Buscar

Dissertacao (Mestrado) Gerenciamento Residuos Construcao Civil Maria Zuila Cysneiros de Miranda 2014

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 188 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 188 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 188 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO 
FACULDADE DE ARQUITETURA, ENGENHARIA E TECNOLOGIA 
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM 
ENGENHARIA DE EDIFICAÇÕES E AMBIENTAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARIA ZUILA CYSNEIROS DE MIRANDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE EM 
CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CUIABÁ-MT 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá - MT 
2014 
 
 
MARIA ZUILA CYSNEIROS DE MIRANDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL: UMA ANÁLISE EM 
CANTEIROS DE OBRAS DE EDIFÍCIOS RESIDENCIAIS EM CUIABÁ-MT 
 
 
 
 
 
 
 
Dissertação apresentada ao Programa de 
Pós-Graduação em Engenharia de 
Edificações e Ambiental, da Universidade 
Federal de Mato Grosso, como requisito 
para obtenção do título de Mestre. 
 
 
Área de concentração: 
Construção Civil 
 
 
Orientador: 
Prof. Dr. José Manoel Henriques de Jesus 
 
 
Co-orientador: 
Prof. Dr. Adnauer Tarquínio Daltro 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuiabá - MT 
Maio, 2014 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aos meus inesquecíveis pai Orlando 
de Miranda Henriques Filho (in 
memoriam) e avô Orlando de 
Miranda Henriques (in memoriam). 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
Ao Deus de amor e misericórdia que nos deu o sopro da vida e nos 
oportunizou “ser cristão” nessa abençoada escola, o Planeta Terra. 
Aos benfeitores espirituais que nos envolveram em vibrações de amor e 
incentivo, amparando-nos em nossos momentos de dúvidas e reflexões. 
À família que Deus nos presenteou para viver e aprender a amar, 
indistintamente. 
Aos amigos, a família do coração, que escolhemos para caminhar juntos, 
amparando e amparados pelo amor incondicional de sermos simplesmente irmãos. 
À minha secretária do lar Elisa que dedicou carinho e atenção para manter 
meu conforto, nas muitas noites e dias de trabalho. 
Aos colegas do Mestrado pela convivência e por dividirmos juntos o mesmo 
sonho. 
Aos meus professores orientadores Prof. Dr. José Henriques Manoel de 
Jesus e Prof. Dr. Adnauer Tarquínio Daltro, incansáveis nas etapas dessa 
caminhada, doando paciência e atenção em todos os momentos da jornada. A eles, 
meu especial agradecimento. 
Aos professores da banca examinadora Prof. Dr. Luiz Airton da Silva, Profa. 
Drª. Marta Regina Lopes Tocchetto, Profª. Drª. Eliana Beatriz Nunes Rondon Lima, 
pelas valiosas contribuições. 
Aos professores, à coordenação e à secretaria do Mestrado, pela atenção e 
dedicação durante o curso. 
Ao SindusCon-MT em nome do Presidente Eng. Cezário Neto, que acreditou 
e apoiou a pesquisa através de sua assessoria técnica e equipe, fundamentais para 
o início dos trabalhos nos canteiros de obra. 
Às empresas construtoras parceiras sem as quais não seria possível realizar 
a pesquisa; aos diretores, supervisores e coordenadores de obra que organizaram e 
disponibilizaram o tempo de suas equipes técnicas, nos canteiros de obra. 
Aos engenheiros civis e mestres de obra entrevistados e aos meus alunos da 
Faculdade de Engenharia Civil e estagiários, que contribuíram nos canteiros de obra 
com a pesquisa. 
A todos, minha gratidão! 
 
 
RESUMO 
 
Na atualidade, os resíduos da construção civil (RCC) representam um grande 
desafio para o setor e o seu gerenciamento, durante a produção das edificações, 
promove nos canteiros de obra uma realidade vinculada ao modelo de gestão de 
cada empresa construtora. É preciso então ampliar o entendimento de gestão 
empresarial e integrá-lo aos conceitos de gestão ambiental. É necessário um novo 
modelo para o gerenciamento dos canteiros de obra que seja capaz de viabilizar o 
gerenciamento de RCC e contribuir positivamente, para o grave problema de 
administração de resíduos sólidos nas cidades brasileiras. A pesquisa se propôs a 
identificar e analisar o gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) dentro 
dos canteiros de obra de edifícios residenciais, na cidade de Cuiabá, a partir da 
aplicação de uma ferramenta e instrumentos de análise e observação, que medisse 
quantitativa e qualitativamente esse gerenciamento. Também propôs avaliar o 
modelo de GRCC presente no canteiro de obra em relação à contribuição junto à 
cadeia produtiva da construção e a interrelação entre o gerenciamento do canteiro 
de obra e o gerenciamento de RCC, a partir de uma análise quantitativa e qualitativa 
das melhorias e inovações tecnológicas simples implantadas. Para alcançar esses 
objetivos foram estudadas seis empresas, entre as nove maiores com atuação no 
segmento, tanto regional como nacional, e que representaram mais de 50% do 
mercado para m2 em construção e em empreendimentos entregues em 2013. Em 
cada empresa foram pesquisados dois canteiros de obra, totalizando doze canteiros 
participantes. Na análise dos resultados obtidos percebe-se nesses canteiros ações 
e práticas referentes à introdução de melhorias e inovações tecnológicas simples 
relacionadas ao gerenciamento do canteiro de obra, embora ainda incipientes para 
resultados satisfatórios quanto ao gerenciamento de RCC. Ao integrar-se essas 
ações aos resultados obtidos para o modelo de gerenciamento de RCC implantado 
nos canteiros das empresas, foi possível constatar que 83% dos canteiros trabalham 
com modelo de gerenciamento de RCC insuficiente, sem contribuição ou impacto 
positivo na cadeia produtiva da construção. Face a todos os aspectos analisados, 
para as novas edificações na cidade de Cuiabá, os resultados indicaram um valor 
médio de RCC removido dos canteiros de 199 kg/m2 construído. Em comparação ao 
valor nacional mais difundido, 150 kg/m2 construído, o resultado da pesquisa é 25% 
maior; em comparação ao valor divulgado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá para 
elaboração de Projeto de Gerenciamento de RCC para novas edificações, 120 kg/m² 
construído, o resultado da pesquisa é 40% maior. 
 
 
Palavras-chave: Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil. Canteiros de 
Obra. Construção Civil. Edifícios Residenciais. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
At present time, the construction waste (CW) represents a major challenge for the 
segment and its management during the production of buildings, for it promotes at 
the construction sites a reality linked to the management model of each construction 
company. It is then necessary to broaden the understanding of business 
management and integrate it to the concepts of environmental management. A new 
model for managing construction sites to be able to enable the management of CW 
and contribute positively to the serious problem of solid waste management in 
Brazilian cities is required. The research aimed to identify and analyze the 
management of construction waste (MCW) within the construction sites of residential 
buildings in the city of Cuiabá, from the application of a tool and instruments of 
analysis and observation, which measured quantitatively and qualitatively this 
management. Also aimed to identify to evaluat the model MCW present at the 
construction site and the interrelationship between the management of the 
construction site and management of construction waste, from a quantitative and 
qualitative analysis of simple technological improvements and innovations 
implemented. To achieve these goals, six of the nine largest companies in this 
segment, both regionaland national, were studied, and which represented over 50% 
of the market for square meter in construction and projects delivered in 2013. In each 
company, two construction sites were surveyed, bringing the total to twelve 
participant In the analysis of the results it can be seen in these plots, actions and 
practices regarding the introduction of improvements, and technological innovations 
related to managing the construction site, although still preliminary to satisfactory 
results regarding the management of construction waste. By integrating these actions 
to the results obtained for model CW implanted in the construction sites of the 
companies, it was found that 83% of the constructions work with management 
construction waste insufficient without contribution or positive impact on the 
construction supply chain model. Considering all the aspects analyzed, for new 
buildings in the city of Cuiabá, the results indicated an average removed on 
construction sites of construction waste 199 kg/m2 built. Compared to the wider 
national value of 150 kg/m2 built, the research result is 25% higher; compared to the 
value reported by the Municipality of Cuiabá for developing project of construction 
waste management for new buildings, 120 kg/m² built, the research result is 40% 
higher. 
 
 
Keywords: Management Waste of Construction. Construction Sites. Construction. 
Residential Buildings. 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
�
Figura 1 – Composição da Cadeia Produtiva da Construção 2012 ......................... 47 
Figura 2 – Fluxograma geral da pesquisa ............................................................... 64�
Figura 3 – Fluxograma da primeira e segunda fase para diagnóstico do canteiro de 
obra e avaliação do modelo de GRCC.................................................69�
Figura 4 – Fluxograma geral da estrutura de pontuação e avaliação do modelo de 
GRCC implantado nos canteiros de obra ............................................. 80�
Figura 5 – Tempo de trabalho na construção civil ................................................... 85�
Figura 6 – Grau de escolaridade ............................................................................. 86�
Figura 7 – Você faz a separação do lixo da sua casa? ........................................... 87�
Figura 8 – Quantidade de lixo (resíduo) gerado na obra ......................................... 88 
Figura 9 – O que você entende por gerenciamento resíduos da construção civil ... 88�
Figura 10 – Destino dado para os resíduos da obra ............................................... 92�
Figura 11 – Periodicidade para realização da limpeza da obra ............................... 92�
Figura 12 – Maiores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro..95�
Figura 13 – Menores percentuais para melhorias e inovações por item e canteiro 96�
Figura 14 – Percentual das empresas às questões do item 1) percepção das 
políticas ambiental e de qualidade da empresa ................................. 104�
Figura 15 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas 
ao GRCC - questões de 1 a 14 .......................................................... 107�
Figura 16 – Percentual das empresas às questões do item 2) práticas relacionadas 
ao GRCC - questões 15 a 27 ............................................................. 108�
Figura 17 – Percentual das empresas às questões do item 3) plano de GRCC, 
caracterização e triagem de RCC ...................................................... 111�
Figura 18 – Percentual das empresas às questões do item 4) acondicionamento 
e/ou armazenamento temporário ....................................................... 117�
Figura 19 – Percentual das empresas às questões do item 5) transporte e 
destinação final de resíduos ............................................................... 120�
Figura 20 – Grau de dificuldade quanto ao GRCC no canteiro associado ao 
percentual de práticas para GRCC .................................................... 127�
Figura 21 – Canteiros B1 e B2 – Percentual comparativo para melhorias e 
inovações ........................................................................................... 136�
Figura 22 – Canteiros B1 e B2 – Comparativo final pelas médias ........................ 136�
Figura 23 – Canteiros A1 e A2 – Comparativo final pelas médias ........................ 138�
Figura 24 – Canteiros F1 e F2 - Comparativo pelas médias para itens de melhorias 
e inovações ........................................................................................ 139�
Figura 25 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pelas médias ......................... 139�
Figura 26 – Canteiros F1 e F2 – Comparativo final pela média ............................ 141�
 
 
Figura 27 – Canteiros D1 e D2 – Comparativo final pelas médias ........................ 142�
Figura 28 – Canteiros E1 e E2 – Comparativo final pelas médias ........................ 142�
Figura 29 – Empresa C – Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. 
Uma obra por ano para 2011, 2012 e 2013 ....................................... 149�
Figura 30 – Empresa D - Evolução do IGR RCC removido em kg/m² construído. 
Para três obras em 2013 .................................................................... 150�
 
 
 
 
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 – Classes de RCC e destinação por classe segundo a Resolução 
CONAMA 307/2002 alterada pelas resoluções CONAMA 348/2004, 
431/2011 e 448/2012 ........................................................................... 28�
Quadro 2 – Progressão de pesquisas realizadas para avaliação de perdas de 
materiais ............................................................................................... 35�
Quadro 3 – Classificação das perdas ..................................................................... 36�
Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil .............. 37�
Quadro 5 – Programas prioritários CBIC ................................................................. 49�
Quadro 6 – Exemplos de iniciativas de sustentabilidade de entidades de classe....50�
Quadro 7 – Pesquisas sobre inovação tecnológica na construção nacional no 
período 1998 a 2012 ............................................................................ 60�
Quadro 8 – Síntese do universo, da amostra e dos critérios de seleção da 
pesquisa. .............................................................................................. 67�
Quadro 9 – Distribuição dos canteiros de obra por empresa .................................. 68�
Quadro 10 – Critério para avaliação do modelo de gerenciamento de RCC........... 81�
Quadro 11 – Melhorias e Inovações – percentual de respostas “SIM” às questões 
dos seis itens. Média por canteiro e por empresa ................................ 94�
Quadro 12 – Percentual por canteiro para item 1) Percepção das políticas 
ambiental e de qualidade da empresa. Média por canteiro para Práticas 
para GRCC. ....................................................................................... 102�
Quadro 13 – Percentual por canteiro para item 2) práticas relacionadas ao 
GRCC..................................................................................................105�
Quadro 14 – Percentual por canteiro para item 3) plano de GRCC, caracterização e 
triagem de RCC ................................................................................. 110�
Quadro 15 – Percentual por canteiro para item 4) acondicionamento e/ou 
armazenamento de RCC .................................................................... 115�
Quadro 16 – Percentual por canteiro para item 5) transporte e destinação final de 
resíduos .............................................................................................119�
Quadro 17 – Percentual para itens de práticas e procedimentos em canteiros de 
obra quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil 
(GRCC).............................................................................................. 124 
Quadro 18 – Comparativo da média por canteiro – percentuais entre melhorias e 
inovações x práticas para GRCC ...................................................... 125�
Quadro 19 – Percentual por item - melhorias e inovações x práticas para GRCC 
Maior ocorrência de percentuais “insatisfatórios” (abaixo de 50%) .... 133�
Quadro 20 – Percentual de melhorias e inovações x práticas para GRCC 
Média por canteiro e por empresa ..................................................... 135 
Quadro 21 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para 
GRCC. Canteiros A1 e A2 - B1 e B2 -................................................ 135�
 
 
Quadro 22 – Canteiros A1 e A2 - Percentual quanto as práticas para GRCC ...... 137�
Quadro 23 – Canteiros A1 e A2 - Percentual para melhorias e inovações ........... 137�
Quadro 24 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para 
GRCC - Canteiros F1 e F2 ................................................................. 138 
Quadro 25 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para 
GRCC - Canteiros C1 e C2 ................................................................ 140 
Quadro 26 – Percentual comparativo para melhorias e inovações x práticas para 
GRCC - Canteiros D1 e D2 - E1 e E2 ................................................ 141 
Quadro 27 – Resultado por canteiro para índice de geração de resíduos (IGR) .. 147�
Quadro 28 – RCC destinado ou removido em kg/m2 construído (por canteiro e 
média geral) ....................................................................................... 147�
Quadro 29 – Comparativo entre valores utilizados para RCC em kg/m2 para 
edificações novas ............................................................................... 148�
Quadro 30 – Comparativo entre os resultados finais por canteiro ........................ 150�
Quadro 31 – Comparativo entre os resultados finais de práticas para GRCC e 
modelo de GRCC ............................................................................... 152�
Quadro 32 – Percentual obtido para melhorias e inovações x práticas para GRCC. 
Análise por item de maior ocorrência de percentual abaixo de 50% .. 153�
Quadro 33 – Comparativo por empresa para os resultados finais. Média geral para 
resultados finais. ................................................................................ 153�
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Fatores que dificultam a separação dos resíduos gerados durante a 
execução dos serviços na obra ............................................................ 89�
Tabela 2 – Fatores que dificultam o correto armazenamento dos resíduos no 
canteiro de obra ................................................................................... 90�
Tabela 3 – Respostas a pergunta: O que poderia ser feito para a redução dos 
resíduos da sua obra............................................................................ 93�
Tabela 4 – Maiores e menores percentuais de melhorias e inovações por item e por 
canteiro ................................................................................................ 97�
Tabela 5 – Percentual médio para melhorias e inovações por canteiro e por 
empresa ............................................................................................... 97�
Tabela 6 – Percentual médio por empresa para melhorias e inovações ................. 99�
Tabela 7 – Média geral por item de melhorias e inovações. Média das empresas. 99�
Tabela 8 – Classificação do material que gera maior índice de resíduos nos 
canteiros ............................................................................................. 113�
Tabela 9 – Dificuldades em relação ao plano de GRCC, caracterização e triagem 
de resíduos ........................................................................................ 113�
Tabela 10 – Dificuldades em relação a acondicionamento e/ou armazenamento 
temporário de RCC ............................................................................ 118�
Tabela 11 – RCC gerado na obra e destinado para outras obras, venda, reúso, 
doação ............................................................................................... 122�
Tabela 12 – Dificuldades em relação ao item 5) transporte e destinação final de 
resíduos ............................................................................................. 122 
Tabela 13 – Hierarquia de medidas eficientes para GRCC com prioridade 
informada pelos engenheiros da obra ................................................ 128�
Tabela 14 - Classificação das principais ocorrências de perdas e desperdícios nos 
canteiros ............................................................................................. 130�
Tabela 15 – Classificação para as maiores dificuldades existentes em relação a 
mão de obra para não gerar e/ou reduzir perdas/desperdícios no 
canteiro .............................................................................................. 130�
Tabela 16 – Inovações tecnológicas implantadas no canteiro para minimizar perdas 
e desperdícios .................................................................................... 131�
Tabela 17 – Respostas à avaliação do modelo de GRCC implantado nos canteiros 
da empresa ........................................................................................ 142�
Tabela 18 – Notas às questões da avaliação do modelo de GRCC implantado nos 
canteiros da empresa. Média das categorias analisadas ................... 143�
Tabela 19 – Classificação do modelo de GRCC implantado nos canteiros da 
empresa ............................................................................................. 144�
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ABCP Associação Brasileira de Cimento Portland 
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas 
ABRAMAT Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção 
ARs Áreas de Reciclagem 
AsBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura 
ATT Área de Transbordo e Triagem 
BIM Building Information Modeling 
CBCS Conselho Brasileiro de Construção Sustentável 
CBIC Câmara Brasileira da Indústria da Construção 
CDSC/FDC Centro de Desenvolvimento da Sustentabilidade da Construção, 
Fundação Dom Cabral 
CIC Câmara da Indústria da Construção 
CNI Confederação Nacional da Indústria 
CONAMA Conselho Nacional de Meio Ambiente 
CREA Conselho Regional de Engenharia e Agronomia 
CTR Controle de Transporte de Resíduos 
ECO OBRA Metodologia de Avaliação da Sustentabilidade Ambiental para 
Canteiros de Obra 
FA Frequência Absoluta 
FGV Fundação Getúlio Vargas 
FR Frequência Relativa 
GRCC Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
IEL Instituto Euvaldo Lodi 
IGR Índice de Geração de Resíduos 
IGP-DI Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna 
ISO Internacional Organization Standard 
I&T Informações e Técnicas 
ITQC Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção 
MDIC Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio 
MMA Ministério do Meio Ambiente 
MTE Ministério do Trabalho e Emprego 
NBR Norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas 
 
 
NR Norma Regulamentadora 
OCDE Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
PBQP-H Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat 
PIGRCC Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos da Construção 
Civil 
PIT Programade Inovação Tecnológica na Construção 
PGRCC Projeto de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
P + L Produção Mais Limpa 
PMC Prefeitura Municipal de Cuiabá 
PMGRCC Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos da Construção 
Civil 
PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos 
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento 
RCC Resíduos de Construção Civil 
RSU Resíduos Sólidos Urbanos 
R1 Resposta Um 
R2 Resposta Dois 
R3 Resposta Três 
R4 Resposta Quatro 
R5 Resposta Cinco 
SEBRAE Serviço Brasileiro de Apoio as Pequenas Empresas 
SENAI Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial 
SiAC Sistema de Avaliação da Conformidade de Empresas de 
Serviços e Obra da Construção Civil 
SINDUSCON-AL Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de 
Alagoas 
SINDUSCON-GO Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de 
Goiás 
SINDUSCON-MT Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de Mato 
Grosso 
SINDUSCON-MG Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de 
Minas Gerais 
SINDUSCON-PR Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado do 
Paraná 
 
 
SINDUSCON-SP Sindicato das Indústrias da Construção Civil do Estado de São 
Paulo 
WBSCD World Business Council for Sustainable Development 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1� INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 19�
1.1� OBJETIVOS ................................................................................................... 21�
1.2� JUSTIFICATIVA .............................................................................................. 21�
2� REVISÃO DA LITERATURA ................................................................................ 25�
2.1� GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) ..................... 25�
2.1.1� Os Resíduos Sólidos ......................................................................... 25�
2.1.2� Os Resíduos da Construção Civil (RCC) e a Legislação Vigente .. 27�
2.1.3� A Legislação Municipal de Cuiabá para Resíduos da 
Construção Civil (RCC) ...................................................................... 31�
2.1.4� Perdas de Materiais nos Canteiros de Obra .................................... 33�
2.1.5� Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (GRCC) nos 
Canteiros de Obra .............................................................................. 39�
2.2� DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ................................................................. 45�
2.2.1� A Cadeia Produtiva e a Sustentabilidade na Construção ............... 46�
2.2.2� Construção Sustentável .................................................................... 51�
2.2.3� Conceito de Inovação Tecnológica .................................................. 54�
2.3� MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS SIMPLES EM CANTEIROS DE OBRA ... 57�
2.3.1� O Canteiro de Obra ............................................................................ 57�
2.3.2� Melhorias e Inovações Tecnológicas Simples em Canteiros de 
Obra ..................................................................................................... 59�
3� MATERIAS E MÉTODOS ..................................................................................... 63�
3.1� AS EMPRESAS E OS CANTEIROS DE OBRA PARA A PESQUISA ........................... 66�
3.2� DIAGNÓSTICO DOS CANTEIROS DE OBRA E AVALIAÇÃO DO MODELO DE 
GRCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA .............................................. 68�
3.3� LISTAGEM E QUESTIONÁRIOS APLICADOS NOS CANTEIROS DE OBRA ................ 69�
3.3.1� Aplicação da listagem modificações, melhorias e inovações 
tecnológicas simples encontradas em canteiros de obra .............. 70�
3.3.2� Elaboração da Estrutura do Questionário 1 .................................... 71�
 
 
3.3.3� Elaboração da Estrutura do Questionário 2 .................................... 72�
3.3.4� Elaboração da Estrutura do Questionário 3 .................................... 76�
3.4� CRITÉRIO DE PONTUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO PARA AVALIAÇÃO DO MODELO 
DE GERENCIAMENTO DE RCC IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE OBRA ............. 80�
3.5� EVOLUÇÃO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUOS POR EMPREENDIMENTO E 
EMPRESA (IGR) NO PERÍODO 2011-2013 ....................................................... 82�
3.5.1� Cálculo do total de RCC destinado/removido em kg/m² 
construído por obra e por empresa .................................................. 83�
3.6� COMPARATIVO FINAL ENTRE TODOS OS ASPECTOS MEDIDOS ............................. 84�
4� RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................................... 85�
4.1� PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃO AO GERENCIAMENTO DE 
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL NOS CANTEIROS DA EMPRESA ....................... 85�
4.2� RESULTADOS PARA O LEVANTAMENTO DAS MELHORIAS E INOVAÇÕES 
TECNOLÓGICAS SIMPLES IMPLANTADAS NOS CANTEIROS DE OBRA .................... 94�
4.3� RESULTADOS PARA AS PRÁTICAS E PROCEDIMENTOS EM CANTEIROS DE OBRA 
QUANTO AO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) .. 100�
4.3.1� Resultados para o item percepção das políticas ambiental e de 
qualidade da empresa ...................................................................... 101�
4.3.2� Resultados para o item práticas relacionadas ao GRCC .............. 105�
4.3.3� Resultados para o item plano de GRCC, caracterização e 
triagem de RCC ................................................................................ 109�
4.3.4� Resultados para o item acondicionamento e/ou armazenamento 
temporário de RCC ........................................................................... 115�
4.3.5� Resultados para o item transporte e destinação final de 
resíduos ............................................................................................ 119�
4.3.6� Análise geral dos resultados percentuais para as práticas e 
procedimentos em canteiros de obra quanto ao gerenciamento 
de resíduos da construção civil (GRCC) ........................................ 123�
4.3.7� Resultados para o item grau de dificuldade e hierarquia de 
medidas eficientes quanto ao GRCC no canteiro de obra ........... 127�
 
 
4.3.8� Resultados para as principais ocorrências de perdas e 
desperdícios e inovações tecnológicas implantadas para 
minimizar perdas e desperdícios nos canteiros ........................... 129�
4.3.9� Análise comparativa entre resultados para melhorias e 
inovações x práticas para GRCC .................................................... 133�
4.3.10� Análise comparativa para resultados entre canteiros da mesma 
empresa: melhorias e inovações x práticas para GRCC .............. 135�
4.4� RESULTADO DA AVALIAÇÃO DO MODELO DE GRCC IMPLANTADO NOS 
CANTEIROS DE OBRA DA EMPRESA ............................................................... 142�
4.5� RESULTADO DO ÍNDICE DE GERAÇÃO DE RESÍDUO - IGR (M³/M²) - E 
QUANTIDADE DE RESÍDUO REMOVIDO EM QUILOS POR METRO QUADRADO 
CONSTRUÍDO (KG/M²), POR CANTEIRO ........................................................... 146�
4.5.1� Evolução do IGR por empresa e canteiro ou quantidade de 
resíduo removido em kg/m² construído, no período 2011-2013 .. 149�
4.6� COMPARATIVO ENTRE OS RESULTADOS FINAIS ............................................... 150�
5� CONCLUSÕES ................................................................................................... 155 
REFERÊNCIAS........................................................................................................159 
APÊNDICE A – FORMULÁRIO DE CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA E DO SETOR DE 
ATUAÇÃO ................................................................................................... 170�
APÊNDICE B – QUESTIONÁRIO 01 – PERCEPÇÃO DO MESTRE DE OBRA EM RELAÇÃOAO GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) NOS 
CANTEIROS DE OBRA .................................................................................. 171�
APÊNDICE C – QUESTIONÁRIO 02 – LEVANTAMENTO DE PRÁTICAS E 
PROCEDIMENTOS EM CANTEIROS DE OBRA PARA GERENCIAMENTO DE 
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) ................................................. 173�
APÊNDICE D – QUESTIONÁRIO 03 – AVALIAÇÃO DO MODELO DE GERENCIAMENTO DE 
RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) IMPLANTADO NOS CANTEIROS DE 
OBRA DA EMPRESA .................................................................................... 178�
ANEXO I – LISTAGEM MODIFICAÇÕES, MELHORIAS E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS 
SIMPLES ..................................................................................................... 182�
 
 
19 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
A indústria brasileira da construção assume cada vez mais sua importância no 
contexto mundial e atualmente o Brasil ocupa a quarta posição do mundo, em 
número de empreendimentos com certificados de sustentabilidade. Segundo a 
Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC, 2012) promove-se uma 
verdadeira revolução nos canteiros de obra com a contratação de mulheres e com a 
geração de empregos com níveis cada vez maiores de qualificação, o que muda 
para sempre o perfil dos nossos profissionais. 
Mesmo diante desse quadro promissor que confirma a relevância do setor na 
atividade econômica do país, sua magnitude não permite que todas as mudanças 
necessárias sejam implementadas ao mesmo tempo, em um país de dimensão 
continental. O atual e aquecido mercado da construção civil ainda hoje responde 
pela geração de empregos com uma particularidade: a contratação, em larga escala, 
de pessoas com pouca escolaridade e sem experiência de trabalho. 
Frente à sua representativa atividade a cadeia produtiva da construção civil 
tem uma nova agenda a cumprir: com as mudanças climáticas e a escassez de 
recursos naturais, fonte da matéria-prima do setor, exige-se novas formas de 
organização empresarial e política. O modelo a ser buscado é o do desenvolvimento 
humano, da inovação tecnológica e do uso e reúso equilibrado de recursos 
disponíveis. Tal transformação exige mudanças em termos de regulamentação, 
mercado, de produtos e insumos, mensuração de lucros e perdas e que se torna 
realidade à medida que se passa a encarar os desafios da cadeia produtiva da 
construção não mais sob uma lógica de custos, mas de oportunidades. 
Com esse panorama, com o mercado da construção civil aquecido, 
principalmente o segmento de construções residenciais, com o anúncio do Brasil 
como país-sede da Copa de Mundo, a pesquisa tem como elemento motivador a 
geração de resíduos da construção civil (RCC) nos canteiros de obra, 
especificamente na produção de edifícios residenciais localizados na área urbana da 
cidade de Cuiabá, Mato Grosso, uma das subsedes da Copa 2014. 
Na atualidade, para o setor, os resíduos da construção civil (RCC) 
representam um desses grandes desafios e o seu gerenciamento durante a 
produção das edificações promove nos canteiros de obra uma realidade vinculada 
ao modelo de gestão de cada empresa construtora. É preciso então ampliar o 
20 
 
 
entendimento de gestão empresarial e integrá-lo aos conceitos de gestão ambiental. 
É necessário um novo modelo para o gerenciamento dos canteiros de obra que seja 
capaz de viabilizar o gerenciamento de RCC e contribuir, positivamente, para o 
grave problema de administração de resíduos sólidos nas cidades brasileiras. 
A partir da relevância do tema no cenário brasileiro dos RCC e dos resíduos 
em geral, a Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos que 
dispõe sobre princípios, objetivos e instrumentos envolvendo as responsabilidades 
dos geradores de resíduos e do poder público, bem como diretrizes para a gestão 
integrada e o gerenciamento de resíduos sólidos no país. Buscam-se ações voltadas 
para soluções para os resíduos sólidos, de forma a considerar as dimensões 
política, econômica, ambiental, cultural e social, com controle social e sob a 
premissa do desenvolvimento sustentável 
É necessário então atuar dentro dessa realidade ainda caótica, sob a ótica 
ambiental, tanto em relação à empresa como em seus canteiros de obra, e promover 
mudanças a partir do alcance possível de cada empresa; já não há tempo para 
aguardar saltos qualitativos a partir de um número cada vez mais expressivo de 
empreendimentos em execução e a executar em um mercado aquecido e acelerado. 
Torna-se necessário e urgente buscar soluções e investir, com velocidades 
diferentes em cada empresa, mas sempre visando o futuro para esse segmento: 
empreendimentos com certificado de sustentabilidade. 
Para os resíduos gerados nas atividades construtivas e inseridos na realidade 
descrita no quadro acima essa pesquisa partiu da análise dos dados de uma 
amostra específica, que permitiu compreender as percepções, as interpretações 
próprias e a apreensão do contexto de um problema que deve ser melhor definido e 
compreendido, através do contato direto com o objeto em questão. Buscou-se 
visibilidade para a seguinte questão – as práticas aplicadas pelas empresas 
construtoras relativas ao gerenciamento nos canteiros de obras de edifícios 
residenciais em Cuiabá são suficientes para a não geração e/ou redução de RCC – 
para as seguintes análises – as ações de inovação tecnológica na construção, 
quantitativas e qualitativas, implementadas pelas construtoras em Cuiabá, Mato 
Grosso, contribuem com o gerenciamento da obra e são suficientes para não gerar 
e/ou reduzir RCC; – existe por parte do mestre de obra uma percepção e um senso 
de observação em relação ao RCC gerado no canteiro de obra; – existe um modelo 
implantado para gerenciamento de RCC nos canteiros das empresas construtoras 
21 
 
 
visando minimizar esse tipo de resíduo e envolvendo os demais setores da empresa; 
o modelo implantado pelas empresas construtoras para gerenciamento de RCC nos 
canteiros de obra contribui e gera impactos positivos para a cadeia produtiva da 
construção, visando promover a sustentabilidade no setor. 
1.1 OBJETIVOS 
Como objetivo geral o trabalho teve como desafio identificar e analisar as 
práticas e os procedimentos presentes e o modelo de gerenciamento de resíduos da 
construção civil (GRCC) implantados em canteiros de obras de 6 (seis) empresas 
construtoras e incorporadoras na cidade de Cuiabá, na execução de novos edifícios 
residenciais, visando verificar se efetivamente contribuem para a não geração e/ou 
redução desses resíduos. 
Para esse fim foi necessário conhecer nos canteiros de obra das empresas, 
a) a percepção do mestre de obra em relação ao gerenciamento de resíduos da 
construção civil (GRCC); b) levantar e analisar as melhorias e inovações 
tecnológicas simples e suas interações com as práticas e os procedimentos 
implantados para gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC), bem como 
c) avaliar os modelos de gerenciamento de RCC presentes nos canteiros de obra. 
Também foi necessário: d) quantificar e analisar o índice de geração de resíduos 
(IGR), a partir do total de resíduos da construção civil gerado (RCC) em m³ em 
relação à área construída em m², tanto para os canteiros da pesquisa como também 
para outras duas obras concluídas no período de 2011-2013, por empresa. A partir 
do IGR (m³/m²) calculado, e) foi quantificado o total de resíduo removido dos 
canteiros em kg/m² construído e analisada a evolução de resíduo removido em 
kg/m² no período. Finalmente, f) comparou-se e analisou-se o valor médio de 
resíduo removido em kg/m² para novos edifícios nos canteiros de obra de Cuiabá, 
com aquele utilizado pela Prefeitura Municipal de Cuiabá e com o valor mais 
difundido nacionalmente. 
1.2 JUSTIFICATIVA 
As pesquisas com ênfasena preservação e conservação do meio ambiente 
nos meios acadêmicos e empresariais tem crescido de maneira satisfatória, contudo 
não foram contabilizados avanços significativos quando o tema relaciona-se com a 
22 
 
 
não geração e/ou redução de resíduos na origem da fonte do setor da construção 
civil. Os resíduos gerados nos processos construtivos, com destaque especial para o 
entulho, vêm demonstrando que o problema de resíduos da construção é enfrentado 
com solução de característica corretiva. A ocorrência do entulho no setor da 
construção ainda é considerada como parte integrante do processo construtivo e 
não como um problema. Como resultado, não se prioriza solução para esse tipo de 
problema e a tendência do setor é procurar atender as consequências, ou seja: os 
resíduos produzidos na origem do problema. 
Não se enquadrando em um padrão de gerenciamento único, capaz de 
atender a todos os processos executivos da obra, o setor mantém autonomia que 
permite criar soluções, gerenciar suas obras, reutilizar e/ou reciclar seus resíduos 
dentro de padrões empresariais próprios de atuação, decidindo quando e como deve 
integrar-se a processos construtivos mais eficientes. Por outro lado, a inovação em 
processos e produtos tem impulsionado cada vez mais a industrialização do setor, 
forçando as empresas da construção civil a se adaptarem a esses novos desafios 
impostos. Em busca de respostas eficientes e que atendam a sua competitividade, 
as empresas buscam adaptar-se para garantir o aumento da qualidade e 
produtividade. 
Considerando os impactos socioambientais de todas as atividades do setor e 
pelas pressões externas exercidas pelos que defendem o meio ambiente como 
patrimônio de todos, de uso comum, é necessário que se promova a 
sustentabilidade no segmento da construção civil com a promoção de sistemas 
construtivos integrados ao meio ambiente. Para tanto, a tomada de uma nova 
consciência pelo setor frente à realidade ambiental vigente fará com que as 
empresas passem a utilizar novos processos e inovações tecnológicas, como 
estratégia competitiva para suas organizações e com foco na redução de resíduos 
da construção civil (RCC). 
Por outro lado, devido aos riscos e incertezas inerentes às inovações 
tecnológicas, ainda pouco difundidas para a maior parte do setor, em razão de a 
cultura do segmento indicar que só depois de consolidada uma tecnologia passa a 
ser adotada por um número razoável de outras empresas, induz-se a uma 
velocidade de mudança aquém da necessidade. Contribuem também para as 
mudanças lentas a natureza multidisciplinar dos projetos e a dependência do 
23 
 
 
desenvolvimento de novos materiais e equipamentos para a produção, que 
constituem ainda outro tipo de obstáculo para que inovações sejam adotadas. 
Para a realidade do setor, caminhar em direção às exigências ambientais com 
uma gestão inovadora envolve terceirizados, fornecedores, a direção da empresa e 
todos os demais agentes de transformação em um esforço conjunto e ampliado de 
comprometimento na obtenção de resultados. Esses agentes, que também fazem 
parte do gerenciamento de RCC, necessitam que procedimentos sejam 
estabelecidos para o manejo e a destinação ambientalmente adequados desse tipo 
de resíduo, bem como que os planos de redução, reutilização e reciclagem sejam 
implementados e a preparação do canteiro de obra para essa finalidade seja 
promovida. 
Um canteiro de obra sempre gera impactos e danos ao meio ambiente e 
nessa célula representativa da construção foi realizada essa pesquisa. 
Considerando-se que do início de cada obra, quando é feita a escolha da área a ser 
utilizada para a construção até sua conclusão, o meio ambiente sofre com os efeitos 
adversos e as consequências geradas pela implantação do empreendimento, pode-
se elencar entre os impactos: a geração de resíduos, a contaminação de solos e 
lençóis freáticos, a poluição atmosférica causada por diversos fatores como a 
emissão de substâncias durante processos de produção de materiais utilizados, a 
poluição sonora, a poluição visual, entre outros. 
Mesmo com informações dos impactos ambientais provocados pelo setor, 
ainda assim o segmento não promove a sustentabilidade na construção civil com 
prioridade e urgência. Embora não seja essa nossa primeira motivação, este estudo 
busca contribuir para que mudanças empresariais necessárias para o setor sejam 
visualizadas a partir da análise da realidade dos canteiros de obra das empresas, 
quanto ao gerenciamento de resíduos da construção civil (GRCC) e suas interações 
com as melhorias e inovações tecnológicas simples em canteiros de obra. Que a 
partir dessas interações e práticas a sustentabilidade pretendida pelo setor seja mais 
bem compreendida, pela promoção e divulgação das melhores práticas encontradas 
além das conhecidas e convencionais, como também pela melhor compreensão dos 
modelos implementados e suas dificuldades quanto ao GRCC. 
Espera-se que as dificuldades levantadas sejam o ponto de partida para as 
estratégias e ações a serem implementadas pelas empresas em seus canteiros de 
obra e, a partir dessas mudanças locais, dentro de uma análise local, sejam obtidas 
24 
 
 
mudanças ampliadas para o segmento e globais, para o setor da construção civil. 
Dessa forma, identificando-se a justa amplitude da situação-problema, sua 
complexidade, levantados seus dados e analisada e comparada a atual realidade 
dos canteiros de obra e das empresas, é esperado que se verifique se existe uma 
real contribuição para a não geração e/ou redução desses resíduos, não só pelas 
empresas como também pelo segmento vinculado à cadeia produtiva da construção. 
É a partir dos resultados dessa análise que se cria a expectativa em cada 
empresa para que se eleve os canteiros de obra à condição de uma participação 
efetiva nas mudanças visando à sustentabilidade do setor da construção civil: um 
desafio a ser enfrentado. 
25 
 
 
2 REVISÃO DA LITERATURA 
2.1 GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS DA CONSTRUÇÃO CIVIL (GRCC) 
2.1.1 Os Resíduos Sólidos 
Está associado ao cotidiano do ser humano produzir resíduos. É inimaginável 
um modo de vida sem a geração de resíduos sólidos mas, diante do contínuo 
crescimento populacional e sua concentração cada vez maior nos centros urbanos e 
um modo de vida baseado em consumo, os problemas gerados por estes resíduos 
tornarem-se visíveis e preocupantes. 
Resíduo, oriundo do latim residuu, que significa aquilo que sobra de qualquer 
substância, entrou para o jargão dos sanitaristas na década de 1960, em 
substituição ao desgastado termo lixo. O substantivo resíduo, tão logo passou a 
fazer parte do linguajar técnico, foi seguido do adjetivo sólido, a fim de diferenciar os 
resíduos sólidos dos restos líquidos lançados com os esgotos sanitários, como das 
emissões gasosas das chaminés (NETO, 2005 apud AMARAL, 2012). 
Segundo a NBR 10004 (ABNT, 2004), os resíduos sólidos são definidos 
como: 
Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de 
origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e 
de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de 
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e 
instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de 
esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnica e 
economicamente inviáveis em face à melhor tecnologia disponível (NBR 
10004, ABNT 2004). 
 
Para a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei nº 12.305 de 2 de 
agosto de 2010 (BRASIL, 2010), entende-se por resíduos sólidos: 
Material, substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades 
humanas em sociedade, a cuja destinação final se procede, se propõeproceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou 
semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas 
particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de 
esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou 
economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível (Art. 3o , 
XVI, BRASIL, 2010). 
 
26 
 
 
Resíduos representam ineficiência produtiva, custos financeiros e riscos à 
saúde e ao meio ambiente, portanto a redução se configura em maior segurança, 
maior eficiência e melhor saúde ambiental e financeira e a não geração no estado 
ótimo de produção, sem desperdício. Para entender resíduos, o conjunto de normas 
técnicas da ABNT NBR 10004/10005/10006/10007 se constitui em uma ferramenta 
fundamental. A NBR 10004 classifica os resíduos em dois grandes grupos: os 
perigosos e os não perigosos, sendo que estes últimos ainda subdividem�se em 
inertes e não inertes. As amostras de resíduos sólidos se caracterizam pela 
heterogeneidade e a amostragem correta visa minimizar este aspecto. Conhecer o 
tipo de resíduo gerado em um determinado processo é fundamental para adoção de 
estratégias de não geração e de redução. As estratégias de minimização referem-se 
fundamentalmente à redução, ao reúso (uso sem processamento) e à reciclagem 
(uso após algum tipo de tratamento), ou seja, relaciona-se aos populares 3Rs. A 
redução deve ser preferencialmente adotada antes das demais (TOCCHETTO, 
2012). 
Os resíduos sólidos são classificados pela PNRS (BRASIL, 2010) quanto à 
origem e à periculosidade. Quanto à origem os resíduos sólidos podem ser 
classificados como: a) domiciliares, b) de limpeza urbana, c) sólidos urbanos (os 
englobados por “a” e “b”), d) de estabelecimentos comerciais e prestadores de 
serviços (exceto os referidos em “b”, “e”, “g”, “h” e “j”), e) dos serviços públicos de 
saneamento básico (exceto os referidos em “c”), f) industriais, g) serviços de saúde, 
h) da construção civil, i) agrossilvopastoris, j) de serviços de transportes e k) de 
mineração. Quanto à periculosidade classificam-se como: a) perigosos: aqueles que, 
em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, 
toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenicidade e mutagenicidade, 
apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo 
com lei, regulamento ou norma técnica e b) não perigosos: aqueles não 
enquadrados em “a”. 
A PNRS (BRASIL, 2010) considera ainda que resíduos da construção civil são 
aqueles gerados nas construções, reformas, reparos e demolições de obras de 
construção civil, incluídos os resultantes da preparação e escavação de terrenos 
para obras civis. Relata Viana (2010) que para os Resíduos da Construção Civil 
(RCC) eles obedecem primeiro à classificação de resíduos sólidos, suas normativas 
27 
 
 
de trato, cuidados e destinação e depois, mais especificamente, suas próprias 
normativas (VIANA, 2009). 
2.1.2 Os Resíduos da Construção Civil (RCC) e a Legislação Vigente 
De acordo com Souza et al. (2004) o interesse em conhecer a quantidade de 
resíduos gerados pela indústria da construção civil já não é novidade, mas muitas 
vezes o assunto está inserido na discussão sobre a redução de desperdícios. A 
primeira referência nacional em relação ao mencionado, que suscitou uma 
discussão mais ampla sobre o assunto, foi a pesquisa concluída em 1986 pelo 
arquiteto Tarcísio de Paula Pinto que se preocupou em estudar o uso do material 
reciclado para produção de argamassas. 
O Brasil, até 2002, não contava com políticas públicas para gestão dos 
resíduos gerados pelo setor da construção civil e o fato de esses resíduos serem 
compostos de vários materiais com suas respectivas propriedades e características 
tornava inviável sua generalização como material. 
Em 2002, diante de um contexto ambiental, econômico e social que exigia 
regulamentação para o setor, a Resolução nº 307/2002 do Conselho Nacional de 
Meio Ambiente (CONAMA) (BRASIL, 2002) foi o ponto de partida para a legislação 
de RCC no Brasil. Para isso, “estabelece diretrizes, critérios e procedimentos para a 
gestão dos resíduos da construção civil”, 
[...] considerando a necessidade de implementação de diretrizes para a 
efetiva redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos oriundos 
da construção civil; 
Considerando que a disposição de resíduos da construção civil em locais 
inadequados contribui para a degradação da qualidade ambiental; 
Considerando que os resíduos da construção civil representam um 
significativo percentual dos resíduos sólidos produzidos nas áreas urbanas; 
Considerando que os geradores de resíduos da construção civil devem ser 
responsáveis pelos resíduos das atividades de construção, reforma, reparos 
e demolições de estruturas e estradas, bem como por aqueles resultantes 
da remoção de vegetação e escavação de solos [...] (BRASIL, 2002) 
E na mesma Resolução define-se que Resíduos de Construção Civil, 
São os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de 
obra de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de 
terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, 
rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, 
argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, 
fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obra, caliça ou 
metralha (BRASIL, 2002). 
28 
 
 
 
Para a classificação dos RCC a Resolução nº 307/2002 do CONAMA em seu 
artigo 3º estabelece quatro classes de resíduos e a Resolução nº 448/2012 do 
CONAMA, que altera a nº 307/2002, estabelece em seu artigo 10º a destinação dos 
resíduos de construção civil após triagem. O Quadro 1 mostra as classificações e 
destinações de RCC. 
Quadro 1 – Classes de RCC e destinação por classe segundo a Resolução CONAMA 307/2002 
alterada pelas resoluções CONAMA 348/2004, 431/2011 e 448/2012 
Classificação 
do RCC 
Descrição da Classe 
(Resolução CONAMA 307/2002 e suas alterações) 
Destinação por Classe 
(Resolução CONAMA 448/2012) 
Classe A 
São os resíduos reutilizáveis ou recicláveis como 
agregados, tais como: 
a) de construção, demolição, reformas e reparos 
de pavimentação e de outras obras de 
infraestrutura, inclusive solos provenientes de 
terraplanagem; 
b) de construção, demolição, reformas e reparos 
de edificações: componentes cerâmicos (tijolos, 
blocos, telhas, placas de revestimento etc.), 
argamassa e concreto; 
c) de processo de fabricação e/ou demolição de 
peças pré-moldadas em concreto (blocos, tubos, 
meios-fios etc.) produzidas nos canteiros de obra; 
Deverão ser reutilizados ou 
reciclados na forma de 
agregados ou encaminhados 
a aterros de resíduos classe A 
de reservação de material 
para uso futuro. 
Classe B 
São os resíduos recicláveis para outras 
destinações, tais como: plásticos, papel, papelão, 
metais, vidros, madeiras e gesso (nova redação 
dada pela Resolução CONAMA n° 431/11). 
Deverão ser reutilizados, 
reciclados ou encaminhados 
às áreas de armazenamento 
temporário, de modo a 
permitir a sua utilização ou 
reciclagem futura. 
Classe C 
São os resíduos para os quais não foram 
desenvolvidas tecnologias ou aplicações 
economicamente viáveis que permitam a sua 
reciclagem ou recuperação (nova redação dada 
pela Resolução CONAMA n° 431/11). 
Deverão ser armazenados, 
transportados e receber 
destinação adequada, em 
conformidade com as normas 
técnicas específicas. 
Classe D 
São resíduos perigosos oriundos do processo de 
construção, tais como tintas, solventes, óleos e 
outros ou aqueles contaminados ou prejudiciais à 
saúde oriundos de demolições, reformas e reparos 
de clínicas radiológicas, instalações industriais e 
outros, bem comotelhas e demais objetos e 
materiais que contenham amianto ou outros 
produtos nocivos à saúde. (nova redação dada 
pela Resolução CONAMA n° 348/04). 
Deverão ser armazenados, 
transportados e destinados 
em conformidade com as 
normas técnicas específicas 
Fonte: CONAMA, MMA (2013). 
 
Na Resolução 448/2012 do CONAMA define-se no artigo 4º que “os 
geradores deverão ter como objetivo prioritário a não geração de resíduos e, 
secundariamente, a redução, a reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos 
sólidos e a disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”. Em seu 
29 
 
 
parágrafo primeiro fica estabelecido que “os resíduos da construção civil não 
poderão ser dispostos em aterros de resíduos sólidos urbanos, em áreas de “bota 
fora", em encostas, corpos d'água, lotes vagos e em áreas protegidas por lei”. 
Para a reutilização e reciclagem de RCC define-se como reutilização o 
processo de reaplicação do resíduo sem transformação (sem demandar energia, 
sem gerar rejeitos). Para a reciclagem o processo é de reaproveitamento do RCC 
após ter sido transformado física ou quimicamente, com demanda energética e com 
geração de rejeitos, se ocorrer. 
Pela Resolução 307/2002 do CONAMA, o prazo estipulado até junho de 2004 
para que os municípios brasileiros cumprissem suas determinações e elaborassem 
seus Planos Integrados de Gerenciamento de RCC não foi cumprido. Também não 
foi cumprido o prazo até janeiro de 2005 para que as empresas construtoras e 
grandes geradoras de RCC elaborassem seu Projeto de Gerenciamento de RCC 
para obter alvarás de licenciamento em todo o Brasil. Em 2012, com a Resolução 
448/2012 (BRASIL, 2012) em vigor e que alterou a Resolução 307/2002 do 
CONAMA, parte dos artigos 2º, 4º, 5º, 6º, 8º, 9º, 10º, 11º, estabeleceu-se novo prazo 
para cumprimento das suas determinações. 
Em seu artigo 6º a Resolução 448/2012 do CONAMA estabelece que deverão 
constar do Plano Municipal de Gestão de Resíduos da Construção Civil “as diretrizes 
técnicas e procedimentos [...] para os Planos de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil a serem elaborados pelos grandes geradores, possibilitando o 
exercício das responsabilidades de todos os geradores”. Em seu artigo 8º 
estabelece que “os Planos de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil 
serão elaborados e implementados pelos grandes geradores e terão como objetivo 
estabelecer os procedimentos necessários para o manejo e a destinação 
ambientalmente adequados dos resíduos”. 
A Resolução 448/2012 do CONAMA substituiu o Plano Integrado de 
Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil (PIGRCC) pelo Plano Municipal de 
Gestão de Resíduos da Construção Civil (PMGRCC), com data para elaboração 
pelos municípios até janeiro de 2013. Com prazos descumpridos mais uma vez, 
continuam as Prefeituras com a responsabilidade para resolver o planejamento e a 
administração da grande geração e deposição irregular de RCC nas cidades 
brasileiras e, para os geradores, de cumprir sua responsabilidade e assumir seu 
papel quanto ao gerenciamento de RCC. 
30 
 
 
 A Resolução 448/2012 do CONAMA dá ênfase à necessidade de triagem dos 
RCC para destinação conforme sua classe, aos procedimentos necessários para 
manejo e destinação ambientalmente adequados desses resíduos e define área de 
transbordo e triagem de resíduos da construção civil e resíduos volumosos (ATT). 
ATT é a área destinada ao recebimento de resíduos da construção civil e resíduos 
volumosos, para triagem, armazenamento temporário dos materiais segregados, 
eventual transformação e posterior remoção para destinação adequada, observando 
normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ou riscos à saúde pública 
e à segurança e para minimizar os impactos ambientais adversos. 
Ainda pela Resolução 448/2012 do CONAMA resíduos têm destinação por 
Classe e, especificamente os de Classe B deverão ser reutilizados, reciclados ou 
encaminhados às áreas de armazenamento temporário, de modo a permitir a sua 
utilização ou reciclagem futura. Para a NBR 15113 (ABNT, 2004) não se recomenda 
a deposição de resíduos de gesso (Classe B) em aterro sanitário ou de RCC. 
Mesmo com essas recomendações, riscos para o meio ambiente e a saúde pública 
continuam ocorrendo em função de deposição irregular. Dado o montante de resíduo 
de gesso e o impacto por ele gerado, é importante considerar que o gesso é solúvel 
em água e pode contaminar os mananciais e o subsolo. Assim a disposição de 
gesso em aterro sanitário não é prática recomendada, exceto quando enclausurado 
e sem contato com matéria orgânica e água. 
John e Cincotto (2004 apud Fernandes 2013) relata que a segregação do 
resíduo de gesso no momento da geração e o controle de sua contaminação nas 
etapas de estoque e transporte são fundamentais para uma possível reciclagem; 
para isso estamos todos, construtoras, engenheiros e colaboradores, dependentes 
das empresas especializadas em gesso. 
Miranda (2005 apud Fernandes 2013) lembra que a melhor alternativa é que 
o gesso seja triado na origem da utilização, no canteiro. Entretanto, algumas 
construtoras que têm feito isso estão com dificuldade para encontrar um local para 
despejá-lo. Por outro lado, um dos principais usos do gesso é como revestimento de 
parede e esse tipo de resíduo, aderido parcialmente à base de alvenaria, não pode 
ser segregado nos canteiros de obra. 
Para Marcondes (2007) é essencial que construtoras passem a exigir em 
contrato, com o subempreiteiro e instalador do gesso, que seja sua a 
responsabilidade pela retirada e destinação do resíduo de sua atividade. O autor 
31 
 
 
aponta também a necessidade de políticas de devolução, a fim de desenvolver o 
mercado para o produto originado em um ciclo reverso. 
2.1.3 A Legislação Municipal de Cuiabá para Resíduos da Construção Civil 
(RCC) 
Silva (2012) relata que a Prefeitura Municipal de Cuiabá, com base na Política 
Estadual de Resíduos Sólidos, Lei nº 7.862 de 19 de dezembro de 2002 e na 
Resolução 307/2002 do CONAMA e suas alterações, elaborou a Lei n° 4.949 de 5 
de janeiro de 2007 (PMC, 2007), instituindo o sistema de gestão sustentável dos 
resíduos da construção civil e resíduos volumosos e o plano integrado de 
gerenciamento de resíduos de construção civil. 
Relata ainda a autora que o Plano Integrado de Gerenciamento de Resíduos 
de Construção Civil foi implementado pela Lei n° 4.725 de 1 de outubro de 2008 
(PMC, 2008), sendo regulamentado pela Lei n° 4.761 (PMC, 2009) apenas em 
fevereiro de 2009 (SILVA, 2012). 
A Lei n° 4.949 de 2007 (PMC, 2007) estabelece em seu artigo 10º que os 
geradores de grandes volumes de resíduos da construção civil, públicos ou privados, 
cujos empreendimentos requeiram a expedição de alvará de aprovação e execução 
de edificação nova, de reforma ou reconstrução, de demolição, de muros de arrimo e 
de movimento de terra, nos termos da legislação municipal, devem desenvolver e 
implementar projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil 
(autodeclaração de responsabilidade), em conformidade com as diretrizes da 
Resolução 307/2002 do CONAMA, estabelecendo os procedimentos específicos da 
obra para o manejo e a destinação ambientalmente adequados dos resíduos. Ainda 
segundo a lei, os projetos de gerenciamento de resíduos da construção civil devem 
apresentar a caracterização dos resíduos e os procedimentos a adotar para sua 
minimização e para o manejo correto das etapas de triagem, acondicionamento, 
transporte e destinação [...]. Na mesma lei, define-se no seu artigo 3º, XIV, que 
grandes volumes de resíduos de construção civil e resíduos volumosos são aqueles 
contidos em volumes superiores a 1 (um) metro cúbico. 
Ainda segundo a mesma lei (PMC, 2007), artigo 10°, os geradores devem: 
a) especificar nos seus projetos, em conformidade com as diretrizesda 
legislação municipal, os procedimentos que serão adotados para as 
32 
 
 
outras categorias de resíduos eventualmente gerados no 
empreendimento, em locais tais como ambulatórios, refeitórios e 
sanitários; 
b) especificar nos seus Projetos de Gerenciamento de Resíduos da 
Construção Civil, quando contratante de serviços de transporte, 
triagem e destinação de resíduos, os agentes responsáveis por estas 
etapas, definidos entre os agentes licenciados pelo Poder Público [...]. 
Autores como Souza et al. (2004) reportam que nos últimos anos o interesse 
por políticas públicas para os resíduos gerados pelo setor da construção civil tem se 
acirrado com a discussão das questões ambientais. Desperdiçar materiais seja na 
forma de resíduo mais comumente denominado “entulho de construção”, seja sob 
outra natureza, significa desperdiçar recursos naturais e coloca a indústria da 
construção civil no centro das discussões, na busca pelo desenvolvimento 
sustentável nas suas diversas dimensões. 
Por outro lado, para Karpinsk (2009), o RCC possui características bastante 
peculiares por ser produzido num setor onde há uma gama muito grande de 
diferentes técnicas e metodologias de produção e cujo controle da qualidade do 
processo produtivo é recente, quando existe. Características como composição e 
quantidade produzida dependem diretamente do estágio de desenvolvimento da 
indústria local de construção, como qualidade da mão de obra, técnicas construtivas 
empregadas e adoção de programas de qualidade. 
São ainda poucas as empresas construtoras que vêm elaborando e 
implementando eficientemente o PGRCC em seus canteiros de obra, embora 
algumas delas comecem a perceber que esse desperdício onera seus lucros em 
relação às empresas concorrentes que já investem no combate ao desperdício. 
(FERNANDES, 2013). 
Por essa razão é essencial que todos os profissionais inseridos no processo 
produtivo busquem em cada detalhe a melhoria dos seus projetos, dos métodos 
construtivos e dos materiais utilizados. Ainda contribuem a escolha pela durabilidade 
dos materiais usados, o consumo de agregados reciclados e a facilidade na 
desmontagem para manutenção, reforma e demolição. 
Assim, conhecer o tipo de resíduo gerado em um determinado processo é 
fundamental para a adoção de estratégias de não geração e de redução e o artigo 9º 
33 
 
 
da Resolução 307/2002 do CONAMA estabelece que os Planos de Gerenciamento 
de Resíduos da Construção Civil deverão contemplar as seguintes etapas: 
I. Caracterização: nesta etapa o gerador deverá identificar e quantificar 
os resíduos; 
II. Triagem: deverá ser realizada, preferencialmente, pelo gerador na 
origem, ou ser realizada nas áreas de destinação licenciadas para essa 
finalidade, respeitadas as classes de resíduos estabelecidas no art. 3º 
desta Resolução; 
III. Acondicionamento: o gerador deve garantir o confinamento dos 
resíduos após a geração até a etapa de transporte, assegurando em 
todos os casos em que seja possível as condições de reutilização e de 
reciclagem; 
IV. Transporte: deverá ser realizado em conformidade com as etapas 
anteriores e de acordo com as normas técnicas vigentes para o 
transporte de resíduos; 
V. Destinação: deverá ser prevista de acordo com o estabelecido nesta 
Resolução. 
Nesse contexto vale ressaltar a importância da participação ativa e consciente 
de todos os trabalhadores que, direta e indiretamente, estejam envolvidos com o 
PGRCC no canteiro de obra. Entretanto, segundo Linhares (2005), a principal 
dificuldade apontada pelas construtoras em sua pesquisa sobre a implantação de 
gestão de resíduos é a sensibilização da mão de obra quanto à segregação desses 
resíduos. Por outro lado, o PGRCC é parte importante para a gestão de resíduos da 
municipalidade e depende também do setor privado envolvido na atividade, como, 
por exemplo, para a coleta e o transporte dos RCC. 
A implementação do PGRCC bem elaborado que envolva todos os agentes 
abarcados na obra deve propiciar aos geradores o monitoramento de suas perdas; 
tanto as que saem da obra (RCC) como as que ficam incorporadas à própria 
construção (AGOPYAN et al., 2003). 
2.1.4 Perdas de Materiais nos Canteiros de Obra 
Os Resíduos da Construção Civil (RCC) gerados em canteiros de obra e 
acondicionados em caçambas, coletados por empresas transportadoras de entulho e 
34 
 
 
destinados a áreas definidas pelo poder público, atravessam as distâncias entre as 
áreas de recebimento e os centros urbanos acompanhados pela falta de 
conscientização dos impactos causados ao meio ambiente. Associam-se a esse 
fator a falta e a dificuldade de fiscalização que potencializa a clandestinidade e, 
quando os resíduos são dispostos irregularmente, o poder público se encarrega de 
coletá-los e enviá-los às áreas licenciadas. Mas a disposição clandestina coloca em 
risco a saúde do cidadão, degrada a paisagem urbana, compromete a drenagem 
urbana e a estabilidade das encostas (BLUMENSCHEIN, 2004). 
Por essas razões, é no processo de produção do edifício, na origem do 
problema com características peculiares que a geração de resíduos deve ser 
enfrentada. Demonstrado pelo nível de perdas e desperdícios e pela cultura vigente 
no setor, é comum encontrar-se em canteiros de obra de uma mesma cidade 
empresas que se preocupam e outras que não se preocupam com seu 
gerenciamento de RCC, seu destino, tampouco com sua não geração e/ou redução. 
Como consequência, também não priorizam a implantação de melhorias e inovações 
tecnológicas simples nos seus canteiros, que podem vir a contribuir com esse 
gerenciamento e, consequentemente, com o controle de perdas e desperdícios 
desse tipo de resíduo. 
Relata Souza et al. (2004) que para mensuração dos resíduos gerados na 
produção de edificações os principais trabalhos realizados para a avaliação das 
perdas de materiais e identificação das suas causas e origens, nos quais os 
resíduos são também quantificados, apresentam-se sucintamente descritos no 
Quadro 2 pela sua importância histórica. Na abordagem progressiva da questão dos 
resíduos, no Brasil, destacam-se as pesquisas de Pinto (1989) pelo pioneirismo; 
Picchi (1993) pela análise e estimativa das perdas financeiras na construção de 
edificações; Soibelman (1993) pelo número de casos estudados e pelo efetivo 
acompanhamento do processo de produção na quantificação das perdas; Santos 
(1995) pelo caráter proativo quanto à detecção e quanto às ações para a redução de 
perdas de materiais e Bogado (1998) que realizou estudo específico na execução da 
estrutura de concreto armado. Cita ainda Oliveira (2011) as pesquisas de Paliari 
(1999), Andrade (2000) e Sposto et al. (2001). 
 
35 
 
 
 Quadro 2 – Progressão de pesquisas realizadas para avaliação de perdas de materiais 
Autores Nº de 
obra 
Nº de 
materiais 
Parcela de 
perdas físicas 
estudadas 
Tipo de 
abordagem 
Tipo de 
avaliação 
Tema 
central 
perdas de 
materiais 
Pinto (1989) 1 10 Incorporada e 
entulho Avaliação Quantitativa Sim 
Soibelman (1993) 5 7 Incorporada e 
entulho Avaliação Quantitativa Sim 
Picchi (1993) 3 - Incorporada e 
entulho Avaliação Quantitativa Não 
Santos (1995) 1 4 Incorporada e 
entulho 
Avalição e 
intervenção Quantitativa Não 
Bogado 1998) 1 4 Incorporada e 
entulho 
Avalição e 
intervenção Quantitativa Não 
Fonte: Adaptado de Paliari (1999) 
 
O autor relata ainda que nas principais conclusões destes trabalhos destaca-
se o fato que perdas de materiais não são desprezíveis, tanto na forma de material 
incorporado em excesso quanto na forma de entulho. A pesquisa de Picchi (1993) 
ao avaliar o entulho gerado e retirado dos canteiros de obras, desconsiderando as 
viagens compostas só por terra, estudou as perdas de materiais e componentesreferente à parcela que fica incorporada ao edifício e à parcela que se transforma 
em entulho. A partir dessas parcelas expressas em termos de massa e volume 
foram estimadas as perdas, em termos de porcentagem do custo da obra. O 
resultado dessa pesquisa, ao acumular todo o volume de entulho gerado na obra 
durante toda a sua construção e dividi-lo pela área total construída, foi de uma 
espessura média de entulho na ordem de 8 a 12 cm e massa do entulho gerada 
variando entre 0,095 e 0,145 t/m², o que representou 11 a 17% da massa final do 
edifício, para a massa específica adotada. 
Souza et al. (2004) continua informando sobre a importância de detectar a 
ocorrência de uma faixa de valores para as perdas que foi reforçada pela pesquisa 
nacional “Alternativas para a redução do desperdício de materiais nos canteiros de 
obra”, promovida pelo Instituto Brasileiro de Tecnologia e Qualidade na Construção 
Civil (ITQC) e envolvendo 16 universidades brasileiras que pesquisaram o fluxo de 
materiais em 99 diferentes canteiros de obra. 
Souza (2004) afirma que os resíduos de construção representam uma das 
parcelas do excesso de consumo de materiais nos canteiros de obra e se comparar 
a quantidade de material teoricamente necessária com a quantidade realmente 
utilizada, determinam-se as perdas de materiais. Para este autor, o entulho se 
constitui no “lixo que sai”, ou seja, é a parcela mais visível das perdas de materiais. 
36 
 
 
Shingo e Skoyles (1981, 1987 apud Pucci 2006) relata que as perdas podem 
ser classificadas de acordo com a possibilidade de serem controladas e conforme 
sua natureza, como demonstra o Quadro 3. 
Quadro 3 – Classificação das perdas 
Perdas segundo seu controle 
Perdas evitáveis são aquelas onde o investimento para sua redução ultrapassa a economia gerada por 
ela, correspondendo, assim, a uma perda aceitável. 
Perdas inevitáveis são consequência de um processo de baixa qualidade, onde os recursos são 
empregados de forma inadequada. 
Perdas segundo sua natureza 
Perdas por 
superprodução 
são aquelas que ocorrem quando é produzida uma quantidade maior que a necessária; 
por exemplo: produzir gesso em quantidade acima da consumida em um dia de trabalho; 
produção de argamassa em quantidade superior à necessária para um dia de trabalho, 
excesso de espessura de lajes de concreto armado. 
Perdas por espera 
relacionadas com a sincronização e o nivelamento do fluxo de materiais e as atividades 
dos trabalhadores; podem envolver tanto perdas de mão de obra quanto de 
equipamentos, como, por exemplo, paradas nos serviços originadas por falta de 
disponibilidade de equipamentos ou de materiais. 
Perdas por 
substituição 
ocorre quando é utilizado um material de desempenho superior ao necessário, como um 
concreto com resistência maior que a especificada em projeto. 
Perdas no transporte 
tempo excessivo despendido com grandes distâncias entre os estoques e a grua ou o 
guincho; perdas de materiais por manuseio excessivo ou inadequado dos materiais 
componentes, em razão de uma má programação das atividades ou de um layout 
ineficiente ou pelo uso de equipamentos de transporte inadequados; quebra de materiais 
pelo seu duplo manuseio ou uso de equipamento de transporte inadequado. 
Perdas no 
processamento em si 
tem origem na própria natureza das atividades do processo ou na sua execução 
inadequada; decorrem da falta de procedimentos padronizados e da ineficiência nos 
métodos de trabalho, da falta de treinamento da mão de obra ou de deficiências no 
detalhamento e construtividade dos projetos. São exemplos deste tipo de perdas: quebra 
de paredes rebocadas para viabilizar a execução das instalações, quebra manual de 
blocos em razão da falta de meios-blocos. 
Perdas de estoque 
ocorrem quando associadas à existência de estoques excessivos, em virtude da 
programação inadequada na entrega dos materiais ou de erros no orçamento, podendo 
gerar situações de falta de locais adequados para a deposição; também decorrem da 
falta de cuidados no armazenamento dos materiais. Podem resultar tanto em perdas de 
materiais quanto de capital, como, por exemplo, custo financeiro dos estoques, 
deterioração do cimento por causa do armazenamento em contato com o solo e/ou em 
pilhas muito altas. 
 
 
 
 
Perdas no movimento 
decorrem da realização de movimentos desnecessários por parte dos trabalhadores 
durante a execução das suas atividades e podem ser geradas por frentes de trabalho 
afastadas e de difícil acesso; falta de estudo de layout do canteiro e do posto de 
trabalho; falta de equipamentos decorre da realização de movimentos desnecessários 
por parte dos trabalhadores durante a execução das suas atividades e pode ser gerada 
por frentes de trabalho afastadas e de difícil acesso; falta de estudo de layout do 
canteiro e do posto de trabalho; falta de equipamentos adequados, etc. São 
exemplos deste tipo de perda: tempo excessivo de movimentação entre postos de 
trabalho por causa da falta de programação de uma sequência adequada de atividades 
e esforço excessivo do trabalhador em função de condições ergonômicas desfavoráveis. 
 
Perdas pela 
elaboração de 
produtos defeituosos 
Perdas pela elaboração de produtos defeituosos: ocorrem quando são fabricados 
produtos que não atendem aos requisitos de qualidade especificados; geralmente, 
originam-se da ausência de integração entre o projeto e a execução, das deficiências do 
planejamento e controle do processo produtivo, da utilização de materiais defeituosos e 
da falta de treinamento dos operários. Resultam em retrabalhos ou em redução do 
desempenho do produto final, como, por exemplo, falhas nas impermeabilizações e 
pinturas, descolamento de azulejos, erros em prumadas. 
Outras englobam perdas por roubo, vandalismo, acidentes e outros eventos extraordinários. 
Fonte: Adaptado de PUCCI (2006) 
 
Relata Pinto (1999) que no processo construtivo o alto índice de perdas do 
setor é a principal causa do entulho gerado, embora nem toda perda se transforme 
37 
 
 
efetivamente em resíduo, pois uma parte acaba ficando na própria obra. Segundo o 
mesmo autor, pesquisas brasileiras sobre a perda de materiais em processos 
construtivos apontaram números significativos de cimento, cal, areia, concreto, 
argamassa, ferro, componentes de vedação e madeira. Dessa forma, é possível 
estimar que a cada metro quadrado construído 150 kg de resíduos sejam gerados, 
levando à remoção de dez caçambas de resíduos em qualquer construção de 250 
m² (PINTO, 1999). 
Segundo Formoso (1996 apud Paliari 1999), nos últimos anos as questões 
referentes a políticas da qualidade tem ocupado espaço significativo nas discussões 
do meio profissional da construção civil, e tem tido presença constante nestas 
discussões a ocorrência de perdas em todo o processo de produção da edificação, 
sejam elas de materiais, mão de obra ou equipamentos. Com índices de perdas 
consideráveis para o setor, segundo pesquisas existentes sobre o assunto, é 
razoável que nos dias atuais, e em um mercado globalizado e competitivo, 
mudanças sejam inevitáveis. 
Lerípio (2001 apud Araújo 2002) apresenta um estudo de entradas e saídas 
da indústria da construção civil em que se identificam os principais materiais 
utilizados e respectivos resíduos gerados, conforme Quadro 4. 
Quadro 4 – Estudo de entradas e saídas da indústria da construção civil 
Entradas Processo Saídas 
Máquinas e implementos, 
madeira, telha, prego, 
cimento, areia, brita, arame 
galvanizado, água, energia 
elétrica. 
1. Serviços iniciais 
 
Aterro, aparas de madeira, restos de tijolos, restos de 
arame, pregos, embalagens de papelão, serragem, 
ruído e vibrações. 
Energia elétrica, água, brita, 
cimento, areia, aço, arame 
recozido, madeira, pregos. 
2. Infraestrutura

Continue navegando