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Clostridios (Perfringens e Botulínico) Clostridium Composto por cerca de 150 espécies. Seu gênero é definido como aquele que reúne bacilos gram-positivos esporulados. Alguns são anaeróbios obrigatórios; outros aerotolerantes e alguns, raros, que não toleram traços de oxigênio. A maioria não é capsulada. Algumas espécies (C. perfringens, C. ramosum e C. innoccum) são imóveis, porém a maioria é móvel através de flagelos peritríqueos. Clostridium Perfringers Organismo e suas características O Clostridium Perfringens é um bastonete Gram-positivo, anaeróbio obrigatório, esporulado, amplamente distribuído na natureza. Multiplica-se em ph de 5,5 - 8,5. Temperatura ótima para multiplicação: 40°C – 45°C. C. Perfringens produz uma variedade de toxinas letais aos animais e também uma enterotoxina que causa diarreia no homem. Reservatórios O Clostridium Perfringens encontra-se no solo, na água, em alimentos, na poeira, em especiarias e no trato intestinal do homem e de outros animais. 7 Epidemiologia Gangrena gasosa (Mionecrose) A gangrena é uma infecção que rápida e progressivamente destrói músculos com toxicidade sistêmica, certamente devido a α-toxina. A gangrena gasosa está usualmente associada a traumas ou cirurgias. Infecção Alimentar C. Perfringens tipo A causa uma forma branda comum de infecção alimentar, detectada em todo o mundo, em forma de surtos. Diarreias esporádicas são bastantes relatadas, principalmente em idosos hospitalizados. Alimentos envolvidos Os alimentos mais comumente envolvidos são os proteicos de origem animal, como carnes de bovinos e de aves . Pessoas expostas Idosos hospitalizados. Pessoas imunodebilitadas. Pacientes cirúrgicos ou traumáticos (Gangrena Gasosa). Quadro Clínico Os sintomas aparecem entre 6 e 24 horas, especialmente entre 8 e 12h, após a ingestão de alimentos contaminados. Caracterizam por dor abdominal aguda e diarreia; náuseas, febre e vômitos são raros. A doença é de curta duração. A taxa de mortalidade é muito baixa. Diagnóstico O diagnóstico precoce da gangrena gasosa é crítico e baseia-se nos sinais clínicos: edema intenso, descoloração do tecido, vesículas hemorrágicas, evidências de gás no tecido e na detecção laboratorial. Já para casos de infecção alimentar, é sugerido que no diagnóstico laboratorial sejam incluídas: I- Detecção do agente suspeito no alimento e nas fezes. II- Detecção de CPE, desde que as fezes sejam colhidas no prazo máximo de 24horas após o aparecimentos dos sintomas. Medidas de Controle Gangrena Gasosa O tratamento é imediato em função da alta taxa de mortalidade. O componente mais importante do tratamento é o debridamento cirúrgico, tendo também a terapia hiperbárica e antibioticoterapia. Infecção Alimentar A principal medida preventiva da infecção alimentar por C.Perfringens é a refrigeração do alimento processado, especialmente em carnes, sempre que o consumo não for imediato. O reaquecimento deve alcançar temperaturas superiores a 75°C no interior das carnes. Os surtos devem ser notificados. Clostridium Botulinum Organismo e suas características Latim: botulus (linguiça) “Intoxicação por linguiça” em 1793. 1897: Van Ermengen isolou e detectou a toxina que levou a outro surto pela ingestão de presunto. Botulínica tipo A. Bacilos gram-positivos anaeróbios Formador de esporos e cepas Tipos: A, B, C, D, E, F e G. Atividade Proteolítica Ph: 4,5 a 8 Período de incubação: varia de 12 a 36 horas. Reservatórios Seu habitat natural é o solo, poeira e sedimentos marinhos, podendo ser encontrado em grande variedade de agro produtos frescos ou industrializados. Epidemiologia Botulismo: intoxicação alimentar causada pela ingestão de toxinas pré-formadas nos alimentos. Pode aparecer sob três formas: botulismo clássico, botulismo de lesões e botulismo infantil. Botulismo clássico Intoxicação causada pela ingestão de alimentos contendo neurotoxinas. A absorção ocorre primariamente no duodeno e jejuno e, através, da corrente sanguínea alcança sinapses colinérgicas periféricas. Botulismo de lesões Doença infecciosa causada pela proliferação e consequente liberação de toxinas em lesões infectadas com C. botulinum. Botulismo infantil Doença infecciosa causada pela ingestão de esporos C. botulinum e subsequente germinação, multiplicação e toxigênese no intestino de crianças com menos de um ano de idade. Alimentos envolvidos O maior perigo está nos alimentos preparados em conservas caseiras que não possuem uma manipulação correta. Pessoas expostas Adultos; Crianças; Animais: aves, mamíferos ... Quadro Clínico Consiste em náuseas, vômito, fadiga, tonturas, cefaleia, ressecamento da pele, boca e garganta, constipação; não há febre, ocorre paralisia muscular, visão dupla e, finalmente, parada respiratória e morte. Diagnóstico É estabelecido pela detecção da BoNT (neurotoxina botulínica) no soro, nas secreções da lesão, nas fezes do paciente ou na amostra do alimento envolvido. Medidas de Controle Impedir que o alimento não tenha produção da neurotoxina botulínica. Impedir a germinação dos esporos. Tratamento térmico elevado. BOTOX Referências FRANCO, Bernadette D. Gombossy de Melo; LANDGRAF, Mariza. Microbiologia dos Alimentos. São Paulo: Editora Atheneu, 2008. JAY, James M. Microbiologia de Alimentos. TRABULSI, Luiz Rachid; ALTERTHUM, Flávio. Microbiologia. 5°ed. São Paulo: Editora Atheneu, 2008.
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