Buscar

Das circunstâncias

Prévia do material em texto

Aluno: Pedro santos silva mat: 201505338689
Das circunstâncias.
Circunstâncias são dados subjetivos ou objetivos que fazem parte do fato delituoso, agravando ou atenuando a penalidade, sem modificação de sua essência. O crime é um fato indissociável de suas particularidades que o alteram. Assim, as circunstâncias são elementos que se agregam ao delito, sem alterá-lo substancialmente, embora produzam efeitos e conseqüências relevantes. Exemplificando: um furto praticado por um maior produz efeitos penais diversos daquele produzido por um menor confesso(a menoridade e a confissão são atenuantes genéricas da pena: art.65, I e III-d,CP).
A doutrina classifica as circunstâncias em judiciais e legais. São circunstâncias judiciais as indicadas no artigo 59 do Código Penal, sendo essenciais à fixação da pena base de quaisquer atos delituosos, inclusive quando for aplicável somente a pena pecuniária, dentre as previstas no tipo legal. Portanto, são consideradas concretamente pelo juiz na fixação inicial da pena a ser imposta a qualquer agente praticante de delito. As circunstâncias legais são específicas ou nominais, constantes no texto legal, podendo ser: agravantes, atenuantes e causas gerais de aumento e de diminuição da pena, localizadas da Parte Geral do Código Penal, e ainda as qualificadoras e causas especiais de aumento e de diminuição, localizadas na Parte Especial do Código Penal.
As circunstâncias podem ser ainda elementares ou qualificadoras do delito. As elementares integram o tipo; são constitutivas do tipo penal, pois sem elas o crime ou a contravenção não existiria. Exemplo: no artigo 217 do Código Penal, as circunstâncias idade e virgindade são integrantes do tipo, sem as quais ele não existiria. As mesmas circunstâncias deixam de ser elementares do tipo para serem qualificadoras no delito previsto no artigo 215 do Código Penal, onde a menoridade da virgem qualifica o tipo (215,§ único), concorrendo para elevar a sua pena.
Importa aqui destacar que as circunstâncias que integram o tipo legal - elementar - ou a causa de aumento ou de diminuição, não podem influir na dosagem da pena na primeira fase, sob pena de se incorrer em dupla valoração. Eventualmente, admiti-se a inclusão de qualificadora, da causa de aumento ou de diminuição na primeira ou segunda fase, desde que existam mais de uma qualificadora ou mais de uma causa de aumento ou diminuição, na parte especial dos tipos penais previstos(art. 68,§ único,CP), e se conformem às circunstâncias judiciais ou as legais. Exemplificando: homicídio duplamente qualificado ( art. 121,§ 2º, I ( torpe), II( fútil) e IV (emboscada). O motivo fútil ou torpe ou a prática do crime de emboscada são circunstâncias qualificadoras do homicídio e também, isoladamente, duas delas são circunstâncias agravantes (art. 61, II, a, e c,CP). Nessa hipótese, as qualificadoras de futilidade e torpeza podem ser aplicadas com circunstâncias agravantes, na segunda fase.
A quantificação da pena, em face das qualificadoras, ou das causas de aumento e de diminuição, está identificada nos tipos penais. Em regra, as penas nos crimes qualificados são previstas em QUANTIDADES FIXAS e nas causas de aumento e de diminuição são também em QUANTIDADES FIXAS, terço, dobro ou triplo, e em QUANTIDADES VARIÁVEIS num intervalo fracionário, 1/6 a 2/3, 1/3 a 1/2. Exemplificando: art.155(furto simples): reclusão de 01 a 04 anos: art. 155,§ 4º (furto qualificado): reclusão de 2 a 4 anos; art. 157 (roubo): reclusão de 04 a 10 anos; art. 157,§ 2º,II (causa de aumento, por concurso de pessoas): aumento da pena de 1/3 a 1/2. A tentativa de crime (art. 14, § Único,CP), constante da Parte Geral, prevê a diminuição da pena de 1/3 a 2/3.
De relevante a destacar é que a pena mínima prevista para o delito qualificado é o ponto de partida para a fixação da pena-base na primeira fase. Exemplificando: no crime de dano qualificado (art. 163, I, CP), para a fixação da pena-base parte-se do mínimo de 6 meses de detenção que poderá chegar ao máximo de 3 anos, se todas as oito circunstâncias judiciais forem desfavoráveis ao réu. Já nos delitos onde haja previsão de causa de aumento, para fixação da pena base, parte-se da mínima prevista no tipo. Exemplificando: no crime de apropriação indébita (art. 168, § 1º, I, CP), a pena mínima é de 01 ano e a máxima de 4 anos. Somente na terceira fase é que se aumentará a pena de 1/3.
Importante registrar que as circunstâncias qualificadoras e as (causas) de aumento e de diminuição têm maior relevância que as agravantes e atenuantes genéricas, porque as primeiras são específicas para aqueles delitos, enquanto que as segundas são genéricas para todos os delitos.
Neste contexto é sugestiva a conclusão de que, se as causas de aumento possuem maior relevância do que as agravantes genéricas, a quantificação da pena pela agravante não pode ser igual ou superior àquela decorrente de uma causa de aumento, sob pena de revelar excesso de penalização. O mesmo raciocínio vale também para as causas de aumento em relação às atenuantes.
Diferentemente, as circunstâncias judiciais e as legais agravantes e atenuantes não prevêem a quantidade de pena que se acrescenta ou se diminui ao delito praticado, sendo certo que varia, em face da consideração de cada circunstância existente, entre o mínimo e o máximo da pena privativa de liberdade e da pena pecuniária previstas no tipo penal (ou da multa na parte geral, de 10 a 360 dias-multa) Exemplificando: art.129 do CP: detenção de 03 meses a 01 ano. As circunstâncias judiciais podem concorrer para a variação da pena de até nove meses, que é a diferença entre a pena mínima (3 meses) e a máxima (12 meses). No segundo momento, as circunstâncias legais poderão concorrer para o agravamento da pena, até no máximo previsto no tipo, já considerada a pena base fixada, ou até o mínimo, se atenuante

Continue navegando