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DIREITO CIVIL PARTE GERAL 7ª AULA

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DIREITO CIVIL – PARTE GERAL – 7ª AULA
DIREITOS DA PERSONALIDADE (continuação)
7. Tratamento médico de risco
A questão é disciplinada pelo art. 15 do CC. Os médicos, nos casos mais graves de tratamento, estão obrigados a pedir a autorização prévia do paciente, pois ninguém pode ser constrangido a submeter—se, sob risco de vida, a tratamento médico ou intervenção cirúrgica. Valoriza-se o princípio da beneficência e da não maleficência 
A finalidade desse artigo é proteger a inviolabilidade do corpo humano. Essa autorização exige que o paciente tenha todas as informações sobre o seu real estado de saúde (dever de informar previsto no CDC), para poder decidir com conhecimento de causa. Se o paciente não puder dar a autorização esta deve ser dada, por escrito, por parentes na linha reta ou colateral até ao segundo grau ou pelo cônjuge.
O direito do paciente escolher a qualquer tratamento médico quer submeter-se e, inclusive a possibilidade de não se submeter a nenhum, não significam que o mesmo está dispondo do direito à vida. A escolha é lícita e está protegida pelo ordenamento jurídico.� De fato, o processo morte já está instalado no corpo do paciente e não foi causado por ele que se limita a escolher a melhor forma de tratamento ou mesmo nenhuma.
Ressalve-se que o médico, em casos de urgência ou quando não há tempo hábil para pedir o consentimento, deve realizar o tratamento, ficando a cavaleiro de qualquer responsabilidade, salvo se a conduta do médico for inábil. O novo Código de Ética Médica, art. 41 da Resolução 1.931/2009, assim o determina sob pena de responsabilidade do médico , nas esferas civil, penal e administrativa. O que se depreende é que o artigo 15 do CC não permite uma interpretação que sacrifique a vida, valor fundamental da pessoa humana.
 Questão interessante é a de pessoas que, por motivos religiosos, mesmo em risco de vida, não aceite a cirurgia por causa da transfusão de sangue. O médico que fizer o procedimento nesse caso deve ser responsabilizado? A jurisprudência entende que não, pois a liberdade religiosa não pode implicar em desrespeito ao bem maior que é a vida. O TJSP apreciando ação de indenização movida por pessoa adepta da religião “Testemunhas de Jeová” que processou médico por fazer transfusão de sangue, isentou o médico de responsabilidade, sob o argumento de que a pessoa por motivos religiosos não pode impedir o procedimento médico, caso contrário estaria praticando suicídio, o que a lei veda. �
Existem posições contrárias a esta. Por exemplo, Anderson Schreiber afirma ser intolerável que uma Testemunha de Jeová seja obrigada contra a sua vontade a receber transfusão de sangue, apenas com base no pretenso valor maior da vida que não decorre das normas jurídicas, mas das convicções filosóficas e científicas do médico. Para o jurista a vontade do paciente deve prevalecer, porque assim determina a tutela da dignidade da pessoa humana.�
Na mesma linha de entendimento, isto é, prevalência da vontade do paciente Testemunha de Jeová, temos o enunciado n. 403, elaborado na V Jornada de Direito Civil da Justiça Federal, onde se lê:
	Enunciado 403. “ O direito à inviolabilidade de consciência e de crença, previsto no artigo 5º, VI da Constituição Federal, aplica-se também à pessoa que se nega a tratamento médico, inclusive transfusão de sangue, com ou sem risco de morte, em razão do tratamento ou da falta dele, desde que observados os seguintes critérios: a) capacidade civil plenas, excluído o suprimento pelo representante ou assistente; b) manifestação de vontade livre, consciente e informada; e c) oposição que diga respeito exclusivamente à própria pessoa do declarante”.
 
Flávio Tartuce� entende que as convicções religiosas manifestadas pela autonomia privada não podem prevalecer sobre a vida e a integridade física.
8 - Direito à integridade psíquica
A pessoa humana é um ser psíquico atuante, que interage socialmente e para fazer isso na plenitude necessita de ter direito à liberdade, inclusive a de pensamento, direito à intimidade, direito à privacidade, direito ao segredo e à criação intelectual. O direito à integridade psíquica leva em conta elementos intrínsecos do indivíduo, como os atributos de sua inteligência ou sentimento, que compõem o psiquismo humano. A proteção à integridade psíquica tem como fundamento a necessidade ‘’’’’’’ jurídica de preservar a incolumidade da mente humana. Não por outra razão se pune com rigor a tortura psicológica, bem como a utilização de produtos químicos e detector de mentiras na apuração policial.
9 - O direito à liberdade 
A liberdade é um direito múltiplo, p. ex.: liberdade civil, sexual, política, de religião, de pensamento, de locomoção de trabalho, etc. O art. 5º da C. Federal é um repositório fantástico do direito à liberdade, nas suas várias formas. A palavra liberdade apresenta diversos conteúdos, o que pode tornar difícil a sua compreensão. Podemos, no entanto, dizer que liberdade humana é o caráter ou condição de um ser que não está impedido de expressar, ou que efetivamente expressa, em obediência à sua exclusiva vontade, algum aspecto de sua essência ou natureza, respeitados os limites que lhe são impostos pelas leis, pela organização política, social, econômica e pela moral. 
Certamente a liberdade não pode ser exercida de maneira absoluta, isto é, cair em extremos absurdos, como p. ex. matar alguém, apenas porque a vontade assim o determina. Na verdade, o exercício do direito de liberdade encontra a sua justa medida de contenção na esfera jurídica do outro, em outras palavras, a minha liberdade pode ser exercida até onde começa a liberdade do outro e, também, sempre que a ordem jurídica o determine em decorrência de interesses superiores de ordem pública ou por conveniência social. Exemplo disso é o art. 5º da C. Federal, XI, que restringe o direito de ir e vir, impedindo que alguém entre em casa alheia, sem autorização do proprietário, salvo em casos de crime, desastre ou de autorização judicial.
10 - O direito à liberdade de pensamento 
Segundo o art. 5º, IV, da C. Federal é direito da pessoa expressar livremente o seu pensamento na criação de obras artísticas, literárias ou científicas e prestar informações, vedado o anonimato. A liberdade de pensamento pode aparecer de duas formas: a) através da liberdade de foro íntimo que impede seja alguém constrangido a pensar deste ou daquele modo; b) liberdade de consciência e crença que permite à pessoa de forma livre fazer opção quanto às opções políticas, religiosas, filosóficas, etc.
Quanto aos direitos relativos à criação intelectual (científica, artística e literária) estão, como já se disse, diretamente ligados à liberdade de pensamento, isto é, são manifestações diretas desta liberdade. Vimos em aula passada que os direitos da personalidade são indisponíveis. Em outras palavras, não podem ser alienados, cedidos ou renunciados, pelo fato de não terem cunho patrimonial e estarem fora do comércio, salvo exceções específicas. 
Os direitos autorais inserem-se nessas exceções. De fato, os direitos autorais apresentam duas classes de interesse: os morais e os patrimoniais. O interesse moral diz respeito aos efetivos direitos da personalidade. Já os interesses patrimoniais são meras manifestações econômicas de um direito de propriedade e, por isso, podem ser transferidos a terceiros a titulo singular ou universal, é isso o que se depreende do artigo 49 da Lei 9.610/98 
11 - Direito à privacidade 
É direito inviolável e está previsto no art. 5º, X, da CF. Diz respeito à vida particular da pessoa e tem como uma de suas manifestações o direito à intimidade e o direito ao segredo. O artigo 21 do CC também estabelece a sua tutela jurídica do direito À privacidade. Cada pessoa tem o direito de viver só e de impedir que fatos da sua vida familiar, da sua correspondência, etc, cheguem a conhecimento de terceiros. Nos tempos modernos a internet vem sendo um instrumentode ataque à intimidade da pessoa, mas decorrente da própria vontade da pessoa.
11.1 – Direito à intimidade
É claro que a privacidade não é um direito da personalidade absoluto, mas ele deve ser efetivo. Na verdade, a vida moderna impõe uma série de restrições à vida privada da pessoa, à sua intimidade. Por exemplo, por motivos de segurança, a bagagem de mão de passageiros em aeroportos e o próprio passageiro são submetidos a raio-X. Por motivos de saúde a vigilância sanitária pode entrar na residência das pessoas para detectar focos de dengue, etc.
A respeito da questão relativa até onde vai a privacidade da pessoa e quais seriam as suas limitações o TST enfrentou a questão no RR 613/2000-013-10-00, DJ 10.06.2005, onde se decidiu que o empregador pode fiscalizar e-mail corporativo, colocado à disposição do empregado no ambiente de trabalho.� 
Esta decisão gerou controvérsia no mundo jur4ídico, pois alguns entenderam estar correta ao prestigiar o poder de controle do empregador, com base no seu direito de propriedade. Outros, ao contrário, entenderam ser a decisão inadequada porque deveria prevalecer a intimidade do empregado. Deve ser ressaltado que tanto a propriedade (art. 5º, XXII, CF/88), como a privacidade (art. 5º, X, CF/88) são direitos fundamentais da pessoa humana e protegidos pela Constituição, mas o Tribunal, com a técnica da ponderação, deu maior importância ao direito de propriedade do empregador.�
Em 2012 o mesmo TST enfrentando a questão semelhante, no RR 183240-61.2003.5.05.0021, continuou mantendo a possibilidade de fiscalização por parte do empregador, mas estabeleceu que essa “fiscalização sobre equipamento de computador, de propriedade do empregador, incluído o correio eletrônico da empresa, pode ocorrer, desde que haja proibição expressa de utilização para uso pessoal do equipamento, nos regulamentos da empresa”. Só essa previsão expressa permitirá ao empregador a fiscalização porque ficou estabelecido o seu poder diretivo sobre a sua propriedade, levando em conta o bom senso e nos estritos termos do contrato de trabalho.
No caso concreto a empresa perdeu a causa porque não havia previsão expressa de proibição de utilização do correio eletrônico para fins pessoais e, além do mais, o computador tinha sido cedido em comodato sob a guarda e responsabilidade do empregado que tinha poderes especiais para agir em nome do empregador. Por isso a apropriação do computador pela empresa e devassa do correio eletrônico ofendeu o direito de privacidade do empregado e a empresa pagou R$ 60.000,00 de indenização, pelo fato de ter agido com abuso de direito, não respeitando o bem jurídico “trabalho”, a função social da propriedade e a função social do contrato de trabalho dentre outros valores tutelados pela Constituição.�
A respeito da proteção da intimidade e de outros dados sensíveis na V Jornada de Direito Civil, do Conselho da Justiça Federal, foram elaborados dois enunciados: 405 e 407. 
	Enunciado 405. As informações genéticas são partes da vida privada e não podem ser utilizados para fins diversos daqueles que motivaram seu armazenamento, registro ou uso, salvo com autorização do titular.
	Enunciado 407. A tutela da privacidade da pessoa humana compreende os controles espacial, contextual e temporal dos próprios dados, sendo necessário seu expresso consentimento para tratamento de informações que versem especialmente o estado de saúde, a condição sexual, a origem racial ou étnica, as convicções religiosas, filosóficas e políticas.
11.2 - Direito ao segredo pessoal, profissional e doméstico 
É o círculo mais restrito da intimidade. São as situações que reclamam proteção mais efetiva contra a indiscrição alheia. A idéia de segredo pode aparecer em três vertentes: a) segredo das comunicações a nível epistolar, telefônico e telegráfico. A tutela penal está prevista na Lei 9.269/96; b) segredo doméstico é o relativo ao lar, está ligado diretamente à inviolabilidade do domicílio. Este dever de segredo impõe-se inclusive aos parentes (ressalva-se o direito dos pais em relação aos filhos, no exercício do poder familiar); c) segredo profissional diz respeito ao direito de alguns profissionais de manterem na esfera íntima fatos que sabem de terceiros em função da profissão.
13 – Direito à integridade moral 
A integridade moral da pessoa humana três aspectos: a proteção à honra, à imagem e à identidade. 
13.1 - O direito à honra
É um dos mais significativos direitos da personalidade e acompanha a pessoa desde o nascimento até depois da morte. Apresenta-se de duas formas: a) honra objetiva que diz respeito à reputação da pessoa compreendendo o seu bom nome e a fama de que desfruta em sociedade; e b) honra subjetiva que se refere ao sentimento pessoal de estima ou à consciência da própria dignidade. As ofensas à honra caracterizam-se pela calúnia, difamação e injúria, arts. 138 a 140 do C. Penal, além de outros previstos na lei de imprensa, Lei 5.250/67.
13.2 - O direito à imagem 
O direito à imagem é a proteção que se dá à expressão exterior sensível da individualidade humana. Dois tipos de imagem existem: imagem-retrato e imagem-atributo. A primeira representa o aspecto físico da pessoa. A segunda diz respeito \a forma em como a pessoa é vista socialmente. A proteção à imagem está prevista no artigo 20 do CC. Este artigo recebe críticas pelo fato de que da sua leitura não se pode concluir que exclui o direito à informação e à liberdade de expressão, protegidos no artigo 5º, IV, IX e XIV, da CF/1988.
Fazer uma interpretação literal do artigo é privilegiar em demasia a vontade da pessoa sobre a qual estão sendo divulgadas informações. A respeito do assunto o enunciado n. 279 do Conselho da Justiça Federal estabeleceu:
	Enunciado 279. “A proteção à imagem deve ser ponderada com outros interesses constitucionalmente tutelados, especialmente em face do direito de amplo acesso à informação e da liberdade de imprensa. Em caso de colisão, levar-se-á em conta a notoriedade do retratado e dos fatos abordados, bem como a veracidade destes e, ainda, as características de sua utilização (comercial, informativa, biográfica), privilegiando-se medidas que não restrinjam a divulgação de informações.”
O STJ no julgamento do REsp 794.586/RJ, sendo relator o Ministro Raúl Araújo, definiu os critérios que devem ser levados em conta para a correta ponderação nos casos envolvendo a imprensa e a divulgação de informações. Para o Ministro a verificação da gravidade do dano sofrido pela pessoa cuja imagem é utilizada sem autorização prévia, deve levar em conta o seguinte: a) o grau de consciência do retratado em relação à possibilidade de captação da sua imagem no contexto da imagem do qual foi extraída; b) o grau de identificação do retratado na imagem vinculada; c) a amplitude da exposição do retratado; d) a natureza e o grau de repercussão do meio pelo qual se dá a divulgação.
Por outro lado, o direito de informar deve ser garantido, dentro dos seguintes parâmetros: a) o grau de utilidade para o público do fato informado por meio da imagem; b) o grau de atualidade da imagem; c) o grau de necessidade da veiculação da imagem para informar o fato; e d) o grau de preservação do contexto originário do qual a imagem foi colhida.�
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13.3 - Direito à identidade (do nome)
Diz respeito aos elementos distintivos da pessoa no seio da sociedade. A principal forma de identificação da pessoa em sociedade se dá através do nome, matéria disciplinada nos artigos 16 a 19 do Código Civil e artigos 55 e seguintes da Lei 6.015?73. 
Nome civil é o sinal exterior mais visível da individualidade da pessoa. É através do nome que a pessoa se identifica em família e na sociedade.
Quanto à natureza jurídica do nome, alguns entendem que o direito ao nome seria um direito de propriedade, cujo titular seria o próprio individuo ou a família. Não vingou esta posição, salvo quanto ao nome comercial. De fato, o nome da pessoa naturalnão tem natureza patrimonial porque não pode ser alienado e nem abandonado à mercê de terceiros. A doutrina mais correta é a que eleva o nome da pessoa natural a um dos direitos da personalidade.
	O nome é composto de duas partes: o prenome (pode ser simples ou composto, p. ex. João e João José) e o patronímico ou nome de família ou, ainda, sobrenome ( que esclarece a origem familiar da pessoa. Não é obrigatório o registro do nome de ambos os pais arts. 55 e 60 da Lei 6015). Por vezes o nome da pessoa é integrado também pelo agnome (usado para distinguir uma pessoa de um parente com o mesmo nome, p. ex. neto, sobrinho, filho, júnior). Temos ainda o apelido (Xuxa, Pelé) e o pseudômino ou codinome muito usado por artistas. Por fim os axiônimos que representam formas de tratamento e títulos nobiliárquicos (p. ex. conde, comendador, etc).
16 - Possibilidade de alteração do nome 
A regra geral é a da imutabilidade do nome civil. Todavia, em casos especiais admite-se a mudança. Essas causas que permitem a alteração do nome são necessárias ou voluntárias. As causas necessárias prendem-se ao reconhecimento de paternidade, à adoção ou à alteração do próprio nome dos pais. São casos ligados à preservação do nome de família, mantendo-o uniforme. As causas voluntárias que permitem a mudança do nome são o casamento (independe de autorização judicial, art. 1565 § 1º e 1.571 § 2º ambos do CC), a mesma situação ocorre com a união estável art. 572º da Lei 6015. Também, depois de autorização judicial, pode o nome ser alterado no primeiro ano da maioridade, preservados os nomes de família, art. 56 da Lei 6015. Esta mudança não precisa ser justificada, mas está sujeita ao prazo de decadência de um ano. É uma exceção ao art. 58 da Lei 6015 que veda a alteração do prenome.
 
Todas as outras causas de alteração voluntária do nome não estão sujeitas ao prazo decadencial, mas dependem de sentença judicial e precisam ser justificadas e ter a anuência do Ministério Público, como exige o art. 57 da Lei 6015. A mudança pode acontecer com a substituição do prenome por apelido público notório, nos casos de proteção à testemunha, por erro gráfico, quando coloca o seu portador em ridículo, etc. Também se pode dar a mudança em relação a irmãos gêmeos, art. 63 da Lei 6015.
	Questão que tem gerado controvérsias é a mudança do nome de transexual que se submeteu à cirurgia de redesignação de sexo. A mudança em relação ao nome e gênero do transexual deve ser ou não autorizada? A meu ver deve ser autorizada, pois se a cirurgia de redesignmação foi feita com o intuito de adaptar o sexo biológico ao psíquico, a proibição representaria ofensa à dignidade humana do paciente, além de o colocar em ridículo perante a sociedade, o que é vedado pelo Artigo 55 da LRP. A jurisprudência caminha no sentido do deferimento da mudança do nome do transexual. Nesse sentido também aponta o enunciado 277 da Conselho da Justiça Federal.
17 - Tutela jurídica do nome 
Está prevista nos artigos 61 e 62 da Lei 6015 e artigos 16 e 17 do Código Civil. Nestes artigos está estabelecido que todos têm direito ao nome, inclusive os abandonados e também que a lei protege o titular do nome contra abusos praticados por terceiros. Na área penal a proteção encontra-se no artigo 185 do C.Penal.
	
	Os artigos 17 e 18 do CC vedam ainda em relação ao nome o seu uso indevido ou com fins comerciais sem autorização. O artigo 17 estabelece que o nome da pessoa não pode ser usado por outrem em publicações ou representações que a exponham ao desprezo público, ainda que não haja intenção difamatória.. O artigo 18, por sua vez, veda o uso do nome para fins comerciais sem autorização do titular, pois tal comportamento implica em enriquecimento indevido de quem usa o nome. Em alguns casos, não há proibição para o uso do nome, sem autroização, como ocorre em obras científicas, culturais ou mesmo jornalísticas.
	O pseudônimo também é protegido, segundo o artigo 19, tem a mesma proteção conferida ao nome, desde que o uso do pseudônimo seja usado em atividades lícitas. O pseudônimo é muito usado em atividades artísticas e desportivas, merecendo essa proteção, pois em alguns casos o seu portador adquire prestigio em sociedade pelo pseudônimo e não pelo nome.
QUESTIONÁRIO
1.- O direito à liberdade é absoluto? Por que? 
2.- Quais as hipóteses legais que permitem a alteração do nome?
3.- Que direitos da personalidade tem cunho patrimonial?
4.- Quando a pessoa, de forma voluntária, pode pedir a alteração do seu nome?
5.- Que espécies de honra você conhece? Como se caracterizam as ofensas à honra?
6.- O médico será responsabilizado se fizer transfusão de sangue em pessoa que estiver em risco de vida, se esta apresentar documento que vedava a terapia de transfusão? Justifique
� BORGES, Roxana Cardoso Brasileiro. Dos direitos da personalidade, in Teoria geral do direito civil, coordenadores Renan Lotufo; Gionanni Ettore Nanni. São Paulo: Atlas, 2008, p. 242-280.
� GONÇALVES, Carlos Roberto. Ob,. cit., p.198-199.
� SCHREIBER, Anderson. Direitos da personalidade. São Paulo: Atlas, 2011, p. 52.
� TARTUCE, Flávio. Manual de Direito Civil. 3 ed. Rio de Janeiro: Forense, São Paulo: Método, 2013, p.102-103.
� TARTUCE, Flávio, op. cit, p. 110.
� TARTUCE, Flávio, op. cit, p. 111.
� TARTUCE, Flávio, op. cit. p. 111.
� TARTUCE, Flávio, op. cit, p. 109-110.

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