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Abscesso Pulmonar

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ABCESSO PULMONAR 
 
 Necrose e cavitação do parênquima pulmonar em consequência de infecção 
 Lesão escavada do pulmão, necrótica, > 2 cm de diâmetro, com supuração, devida a infecção por germes piogênicos, 
mais comumente bactérias anaeróbias. 
o < 2 cm: Pneumonia necrotizante. Geralmente são múltiplos. 
o > 2 cm: Abcesso pulmonar. Habitualmente são únicos. 
 Informação extra: 
o < 3 cm: Nódulo 
o > 3 cm: Massa 
 Quantidade significativa de microrganismos + eliminação inadequada (ex: aspiração) + fatores que aumentam risco de 
aspiração (distúrbio de motilidade esofágica, convulsão, doença neurológica, alcoolismo) 
 Diagnósticos diferenciais: 
o Carcinoma abscedido: paredes mais espessas, com ondulações em seu interior (mamelões). Não há presença de 
aspiração. Idade mais avançada. 
o Tuberculose: Geralmente, quando semelhante a abscesso, apresenta baciloscopia positiva (fácil de excluir). 
o Nesses dois últimos, sempre suspeitar, pois apresentam aspectos semelhantes à de um abcesso. 
o Granulomatose de Wegener: vasculite necrosante granulomatosa que acomete preferencialmente vias aéreas 
superiores, inferiores e rins 
 
o Bolhas e cistos infectados 
o Sequestro Pulmonar: Sequestro pulmonar é uma malformação congênita caracterizada por uma massa de tecido 
pulmonar não funcionante separada da árvore traqueobrônquica normal e vascularizada por uma artéria 
sistêmica anômala, comumente derivada da aorta torácica, do tronco celíaco ou das artérias intercostais. 
Tipicamente, o SPI é revelado por sintomas secundários de infecção respiratória ou problemas cardíacos. 
Hemoptise, dispneia, cianose e outros sinais de insuficiência respiratória são frequentemente encontrados nesses 
pacientes. Na radiografia simples de tórax a aparência do SPI é geralmente de massa radiopaca ou densidade de 
parênquima difusa. Cistos contendo ar com ou sem nível líquido podem estar presentes. 
o Infarto Pulmonar: A embolia pulmonar (EP) ocorre como consequência de um trombo, formado no sistema 
venoso profundo, que se desprende e, atravessando as cavidades direitas do coração, obstrui a artéria pulmonar 
ou um de seus ramos, daí o termo adotado por muitos grupos de doença venosa tromboembólica. O infarto 
pulmonar ocorre quando as artérias brônquicas não são capazes de promover circulação colateral para o 
segmento pulmonar não perfundido. Nesses casos, a hemoptise pode estar presente. A dor torácica com 
característica de angina de peito pode ser observada nos casos graves, em que a sobrecarga aguda do VD pode 
provocar isquemia miocárdica secundária. 
o Em zonas endêmicas, cisto hidático morto com retenção de membranas 
 Obs: Os microrganismos encontrados nas paredes dos abcessos eram os mesmos encontrados nas fendas gengivais: 
postulou-se a aspiração como causa dos abcessos pulmonares (70%). 
 Fatores de risco 
o Focos dentários, gengivais, orofaringe 
o Alcoolismo, coma, crise epiléptica, extubação precoce (fatores que facilitam a broncoaspiração). 
o Em crianças não são comuns: poucos dentes e não etilistas. 
o Nem todos que broncoaspiram desenvolvem abscesso pulmonar. Vai depender da composição do inóculo, da 
frequência e volume de aspiração e da propensão de reter o inóculo 
 Bacteriologia 
o Bactérias anaeróbicas: principais. 
 Peptostreptococcus 
 Bacterioides melaninogenicus 
 Fusubacterium nucleatum 
 Bacterioides fragilis: não responde a penicilina. Porém pouco frequente. Fica na porção distal do 
intestino grosso. 
o Gram – aeróbicas: Klebsiella, Pseudomonas 
o Gram + aeróbicas: S. aureus 
o Nos imunocomprometidos: 
 Candida albicans 
 Legionella micdadei 
 Legionella pneumophila 
 Pneumocisti carinni 
 Fisiopatologia 
o Contaminação (aspiração, por ex)  inflamação  consolidação pulmonar (não há como diferenciar entre uma 
pneumonia e uma aspiração)  necrose de tecido  cavidade  liquefação de tecido  cavidade com pus  
ponto mais frágil para romper (brônquio de grosso calibre)  necrose e corrosão do brônquio, eliminando por 
ele boa parte do seu conteúdo  vômica (característica na evolução da doença) 
o Após a vômica e eliminação do conteúdo da cavidade, o abcesso irá formar uma imagem característica 
(arredondada com nível hidroaéreo). 
o Após eliminação de conteúdo, com o tratamento, a tendência é que essa cavidade vá diminuindo e formando 
uma pequena região de fibrose (ocorre em 85-95% dos casos). 10 % dos pacientes, apresentam no curso da 
doença, hemoptises vultuosas, exigindo até intervenção cirurgica. 
o Nos abcessos localizados perifericamente: não há brônquios de grosso calibre  ponto mais frágil será a pleura 
 o pus será drenado para o espaço pleural  empiema pleural (necessita de uma intervenção cirúrgica). 
o Abscessos velhos (paredes grossas) e abscessos grandes  não fecham mais, pois existe muita fibrose e não se é 
possível desfazer a cavidade (necessita de cirurgia) 
o Casos crônicos, principalmente pacientes imunocomprometidos (necessita de cirurgia) 
 Localização: 
o Mais comum: pulmão direito, nos segmentos posteriores dos lobos superiores e segmentos superiores dos lobos 
inferiores (a posição deitada faz com que esses segmentos sejam os mais acometidos) 
o Nas regiões não pendentes do lobo médio e nos segmentos anteriores dos lobos superiores: sugere outra 
etiologia (neoplasia, p ex) 
 Quadro Clínico 
o Tosse (100%) 
o Expectoração (100%) 
o Febre (100%) 
o Estado geral comprometido (97%) 
o Dentes mal conservados (81%) 
o Perda de consciência 
o Estertores Pulmonares 
o Odor fétido: bastante característico. Se diminuir após tratamento, pode ser indicação regressão do abcesso. Nem 
sempre é encontrado. 
o Dor torácica 
o Hipocratismo digital 
o Sintomas presentes há mais de 4 semanas em 37,5% dos pacientes 
o Em 87% das vezes o episódio de perda de consciência esteve relacionado a alcoolismo; outras causas detectadas 
foram epilepsia, trauma crânio-encefálico, acidente vascular cerebral e anestesia. 
 Radiografia 
o Cavidade com nível hidroaéreo: só aparece após a segunda semana de doença. Aqui é quando o abcesso já está 
sendo drenado para o brônquio. Imagem mais característica. 
o Condensação pneumônica: ocorre na primeira semana. Muito parecido com pneumonia. 
o Hipertransparência anular: Quando temos cavidade sem líquido já. 
o Imagem de fibrose (cura) 
 Tomografia computorizada: 
o Fazer ou não fazer? Na maioria das vezes não se faz necessário. O Rx simples já nos possibilita iniciar o 
tratamento. 
o Fazer se: 
 Suspeita de carcinoma pulmonar 
 Má resposta a terapêutica 
 Broncoscopia: 
o Carcinoma pulmonar 
o Má resposta terapêutica 
o Corpo estranho: suspeitar principalmente em criança, pois neles é raro abcesso. 
 Exame das secreções: Não usado de rotina. 
o Colheita: punção, broncoscopia. 
o Exame direto: Flora mista 
o Cultura: Anaerobiose 
 Diagnóstico diferencial 
o Tuberculose: posição alta da cavitação no Rx e baciloscopia positiva. 
o CA de pulmão: paredes irregulares, com maior área de necrose. 
 Tratamento: 
o Antibiótico 
 Penicilina (antigamente) 
 Clindamicina (principal) 
 Cloranfenicol 
 Metronidazol (índice elevado de falência terapêutica) 
 Amoxicilina/clavulonato 
 Se aspiração nosocomial: Colonização por anaeróbicos 
 Ticarcilina/clavulonato 
 Ampicilina/ sulbactam 
 Imipenem/piperacilina 
 Amoxicilina/clavulonato 
 Insucesso do tratamento com antibiótico sugere etiologia não infecciosa 
o Fisioterapia 
 Localização exata 
 Drenagem postural 
o Tratamento cirúrgico 
 Indicado na: hemoptises refratárias, empiema, cavidades residuais grandes, abcessos crônicos, resposta 
inadequada ao tratamento clínico 
 Ressecção pulmonar 
 Pneumostomia: usado em pacientes que não suportam a ressecção pulmonar Pleurostomia: usado em caso de empiema pulmonar. 
 Aspiração ou drenagem percutânea guiada por US ou CT 
 - Deve-se antes da cirurgia: 
 Drenar o máximo possível de secreção. 
 Intubação seletiva: tubos de dupla luz (controle seletivo do pulmão do paciente). Evita desvio 
da secreção para outro pulmão e também para anular a ventilação do pulmão afetado durante a 
cirurgia.

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