Buscar

CONTRATOS AGENCIA & DISTRIBUIÇÃO, CORRETAGEM E COMISSAO

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DIREITO CIVIL
CONTRATOS
 COMISSÃO
AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
CORRETAGEM
DIREITO CIVIL: CONTARTOS
Integrantes:
Eduardo Barros de Santa Rita
Elaine Patrícia Tenório de Oliveira
Luiz Tavares da Silva
DIREITO CIVIL: CONTARTOS
CONTRATO DE COMISSÃO
Palestrante: Eduardo Barros de Santa Rita
Origem histórica:
Vem do latim “ COMMITTERE” e significa: Atribuir uma tarefa a alguém.
Grande discussão sobre qual momento surgimento: Antiguidade( Império Romano) ou idade média.
Mercantilismo e as grandes navegações. Século XVI.
Atender as necessidades do comércio entre pessoas de praças diferentes, de países longínquos.
 Antes da entrada em vigor do novo código civil de 2002, era regulamentado pelo código comercial ( Artigos 165 a 190), como contrato de comissão mercantil, em 1850. Alguns doutrinadores entendem que antes mesmo de haver codificação a comissão já existia e era regido pelos usos e costumes.
Art. 165 – A comissão mercantil é o contrato do mandato relativo a negócios mercantis, quando, pelo menos, o comissário é comerciante, sem que nesta gestão seja necessário declarar ou mencionar o nome do comitente.
No código comercial o comissário era obrigatoriamente comerciante.
Contrato de comissão.
A comissão tem papel relevante no Brasil no comércio cafeeiro, na venda de carros, de máquinas agrícolas e de aparelho de uso domestico.
Mandato x contrato de comissão.
Embora nos códigos italiano ( art 1.731) e espanhol (art 1.717) a comissão seja definida como “figura particular do mandato” ou “mandato sem representação”, o novo código civil separa as duas espécies contratuais por suas características próprias.
CONCEITO DE MANDATO: O mandato é o contrato pelo qual alguém (mandatário ou procurador) recebe de outrem (mandante) poderes para, em seu nome (no nome do mandante), praticar atos ou administrar interesses.Deste modo, o mandato é o contrato pelo qual uma pessoa confere à outra poderes para representá-la.
Contrato de comissão.
Conceito de contrato de Comissão: É aquele pelo qual uma pessoa, denominada COMITENTE, encarrega a outra, intitulado COMISSÁRIO, de adquirir ou vender bens móveis, mediante remuneração, agindo este em nome próprio e obrigando-se para com terceiros com quem contrata mas por conta daquele.
Art. 693 – O contrato de comissão tem por objeto a aquisição ou a venda de bens pelo comissário, em seu próprio nome, à conta do comitente.
Contrato de comissão
MANDATO
COMISSÃO
Mandatário agesempre emnome do mandante.
Comissárioage sempre em seu próprio nome, sendo o comitente desconhecido
Pode versar sobre atos que,apesar de concernentes a um certo fim, ficam sujeitos à deliberação e arbítrio do mandatário.
Tempor objeto negócios determinados.
O mandatário nãointegra o contrato, limitando-se a atuar segundo ordens do mandante
Comissárioage em seu próprio nome e integra ocontrato como parte contratante.
O mandatário não age em nome próprio e,por isso, o terceiro que com ele contrata sabe que ele está a agir em nome de determinado mandante, seu representado,que se responsabilizará pelos atos praticados em seu nome.
O comissárionão é obrigado a declarar o nome do comitentee , ainda que o faça, não poderá inseri-lo como parte do contrato.
MANDATO X COMISSÃO
Pontes de Miranda esclarece: “ A comissão não é espécie de mandato, posto que se tenha desenvolvido, historicamente, do mandato(...). Definir-se a comissão como mandato deturpa-lhe a natureza. O comissário opera por conta do comitente, mas em seu nome próprio. Recebe outorga de poder, porém nem toda outorga de poder é mandato.” 
MANDATO X COMISSÃO
É tipo contratual autônomo – que se rege por normas próprias, peculiares e distintas do mandato.
Nomenclatura: Comitente e Comissário.
Objeto: É a compra e venda de bens móveis por conta de outrem, muito embora as pessoas com quem trata o comissário não conheçam o comitente. Obs: O sistema jurídico de transmissão de propriedade no Brasil permite afirmar que “ só se tornam possíveis de alienação por atuação do comissionário os bens móveis, jamais os imóveis. ( não se poderia manter sigilo sobre o comitente proprietário do imóvel)
Natureza jurídica.
Bilateral ou Sinalagmática: Gera obrigação para os dois lados.
Consensual: Se aperfeiçoa com acordo de vontades, independentemente da entrega do objeto e de qualquer solenidade.
Oneroso: Pois ambos os lados obtém proveito. Por sua natureza, opõe-se a qualquer ideia de liberalidade ou doação.
Comutativo: Tendo em vista que as obrigações recíprocas são certas e conhecidas das partes, se uma delas não cumprir o que assumiu, a outra pode deixar de executar a sua invocando a EXCEPTIO NON ADIMPLEMENTI CONTRACTUS.
Não solene: Visto que não está adstrito a forma prescrita em lei, podendo ser celebrada verbalmente e provado por meio de provas permitidos em direito, inclusive por verificação dos livros mercantis do comissário.
Natureza jurídica.
Intuitu personae: por ser celebrado em consideração a pessoa do comissionário, levando-se em conta as suas qualidades específicas e profissionais, como competência e honestidade, que a credenciam a realização do negócio.
Natureza jurídica.
Seguindo a doutrina de DESCARTES DE MAGALHÃES, a comissão poderá ser:
A) Imperativa ou facultativa – 
Imperativa – Unilateral, contrato de adesão.
Facultativa – maior liberdade ao comissário.
B) Simples ou complexas
Simples – comissão única
Complexa – duas ou mais comissões.
C) Conexa ou alternativa
Conexa – varias comissões ligadas entre si, inseparáveis.
Alternativa – compreende duas ou mais ordens, facultando ao comissário escolher entre elas.
Tipos de Comissão.
Convencionada entre as partes: geralmente em porcentagem sobre os valores das vendas ou de outros negócios.
Não estipulada: Será ela arbitrada pelos usos correntes do lugar ( Art 701 cc)
Se o cumprimento for parcial: comissário fará jus a remuneração proporcional aos atos praticados, bem como o reembolso das importâncias depositadas em razão do trabalho realizado.
Em caso de morte do comissário, ou quando por motivo de força maior, não poder concluir a negociação: morte do comissário – EXTINGUE-SE o contrato , sem prejuízo de remuneração proporcional pelos serviços já prestados, que deverá ser pagos aos seus herdeiros em conjunto, espólio. ( Art 702cc)
Remuneração do comissário
A morte do comitente produz os mesmos efeitos, extingue-se o contrato e serão prestadas as contas. Em caso de força maior: Será devida pelo comitente uma remuneração proporcional aos trabalhos realizados.
Se o comissário for despedido por justa causa: terá o comissário direito a ser reembolsado pelos serviços úteis prestados ao comitente, restando a este, o direito de exigir daquele os prejuízos sofridos. ( Art 703cc)
Se o comissário for despedido sem justa causa: Terá direito a ser remunerado pelos serviços prestados, bem como a ser ressarcido pelas perdas e danos resultantes de sua dispensa. ( Art 705cc)
Remuneração do comissário
O comissionário também faz jus a retração dos bens adquiridos para o comitente, afim de assegurar o reembolso das despesas efetuadas para realizar o negócio convencionado, bem como o recebimento ajustado e eventuais jurus.
Remuneração do comissário
É um contrato típico, figura contratual autônoma, que se rege por normas específicas, distintas e concernentes a este.
Podem ser pessoa física ou pessoa jurídica
Nomenclatura:
Comitente: parte que encarrega outra pessoa de comprar ou vender bens móveis segundo as suas instruções e no seu interesse.
Comissário: é a outra parte, que realiza os negócios por conta ou a favor do comitente, nos limites das instruções recebidas, mediante retribuição denominada comissão.
Em geral, é ele um profissional do comércio, mas não necessariamente, pois na comissão , em tese, tanto pode desenvolver atividade comercial quanto civil. 
Características do contrato de comissão
Aproxima-se de outros contratos afins, como o de agência e distribuição, corretagem, dentre outros.
No código
italiano (Art 1.731) e espanhol (Art 1.717) definem comissão como figura particular do mandato, ou mandato sem representação.
O comissário age sempre em seu próprio nome, sendo o comitente desconhecido.
A comissão tem sempre por objeto negócios determinados.
O comissário integra o contrato com a parte contraente. (terceiro)
O comissário não é obrigado a declarar o nome do comitente e , ainda que o faça, não poderá inseri-lo como parte do contrato.
Características do contrato de comissão
No contrato de comissão não há a aludida opção, nem o comissário se propõe a comprar as mercadorias, que ficam apenas em seu poder para procurar um terceiro que possa adquiri-las, sendo remunerado por essa atividade, calculada a retribuição sobre o preço que o produto de venda vier alcançar.
Características do contrato de comissão
O comissário tem obrigação de cumprir o contrato agindo em conformidade com as ordens e instruções recebidas do comitente.(Art 695cc). Não há liberdade.
se o comissário se afastar das instruções recebidas, principalmente se for de caráter imperativo, que não dão liberdade de apreciação, e não meramente indicativos, responderá pelos danos causados perante o comitente e também perante terceiros.(Art 696cc)
será justificado os atos do comissário, se deles houver resultado vantagem para o comitente.
E ainda no caso que, não admitindo demora a realização do negócio, o comissário agiu de acordo com os usos (art 695cc). Relevância aos usos e costumes.
Direitos e obrigações do comissário
O comissário é obrigado a agir com cuidado e diligência, não só para evitar qualquer prejuízo ao comitente, mas ainda para lhe proporcionar o lucro que razoavelmente se podia esperar desse negócio.
A venda de mercadoria por preço inferior ao estipulado nas instruções do comitente , ou o da praça ou mercado onde o negócio se realiza, por exemplo, impõe ao comissário a repor a diferença.
o comissário não responde pela insolvência das pessoas com quem tratar, EXCETO em casos de culpa e se do contrato constar cláusula “ del credere”.( Art’s 697 e 698 cc)
Responde o comissário se , ao tempo da conclusão do negócio, a insolvência do terceiro era notória, ou se vencida a dívida, não se empenhou para haver o pagamento, sabendo a insolvência do devedor.
Direitos e obrigações do comissário
Se não houver instrução diversa do comitente, “ o comissário poderá autorizar dilação do prazo de pagamento em conformidade com os usos do lugar.(Art 699cc)
Não pode o comissário opor-se as novas diretrizes, uma vez que age em nome do comitente, embora o faça em seu nome.
Se as mudanças trouxerem prejuízos ao comissário, o mesmo terá direito de ser indenizado pelo comitente.
O comissário tem direito a sua comissão pelos serviços prestados.
Direitos e obrigações do comissário
O comitente é obrigado a executar o contrato celebrado com o comissário na conformidade de suas instruções.
Cumpre-lhe colocar as mercadorias, nos casos de venda, a disposição do comissário, antecipadamente ou no prazo fixado para a sua entrega.
Obriga-se a pagar a remuneração devida sendo em forma de comissão, bem como adiantar numerário necessário as despesas do comissário.
É direito do comitente alterar a qualquer tempo as instruções dadas ao comissário.
O comitente não pode despedir o comissário sem justa causa.
Direitos e obrigações do comitente
O comissário não responde em geral pela insolvência das pessoas com quem contrata, exceto nos casos de culpa e de constar no contrato a cláusula “del credere”.(Art 697 cc)
Se houver tal clausula, o comissário irá responder solidariamente com as pessoas que houver tratado em nome do comitente, caso em que, salvo estipulado em contrário, o comissário tem direito a remuneração mais elevada, para compensar o ônus assumido.
Segurança para o comitente.
Maior remuneração ao comissário.
Comissões “ del credere”
CONTRATO DE AGÊNCIA E DISTRIBUIÇÃO
Palestrante: Luiz Tavares da Silva
Arts. 710 à 721. CC
A transformação da representação comercial pelo código civil.
Contrato de agência e distribuição
Lei 8.420 (8 de maio , 1992)
Art 1º: Exerce a representação comercial autônoma a pessoa jurídica ou a pessoa física, sem relação de emprego; que desempenha, em caráter não eventual por conta de uma ou mais pessoas, a mediação para a realização de negócios mercantis, agenciando propostas ou pedidos, para transmiti-los aos representados, praticando ou não atos relacionados com a execução dos negócios.
Contrato de agência e distribuição
Art. 710. Pelo contrato de agência ou distribuição, uma pessoa assume, em caráter não eventual e sem de dependência, a obrigação de promover, á conta de outra, mediante retribuição, vínculos a realização de certos negócios, em zona determinada, caracterizando-se a distribuição quando o agente tiver à sua disposição a coisa a ser negociada;
Contrato de agência e distribuição
Contrato de Agência x Contrato de Distribuição
Contrato de agência e distribuição
CONTRATO DE AGÊNCIA:
 	“o agente, sem vínculo de subordinação, e sem deter a coisa que comercializa, realiza negócios, em área determinada, fazendo jus a uma remuneração fixa ou percentual”.
CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO:
	“posto deva também empreender negócios à conta e no interesse de terceiro, o distribuidor já tem à sua disposição a coisa negociada”. É o acordo em que o produtor, oferecendo vantagens especiais, compromete-se a vender, continuadamente seus produtos, ao distribuidor para revenda em determinada área geográfica.
Contrato de agência e distribuição
Consensuais
Bilaterais
Onerosos
Comutativos
Nominados
Intuiti personae
De duração
Informais 
 Características Gerais 
Elementos caracterizadores do contrato Agência
-Obrigação do agente de promover a conclusão do contrato
por conta do proponente.
-Profissionalidade do Representante ( Lei 4.886/65, arts 2° 
a 12, 18 e 19).
-Autonomia da prestação de serviço.
-Habitualidade de serviço.
-Delimitação da zona onde será desenvolvida a atividade 
do agente.
-Retribuição do representante pelo agenciamento.
Exclusividade
Remuneração
Ver atendidos os seus pedidos
Liberdade de ação
Ressarcir-se de prejuízos causados por inadimplemento do proponente (CC, art. 715)
(Art 715. -> O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o proponente sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-la tanto que se torne antieconômica a continuação do contrato.)
Direitos do agente
Exercer suas atividades conforme instruções recebidas art, 712 CC.
Conseguir negócios em favor do representado.
Pagar as despesas decorrentes do agenciamento.
Prestas contas de suas atividades (Lei 4.886/65 art, 19, e).
Manter sob sigilo as atividades de representação (Lei 4.886/65 art, 19, e).
DEVERES DO REPRESENTADO:
Pagar a remuneração dos serviços prestados pelo representante ( CC arts, 714, 716 e 719;
Respeitar a exclusividade de suas atividades prevista no contrato ( CC, art, 711)
Obrigações do representante
DIREITOS DO REPRESENTADO
Reter o pagamento do representante, nos casos em que ocorrer
Rescisão do contrato por culpa dele, para garantis a indenização dos 
danos causados com a rescisão;
Conferir poderes ao agente para que este o represente na conclusão
Dos contratos ( CC art, 710, parágrafo unico.).
Pelo decurso do prazo
Pela resilição unilateral ( CC, art 720).
Pela resolução por inexecução contratual (Lei 4.886, art 35);
Pelo distrato
Pela força maior ou caso fortuito
Pela morte do agente
Extinção do contrato
REQUISITOS SUBJETIVOS:
Ter-se-á de um lado o concedente ou o produtor, sela ele fabricante ou manipulador do produto, e de outro lado o distribuidor, que se obriga a revender os produtos e prestar assistência técnica, em seu nome e risco.
REQUISITOS OBJETIVOS:
O produto comercializado, objeto da distribuição, deverá ser fabricado pelo fabricante e destinado à revenda na área delimitada fixada pelo produtor.
CONTRATO DE DISTRIBUIÇÃO
Não efetuar vendas direta
Respeitar a exclusividade
reservada ao distribuidor.
Promover propaganda dos produtos a erem revendidos pelo distribuidor.
Não exigir o pagamento antes do faturamento.
Cumprir, se rescindir o contrato os arts 24 e 25 da Lei 6.729/79.( indenização sobre o percentual do faturamento projetado na operação).
Obrigações do concedente ou produtor.
Vender os produtos fornecidos pelo concedente ao fabricante.
Ter uma reserva de estoque.
Dirigir a publicidade.
Dar garantia do produto à clientela.
Arcar com as despesas de execução do contrato (CC art, 713).
Caso rescinda o contrato deverá pagar 5% do total das mercadorias que adquiriu nos últimos 4 meses.
Deveres do distribuidor.
Vencimento do prazo contratual
Denúncia justificada de uma parte à outra
Inadimplemento contratual
Extinção do sistema de distribuição
Distrato
Resilição unilateral do fabricante
Força maior ou caso fortuito
Casos de resolução do contrato
Art. 711. Salvo ajuste, o proponente não pode constituir, ao mesmo tempo, mais de um agente, na mesma zona, com idêntica incumbência; nem pode o agente assumir o encargo de nela tratar de negócios do mesmo gênero, à conta de outros proponentes.
Art. 712. O agente, no desempenho que lhe foi cometido, deve agir com toda diligência, atendo-se às instruções recebidas do proponente.
Art. 713. Salvo estipulação diversa, todas as despesas com a agência ou distribuição correm a cargo do agente ou distribuidor.
Direitos e obrigações das partes.
Art. 714. Salvo ajuste, o agente ou distribuidor terá direito à remuneração correspondente aos negócios concluídos dentro de sua zona, ainda que sem a sua interferência.
Art. 715. O agente ou distribuidor tem direito à indenização se o proponente, sem justa causa, cessar o atendimento das propostas ou reduzi-lo tanto que se torna antieconômica a continuação do contrato.
Art. 716. A remuneração será devida ao agente também quando o negócio deixar de ser realizado por fato imputável ao proponente.
Direitos e obrigações das partes
Art. 717. Ainda que dispensado por justa causa, terá o agente direito a ser remunerado pelos serviços úteis prestados ao proponente, sem embargo de haver este perdas e danos pelos prejuízos sofridos.
Art. 718. Se a dispensa se der sem culpa do agente, terá ele direito à remuneração até então devida, inclusive sobre os negócios pendentes, além das indenizações previstas em lei especial.
Art. 719. Se o agente não puder continuar o trabalho por motivo de força maior, terá direito à remuneração correspondente aos serviços realizados, cabendo esse direito aos herdeiros no caso de morte.
Direitos e obrigações das partes. 
DO CONTRATO DE CORRTETAGEM
Palestrante: Elaine Patrícia Tenório de Oliveira
1.Introdução e conceito:
Devemos salientar inicialmente que o código civil de 1916 nada dispôs em seus 1807 artigos sobre o contrato de mediação ou, também denominado, contrato de corretagem.
O primeiro dispositivo legal que tratou da corretagem foi o Código Comercial, mas este instituto legal em nenhum momento disciplinou sobre o contrato. O Código Comercial tão somente regulamentou, em caráter geral, a profissão dos corretores, abordando em seus artigos 36 a 67, seus direitos e suas obrigações.
Existia uma lacuna legal deixada pelo Código Comercial e pelo Código Civil de 1916 quanto ao Contrato de Corretagem, a qual somente foi sanada pelo Código Civil de 2002, que passa a disciplinar o Contrato de Corretagem, abrangendo todas as modalidades de corretagem, deixando para o Código Comercial e para as leis específicas a regulamentação da profissão do Corretor.
Contrato de corretagem
De acordo com o código civil de 2002, em seu artigo 722:
Pelo contrato de corretagem, uma pessoa, não ligada a outra em virtude de mandato, de prestação de serviços ou por qualquer relação de dependência, obriga-se a obter para a segunda um ou mais negócios, conforme as instruções recebidas.
Para o professor e doutrinador Marco Aurélio Viana:
O Contrato de Corretagem é aquele pelo qual uma parte obriga-se para com outra a aproximar interessados e obter a conclusão de negócios, sem subordinação e mediante uma remuneração.
1.2 DO CONCEITO PODEMOS ESTABELECER O DEVEDOR, O CREDOR E O OBJETO DA RELAÇÃO JURÍDICA EM TELA:
DEVEDOR = CORRETOR
CREDOR = COMITENTE
OBJETO DO CONTRATO DE CORRETAGEM = OBRIGAÇÃO DE FAZER
Contrato de corretagem
1. REQUISITOS DE VALIDADE:
Agente capaz 
Objeto possível e lícito; 
Forma não defesa ou prescrita em lei.
2. CLASSIFICAÇÃO DO CONTRATO DE CORRETAGEM:
a) Típico.
b) Bilateral
c) Oneroso
d) Consensual
e) Não solene
f) Aleatório
g) Acessório
Contrato de corretagem
3. ESPÉCIES DE CORRETAGEM:
A lei traz dois tipos de corretagem:
Corretores oficiais
Corretores livres
4. DAS OBRIGAÇÕES DO CORRETOR:
Dispõe no art. 723 do Novo Código:
“O corretor é obrigado a executar a mediação com a diligência e prudência que o negócio requer, prestando ao cliente, espontaneamente, todas as informações sobre o andamento dos negócios; deve, ainda, sob pena de responder por perdas e danos, prestar ao cliente todos os esclarecimentos que estiverem ao seu alcance, acerca da segurança ou risco do negócio, das alterações de valores e do mais que possa influir nos resultados da incumbência.”
Assim, o Corretor tem como dever :
Contrato de corretagem.
a) Ser prudente e diligente ao executar o objeto do contrato, ou seja, a mediação do negócio, devendo agir sem que propicie a realização de contratos nulos e anuláveis; 
b) Prestar todas as informações sobre o andamento dos negócios, sempre de forma espontânea, visto que faz parte das suas atribuições de intermediador de negócios;
c) Prestar todos os esclarecimentos sobre a segurança ou risco do negócio, as alterações de valores, e demais fatores que possam influir no resultado realização do negócio, sob pena se não o fizer, de responder por perdas e danos causados em razão da omissão de algum fator que estava ao seu alcance;
Contrato de corretagem.
5. DOS DIREITOS DO CORRETOR:
5.1. Da Remuneração.
Em razão do serviço que presta, colocando em relação duas ou mais pessoas para a conclusão do negócio que desejam contratar, o corretor terá direito a receber uma remuneração .
De acordo com os ensinamentos da ilustre professora Maria Helena Diniz, a remuneração, que normalmente é designada como Comissão, pode ser Fixa : quando o seu quantum for uma importância certa, independente do valor do negócio; e Variável : quando proporcional ao valor da transação conseguida, respeitando o limite mínimo.
O Novo Código Civil dispõe em seu art.724 que se a remuneração do corretor "não estiver fixada em lei, nem ajustada entre as partes, será arbitrada segundo a natureza do negócio e os usos locais".
Assim, o artigo em tela dispõe que na ausência de estipulação legal ou contratual do quantum da comissão, esta deverá ser fixada de acordo com os Usos e Costumes em razão da natureza do negócio.
Contrato de corretagem.
5.2. Requisitos Legais que ensejam o Direito à Remuneração.
Art. 725 do CC: 
Como regra geral, o corretor fará jus à sua comissão caso tenha aproximado as partes e estas tenham efetivado o contrato.
 A remuneração também será devida quando, aproximada as partes, o negócio não se implementar em razão do arrependimento dos interessados.
Art. 726 do CC: 
Iniciado e concluído o negócio entre as partes, o corretor não fará jus à comissão, porém caso o contrato de mediação tenha expressa a cláusula de exclusividade, a remuneração será devida. 
OBS: o corretor que tiver exclusividade não terá direito à comissão se provada a sua inércia ou ociosidade.
Contrato de corretagem.
Art. 727 do CC:
Se, por não haver prazo determinado, o dono do negócio dispensar o corretor e o negócio de realizar posteriormente, como fruto da sua mediação, a corretagem lhe será devida; igual solução se adotará se o negócio se realizar após a decorrência do prazo contratual, mas por efeito, mas por efeito dos trabalhos do corretor.
Art. 728 do CC:
Se o negócio se concluir com
a intermediação de mais de um corretor, a remuneração será paga a todos em partes iguais, salvo ajuste em contrário.
Contrato de corretagem.
Segundo o entendimento do ilustre doutrinador Orlando Gomes:
O Corretor perderá o direito à remuneração se o contrato for nulo, e a anulabilidade somente seria oponível ao corretor se a causa fosse de seu conhecimento.
6. CAUSAS EXTINTIVAS DO CONTRATO DE CORRETAGEM:
a) Atingimento de sua finalidade
b) A morte 
c) O decurso do prazo convencionado
d) Distrato
e) Denúncia.
Contrato de corretagem.
GONÇALVES, Carlos Alberto. Direito Civil Brasileiro: Contratos e Atos Unilaterais. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 2013. v. 3.
Diniz, Maria Helena. Curso de direito brasileiro. Teoria dos obrigações contratuais e extracontratuais.25.ed.São Paulo: Saraiva. 2009.
TARTUCE, Flávio; BERNARDINO, Humberto Dalla. Direito Civil .Teoria Geral Dos Contratos e Contratos Em Espécie. Vol. 3. 11ª ed. 2016.
GAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO. Rodolfo Pamplona. Novo curso de direito civil.contratos em espécie.vol 04.tomo II.ed Saraiva.2013.
Fontes de pesquisa.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando