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* Vascularização do Sistema Nervoso Central Faculdade de Tecnologia e Ciências Prof. Walbeg Ferraz * 1. Considerações Gerais O sistema nervoso precisa de um sistema vascular super-eficiente. Nutrição das estruturas nobres. Parada da circulação: 7 segundos = perda da consciência; 5 minutos = ocorrência de lesões de irreversíveis. * 1. Considerações Gerais Áreas diferentes do Sistema Nervoso Central são lesadas em tempos diferentes. Áreas filogeneticamente recentes são as que primeiro se alteram: Em seqüência são lesados: neocórtex, paleocórtex e arquicórtex. Em seqüência são lesados: sistema nervoso supra-segmentar e depois o segmentar. A última área a ser lesada é o bulbo. * 2. Fluxo Sanguíneo Cerebral Em um minuto circula uma quantidade de sangue pelo encéfalo que é proporcional ao seu próprio peso. FSC = PA / RCV OBS. Não existe circulação linfática ao nível do Sistema Nervoso Central. * 2.1 Fatores que influenciam a resistência cerebrovascular Pressão intracraniana: seu aumento eleva a RCV. Condição da parede vascular: aterosclerose eleva a RCV. Viscosidade do sangue: quanto mais viscoso maior a RCV. Calibre dos vasos: regulado por fatores humorais (ex. dióxido de carbono). Qto menor o calibre maior a RCV. * 2.2 PIC Os valores normais da PIC = 15 mmHg, entretanto na prática clinica é aceitável valores de até 20 mmHg. PPC= PAM – PIC Obs. O valor aceitável da PPC é de 70 mmHg valores de PPC abaixo de 60 mmHg permite um suprimento sanguíneo para o encéfalo inadequado levando a hipóxia neuronal e morte celular. * 3.2 Controle humoral Áreas ricas em sinapse possuem um metabolismo mais acelerado, consomem mais oxigênio e eliminam mais dióxido de carbono. Sinapse = conexão entre neurônios O dióxido de carbono estimula o centro vasomotor no bulbo e desse modo promovem vasodilatação. * 4. Vascularização Arterial As artérias que originalmente irrigam o encéfalo são: Artérias carótidas internas Artérias vertebrais Peculiaridades: Paredes finas – risco de hemorragias. Túnica média - pobre em fibras musculares. Túnica interna – elástica e espessa (amortece as ondas sistólicas). Espaços perivasculares contendo líquor. Tortuosidade das artérias. * Carótidas * Carótida * Vertebrais * 4.1 Artéria carótida interna Ramo da carótida comum. Penetra no crânio pelo canal carotídeo do osso temporal. Atravessa o seio cavernoso descrevendo um “S” denominado sifão carotídeo. O sifão carotídeo atravessa a dura-máter e divide-se em dois ramos terminais: Artéria cerebral anterior Artéria cerebral média * Sifão carotídeo (Angiografia) * 4.1 Artéria carótida interna A artéria carótida interna possui três ramos importantes: Artéria oftálmica – irriga o bulbo ocular. Artéria comunicante posterior – forma o polígono de Willis. Artéria corióidea anterior – irriga os plexos corióides. * 4.2 Artérias Vertebrais e Basilar As artérias vertebrais derivam das artérias subclávias. Sobem pelos forames transversos. Atravessam as meninges e entram no crânio pelo forame magno. Ao nível do sulco bulbo-pontino se unem para formar a artéria basilar. * * 4.2 Artérias Vertebral e Basilar As artérias vertebrais dão origem as artérias cerebelares inferiores posteriores. A artéria basilar vai dar origem aos seguintes ramos: Artérias cerebrais posteriores. Artéria cerebelar superior. Artéria cerebelar inferior anterior. Artéria do labirinto. * * Diagrama facilitador * 4.3 O Círculo de Willis Corresponde a uma anastomose arterial em forma de polígono situada na base do cérebro. Circunda o quiasma óptico e o túber cinéreo. É formado pelas artérias cerebrais anteriores e posteriores, pelas carótidas internas, pela artéria comunicante anterior e pelas comunicantes posteriores. Em condições normais não há passagem significativa de sangue. * 4.3 O Círculo de Willis Função: manter um fluxo sanguíneo adequado em caso de obstrução. Conexões: Artéria comunicante anterior: une as cerebrais anteriores. Artérias comunicantes posteriores: unem as carótidas internas com as cerebrais posteriores. * Polígono de Willis * Polígono de Willis * 4.4 Território das artérias cerebrais. Artéria Cerebral anterior: Percorre a face medial do cérebro, ao longo da fissura longitudinal. Irriga desde o lobo frontal até o sulco parieto-occipital. Sua obstrução causa: paralisia , diminuição de sensibilidade no MI do lado oposto. * 4.4 Território das artérias cerebrais. Artéria Cerebral Média: Percorre o sulco lateral distribuindo ramos na face súpero-lateral do cérebro. Irriga principalmente as áreas motora, sensorial e da fala. Sua obstrução causa: paralisia, perda de sensibilidade do lado oposto (exceto na perna) e afasia. Maior gravidade – quando atinge as artérias estriadas (diencéfalo, cápsula interna e núcleos basais) * 4.4 Território das artérias cerebrais. Artéria cerebral posterior: Dirigem-se para trás percorrendo a face inferior do lobo temporal e lobo occipital. Sua obstrução causa: cegueira em uma parte do campo visual. * 5. Vascularização venosa Sistema venoso geral: Drenagem para os seios da dura-máter. O sangue converge para as veias jugulares internas. O retorno venoso é promovido por três fatores: Aspiração da cavidade torácica. Força da gravidade. Pulsação das artérias (carótida interna). * 5.1 Veias do cérebro Sistema Venoso superficial: VCSS – drenam a face medial e súpero-lateral do cérebro desembocando no seio sigmóide da dura-máter. VCSI – drenam a face inferior do cérebro desembocando nos seios da base e transverso da dura-máter. Sistema venoso profundo: Constituído por veias que drenam a parte profunda do cérebro (corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e centro medular). A mais importante é a veia magna (desemboca no seio reto). * Sistema Venoso V. Jugular Interna * Sistema Venoso * 6. Vascularização da medula A medula espinhal é irrigada pelas seguintes artérias: Artérias espinhais anterior e posteriores. Artérias radiculares. * 7. Barreiras encefálicas Dispositivo que dificulta a passagem de substâncias do sangue para o tecido nervoso, do sangue para o líquor ou do líquor para o tecido nervoso. Quais são as barreiras encefálicas? Hemoliquórica Hemoencefálica Líquor-encefálica * 7. Barreiras encefálicas Características: Nem sempre bloqueiam a passagem; Esse bloqueio nem sempre é completo; A Barreira LE é mais fraca; As barreiras HE e HL bloqueiam apenas substâncias tóxicas. Obs. A barreira não existe em certas áreas: corpo pineal, plexos corióides e neuro-hipófise. * 7.1 Localização anatômica da barreira Neurópilo: espaço entre os vasos e os corpos dos neurônios e das células gliais (espaço intercelular reduzido). Capilar cerebral: Células endoteliais unidas; Não há fenestrações; Raras vesículas pinocíticas; Células endoteliais não são contráteis na presença de histamina. * 8. Referência Neuroanatomia Funcional – Angelo Machado – Editora Atheneu.