisema é outra patologia do grupo das doenças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC),
caracterizada pela alteração dos brônquios e bronquíolos terminais, com perda da elasticidade
do parênquima pulmonar, causando dificuldade na inspiração e expiração, com acúmulo de
secreções. Geralmente está associada ao tabagismo de longa duração. O paciente com
enfisema normalmente encontra-se sob tratamento e orientação médica e dificilmente irá ao
consultório odontológico sem estar compensado.
O paciente enfisematoso está sujeito às mesmas tensões e ansiedades em relação ao ambiente
odontológico, sendo que a sua condição prévia agrava situações como a hiperventilação, por
exemplo. Assim como na hiperventilação em pacientes normais, não se deve administrar
oxigênio ao paciente enfisematoso.4,6,7,8
PARADA RESPIRATÓRIA
A parada respiratória, como emergência primária, está basicamente associada à obstrução
alta das vias aéreas, o que pode ser comum na prática odontológica, em função do uso de
materiais dentro da cavidade bucal, tais como instrumentos, materiais de moldagem, materiais
de restauração e próteses.
Quando o paciente, inadvertidamente, inicia um movimento de deglutição, o corpo estranho
tanto pode ser deglutido, indo para o esôfago e estômago, indicando a necessidade de
atendimento médico eletivo, principalmente quando o objeto for de natureza cortante ou
perfurante, como instrumento endodôntico utilizado sem isolamento absoluto.6,7,8
Se o corpo estranho é aspirado, tanto pode ficar preso na laringe como deslocar-se para a
traquéia e brônquios. Em se tratamento de objeto sólido e de volume aproximadamente ao
do diâmetro da via aérea, poderá restringir ou até mesmo impedir a ventilação, caminhando
rapidamente para uma situação de parada respiratória, seguindo-sepor perda de consciência
e parada cardíaca.
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:3893
94 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
Quando o objeto tem diâmetro menor que o da via aérea, pode ser aspirado para o interior
de um dos pulmões, podendo causar uma atelectasia do lado acometido, porém permitindo
que o paciente mantenha uma ventilação reduzida, porém suficiente para manutenção da
vida, permitindo que seja transportado para um serviço de emergência para remoção do
corpo estranho por um especialista.4,6,7,8
O tratamento da parada respiratória por obstrução por corpo estranho consiste
essencialmente em remover o corpo estranho o mais rápido possível,
preferencialmente com o paciente ainda consciente. O procedimento indicado tem
o nome de “Manobra de Heimlich”, que consiste em movimentos de compressão
abdominal, aumentando a pressão intra-abdominal e elevando a cúpula diafragmática
subitamente, aumentando a pressão intratorácica, promovendo um fluxo intenso
expiratório, com a intenção de expulsar o corpo estranho (Figura 7).6,7,8
Figura 7 – Manobra de Heimlich
Fonte: Malamed (2000).6
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PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 95
EMERGÊNCIAS NEUROLÓGICAS
As emergências neurológicas com as quais o cirurgião-dentista deve-se precaver no consultório
são o acidente vascular cerebral (AVC) e a convulsão.
ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL
O AVC deve ser dividido em duas categorias em função de sua origem, ou seja, hemorrágico
ou isquêmico.
O AVC hemorrágico está associado principalmente a pacientes com pressão arterial aumentada,
podendo também estar associado a pacientes com outras alterações vasculares, como
aneurismas que se rompem. Outras patologias que causam alterações vasculares, gerando
obstruções ou redução da irrigação sanguínea do cérebro, estão associadas ao AVC isquêmico.
Pacientes que tenham relatado ter sofrido um AVC previamente devem ser atendidos
com atenção especial, pois apresentam risco aumentado de novo episódio; um
rigoroso levantamento dos fatores clínicos de risco, com os devidos ajustes no
protocolo de atendimento, além de um bom controle da dor e da ansiedade e
procedimentos de curta duração, servem como importantes elementos de prevenção
de situações que possam desencadear um AVC durante um atendimento
odontológico.
O quadro clínico do AVC é composto por dor de cabeça, enjôo e náusea, redução ou paralisia
do lado oposto ao lado comprometido, culminando com perda de consciência. A evolução
destes sintomas pode ser lenta ou rápida, dependendo da natureza e extensão do quadro. O
AVC hemorrágico costuma ter evolução mais rápida e maior gravidade. 4,6,7,8
A rapidez com que o paciente recebe atendimento médico especializado é fator
essencial para a sobrevida do paciente, devendo ser a primeira providência a ser
tomada. Em seguida, o paciente deve ser colocado em posição confortável, sentado,
ter suas vias aéreas desobstruídas, com remoção de todo e qualquer material da
boca; a monitorização dos sinais vitais deve ser feita logo no início dos sintomas.
Caso o paciente perca a consciência, deve ser colocado em posição supina, feita
revisão da permeabilidade das vias aéreas, com a devida assistência ventilatória.
Havendo evolução para parada cardiorrespiratória, as manobras de ressuscitação
cardiopulmonar devem ser executadas até a chegada da equipe médica.5,6,7,8
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:3895
96 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
CONVULSÃO
A convulsão é uma manifestação do comprometimento da atividade cerebral, caracterizada
por alterações do estado de consciência do paciente e atividade motora alterada, com
movimentos tônico-clônicos, que são contrações alternadas com relaxamento. Os pacientes
epilépticos também têm sinais prodrômicos, como relato de percepção de “luzes” e “clarões”,
que indicam o advento de crise epiléptica.
Nem todo episódio convulsivo está associado à epilepsia; situações com febre,
diminuição da concentração dos níveis sanguíneos de oxigênio e glicose, uso de
determinados medicamentos em altos níveis, como sobredose de anestésicos locais
ou injeção inadvertida dos mesmos em vasos sangüíneos, traumatismos cranianos
ou AVC, podem desencadear crises convulsivas.
As convulsões podem manifestar-se tanto com agitações psicomotoras, com duração de
cerca de 5 minutos, como por ausências, sem ocorrência de distúrbios motores.
É importante que os pacientes com história de convulsões estejam em uso regular de medicação
prescrita por seu neurologista, não devendo interrompê-la para o tratamento odontológico.
O uso de medicação complementar para controle da ansiedade deve ser indicado pelo médico
acompanhante.4,6,7,8
Na ocorrência de uma crise convulsiva, ou caso o paciente informe que pressente
que terá uma convulsão, deve-se colocar em posição reclinada com a cabeça elevada,
remover próteses móveis e objetos utilizados durante o tratamento, afastar objetos
e equipamentos que possam ser atingidos pelo paciente durante a crise, preparar
material de aspiração em caso de vômitos e conter o paciente. A assistência
ventilatória, com manutenção da permeabilidade das vias aéreas e administração
de oxigênio, deve estar pronta para ser instituída.6,7,8
Após o término da crise, manter o paciente sob observação e fazer contato com o médico
responsável.
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:3896
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 97
11. O acidente vascular cerebral hemorrágico está associado a quais pacientes?
12. Além da epilepsia, a que situações pode estar associado o episódio convulsivo?
13. Sobre o quadro de hiperventilação, podemos afirmar, EXCETO:
A) É causado pelo aumento da freqüência respiratória, causando um aumento da
oxigenação sanguínea.
B) A causa principal é ansiedade e medo, causando um aumento da freqüência respira-
tória.
C) O paciente deve ter sua posição melhorada, iniciando-se a administração de oxigê-
nio o mais rápido possível, após o uso do broncodilatador.
D) Esta emergência é uma das poucas em que a administração de oxigênio está contra-
indicada.
Resposta no final do capítulo
14. São emergências respiratórias:
A) Asma e enfisema
B) AVC e convulsão
C) Hipertensão e angina pectoris
D) Síncope e parada cardíaca
Resposta no final do capítulo
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:3897
98 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
EMERGÊNCIAS METABÓLICAS
As emergências metabólicas as quais o cirurgião-dentista deve-se precaver no consultório
são a hipoglicemia e a alergia.
HIPOGLICEMIA
Embora o paciente diabético necessite ter sua doença controlada para um bom resultado de
seus tratamentos odontológicos, o desequilíbrio de sua glicemia pode interferir no curso do
tratamento.
Tanto a hipoglicemia quanto a hiperglicemia são situações graves, porém a hipoglicemia
constitui-se em uma real situação de emergência, pois pode levar à perda da consciência,
diminuição da nutrição cerebral, convulsões e morte. Esta situação ocorre essencialmente
com diabéticos insulino-dependentes que passam longos períodos sem alimentar-se e que
fizeram uso de insulina normalmente, que atua baixando gradualmente a glicemia até níveis
muito baixos. A perda da consciência é rápida, quando os níveis de glicose ficam abaixo de
60-50mg/dL, mas na maioria das vezes os pacientes conseguem identificar a queda da glicemia
e avisam ao cirurgião-dentista.
A situação inversa, hiperglicemia, instala-se lentamente e tem complicações clínicas
importantes, mas sem conseqüências súbitas. Uma das manifestações mais facilmente
identificáveis é o hálito cetônico, que deve ser um parâmetro utilizado pelo cirurgião-dentista
para encaminhar o paciente ao médico especialista.4-8
O tratamento consisteem recompor os níveis de glicose compatíveis com a função
cerebral. A conduta distingue-se entre o paciente consciente e o paciente
inconsciente. A glicose é absorvida rapidamente por via oral, que só pode ser utilizada
se o paciente estiver consciente, pois do contrário ele pode aspirar o açúcar. Por
isto, é importante que a situação seja identificada imediatamente, com a respectiva
providência, ou seja, colocar açúcar na boca do paciente.
O diabético inconsciente deve ser colocado em posição supina, se possível com as pernas
elevadas para aumentar o fluxo sanguíneo para a cabeça e receber glicose hipertônica por via
venosa o mais rápido possível, assim como receber oxigênio, devendo ser providenciado
atendimento médico de emergência em caso de persistência da inconsciência. Havendo
recuperação da consciência, manter o paciente em repouso até seu completo
restabelecimento.6,7,8
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:3898
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 99
ALERGIA
As reações alérgicas ocorrem por exposição a uma substância denominada alérgeno, podendo
ou não causar reação na primeira exposição, mas causando uma reação acentuada num
novo contato. A sensibilização inicial gera a produção de anticorpos específicos, que num
novo contato desencadearão uma reação antígeno-anticorpo, ativação de células do sistema
imunológico e liberação de substâncias vaso-ativas, que geram as reações adversas, que
podem variar desde uma reação de urticária até um choque anafilático, com edema de
glote e parada respiratória.
As reações alérgicas podem ser imediatas ou tardias, sendo as imediatas as que
causam maior risco, quando ocorrem no ambiente odontológico.
Os anestésicos locais são tidos como principais agentes causais das reações anafiláticas, porém
deve ser registrado que as formulações dos anestésicos locais contêm outras substâncias
além do agente anestésico e do agente vasoconstritor, como conservantes (metilparabeno)
presente nos anestésicos acondicionados em tubetes de plástico, e anti-oxidantes; esses dois
últimos componentes são os mais prováveis de desencadearem reações alérgicas.10
O ambiente odontológico possui outros elementos que podem funcionar como desencadeantes
de reações alérgicas, tanto por contato (a borracha das luvas e os lençóis de isolamento),
como por inalação (o líquido da resina acrílica).
Outras medicações prescritas pelo cirurgião-dentista, tais como antibióticos e antiinflamatórios,
podem desencadear reações alérgicas que se manifestam no consultório ou em casa, exigindo
que o profissional esteja em condições de agir e orientar o paciente.
O quadro de alergia manifesta-se de várias maneiras, podendo começar com eritema cutâneo
e urticária, angioedema labial e palpebral, além de manifestações no aparelho respiratório,
como espasmo dos brônquios e edema de laringe.
A emergência de natureza alérgica mais grave é o choque anafilático, que apresenta um risco
muito sério para a vida do paciente por causar edema de glote, causando obstrução das vias
aéreas superiores e evoluindo rapidamente para uma parada respiratória, além de outras
alterações sistêmicas associadas ao choque, como hipotensão.4-8
A identificação de uma história com antecedentes alérgicos e episódios prévios de
reações com medicamentos e materiais em uso no ambiente odontológico já são
suficientes para medidas preventivas. A definição de medicamentos que possam ser
utilizados com segurança pode ser feita com o auxílio de médico alergologista.
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:3899
100 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
A ocorrência de reações cutâneas imediatas pode ser tratada com a administração
intramuscular de 50mg de prometazina, observando-se atentamente o paciente, com
monitorização dos sinais vitais e estado de consciência.
A evolução para um quadro de broncoespasmo exige que se administre oxigênio, após
utilização de broncodilatador em aerossol, devendo-se preparar a administração de adrenalina
1:1000, 0,3mL por via subcutânea, caso não haja remissão do quadro, além de aplicação de
corticóide, succinato de hidrocortisona 100mg por via intramuscular. Esse protocolo pode
evitar a evolução do quadro para um edema de glote que, instalando-se rapidamente, deve
ser tratado por esse mesmo protocolo.
A criação de via alternativa de ventilação, embora prevista e permitida na legislação
odontológica, só deve ser praticada por profissionais que tenham treinamento
específico.
Estabelecer contato com serviço médico de emergência deve ser feito logo que o quadro seja
identificado.6,7,8
15. Além dos anestésicos e vasoconstritores, o ambiente odontológico apresenta elementos
que podem desencadear reação alérgica. Cite alguns deles.
16. Um paciente diabético insulino-dependente que comparece em jejum a uma consulta
odontológica e, subitamente, começa a dar sinais de confusão e perde a consciência,
deve ter como suspeita de diagnóstico e respectivo tratamento.
A) Síncope e oxigenoterapia sob pressão positiva.
B) Parada cardíaca e ressuscitação cardiopulmonar.
C) Choque hiperglicêmico e administração de insulina.
D) Choque hipoglicêmico e administração de glicose.
Resposta no final do capítulo
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:38100
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 101
17. A maioria dos pacientes do consultório odontológico que podem estar sujeitos a emer-
gências médicas deverão receber oxigênio como terapia básica, EXCETO nas seguintes
situações:
A) Crise asmática e parada cardíaca.
B) Hiperventilação e paciente enfisematoso.
C) Angina pectoris e edema de glote.
D) Paciente enfisematoso e crise asmática.
Resposta no final do capítulo
SUPORTE BÁSICO DA VIDA
Na ocorrência de uma parada cardiorrespiratória, o paciente deve ser colocado em
posição supina, sobre uma superfície rígida; caso o paciente seja mantido na cadeira
odontológica, deve-se colocar uma prancha de madeira sob o tórax do paciente.
Deve haver espaço suficiente para o deslocamento do cirurgião-dentista e do auxiliar,
a fim de que possam realizar as manobras de ressuscitação. Todos os materiais e
instrumentos instalados na boca do paciente devem ser removidos, assim como as
secreções devem ser permanentemente aspiradas.
A cabeça do paciente deve ser hiperestendida, retificando as vias aéreas e permitindo uma
boa ventilação com a bolsa AMBU, conectada a um cilindro de oxigênio, para fornecimento
de uma mistura de ar com maior concentração de oxigênio. A ventilação deve ser feita pelo
cirurgião-auxiliar, mantendo a freqüência de cerca de 20 ventilações por minuto.
A manutenção da circulação é essencial na parada cardiorrespiratória, sendo obtida por meio
de massagem cardíaca fechada, com a compressão torácica realizada sobre o esterno, dois
dedos acima da apófise xifóide do osso esterno. Localizado o ponto, o profissional deve
colocar as duas mãos sobre o tórax do paciente e comprimir cerca de cinco centímetros,
mantendo os braços esticados, fazendo alternância entre compressão e relaxamento numa
freqüência aproximada de 80 vezes por minuto (Figura 8). A alternância entre ventilação e
massagem é de cerca de quatro a cinco massagens para uma ventilação.
Atualmente, a relação entre ventilação e massagem (cerca de quatro a cinco massagens para
uma ventilação) é mais flexível, não havendo problemas caso ocorra ventilação simultânea
com a massagem. O conceito mais importante deve ser a manutenção de uma pressão
intratorácica aumentada, que causa a circulação do sangue por meio dos pulmões, com sua
respectiva oxigenação e posterior transporte do sangue oxigenado para o cérebro e restante
do organismo. A cada dois minutos devem ser conferidos os sinais vitais do paciente, por
meio do pulso carotídeo e da pressão arterial.6,8
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:38101102 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
As manobras de massagem e ventilação não devem ser interrompidas até que haja
recuperação do paciente ou que chegue equipe médica de emergência.
18. Descreva como proceder a massagem cardíaca fechada em pacientes com parada
cardiorrespiratória.
Figura 8 – Localização e posicionamento adequado das
mãos, para massagem cardíaca externa
Fonte: Malamed (2000).6
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:38102
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 103
19. Um paciente que tenha perdido a consciência durante a consulta:
A) Deve ser colocado em posição de Trendelenburg reversa.
B) Deve ser mantido na posição horizontal, com os braços elevados.
C) Deve ser colocado em posição supina, com a cabeça em extensão.
D) Deve ser mantido com a cabeça e os membros inferiores elevados.
Resposta no final do capítulo
20. Qual dos seguintes itens poderá ser uma indicação precoce de sobredose de anestésico
local em um paciente?
A) Hipotensão
B) Hipertensão e taquicardia
C) Convulsões
D) Dispnéia
Resposta no final do capítulo
CONCLUSÃO
O atendimento a emergências médicas que possam ocorrer no consultório odontológico é
um aspecto de extrema importância para o cirurgião-dentista, por questões éticas, legais e
humanas: sendo um profissional de saúde, não pode eximir-se de prestar atendimento a seus
pacientes em quaisquer circunstâncias. O consultório odontológico deve estar equipado com
um conjunto básico de materiais e medicamentos, assim como o cirurgião-dentista e sua
equipe devem estar treinados para prestar primeiros socorros nas diversas situações descritas.
Ter o prontuário odontológico completo, com seu questionário de saúde devidamente
preenchido, fornecerá informações importantes sobre o estado de saúde de seus pacientes,
permitindo ajustar o plano e rotinas de tratamento de acordo com as condições de saúde de
cada paciente.
Os programas de especialização em Odontologia já incluem o tema em seus currículos, devendo
também, estar presente nos programas de graduação.
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:38103
104 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 2
Resposta: C
Comentário: O questionário de saúde deve registrar a história patológica pregressa do paciente,
permitindo que o cirurgião-dentista tome as medidas necessárias, tanto no plano de tratamento
como em providências de natureza médica, como pareceres especializados e medicações
prévias, diminuindo a possibilidade de ocorrências de situações que possam comprometer a
vida do paciente.
Atividade 3
Resposta: A
Comentário: A freqüência cardíaca normal tem valores médios em torno de 80bpm. A
freqüência respiratória pode ser registrada pela contagem dos movimentos respiratórios em
um minuto, sendo medida em incursões por minuto (ipm). O valor normal médio é de 20ipm,
ou seja, cerca de um quarto da freqüência cardíaca.
Atividade 5
Resposta:
(A) corticosteróide
(A) broncodilatador
(O) oxigênio
(A) anti-histamínico
(O) adrenalina
(O) dinitrato de isossorbida
(A) anticonvulsivante
(A) glicose, em pó ou em cubos
Atividade 8
Resposta: C
Comentário: Angina pectoris é o nome aplicado aos episódios súbitos de dor no peito,
frequentemente irradiando para o braço esquerdo. A característica da angina pectoris é a
localização e o caráter da dor, associada a um fator desencadeante como esforço físico ou
estado emocional, de surgimento súbito. Vasodilatadores coronarianos de uso sublingual são
os medicamentos de eleição.
Atividade 9
Resposta: D
Comentário: Independentemente da causa ou das causas, ou se o coração está em assistolia
ou fibrilação ventricular, o tratamento imediato é o mesmo, incluindo os três itens iniciais.
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:38104
PRO-ODONTO | CIRURGIA | SESCAD 105
Atividade 13
Resposta: C
Comentário: O uso do oxigênio e do broncodilatador em aerossol correspondem aos casos
de crise asmática.
Atividade 14
Resposta: A
Comentário: As emergências respiratórias são: hiperventilação, crise asmática, enfisema e
parada respiratória.
Atividade 16
Resposta: D
Comentário: Um paciente diabético que faça uso regular de insulina, em jejum, e perca a
consciência, sugere apresentar um quadro de hipoglicemia. Identificado antes da perda total
da consciência, pode ser tratado com administração de açúcar por via oral; em caso de
insconsciência, deve receber glicose por via venosa.
Atividade 17
Resposta: B
Comentário: O paciente que apresenta um quadro de hiperventilação apresenta altos teores
de oxigênio no sangue, devendo respirar em um saco fechado para aumentar os índices de
dióxido de carbono e corrigir o desequilíbrio ácido-base. O paciente enfisematoso não deve
receber inicialmente oxigênio numa situação de emergência.
Atividade 19
Resposta: C
Comentário: Pacientes inconscientes devem ser mantidos em posição supina, com a cabeça
estendida para facilitar a ventilação. Elevar a cabeça dificulta a ventilação e diminui o fluxo
sanguíneo para o cérebro. Abaixar demasiado o corpo em paciente inconsciente pode permitir
refluxo do conteúdo gástrico e aspiração, o que é uma complicação muito séria.
Atividade 20
Resposta: B
Comentário: Os primeiros sintomas de sobredose tóxica são primariamente aqueles de
estimulação do sistema nervoso central. O paciente mostra-se inicialmente agitado, apreensivo
e verborrágico, além de apresentar aumento da freqüência cardíaca e da pressão arterial.
Esses sinais são seguidos por um progressivo grau de depressão do sistema nervoso central.
Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:38105
106 EMERGÊNCIAS MÉDICAS NO CONSULTÓRIO ODONTOLÓGICO
REFERÊNCIAS
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procedimentos nos conselhos de Odontologia. [capturado 2007 Jun 24]. Disponível em :
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Odontologia. [capturado 2007 Jun 24]. Disponível em : http:\cfo.org.br/index.htm
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Proodonto-cirurgia_3_Emergencias medicas.PMD 24/7/2007, 16:38106

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