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TEXTO ROUSSEAU AULA

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Jean-Jacques Rousseau
 Tânia Pereira de Araújo
O CONTRATO SOCIAL
“Advirto ao leitor que esse capítulo deve ser lido pausadamente e que não conheço a arte de ser claro para quem não quer ser atento!” Rousseau.
INTRODUÇÃO
O pensamento desse iluminista fascina pela complexidade dos sentimentos que descreve, tanto quanto, pela denúncia do racionalismo exagerado dos filósofos do seu tempo. Ele acreditava que sem os instintos e as paixões inerentes a todos os seres humanos, a razão tornava-se estéril e acadêmica, porém, sem a disciplina da razão essas paixões levariam ao caos social.
Rousseau nasceu em Genebra em 1712, iluminista e romântico, coletivista e individualista. É considerado um dos maiores pensadores do século XVIII. 
O contrato Social foi publicado em 1763. O tema de retorno à natureza permeia toda sua obra. É evidente a influência do mito do “bom selvagem” difundido na França do século XVI e XVII, a partir das grandes descobertas marítimas, que idealizavam os povos primitivos e faziam apologia da vida selvagem. Para ele, o homem nasce bom e a sociedade o corrompe.
Sobre o Contrato Social.
Essa obra acha-se dividida em quatro livros. O primeiro livro trata de forma direta o problema que sempre o preocupou que é a fundamentação legítima da sociedade política, isto é, o Estado. “Indagar se pode existir na ordem civil, alguma regra de administração legítima e segura, tomando os homens como são e as leis como podem ser” (ROUSSEAU, 1973, p. 27). Este objetivo é apontado na fase inicial do capítulo I: “Os homens nascem livres, e por toda a parte encontram-se a ferros” (ROUSSEAU, 1973, p.28). O que realmente preocupa o nosso autor é o contraste entre a condição natural do homem (nasce livre), em total liberdade e é a condição social que comumente abafa essa liberdade. Rousseau toma como tarefa investigar se essa passagem, da liberdade natural, para o condicionamento social opera-se legitimamente; se é necessária, se corresponde a uma necessidade de sobrevivência do próprio homem. Sendo assim, como isso se dá legitimamente?
Desse modo, natureza e convenção são os problemas centrais do livro. Rousseau descreve o “ato pelo qual um povo é povo”, isto é, a convenção que origina não o poder, mas a sociedade está caracterizada no pacto social. Os homens sentindo as dificuldades para sobreviverem por seus próprios meios no estado de natureza firmam, entre si, um contrato unindo-se numa “forma de associação que defenda e proteja a pessoa e os bens de cada associado com toda força comum, e pela qual cada um, se unido a todos, só obedeça, contudo a si mesmo, permanecendo assim tão livre quanto antes”. Esse pacto mantém a igualdade e a liberdade, sendo que essa última apenas se transforma, em lugar da liberdade natural irrestrita, surge uma liberdade convencional. No dizer de Rousseau: uma existência socializada.
. O principal efeito do contrato social e o nascimento de uma nova entidade, um corpo moral e coletivo, com sua unidade, seu eu comum, sua vida e sua vontade, que não é um simples agregado humano, mas a “polis”, a república ou como prefere Rousseau, o corpo político. Esse todo orgânico chama-se Estado Soberano quanto ativo, é quando os homens se constituem em povo.
A questão mais importante do “Contrato Social”. Chama-se vontade geral, ela se revela não pelo que há de geral nas vontades particulares, mas pelo que tem de comum. Por isso, a vontade geral é sempre certa, não atentará jamais contra a liberdade de qualquer de seus membros do corpo social. Se, o homem, perde a liberdade ilimitada do estado de natureza, ganha a liberdade civil, e a garantia das propriedades que possuem legitimamente.
A Soberania é inalienável, já que demanda da vontade geral; é indivisível, diferentemente de Montesquieu, Rousseau demonstra que não há divisão de poderes. Para ele, a vontade geral só erra quando é deteriorada pela formação de grupos e partidos políticos ou com o contato com os interesses privados.
“Pelo pacto social demos existência e vida ao corpo político, resta atribui-lhe, pela legislação movimento e vontade”. Portanto, o Estado vive e age pela lei.
 
 Há uma espécie de lei que ele denomina: “a mais importante de todas, que não se grava no mármore, nem no bronze, mas nos corações dos cidadãos”; é a verdadeira Constituição do Estado. Rousseau não descuida dos conteúdos éticos da vida política.
Avaliação das formas de governo. 
Democracia, 
Aristocracia, 
Monarquia, 
Todas têm suas vantagens em certos casos específicos, tanto quanto defeitos. O contrato Social privilegia a escolha da população, desde que não se reduza ao simples censo numérico dos habitantes.
O soberano por sua natureza não conhece superiores e não reconhece interesses particulares. Só as assembléias periódicas e gerais constituem remédio contra a usurpação (democracia direta).
Quando em assembléias os cidadãos consentem todas as leis, mesmo aquelas em que é voto vencido, ou aquelas que o punem quando ousa violar uma delas. 
“A vontade constante de todos os membros do Estado é vontade geral: por ela é que são cidadãos e livres”. Portanto, o que lhes é perguntado em assembléia é se as leis estão ou não de acordo com a vontade geral. 
Para Rousseau, soberano é o povo, expresso pela vontade geral, pessoa moral coletiva livre e corpo político de cidadãos. Isto posto, o governante não é soberano, mas tão somente representante da soberania popular.
CONCLUSÃO
Verifica-se que a principal premissa do Estado Moderno é a transformação dos estados absolutos em estados constitucionais. O poder não é mais dos governantes, mas da lei.
A caminhada se dá em uma dialética, e o Estado constitucional tem pela frente duas alternativas: voltar ao passado ou avançar para um futuro social. Se recuar pode cair na ideologia neoliberal e globalizadora que destrói moralmente o Estado e a Soberania; se avançar faz a escolha certa, elege o caminho da democracia participativa, na qual introduzem na constituição os direitos sociais e as conquista dos homens representados pelos direitos fundamentais de várias gerações já reconhecidas e proclamadas pelo constitucionalismo do nosso tempo. 
 
 
BIBLIOGRAFIA
BITTAR, Eduardo /Almeida, Guilherme Assis de. Curso de Filosofia do Direito. São Paulo: Atlas, 2004.
BONAVIDES, Paulo. Teoria do Estado. São Paulo: Malheiros Ed, 2007.
REALE, Giovanni- ANTISERI, Dario. História da Filosofia, vol. II. São Paulo: Paulus, 1990.
ROUSSEAU, Jean-Jacques. O Contrato Social. Coleção “Os Pensadores” São Paulo: Abril Cultural, 1973.
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