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O Ego e o Id

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II – O Ego e o Id
Investigação patológica das pacientes histéricas levou interesse da Psicanálise para o reprimido ► depois tornou - se importante compreender o Ego (pode ser consciente e inconsciente)
Conhecimento ligado à consciência: só podemos vir a conhecer o inconsciente quando se torna consciente.
Consciência é a superfície do aparelho mental: parte do sistema mental que está em contato direto com mundo externo
Diferença entre ideia inconsciente e pré-consciente (pensamento): 
Inconsciente: se produz em material que permanece desconhecido
Pré-consciente (pensamento): material ligado a representações verbais (palavra)
Como se torna consciente? Deve ser: como algo se torna pré-consciente, para depois se tornar consciente?
Pela ligação com representações verbais (linguagem)
Representações verbais: são resíduos de recordações
Foram anteriormente percepções (passaram pela consciência): como todos os resíduos mnemônicos (de memória), podem voltar a ser conscientes.
Apenas pode tornar-se consciente aquilo que em algum momento já foi percepção consciente
Resíduos verbais: derivam de percepções acústicas
Palavra: resíduo mnemônico da palavra ouvida
Componentes visuais inicialmente e secundários
Resíduos visuais são importantes (sonhos e fantasias), “pensar em imagens” está próximo do inconsciente, enquanto “pensar em palavras” está próximo do consciente.
Vínculo entre percepção externa e Ego é evidente, relação entre percepção interna e Ego requer investigação.
Percepção interna: sensações de processos vindos de camadas diversas do psiquismo; têm qualidades diversas e opostas.
Sensações são pouco conhecidas, mas sempre percebidas: prazer-desprazer são exemplos (mesmo em estados alterados de consciência, são percebidas)
Sensações de prazer: não são prementes em si (não pedem caminho para descarga da excitação acumulada)
Sensações desprazerosas: premem por mudança, precisam encontrar caminho para descarga
Desprazer: comporta-se como impulso reprimido; pode adquirir força de impulso sem que o Ego perceba a pressão que está sofrendo.
Resistência (impedir a descarga do impulso): torna consciente o desprazer
Sensações e sentimentos: tornam-se conscientes apenas ao atingir o sistema perceptivo
Se o caminho é barrado (resistência): não se produzem como sensações; tomam o caminho dos impulsos reprimidos.
Ideias: para se transformarem de inconscientes para conscientes, precisam passar pelo pré-consciente (onde se ligam a representações - verbais ou imagens)
Sentimentos: são conscientes ou inconscientes; não seguem o caminho das ideias
Distinção entre (Consciente) e (Pré-consciente) não tem qualquer significado para os sentimentos: o Pcs desaparece nesse processo
Sentimentos podem tornar-se conscientes com ou sem ligação com representações: fazem essa passagem de forma direta
Desenvolvimento da concepção de Ego
Parte da percepção: núcleo do Ego
Abarca o pré-consciente, que se apoia nos resíduos de memória
Ego é inconsciente
Ego: entidade que parte da percepção.
Id: outra parte do psiquismo; se comporta como inconsciente.
Considerar um individuo como Id, desconhecido e inconsciente, cuja superfície está o Ego, desenvolvido a partir do sistema perceptivo (seu núcleo)
Ego não envolve completamente o Id: envolve apenas uma parte.
Não é definitivamente separado do Id, mas se mescla parcialmente com ele.
É a parte do Id que foi modificado pela influência direta do mundo exterior através do sistema perceptivo consciente
Se esforça em fazer valer a influência do mundo externo sobre o Id e propósitos: colocar o princípio da realidade no lugar do princípio do prazer (busca do prazer a qualquer cus/to que domina o Id) 
O reprimido se mescla com o Id e é meramente uma parte
Reprimido é separado do Ego pelas resistências da repressão
Metáfora do cavalo e cavaleiro: Ego é cavaleiro que deve por freio à força superior do cavalo
Diferença: cavaleiro faz com as próprias forças e o Ego faz com forças emprestadas
Cavaleiro, para não se separar do cavalo, às vezes tem de levá-lo onde ele quer ir
Ego tem que transformar em ato a vontade do Id como se fosse a sua própria
Outro fator que influencia a formação do Ego e diferenciação à partir do Id: superfície do corpo (lugar do qual partem percepções internas e externas simultaneamente)
Ego é, sobretudo corporal, não apenas uma entidade superficial
Observações dos pacientes em análise levam a constatação peculiar: há pessoas que ações psíquicas altamente valorizadas (autocrítica e consciência moral) são inconscientes e produzem efeitos importantes
Parte III – O Ego e o Superego (ideal de ego)
Há outra diferenciação no interior do Ego: Superego
Questão a ser aprofundada: relação do Superego com a consciência e o inconsciente
O ideal do ego ou Superego não está tão ligado ao consciente como se pensava a princípio
Primitiva fase: oral - recém-nascido: investimento objetal e identificação não se distinguem um do outro
Ego inicialmente frágil: percebe os investimentos objetais (nos pais e dos pais) e aprova ou procura afastá-los através da repressão
Há gradação da capacidade de resistência: até que ponto o caráter de uma pessoa acolhe ou rejeita as influências da história de suas escolhas e identificações com objetos
Deve – se considerar investimento objetal e identificação com objeto como simultâneos: pode sobreviver à relação objetal ou não
Efeitos das identificações iniciais (bebê): são gerais e duradouros
Origem do Ideal de Ego ou Superego: a primeira e mais importante identificação do individuo, sua identificação com o pai da pré-história pessoal.
Não parece resultado ou consequência de investimento objetal
É identificação direta, imediata: anterior a qualquer investimento objetal.
Relações do indivíduo com pais, complexa em função de dois fatores especialmente: natureza da situação edípica e a bissexualidade do indivíduo (antes da construção da identidade sexual, criança busca satisfação nos objetos, independente de seu gênero)
Simplificadamente para o menino:
Desde cedo desenvolve investimento objetal na mãe: ponto de partida é o seio materno (protótipo de escolha objetal por “apoio”)
Menino se apodera do pai por identificação (internaliza figura do pai e tudo que este deseja para seu filho)
As duas relações objetais (com pai e mãe) coexistem por um tempo: até a intensificação dos desejos sexuais pela mãe e a percepção do pai como obstáculo para seus desejos (início do Complexo de Édipo)
Identificação com pai assume hostilidade: se transforma em desejo de eliminá-lo para pegar seu lugar junto à mãe
Desmoronamento do Complexo de Édipo: investimento objetal na mãe tem que ser abandonado
No lugar pode surgir identificação com a mãe ou fortalecimento da identificação com o pai (permite conservar relação terna com a mãe): identificação com pai resulta em reafirmação da masculinidade
De modo análogo, na menina, a identificação com a mãe fixa o caráter feminino.
O desenlace da situação edípica numa identificação com pai ou mãe depende, em ambos os sexos, da relativa força das disposições sexuais.
Essa é uma das formas como a bissexualidade intervém no destino do complexo de Édipo
Investigação profunda: mostra o Complexo de Édipo mais completo, que é duplo (positivo e negativo)
Depende da bissexualidade original da criança
Menino: atitude ambivalente com pai e escolha objetal terna com a mãe
Ao mesmo tempo: exibe terna atitude feminina com o pai e ciumenta e hostil em relação à mãe
Pode ser que ambivalência em relação aos pais se refira à bissexualidade da criança: não tendo relação com as identificações
Experiência analítica: No complexo de Édipo completo
Resultado geral da fase sexual dominada pelo complexo de Édipo: formação de um precipitado no Ego, consistindo de duas identificações (com o pai e com a mãe) 
Essa alteração do Ego conserva uma posição especial: surge como Ideal de Ego ou Superego
Superego: não é um mero resíduo das primeiras escolhas objetais do Id
Relação do Superego com Ego: “Assim comopai você deve ser” (atender aos ideais deste) e “assim como pai você não pode ser, ou seja, não pode fazer tudo faz; há coisas que continuam reservadas a ele” (relação com a mãe)
Dupla face do Ideal de Ego: deriva do fato dele haver se empenhado na repressão do Complexo de Édipo
Repressão do Complexo de Édipo: não é tarefa simples
Eu infantil: fortificou-se para essa repressão, internalizando a proibição representada pelo pai 
Superego conservará o caráter do pai: 
Mais forte for complexo de Édipo, mais rapidamente (sob influência de autoridade, religião, escola, etc.) ocorreu sua repressão.
Severamente o Superego terá domínio sobre o Ego como consciência moral: talvez como um inconsciente sentimento de culpa
Inúmeras vezes se fez à Psicanálise objeção de não se importar com o que é elevado, moral e suprapessoal no homem: objeção duas vezes injusta
Desde o início atribuímos às tendências morais e estéticas do Ego o estímulo à repressão
Enquanto nos ocupávamos do estudo do reprimido na vida psíquica, não precisamos tratar do que é elevado no ser humano: com a análise do Ego é possível responder às objeções.
O Ideal do Ego ou Superego é este “algo elevado”, o representante de nossa relação com os pais: quando pequenos nós conhecemos, admiramos, tememos estes seres elevados; depois os acolhemos dentro de nós
O Superego é herdeiro do Complexo de Édipo: expressão dos mais poderosos impulsos e importantes destinos libidinais do Id
Ideal de Ego: satisfaz tudo que se espera de elevado no ser humano
Formação substitutiva do anseio pelo pai: gérmen de toda religião (busca pela completude)
Ao longo do desenvolvimento: professores e autoridades levam adiante o papel do pai: suas injunções e proibições continuam poderosas no Ideal do Ego
Exercem a censura moral 
Tensão entre expectativas da consciência e realizações do Ego: é percebida como sentimento de culpa
Religião, moral e sentimento social (conteúdos principais que é elevado no ser humano): originalmente uma coisa só.

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