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A História da Homeopatia

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A HISTÓRIA DA HOMEOPATIA
A MEDICINA NA GRÉCIA ANTIGA
Para entendermos a evolução do pensamento homeopático, devemos nos remeter ao passado, buscando na Grécia Antiga a semente deste tipo de tratamento médico. 
A religião grega era sobretudo antropomórfica. Acreditava-se em Zeus (Júpiter), a divindade principal, senhor de todos os deuses, e em um vasto panteão de deuses menores. Todos habitavam o Olimpo, eram imortais, mas tinham todas as fraquezas , as paixões e as virtudes humanas.
Apolo era o principal deus da Medicina, tendo ensinado sua arte ao centauro Quíron. Este, por sua vez, ensinou-a a Hércules, Jasão, Aquiles e a Asclépio, filho de Apolo. As filhas de Asclépio, Higéia e Panacéia, também o ajudavam nos rituais de cura. A doença era vista como punição dos deuses e, para ser prevenida ou interrompida, era necessário agradar ao deus com sacrifícios e rituais. Quando os deuses queriam punir a coletividade, mandavam pestes; quando a punição era individual, mandavam a loucura, a cegueira e a lepra.
Os gregos praticavam a catarse, tentando expulsar as enfermidades por meio de banhos rituais nos rios e de purificação pelo fogo e fumigatórios (com fumaças). Acreditavam tanto no contágio da doença (contato com algo impuro), quanto no "contágio" da cura (contato com algo curativo). A crença de que o semelhante traz o semelhante originou o uso de animais como receptores de doenças e o uso de suas vísceras após os sacrifícios.
Os templos de Asclépio (também chamado Esculápio) eram sempre em lugares altos e com água abundante. Ao seu redor haviam residências para os doentes, banhos, um Ginásio para exercícios físicos e um Odeon (pequeno teatro fechado onde se ouvia música e poesias). O templo em Epidauro tinha grafado à sua entrada o seguinte: "Puro deve ser aquele que entra no Templo perfumado. E pureza significa ter pensamentos sadios." Isso significa que, para os seguidores de Asclépio só existia cura quando primeiro se curava a mente, isto é, quando havia "metanóia", ou seja, transformação dos sentimentos. 
Os sacerdotes recebiam os enfermos e faziam oferendas e sacrifícios ao deus. A seguir, havia um ritual de abstinências, banhos, massagens e unções, que preparavam o doente para dormir perto da estátua de Asclépio. Qualquer que fosse o sonho que tivesse, ele era interpretado pelos sacerdotes, que lhe medicavam de acordo. Com o correr o tempo e a experiência adquirida, fitoterapia e cirurgia também fizeram parte dos métodos de tratamento. Quando curado, o paciente dedicava ao templo uma peça de metal ou cera representando o órgão curado, e uma pequena tábua em que grafava a descrição de seu caso.
Asclépio, ao contrário dos outros deuses olímpicos, se satisfazia com oferendas modestas e isto o tornou o médico de ricos e de pobres. Naquela época, a sociedade não se sentia responsável pelos pobres e os médicos (considerados artesãos) trabalhavam apenas por dinheiro, o que excluía qualquer ajuda médica aos indigentes, exceto aquela dos templos de Asclépio. Ademais, repouso, termas, alimentação adequada e seguimento continuado da evolução da doença custavam caro. Muitas vezes, os escravos eram tratados pelos próprios escravos dos médicos, que repetiam o tratamento que viam seus patrões aplicarem. Na verdade, o trabalhador (livre ou escravo) não desejava mais que seu rápido restabelecimento, pois cada dia sem trabalhar punha em risco a sua sobrevivência. Assim, havia uma Medicina "resolutiva" para os pobres e outra, branda e natural, para quem podia se dedicar ao ócio.
HIPÓCRATES (460-375 a.C.) E A ESCOLA DE CÓS
Hipócrates nasceu na ilha de Cós e criou a Teoria dos Humores. Usou como base a Teoria dos 4 Elementos (Ar, Água, Terra e Fogo) criada por Empédocles.
Acreditava que o ar tivesse como qualidade básica ser úmido e quente; a água, úmida e fria; o fogo, quente e seco e, por fim, a terra, fria e seca. Úmida e quente era a primavera, assim como o sangue. Ao fogo correspondia o verão e a bile amarela. A terra correspondia ao outono e à bile negra (ou atrabile), enquanto a água, ao inverno e ao fleuma. Em resumo, 4 elementos, 4 qualidades, 4 estações e 4 humores, configurariam as essências postas em relação, determinando a saúde pela harmonia, e a doença nos desequilíbrios.
A predominância de um dos humores sobre os outros 3 definiria um tipo constitucional, mais susceptível a doenças características do desequilíbrio determinado pelo excesso daquele humor. No melancólico, predomina a bile negra (atrabile); no pletórico, o sangue; no colérico, a bile amarela; no fleumático, o fleuma.
Entretanto, uma força diretiva era necessária para gerar os humores a partir dos alimentos, mantê-los em movimento, combiná-los e equilibrá-los. Um "calor inato" foi imaginado e localizado no ventrículo esquerdo do coração e, por isso, o coração era tão quente e necessitava ser refrigerado constantemente pelo ar inspirado e expirado pelos pulmões.
A Escola de Cós, fundada por Hipócrates, interpretava as doenças dentro do quadro específico e peculiar de cada paciente, abordando-o como uma totalidade indivisível, apoiando-se a terapêutica mais nas reações defensivas naturais, que eram respeitadas.
Na verdade, Hipócrates, exímio observador, constatou a existência de 3 princípios curativos que se mantêm ainda atuais:
a) "Vis medicatrix naturae": a força curativa da Natureza, o poder do organismo de acionar seus mecanismos de defesa sem nenhum auxílio exterior, favorecendo uma conduta expectante do médico. A Natureza encontra os caminhos e meios por si mesma, e não como resultado do pensamento. A "vis medicatrix naturae" é uma força natural de cura no corpo humano que tende a restabelecer o equilíbrio perdido.
b) "Contraria contrariis curantur": os contrários são curados pelos contrários, base da terapia medicamentosa galênica (origem da atual Alopatia). O predomínio de um dos humores, determinando um quadro mórbido, requer uma intervenção contrária. Assim, se o quente é a causa mais próxima, recomenda-se o frio. Contra o seco, o úmido; na pletora, as evacuações. O sentido básico era de evacuar os humores excessivos, através das fezes, vômitos, urina e suores, configurando uma catarse ou limpeza corporal. A farmacopéia hipocrática compunha-se de mais de 300 remédios, a maioria vegetais, com propriedades purgativas, eméticas, diuréticas, diaforéticas, emolientes, etc.
c) "Similia similibus curantur": os semelhantes são curados pelos semelhantes, base da Homeopatia. A crença na cura pela Natureza tornou a medicina hipocrática essencialmente dietética e pedagógica, dando grande importância aos exercícios físicos, às massagens e aos banhos, especialmente os de mar. O fortalecimento do corpo no seu caminho próprio para a cura levava a uma intervenção que fosse semelhante ao comportamento da Natureza. Surgiu, assim, o princípio terapêutico de induzir no enfermo reações análogas aos sintomas da enfermidade. Hipócrates dizia: "A doença é produzida pelos semelhantes e por estes o doente retorna à saúde. Deste modo, o que provoca a estrangúria que não existe, cura a que existe. A tosse, assim como a estrangúria, é causada e curada pelo mesmo agente..."
Hipócrates tem a seu mérito o fato de haver descoberto que as doenças têm causas naturais. Foi o iniciador de terapêutica e lançou os fundamentos da clínica médica. É com justa razão considerado como o "pai da Medicina".
ARISTÓTELES (384 a 322 a.C.)
Aristóteles geralmente é considerado o maior filósofo grego (apesar de nascido macedônio). Foi discípulo de Platão e o primeiro a reconhecer a unidade corpo e alma. Dizia que "toda a realidade tende à perfeição, possuindo em si mesma um princípio ativo capaz de conduzi-lo à perfeição", o que denota que também acreditava em uma "vix medicatrix naturae". 
A FASE PÓS-HIPOCRÁTICA
A influência hipocrática persiste para além do fim da clássica organização helênica. Já em Alexandria, no século III a.C., fundou-se uma escola médica,onde se iniciaram os primeiros trabalhos anatômicos, inclusive com a realizações de dissecções públicas.
Entretanto, durante todo o período em que Roma teve o domínio do mundo, a Medicina estagnou. Esta pobreza médica foi a última conseqüência de um povo a quem faltava cultura, mais preocupado em manter sua unidade territorial ou engrandecer seus domínios em campanhas custosas e intermináveis. Infelizmente, os povos de língua latina não produziram médicos eminentes.
GALENO (138-201 d.C.) E A ESCOLA DE CNIDO
A primeira grande expressão médica da Era Cristã veio a ser Galeno. Formado na tradição hipocrática, ele acreditava na Teoria dos 4 elementos básicos, nos 4 humores e nas suas qualidades. Entretanto, defendia uma fisiologia bem mais elaborada. Dizia que o equilíbrio dos humores era influenciado pelo meio ambiente, pelo "calor inato", pelos alimentos, por uma "psykhè" (alma), por uma "dymanis" (faculdade) e pelo "pneuma" (espírito). Por sua vez, a alma era de 3 espécies: a concupiscente, localizada no fígado; a irascível, no coração e a racional, no cérebro. Desse modo, Galeno concebe a alma como sendo de natureza somática, resultante da combinação dos 4 humores.
Para a escola médica de Cnido, liderada por Galeno, a patologia e a terapêutica eram de natureza localizada, com o que faziam uso de um raciocínio médico mais analítico e estabeleciam terapêutica mais intervencionista que expectante. Na verdade, tinha concepções filosóficas e condutas médicas opostas à escola de Cós. Sinteticamente, podemos afirmar que, para a escola de Cnido, havia doenças a serem tratadas e, para a escola de Cós, havia doentes e não doenças.
Galeno realizou extensos estudos anatômicos em animais, dos quais deduzia a anatomia humana e, com ele iniciou-se um conhecimento sistemático da anatomia do homem. 
Galeno participou da "Idade de Ouro" romana e, por isso, a crescente valorização da mão de obra escrava, por sua escassez cada vez maior, o tenha levado a valorizar mais as partes do corpo ligadas de modo direto a esta atividade: mãos, braços, pés, pernas e, em quinto lugar, a cabeça.
A Terapêutica Galênica é, talvez, mais lembrada pelo seu poli-farmacismo e por seguir o princípio do "contraria contrariis curantur". Suas intervenções eram relacionadas tanto ao regime de vida, quanto à alimentação e aos medicamentos. Também aplicava as sangrias como forma de eliminar os excessos dos humores. 
O modelo de Galeno para a Medicina persistiu por mais de 15 séculos. Hipocrático e fundamentalmente aristotélico, praticou a Ciência e a Arte de forma quase experimental. Acreditava no princípio aristotélico de que "a Natureza não faz nada em vão", o que revela a idéia de um Criador sábio, onipresente, onipotente, cuja vontade a tudo domina. Esse determinismo galênico encaixava-se muito bem tanto na cultura do Cristianismo (que por volta do século VII dominava sobre o Paganismo) quanto na cultura do Islã e a doutrina de Galeno, assim, foi adotada tanto pelos médicos cristãos quanto pelos islâmicos.
A cristianização do Ocidente, com sua concepção da vida e da morte e a conseqüente sacralização do cadáver trouxeram uma quase total suspensão da elaboração de conhecimentos médicos. "Contraria contrariis curantur" será, inclusive, reforçado pelo desenvolvimento da Alquimia, bem como pela descoberta de um novo mundo, exótico e rico, não-europeu, que contém enormes potencialidades medicinais.
A IDADE MÉDIA
A queda do Império Romano tem sido considerada como o marco de transição da Antigüidade para o Estado feudal. 
Começa a haver um novo enfoque sobre o doente. A existência de um Deus-Pai, não elimina a desigualdade social entre os homens, mas os torna espiritualmente irmãos, dignos da benevolência divina e merecedores do carinho de seus semelhantes. Com esta concepção humanística, a moral cristã encontra na assistência médica gratuita um modo de alcançar a igualdade pretendida e de demonstrar um elevado sentimento cristão, o de compaixão 
Nessas circunstâncias, a busca de uma vida de princípios levou à fundação de mosteiros e de Ordens eclesiásticas peregrinas. Estes mosteiros, além de atender aos doentes e necessitados, também era responsável pela compilação e tradução de textos médicos (núcleos de cultura literária), também atendia aos doentes e necessitados. Escolas médicas vinculadas a mosteiros tiveram grande prestígio. A presença de espaços próprios para abrigar os enfermos nos mosteiros é a origem mais remota da instituição hospitalar. 
O monge médico, além de dietas, sangrias e banhos, prescrevia "ervas medicinais". Entretanto, a prática médica deveria ser uma atividade secundária para o clero, e a salvação da alma o seu principal objetivo. A partir de 1.130, começam a aparecer normas eclesiásticas restringindo a atividade médica do clero. O Concílio de Latrão de 1.215 os proíbe de realizar qualquer ato cirúrgico. Por outro lado, começaram a ser fundadas Escolas Médicas e Universidades laicas.
PARACELSO (1.493-1.541)
Felipe Theophrastus Bombast von Hohenheim (suiço) interessou-se por "filosofia oculta" e Alquimia. Reivindicou para si a autoria dos conceitos e preceitos médicos que praticava e negou as concepções hipocráticas e galênicas. 
Acreditava que, tanto o micro quanto o macrocosmo, são organizados segundo uma ordem determinada, são sujeitos às mesmas leis de simpatia e antipatia e animados pelo mesmo princípio vital ("archeus"). Dizia que o mundo era constituído por uma substância primária comum ("iliaster") e por 3 elementos "simples": enxofre, mercúrio e sal (concepção derivada da Alquimia). Para Paracelso, a doença podia ser causada por influências cósmicas ou telúricas, por substâncias tóxicas e venenosas, por coisas naturais, por predisposições próprias do homem, por motivos psíquicos e ainda por intervenção divina. Ao rejeitar a Teoria dos Humores, destaca que a doença é conseqüência de uma reação química indevida, onde há excesso de um ou mais dos elementos (enxofre, mercúrio e sal). 
A RENASCENÇA
O florescimento de cidades européias, graças a um comércio de larga escala (principalmente as italianas), propiciou uma atividade artística, literária e científica mais liberta dos cânones escolásticos. A Escultura e a Pintura buscam a perfeição dos detalhes e o pintor aproxima-se da Anatomia (Leonardo da Vinci é um exemplo disso). 
Nesta época, surgiram grandes avanços na Anatomia e abre-se o caminho para um aprofundamento na matéria, com a microscopia e para uma nova fisiologia. 
Desde René Descartes, a concepção mecânica do organismo ressalta a materialidade do mundo a ser apreendida pela experiência.
Procura-se demonstrar que os sintomas são os anunciadores antecipados de uma lesão previsível, isto é, a lesão é escrava do sintoma.
Entretanto, apesar da Anatomia e a incipiente Fisiologia, a matéria médica e a terapêutica correntes continuavam firmemente ligadas às galênicas. Paracelso talvez tenha sido o único, com certeza o mais expressivo, autor a se separar do galenismo.
A IDADE MODERNA
O final do século XV e o século XVI trouxeram o descobrimento de um novo mundo, repleto de riquezas vegetais e minerais (ouro, prata e pedras preciosas) e a escravidão de índios e negros. Nascia o capitalismo.
As corporações artesanais progressivamente submetem-se ao capital, surgindo, assim, a manufatura como etapa necessária para o estabelecimento da produção industrial.
A nova flora descoberta gera uma verdadeira mudança nas Ciências Naturais e surge a Classificação de Lineu. O racionalismo empírico inaugurado com Roger Bacon abandona as causas teológicas (revelação divina) para explicar o mundo e defende que é o próprio homem que deve entendê-lo (através de experimentos) e buscar modificá-lo. A apreensão de todas as particularidades permite a INDUÇÃO de uma lei geral, que se configura como um conhecimento.
Com o médico John Loecke, a teoria aristotélica da "tabula rasa" cristaliza a idéia deque a experiência humana é que é a fonte do saber. Ela dizia que nada está no intelecto sem antes ter estado nos sentidos. 
O VITALISMO
Paralelamente a esta corrente materialista da Medicina, desenvolvia-se outra, vitalista, baseada nos antigos conceitos hipocráticos. Alguns expoentes desta Segunda corrente foram: 
a) THOMAS SYDENHAM (1.624-1.689): Para ele a doença era uma reação do organismo no sentido de eliminar uma MATÉRIA MÓRBIDA ("vis medicatrix naturae"), ou seja, a completa depuração do sangue, a qual se fazia mais ou menos rápido; e quando a Natureza necessitava de pronta eliminação, surgia a febre, constituindo essencialmente as doenças agudas. Sobre elas interferiria o meio ambiente, influenciando sua localização e sua gravidade. 
A doença crônica seriam vinculadas ao regime de vida do homem, ou seja, o doente incorpora ao processo mórbido suas particularidades reacionais e sua especial maneira de relacionar-se com a doença, "colorindo" sintomas ou acostumando-se com certos sofrimentos. 
As epidemias seriam expressões de uma época (estação do ano) e local, como a Grande Praga de Londres por exemplo. São encaradas como "constituições" epidêmicas.
A concepção de Sydenham da doença como reação orgânica, resgata o princípio hipocrático de que a Natureza é a própria fonte dos recursos necessários à sua autodefesa. 
b) GEORGE E. STAHL (1660 a 1734): Foi o criador do "Animismo": "A alma consciente e imortal, quando irritada, não comanda convenientemente os processos vitais, advindo transtornos em forma de doenças".
Acreditava em 3 elementos fundamentais - ar, água e terra - e cria o conceito de "flogístico", que, como químico que também era, parece ter se inspirado na Alquimia. Dizia que, durante a queima, a matéria desprende o flogístico e vira cinzas; mas que, se o flogístico novamente fosse inserido, a matéria reapareceria (em 1775, Lavoisier demonstra que, na verdade, há a absorção de um gás que ele chamou oxigênio).
Stahl estabelece uma diferenciação entre o vivo e o inerte, pois apenas o vivo possuia uma "anima" imaterial a dirigir-lhe as funções. Para Stahl, não era muito importante o conhecimento detalhado de Anatomia, nem das reações químicas particulares, pois considerava o ser humano (saudável ou não) como um todo, regulado por uma "anima sensitiva", de onde seu interesse pela fisiopatologia das doenças que hoje chamamos psicossomáticas.
O Animismo de Stahl teve grande aceitação na Alemanha.
c) ALBRECHT VON HALLER (1708-1777): Foi o iniciador da fisiologia pura. Concebeu a "Teoria da Irritabilidade" (músculos são irritáveis ou controláveis; nervos são sensíveis). A anatomia resultaria de uma força configuradora ou formadora da matéria, chamada Força Ingênica, radicada na estrutura material e orgânica das fibras animais, que distingue o ser vivo (animado) do morto (inanimado).
d) PAUL JOSEPH BARTHEZ (1734-1806): Pertencia à Escola de Montpellier e fundou o "Vitalismo" (ser humano = corpo + princípio vital + alma). O Princípio Vital é responsável pela sensibilidade, contratilidade e pela força de situação fixa (capacidade dos órgãos recuperarem posição, forma e tamanho quando desviados da normalidade, i.e., tonicidade).
A "MEDICINA HERÓICA"
Várias idéias fantasiosas sobre como se originavam as doenças no interior dos indivíduos levaram a práticas médicas reconhecidamente prejudiciais aos pacientes. Era a época da chamada "medicina heróica", que adotava a estratégia de provocar a eliminação dos venenos internos através do aumento das diversas excreções orgânicas.
Segundo um dos expoentes da Medicina Heróica, BROUSSAIS DE SAUVAGES (1.706-1.767), a vida estava determinada e mantida pela "irritação" de estímulos externos sobre o organismo, especialmente na árvore respiratória e no tubo digestivo. A saúde seria uma condição de irritação moderada. O seu excesso ou diminuição (pelo menos na teoria) causariam a doença. Broussais acreditava na Anatomia Patológica, mas defendia que a alteração primária da maioria das doenças consideradas "gerais" era uma inflamação do tubo digestivo ou "gastroenterite". A "irritação" excessiva provocava uma inflamação, que, por "simpatia" através do sistema nervoso, atuava sobre o resto do organismo, provocando sintomas gerais. Tornou-se, então, um campeão das dietas debilitantes (para evitar a "irritação") e das sangrias pronunciadas (para retirar a "irritação).
A sangria (através de sanguessugas, ventosas ou secção das veias), peça-chave do tratamento, foi ensinada em todas as escolas médicas dos Estados Unidos e muitas da Europa. Afirmava-se que era extremamente difícil matar um ser humano por sangrias, aconselhando-se em casos de fraturas ósseas a retirada de sangue até a inconsciência, o que facilitaria a redução por ausência de queixas e relaxamento muscular. 
Além da sangria, eram prescritos adicionalmente substâncias muito tóxicas, como o calomelano (cloreto de mercúrio), que atuariam como purgativos e eméticos, na falsa crença de que a diarréia e os vômitos eliminariam as impurezas internas. Também usava-se a chamada vesiculação, que era a aplicação de substâncias cáusticas e irritantes sobre a pele, provocando supurações, o que era encarado como eliminação de impurezas.
Ficou famosa a frase que se atribuía aos médicos da época, após o rotineiro falecimento dos pacientes: "ele morreu curado". Nem o mais ilustre norte-americano, George Washington, falecido em 1779, escapou dessa "cura". Tendo acordado, na manhã de 14 de dezembro, com forte dor de garganta que lhe dificultava a respiração, seus médicos realizaram neste dia uma sangria parcelada de 2 litros, acompanhada de vesiculação e administração de calomelano. Às 22 horas do mesmo dia, veio a falecer. 
AS MODIFICAÇÕES SÓCIO-POLÍTICAS
O ano de 1789 traz Revolução Francesa, com a queda do Feudalismo e da Monarquia, o início da retirada do poder político da nobreza e a ascensão da burguesia, apoiada pela primeira vez pelas massas populares e pelos camponeses. A "Declaração dos Direitos do Homem" (1789) pretende instaurar o reino da igualdade, da liberdade e da fraternidade. O escravismo dá lugar a relações de produção, libertando a força de trabalho 
A Revolução Francesa, baseada nos "direitos de Cidadania", traz uma reorganização da assistência médica. Instituem-se auxílios para crianças, indigentes e velhos, é concedida pensão anual e auxílios aos velhos, enfermos do campo, mães e viúvas com filhos, garantindo-lhes ainda uma assistência médica gratuita a domicílio. A assistência aos enfermos e necessitados é retirada das mãos do clero e uma lei de 1794 declara nacionais o ativo e o passivo dos hospitais e outros estabelecimentos de beneficência.
Por outro lado, a guerra gera um número muito grande de feridos e um número cada vez mais escasso de médicos. Os charlatães multiplicam-se e o Estado se vê obrigado a intervir. Criam-se novas Escolas de Medicina, como a École de Santé em Paris e, em 1794, Montpellier e Estrasburgo. Apresentavam o estudo de Anatomia, Fisiologia e Química Médica no primeiro semestre, e de Matéria Médica, Botânica e Física no segundo. Porém, durante todo o curso, os alunos deveriam freqüentar os hospitais para aprender a prática. A Clínica nasce com o prolongamento dos sentidos, com a busca da significação. O homem, revestido de um novo valor social como cidadão de direitos igualitários, é o único agente da informação do médico. A Medicina, então, busca a separação entre sujeito e saber objetivo.
DADOS HISTÓRICOS DA ALEMANHA, berço da Homeopatia
O Feudalismo na Alemanha se implantou muito lentamente e, apenas no século XII, ele foi definitivo. Após mais de 100 anos de guerras, chegou-se ao século XIII com a neutralização de toda monarquia hereditária e o Império converteu-se num confuso arquipélago de principados. 
Os séculos XIV e XV trouxeram um acentuado desenvolvimento industrial e o comércio aumentava, pois a Alemanha era rota comercial da Índia parao Norte Europeu. 
Os Príncipes tinham poderes políticos quase ilimitados. Decretavam impostos cada vez mais pesados, à medida que aumentavam as necessidades derivadas das atividades bélicas e do luxo da vida cortesã. 
O clero era composto por uma hierarquizada aristocracia feudal de bispos, arcebispos, abades, etc. Muitas vezes eles próprios eram príncipes do Império, dominando grandes extensões de terra e explorando seus súditos com a mesma ganância da nobreza e utilizando, além da violência, argumentos religiosos, desde as pressões no confessionário, até ameaças de excomunhão. Sua riqueza despertava a inveja da nobreza e a ira e indignação do povo que os sustentava. De outro lado, havia os pregadores do campo e das cidades, que, marginalizados da hierarquia feudal da Igreja, viviam em contato direto com o povo e com suas condições de vida, simpatizando assim com as causas dos plebeus e da burguesia nascente.
Nesse contexto, Lutero, monge agostiniano, em 1517, iniciou a Reforma Luterana.
A Guerra dos Trinta Anos, no século XVII, poderia significar uma ofensiva da dinastia dos Habsburgs (da Áustria) contra os Príncipes, mas o Tratado de Westfália, que a termina, divide a Alemanha em uma verdadeira República de Monarquias. Senhores de Brandemburg adquirem no começo do século XVII o Ducado da Prússia. Instauram uma administração centralizada, transformando Berlim em uma capital moderna e centro industrial. Frederico Guilherme I, o segundo rei da Prússia (1713-1740) e seu sucessor Frederico II (1740-1786) foram grandes governantes. E nesse contexto nasceu Samuel Hahnemann, o criador da Homeopatia.
25. A VIDA DE HAHNEMANN :
a) A infância e a juventude:
Christian Samuel Hahnemann nasceu em 11 de abril de 1755, na cidade de Meissen, na Saxônia, a qual fazia parte, na época, do Império Germânico. A principal atividade econômica da cidade era a fabricação de porcelana e o avô, o pai e pelo menos dois irmãos de Samuel eram pintores de porcelana na fábrica do rei. Samuel era o terceiro filho do segundo casamento do viúvo Christian Gottfried Hahnemann com Johanna Christiane. 
Foi alfabetizado pelos pais e, além disso seu pai ensinou-o a nunca ouvir ou aprender sem questionar e a sempre pensar por si mesmo. 
Sendo pobres, o pai era contrário à continuidade dos estudos do filho e queria encaminhá-lo a um trabalho mais rentoso do que os ligados aos livros. Isso gerou muitos conflitos com o pai.
Desde a infância, Samuel mostrou grande sede de saber e especial interesse por línguas estrangeiras, as quais cedo iniciou a estudar na Escola Pública de Meissen. Felizmente, seus professores detectaram sua excepcional capacidade e conseguiram permissão de seu pai para que ele seguisse com os estudos mediante uma bolsa de estudos.
Um outro fato também influenciou a carreira de Hahnemann. Seu pai e seu tio, em suas pinturas em porcelana, retratavam, além das flores mais comuns, também as espécies silvestres da região e isso desenvolveu em Samuel um grande amor pela Botânica e seu interesse posterior nas propriedades curativas da várias plantas.
Por outro lado, Samuel também foi muito influenciado pelos filósofos pré-cristãos, especialmente por Hipócrates, Platão e Aristóteles.
Na primavera de 1775, Hahnemann deixou Meissen e ingressou na Universidade em Leipzig para ser médico. Para manter-se por seus próprios recursos, Hahnemann durante o dia, estudava na Universidade e, à noite, fazia traduções do Inglês para o Alemão ou ensinava Alemão e Francês. 
Como em Leipzig, nessa época, não havia hospital para a prática clínica, em 1777, Samuel migrou para Viena, onde escolheu ingressar no Hospital Dos Irmãos de Caridade, apesar de luterano. Quando suas economias acabaram, foi contratado pelo Governador da Transilvânia (atual Romênia), Barão Samuel von Brukenthal, para organizar sua enorme biblioteca e sua valiosa coleção de moedas. Em Hermanstadt, pode estudar outras línguas e várias ciências alternativas. Ao ir embora, com a idade de 22 anos, era mestre de Grego, Latim, Inglês, Francês, Italiano, Hebreu, Sírio, Árabe e Espanhol, além de sua língua mãe, o Alemão, e tinha alguns conhecimentos de Caldaico. 
Assim, 1779, foi para Erlanger para finalmente graduar-se médico. 
Durante sua formação, Hahnemann se auto-impôs o estudo da Química e da microscopia, que, naquela época ainda não faziam parte do currículo médico. 
b) Hahnemann médico:
Aos 24 anos (1780), em Hettstedt, um pequeno povoado saxônico, Samuel iniciou sua prática profissional como médico qualificado. Meses depois, mudou-se para Dessau, onde conheceu Johanna Leopoldina Henriette Küchler, enteada de um farmacêutico. Em 1782, casaram-se, ele com 28 anos e ela com 19, mudando-se para Gommern.
A partir daí, por diversas razões, Hahnemann mudou-se várias e várias vezes de cidade, sempre em busca de oportunidades melhores. 
De 1780 a 1789, Hahnemann utilizou a medicina da época, chamada Medicina Heróica, mas seus escrúpulos e conflitos pessoais o fizeram abandonar o exercício da profissão, em função de observar os efeitos iatrogênicos que tal tratamento ocasionava. Então, optou por continuar seu trabalho literário, traduzindo obras científicas, especialmente nas áreas de Química e Medicina, com o que tentava garantir o sustento de sua família. Chegou a passar por grandes dificuldades financeiras e, apesar de estar na pobreza, sua família continuava a crescer. 
Em 1783, nasceu a primogênita de Hahnemann, Henriette (mais tarde casou-se com um pastor e lhe deu 4 netos).
Em 1786, em Dresden, nasce o único filho homem de Hahnemann, Friedrich. Em 1788, nasce também a filha Wilhelmine, que falece em 1818, deixando-lhe apenas um neto, Hermann Friedrich Sigismund (falecido em Köthen, em 13 de maio de 1866).
Em 1789, nasceram outras filhas. Amalie, que era a quarta a nascer, casou-se mais tarde com o Dr. Leopold Suss, deixando um filho médico homeopata, e, em segundas núpcias, com Herr Liebe. Ela faleceu em Köethen em 1857. Caroline foi a quinta e, em Köthen, foi encontrada assassinada. 
Em 1792-3, nasceram a sexta e a sétima filhas, que eram gêmeas, mas só uma nasceu viva e chamava-se Frederika.
Em 1798 nasceu a oitava filha de Hahnemann, mas morreu ainda bebê, devido a uma queda do carrinho.
Após 1811, nasceram, então, as 2 filhas mais moças de Hahnemann. Primeiro nasceu Charlotte, que jamais casou e viveu com pai até seu segundo casamento, tendo falecido em 13 de abril de 1863 de "paralisia dos pulmões". A última a nascer foi Louise.
Por volta de 1829, o único filho de Hahnemann (Friedrich) faleceu, deixando-lhe uma neta e, em 31 de março de 1830, cerca de 1 ano após as celebrações do jubileu de Hahnemann, sua esposa Henriette também faleceu, tendo-lhe dado ao todo 11 filhos.
c) O nascimento e a evolução da Homeopatia:
Um dos livros médicos que Hahnemann traduziu foi o tratado de "Matéria Médica" do médico inglês Cullen, em 1790. Nele, o autor descrevia as principais substâncias então em uso na prática médica e tentava explicar o mecanismo de ação delas. Hahnemann ficou indignado com as confusas tentativas de explicar como a Cinchona officinalis ou China officinalis suprimia a febre palustre intermitente (Malária) e decidiu experimentar o remédio em si próprio. Ficou muito surpreso quando ele próprio começou a apresentar um forte paroxismo de febre malárica ! Concluiu, então, que a mesma China que curava malária também provocava uma malária artificial. Querendo saber se outras substâncias ativas tinham essa mesma característica, experimentou em si mesmo várias drogas, como a belladona, o mercúrio, o digital, o ópio, o arsênico e mais 13 outros medicamentos de uso corrente na época, uma de cada vez, e sua experiência confirmou os primeiros resultados. Cada remédio experimentado provocava uma doença similar àquela para a qual ordinariamente era receitado. Descobrira uma nova Lei de Cura e sua teoria logo seria coroada de sucesso.
Alémdisso, Hahnemann acreditava no "Vis Medicatrix Naturae". Ele escreveu: "Os poderes da Natureza freqüentemente realizam rápidas e belíssimas curas... Doenças graves freqüentemente melhoram sozinhas... também em afecções crônicas este maravilhoso poder de cura realiza a autodefesa."
Em 1792, um duque colocou á disposição de Hahnemann uma ala inteira de um castelo em Georgenthal para que abrisse uma instituição para doentes mentais. Hahnemann aceitou o convite e abriu a instituição em 1792. Isso ocorreu 4 anos antes que William Tuke, '"Curandeiro Inglês", finalmente estabelecesse um asilo para doentes mentais em York (ele havia concebido o projeto em 1791) e 1 ano antes que Pinel reformasse o "Bicêtre Asylum" em Paris. Cada um desses três reformadores parecem ter trabalhado independentemente. Muitas curas foram feitas nessa instituição.
Seu trabalho ia bem, mas Samuel sentia forte o chamado para continuar seu trabalho de pesquisa em outras áreas além da Psiquiatria.
Assim, em 1796, Hahnemann publicou um importante ensaio chamado "Um novo método para averiguar os princípios curativos das drogas" Sua publicação no Jornal de Hufeland, a mais importante revista médica em língua alemã de sua época, marcou o nascimento da Homeopatia.
A descoberta de um poder curativo aumentado com doses gradativamente menores afetou Hahnemann profundamente. Ele encarou essa descoberta como uma revelação divina. Descobriu a ação curativa dos venenos e das substâncias ditas inertes.
Como a experiência clínica provava que as virtudes medicinais eram indubitavelmente aumentadas pelos processos de atenuação, trituração e sucussão, Hahnemann chamou todo o processo de "potencialização", isto é, tornar mais potente para a cura e menos potente para o dano.
A lei que estava sendo usada ainda não havia sido definida. Ela é conhecida atualmente como a "Lei de Arndt-Schulz" (de Rudolf Arndt e Hugo Schultz) e assim diz: "A qualquer estímulo dado, térmico, elétrico, químico (incluindo o medicamentoso), o protoplasma reage diferentemente, de acordo com a dose do estímulo. Pequenas doses encorajam a atividade vital; grandes doses impedem a atividade vital; doses maiores destroem a atividade vital". 
Em 1799, eclodiu uma epidemia de Escarlatina e foi quando, pela primeira vez, ele usou Belladona para a cura e a prevenção da doença. Com seu sucesso, Hahnemann anunciou e colocou a venda o pó que curava escarlatina, contrariando o costume da época de publicar antes algum trabalho científico. Acontece que ele ainda não tinha patrocinadores suficientes para custearem a publicação do livro e pôs o remédio a venda para angariar fundos para isso, mesmo ocultando seu princípio ativo. O desconhecimento do princípio ativo gerou grande desconfiança. Com isso, sofreu severos ataques, principalmente devido à pequenez das doses. Foi falado inclusive que seus pós não continham nenhum princípio ativo. Alguns médicos administravam o remédio a diferentes tipos de febre e anunciavam ao mundo todo que a prescrição de Hahnemann falhara. Assim, só 1 ano depois, em 1801, revelou o princípio ativo, ao publicar seu trabalho "A cura e prevenção da Febre Escarlate". 
Em vários locais, com o passar do tempo, o valor da Belladona na Escarlatina foi recebendo maior reconhecimento. Em 1825, Hufeland chegou a publicar um trabalho intitulado "O efeito profilático da Belladona", atribuindo a sua descoberta a Hahnemann. Trinta anos mais tarde, o governo da Prússia ordenou aos médicos do país usar Belladona em pequenas doses contra a epidemia de Escarlatina que ocorria na época.
No trabalho "O poder curativo das drogas", Hahnemann reconhecia 3 métodos de usar os medicamentos para aliviar as desordens do corpo humano:
a) O primeiro método é remover ou destruir a causa fundamental da doença, o que é a máxima aspiração dos médicos.
b) O segundo método é remover os sintomas presentes pelos remédios que produz condições opostas (Lei dos contrários), p.ex., constipação por purgantes, acidez estomacal por alcalinizantes, dor por ópio. Hahnemann os chamava de "remédios temporários", pois são apenas paliativos. Ele dizia que, em doenças crônica, eles aliviavam apenas no começo e, subseqüentemente, doses maiores eram necessárias e não removiam a doença primária. Entretanto, em doenças agudas, como paliativos ao sofrimento do paciente, ele os aprovava, para que houvesse tempo de se detectar a causa verdadeira da doença e removê-la.
c) O terceiro método (o predileto de Hahnemann) era usar o remédio que pudesse desenvolver em um indivíduo são uma doença artificial semelhante àquela condição mórbida que se desejasse remover (Lei dos semelhantes).
Hahnemann também sabia que as drogas tinham uma ação primária (direta) e uma ação secundária (indireta). Em seus escritos, ele exemplifica isso com o Ópium. Esta droga primeiramente produz uma destemida elevação do espírito, uma sensação de poderosa e elevada coragem, uma alegria imaginativa", mas, após algumas horas, encontraremos a pessoa "relaxada, desanimada, mau humorada, com memória confusa e geralmente desconfortável e cheia de medo". Hahnemann, portanto, observou que, onde a ação primária acentuava os sintomas do paciente, a ação secundária podia reduzi-los e curá-los. Essa agravação inicial observada nos remédios homeopáticos é freqüentemente chamada de "fase negativa", pois foi esse nome que foi dado por Sir Almroth Wright à agravação que pode se seguir a uma vacina.
O método de prescrever segundo a "Lei dos semelhantes" foi chamado por Hahnemann de "homœopatia" do grego "homoion"- similar, e "pathos"- doença. Todo tratamento pela "Lei dos contrários", ele chamou "alopatia", de "alloion", que significa "de diferente tipo" ou "contrário".
Com o sucesso do tratamento homeopático, os médicos, com inveja da crescente fama de Hahnemann, incitaram os farmacêuticos contra ele e Hahnemann foi proibido de administrar seus próprios remédios. Com a situação insustentável, ele mudava de cidade em cidade. 
Nesta época, sua situação financeira melhorara e adquire, então, sua própria casa e retoma a prática clínica, sem abandonar, contudo, a atividade literária. Aí, continuaram seus testes com os medicamentos. 
Publica, então, seu importante trabalho "Esculápio na balança", onde falava contra as leis que davam poderes imensos às Guildas dos Farmacêuticos, os quais detinham o monopólio do direito tanto de preparar quanto de dispensar medicamentos.
As pequenas doses de remédios prescritos na Homeopatia eram vistas com apreensão por essa categoria, já acostumada a grandes ganhos financeiros com prescrições extravagantes. O uso de remédios únicos ao invés de misturas, calculavam eles, que iria lhes diminuir suas vendas.
O trabalho seguinte de Hahnemann foi o "Organon da Racional Arte de Curar", que foi publicado em 6 edições germânicas; a primeira em 1810, a segunda em 1818; a terceira em 1824; a quarta em 1829; a quinta em 1833; e a sexta (após sua morte) em 1921. A sexta edição foi publicada após Richard Hael e William Boericke obterem o legado médico e literário dos herdeiros de Hahnemann.
Em 1812, Hahnemann recebeu licença para lecionar na Universidade de Leipzig. Entretanto, não se limitou a defender seu próprio método de cura, mas criticou áspera e furiosamente os métodos em voga. Isso, naturalmente, lhe trouxe inimigos e também lhe esvaziou a sala de aula. Por isso, encerrou-se em suas quatro paredes, mas, pensando em sua "missão divina", reuniu alguns alunos que lhe haviam restado e lhes propôs a formação de um "grupo de provadores de drogas".
Os seus poucos discípulos foram-lhe fiéis até o fim e foram eles que prosseguiram com seu trabalho após sua morte. Ele os tratava como amigos íntimos, abrindo as portas de seu lar para recebê-los. 
A experimentação das drogas era essencial ao método de Hahnemann, assim, a "União dos Experimentadores" incluia os nomes de Johann Ernst Stapf (1788-1860), Gustzav Gross, Christian Hornburg, Karl Franz, W.E. Wislicensus, Ernest Rückert, Christian Langhammer, Franz Hartmann (1796-1853) e o próprio Hahnemann. Teuthorn e Herrmann vieram depois.
Stapf foi o mais íntimo e duradouro amigo de Hahnemann. 
Por ocasião de sua cátedra na Universidade de Leipzig, Hahnemann conheceu Constantine Hering. Quando estudante de medicina, ele assistira às palestras de Hahnemann, mas tornou-se assistente do Dr. Robbi, um ativo antagonista da Homeopatia. O editor Baumgartner, naquela época, procurara o Dr. Robbi a fim de lhe pedir que escrevesse um livro contra a nova ciência médica. Estando com excesso de trabalho, Robbi indicara seu jovem assistente Hering para cumprir a tarefa. 
A fim de tornar seu ataque mais efetivo, Hering estudara os trabalhos de Hahnemann e envolvera-se em algumas experimentações. Isso resultou na adesão de Hering, que se convenceu definitivamente da verdade da Homeopatia.
Constantine Hering não escondeu sua mudança de opinião dos seus professores em Leipzig e, por isso, foi levado a obter sua graduação médica em Würzburg. A conversão de Hering à Homeopatia teve o efeito tardio de converter também Baumgärtner, o editor de Leipzig. 
Constantine Hering, depois de formado, trouxe para os Estados Unidos da América a semente da nova arte de curar.
O círculo de colaboradores de Hahnemann era constituído quase inteiramente de colegas ou estudantes de Medicina. Entre as raras exceções, estava seu amigo Carl von Bönninghausen, doutorado em Direito, que depois também se dedicou à agricultura e suas ciências subsidiárias, tendo, como Hahnemann, especial interesse por Botânica. Quando questionado se as curas da Homeopatia eram devidas apenas à fé, Bönnighausen respondia que, na veterinária, onde não havia envolvimento de nenhuma fé, a Homeopatia tinha igual sucesso. Viveu para receber o título de "Doutor em Medicina" do Colégio Médico Homeopático de Cleveland (Estados Unidos).
Foi então que Hahnemann ganhou a adesão do farmacêutico Lappe de Neudietendorf, que era membro da Comunidade Morávia dos "Herrnhuters". Sua farmácia foi, assim, a primeira farmácia homeopática do mundo.
Devido à perseguição por parte dos farmacêuticos e de vários médicos, Hahnemann voltou a abandonar Leipzig, aceitando um convite para instalar-se em Köthen, com garantias do próprio Duque Ferdinando de que poderia preparar e administrrar seus remédios.
Em 1821, com satisfação, Hahnemann assumiu o cargo de Médico da Corte e mudou-se para uma modesta casa de esquina, onde usava as peças de frente como consultório e sala de espera para os pacientes.
Em 1823, recebeu uma carta de um colega médico, Dr. Karl Aegidi, doente havia 2 anos, pedia-lhe ajuda, já que a medicina da época de nada lhe valera. Hahnemann o tratou e curou. Com isso, o médico interessou-se pela Homeopatia e, após minuciosos estudos de seus princípios, fundou em Düsselthal, o primeiro "Hospital Homeopático para Crianças".
Por essa época, Hahnemann escreveu seu último importante livro médico intitulado "Doenças Crônicas, sua natureza e tratamento homeopático". Foi publicado em 1828.
Logo após, Hahnemann escreveu seu trabalho "Matéria Médica Pura", em 6 volumes, com suas experimentações com 67 substâncias diferentes. Foi publicado entre 1811 e 1833.
Quando Hahnemann se mudou para Kötten, havia 10 médicos homeopatas em Leipzig e era flagrante o uso associado da Alopatia. Hahnemann censurou-os publicamente. A polêmica entre Hahnemann e os "impuros" (como ele os chamava), prosseguiu por longo tempo. 
Em 1833, o Hospital Homeopático de Leipzig foi fundado pela Associação Local dos Homeopatas e foi um exemplo da luta interna entre os homeopatas 
Hahnemann tinha vários seguidores. Entre eles estava o Dr. Aegidi, agora em Düsseldorf. Ele, aos poucos, conquistou a confiança da Princesa e do Príncipe da Prússia e foi nomeado médico da família em 1831. Ao relatar o caso a Hahnemann, comentou que o cólera estimulara grandemente a simpatia para com a Homeopatia.
De 1831 a 1832, a Europa foi devastada pela Cólera Asiática, que se espalhava rapidamente. Hahnemann, então, largamente anunciou seu conselho de se usar Camphora como gênio-epidêmico em larga escala. Um dos panfletos de Hahnemann tratando deste assunto teve sua circulação suprimida pelo menos favorável Duque Heinrich, que sucedera seu irmão Ferdinando. Vários ensaios sobre a cura do cólera foram sendo publicados e importantes resultados foram obtidos quando os conselhos de Hahnemann eram seguidos.
Antecipando as descobertas de Pasteur e de Koch, Hahnemann escreveu em seu trabalho "O modo de propagação do Cólera": "As mais surpreendentes infecções ocorreram e fizeram espantoso progresso... sempre que... o miasma do cólera encontrava um elemento favorável à sua própria multiplicação e florescia para uma enormemente crescente multidão daqueles infinitamente pequenos, invisíveis organismos vivos, que são tão fatalmente hostis à vida humana e os quais mais provavelmente formam a matéria infecciosa do cólera". Hahnemann atribuia o cólera a um diminuto organismo da natureza, capaz de se propagar por contato pessoal. Isso o levou a providenciar urgentemente isolamento e desinfecção, afirmando que os médicos e as enfermeiras eram os mais certos e freqüentes propagadores do contágio.
De vários locais da Europa, vieram pedidos de socorro e também agradecimentos pelos brilhantes resultados obtidos com Camphora na epidemia.
Outro médico convertido à Homeopatia foi o inglês F.F.Quin. Em 1844, ele fundou o Hospital Homeopático de Londres.
A Inglaterra não havia tido seu surto de cólera até 1853, alguns anos após o resto da Europa. Nessa ocasião, o Ministério da Saúde solicitou uma pesquisa comparativa da eficácia terapêutica dos diversos tipos de tratamento então em uso e foi realizada a primeira estatística cuidadosa. Todos os resultados dos tratamentos foram informados ao Ministério, com a isolada exceção do tratamento homeopático que era realizado no Hospital Homeopático de Londres (há 3 gerações a família real inglesa trata-se com homeopatia, sendo a Rainha Elizabeth II a atual patrona do Royal London Homeopathic Hospital). Em 1854, uma notificação da Casa dos Comuns relatava 59,2% de mortes com o tratamento ortodoxo e 16,4% com tratamento homeopático, mas negava-se a divulgar tal informação, pois "poderia comprometer o valor das suas estatísticas de cura bem como daria uma injustificada aprovação a uma prática empírica oposta à manutenção da verdade e ao progresso da ciência". Ao todo 54 mil pessoas morreram. Estes dados, levaram Lord Ebury, durante a passagem do Ato Médico pela Casa dos Lordes, a obter a garantia de liberdade para a Homeopatia na Inglaterra, inserindo uma cláusula que impedia que os médicos homeopatas fossem renegados, no campo de suas crenças, e um lugar no Registro Médico, então, foi criado.
Sem dúvida, na Áustria, após o sucesso do tratamento de Hahnemann na epidemia, mesmo que contra a vontade dos governantes, o Decreto contra a Homeopatia foi abolido. Na França, a Homeopatia ganhava terreno com rapidez. Nos EUA, uma Sociedade Homeopática fora formada.
A partir de 1832, vários profissionais propagam a Homeopatia; Romani em Nápoles, Pierre Dufresne em Genebra, Des Guidi em Lyon, o Professor Mabit em Bordeaux, Petroz, Croserio, Curie, Léon Simon em Paris. 
d) O segundo matrimônio:
Em 1835, Hahnemann foi procurado por uma francesa, Mademoiselle Marie-Melanie D'Hervilly, que queria consultar-se, vítima de "tisis". Era mais jovem e mais rica que Hahnemann (32 anos) e, 3 meses após o primeiro encontro, acabaram se casando. Deste segundo casamento, não nasceram filhos.
Ao casar com Hahnemann, Melanie passou a desenvolver diversas funções: enfermeira, barbeira, pajem, secretária, intérprete. Era ela quem anotava todos os sintomas dos pacientes. Dona de admirável memória, passou a dominar a Matéria Médica Pura melhor que o marido e, começou a sugerir os remédios adequados para cada caso. Diante de suacapacidade, Hahnemann a encarregou do atendimento aos pobres, supervisionando-a algumas vezes.
Enquanto isso, Melanie isolou, metódica e progressivamente, o seu marido de seus filhos e netos, até que, em 1835, Hahnemann formulou o seu segundo testamento, cancelando o anterior que beneficiava seus herdeiros (6 filhos e 2 netos). No novo testamento, Hahnemann indicou a segunda esposa como herdeira ilimitada, conferindo-lhe direitos iguais aos dos filhos nos bens adquiridos até aquela data, após o que, seria a herdeira integral.
Logo depois de ter refeito o testamento, o casal mudou-se para Paris. Hahnemann deixou seu assistente Dr. Hofrat Lehmann em seu lugar.
A transferência de Hahnemann para Paris tem significado histórico. O retiro em Kötten é um prenúncio do rompimento com o movimento homeopático alemão. Hahnemann fora áspero em seus ataques a quem divergia de suas opiniões, não publicara mais nenhum trabalho, dedicando-se exclusivamente à prática médica, correspondendo-se apenas com amigos mais próximos. Este afastamento foi uma das causas da desaceleração na implantação da Homeopatia na Alemanha. Outras causas seriam ligadas aos níveis político, econômico, ideológico e científico. Na área científica, na segunda metade do século XIX, a Alemanha se tornara um dos maiores expoentes em Anatomopatologia e, depois, em Bacteriologia.
Ao mudar-se para a França, os médicos franceses quiseram impedir Hahnemann de exercer a Medicina. O ministro Guizot escreveu então à Academia de Medicina da França: "Hahnemann é um sábio de grande mérito. A ciência deve ser para todos. Se a Homeopatia é uma quimera ou um método sem valor próprio, ela cairá por si mesma. Se é, ao contrário, um progresso, expandir-se-á apesar de todas as medidas contrárias, e a Academia deve desejá-lo antes de qualquer outra, ela que tem por missão impulsionar a ciência e encorajar as descobertas". 
Os homeopatas franceses receberam Hahnemann de braços abertos, esperando que o mestre lhes aperfeiçoasse os conhecimentos e lhes implementasse a produção literária homeopática. Entretanto, Melanie tinha outros planos e tratou de garantir, rápido, uma clientela abastada, enquanto reservava para si própria o atendimento de um ambulatório para pobres. Como o exercício médico requer uma habilitação legal, Hahnemann foi instado por sua esposa a solicitar à Academia Homeopática de Allentown, Estados Unidos, um título de Doutora em Medicina. Recusada em um primeiro momento, a solicitação depois foi atendida, transformando-se a jovem senhora em Doutor.
Retirando-se gradativamente das atividades clínicas, Hahnemann procede à revisão de suas 2 obras maiores, Doenças Crônicas e o Organon, o que resultará na sexta edição deste, embora póstuma.
Aos 88 anos, Hahnemann viu-se às voltas com um problema de brônquios e teve que parar de trabalhar.
Às 5 horas da manhã de 2 de julho de 1843, Hahnemann morreu.
Esperava-se um grande público no enterro, mas Madame Hahnemann, após embalsamado o corpo de seu esposo, arranjou um quase secreto funeral, e o sepultou em Montmartre, em uma sepultura simples que já continha dois outros caixões, pertencentes a homens com quem Melanie relacionara-se em vida. Foi enterrado como o mais pobre dos pobres e as palavras que escolhera como epitáfio ("Nun inutilis vixi - Eu não vivi em vão") só foram gravadas no túmulo 20 anos após.
Seus seguidores não ficaram contentes e, em 1898, foi conseguido o translado dos restos de Hahnemann para o cemitério de Père Lachaise. Para a cerimônia, representantes da Medicina de diversos países compareceram; como da França, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, Itália, Rússia, Espanha e dos Estados Unidos.
Após a morte do marido, Melanie prossegue com o trabalho clínico e é processada por exercício ilegal da Medicina e posse de um diploma não reconhecido na França. No ano seguinte, é condenada a uma multa de 100 francos, mas, mesmo depois, continua suas atividades tentando atrair a Paris homeopatas de renome, que pudessem lhe fornecer o suporte legal necessário ao exercício da Medicina. Ela alcança seu objetivo em 1857, quando casa sua filha adotiva com o filho de um íntimo amigo de Hahnemann, Dr.Bönninghausen.
A HOMEOPATIA NA FRANÇA
Hahnemann só reconhecia como discípulos aqueles que praticavam a Homeopatia pura, isenta de qualquer mistura com os meios empregados até então pela antiga medicina. Criaram-se, assim, duas correntes. Ao lado de Hahnemann, alinharam-se a escola de Genebra com Pierre Dufresne, a escola "ortodoxa", e de outro, a Escola de Griesselich, que representa o Ecletismo. Em Paris mesmo, a tendência eclética tem sua sociedade: a Sociedade Homeopática de Paris (fundada em 1836). A tendência "pura" é representada pelo efêmero Instituto Homeopático da França, com Mure, Jahr vindo da Alemanha, Croserio e depois Léon Simon, que se religa aos "puros".
Em 1841, o Instituto Homeopático da França desapareceu e Mure, doente, parte para o Brasil onde ele começa, fundando a escola do Rio de Janeiro, e depois passa a propagar a Homeopatia na América do Sul, Portugal, Índia, Egito. Quando no Brasil, faz surgir suas 39 patogenesias brasileiras, que nos dão remédios incomparáveis.
E, depois de muitos anos, um clínico renomado liga-se à Homeopatia: Jean-Paul Tessier, médico dos Hospitais de Paris, um dos fundadores da Sociedade Médica dos Hospitais de Paris. Tessier e seus alunos, cujo mais brilhante é Pierre Jousset, praticam uma medicina que procura um acordo entre a Alopatia e a Homeopatia. Em 1855, ele funda "A Arte Médica", mas é mais ou menos perseguido nos meios hospitalares: seus residentes homeopatas não chegam a obter o título, nem mesmo Pierre Jousset, embora tenha recebido a Medalha de Ouro da residência. Era perseguido tanto pelos alopatas quanto pelos homeopatas "puros". 
Léon Simon ministrou cursos públicos de Homeopatia na Sorbonne até 1870, quando foi interrompido pela guerra. Antes mesmo da guerra, 2 hospitais livres homeopáticos foram fundados: o Hospital Hahnemann, com Léon Simon Filho, e a Casa Saint-Jacques, com Pierre Jousset.
Nas décadas seguintes, a Homeopatia na França tende a cristalizar-se, enquanto na América, os trabalhos de Allen, Hering e Hugues transcendem de muito os trabalhos europeus. Por outro lado, na França, surgiu o brilho do gênio de Pasteur.
Em 1877, Finella redige "Novo Método Homeopático", sobre a aplicação de remédios complexos, aparecendo assim o "Pai dos complexos". 
Em 1889, surge a Sociedade Francesa de Homeopatia, conciliando os ecléticos e os hahnemaniannos.
Um novo século começa. Pierre Jousset, embora idoso, compreende bem a importância da obra de Pauster e de Claude Bernard e inicia as primeiras experimentações homeopáticas no laboratório do Hospital Saint-Jacques, que se tornaram clássicas, usando baixas dinamizações. 
Foi mais ou menos nesta época que os franceses tomaram conhecimento da literatura homeopática americana, que após Kent, elogiava as altas dinamizações. 
Os partidários das altas dinamizações criam, então, no início de 1910, a Sociedade Regional da Homeopatia do Sudeste da França e da Suíça italiana. 
Após a Primeira Guerra Mundial, a Homeopatia conheceu considerável desenvolvimento graças a Léon Vannier, que publicou diversas obras clássicas, e a seu aluno Fortier-Bernoville, prematuramente falecido.
Outros autores importantes foram surgindo como: Paul Chiron, Gilbert Charette e Allendy.
Atualmente, a maioria dos homeopatas da França estão em contato direto ou indireto com o estrangeiro, formando uma espécie de comunidade internacional. Já em 1925, em Rotterdam, é fundada a Liga Homeopática Internacional. Em 1931, é fundado o Centro Homeopático da França por Léon Vannier e o Hospital Saint-Jacques em Paris. Em 1932, é fundada a Biblioteca Homeopática Internacional.
Jacques Benveniste e o Dr Bernard Poitevin 
Na década de 80, estes dois pesquisadores fizeram várias descobertas no campo da Homeopatia. Noinício dos anos 80, o médico homeopata especializado em pesquisa experimental, o Dr Bernard Poitevin, propôs a Benveniste usar seu teste de desgranulação dos basófilos para avaliar a atividade biológica das altas diluições.
Eles conseguiram provar que certas substâncias conhecidas por impedir a desgranulação, como a histamina, agiam também em diluições muito elevadas e que o remédio homeopático chamado Apis (a abelha inteira esmagada) tinha igual poder. Por outro lado, um antígeno em alta diluição era capaz ainda de provocar a desgranulação. Mediante contraprovas, eles provaram também que o produto-base (histamina, abelha ou antígeno) era necessário à preparação das diluições, mas estava materialmente ausente nas altas diluições ativas.
Descobriram que apenas a diluição não era suficiente para que o remédio tivesse atividade biológica e que certo número de sucussões enérgicas entre cada nível de diluição garantia essa atividade. Diluiram soluções até 10-120 ! Por outro lado, verificaram que as diluições perdiam a atividade se aquecidas além de 80° C, se congeladas ou se submetidas ao ultrassom.
A partir de 1986, os trabalhos de Poitevin e Benveniste sobre as altas diluições foram publicados em revistas de homeopatia e farmacologia e comentados pela imprensa. Mas cada alusão a essas experiências nos meios de comunicação, gerava um desmentido categórico por parte dos mais notáveis expoentes da Medicina convencional.
Todos admitem que nenhuma substância química pode subsistir além de uma diluição de 10-12 e Benveniste assegurou-se por filtração que não restaria mais nenhuma molécula do produto-fonte nas diluições. Se as altas diluições têm efeito biológico, Benveniste imaginou que a água, veículo obrigatório das diluições homeopáticas, conservaria uma lembrança não-química do produto-fonte, ou seja, que existiria uma "memória da água".
Hoje em dia, sabe-se que esta hipótese não é correta, mas que o medicamento homeopático funcionaria através de "informações" eletro-magnéticas transmitidas ao organismo vivo na administração do remédio. Aliás, o exame de Ressonância Magnética é capaz de comprovar que um medicamento homeopático tem real atividade ao contrário de um vidro com somente o solvente usado para fabricá-lo.
AS DIFICULDADES NA PESQUISA CIENTÍFICA HOMEOPÁTICA
Tanto para o médico como para o paciente, a consulta não poderia se encerrar sem a prescrição de um ou mais medicamentos, mesmo que seja indicada apenas uma medida de higiene, uma dieta, uma suspensão do trabalho ou uma mudança de ar. A não-prescrição de um medicamento geralmente é sentida pelo paciente como se fosse rejeitado pelo médico e como se esse profissional não lhe reconhecesse o estado de doente, ou ainda como se o médico desconhecesse sua doença. O medicamento é o representante simbólico do saber do médico. 
Além de símbolo de poder da Medicina, o medicamento também é uma fonte inesgotável de lucro para poderosas empresas multinacionais. O medicamento homeopático revoluciona as leis desse mercado florescente: ele não é caro, não necessita de nenhuma tecnologia sofisticada, não está sujeito ao registro de patentes e qualquer pessoa motivada pode fabricá-lo. É pouco sensível às modas, ninguém se interessa em promover o seu mercado e em inundar o público ou os médicos de publicidade.
O conluio entre a corporação médica e a indústria farmacêutica é total. Os grandes hospitais e os centros universitários dependem da indústria para subsidiar grande parte de suas pesquisas, e a indústria precisa dos serviços hospitalares para os seus testes clínicos, sem os quais não consegue obter autorização de venda. As obrigações morais com os "patrocinadores", dos quais depende por vezes o seu salário, coloca em cheque a independência dos médicos e a isto se aliam todos os presentes, amostras, brindes, refeições, viagens e seminários pagos pela indústria ao conjunto do corpo médico.
Sem dinheiro não há ciência. No nível da pesquisa laboratorial, há 3 orientações diferentes:
a) Pesquisa fundamental: voltada para os problemas gerais das doenças, sem relação direta com a terapêutica (ex.: isolamento e análise do vírus da AIDS). É, em primeiro lugar, obra de instituições públicas, universidades e laboratórios oficiais, só recebendo subvenção da indústria caso uma aplicação se anuncie para um futuro próximo, como o caso da AIDS. Enquanto isso, as pesquisas sobre o câncer dependem da caridade pública.
b) Pesquisa aplicada: busca terapias contra doenças que ainda não têm remédios. Esse nível de pesquisa está nas mãos dos laboratórios farmacêuticos e só recebe financiamento em função de suas promessas comerciais. Por exemplo, a doença de Chagas que devasta populações pobres da América do Sul, representa uma clientela potencial negligenciável. Já no que diz respeito à AIDS, a clientela potencial é ilimitada e as verbas liberadas para o aperfeiçoamento de uma vacina e de medicamentos específicos é considerável.
c) Pesquisa comercial: mobiliza os maiores esforços dos laboratórios farmacêuticos e se destina a conservar uma parte do mercado e a adquirir novas fatias dele. Todo medicamento com um nome-fantasia envelhece no espírito do público, e o seu efeito placebo se reduz, o que se chama "desgaste psicológico". O novo produto dá a idéia de que a ciência está progredindo e que ele representa as últimas descobertas. Todo novo medicamento (moda) destrona os antigos e os torna obsoletos. A arte consiste em convencer o médico de que o último produto é melhor que os anteriores. Alguns remédios resistem ao tempo, como a aspirina, mas muitíssimo investimento é necessário para rejuvenescê-la. Essa pesquisa comercial cria também pseudonovidades condicionando a clientela a tratar por meio de substâncias químicas pequenas afecções até então pertencentes ao domínio das medidas higieno-dietéticas. Assim, os medicamentos para o sistema digestivo e os alimentos medicalizados (ex.: leite em pó para substituir o leite materno) representam a maior porcentagem de negócios da indústria farmacêutica. 
Ao lado dos interesses políticos e econômicos em jogo já citados, há o medo de alguns de questionar os fundamentos da bioquímica e do materialismo científico. Entretanto, a descoberta do modo de ação da Homeopatia não seria uma negação dos conhecimentos já adquiridos e sim uma abertura para explicar numerosos fenômenos ainda sem explicação, uma complementação às teorias da química molecular. Significaria que as reações vitais seriam também determinadas por fenômenos "microfísicos", assim como o são reconhecidamente por fatores "macrofísicos" (ex.: temperatura, pressão, umidade, ondas sonoras ou luminosas).
Na Faculdade de Farmácia de Montpellier, os biólogos Vihn e Claudine Luu demonstraram a complexa associatividade das moléculas da água e as diferenças de estruturas entre diluições homeopáticas feitas a partir de produtos diferentes.
Outra pesquisa em Física (Y. Lasne, J.-C. Duplan, B. Ferret, A. Guérin, "Contribuition à l'approche scientifique de la doctrine homéopathique", "De natura rerum", vol.III, fevereiro de 1989) conseguiu evidenciar a estrutura das diluições homeopáticas aquosas por ressonância magnética nuclear.
Esses resultados só podem ser explicados pela organização da polarização da água segundo campos eletromagnéticos complexos de baixíssima energia, o que seria confirmado pelo fato de serem os medicamentos homeopáticos destruídos pelo calor e pelos campos eletromagnéticos de alta energia.
A HOMEOPATIA NOS ESTADOS UNIDOS
Constantin Hering (1800-1880) foi muito estimado pelo mestre. 
Após abraçar a Homeopatia, Hering não teve mais espaço de atuação profissional e aventurou-se na Guiana Holandesa. Ali, elabora várias experimentações (patogenesias) e consegue tal êxito que é nomeado Médico Oficial. Em 1.834, instala-se na Filadélfia (EUA), onde funda a "Academia Norte-Americana para Tratamento Homeopático". A Academia extinguiu-se devido ao desfalque dado por seu secretário.Em 1848, Hering funda a "Escola Médica Hahnemann", apoiada por iniciativa privada. No começo do século XX, esta Escola era a mais importante instituição homeopática do mundo, com mais de 70 professores e cerca de 300 alunos. Contava com uma biblioteca de mais de 20.000 livros, em várias línguas. O hospital (com 200 leitos, inclusive obstétricos) e a policlínica atendiam mais de 50.000 casos por ano. Foi a primeira instituição a exigir um mínimo de 3 anos de estudos, tendo formado mais de 3.500 homeopatas.
Foi Hering quem deu aos homeopatas um valioso instrumento conceitual para avaliar a progressão do quadro clínico; é o chamado "código de Hering", que se enuncia da seguinte maneira. A evolução de um paciente é favorável:
a) em primeiro lugar, se os sintomas vão de dentro para fora;
b) em segundo lugar, se os sintomas se deslocam para baixo;
c) em terceiro lugar, se os sintomas atuais são substituídos por sintomas antigos.
A expansão da Homeopatia é acelerada com a fundação de escolas em Cleveland, St. Louis, Chicago e Nova York. Antes da Primeira Guerra Mundial, existiam 56 hospitais homeopáticos puros, contando cada um com 35 a 1.400 leitos; 9 hospitais para mulheres (incluindo maternidade), com 30 a 100 leitos cada um; 13 asilos para doentes mentais (de 150 a 200 leitos cada um); 9 hospitais infantis (alguns com até 200 leitos); 21 sanatórios e 8 orfanatos, onde se praticava unicamente a terapêutica homeopática, com acomodações em um deles, para até 825 crianças.
Com a descoberta do ouro na Califórnia (e depois na Austrália), iniciou uma verdadeira "corrida do ouro", com milhares de europeus imigrando para os Estados Unidos. Em 1.862, houve oferta de terras públicas, cedidas gratuitamente a qualquer americano que nelas residisse por mais de 5 anos. Entretanto, a utopia fracassou, não houve terra para todos e os verdadeiros beneficiários foram os especuladores, financistas e intermediários capitalistas. 
O sul escravista, que exportava algodão para a indústria têxtil britânica, termina em uma estagnação econômica. O Norte (antiescravista) desenvolve-se aceleradamente, baseando-se na atividade industrial. Daí o estímulo de um mercado de trabalho aberto, da ocupação de terras do Oeste por homens livres e que ampliassem o mercado consumidor. Seguem-se, então, a conquista do Oeste e o conflito Norte-Sul (Guerra de Secessão).
Com o enorme crescimento populacional, não havia médicos suficientes e surgiram, então, os vendedores de tônicos e elixires contra toda e qualquer doença. Estes curandeiros e charlatães se auto-intitulavam médicos e não havia qualquer controle sobre a profissão. No final do século XVIII, os poucos estudantes de Medicina aprendiam a Arte diretamente com os médicos, no seu exercício profissional.
Criaram-se, assim, as primeiras Sociedades Médicas. Até meados do século, cerca de 40 Associações locais haviam sido fundadas, mas, só em 1847, na Filadélfia, foi fundada a Associação Médica Americana, por cerca de 250 médicos. O pretendido controle da profissão numa terra em que a liberdade era tão valorizada, só piorou a situação. Por outro lado, o aumento progressivo de Escolas Médicas pouco contribuiu para melhorar a qualidade da prática. No começo deste século, das cerca de 400 escolas existentes, a maioria esmagadora era de propriedade individual e só algumas estavam ligadas a uma Universidade.
Em 1850, a poderosa "American Medical Association" estava voltada para combater os homeopatas que acabavam de fundar a sua própria associação nacional e se atribuía o direito de cassar a licença de qualquer médico suspeito de dedicar-se a essa heresia. Outras medidas radicais conseguiram excluir a homeopatia dos EUA, mesmo que este país nos tenha dado grandes mestres no passado, como Constantin Hering e James Tyler Kent . Vale lembrar que, em 1908, os Estados Unidos aprovaram o Relatório Flexner, que fechou mais da metade das escolas de Medicina do país, sob pretexto de melhorar a qualidade dos médicos e de suas escolas. Entretanto, todas as escolas que formavam homeopatas foram fechadas...
Em compensação, permitiu-se curiosamente o desenvolvimento da Quiroprática e da Osteopatia em escolas americanas que conferem títulos de "doutor". E, mais recentemente, a Acupuntura foi implantada nos EUA com a tolerância dos médicos. Será porque essas atividades não tenham o atributo de receitar medicamentos e não concorram diretamente com a indústria farmacêutica ?
James Tyler Kent (1.849-1.916):
James Tyler Kent foi o maior expoente da Homeopatia norte-americana.
Kent, embora não satisfeito com a Alopatia, inicia-se na Medicina Homeopática, assim como Hering, para demonstrar sua ineficácia e, assim como o outro, torna-se um adepto. Por mais de 40 anos exerceu a Homeopatia, tendo sido Decano de Escola de Pós-Graduação de Homeopatia, na Filadélfia, bem como Professor de Matéria Médica do Hospital e Faculdade Médica Hahnemann, de Chicago, e da Faculdade Hering, também naquela cidade. Sua produção literária foi extensa.
Dizia que o homem tem um governo interno que dirige e controla, um centro que é supremo. Esse dom divino localiza-se na massa cinzenta do cérebro, mas se desdobra em 3: o próprio cérebro, o cerebelo e a medula espinhal. A Alma (vontade e entendimento) transmite suas determinações ao elemento operativo (Força Vital, "vice-regente"), que providencia as adequadas expressões ao corpo material. Manifestando-se, a célula é a própria totalidade. Kent acreditava que Deus confere à Alma (a "substância simples") poderes para orientar a Força Vital na organização harmoniosa da matéria do corpo humano. Apontava a existência de dois mundos: o da "causa", invisível (mundo do pensamento, que só pode ser descoberto pelo entendimento) e o dos "fins" (tudo o que podemos apreender com os 5 sentidos).
Dizia que, já que o mundo é ordenado por Deus, segundo leis fixas e imutáveis, a doença seria o advento de uma desordem, de uma transgressão à Lei. Como a Lei pertence ao "mundo da causa", então a transgressão ocorreria também nesse mundo. As bactérias, por exemplo, seriam apenas o resultado da enfermidade. Kent rejeita a Bacteriologia. O Homem adoece não por causas externas (bactérias) e nem por nada que o rodeia, mas por causas que existem dentro de si mesmo. O livre-arbítrio, sendo a possibilidade do pecado, é também do sofrimento humano, configurado pela doença.
A doença ocorreu quando o homem começou a desejar coisas que eram resultado de um falso pensamento. A transgressão à Lei é, assim, o fato primordial que possibilita todo o sofrimento subseqüente da raça humana.
Entretanto, a bondade de Deus não iria permitir a possibilidade de uma não remissão dos pecados, por isso, também pôs no mundo elementos (a doença artificial) que se antepusessem ao mal.
O livro "Repertório de Kent" é considerado como um dos mais importantes e influenciou amplamente o movimento homeopático.
A HOMEOPATIA NA RÚSSIA
Na Rússia, a Homeopatia tem um impulso iniciado por não-médicos, entre os quais se destaca o General Korsakoff, notabilizado pela proposição de altíssimas dinamizações, que, inclusive, merecem reprovação de Hahnemann.
A HOMEOPATIA NO BRASIL
A Homeopatia no Brasil, como já visto antes iniciou com a vinda do médico francês Benoit Jules Mure, em 1840. A princípio se instalou em Santa Catarina e, depois, no Rio de janeiro. Ajudado por João Vicente Martins, fundou a Escola Homeopática do Brasil, autorizada a conferir certificados pelo Governo Imperial, através de despacho da Secretaria de Negócios da Justiça de 27 de março de 1846, amparado na lei de 3 de outubro de 1832, que organizou o ensino no país.
Em 1879, é fundado oficialmente o Instituto Hahnemanniano Fluminense e, em 1880, é transformado em Instituto Hahnemanniano do Brasil. 
Em 1886, um Decreto Imperial oficializa as Farmácias Homeopáticas e, pele primeira vez o termo "médico homeopata" aparece na legislação brasileira.
Em 1902, é fundadaa Enfermaria Homeopática no Hospital Central do Exército e, em 1908, a Enfermaria Homeopática do Hospital Geral da Marinha. 
Em 1912, o Inst.H.B. sob a presidência do Prof. Licínio Athanazio Cardoso, funda a Faculdade Hahnemanniana.
Em 1915, o Governo Federal doa um imóvel no Rio de Janeiro para a instalação da Escola e Hospital Hahnemanniano do Brasil, reconhecendo-o como entidade de utilidade pública e autorizando-o a habilitar médicos homeopatas.
Em 1921, o Ministério da Justiça e Negócios Interiores equipara a Faculdade Hahnemanniana às faculdades oficiais.
Em 1952, uma Lei torna obrigatório o ensino de Noções de Farmacotécnica Homeopática nas Faculdades de Farmácia de todo o país. 
Em 1957, o Presidente Juscelino Kubitschek, federaliza a Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, oriunda da Faculdade Hahnemanianna (atualmente integrada à Universidade do Rio de Janeiro - UNI-RIO), obrigando à manutenção de 3 disciplinas de Homeopatia nessa escola.
Em 1965, o Presidente Castelo Branco regulamenta a manipulação, o receituário e a venda de produtos homeopáticos. Em 1976, um Decreto aprova a Parte Geral de Farmacopéia Homeopática Brasileira.
O Conselho Federal de Medicina do Brasil só reconheceu a Homeopatia como especialidade médica em 1980 (Resolução n° 1000), graças aos esforços do Inst.H.B. através do seu presidente Prof.Alberto Soares de Meirelles. Em 1982, o Conselho Federal de Medicina estabeleceu as novas normas para obtenção do título na especialidade.
Em 1986, o INAMPS implanta o "Programa de Homeopatia" .
No mesmo ano, o Escritório Regional de Saúde de Marília-SP realiza o primeiro concurso para médico homeopata na rede oficial da Secretaria da Saúde de um Estado. Em 1988, a Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação fixa diretrizes sobre o atendimento de Homeopatia nos serviços públicos e implanta a sua prática nos Serviços de Saúde incluindo-a na programação do Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde das Unidades Federadas. Em 1989, o Escritório Regional de Saúde da Penha (ERSA 4), na cidade de São Paulo, realiza concurso para médico homeopata. São aprovadas diretrizes gerais para o atendimento em Homeopatia na rede estadual.
Atualmente, a formação do médico homeopata se realiza através de cursos de pós-graduação, pois quase a totalidade das Faculdades de Medicina do país não têm em seu currículo uma disciplina sobre Homeopatia. As exceções, por enquanto são: a Escola de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro e o Curso Médico da Universidade de Uberlândia, que a oferecem como disciplina optativa.
Portanto, no Brasil, para um médico ser especialista em Homeopatia, após um curso de 3 anos de pós-graduação em curso reconhecido pelo MEC, deve prestar exame junto à Associação Médica Brasileira e registrar seu diploma junto ao Conselho Federal.
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