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alternativas de não uso de cobaias no ensino academico definitivo

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Educação Ambiental e Ética 
Alison Angelo
FUNESO
OLINDA- 05/2016
Alternativas de não uso de cobaias para ensino acadêmico
Professora: Ideiter 
Disciplina: Educação Ambiental e Etica
Turma: 2015.1 Turno: Noite
Curso: Ciências Biológicas
FUNESO
OLINDA – 05/2016
Introdução
O uso de animais vivos em experimentos científicos e didáticos compõe uma prática chamada vivissecção, estabelecida como metodologia científica há mais de 200 anos. De lá para cá, tanto a ciência quanto a ética progrediram muito, como explica o biólogo Thales Tréz, professor do Instituto de Ciências e Letras da Universidade de Alfenas (MG). "Cerca de 200 animais por segundo são mortos em atividades de pesquisa. O impacto disso em nossa sociedade é considerável, pela própria evolução moral que historicamente passamos. Hoje temos uma percepção muito mais sensível do conceito de animal", esclarece. Tréz é coordenador do site 1RNet, cuja letra R do nome corresponde a um princípio que vem ganhando força entre o meio científico experimental nos últimos 30 anos: replacement, substituição da vivissecção por métodos alternativos. Entre as soluções já adotadas nos Estados Unidos e em países da Europa estão os modelos mecânicos e computadorizados, a experimentação in vitro , aprendizagem por meio de vídeos e filmes interativos, uso responsável de animais e, quando devidamente supervisionadas, até mesmo a autoexperimentação. As vantagens dos métodos substitutivos vão além da questão ética, defende quem é a favor da substituição. Além de estarem sincronizados com a produção tecnológica atual, pelo aspecto financeiro, as novas tecnologias podem ser benéficas também para a indústria farmacêutica e cosmética. Tréz conta que, apesar dos "exitosos" resultados com animais, apenas uma em cada 10 substâncias testadas produz o mesmo efeito em humanos - o que significa um grande prejuízo para os laboratórios, cujos investimentos em pesquisas para desenvolver novos produtos ficam na faixa de US$ 14 bilhões por ano. "A combinação das tecnologias substitutivas vem gerando resultados muito mais precisos em relação à condição humana, quando comparada com a utilização de animais, pois essas novas abordagens trabalham com material humano", explica. Os métodos substitutivos são também econômicos, pois não exigem gastos com a compra, criação e manutenção das cobaias. 
A legislação................................................................................................................................... 
No Brasil, os esforços legais para regulamentar o uso de animais em experimentos científicos vem de longa data, com as primeiras iniciativas datando de 1934. No entanto, o país não tinha uma legislação federal sobre o assunto até 2008, quando, após oito anos de tramitação no Congresso, foi aprovada a Lei Arouca. A medida deu origem ao Conselho Nacional de Controle de Experimentação Animal (Concea), órgão normativo ligado ao Ministério da Ciência e Tecnologia e às Comissões de Ética no Uso de Animais (CEUAs), que credenciam os centros de pesquisa e instituições de ensino junto ao Concea. A aprovação da Lei Arouca deu fim aos projetos de leis municipais que visavam a proibir a experimentação animal, inclusive uma que já vigorava em Florianópolis, com o argumento de que a proibição causaria sérios prejuízos à pesquisa científica. Porém, para Laerte Fernando Levai, promotor de justiça de São Paulo e especialista em Bioética, a Lei Arouca acaba legitimando os maus-tratos com os animais sob o pretexto de fazer ciência. "Trata-se de uma legislação que está na contramão da história. Enquanto países da Europa estão abolindo o uso de animais em pesquisas e no ensino, aqui nós editamos uma lei que reafirma e estimula a exploração animal como método oficial de pesquisa", diz. Levai relembra que o Brasil, como poucos países, tem preceitos constitucionais que, em tese, asseguram a proteção dos animais: segundo o artigo 32 da Lei 9.605/08, é crime a realização de procedimentos dolorosos ou cruéis em animais vivos, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos. Deste ponto de vista, a Lei Arouca aparece como um salvo-conduto para práticas não somente antiéticas como inconstitucionais.
Para os cientistas, são as limitações impostas pela lei que mais impedem a disseminação das novas tecnologias na pesquisa. "A validação dos métodos substitutivos é o grande problema. Quando o pesquisador começa a trabalhar, normalmente não quer recorrer aos animais, mas ele não tem saída", conta Carlos Müller, coordenador do Centro de Experimentação Animal do Instituto Oswaldo Cruz. Ele explica que, para que as pesquisas se desenvolvam de modo a garantir os melhores resultados possíveis, é necessário o reconhecimento da metodologia utilizada por parte das CEUAs. No entanto, os métodos alternativos foram muito pouco estudados até agora no país, tornando mais viável recorrer a procedimentos tradicionais e normatizados. O biólogo Thales Tréz também acredita que o meio científico não encontra uma cultura propícia para esse tipo de crítica. "Não há fomento no Brasil para que outros modelos entrem em cena no lugar da modelagem animal - há, sim, toda uma estrutura que sustenta esse método, como os biotérios e revistas especializadas", conta. 
Sinais de mudança....................................................................................................................... 
Por ora, é nas instituições de ensino que os primeiros passos em direção à substituição do uso de animais pelas novas tecnologias mais se fazem sentir no Brasil. "Como se trata apenas de ilustrar conhecimentos já sabidos, as práticas com animais se tornam obsoletas frente a grande diversidade de recursos tecnológicos disponíveis hoje", observa Tréz. Em São Paulo, o uso de cobaias em aulas práticas foi proibido na Faculdade de Medicina do ABC com a emissão de uma portaria em 2007. A médica Nédia Hallage, professora de Infectologia na faculdade, conta que, em um primeiro momento, alguns alunos e professores duvidaram dos benefícios da mudança por achar que ela comprometeria a qualidade das disciplinas. A mesma reação foi observada pelo professor Emerson Contesini na Faculdade de Medicina Veterinária da UFRGS (FAVET), onde as mudanças iniciaram há cerca de 10 anos e foram intensificadas com a aprovação da Lei Arouca. No entanto, o uso dos métodos substitutivos não só não prejudicou as condições de ensino como auxiliou na sensibilização dos alunos. "Não houve nenhuma perda didática. Por ele não ter que sacrificar um ser vivo, o que tivemos foi a humanização do aluno das áreas da saúde", explica Nédia. Na Faculdade de Medicina do ABC, os animais de pequeno porte foram substituídos por modelos computadorizados nas disciplinas de farmacologia e fisiologia. Já no aprendizado de técnica cirúrgica, os modelos são cães embalsamados, mortos por causas naturais e doados para a instituição. A conservação dos cães também é utilizada pela UFRGS, além de um extenso trabalho com recursos audiovisuais. "Adquirimos máquina fotográfica e filmadora para produzir filmes e fotos didáticas. Meus orientandos de doutorado, com alguns alunos da graduação, já iniciaram um piloto de execução de fotos e filmes para as aulas e a proposta é depois incluir na página da FAVET", conta o professor Emerson. A discussão sobre métodos substitutivos para o ensino cirúrgico também compõe uma disciplina do programa de pós-graduação da universidade desde 2006, inclusive estimulando os alunos a apresentar seu próprio método. As novas tecnologias ainda promoveram a aproximação de alunos que não concordam com a vivissecção. "Antes, alguns alunos se recusavam a assistir às aulas por causa dos maus-tratos ao animal. Há 30 anos, tinha aulas que eu não conseguia assistir porque me causavam muito sofrimento", conta a professora Nédia. Ela avalia as iniciativas como muito importantes para a humanização dos profissionais. "Quanto mais se difundir que essa práticanão é necessária, que não há comprometimento na qualidade das aulas, melhor para o ensino no Brasil." 
Fonte: http://noticias.terra.com.br/ciencia/pesquisa/novas-tecnologias-sao-alternativa-ao-uso-de-animais-na-ciencia,3cd8da38d43da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html
 
Segundo pesquisa do G1 a ciência tem se esforçado para reduzir e, na medida do possível, eliminar o uso de animais em pesquisas biomédicas, em testes de segurança de produtos e no ensino e treinamento de estudantes.
A maioria das instituições de pesquisa busca seguir, ao utilizar as cobaias, uma linha de princípios conhecida como "3R" - sigla que se refere aos termos em inglês replacement, reduction e refinement - ou "substituição, redução e refinamento", em português.
O G1 recorreu a especialistas e a instituições cujos trabalhos estão voltados para as questões éticas envolvendo os testes com animais para traçar um panorama de quais são os testes que, atualmente, já podem ser feitos sem animais, e quais ainda dependem das cobaias para a obtenção de resultados seguros.
Olhos e pele...................................................................................................................................
Testes que buscam identificar a ação de medicamentos ou produtos cosméticos na pele ou nos olhos já possuem métodos validados que substituem o uso de animais.
Para avaliar a irritação cutânea e a corrosividade de determinada substância em contato com a pele, não são mais necessários testes que expõem coelhos ou outras cobaias ao produto. Esses estudos podem ser feitos em pele humana reconstituída, ou seja, tecidos produzidos em laboratório por meio de cultura de células. 
De acordo com o pesquisador Octavio Presgrave, coordenador do Centro Brasileiro de Validação de Métodos Alternativos (Bracvam), a aplicação desse método ainda apresenta um obstáculo no Brasil: o material utilizado na produção da pele reconstituída é importado e tem validade de apenas uma semana.
Segundo Presgrave, o país já trabalha no desenvolvimento de um modelo brasileiro de pele reconstituída. Foi o primeiro projeto voltado exclusivamente para a substituição do uso de testes animais a receber apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
Testes de permeação cutânea, que avaliam a capacidade de determinado produto penetrar na pele, também podem funcionar com um sistema in vitro, ou seja, que envolve apenas a análise de células em laboratório e não o animal vivo.
Experimentos de irritação dos olhos apresentam alternativas que substituem parcialmente o uso de animais. Em vez de submeter o animal vivo ao depósito de grandes quantidades da substância em seus olhos, é possível utilizar olhos de bois ou de galinhas que já foram abatidos para a alimentação.
Temperatura
De acordo com a organização britânica “Fundo para a Substituição de Animais em Experimentos” (Frame, na sigla em inglês), outro teste alternativo disponível é o que avalia se determinado produto é capaz de provocar o aumento da temperatura corporal. Se antes a única possibilidade era o uso de coelhos, hoje existe uma tecnologia para realizar esse experimento no sangue de voluntários humanos. Ainda segundo a Frame, testes de fototoxicidade, que verificam se o produto se torna prejudicial quando a pele é exposta ao sol, também podem ser feitos sem o uso de cobaias vivas. Nesse caso, uma cultura de células de camundongos é exposta ao produto e à luz ultravioleta.
Testes virtuais..............................................................................................................................
Modelos computacionais também podem substituir animais em testes para verificar a toxicidade de uma substância ou de que maneira ela será metabolizada pelo organismo. Isso pode ser feito pela análise de moléculas por programas de computador que permitem compará-las com dados referentes a outras moléculas. “São modelos de predição muito úteis quando se começa a pesquisa. Daí, parte-se para os métodos in vitro e, quando se usa o animal, ele não tem grande risco de ser exposto a substâncias muito tóxicas”, diz Presgrave.
Alternativas ainda mais ambiciosas, como a simulação do funcionamento de um órgão completo, estão em desenvolvimento pelo "Instituto Wyss de Engenharia Inspirada pela Biologia", ligado à Universidade de Harvard. O instituto desenvolve microchips capazes de simular a reação dos órgãos humanos a determinados produtos ou microorganismos. Segundo Presgrave, porém, a alternativa ainda não está disponível no país.
Ensino
O médico veterinário Marcelo Winstein Teixeira, membro da Comissão de Ética, Bioética e Bem-Estar Animal do Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV), observa que uma das áreas em que a substituição do animal tem ocorrido com sucesso no Brasil é a do ensino. Se antigamente universidades recorriam com mais frequência ao sacrifício de animais para a observação e prática de técnicas, hoje existem alternativas como vídeos, simuladores e ferramentas de realidade virtual disponíveis para os estudantes.
Animais ainda são indispensáveis ..............................................................................................
Enquanto a adesão a essas alternativas citadas é capaz de substituir o uso de animais em determinadas situações, os bichos ainda são imprescindíveis para demonstrar os efeitos do produto no organismo vivo como um todo, de acordo com os pesquisadores.
A médica veterinária Denise Fantoni, presidente do Comitê de Ética em Experimentação da Faculdade de Medicina Veterinária da USP, exemplifica: “Imagine que se está testando um fármaco para pressão arterial. Como o pesquisador vai avaliar esse efeito em um tecido, em uma célula? É preciso ter o organismo todo para saber se aquilo vai ser tóxico para outros órgãos”.
Organismos inteiros....................................................................................................................
Segundo a pesquisadora Ekaterina Akimovna Botovchenco Rivera, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Ciência em Animais de Laboratório (SBCAL), métodos alternativos ainda não são capazes de simular a interação de todos os sistemas de um organismo vivo. Determinado fármaco que tem como alvo o fígado, por exemplo, pode trazer efeitos colaterais nos rins ou nos pulmões. 
“Essas alternativas ao uso de animais são ferramentas que nos ajudam nas primeiras etapas da pesquisa. Mas chega um momento em que é preciso ter o organismo vivo”, diz Ekaterina.
Mesmo na indústria cosmética, que é alvo frequente de campanhas internacionais que demandam o fim da experimentação em animais, ainda há testes que não podem ser feitos sem cobaias.
Reprodução
De acordo com o biólogo Frank Alarcón, representante no Brasil da organização Cruelty-Free International, que apoia o banimento total dos testes animais em cosméticos, ainda não existem instrumentos para avaliar o efeito de determinado produto na reprodução humana sem o uso de animais, por exemplo. “Reproduzir um sistema complexo como o gestacional ainda é um desafio, mas também é um desafio descobrir se o sistema gestacional de um camundongo equivale ao do ser humano”, diz.
Em março deste ano, a União Europeia anunciou o banimento total da comercialização de produtos cosméticos testados em animais. “Alguns testes não podem ser feitos sem animais. Ainda assim, a União Europeia entende que somente através da proibição total, empurra-se a comunidade cientifica a desenvolver métodos alternativos”, completa Alarcon.
Segundo Presgrave, a eliminação total do uso de animais em pesquisa é o objetivo final de órgãos como o Bracvam. Porém, o projeto pode levar ainda muitos anos para ser concretizado, já que todas as alternativas devem ser validadas cientificamente. 
Figura 1 - Beagle retirado do Instituto Royal. (Foto: Jardiel Carvalho/Frame/Folhapress)
Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2013/10/conheca-testes-que-ja-nao-exigem-cobaias-e-aqueles-em-que-sao-necessarias.htmlSegundo pesquisa feita por Fernanda em sua Monografia de acordo com a literatura consultada, existem vários métodos alternativos ao uso de animais vivos em experimentos, grande parte desses métodos pode substituir efetivamente a experimentação em animais. Entretanto a implantação dessas alternativas depende da ruptura com os padrões tradicionais, tanto na docência quanto na pesquisa.
A seguir, alguns métodos alternativos encontrados em substituição aos animais vivos em experimentos científicos, retirados de TRÉZ & GREIF (2000):
01) Alternativas ao Uso de Animais em Pesquisas
Atualmente, os métodos alternativos em substituição aos animais na pesquisa estão cada vez mais viáveis e eficientes e cada vez mais caminhos alternativos estão sendo percorridos. A seguir, serão mostrados alguns destes caminhos (TREZ & GREIF, 2000):
a) Tecnologia in vitro
A cultura de células, tecidos e órgãos são algumas das várias aplicações deste modelo tecnológico, que permite realizar pesquisas de câncer, imunologia, testes toxicológicos, produção de vacinas, desenvolvimento de drogas, estudo de doenças infecciosas, diagnose e estudo de doenças ou distúrbios genéticos. A tecnologia envolvida na cultura de células invitro vem sendo aperfeiçoada a cada dia.
Uma importante área de aplicação das metodologias de cultura in vitro é a produção de anticorpos, inclusive monoclonais, que podem substituir o método tradicional de obtenção, através da injeção de substâncias em cobaias animais.
Outra aplicação importante é na produção de vacinas. Produzidas a partir da cultura de tecidos humanos, são mais seguras que as produzidas a partir de animais, pois evitam que vírus desconhecidos cruzem as barreiras das espécies e infectem o ser humano com outras doenças e disfunções.
Figura 2– A tecnologia in vitro vem se destacando como uma das principais alternativas de substituição ao uso de animais em experimentos.
A placenta humana também pode ser utilizada, pois, além de constituir fonte de células para cultura pode ser utilizada como material para testes de toxicidade e carcinogenicidade, e até mesmo como instrumento para treinamento de técnica micro cirúrgica.
Abaixo, descreveremos algumas das principais tecnologias in vitro para utilização em substituição ao uso de animais:
 Eytex – procedimento in vitro que mede a irritação ocular, através de sistema de alteração proteica. Uma proteína vegetal obtida da semente de feijão mimetiza a reação da córnea humana a exposição de substâncias estranhas.
 Skintex – método in vitro para avaliar irritação cutânea, usando a casca da semente de abóbora para mimetizar a reação de substâncias estranhas sobre a pele humana (tanto o
EYTEX quanto o SKINTEX podem testar mais de 5.000 materiais diferentes).
 Neutral red bioassay – consiste em células humanas em cultura, usadas para computar a absorção de um pigmento hidrossolúvel, que mede a toxicidade relativa.
 Testskin – utiliza pele humana cultivada em saco plástico estéril, podendo ser utilizada para medir o grau de irritação cutânea.
 Pele Reconstituída – utilização de fragmentos de pele humana (a partir de circuncisão ou sobras de cirurgias plásticas), para observação de alterações histológicas e/ou liberação de mediadores inflamatórios.
 RBC (Red Blood Cell Assay) – baseia-se na avaliação da hemólise e na desmaturação causadas por produtos (cosméticos) e/ou substâncias tensoativos) perante um controle conhecido, geralmente Lauril sulfato de cobre.
 WBC (Whole Blood Assay) – possível substituto para o ensaio de detecção de pirogênio em coelhos, por meio da liberação de medidores inflamatórios quando um produto injetável é colocado em contato com sangue total humano.
 Agarose diffusion method – teste de citotoxicidade, que utiliza os parâmetros de morte ou alterações fisiológicas de diferentes linhagens celulares.
A técnica também permite revelar anomalias no cérebro, causadas por falhas no desenvolvimento psicológico de pacientes autistas.
 PET (Position Emission Tomograph) e SPECT (Single Photon Emission
Computadorized Tomography) – usados em estudos de Mal de Parkinson, Doenças de
Alzheimer e Huntington, assim como outras doenças cerebrovasculares e distúrbios psiquiátricos. A autópsia é um recurso fundamental para a descoberta de detalhes acerca
de determinadas doenças. Foi muito utilizada para compreender os mecanismos de ação de doenças que assolaram a humanidade ao passar dos anos.
d) Simulações computadorizadas e modelos matemáticos
Os computadores podem predizer reações biológicas causadas por drogas novas, baseados no conhecimento de sua estrutura tridimensional, eletrônica e química. Uma dessas técnicas é a farmacologia quântica – explica o comportamento de drogas através de cálculos matemáticos, envolvendo o nível de energia das substâncias químicas.
As simulações computadorizadas têm sido utilizadas para avaliar a toxicidade de substâncias, eliminando os testes LD50 em animais.
Várias empresas como a Agouron Pharmaceuticals Affymax Research Institute, Vertex e
Neurogen Corp. já produzem drogas a partir de simulações computadorizadas, obtendo bons resultados, e, o mais importante, sem a utilização de animais.
Figura 3 – Exemplos de técnicas alternativas computadorizadas: simulador da fisiologia, neurologia e musculatura humana (à esquerda) e simulador de corrente sanguínea (à direita)
Várias empresas como a Agouron Pharmaceuticals Affymax Research Institute, Vertex e
Neurogen Corp. já produzem drogas a partir de simulações computadorizadas, obtendo bons resultados, e, o mais importante, sem a utilização de animais.
Alguns exemplos destas alternativas:
 QSAR (Quantitative Structure Activity Relationship) – prediz os efeitos tóxicos, com base na comparação estrutura-atividade das substâncias.
 PBPK (Phisiologically Based Pharmaco-Kinetic) – prediz as ações farmacocinéticas (absorções, metabolismo, eliminação, etc.).
 TOPKAT (Toxicity Prediction by Computer Assisted Technology) – é um programa de computador (software) que avalia a toxicidade, mutagenicidade, carcinogenicidade e teratogenicidade, irritação de pele, olhos e LD50.
e) Culturas de Bactérias e Protozoários
As bactérias e protozoários são organismos sensíveis a mutagênicos, permitindo que identifiquem agentes cancerígenos. Podem ser utilizados também para estimar os níveis de vitaminas em estudos farmacológicos e toxicológicos e identificar antibióticos, como no exemplo:
 AMES TEST – teste para avaliação de carcinogenicidade, através de uma linhagem de
Salmonella, chamada de Salmonella typhimurium e através de enzimas. Pode detectar 156 carcinógenos animais (90%de um total de 174 substâncias testadas).
f) Tecnologia DNA Recombinante
A tecnologia envolve a síntese de compostos protéicos, através da manipulação genética em bactérias, como a Escherichia coli. Um gene responsável pela produção de determinada substância é isolado e inserido á bagagem gênica destas bactérias, que passarão a produzir a substância. Esta tecnologia também é utilizada para a produção de insulina.
g) Cromatografia
O método repara e identifica componentes de drogas e amostras de sangue ou urina, por exemplo. Pode ainda permitir a identificação de substâncias químicas desconhecidas ou estranhas.
O HPLC (High Performance Liquid Chromatography) é uma destas tecnologias. Mais recentemente, o aprimoramento da técnica vem permitindo mensurar insulina por métodos que não envolvam o uso de animais, substituindo o teste LD50 na mensuração de antibióticos antitumorais, como a dactinomicina (TREZ & GREIF, 2000 apud SHARPE 1988).
h) Espectrometria de Massas
Estas alternativas consistem em técnicas utilizadas para identificar e localizar substâncias químicas, medir atividade enzimática, determinar constantes de cinética enzimática e medir reações, sem a necessidade de invasão do organismo.
i) Medicina Preventiva
As práticas que estimulam cuidados com a saúde podem reduzir crucialmente a incidência deenfermidades no ser humano. Hábitos maléficos como o tabagismo, alimentação rica em gorduras e estresse são os maiores responsáveis pela maioria das doenças que assolam a humanidade, principalmente as doenças cardíacas, derrames e câncer. Muitas destas doenças podem ser evitadas como a adoção de hábitos de vida mais saudáveis.
Infelizmente, os gastos com a medicina preventiva são muito menores que os gastos destinados às pesquisas.
j) Opção à Produção do Soro Antiofídico
O soro antiofídico, antídoto para veneno de cobras obtido através de um processo caro e complicado, envolvendo o sofrimento e martírio de cavalos, criados especificamente para esta finalidade, já pode ser considerado um método ultrapassado, através da confirmação dos efeitos de testes realizados com algumas plantas apresentarem efeitos semelhantes ao do soro de origem animal.
Os estudos realizados em laboratórios, por cientistas da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) comprovaram os efeitos neutralizantes de seis plantas encontradas no Brasil, mas, até agora nenhuma indústria farmacêutica manifestou interesse em produzir um medicamento antiofídico de origem 100% vegetal.
02) Alternativas ao Uso de Animais na Educação
Segundo JUKES & CHIUIA (2003), as alternativas são um apoio à educação humana, e uma forma de ensino que pode substituir o uso nocivo de animais, além de fornecer recursos para o complemento educacional.
Abaixo, são descritas algumas das principais alternativas disponíveis para utilização em experimentos educacionais:
a) Filmes e Vídeos
Os filmes e vídeos podem ser importantes recursos realísticos e alternativos à dissecação e experimentação animal, principalmente quando associados a outros meios de baixo custo para a apresentação dos métodos de ensino. Embora passivo, o vídeo pode oferecer bom retorno para o aprendizado da aula.
Os vídeos profissionais de dissecação geralmente divulgam muito mais informações adicionais aos estudantes e são alternativas eficientes aos estudantes que não realizarão testes e manejo de animais em suas carreiras.
Para aqueles profissionais que trabalharão necessariamente com dissecações, como os veterinários, os vídeos podem ser utilizados como treinamento antes da prática real.
Alguns dos filmes e vídeos mais difundidos entre os profissionais que utilizam estes recursos alternativos:
 Cat dissection – vídeo de uma dissecação de gato, com narração e detalhes para melhor visualização, além de legendas explicativas.
 Drug metabolism – vídeo que aborda a absorção, distribuição, biotransformação e excreção de drogas no organismo. Também aborda a transferência de drogas pela placenta
e como as diferenças individuais afetam o metabolismo.
 Anatomy of the Earthworm – Vídeo que aborda a anatomia e estruturas internas desses anelídeos.
 Cell Division – Vídeo que aborda as divisões celulares com animações em 3D. As fasesda mitose são discutidas com detalhes.
 Cytology e Histology – as organelas celulares e suas funções são realçadas através de foto micrografias histológicos para descobrir as várias estruturas, em diferentes tecidos.
 Visualizando os processos celulares – série com cinco vídeos que demonstra os processos celulares (células e moléculas, movimento e transporte celular, fotossíntese e respiração celular, replicação de DNA, mitose e reprodução celular e o código genético e tradição).
 Ressucitação cardio-pulmonar em cães – este vídeo apresenta os fundamentos da parada cardiorrespiratória em cães e técnicas de ressuscitação (massagem cardíaca e administração de drogas).
 Monitoração geral da anestesia em cães e gatos – este vídeo aborda o monitoramento
de anestesia geral em cães e gatos e também demonstra a intubação e emergências, no momento das principais cirurgias.
 Castração canina – vídeo que demonstra o processo de castração de cães.
 Castração felina - vídeo que demonstra o processo de castração de cães.
 Sutura e sua prática – mostra com detalhes a sutura e suas aplicações, através de efeitos de computação gráfica e in vivo de um cachorro.
 O milagre da vida – vídeo que mostra a trajetória do ser humano, da célula-ovo ao nascimento.
 Técnicas básicas de histologia – mostra os principais passos para a confecção de lâminas histológicas.
 Fisiologia cardiovascular: demonstra vários experimentos realizados no sistema cardiovascular de ratos e cães, demonstrando os efeitos da massagem cardíaca e desfibrilação elétrica
b) Vídeos digitais
A recente tecnologia digital oferece novas oportunidades para desenvolver de modo criativo e maximizar o potencial dos vídeos baseados em recursos didáticos, associados aos programas para computadores (softwares).
A digitalização permite que videoclipes sejam acessados rapidamente e utilizados com facilidade durante as aulas práticas de laboratório, permitindo inclusive que muitos destes vídeos possam ser capturados da internet.
c) Modelos, Manequins e Simuladores.
Estas alternativas incluem a execução de treinamentos em objetos sintéticos, desenvolvidos para simular órgãos, membros ou mesmo partes inteiras de animais e aparatos para treinamento e simulação de funções fisiológicas ou perícia clínica.
Em linhas gerais, os modelos referem-se a objetos designados por estrutura anatômica de fácil compreensão. Já os manequins são representações de animais ou seres humanos, desenhados para treinamento de práticas clínicas, enquanto que os simuladores são ferramentas para o treinamento clinico cirúrgico e prática de cuidados críticos, incluindo manequins computadorizados, dispositivos para treinamento de cirurgias e suturas.
Simuladores dinâmicos
São simuladores guiados por instruções que ilustram processos dinâmicos, tais como a fisiologia da circulação, os processos neurofisiológicos, etc.
As cirurgias realísticas podem de fato ser praticadas, e, o potencial técnico aplicado em ambas as fontes: cadáveres humanos ou animais, de forma ética, sem agressão ou sofrimento.
Treinamentos Manuais
Manequins de pacientes humanos são utilizados para treinamentos de estudantes e profissionais em perícias clínicas e procedimentos, assim como em cuidados críticos.
Os manequins mais avançados possuem pele artificial, ossos e órgãos, às vezes incluindo corações que batem, até fluídos artificiais, simulando sangue e bílis.
Alguns são computadorizados para apresentar “tempo real” das emergências e sua monitoração. Através de simuladores de situações clínicas os estudantes ganham perícia, prática mental e emocional, requeridas em situações da vida real.
Os manequins animais também favorecem o aprendizado de diferentes técnicas médico veterinárias, facilitam o treinamento no manejo, coleta de sangue, intubação, toracocentese e técnicas de PCR (parada cardiorrespiratória).
As experiências adquiridas nos manequins podem depois ser direcionadas para cadáveres eticamente obtidos e somente depois, chegar ao trabalho clínico com pacientes animais.
Os manequins e simuladores oferecem um ganho efetivo nos treinamentos manuais. Eles fornecem mais liberdade aos estudantes para praticar no seu próprio ritmo, podendo errar e repetir os procedimentos, sem alto custo para os animais.
 Jerry critical carry – manequim de cão, realístico, em tamanho natural, que simula a inspiração do ar e da cavidade torácica, para simular traumas, assim como acesso vascular jugular. Oferece respiração real, representações da traquéia, esôfago e epiglote. Simula o trabalho dos pulmões e a pulsação artificial.
Figura 4 – “Jerry Critical Care”,um dos mais modernos manequins de simulação, têm sido usado inclusive pelas Forças Armadas da Grã-Bretanha..
 Fluffy – simulador de cuidados críticos com gatos, em paradas cardiorrespiratórias. É um manequim de gato, em tamanho natural, que permite o treinamento de uma parada cardiorrespiratória, procedimentos de anestesia, intubação traqueal, punção venosa, ventilação manual, verificação de pulso artificial e curativos.
Figura 5 – “Fluffy”,a versão felina do simulador “Jerry”
 Simulador de paciente humano – modelo dirigido por computador, em tamanho natural de um ser humano, que permite o treinamento de sinais vitais, ventilação, cateterismo vesical e programas de simulação do sistema neurológico, pulmonar, cardíaco, vascular, metabólico e geniturinário.
Figura 6 – Manequim simulador do corpo humano
 Substituto do Abdômen Canino para Instrução Cirúrgica – modelo desenvolvido para simular a prática cirúrgica abdominal em geral e especificamente procedimentos cirúrgicos gastrintestinais e urogenitais.
 Neurosimulador – sistema que simula as funções elétricas e sinapses do sistema neurológico, mostrando todos os neurônios e suas características de neurotransmissor.
 Rato de PVC – modelo/ simulador desenvolvido para práticas cirúrgicas e aprendizado de técnicas microcirúrgicas, possibilitando a prática de até 25 tipos diferentes de técnicas de microcirurgia.
Figura 7 – O rato de PVC já vem sendo utilizado como método alternativo de ensino em diversas
Universidades
O rato de PVC tem 30 cm de altura por 20 cm de largura, pesa 1 kg, tem estruturas internas, como veia jugular, artéria carótida, traqueia, rim, bexiga, veias cava, porta e renal, aorta abdominal com artéria renal e lombar, semelhante ao do animal vivo. Com o auxílio de um CD-ROM, ele simula a temperatura corpórea, o sistema vascular e ainda a administração de anestesias, que podem ser monitoradas.
d) Simuladores Multimídia
O aparecimento e a aplicação das tecnologias da computação revolucionaram a ciência e a sociedade como um todo. Na educação a internet, os softwares disponíveis em CD ROM e
DVD desempenham um poderoso papel.
Para dissecações virtuais e experiências em bem equipados laboratórios, os estudantes podem executar performances na tela ou acessar simuladores de realidade virtual de técnicas clínicas com facilidades táteis. Com os avanços tecnológicos, os programas de interação multimídia podem integrar um laboratório virtual, imagens fotográficas e gráficos em 3D, videoclipes e informações textuais que aumentam a qualidade e a oportunidade de aprendizado.
Os softwares foram criados e aprovados por professores e profissionais para facilitar a visualização de estruturas e processos, e aumentar a capacidade de compreensão dos estudantes.
Aumentando o ensino de anatomia
Numa dissecação virtual ou programa anatômico, os estudantes podem realizar tarefas passoa-passo, repetindo se necessário. A gama de facilidades varia de acordo com o programa.
Certos programas permitem comparar a morfologia entre as espécies ao clicar do mouse, com comentários fornecendo informações aos estudantes. Oferecem a facilidade de realçar ou melhorar a resolução de específico órgão ou sistemas de órgãos, pelo controle da opacidade da imagem composta, apresentar processos fisiológicos como a digestão ou a ativação dos músculos através da técnica “mórfica”. Geram órgãos e sistemas de esqueleto e apresentar animações e sobrevôos por qualquer parte do corpo.
Estas oportunidades ausentes em laboratórios reais, mas accessível rapidamente em simuladores de alta velocidade, podem fornecer uma experiência muito rica e sensorial, que permite uma apreciação muito mais completa da estrutura e do relacionamento estrutural.
O laboratório virtual
Um software que abrange um laboratório virtual é capaz de apresentar uma série de equipamentos na tela e ainda oferecer um alto grau de interatividade. Os laboratórios virtuais apresentam com detalhes a preparação, os equipamentos essenciais e métodos práticos relevantes, e os estudantes podem praticar ativamente os experimentos entre si, com simuladores de tecidos e de resposta a estímulos ou agentes farmacológicos, como em práticas envolvendo animais, em cenário clínico, monitorando e gravando informações em osciloscópios na tela, gráficos e outros aparatos. Isso proporciona uma oportunidade de trabalhar mais rápido e num custo mais baixo que em convencionais animais de laboratório.
As respostas dos programas podem derivar de experimentos animais prévios ou através de algoritmos. Algumas simulações permitem a ilustração de conceitos ou desenvolver tarefas que poderiam ser antiéticas, difíceis ou impossíveis em situações reais.
Aplicações na web
O uso de softwares com acesso à web entre estudantes é uma forte tendência que está em crescente exploração no desenvolvimento do ensino apoiado na computação.
Alguns programas podem oferecer experimentação on line, os estudantes podem trabalhar
onde e quando escolherem e voltar a acessar seus laboratórios individuais on line para revisar ou continuar com os experimentos específicos. Os professores podem monitorar e analisar os resultados individuais com facilidade.
 Mcpee – Programa que analisa a interação entre a circulação, função renal, líquido
corpóreo e equilíbrio eletrolítico. Registra níveis de sódio, potássio, uréia, creatinina,
albumina, hemoglobina, volume celular, peso corpóreo, entre outros. O programa simula condições como diabetes, por exemplo.
Figura 8 – Software simulador da circulação humana. Permite simular inclusive diabetes.
 Dissection works – Programa interativo em CD ROM que mostra a dissecação de minhocas, peixes, lagostas, sapos, fetos suínos.
 Anatomia de Rãs – CD ROM que aborda os órgãos e sistemas da rã. Cada órgão e sistema podem ser discutidos separadamente.
 Anestesia de ratos – Programa interativo, em CD ROM, que reproduz técnicas de anestesia em ratos, simula as dosagens e concentrações do anestésico e informações básicas dos parâmetros fisiológicos (coração, respiração, pressão sanguínea, etc.).
Figura 9 – Programa simulador de anestesia para ratos
 Rã digital – Proporciona uma maneira divertida de aprender a dissecação, anatomia e a ecologia da rã, sem o cheiro do formaldeído. Este CD ROM interativo pode ser usado para substituir uma dissecação em rã, possui narração e animações tridimensionais detalhadas
Figura 10 – Rã digital, software que pode ser utilizado em substituição à dissecação da rã.
 Guia de dissecção de vertebrados: POMBO – Este CD ROM examina o pombo vivo, as características externas e técnicas iniciais de dissecação e fornece uma investigação detalhada das características internas, como sistemas digestivo, circulatório, urogenital de machos e fêmeas, o cérebro e o esqueleto.
Figura 11 – Software simulador das características vitais de um pombo.
 Processos celulares – Exercícios interativos sobre osmose, difusão, processos celulares (respiração, fotossíntese, transporte ativo e passivo, mitose), passo a passo com narração, ilustrações e animações.
 Embriologia – CD ROM apresentando o desenvolvimento de um sapo e um pintinho, com imagens que podem ser manipuladas e medidas como num microscópio tradicional.
 Testes selecionados em animais dentro da farmacologia e toxicologia – Este CD ROM contém uma seleção de sete filmes que caracterizam experimentos executados em animais dentro da Farmacologia e Toxicologia: envenenamento por muncarina e sua reversão com atropina em gatos; efeito da morfina em cães; métodos de validação sistêmica de medicamentos em animais de pequeno porte; efeito de anti-epiléticos; interação do álcool com drogas depressoras do sistema nervoso central.
e) Fornecimento Ético de Cadáveres Animais
Para os estudantes de Zoologia e Medicina Veterinária, os estudos da anatomia não estão completos sem algum grau de experiência de toques manuais dos tecidos animais e dos próprios animais em si.
Similarmente para os procedimentos cirúrgicos, o treino não é suficiente se a experiência com tecidos reais e a prática das habilidades for ausente.
A alternativa ética à matança de animais é a obtenção de animais “fornecidos eticamente” e
seus tecidos. Este termo, neste contexto significa cadáveres animais e tecidos obtidos a partirde animais que morreram naturalmente ou em acidentes, que sofreram eutanásia, proveniente de doença terminal ou ferimentos graves semchances de cura.
A prática de utilização de cadáveres “fornecidos eticamente” é comum na Medicina humana, o desafio é fazer com que a utilização ética de cadáveres animal siga padrões semelhantes,tendo em vista a maior facilidade de obtenção.
Substituição
As dissecações de cadáveres “fornecidos eticamente” podem substituir as dissecações de animais mortos em práticas de anatomia. Tais dissecações podem ser complementadas por alternativas multimídia, permitindo que os estudantes treinem primeiramente utilizando modelos e depois passem para cadáveres eticamente fornecidos, que são valiosos e não devem ser usados para as habilidades básicas e sim para um estágio mais avançado de treinamento.
Programas de doação de corpos
Os programas de doação de corpos são um excelente exemplo das soluções de multi-benefício que o processo de executar alternativas pode oferecer. Com a disposição dos cadáveres de animais, estes programas substituem a negligência de recursos, o gasto de energia e a matança de animais. Com o histórico médico dos animais em mãos, há uma garantia de cadáveres livres de doenças e permite a observação de patologias, bem como a anatomia normal.
Os estudantes ficarão felizes de saber que nenhuma matança foi requerida e o ambiente de aprendizagem é melhorado, consequentemente.
É um desafio às universidades, que podem estabelecer parcerias entre departamentos e clínicas independentes e construir uma infra-estrutura sustentável a fim de utilizar de forma eficaz os recursos do cadáver.
Bancos de tecido animal
Os bancos de tecido animal podem centralizar os materiais fornecidos eticamente. A coleta e o uso quase imediato do tecido fresco também seriam possíveis se os processos de aquisição edistribuição obedecessem a um padrão suficientemente elevado.
O sangue de animais coletados também pode substituir o sangue dos animais de laboratório.
Os investimentos em publicidade seriam necessários para ajudar no fornecimento de sangue suficiente para uso clínico e educacional. Os bancos de sangue podem estar ligados aos bancos de tecido animal.
Outras fontes de suprimento
A cooperação entre os departamentos de Patologia, Anatomia e Cirurgia pode proporcionar a utilização mais intensa de cadáveres de animais doentes, para fins educacionais.
Por exemplo, as partes e membros de animais que não são utilizados no ensino da Patologia poderiam ser usados no ensino da Anatomia, na prática cirúrgica ou para o treinamento de habilidades clínicas.
f) Trabalho clínico com pacientes animais e voluntários
O trabalho clínico envolvendo pacientes reais promove um melhor aprendizado para os alunos. 
No ambiente real, eles podem vivenciar e ter a oportunidade de aprender Anatomia,
Fisiologia e quadros de emergência, o que ficaria difícil de ser compreendido se os trabalhos fossem limitados ao interior dos laboratórios.
Treinamento realístico
Os estudantes de Veterinária podem adquirir habilidades clínicas e experiência cirúrgica, através do trabalho realizado com pacientes e “voluntários” animais. Para alguns estudantes ao redor do mundo tal fato já é realidade, uma tradição de benefício clínico melhor que a prática da vivisseção.
Além de substituir o uso de animais mortos e o uso estressante e invasivo ou até mesmo terminal do animal vivo, este tipo de alternativa incentiva o respeito e a consideração para com o animal, envolvendo os estudantes no processo interno de cuidado animal, do diagnóstico à recuperação pós-operatória.
Aquisição de habilidades
Os animais voluntários pertencem aos próprios estudantes, que são incentivados a participar de treinamentos clínicos não-invasivos e não prejudiciais. Exames, diagnósticos, amostras desangue e técnicas de curativo são os principais exemplos da utilização clínica de animais voluntários.
A prática de habilidades clínicas utilizando técnicas invasivas pode ser justificada apenas no caso de comprovado benefício clínico aos pacientes animais.
A participação dos estudantes nos trabalhos clínicos requer um nível avançado de habilidades.
Alternativas não-animais, como manequins e simuladores podem ajudar os estudantes a atingirem este grau de conhecimento avançado dentro do ambiente clínico.
O gerenciamento, a intubação e as cirurgias podem ser melhores e mais eticamente assimilados com pacientes reais.
Esterilização de animais em abrigos
É uma outra forma alternativa dos estudantes, supervisionados pelos seus professores, aplicarem a técnica da castração, através de parcerias entre as Universidades e as ONG’s que abrigam animais de rua.
Isso colaboraria para um aumento das doações dos animais, além de contribuir para o controle de natalidade das espécies, além do cuidado veterinário pelo qual passarão os animais abandonados.
g) Auto-experimentação entre estudantes
Para os estudantes de Ciências Biológicas, a importância do trabalho com o corpo vivo é essencial. A compreensão eficaz dos processos e fisiologias e a prática de habilidades clínicas dependem diretamente do experimento com corpos vivos.
A auto-experimentação é um recurso eficaz de alternativa humana não-invasiva. O intenso envolvimento e a auto-referência de todas as práticas de aulas experimentais podem fazê-los memorizar de forma mais agradável as qualidades, que são significativas no processo de aprendizagem.
Biologia e medicina humana
A auto-experimentação e os treinamentos de técnicas clínicas em estudantes são usados nas instituições como parte da prática normal. A amostragem de sangue, a medição da pressão sanguínea e a punção venosa são alguns dos exemplos.
Práticas como exercícios de análise de urina e sangue (antes e depois da ingestão de determinadas substâncias), associação de softwares para testes de verificação de temperatura da pele em descanso, em exercício, em situações mentalmente ativas e testes de função pulmonar são alguns exemplos de métodos alternativos já adotados no meio acadêmico.
g) Cultura in vitro
O desenvolvimento de culturas in vitro para pesquisas é baseado nas vantagens científicas e éticas da opção pela cultura de tecidos. O custo mais baixo e a taxa mais rápida de seleção para avaliação de toxicidade, somados à confiabilidade são fatores que justificam o emprego deste modelo de alternativa.
A utilização do tecido animal nos trabalhos in vitro supera as questões éticas do uso de fetos de bovídeos em experimentos. Além disso, em diversos procedimentos da prática biológica, o tecido animal pode ser substituído diretamente por materiais extraídos de plantas.
h) Estudos de Campo
Os estudos de campo oferecem oportunidades para o estudo dos animais em seu próprio habitat, onde expressam seu comportamento natural, ao contrário dos laboratórios, onde os animais apresentam um comportamento limitado ou estereotipado, sejam de forma individual ou nos grupos isolados dentre de laboratórios.
O método do estudo de campo pode fornecer uma experiência de aprendizagem extremamente rica para o estudante, permitindo analisar fatores sociais, culturais e ecológicos, ausentes nos laboratórios.
Situações e impactos
O trabalho de campo ideal deve contribuir à proteção animal e ao seu bem estar, direta ou indiretamente, e não causando danos. Os estágios de planejamento e projeto do estudo de campo devem avaliar a possibilidade de alguma das atividades terem caráter invasivo, e adotar medidas para diminuir seu impacto.
As cidades também oferecem ricas possibilidades para o estudo de populações de animais selvagens ou semi-selvagens, como pombos, ratos, vaca, etc. Os insetos e os cães e gatos domesticados também podem integrar os estudos de campo realizados pelos estudantes.
Os jardins zoológicos e cativeiros raramente proporcionam um ambiente suficientemente natural ou livre de danos que justifiquem seu uso para os estudos de campo, embora possam ser utilizados em estudos que ensejam ilustrar o sofrimento causado aos animais e o exemplo de como estes animais não devem ser mantidos.
Interação homem-animal
A interação entre humanose animais também pode ser estudada; investigações sobre as populações animais, durante e depois da interação que beneficiou os animais – como, por exemplo, a expansão da população de pombos ou de gatos abandonados, que são abrigados e alimentados – pode fornecer materiais interessantes para análise, assim como para o benefício direto dos animais.
Fonte: http://www.pea.org.br/educativo/mono_fernanda_paro.pdf

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