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Sistemas Econômicos (Novo)

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SISTEMAS ECONÔMICOS
O ser humano, desde o seu nascimento, já desenvolve uma atividade econômicas, que é a atividade de consumo. Como qualquer outro cidadão, o recém-nascido consome normalmente alimentos, roupas, moradia, transportes, remédios, serviços médicos, etc. Hoje, com os novos programas de assistência pré-natal à disposição das gestantes, até o indivíduo ainda em formação no ventre materno já pode ser considerado um consumidor em virtude dos serviços e medicamentos que são consumidos pelas futuras mães em benefício do feto que está se desenvolvendo. Assim, por muito tempo, durante toda a fase de crescimento físico e/ou amadurecimento intelectual, permanecemos somente como consumidores do produto do trabalho de outras pessoas. 
Ao atingirmos a maturidade biológica (ou chegamos à “idade de trabalhar”) deixamos de ser somente consumidores e passamos a desenvolver uma segunda atividade econômica: a atividade de produção. A partir desse momento nos tornamos elementos potencialmente ativos do sistema econômico e em condições de participar do processo de geração de bens e serviços que serão oferecidos à sociedade. 
	Produzir significa: transformar um bem em outro, dando-lhe maior ou outra utilidade. A produção é, de fato, a criação de utilidades. A sua finalidade última é, portanto, a satisfação das necessidades humanas. Ao criar utilidade, a produção prepara os objetos destinados ao consumo, determina a maneira de consumir e suscita novos desejos de consumir. Assim, é capaz de condicionar o modo pelo qual o homem pode atender às suas necessidades. Os processos de produção estão condicionados ao sistema econômico em vigor e à disponibilidade de meios e/ou recursos humanos, materiais, técnicos e administrativos que podem ser alocados. 
	Nas sociedades modernas, onde é produzido um grande número de bens e serviços, podemos observar que o consumo de uma pessoa é composto por bens e serviços produzidos em áreas de atividade econômica diferentes daquela em que exerce seu trabalho. Um operário que trabalhe numa metalúrgica, por exemplo, produz chapas de aço, mas necessita de alimentos, roupas, casa, transporte, etc. Entretanto, na economia em que este operário vive, é permitido que ele troque sua força de trabalho (um fator de produção que concorre para a produção das chapas de aço) por um salário que lhe permita adquirir os bens e serviços de que necessita. Isto ocorre em razão do funcionamento daquilo que chamamos de Sistema Econômico.
A noção de Sistema Econômico é praticamente recente, já que fora completamente desconhecida dos chamados clássicos. Explica-se: os clássicos, baseados na existência de leis imutáveis e ignorantes de que o meio econômico é válido para uma certa época histórica, acreditavam que o sistema, ou antes, a “situação” por eles defendida, seria una e perene. Não puderam perceber que o sistema econômico era uma resultante de combinações de elementos, dentre os quais estão as relações de produção (que dominam e dirigem os indivíduos pelas regras jurídicas, costumeiras, morais e usuais) e as forças materiais de produção (decorrentes das técnicas dominantes no momento). Daí sua dinâmica; sua mutabilidade. Assim, verificamos que o passado preparou o presente tanto quanto este está preparando o futuro. A realidade histórica prepara o pensamento econômico, político, moral, religioso, jurídico e artístico de cada época.
	Podemos, pois, definir Sistema Econômico como sendo “a reunião dos diversos elementos participantes da produção de bens e serviços que satisfazem as necessidades da sociedade, organizados não apenas do ponto de vista econômico, mas também social, jurídico, institucional, etc”. É importante ressaltar que os elementos integrantes de um sistema econômico não são apenas pessoas, mas todos os chamados fatores de produção. Podemos, ainda, entender o Sistema Econômico como “a forma pela qual a sociedade se organiza, visando solucionar os seus problemas de produção, circulação e distribuição de riqueza”. 
As leis econômicas são objetivas, isto é, existem independentemente de nossa vontade e refletem os processos reais do desenvolvimento econômico. Contudo, cada modo de produção possui uma lei econômica fundamental que lhe é inerente e que determina os seus aspectos principais. A produção de bens que o homem utiliza para a satisfação de suas necessidades constitui a base da vida social.
A história da humanidade conheceu cinco modos de produção (ou sistemas econômicos) com características e períodos de vigência bem definidos: Três deles esgotaram-se em etapas que se iniciaram nas sociedades tribais primitivas chegando ao período feudal. Constituíram-se nos Sistemas Pré-contemporâneos: Comunal-primitivo; Escravista e Feudal. Dois outros chegaram e permanecem ativos em nossos dias. São os Sistemas Contemporâneos: Capitalista e Socialista. 
	Os sistemas econômicos contemporâneos, conquanto tenham os mesmos problemas a resolver, podem diferir bastante entre si, em função do substrato político, social ou legal sobre que assentam. 
O sistema Capitalista (ou: de Livre Iniciativa Empresarial) é o tipo de sociedade econômica caracterizada pela propriedade privada dos fatores de produção e pela iniciativa privada, guiada por fins de lucro, a dirigir a produção. De outro lado no sistema Socialista (ou: de Planificação Central) as decisões são tomadas através de um sistema centralizado de planificação e toda a atividade produtiva é controlada pelo Estado. Hoje, entretanto, alguns países adotam um sistema misto de livre empresa e intervenção governamental. Todos esses sistemas são resultado da evolução por que passaram as formas de organização da atividade econômica, em busca do sistema ideal de eficiência produtiva aliada a uma eficiência distributiva da produção. Esse ciclo evolutivo, iniciado por um sistema em que prevalecia a tradição e autoridade, passa pelo mercantilismo, pelo liberalismo que antecedeu a concepção socialista e prossegue rumo a uma combinação que elimine as idéias radicais das duas formas de organização prevalecentes nas economias modernas. As características mais representativas desses sistemas são as seguintes:
Sistema de produção comunal-primitivo (características)
Instrumentos de trabalho extremamente rudimentares e baixíssimo nível de produtividade do trabalho;
Inexistência da propriedade privada sobre os meios de produção e conseqüente inexistência de classes sociais;
Propriedade coletiva dos meios de produção, trabalho coletivo e distribuição igualitária dos bens produzidos;
Divisão natural do trabalho, isto é, por sexo e idade.
Em síntese, a lei econômica fundamental do modo de produção comunal-primitivo consiste na luta permanente para assegurar a sobrevivência dos membros da comunidade, mediante a posse coletiva dos meios de produção, o trabalho coletivo e a distribuição igualitária dos bens produzidos através da utilização de instrumentos de trabalho extremamente rudimentares.
Sistema de produção escravista (características)
	Com a desagregação da comunidade primitiva, em decorrência basicamente do avanço tecnológico e do aumento da produtividade do trabalho, surge e se desenvolve o modo de produção escravista.
- Propriedade privada dos senhores de escravos sobre os meios de produção, bem como so-
 bre os próprios trabalhadores (escravos);
- Produtividade do trabalho relativamente elevada, permitindo ao trabalhador criar um sobre
 produto que é apropriado pelo senhor de escravos (sobreproduto é a produção que ultrapas
 sa aquela necessária à sobrevivência do trabalhador). O sobreproduto é criado pelo sobre-
 trabalho, que é a fração do tempo trabalhado alem daquele necessário à produção do míni-
 mo de que o trabalhador necessita para sua sobrevivência;
- Divisão social do trabalho, entre a cidade e o campo, entre pastores e agricultores, entre 
 artesãos, entre o trabalho manual e o trabalho intelectual, etc.,
- Produção destinada essencialmente ao consumo local;O escravismo caracterizou a vida econômica e social da chamada Antigüidade Clássica. As antigas civilizações da Grécia, Egito, Babilônia, Roma, Índia, China e outras desenvolveram-se à base do trabalho escravo. Quando as relações escravistas de produção esgotaram suas potencialidades de desenvolvimento tornando-se incapazes de manterem o desenvolvimento das forças produtivas, iniciou-se a desagregação do trabalho escravo e as novas relações de produção, então surgidas, ensejaram maior liberdade das forças produtivas em comparação com as condições vigentes anteriormente. Surge assim o modo de produção feudal.
Sistema de produção feudal (características)
- Propriedade privada dos senhores feudais sobre os meios de produção;
- Divisão da sociedade em duas classes sociais antagônicas: senhores feudais (donos das ter-
 ras) e servos da gleba (camponeses); 
 - Produção destinada essencialmente ao consumo local.
 - Crescente divisão social do trabalho;
 - Propriedade incompleta dos senhores feudais sobre os servos da gleba. Estes, embora este-
 jam vinculados ao feudo, já dispõem de mais liberdade, possuem instrumentos de trabalho 
 e outros bens próprios;
 A lei econômica fundamental da sociedade feudal é o pagamento da renda da terra pelos camponeses aos senhores feudais em trabalho gratuito, em produto ou em dinheiro. 
 Ao esgotar suas potencialidades, as relações feudais de produção cederam lugar às relações capitalistas de produção. 
Sistema capitalista (ou de livre iniciativa empresarial) 
Neste sistema impera a propriedade privada dos meios de produção, ao lado da livre iniciativa de se decidir sobre o que e quanto produzir e consumir. As atividades econômicas são dirigidas e controladas unicamente por empresas privadas, que competem entre si. Daí a alcunha de “economia de mercado”, porque na sociedade capitalista tudo se transforma em mercadoria, inclusive a força do trabalho. 
O trabalhador, diferentemente do que ocorre nas sociedades escravista e feudal, já não é mais um escravo, nem servo da gleba. Ele é livre para vender sua força de trabalho ao capitalista que lhe fizer a melhor oferta, isto é, lhe pagar o melhor salário. 
As empresas, por sua vez, estão dispostas a oferecer seus produtos à medida que houver possibilidades efetivas de obtenção de lucros. A perspectiva do lucro resume-se, portanto, à oferta de bens no mercado. Essa oferta se orienta pela demanda (ou procura) de bens que supram as necessidades dos indivíduos. É de se supor, então, que o livre jogo da oferta e da procura, em que impera a livre concorrência, é fundamental para a sustentabilidade da atividade econômica. Nestas circunstâncias, a intervenção do Estado seria perturbadora e prejudicial. Assim, ao estado competiria zelar pelo livre funcionamento do mecanismo dos preços e do mercado, sem interferir em nenhum aspecto da produção. 
Em resumo: neste sistema, a decisão sobre “que e quanto produzir” é tomada pelos consumidores e produtores; a decisão sobre o “como produzir” é determinada pela competição entre os produtores, em busca de maior produtividade e redução dos custos e a questão sobre “como distribuir” é solucionada pela capacidade de aquisição dos bens produzidos, isto é, cada indivíduo irá apossar-se da quantidade de bens e serviços que a sua disponibilidade de recursos financeiros permitir.
O capitalismo deu-se em duas etapas: 
a) Capitalismo pré-monopolista: Período de desenvolvimento do capitalismo em que existiu
 a livre concorrência. Essa etapa predominou até os últimos anos do século XIX.
b) Capitalismo monopolista: Fase em que a livre concorrência passou a ser substituída
 pelo monopólio imperialista, capitaneado por grandes corporações multinacionais.
Sistema Socialista (ou de planificação central da economia) 
Por este sistema, as respostas às questões básicas competem ao Estado, que se encarregaria de direcionar e controlar o processo produtivo através de empresas públicas. Este direcionamento e controle far-se-ia com base nos interesses coletivos, que prevaleceriam sobre os individuais. Desaparecem, segundo esta ordem econômica, a propriedade privada dos meios de produção e a instituição do lucro. A meta não é obtenção de lucros, mas proporcionar o máximo de bem-estar geral. Todos os meios de produção seriam socializados, isto é, de propriedade coletiva, administrada pelo Estado.
Um complexo sistema de planificação determinaria “o que produzir” prioritariamente. Todas as possibilidades de produção seriam equacionadas e utilizadas de forma a obter um aproveitamento integral de todos os recursos na solução do problema “como produzir”. A questão “para quem produzir”, que traz em si o problema da distribuição da renda, seria solucionada pela quantidade e qualidade do trabalho executado, independentemente das necessidades do trabalhador. O Estado se encarregaria de proporcionar, a preços baixos ou gratuitamente, os serviços básicos relacionados à saúde, educação, transporte e moradia, assegurando a todos o direito inalienável ao trabalho. A participação ativa de todos os trabalhadores no processo econômico substituiria a competição entre as unidades produtivas, no sentido prevalecente no regime de livre iniciativa. 
	Atualmente, já não se nota o funcionamento pleno de formas puras de economia de mercado ou de economias socialistas. A intervenção do Estado se processa até mesmo em economias tipicamente capitalistas. Da mesma forma, em economias socialistas existem certas formas camufladas de propriedade privada da terra. Assim, alguns países adotam um sistema misto de livre empresa e intervenção governamental que busca uma combinação que elimine as idéias radicais das duas formas de organização prevalecentes nas economias modernas. 
Observa-se, nos sistemas mistos, a coexistência entre o setor público e o setor privado. Muitos aspectos da economia são controlados pelo Estado, mediante leis, decretos, regulamentos, portarias, etc. Através de criação de empresas ou de subsídios, controle de créditos, incentivos fiscais e outras formas, o Estado praticamente decide “o que e quanto produzir” em vários setores da economia. O “como produzir” se dá primordialmente no setor privado, atendendo aos ditames da concorrência. A questão “para quem produzir” é respondida, de modo geral, pelo livre mecanismo dos preços, porém o Estado se encarrega de proporcionar alimentação, ensino, hospitalização, assistência jurídica e outros serviços às camadas inferiores de renda. Além disso, o Estado controla certos preços e impõe determinados padrões de remuneração (salário mínimo, por exemplo) e recolhimentos compulsórios (os encargos sociais de uma folha de pagamentos, por exemplo).
Em que pesem as diferenças entre os sistemas econômicos contemporâneos, existem algumas características comuns a todos eles. Tais características, que constituem a “roupagem” dos sistemas econômicos, compreendem: 
a- Descompasso entre necessidades ilimitadas e recursos escassos;
 b- Aplicação dos conceitos de possibilidades de produção, rendimentos decrescentes e 
 custos de oportunidade;
Divisão e a especialização do trabalho; 
Uso da moeda;
Medição da atividade econômica como instrumento de planejamento e ação econômica.
Os Fatores de Produção
	Fatores de Produção (ou recursos de produção) são os elementos indispensáveis para a concretização da atividade de produção. “São constituídos pelas dádivas da natureza, pela população economicamente mobilizável, pelas diferentes categorias de capital e pelas capacidades tecnológicas e empresarial”. São eles: Recursos Naturais (ou Terra), Capital, Trabalho, Tecnologia e Empresariedade. Tradicionalmente, apenas os três primeiros eram considerados fatores de produção. Com as crescentes exigências de eficácia qualitativa e quantitativa (produtividade) impostos à produção pelos padrões de consumo da sociedade contemporânea,a tecnologia (aqui encarada não somente como um “método” de trabalho mas como uma ferramenta de agilização dos processos de produção e de padronização e identidade do produto), bem como a capacidade empresarial, (capacidade de “organizar” a produção otimizando a utilização dos outros fatores) passaram a ter importância crescente na viabilização da atividade produtiva e, conseqüentemente, assumiram a condição de indispensabilidade que caracteriza os fatores de produção.
Os Recursos Naturais
	Recursos Naturais são os elementos da natureza (matérias primas) incorporáveis às atividades econômicas. É importante que se atente ao seguinte: Somente os elementos naturais acessíveis às atividades econômicas constituem os Recursos Naturais. Logo, o seu volume depende, entre outros fatores da evolução tecnológica e do ambiente social (nível cultural) da sociedade (ou dos setores da sociedade que tem acesso a certas qualificações profissionais ou técnicas). Podemos então concluir: A natureza é um conceito estático, porque é o que é independente da vontade humana. O estoque de recursos naturais, por sua vez, é um conceito dinâmico pois depende da vontade, da capacidade e, conseqüentemente, dos recursos sociais e culturais de que dispõe a sociedade (ou certos grupos mais favorecidos que a compõem). Assim, os recursos naturais à disposição do homem são: 
Solo: Aproveitamento econômico da superfície terrestre. Os fatores limitantes são: profundidade, saturação, drenagem, fertilidade e relevo. No Brasil, cerca de 4,5 milhões de quilômetros quadrados (mais de 50% do território nacional) se prestam a atividades agrícolas. 
Subsolo: Camada interior da terra onde se situam os lençóis de água subterrânea, jazidas minerais, de petróleo e de gás natural. Os fatores limitantes são: acessibilidade, conhecimento geológico, tamanho e qualidade das reservas. O Brasil é um dos países mais privilegiados em termos de riquezas de subsolo. Contudo, a extração bruta anual da maior parte dos minerais exploráveis é inferior a 1% das reservas medidas.
Águas: Oceanos, mares, lagos, rios e córregos. O aproveitamento econômico é condicionado por fatores como: navegabilidade, potabilidade, propriedades físico-químicas e potencialidades para fins hidrelétricos e de irrigação. O Brasil dispõe de uma faixa litorânea de proporções continentais e de 9 grandes bacias hidrográficas. Contudo, somente 23% do potencial hidrelétrico está sendo explorado.
Pluviosidade e Clima: Pluviosidade (chuvas), temperatura e dinâmica das massas de ar (ventos). O aproveitamento econômico é condicionado a fatores como: ocorrência, intensidade e regularidade de chuvas, intensidade e variações de temperatura, movimento e intensidade das massas de ar, regularidade dos ciclos sazonais. No Brasil existe regularidade de chuva e clima em mais de 50% do território. O clima só é extremamente seco em menos de 1% da área do País (pequenas áreas do semi-árido onde as secas predominam por onze meses: Paraíba, Pernambuco e norte da Bahia).
Flora e Fauna: Recursos vegetais cultivados ou naturais (extrativos) do solo e do espaço submerso, bem como de animais vertebrados e invertebrados. O aproveitamento desses recursos são condicionados pela forma de exploração (predatória) que pode levá-los à extinção. Na flora brasileira existem 1.144 espécies de madeiras exploráveis, 1.839 espécies vegetais com potencialidades farmacológicas, 706 espécies próprias para a alimentação humana, 489 para animais, 251 espécies para exploração de fibras e 585 para celulose. A fauna, por sua vez, apresenta 600 espécies de mamíferos, 1580 de aves, 395 de répteis, 331 de anfíbios e 1.500 espécies de peixes de água doce.
Fatores Extraplanetários: Compreende recursos naturais existentes fora do espaço terrestre e que se prestam a exploração econômica do homem. Energia solar, espaço cósmico para emissão de ondas e sinais de som e imagem, ambiente interplanetário para experiências científicas, etc. No Brasil, a energia solar é aproveitável durante quase todo o ano.
O Capital
Capital é todo bem empregado pelo homem para, através do trabalho, possibilitar a obtenção de outros bens. Por exemplo: o machado, o arco e flecha, e a canoa foram as primeiras ocorrências de “fator Capital”, ou seja os mais remotos componentes do estoque físico de meios de produção de que dispõe qualquer sociedade. 
Com o passar do tempo, o fator capital evoluiu das formas primitivas, ganhando complexidade e aumentando a eficiência do trabalho humano. O acervo de capital de uma nação moderna é, pois, o conjunto de suas instalações industriais, infra-estrutura energética e de telecomunicações, infra-estrutura e equipamentos de transporte, infra-estrutura e equipamentos agropecuários, Infra-estrutura social (escolas, hospitais equipamentos de lazer, etc.) máquinas e ferramentas em geral, etc. As categorias em que se distribuem os diversos tipos de capital são as seguintes:
Infra-estrutura econômica: Sistemas de energia (geração, transmissão e distribuição), telecomunicações (equipamentos instalados e satélites em operação) e transportes (ferrovias, rodovias, aeroportos, hidrovias e estruturas portuárias. 
Infra-estrutura social: Sistemas instalados de saneamento básico, abastecimento e potabilização de água, educação e cultura, segurança, saúde, esportes e lazer.
3- Construções e edificações: Prédios públicos, fábricas, estabelecimentos comerciais, etc.
4- Equipamentos de transporte: Locomotivas e vagões, embarcações, aeronaves, cami-
 nhões, ônibus e utilitários.
5- Máquinas, equipamentos, instrumentos e ferramentas: Utilizadas em atividades extrati-
 vas, industriais, de construção civil e de prestação de serviços.
6- Agrocapitais: Culturas permanentes implantadas, plantéis animais de reprodução, tração 
 e produção leiteira, Instalações rurais (currais, cercas poços, aguadas e açudes), edifica
 ções rurais, implementos, equipamentos e ferramentas rurais.
Essas diferentes categorias de capital acumuladas pela sociedade resultam de um dos mais importantes fluxos econômicos: o de investimento. Conceitualmente, Formação de capital e investimento são expressões sinônimas. Ambas significam a adição ao aparelho de produção da economia de novos estoques de riquezas efetivamente destinadas a produzir novas riquezas. Neste sentido, a formação bruta de capital (ou investimento bruto) se dá pela destinação de uma parcela do esforço de produção à acumulação de novos bens de produção. Isto implica em uma renúncia social (diferimento de consumo) em benefício do processo de acumulação. 
	Contudo, o estoque de capital da sociedade só aumenta efetivamente se a adição de novos capitais for superior à depreciação (processo pelo qual os bens de capital depreciam-se pelo uso, pela ação do tempo e pela obsolescência técnica). Desta forma, todos os anos parte do estoque de capital é desmobilizado e descartado quando a sua vida útil, ou eficácia produtiva, se extinguem (sucatas de máquinas, equipamentos e transportes; erradicação de culturas permanentes; descarte de animais de tração, reprodução e produção leiteira; demolições e reformas de instalações prediais; máquinas e equipamentos substituídos por obsolescência, etc.). Assim, subtraindo dos investimentos brutos o valor correspondente às depreciações definimos a formação líquida do capital , que corresponde ao investimento líquido da economia.
Com a evolução e a sofisticação do estoque de capital dos povos, as camadas menos “qualificadas” da população vão se distanciando da possibilidade de dominar os recursos de que a sociedade dispõe, entrando, assim, num processo de marginalização. Em compensação, as camadas mais integradas vão aumentando sua integração. A marginalização e a integração social são, pois, cada uma para seu lado, processos cumulativos.
O Trabalho 
	À ação humana que dá dinamismo aos recursos naturais, suprindo assim as necessidades humanas, denomina-se Trabalho. Assim, o trabalhose caracteriza como sendo a ocupação do homem em atividades de exploração direta da natureza ou na transformação de seus componentes; bem como na prestação de serviços habilitados e específicos, objetivando a satisfação de necessidades pessoais, coletivas ou empresariais. 
	O trabalho é uma condição específica do homem e, desde suas formais mais elementares, está associado a certo nível de desenvolvimento dos instrumentos utilizados e da divisão da atividade produtiva entre os diversos membros de um agrupamento social. Assim, o trabalho assumiu formas particulares nos diversos modos de produção que surgiram ao longo da história da humanidade. Na comunidade primitiva, teve caráter solidário e coletivo, ao passo que, nas sociedades de classes (escravista, feudal e capitalista) se tornou “alienado”, como afirmam os marxistas. Trabalho “alienado” seria aquele cujo produtor não é seu proprietário, nem dos produtos por ele criados, pois estes são apropriados pelo capitalista, senhor dos meios de produção e, momentaneamente, proprietário da própria força de trabalho do operário.
	Marx, assim como Adam Smith e David Ricardo, considerava que o valor de toda mercadoria é determinado pela quantidade de trabalho socialmente necessário para produzi-la. A força de trabalho constitui-se em mercadoria cujo valor é determinado pelos meios necessários à subsistência do trabalhador (alimentos, roupas, moradia, transporte, etc). Assim, se o trabalhador deve produzir não apenas o valor correspondente ao que lhe é pago pelo “patrão” na forma de salário, mas também um valor a mais, um valor excedente sem contrapartida que será distribuído sob a forma de lucro entre aos proprietários do capital (industriais, comerciantes, latifundiários, banqueiros, etc.), está acontecendo então a forma mais desonesta de exploração capitalista. Essa taxa de expropriação do valor do trabalho operário foi denominada por Marx como Mais-valia.
Observando-se os aspectos ocupacionais da população, identificamos dois setores importantes entre os quais podemos dividir as crianças e os adultos de uma sociedade: O Setor Produtivo (ou setor ativo; ou população economicamente mobilizável; ou ainda a população em “idade” de trabalhar) que se constitui no potencial de mão de obra do sistema e o Setor Dependente; (ou população economicamente não mobilizável) constituído pela fração da população que ainda não ingressou no mercado de trabalho (pré-produtiva) ou que dele já se retirou (pós-produtiva). A delimitação da “idade de trabalhar” varia conforme a realidade social, cultural, econômica, etc., de cada povo. Não existe consenso nesta questão de faixa etária produtiva, que geralmente oscila entre os limites de 14 e 60 anos de idade. Nos países desenvolvidos a fase produtiva supera facilmente os 70 anos de idade.
Subtraindo-se do contingente em “idade de trabalhar” as pessoas que se dedicam a atividades domésticas (não remuneradas) e os estudantes, chegamos à População Economicamente Ativa, que é aquela voltada efetivamente ao mercado de trabalho. Neste seguimento estão os trabalhadores “qualificados” (cujas funções não podem ser exercidas sem aprendizado específico, e os “não qualificados” (ocupam funções que não exigem aprendizado especial). A população economicamente ativa pode estar Ocupada (os que estão exercendo atividade profissional empregatícia bem como os autônomos atuantes em atividades legalmente regulamentadas) ou Desempregada (trabalhadores que circunstancial ou voluntariamente estão afastados do trabalho). 
O desemprego pode ser Voluntário, quando é decorrente da livre opção dos atingidos, ou Involuntário que independe da vontade do atingido e acontece em função de fatores sociais, culturais, econômicos, geofísicos e conjunturais. Neste sub-grupo, os principais tipos de desemprego são o Estrutural, o Friccional e o Disfarçado.
O Desemprego Estrutural ocorre pela falta de estrutura do mercado de trabalho para absorver a mão-de-obra disponível. Isto geralmente se verifica em virtude de desequilíbrios entre o contingente de mão-de-obra especializada e as carências reais do mercado de trabalho, pela desqualificação profissional da presumida clientela ou, ainda, por mudanças nas tecnologias de produção decorrentes de mecanização e/ou automação da produção. (Desemprego tecnológico). 
O Desemprego Friccional (ou temporário) apresenta-se em duas formas distintas. A primeira, denominada Desemprego Parcial, acontece em virtude da rotatividade “natural” da mão-de-obra, como o que se verifica no setor comercial após os períodos de consumismo acirrado (festividades tradicionais de final de ano, por exemplo); ou o dos bóias-frias cuja ocupação está condicionada a etapas bem definidas das atividades agrícolas. A segunda, denominada de Desemprego Sazonal, é decorrente de variações climáticas (ou sazonais) que impõem limitações ao desenvolvimento de muitas atividades. Este tipo de desemprego é mais visível nos países onde as estações do ano são bem definidas.
O Desemprego Disfarçado, ou Subemprego; ou ainda Setor Informal, é aquele geralmente decorrente da falta de oportunidades de ocupação no setor da economia formal. Dele fazem parte os biscateiros em geral, que não podem ser tachados de desocupados mas desenvolvem suas atividades na informalidade, sem regras definidas ou normas estabelecidas. O exemplo mais visível deste setor é a proliferação de ambulantes nas grandes cidades, que por falta de outras alternativas de trabalho terminam causando sérios prejuízos ao fisco e aos estabelecimentos comerciais legalmente estabelecidos. Hoje já se observa que grande parte dos chamados “biscateiros” atuam, também, no setor formal do mercado de trabalho. Neste caso, a atividade informal tornou-se uma forma alternativa de complementação de renda que está se proliferando em decorrência do baixo nível 
salarial da grande maioria da população brasileira.
Tecnologia (ou capacitação tecnológica)
Conceituada como fator de produção, a Tecnologia, (ou capacitação tecnológica) é constituída pelo conjunto de conhecimentos e habilidades que dão sustentação ao processo de produção, envolvendo desde os conhecimentos acumulados sobre as fontes de energia empregadas, passando pelas formas de extração de reservas naturais, pelo seu processamento, transformação e reciclagem, até chegar à configuração e ao desempenho dos produtos finais resultantes. Trata-se, assim, de um fator de produção que envolve todo o processo produtivo, em todas suas etapas. O conceito de tecnologia é sintetizado pelos franceses na expressão savoir faire (saber fazer) e pela expressão inglesa know-how (como fazer). O conjunto dos conhecimentos e habilidades de saber fazer e como fazer é transmitido de geração a geração. A capacidade tecnológica é um dos mais expressivos acervos da herança cultural das nações.
Convencionalmente, as habilidades e conhecimentos que abrangem esse fator de produção são agrupáveis em três grandes categorias: 
Capacitação para atividades de pesquisa e desenvolvimento (P&D): Compreende habilidades e conhecimentos para atividades de pesquisa básica e aplicada, desenvolvendo processos e produtos (trabalho de cientistas e pesquisadores). Envolve capacidades para gerar, armazenar, processar, interpretar, integrar e fundir conhecimentos técnico-científicos. Fundamentalmente, resulta em invenções.
Capacitação para desenvolver e implantar novos projetos: Traduz-se por conhecimentos e habilidades para implantar projetos de novos processos e de novos produtos. Envolve habilidades para acessar as tecnologias de última geração, adaptando-as, quando necessário, às exigências operacionais e/ou circunstanciais. É aí que se dá a passagem da invenção à inovação (diferenciação clássica de Schumpeter). 
Capacitação para operar as atividades de produção: Traduz-se por capacidades associadas à operação do processo produtivo. Envolve habilidades para operar as atividades de produção propriamente ditas (planejamento, manutenção e controle de produção, otimizaçãode processos, aperfeiçoamento de layout e controle de qualidade).
As fases mais marcantes da evolução tecnológica foram as seguintes: 
Aplicação do vapor como força motriz. (Fins do século XVIII até o final do século XIX); 
Substituição do vapor pelo motor a combustão ou elétrico. (Fins do século XIX até o final da 2ª Guerra Mundial).
Incorporação da fissão nuclear às fontes de energia e da eletrônica aos processos e produtos. (A partir da década de 40) 
Incorporação em larga escala de tecnologias intensivas de informação e informatização computadorizadas. (A partir da década de 50) 
A Empresariedade (ou capacitação empresarial)
	À Empresariedade (ou capacidade empresarial) compete a mobilização, a aglutinação e a combinação dos demais fatores de produção. É através dela que os recursos disponíveis são reunidos, organizados e acionados para o exercício de atividades produtivas. Por esse motivo, a empresariedade é definida por muitos autores como sendo a energia mobilizadora da economia. A carência de espírito empresarial retarda movimentos inovadores e inibe o processo de crescimento econômico. Em contrapartida, nações dotadas de energia empreendedora mobilizam as potencialidades existentes, desenvolvem esforços de complementação de suas deficiências naturais e emergem em pouco tempo como potências competitivas.
Harvey Leibenstein (economista norte-americano) destacou um conjunto de qualificações que identificam os agentes dotados de capacidade empresarial. As principais são as seguintes:
Ter visão estratégica, orientada para o futuro, capaz de antever novas realidades e seus desdobramentos.
Ter baixa aversão aos riscos inerentes ao ambiente de negócios.
Ter espírito inovador, quebrando paradigmas, abrindo novas fronteiras, propondo novas soluções para satisfazer às ilimitáveis necessidades humanas. 
Ter sensibilidade para farejar oportunidades de investimento ou de reunir e processar informações que os levam a descobri-las.
Ter energia suficiente para implantar projetos de empreendimento, animando tantos investidores quantos sejam necessários para sua execução.
Ter acesso aos outros quatro fatores de produção, bem como capacidade para combiná-los e motivá-los, levando adiante os projetos implantados.
Ter a capacidade de organizar o empreendimento, adquirindo ou contratando os fatores necessários, transferindo subsequentemente a gestores competentes a coordenação permanente das operações.
 
As Unidades Produtoras
As instituições onde são organizados e combinados os fatores de produção são denominadas Unidades Produtoras. Uma fábrica de automóveis, um banco e uma fazenda são exemplos de unidades produtoras, pois em cada uma delas os fatores (Recursos Naturais, Capital Trabalho, Tecnologia e Empresariedade) estão integrados de forma a resultar na produção de algum bem ou serviço. Assim, verificamos que as atividades produtivas de uma sociedade contemporânea distribuem-se por inúmeras unidades produtoras, que se utilizam de processos produtivos dos mais simples aos mais complexos visando a obtenção de determinados bens e/ou serviços.
O Aparelho Produtivo
No sistema econômico de uma nação, encontramos um grande e diversificado número de unidades produtoras, cada qual organizando os fatores de produção para a obtenção de um determinado produto ou para a prestação de um serviço. Este universo de unidades produtoras constitui o que denominamos de Aparelho Produtivo. O aparelho produtivo de um país é, portanto, a capacidade produtiva instalada que se materializa através da geração de bens e serviços do sistema econômico. Entretanto, apesar da diversidade de objetivos das inúmeras unidades produtoras, podemos classificá-las de acordo com as características fundamentais de sua produção. Utilizando este critério, veremos que as unidades produtoras podem ser agrupadas em três setores básicos.
Setor Primário: constituído pelas unidades produtoras que utilizam intensamente os recursos naturais e não introduzem transformações substanciais em seus produtos (o beneficiamento de certos produtos agrícolas, como o arroz que é descascado e polido, constitui um caso de transformação que não altera substancialmente o produto). Neste setor estão as unidades produtoras que desenvolvem atividades agrícolas, pecuárias e extrativas, sejam minerais, animais ou vegetais.
Setor Secundário: constituído pelas unidades produtoras dedicadas às atividades industriais, através das quais os bens são transformados e adquirem nova feição e/ou características. Neste setor há uma intensa utilização do fator de produção capital, sob a forma de máquinas e equipamentos. Indústrias de automóveis, de refrigerantes, de roupas e de móveis são exemplos de unidades produtoras incluídas no setor secundário.
Setor Terciário: este setor se diferencia dos outros pelo fato de seu produto não ser tangível, concreto, embora seja de grande importância no sistema econômico. É composto pelas unidades produtoras que prestam serviços, como os bancos, as escolas, as empresas de transporte, hospitais, o comércio, etc.
Podemos ter uma idéia do grau de desenvolvimento de um país se observarmos a importância relativa dos três setores em seu sistema econômico. Uma economia em que o setor primário ocupa maior peso revela, quase sempre, um nível de desenvolvimento não satisfatório, enquanto aquelas em que o setor secundário é preponderante apresentam maior grau de desenvolvimento.
Os fluxos do Sistema Econômico
Durante o processo de produção, as unidades produtoras remuneram os fatores por elas utilizados: pagam salários aos seus trabalhadores, aluguel pelas instalações que ocupam, juros pelos financiamentos obtidos e distribuem lucros aos seus proprietários. A remuneração recebida pelos proprietários dos fatores de produção lhes possibilita adquirir os bens e os serviços de que necessitam. Este é um aspecto fundamental do sistema econômico, e que garante sua eficiência: as unidades produtoras, ao mesmo tempo em que produzem bens e serviços, remuneram os fatores de produção por elas utilizados, permitindo que as pessoas adquiram bens e serviços produzidos por todas as outras unidades produtoras.
Uma pessoa que trabalha numa fábrica de roupas, por exemplo, não vai adquirir apenas o produto de seu trabalho (as roupas) com o salário que recebe. Precisa, também, comprar alimentos, alugar ou comprar uma casa, tomar condução, etc. É através da remuneração de sua força de trabalho (fator de produção que concorreu para a produção das roupas) que ela poderá adquirir as coisas de que necessita para viver. Pode-se dizer, portanto, que num sistema econômico existem dois fluxos: 
Fluxo Real: formado pelos bens e serviços produzidos no sistema econômico, que também recebe o nome de Produto.
Fluxo Nominal: (ou fluxo monetário) formado pelo pagamento que os fatores de produção recebem durante o processo produtivo, também denominado Renda.
O destino dos fluxos
 Pagamentos monetários em contrapartida
 à compra de bens e serviços
 
 Bens e serviços de consumo
 (alimentos, vestuário, etc.)
 Famílias Empresas 
Consomem bens produzidos 1- Proporcionam bens e serviços
 pelas empresas 2- Utilizam os recursos entregues 
Fornecem recursos pelas famílias
 
 Recursos (Rn, K, Tr, Tec e Emp.)
 Pagamentos monetários pelos recursos
 (salários, aluguéis, juros e lucros) 
 Fluxos monetários (ou nominais)
 Fluxos reais
Esses dois fluxos temum significado muito importante para a teoria econômica. O fluxo real, formado pelos bens e serviços produzidos, constitui a Oferta da economia, ou seja, tudo aquilo que foi produzido e está à disposição dos consumidores. O fluxo monetário, formado pelo total da remuneração dos fatores produtivos, é a Demanda (ou procura) da economia, ou seja, aquilo que as pessoas procuram para satisfazer suas necessidades e desejos.
A oferta e a procura são as duas funções mais importantes de um sistema econômico. Essas duas funções formam o Mercado, que significa o complexo de transações (ou trocas) realizadas entre as pessoas que querem vender as pessoas que querem comprar. É importante observar que o termo mercado, na Teoria Econômica, não significa somente o lugar físico onde os permutantes estão localizadas, como uma feira livre, por exemplo. Seu significado técnico se refere a todas as compras e vendas realizadas no sistema econômico, tanto de bens de consumo, intermediários e de capital como de serviços. Em suma, sintetiza a essência do sistema econômico, em que as necessidades são satisfeitas através da venda e da compra de mercadorias e serviços.
	 No entanto, não devemos pensar que tudo aquilo que for produzido será destinado ao consumo final das pessoas. Uma fábrica de chapas de aço ou uma empresa de processamento de dados, por exemplo, não atendem diretamente às necessidades individuais dos consumidores. As chapas de aço e os serviços de computação são apenas um bem e um serviço que entram na produção de outros bens e serviços (como por exemplo, na fabricação de automóveis e na preparação de folhas de pagamentos para as empresas, respectivamente). Esta complexidade da produção é uma característica fundamental dos modernos sistemas econômicos e explica como as pessoas podem adquirir as coisas necessárias à satisfação de suas necessidades.
Mesmo as necessidades mais elementares são satisfeitas por algum tipo de bem, que tanto pode ser decorrente do esforço de produção do homem como fruto de dádivas da natureza. O ar, por exemplo, é o bem que satisfaz a necessidade de respirar. Em circunstâncias normais, quando se caracteriza a sua abundância, este e outros bens, como a água dos mares e a luz do sol, são considerados bens livres, não constituindo um problema cuja solução esteja no âmbito da análise econômica. A maioria das necessidades do indivíduo será satisfeita por bens escassos, cuja obtenção irá requerer certa quantidade de trabalho. Estes são os denominados bens econômicos e compreendem duas categorias: os bens tangíveis, isto é os que são materiais, e os intangíveis que não são de natureza física, como os serviços. 
Os bens econômicos tangíveis podem ser subdivididos em bens finais -porque satisfazem necessidades de consumo ou de investimento sem exigir mais nenhuma transformação- e bens intermediários (ou insumos) que serão incorporados a outros no processo de geração de um novo bem final, de consumo ou de capital.
Bens de consumo (ou diretos) são aqueles que satisfazem diretamente às necessidades das pessoas quando utilizados no estado em que se encontram, como alimentos, roupas, serviços médicos, etc. Os bens de capital (ou de produção; ou indiretos), por sua vez, não atendem diretamente às necessidades dos consumidores, mas destinam-se a aumentar a eficiência do trabalho humano no processo produtivo. São as máquinas, equipamentos e ferramentas industriais, as estradas, etc.
Os bens podem ser, ainda, duráveis - servem várias vezes a diversas satisfações de vários períodos de uma ou diferentes necessidades, ou seja, são os que não se extinguem ou não são consumidos em uma única utilização. Ex.: as máquinas, as roupas, os móveis, os imóveis, etc. Os bens não duráveis só podem ser usados uma única vez e se extinguem em um único processo de consumo. Ex.: os alimentos, os combustíveis, as matérias primas, etc.
Podemos, ainda, classificar os bens tangíveis sob outras óticas.
Bens Complementares: Aqueles que só podem ser usados quando associados a outros. Isoladamente, não preenchem a finalidade a que se destinam. Ex.: a caneta e o papel, a escova e a pasta de dentes, o bocal e a lâmpada, etc.
Bens Sucedâneos (ou substitutos; ou alternativos): Os que são suscetíveis de satisfazer a uma necessidade, satisfatoriamente, em lugar de outro. Ex.: a sacarina e o açúcar, a manteiga e a margarina, o chá e o café, etc.
Bens Conjuntos: os que resultam de um mesmo processo produtivo. Ex.: o petróleo e seus derivados coque e gás; couro e carne; etc. 
Representação esquemática de um sistema econômico
O esquema gráfico que reproduzimos a seguir está apresentado no livro “Introdução à Economia” dos Professores Antonio Barros de Castro e Carlos Lessa, e representa, de forma objetiva, a estrutura de um Sistema Econômico (em versão simplificada) mostrando os seus diversos componentes e as relações de interdependência que existem entre eles. 
 TR 
 TECNO LOGIA
 OR RN K ÇÃO
 GA DU
 NI PRO
 ZADORES DA 
 UNIDADES
 PRODUTORAS
 RENDAS APARELHO PRODUTIVO PRODUTOS
Remuneração Setor Primário Bens materiais
do Trabalho Fluxo Nominal Setor Secundário Fluxo Real e 
Juros 
Lucros Setor Terciário Serviços
etc.
 D A
 E T
 M R
 A E
 N D A MERCADO O F 
�
..............................................................................................................................................................
A N E X O S
O FATOR TRABALHO: Aspectos ocupacionais da população
(Resumo)
 SETOR OCUPADA – População efetivamente trabalhando
 PRODU 
 TIVO VOLUNTÁRIO- População fora do mercado de trabalho, por opção.
 ou 
 ATIVO ECONO ESTRUTURAL- Falta de estrutura do mercado 
 ou MICA- de trabalho para absorver a
P POPU- MENTE mão-de-obra disponível
 LAÇÃO ATIVAO EM IDA- (Atuan PARCIAL- Rotatividade natural
 DE DE te no da mão-de-obra
P TRABA merca DESEMPREGADA FRICCIONAL 
 LHAR do de INVOLUNTÁRIO ou SAZONAL- Fatores climáticos
U ou traba- TEMPORÁRIO sazonais ou emer- 
 POPU- lho re- genciais
L LAÇÃO mune-
 ECONO rado) DISFARÇADO Biscateiros em geral. Parte
A MICA- ou da população que trabalha
 MENTE SUBEMPREGO de forma autônoma, sem
Ç MOBILI- ou nenhuma regulamentação
 ZÁVEL SETOR INFORMAL ou controle
à (PEM) 
O NÃO REMUNERADA- População envolvida em atividades domésticas próprias
 SETOR DEPENDENTE 
 ou Fração da população que ainda não ingressou (pré-produtiva) ou que já se
 POPULAÇÃO ECONO retirou (pós-produtiva) do mercado de trabalho. Inclui as crianças, os velhos,
 MICAMENTE NÃO MO- e os impedidos ou incapazes de um modo geral.
 BILIZÁVEL (PENM)
�
Classificação dos bens (Resumo)
 Bens livres (ou não econômicos) - Ofertados livremente pela natureza e à dis
 posição de todos os indivíduos Ex: O ar, a água dos rios e mares,
 correntes de ar, jazidas de recursos naturais como areia, etc. 
 Quanto à ocorrência Bens raros (ou econômicos) – Não ocorrem naturalmente na natureza. Sua
 existência é fruto do esforço de produção do homem. Ex: Água 
 tratada, produtos industrializados ou cultivados, corrente de ar 
 produzida através de processo mecânico, etc.
 Bens materiais (ou tangíveis) – Todos os bens que tem consistência material.
 Quanto à natureza Serviços (ou intangíveis) - Bens que não são de natureza física. Ex. Serviços
 médicos, educacionais, jurídicos, etc.
C Bens de consumo (ou diretos) - Satisfazem diretamente às necessidades das 
L pessoas quando utilizados no estado em que se encontram.
A Ex. Alimentos, roupas, serviços médicos, etc
S Quanto à destinação Bens de capital (ou de produção; ou indiretos) - Não atendem diretamente às
S necessidades dos consumidores. Destinam-se a aumentar a
I eficiência do trabalho humano no processo produtivo. Ex:
F máquinas, ferramentas industriais, equipamentos, rodovias,
I veículos de trabalho, sistemas geradores de energia, etc.
C
A Bens intermediários (ou insumos) – Bens elaborados (finais) in-
Ç corporados a outros no processo de geração de
 um novo bem final. Ex. peças para veículos,
O Quanto à forma de utilização materiais de construção, componentes para ele
 trodomésticos, energia eletrica, etc.
 Bens finais (ou acabados) – Bens totalmente elaborados e prontos
D para a utilização final a que se destinam. Ex:
O automóveis, televisores, roupas, imóveis, etc.
S Bens não duráveis (ou consumíveis) – Só podem ser usados uma
 vez, pois se extinguem em um único processo 
 de consumo. Ex: Alimentos, medicamentos,
B Quanto ao período de utilização cadernos, tintas, cimento, etc. 
E Bens duráveis – Não se extinguem em uma única utilização. São
N usados repetidas vezes. Ex. Edificações, veícu-
S los, eletrodomésticos, roupas, máquinas, etc.
 
Os bens materiais (ou tangíveis) podem ser classificados, ainda, como:
 Complementares (ou dependentes) - Bens finais que só podem ser usados quando associados a
 outros. Ex. bocal e lâmpada, caneta e papel, escova e cre-
 me dental, colchão e cama, etc..
 Substitutos (ou alternativos; ou sucedâneos) - Os que são suscetíveis de satisfazer satisfatoria-
 mente a uma necessidade em lugar de outro. Ex:
 manteiga e margarina, gasolina e álcool, café e
 chá, disquete e CD, etc.
 Conjuntos: - Os que resultam de um mesmo processo produtivo. Ex.: o petróleo e seus deriva-
 dos coque e gás; couro e carne; etc.
 
O objeto da Economia Política
Do ponto de vista da Economia Política, a produção de bens materiais de que o homem se utiliza para a satisfação de suas necessidades constitui a base da vida social e assim se estrutura:Trabalho – Atividade do homem dirigida no sentido a- o homem adquire novos co-
 da produção da riqueza material. É a nhecimentos;
 atividade do homem orientada no senti- b- desenvolve novas habilidades
 do de adaptar os materiais da natureza c- cria instrumentos de trabalho 
 para a satisfação de suas necessidades. d- se organiza socialmente
 Meios de trabalho: São todas as coisas, com auxílio das quais o homem
Elementos exerce sua ação e atua sobre os objetos de trabalho 
fundamen- adaptando-os para a satisfação de suas necessidades. 
tais que São meios de trabalho: máquinas e equipamentos, edifíca
concorrem ções destinadas a fins produtivos, instalações produtivas
na produção Meios de ferrovias, rodovias, instalações portuárias e aeroportuá-
 rias, usinas hidrelétricas, enfim: envolve todo o aparelha-
 produção mento produtivo (Capital)
 Objetos de trabalho: São todas as coisas sobre as quais se exerce o traba-
 lho do homem, mediante o uso dos meios de trabalho.
 Os objetos de trabalho são todas as matérias-primas: o 
 solo agrícola, as jazidas minerais, as florestas, etc. Em
 suma, a terra e suas entranhas constituem o objeto
 universal de trabalho. (Recursos Naturais)
 
 Forças produtivas da sociedade: O homem, com seus conhecimentos e habili-
 dades (capacitação técnológica) orientados 
 para fins produtivos, mais os meios de produ-
 ção, sobretudo aqueles por ele criados.
 Relações de produção: (ou econômicas) relações que os homens contraem en
 tre si durante o processo de produção. Segundo Marx,
Modos de produção: “Na produção, os homens não agem apenas sobre a 
 (constituídos por:) natureza, mas também uns sobre os outros. Eles so-
 mente produzem colaborando de uma determinada 
 forma e trocando entre si suas atividades. Para produ-
 zirem, contraem determinados vínculos e relações mú
 tuas e somente dentro dos limites desses vínculos e 
 relações sociais é que se opera sua ação sobre a na-
 tureza, isto é, se realiza a produção.”

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