Buscar

Eletroterapia aplicada em pediátricos

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Eletroterapia aplicada em pediátricos
Faculdade da Serra Gaúcha – Caxias do Sul/RS
Disciplina de Recursos Eletrotermofototerapêuticos
Acadêmicos: Cássia Pereira; Cássio Broilo; Débora Gressler; Maycon Graff e William Dariz
Caxias do Sul, 21 mar 2016
 	O presente estudo tem como tema avaliar a utilização de recursos eletroterapêuticos aplicados em pacientes pediátricos. De caráter bibliográfico, foram resgatados artigos na base de dados Scielo, os quais assimilavam a eletroterapia no tratamento a alguma patologia pediátrica. Foram destacadas: indicações, grupos específicos para aplicação, contra indicações, eficácia/eficiência, vantagens e desvantagens. Além disso, outros três artigos serviram como base para a criação histórica de fatos, da aplicação eletroterápica ao resultado.
1. Introdução
 	Existe uma dificuldade instaurada na literatura atual no que diz respeito ao conteúdo em língua portuguesa. Artigos com conteúdos consistentes encontram-se disponíveis apenas em língua estrangeira.
2. Utilização da Eletroterapia em pacientes pediátricos
 	A paralisia cerebral (PC) quando detectada faz com que ocorra alterações motoras que acabam causando disfunções ao paciente e uma delas é o pé equino. Um recurso terapêutico que é bastante eficiente com esse tipo de paciente é a eletroestimulação, que possui benefícios conhecidos, uma outra técnica muito utilizada na prática clinica é a mobilização articular. O objetivo é verificar os efeitos terapêuticos que estão associados entre a eletroestimulação em dorsiflexores e a mobilização articular do tornozelo em pacientes com paralisia cerebral diparética espástica e com pés equinos. Durante o estudo participaram 3 crianças com paralisia cerebral com idade entre 3 e 9 anos. Todas elas apresentaram melhora na função motora grossa e na marcha ao fim do tratamento, podemos concluir que a associação dessas duas técnicas terapêuticas foram benéficas para promover a função motora grossa e da marcha.
LOUREIRO e LORDELO (2013) e ZUARDI (2010).
2. Utilização da Eletroterapia em pacientes pediátricos
 	A hiperatividade vesical (HV) é um problema comum entre a população pediátrica, e o principal sintoma é a urgência miccional, que pode ou não estar associada a incontinência urinária, infecção urinária, enurese noturna e constipação. Os estudos mostram taxas de resolução que variam entre 51 a 75% para a hiperatividade vesical, 79 a 84% e 13 a 84% para sintomas de urgência e incontinência, respectivamente. A recorrência da hiperatividade vesical variou de 10 a 25%. Esse estudo, realizado pelos mesmos autores citados anteriormente, mostrou que o uso da eletroestimulação na disfunção do trato urinário na infância é de difícil conclusão.
LOUREIRO e LORDELO (2013) e ZUARDI (2010).
3. Indicações, Eficácia/Eficiência
Eletroestimulação neural transcutânea parassacral (TENS) e oxibutinina no tratamento de crianças com bexiga neurogênica.
	É eficaz no tratamento de crianças com transtorno não neurogênico do trato urinário inferior. Naquelas com princípio neurogênico, os anticolinérgicos, continuam sendo o tratamento mais utilizado. Como em grande parte destes pacientes não há lesão total dos tratos nervosos, a eletroestimulação poderia também proporcionar melhora clínica e nos parâmetros urodinâmicos. O tratamento com eletroestimulação forneceu uma evolução maior na sensibilidade vesical, do que quando tratado com anticolinérgicos. Porém, a eletroestimulação é menos utilizada do que o tratamento com anticolinérgicos, pois existem poucos estudos que comprovam a sua total eficácia.
NEPOMUCENO (2013)
3. Indicações, Eficácia/Eficiência
Qualidade de vida em crianças com bexiga hiperativa tratadas com a eletroestimulação transcutânea parassacral. 
	Eficácia e eficiência: A eletroestimulação parassacral é uma intervenção eficaz na resposta clínica a curto e longo prazo em pacientes pediátricos com bexiga hiperativa (BH). Recentemente, um estudo prospectivo comparando TENS parassacral com a eletroestimulação do nervo tibial posterior, constatou efeitos positivos da eletroestimulação parassacral na intervenção de crianças com BH isolada, averiguando, uma melhora nos sintomas das crianças. Reafirmando desta forma, a sua eficácia na resposta clínica de crianças com BH.
VAZ (2013)
3. Indicações, Eficácia/Eficiência
Eletroestimulação e mobilização articular em crianças com paralisia cerebral e pés equinos. 
	A eletroestimulação em pacientes com Paralisia Cerebral (PC) é um recurso terapêutico amplamente utilizado, do qual, os benefícios já são bastante conhecidos. No estudo, a população alvo mostrou recuperação da função motora grossa, na melhora da marcha e na ADM no final do tratamento. Diversos tratamentos com a eletroestimulação em pacientes com PC, apresentaram melhora das funções motoras dos mesmos.
ALCANTARA et al (2015)
4. Contra indicações 
A maior parte dos profissionais não recomenda a eletroterapia em crianças, pois não se sabe até que ponto a energia gerada pode influenciar no seu crescimento se aplicada diretamente sobre um disco epifisário ativo. O disco epifisário é responsável pelo crescimento longitudinal dos ossos longos, por isso há receio do uso sobre eles. A seguir podemos ver uma gravura representativa de um osso longo onde é possível observar o disco epifisário ampliado:
4. Contra indicações 
4. Contra indicações 
 	Devido aos riscos não há muitas evidências na área de pesquisa, todavia existem algumas que sugerem que várias modalidades podem sim ter um efeito negativo. As ondas curtas e micro-ondas em especial devem ser evitadas em crianças por atingir zonas mais profundas. Porém se a energia utilizada durante o tratamento não alcançar a zona epifisária, como ondas de menor alcance aplicadas sobre a pele, não há o porquê não usufruir deste método de tratamento já que não existem comprovações de um efeito prejudicial.
5. Vantagens e desvantagens
 	A vantagem que se tem com o uso da estimulação elétrica nervosa transcutânea, como por exemplo, no artigo onde foi realizado com crianças que tinham incontinência urinária, teve uma melhora em cerca de metade dos pacientes já a partir da 12ª sessão, tendo uma regressão na incontinência muito satisfatória.
VAZ (2013)
5. Vantagens e desvantagens
 	Já em outro estudo, do mesmo autor, o uso da eletroestimulação neuromuscular (EENM) foi realizado em um grupo de 30 crianças com disfagia. Recebendo uma hora direta de EENM até a recuperação parcial ou total da deglutição, sendo usado em 22 dias. Das 30 crianças, 17 tiveram mudanças significativas na deglutição enquanto cinco delas recuperaram 100%. 
 	Existem poucos estudos nessa área para comprovar as desvantagens, portanto fica claro que há uma certa insegurança no uso destes recursos em pediátricos. 
VAZ (2013)
6. Patologias que atingem o grupo e tratamento com os recursos eletrotermofototerapeuticos/ Artigos científicos 
1. Incontinência Urinária
2. Transtornos depressivos e de ansiedade (similar a eletroconvulsoterapia)
3. Intestino neurogênico causado por disfunção neural (disfunção do intestino devido disfunções do SNC ou nervos periféricos envolvidos no controle da defecação)
I - Estimulação elétrica nervosa transcutânea para tratamento de urgência ou urge-incontinência urinária em crianças e adolescentes: ensaio clínico fase II. 	
	Ensaio clínico, 20 sessões de estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS - Dualpex 961 da marca Quark®) parassacral, 2x semanais no tratamento da urgência ou urgeincontinência urinária em crianças e adolescentes. 25 crianças com idades entre 5 e 14 anos (média 7,80 +-2,22 anos), sendo 92% do sexo feminino. Para estabelecer o índice de prevalência de Disfunção do Trato Urinário Inferior (DTUI) empregou-se o questionário Disfunctional Voiding Scoring System (DVSS), afastando do estudo anomalias anatômicas e neurológicas. As crianças foram investigadas e tratadas para infecção do trato urinário quando necessário. Ao acompanhante foi entregue
um recipiente medidor e, após minuciosa explicação, solicitado o preenchimento de diário miccional com registro de três dias antes da primeira sessão e após a vigésima sessão de TENS. Houve comparação significativa pré e pós tratamento (p=0,04), havendo regressão do sintoma de perda urinária (referida pelos acompanhantes) em todas as crianças que completaram as 20 sessões.
ALCANTARA et al (2015)
ESTIMULAÇÃO PARASSACRAL	
	
II - Results of cranial electrotherapy stimulation to children with mixed anxiety and depressive disorder. (Resultados da estimulação elétrica cranial em crianças com ansiedade e desordem depressiva).
	Estudo experimental, dois grupos, grupo experimental (GE) e grupo controle (GC). 30 indivíduos com idades entre 8 e 16 anos. Inclusos aqueles que atingiram determinadas pontuações nas escalas de depressão Zung Self-Rating Depression Scale (SDS) and Zung Self-Rating Anxiety Sacle (SAS). O grupo experimental ficou caracterizado por integrar crianças com desordem depressiva e ansiedade, que inicialmente procuraram determinada clínica psicológica infantil. O grupo controle caracterizou-se por estudantes com problemas emocionais, diagnóstico de desordem depressiva e ansiedade, que apresentavam alguns sintomas adversos, tais como tremores e náuseas.
Utilizado Alpha-Stim 100 no tratamento, como principais alvos o hipotálamo, o sistema límbico e de modo geral a camada encefálica, estimulação com micro correntes simulando a atividade cerebral. Ambos receberam tratamento durante 5 dias, 1x ao dia, 15 minutos. O grupo experimental ficou caracterizado pelo tratamento Cranial Electrotherapy Stimulation (CES). Já o grupo controle ficou caracterizado pelo tratamento pseudo-CES. O grupo tratado com o CES obteve melhora significativa quando comparado com o grupo controle. Esta pode ser relacionada com a grande diferença individual em ondas cerebrais ou quantidade insuficiente de amostras.
YIXIN et al (2007)
ESTIMULAÇÃO CRANIAL	
	
III - Transrectal electrostimulation therapy for neuropathic bowel dysfuntion in children with myelomengocele. (Eletroestimulação transretal na disfunção de intestino neurogênico em crianças com mielomeningocele).
	Sessões diárias de eletroestimulação, durante 3 semanas, em crianças com mielodisplasia e incontinência fecal. 5 a 10 sessões diárias de estimulação. 55 crianças de 2 a 14 anos (idade média de 6,7). Foram referidas ao fim do tratamento melhorias em todos os parâmetros de interesse, incluindo a diminuição da frequência de diária de movimentos intestinais, aumento da sensibilidade, o aumento da capacidade de manter fezes. O sucesso total de tratamento foi alcançado em 20 casos (36,3%) e um sucesso moderado em 30 (54,5%), taxa de sucesso global (90,8%). 82% relataram aumento da sensibilidade (p <0,05). A terapia falhou em 5 crianças (9%). Não houve efeitos adversos. A eletroestimulação transretal é uma modalidade bem tolerada e minimamente invasiva que proporciona uma melhoria sustentável na continência fezes em crianças com mielomeningocele e disfunção intestinal neuropática.
PALMER; RICHARDS e KAPLAN (1997)
ESTIMULAÇÃO TRANSRETAL
	
7. Referências
ALCANTARA, A.C.A.; et al. Estimulação elétrica nervosa transcutânea para tratamento de urgência ou urge-incontinência urinária em crianças e adolescentes: ensaio clínico fase II. J Bras Nefrol 2015;37(3):422-426
LOUREIRO, C.Q.P; LORDELO, P.V.S; Eletroestimulação transcutânea parassacral para hiperatividade vesical em crianças: Revisão bibliográfica. Pós-graduação em Fisioterapia em Uroginecologia, Obstetrícia e Mastologia – Faculdade Ávila. 1-13 2013
NEPOMUCENO, E.C.; Análise dos resultados da eletroestimulação neural transcutânea parassacral e oxibutinina no tratamento de crianças com bexiga neurogênica. PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA E SAÚDE HUMANA. Dissertação de Mestrado Salvador-Bahia 2013 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA E SAÚDE HUMANA
PALMER, L.S.; RICHARDS, I.; KAPLAN, W.E.; Transrectal electrostimulation therapy for neuropathic bowel dysfuntion in children with myelomengocele. The Journal of Urology Vol. 157, 1449-1452, April 1997
VAZ, M.M.T.; Qualidade de Vida em Crianças com Bexiga Hiperativa tratadas com a Eletroestimulação Transcutânea Parassacral. Dissertação de Mestrado Salvador-Bahia 2013 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA E SAÚDE HUMANA
YIXIN, C. Et al. Results of cranial electrotherapy stimulation to children with mixed anxiety and depressive disorder. Shanghai Archives of Psychiatry, 19(4):203-205, 2007
ZUARDI, M.C. et al. Eletroestimulação e mobilização articular em crianças com paralisia cerebral e pés equinos. Rev Neurocienc 2010;18(3): 328-334
AGRADECEMOS A ATENÇÃO!

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando