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Aula 09 gestao de contratos e convenios

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Aula 09: Contrato de mútuo, prestação de serviço, empreitada, corretagem e mandato
Introdução
Nesta aula temos o objetivo de examinar os principais pontos sobre os contratos de Mútuo, Prestação de serviço, Empreitada, Corretagem e Mandato, as suas definições, caracterizações e distinções.  Para tanto, voltaremos a examinar o Código Civil Brasileiro de 2002 e a obra de Paulo Nader, intitulada Curso de Direito Civil – Contratos (vol. 3).
Estudaremos como o contrato de mútuo difere do comodato, o outro contrato de empréstimo que possibilita a cobrança de juros, como são estabelecidos os prazos e a garantia superveniente ao contrato.  
Em seguida, estudaremos a prestação de serviço e perceberemos como esta modalidade é distinta do emprego trabalhista. Notaremos também, dentre outras coisas, as obrigações do prestador e do tomador, a sua duração, a habilitação do prestador, a extinção deste tipo de contrato. Da mesma forma, nos debruçaremos sobre a empreitada e a corretagem.
Como tópico final, teremos a análise do contrato de mandato, a importância e as caraterísticas da procuração, bem como, as obrigações do mandatário e do mandante e, por fim, a extinção do mandato.
Na última aula estudamos os contratos de compra e venda, locação e os contratos gratuitos: doação, fiança e comodato. Nessa oportunidade, analisaremos os seguintes tipos de contrato: mútuo, contratos de serviços: empreitada, corretagem e mandato. Para tanto, voltaremos a examinar o Código Civil Brasileiro de 2002 e a obra de Paulo Nader (2002), intitulada Curso de Direito Civil – Contratos (vol. 3).
Contrato de Mútuo
Para estudar o contrato de Mútuo, utilizaremos o Código Civil brasileiro de 2002, do artigo 586 ao 592 e o vigésimo capítulo da obra de Paulo Nader (Curso de Direito Civil: Contratos – vol. 3). Quanto à nomenclatura utilizada, veremos que o proprietário é chamado de mutuante e aquele que recebe a coisa é chamado de mutuário.
De acordo com o Código Civil brasileiro, o mútuo é o empréstimo de coisa fungível, por prazo determinado ou determinável, no fim do qual deve ocorrer a restituição, mediante coisa de gênero, quantidade e qualidade iguais. Essa substituição é que configura o mútuo. Como este tipo de contrato se destina ao consumo, é impossível que se restitua o mesmo corpo físico. Assim, o objeto do mútuo pode ser a coisa fungível por natureza ou a coisa convencionalmente fungível, mas, sempre a quantia certa e líquida.
Segundo Nader (2010:290), na prática dos negócios, são comuns as referências ao mútuo hipotecário que se refere ao empréstimo garantido por hipoteca e ao mútuo cambiário que é representado por títulos de crédito. 
O contrato de mútuo é real, pois se aperfeiçoa com a entrega da coisa ao mutuário. Nader (2010:291) afirma que “Além de ser o mais antigo entre os contratos reais, o mútuo é considerado, também, o mais importante da categoria”. 
Diz-se que é unilateral porque a obrigação é assumida apenas pelo mutuário e a obrigação principal é a restituição daquilo que é recebido, mediante coisa do mesmo gênero, qualidade e quantidade. Na hipótese de impossibilidade de restituição, por fatalidade, o mutuante tem direito de receber o equivalente em dinheiro. Contudo, se houver culpa do mutuário, o mutuante também tem direito a perdas e danos. 
É importante enfatizar que não se pode dizer que uma das características do contrato de mútuo seja a onerosidade ou a gratuidade porque quando se trata de empréstimo de dinheiro, é comum que se cobrem juros remuneratórios, mas, quando a coisa é de outra natureza, o contrato é gratuito. Quando há previsão de retribuição, se dá predominantemente em dinheiro, ou juros, podendo também ser em coisas.
O contrato de mútuo é temporário, visto que seu prazo pode ser determinado ou determinável. Não há sentido na simultaneidade entre a formação deste tipo de contrato e a restituição, é necessário que haja um intervalo. Da mesma forma, é preciso que não seja permanente, pois, se assim o for, Ter-se-á doação ou compra e venda.
É contrato não formal porque em sua regulamentação, não há exigências a respeito. Conforme afirma Nader (2010:292), “Na prática, as partes utilizam-se do instrumento particular para documentar o ato negocial e, dependendo do vulto do empréstimo, de escritura pública. Quando se trata de mútuo hipotecário, esta última é a forma adotada”. 
 Juros remuneratórios
O empréstimo a juros, ou juros feneratício, é previsto em nosso Código Civil (artigo 591), o qual afirma o seguinte: “Destinando-se o mútuo a fins econômicos, presumem-se devidos juros, os quais, sob pena de redução, não poderão exceder a taxa a que se refere o art. 406, permitida a capitalização anual”. No Brasil não se exige que a previsão de juros seja feita por cláusula contratual. 
De acordo com Nader (2010:293), 
“A cobrança de juros, desde que observados certos parâmetros, enquadra-se na esfera do justo, pois, além de conter um coeficiente maior ou menor de risco, implica a renúncia temporária da fruição de um capital. Quando o empréstimo de destina à produção, tem-se mais um argumento a justificar os rendimentos, porque a coisa colocada à disposição do mutuário lhe permitirá auferir lucros em sua atividade negocial.
Conforme Nader (2010:294), “Empréstimo com fins econômicos é o que visa à aplicação do patrimônio, enquanto o que não possui tais fins é feito com a intenção de ajudar o próximo, por espírito de solidariedade”. 
As presunções são relativas. Se as partes quiserem atribuir efeito diverso, deverão, necessariamente, construir cláusula contratual. Em todos os casos, é necessário que as partes respeitem o limite máximo estabelecido em lei para a cobrança de juros e o limite máximo é definido pelo artigo 591, combinado com o artigo 406, que indica “a taxa que estiver em vigor para a mora do pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional”. Atualmente, toma-se como referência a taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e Custódia, ou Taxa SELIC. No caso de a convenção ultrapassar o percentual desta taxa, tem-se a sua redução ao índice oficial. Porém, o mútuo bancário não é regido pela Taxa SELIC e sim pela política econômica empreendida pelo Conselho Monetário Nacional.
Prazo contratual
O prazo dos contratos de mútuo pode ser definido livremente pelas partes. Como já dissemos anteriormente, em termos de prazo, só não se admite a perpetuidade do vínculo. Vejamos o que dispõe o artigo 592: 
Art. 592 - Não se tendo convencionado expressamente, o prazo do mútuo será:
1 — até a próxima colheita, se o mútuo for de produtos agrícolas, assim para o consumo, como
para semeadura;
II — de trinta dias, pelo menos, se for de dinheiro;
III — do espaço de tempo que declarar o mutuante, se for de qualquer outra coisa fungível.
Garantia superveniente ao contrato de mútuo
No artigo 590, temos que “O mutuante pode exigir garantia da restituição, se antes do vencimento o mutuário sofrer notória mudança em sua situação econômica”. Esta, segundo Nader, é uma aplicação do princípio da eticidade, pois, visa resguardar o credor. O mutuante, então, poderá exigir garantia de restituição, caso o mutuário sofra abalos em sua situação econômica, em seu patrimônio. A “notória mudança” a que se refere o artigo deve ser entendida como estado de pré-insolvência ou pré-falimentar.
Prestação de serviço
O contrato de prestação de serviço está contido no Capítulo VII do Título VI, Das Várias Espécies de Contrato, e rege toda prestação de serviço que não estiver sujeita às leis trabalhistas e leis especiais. A parte que encomenda o serviço recebe a denominação de tomador e o que assume a obrigação de realizar o serviço, é chamado de prestador.
Tal contrato ajusta a execução de determinadas tarefas, sem subordinação hierárquica, mediante retribuição. Esse tipo de contrato regula desde atividades simples do dia a dia até aquelas realizadas por profissionais liberais. O objeto pode ser material ou imaterial, mas, deve ser lícitoe o tomador e o prestador podem ser pessoas físicas ou pessoas jurídicas. O contrato deve definir a natureza dos serviços a serem prestados. 
Na ausência desta definição, o tomador pode exigir que o prestador realize qualquer serviço compatível com as suas forças e as suas condições. É importante lembrar que os serviços realizados por trabalhadores domésticos não são considerados prestação de serviço, pois possuem regras especiais.
Prestação de serviço
O contrato de prestação de serviço é diferente da relação de emprego trabalhista porque esta última pressupõe hierarquia entre empregador e empregado, dependência econômica e a natureza dos serviços prestados não é eventual. No contrato de prestação de serviços, o prestador tem certa independência para realizar a sua parte.
De modo geral, a retribuição é feita em dinheiro, mas, pode ser feita também em morada, alimentos, vestuário e condução. O contrato deve deixar claro qual será a restituição e, em caso de omissão, esta será definida por arbitramento, levando-se em consideração os valores praticados no lugar, o tempo de serviço prestado e a sua qualidade.
Conforme o artigo 597 do Código Civil de 2002, o pagamento deverá ser feito segundo o que reza o contrato. Não havendo esta previsão no instrumento, deve-se pagar no momento seguinte à entrega do serviço.
Consensual 
O contrato de prestação de serviço é consensual porque se perfaz a partir da simples vontade manifestada das partes que concordam em torno de objeto lícito. Segundo Nader (2010:301), “não se exige, assim, a entrega do serviço para que o contrato se aperfeiçoe, uma vez que não é real, mas de natureza consensual”.
Bilateral 
Pois as duas partes assumem obrigações, ou seja, o prestador tem obrigação de fazer e o tomador tem a obrigação de dar a retribuição. É oneroso comutativo porque as duas partes obtêm vantagens previamente estabelecidas e equilibradas no que diz respeito ao que se dá e ao que se recebe. 
Não Formal 
É não formal porque as partes podem declarar livremente o acordado, podendo ser celebrado por escrito ou de forma verbal. De acordo com o artigo 595, no caso em que uma das partes não souber ler nem escrever, ou estiver impossibilitada de assinar, o instrumento poderá ser assinado a rogo e subscrito por duas testemunhas, mas, as partes deverão estar conscientes do que estão celebrando.
Empreitada
Empreitada é o contrato no qual alguém se obriga a executar uma obra com ou sem fornecimento do material necessário para executá-la. As partes são chamadas de empreiteiro e comitente . É preciso evidenciar que, apesar de constar o vocábulo “obra na lei”, a empreitada pode se referir também às coisas não corpóreas, como criações intelectuais e artísticas. Como em todo negócio jurídico, o objeto da empreitada deve ser lícito.
A retribuição deve ser calculada tendo por base a extensão da obra a ser executada e o proprietário não tem ingerência sobre o andamento dos trabalhos. Sendo um contrato de resultados, os riscos ficam por conta do executor da obra.
Empreitada: De acordo com o Código Civil de 2002 apresenta duas espécies: empreitada de mão de obra ou lavor e empreitada mista, quando abrange também o fornecimento de material. Para a sua validade, o contrato deve deixar explícito se trata da primeira ou da segunda espécie. Esta opção não pode ser apenas presumida. É importante haver manifestação objetiva da vontade. É preciso também observar que o contrato de empreitada, quando tiver por objeto a elaboração de um projeto, não implica a obrigação do executor de executá-lo ou de fiscalizar-lhe a execução.
  Consensual; É consensual porque é formado pelo consenso entre as partes. 
  Bilateral;A obrigação do empreiteiro é entregar a obra nas condições estipuladas e a obrigação do proprietário é pagar pela obra de acordo com o preço ajustado. O fato de haver obrigação para as duas partes, torna a empreitada um tipo de contrato bilateral.
  Oneroso;Diz-se que é oneroso porque as duas partes objetivam vantagens econômicas ou melhores condições. 
  Comutativo;Afirma-se que é comutativo, pois deve haver equilíbrio entre o que se dá e a retribuição. 
  De resultado;É um contrato de resultados na medida em que não se trata de simples fazer. É preciso entregar a obra de acordo com as especificações e padrões técnicos. Caso o resultado não corresponda ao esperado, o dono pode se recusar a receber a obra, de acordo com o artigo 615. O caráter de impessoalidade ou intuitu personae depende da natureza do objeto contratado. Quando se trata de edificações, dizemos que é impessoal, mas, quando se trata de obra artística ou intelectual, temos um contrato personalíssimo. Assim, no primeiro caso, a morte de qualquer das partes não extingue o contrato, mas, se houver caráter de intuitu personae, o vínculo se extingue.
  Não formal. Diz-se que é contrato não formal porque pode ser ajustado até de forma verbal. Porém, no caso de edificações, sobretudo na empreitada mista, deve-se formalizar o vínculo por escrito. 
 Corretagem
Corretagem é um trabalho de aproximação de pessoas que queiram realizar negócios jurídicos entre si.  Segundo Nader (2010:361), “... o trabalho do corretor é de localização in concreto de interessados. Ele armazena informações, busca novos dados, pesquisa o mercado. O conhecimento é o seu verdadeiro capital. Para a circulação de riquezas o seu trabalho é uma valiosa contribuição”. Qualquer pessoa, física ou jurídica pode ser corretor ou cliente (comitente ou dono do negócio). 
Apesar de ser muito utilizada para a compra e venda de imóveis, a corretagem pode ser empregada em diversas modalidades de negócios, desde que não haja impedimento legal ou não configure outro tipo de mediação. Os profissionais que exercem as suas funções sem designação governamental são chamados livres, ao contrário do que ocorre com os corretores oficiais. É necessário saber que além do Código Civil, há vários atos legislativos que regulam a corretagem oficial, como a de fundos públicos, de mercadorias, de navios, de operações de câmbio, de seguros, de valores.
O objeto do contrato é sempre o negócio, comercial ou não, que tem como finalidade, geralmente, os lucros financeiros. Ressaltamos, correndo o risco de redundância, que o objeto deve ser sempre lícito e jamais atentar contra a moral ou os bons costumes. Dada a característica de contrato aleatório, o corretor só receberá se conseguir fechar negócios.
Mandato
O contrato de mandato é aquele em que alguém se obriga a praticar negócios jurídicos em nome e sob a responsabilidade de outrem. O que diferencia o mandato de outros contratos é a representação. O objeto é sempre negocial que, segundo Nader (2010: 330), “estabelece, modifica, conserva ou extingue uma relação jurídica”. Contudo, há restrições para o uso desse instrumento. O testamento, alguns atos relativos ao poder familiar, à tutela e à curatela, o depoimento pessoal, o voto, são negócios jurídicos que não podem ser praticados mediante representação. No nosso Código Civil, pode atender apenas ao interesse do mandante, do mandatário ou de terceiro. O instrumento do mandato é a procuração. 
Diz-se que o mandato é negócio jurídico unilateral, pois apenas o mandatário tem obrigações em relação ao mandatário. É consensual, pois depende da livre vontade das partes e da aceitação dos poderes nele conferidos. É não solene ou não formal porque não há forma necessária prescrita por lei. Tem natureza personalíssima, pois o mandante escolhe o mandatário, muitas vezes, baseando-se em relação de confiança.
Para que os atos possam ser praticados mediante representação, é preciso que as partes sejam consideradas capazes de outorgá-la. 
De acordo com o artigo 654, “Todas as pessoas capazes são aptas para dar procuração mediante instrumento particular, que valerá desde que tenha a assinatura do outorgante. § 1o O instrumento particular deve conter a indicação do lugar onde foi passado, a qualificação do outorgante e do outorgado,a data e o objetivo da outorga com a designação e a extensão dos poderes conferidos. § 2o O terceiro com quem o mandatário tratar poderá exigir que a procuração traga a firma reconhecida”. 
No artigo 666, leva-se em conta os relativamente incapazes, conforme segue: “O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores”.
Embora uma das características do mandato seja a não formalidade, dependendo do seu conteúdo e objeto, é preciso que se use um instrumento público ou particular porque, em alguns casos, poderes especiais devem ficar explícitos, como por exemplo, “alienar, hipotecar, transigir, ou praticar outros quaisquer atos que exorbitem da administração ordinária, depende a procuração de poderes especiais e expressos” (artigo 661, parágrafo 1º).
A extinção do mandato pode ocorrer por revogação ou renúncia. Dito de outra forma, quando o mandante desiste do contrato, ele revoga o mandato e quando o mandatário desiste, renuncia ao mandato. Há, portanto, possibilidade de extinção por vontade unilateral. A revogação pode ser expressa ou tácita. 
Como se trata de contrato intuitu personae, a morte de uma das partes extingue o contrato. A mudança de estado também pode acarretar em extinção, nos casos em que há incapacidade absoluta de uma das partes. Por fim, o mandato se extingue quando finda a vigência ou quando os negócios para os quais foram celebrados são concluídos. 
expressa 
Quando se trata de revogação expressa, ela é feita por declaração do mandante.
Tácita
No caso da tácita, existem atos que revelam esse propósito.

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