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* * DEPÓSITOS DE ENRIQUECIMENTOS SUPERGÊNICOS Gossans ou Chapéu de Ferro * * Enriquecimento Supergênico Termo em geral aplicado ao enriquecimento de depósitos de sulfetos, mas eventualmente inclui depósitos de óxidos, carbonatos e rochas com Fe e Mn. Sulfetos: Os elementos metálicos econômicos são carreados para baixo, dentro do minério primário, onde são precipitados na zona do lençol freático, resultando no aumento de teor. Minérios de Fe e Mn: ganga é mobilizada deixando um um resíduo enriquecido em Fe e em Mn, formando um. depósito metálico puro. * * Enriquecimento Supergênico em formações ferríferas Ocorre por remoção da sílica da BIF Teor de Fe aumenta de 2 a 3x Austrália: teores normais de 20-35% Fe passam para 64 a 66% Fe. * * Enriquecimento Supergênico em formações ferríferas * * Processo atua sobre um grande volume de rocha com baixo teor formando um pequeno volume de rocha com alto teor em metal Rocha mineralizada Vr1= Volume grande de rocha Tm1= Baixo teor em metal Zona de oxidação Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx-Lençol Freático Vr2= Volume pequeno de rocha Tm2= Alto teor Zona de enriquecimento supergênico Vr1>Vr2; Tm2>Tm1 * * 4 Zonas de alteração são reconhecidas 1- Zona de Oxidação Superior ou de aeração, conhecida como Chapéu de Ferro ou Gossan (Crosta avermelhada dominada por hidróxidos de ferro –limonita- resultado da oxidação dos sulfetos) * * A textura e o tipo de depósito são obscurecidos. O minério maciço é transformado em cavernoso ou poroso, sendo revestido por limonita (FeOOH). A água circula rapidamente para baixo com O2 e CO2 , dissolvendo os elementos químicos em solução, deixando um resíduo enriquecido em hidróxidos de Fe ou óxidos de Fe (Fe2O3) Zona 2- Zona lixiviada, imediatamente abaixo da Zona de Oxidação Superior, caracterizada pela remoção ou lixiviação dos elementos metálicos, como Cu, Zn e Ag. * * Zona 3-Zona de enriquecimento e/ou de precipitação de minerais secundários oxidados, tais como: malaquita Cu2CO3(OH)2, Azurita Cu3(CO3)2(OH)2, Cuprita (Cu2O) * * Zona 4- Zona de enriquecimento supergênico-Zona abaixo do lençol freático, cujas condiçoes são usualmente redutoras: É marcada por reações químicas entre soluçoes aquosas oxidadas e sulfetos primários , formando sulfetos secundários, Calcocita (Cu2S), Covelita (CuS), estes mais enriquecidos nos metais. Zona 5- Zona do protominério não alterado. * * Oxidação Supergênica de depósitos de Cu Ocorre em qualquer ambiente superficial onde água subterrânea ácida pode desestabilizar sulfetos e lixiviar cobre segundo a reação: 4CuFeS2 + 17O2 + 10H2O 4Fe(OH)3 + 4Cu2+ + 8SO42- + 8H+ Calcopirita goethita * * Oxidação Supergênica de depósitos de Cu Em depósitos de Cu porfirítico predomina pirita que é quebrada no intemperismo, com a formação de goethita e liberação de 4SO42-. 2FeS2 + 2H2O + 7O2 2Fe2+ + 4SO42- + 4H+ Pirita 2Fe2+ + 3H2O + O2 2Fe(OH)3 + 4H+ goethita * * Oxidação Supergênica de depósitos de Cu Perfil em um depósito de Cu mostrando o padrão típico de um horizonte superficial oxidado (zona lixiviada ou eluvial) recobrindo uma zona mais redutora onde ocorre acumulação de metais (camada supergênica ou iluvial). A zona superior de material ferruginoso, com fantasmas do sulfeto original, é o Gossan. A barreira redox pode ser o lençol freático ou um tampão na rocha. leached * * By WILLIAM X. CHÁVEZ, JR. (SEG 1990) * * Síntese Acima do nível do lençol freático são estáveis minerais secundários de Cu devido ao pH controlar a solubilidade de complexantes como CO32-, OH-, SO42-, PO42- determinando quais serão saturados e precipitarão próximo ao nível do lençol freático formam-se cuprita e Cu nativo abaixo do lençol freático em condições de Eh relativamente baixas, os sulfetos de Cu com alta razão metal/enxofre são estáveis * * Gossan dipping NW at around 30 degrees at Whundo. Underlain by barren weathered volcanics (white) and then supergene sulphides (chalcocite etc) followed by primary sulphides (pyrite, pyrrhotite chalcopyrite and sphalerite). * * Brecha do tipo Gossan hematítica com ouro sobre riolitos * * * * Testemunho de sondagem (Gossan from the Pinwheel Zone) * * Amostra de riolito alterado * * * * Espécie de gossan celular em depósito Cu-porfiro com 37g/t de Au * * * * * * Deposito VMS e Gossan * * * * * * * * Geoquímica e mineralogia dos depósitos supergênicos Todo o processo de enriquecimento começa pela oxidação, que envolve: 1- Dissolução e remoção dos constituintes metáli cos dos minerais importantes; 2- Transformação in situ de minerais em compostos oxidados Oxidação dos sulfetos 2FeS2+7.5O2+8H2O+CO2=2Fe(OH)3+ H2SO4+H2CO3 2 CuFeS2 + 8.5 O2 +2H2O = Fe2O3 +2Cu+2 + 4 SO4-2 + 4H+ Ou 2 CuFeS2 + 8 Fe2(SO4)3 +8H2O = CuSO4 + 17 FeSO4 + 8 H2SO4 Estas reações geram os ácidos H2SO4 e H2CO3; O Fe é fixado como hidróxido 2Fe(OH)3, enquanto Cu, Pb e Zn são solúveis sob forma de sulfatos no meio oxidante. * * Oxidação dos sulfetos (cont.) Os sulfetos que não contêm Fe são oxidados diretamente ou são dissolvidos em sulfatos férricos e ácidos sulfúricos Cu2S + 2H+ + SO4-2 +2.5O2=2Cu+2 + 2SO4- + H2O O cobre nativo e a cuprita estão associados à zona de oxidação inferior do depósito 2Cu2S + 8Fe+3 +12SO4 +6H2O + 1.5O2 =2Cuo + Cu2O +8Fe+2 +12 H+ + 14SO4 Cobre nativo + Cuprita Oxidação posterior do cobre nativo e da cuprita produz tenorita 2Cuo + Cu2O + O2=3CuO (tenorita) A reação do cobre com água pode formar também tenorita: Cu+2 +H2O = CuO +2H+ * * Oxidação dos sulfetos (cont.) A malaquita também pode se formar através da reação 2CuSO4 + H2CO3 + 2H2O = Cu2(OH)2CO3 + 2H2SO4 Em zona de oxidação com galena e molibdenita, há formação de wulfenita e de powellita (se existir cálcio) PbS + MoS2 + 2H2O + 7O2 = PbMoO4 + 3SO4 + 4H+ + 2e- Galena +molibdenita = wulfenita * * A galena é oxidada para anglesita PbS + 7O2 = PbSO4 galena anglesita Se houver CO2, então a galena formará cerussita: PbS + H2O + CO2 + 2O2 = PbCO3 galena cerussita Quando as soluções ácidas se neutralizam por influência de carbonato, forma então carbonato de metais. Zn+2 + SO4 + CaCO3 + 2H2O = CaSO4 +2H2O + ZnCO3 Smithsonita Se houver estibinita haverá formação de valentina e estibiconita Sb2S3 + 3H2O + 6O2= Sb2O3 + 6H2 + 3SO4 Estibinita valentina 3Sb2S3 + 10H2O +20O 2= 2Sb2O6(OH) + 18H+ + 9SO4 Estibinita estibiconita * * A sílica pode cristalizar-se como quartzo ou calcedônia ou pode combinar-se com alumínio e cobre para formar crisocola e caulinita. Cu +2+SiO2 + 2H2O = CuSiO3H2O + 2H+ crisocola 2SiO2 + Al2O3 + 2H2O = Al2Si2O5(OH)4 caulinita Assim, tem-se vários minerais formados na zona de oxidação. * * Minerais encontrados na zona de oxidação * * Conteúdo de Cobre na zona oxidada (lixiviada) * * * * * * * * Alteração Supergênica Está diretamente ligada com as alterações provocadas em níveis superficiais por ação das águas meteóricas e subterrâneas. Em geral, os sulfetos produzidos na zona supergênica estão associados às reações de troca iônicas entre soluções sulfatadas e os sulfetos hipogênicos, conforme as reações: 1- FeS2 + 7.5O2 +8H2O + CO2 2Fe(OH)3 + 4H2SO4 + H2CO3 ácido sulfúrico 2- CuFeS2 + 8.5O2 + 6H2O + CO2 2Fe(OH)3 + CuSO4 + 2H2SO4 + H2CO3 MS + RSO4 RS + MSO4 5FeS2 + 14CuSO4 + 12H2O 7Cu2S + 5FeSO4 + 12H2SO4 Pirita Calcocita 5CuFeS2 + 11CuSO4 + 8H2O 8Cu2S + 5FeSO4 + 8H2SO4 Calcopirita Calcocita CuFeS2 + CuSO4 2CuS + FeSO4 Covelita * * Assembléias Minerais Assembléias minerais estáveis ao longo do tempo em zonas intemperizadas sobre depósitos de Cu porfirítico O minério menos alterado (hipógeno) é comparado com a cobertura supergênica e com a zona lixiviada e oxidada. Estágios 1 a 4 * * Estágios Estágio 1 – Minério primário (hipógeno) encaixado em granito, inclui pirita e calcopirita que são intemperizadas por um fluxo de água de chuva levemente ácida. Em 6000 anos (estágio 1) os sulfetos primários são totalmente dissolvidos da zona lixiviada e o Cu é reprecipitado como calcocita e covelita por substituição dos sulfetos primários na cobertura supergênica, pela reação: CuFeS2 + 3Cu2+ 2Cu2S + Fe2+ Calcopirita Calcocita * * Estágios Estágio 1 e 2 – assembléia estável hematita / goethita, alunita (KAl3(SO4)2(OH)6 e quartzo. Calcopirita tende a desaparecer antes da pirita que só é removida completamente no estágio 2. Estágio 3 – com o aumento da razão fluido/rocha a zona lixiviada desenvolve gibsita (Al(OH)3), muscovita / sericita e, em menor proporção, minerais de argila. Estágio 4 – evolução do estágio 3 para uma unidade dominada pr sericita e caolinita. * * Estágios O pH da água subterrânea começa ácido e com o tempo fica mais alcalino. Quando a calcopirita é consumida na zona lixiviada, os íons de Cu que migram para baixo são reduzidos formando bornita do estágio 2 em diante. Na base da zona oxidada formam-se óxidos como cuprita (Cu2O) com Cu nativo e tenorita (CuO), carbonatos como malaquita (Cu2CO3(OH)2) e azurita (Cu3(CO3)2 (OH)2) , sulfatos como brochantita (Cu4OH)6SO4), antlerita (Cu3OH)64SO4), e calcantita (CuSO4.5H2O), cloretos como atacamita, silicatos como crisocola (CuSiO3.2H2O) e fosfatos como libetinita . * * Campos de Estabilidade de minerais de Cu encontrados em zonas de enriquecimento supergênico Diagrama Eh x pH mostrando os campos de estabilidade de alguns minerais de Cu em 25ºC e 1 atm. Guilbert e Park, 1986 * * * * * * Enriquecimento Supergênico em depósitos Gigantes de Cu Porfirítico - Chile Chuquicamata: o maior depósito de Cu do mundo, reserva total de 11,4 bilhões de toneladas de minério com 0,76% em peso de Cu A camada supergênica compreende a maior parte do minério e já foi toda retirada, composta por: Zona lixiviada estéril Zona de óxidos superior (antlerita, brochantita, atacamita e crisocola) Zona inferior de sulfetos de Cu (calcocita) * * * * * * * * Fatores envolvidos no processo de enriquecimento supergênico: Considerações gerais 1-Circulação de águas meteóricas no corpo mineralizado permeabilizado: a- se for grande, pode ser prejudicial porque os metais dissolvidos são imediatamente dispersos se o corpo mineralizado for impermeável não haverá circulação de águas meteóricas, o que é prejudicial ao mecanismo de dissolução de metais e transporte para horizontes inferiores; c-se a erosão é rápida, não haverá tempo para promover a dissolução química; d-se o nivel do lençol freático é estável, diminuirá ou cessará o processo de enriquecimento . Ao contrário, poderá haver espessamento do perfil vertical da zona de enriquecimento; * * Condições adequadas e- a homogeneidade da permeabilidade é muito importante, porque do contrário, a alteração se dará em locais especialmente fraturados; f- a rocha hospedeira da mineralização deve possuir baixa reatividade. O carbonato por ser muito reativo, impede a solubilizaçào dos metais; g- a morfologia deve ser de caráter moderado, como platôs e montes cortados por vales, pois facilita ao processo de enriquecimento supergênico; h-um clima semi-árido com estações chuvosas é muito favorável (1000mm/ano). O clima frio é desfavorável por causa da baixa taxa de reação química. * * Características dos fatores internos e externos do enriquecimento supérgeno Fatores internos Permeabilidade do Minério; Associação com sulfetos Reatividade da Rocha Fatores Externos – Geomorfologia Evolução do ambiente geomorfológico; Clima e processo de intemperismo; Duração de formação da jazida Condições ideais Homogênea e alta Pirita/sulfetos de cobre Fraca, restrita aos silicatos Relevo moderado ou platô -Evolução permanente a taxa moderada (25 a 50mm/1000anos) Temperatura média de 15oC e pluviometria entre 500 e 1000mm por ano; Tendências para condições mais áridas; 1 milhão de anos, pelo menos para o desenvolvimento de uma zona bem enriquecida. * * Textura do minério Zona de Oxidação (escala macroscópica Texturas reliquiares e texturas em boxwork de limonita. Em função da textura, da cor e da composição das limonitas é possível prever o tipo de minério primário que se encontra subjacente. * * Texturas do Minério- escala microscópica Zona de enriquecimento supérgeno - Textura de substituição de calcosita e/ou covelita em torno da pirita, da calcopirita e bornita ou preenchendo fraturas * * * * * * * * * * * * * * * * * * Profundidade da alteração É variavel e depende da existência de fraturas, falhas ou barreiras neutralisantes. - Situa-se a dezenas de metros abaixo da superfície, podendo atingir até 800m em casos raros; Zonas de baixo relevo são desfavoráveis, em função do lençol freático situar-se em níveis muito alto, o que ocasiona uma pequena profundidade de alteração. * * Guias de identificação de depósitos de Chapéu de Ferro ou Gossans 1- Presença de limonita em textura boxwork; 2- As limonitas dos chapéus de ferro são compostas de três minerais principais: Goetita (vermelho alaranjado); Hematita (marrom avermelhado) Jarosita (cor ouro a mustarda) OBS. Nem sempre abaixo de um Chapéu de Fe existe uma rocha sulfetada alterada. O Fe pode migrar para distâncias apreciáveis e ao encontrar uma barreira neutralisante (carbonato) se precipita como Fe férrico (óxido ou hidróxido), formando o falso Chapéu de Ferro. * * Teor Para jazida de cobre, os teores variam de 1 a 2% de Cu. Os principais minerais são: calcocita (Cu2S) e covelita (CuS) que contêm respectivamente, 79,8% e 66,4% de cobre. A calcopirita- 34,5% de Cu. * * Referencia WILLIAM X. CHÁVEZ, JR. 2000. Supergene Oxidation of Copper Deposits: Zoning and Distribution of Copper Oxide Minerals. SOCIETY OF ECONOMIC GEOLOGISTS. Nº 41: 9-21
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