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apostila Iuris de direito penal

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APOSTILA DE PROCESSO PENAL
PROF. Elisa Pittaro
APOSTILA 1 : Inquérito/ação/competência/provas/prisão/liberdade
Inquérito Policial:
É o conjunto de diligencias realizado pela polícia judicial com o objetivo de apurar o crime e sua respectiva autoria, permitindo o ajuizamento da ação penal.
Natureza jurídica: é um procedimento administrativo, não é um processo pois não há lide por isso não tem contraditório. 
CARACTERÍSTICAS:
Inquisitivo: não submetido ao contraditório.
Conseqüência: incomunicabilidade do indiciado (art. 21 CPP) → recepcionado pela CR/88? 2 correntes: 
Primeira: a CR só vetou a incomunicabilidade no 136, § 3º.
Segunda: não foi recepcionado, pois se em situções excepcionais não pode muito menos razão no IP. 
2 – Sigiloso: art. 20 CPP.
3 - Escrito: art. 9 CPP.
4 – Unidirecional: a autoridade policial não pode emitir um juízo de valor, ou seja, finda as investigações ela deverá elaborar um relatório realizando uma interpretação provisória de determinada conduta criminosa.
5 – Dispensável: o promotor pode oferecer denúncia com base nas chamadas pecas de informação desde que haja justa causa.
	
 FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO IP: (art. 5º CPP)
DE OFÍCIO: significa sem provocação, por conta de suas atividades rotineiras, sem qualquer provocação. Somente nos crimes de ação penal pública incondicionada
Requisição - significa ordem porque a atividade da policia é meio para a atividade final do MP. A autoridade policial não tem qualquer mérito – nos crimes de ação penal pública.
REQUISIÇÃO DO JUIZ: juiz requisitar a instauração de IP fere o sistema acusatório. 2 entendimentos.
Polastri: este dispositivo é inconstitucional porque o juiz não tem qualquer ingerência no IP. Se o magistrado tiver conhecimento da prática de um crime deverá encaminhá-lo ao membro do MP e só.
Geraldo Prado (minoritário): o que o juiz não ode fazer é conduzir as investigações, determinar a realização de diligencias, mas excepcionalmente ele pode determinar a instauração de um IP e se afastar, sem comprometer a sua imparcialidade.
REQUERIMENTO DA VÍTIMA: ocorre quando a vítima comunica a prática de um delito sendo possível que a autoridade policial instaure ou não IP (a autoridade faz uma análise, mas sendo crime tem de instaurar sob pena de prevaricação. Ação penal pública ou privada.
REPRESENTAÇÃO DO OFENDIDO:
Representação: é uma espécie de pedido autorização para que seja instaurado o IP e a respectiva ação penal, tendo natureza jurídica de condição de procedibilidade.
	A representação não exige forma específica, sendo pacífico nos nossos tribunais que o comparecimento espontâneo da vítima a DP para narrar o fato criminoso deve ser entendido como representação
→HC 86058-STF: o simples fato da vítima não ter manifestado oposição a uma investigação subentende-se que ela representou. (apesar de não ter comparecido espontaneamente, toda vez que ela é chamada comparece e ajuda).
	A representação é direcionada ao fato criminoso, independente de quem seja o autor. (logo, não existe renúncia tácita contra um dos autores. NÃO confundir com a queixa crime.
DELITOS POLÊMICOS:
Vias de fato (contravenção): art. 21 da LCP. Segundo o art. 17 (DL 3688/41) é ação penal pública incondicionada.
PERGUNTA: O crime de lesão corporal leve previsto no artigo 129 caput do CP apresenta ação penal de natureza pública condicionada à representação, enquanto que a contravenção penal vias de fato delito muito mais brando apresenta ação penal de natureza pública incondicionada. Seria correto exigirmos a representação na contravenção penal?
R: 2 entendimentos:
Prevalece nos tribunais estaduais que a contravenção exige representação sob pena de violarmos o princípio da proporcionalidade. (na prática tem se cobrado a representação);
O STF diz que a contravenção penal apresenta ação penal de natureza pública incondicionada, pois a lei 9.099 artigo 88 não fez qualquer menção a contravenção penal vias de fato. Interpretação literal.
Violência doméstica: lesão corporal leve que dentro de um contexto caracteriza violência doméstica. Independente das polemicas não é da competência do JECRIM porque a pena máxima é 03 anos.
OBS: Ação penal pública incondicionada ou condicionada à representação? 
→artigo 41 da L. não permite a aplicação da lei 9099 em casos que envolvam violência doméstica. Logo, não posso aplicar o seu art. 88 (que exige a representação) sendo a ação penal pública incondicionada.
Majoritário : o art. 41 da L. 11340 proíbe a aplicação da lei 9099 em todos os casos de violência doméstica. Desta forma, não sendo possível aplicarmos o art. 88 da lei 9099 a ação penal é pública incondicionada;
Minoritário : O art. 41 da lei 11340 é inconstitucional por afronta ao princípio da isonomia. Ademais, são delitos que ocorrem dentro de um contexto familiar, razão pela qual a manifestação de vontade dos envolvidos é pertinente.
→O art. 16 da L. 11.340 permite a retratação da representação desde que realizada em juízo. Desta forma, para todos os crimes do CP que exigem representação co m a ameaça, poderão ser retratados em juízo. Este art. não se aplica a lesão corporal, 
Vítima pobre em crimes contra os costumes (art. 225 do CP): em regra ação penal privada, só que quando a vitima for pobre deve ser proposta pelo MP.
DILIGÊNCIAS INVESTIGATÓRIAS NO CURSO DO IP: art. 6 do CPP
A exigência do inciso II é feita no local, administrativamente.
Polícia faz qualquer exame pericial de ofício, SALVO o exame para verificar a insanidade mental do investigado e exame para verificar a dependência toxicológica, porque nestes dois casos haverá a necessidade da instauração de um incidente processual.
Identificação criminal do indiciado (impressão digital): O CPP sempre permitiu a identificação criminal havendo dúvidas se isso seria ou não um constrangimento ilegal. Surgiu a SUM. 568 STF dizendo que não era constrangimento ilegal. Após veio a CR/88 em seu art. 5, .
Com a entrada em vigor da CR/88 doutrina e jurisprudência questionaram a recepção ou não do art. 6, VIII do CPP, surgindo dois entendimentos.
Minoritário. O dispositivo é valido, pois a própria CR permite a identificação criminal nos termos previstos em lei. Logo, o CPP seria essa lei;
Majoritário: prevaleceu no STF que esse dispositivo não foi recepcionado pela CR havendo necessidade de uma lei específica para regulamentar a matéria. Surgiu o ECA e a lei 9034. Sendo certo que a lei 10.054/02 chegou para esgotar o assunto que trata da identificação criminal. Hoje, promover a identificação criminal fora das hipóteses destas leis é constrangimento ilegal.
PRISÕES NO CURSO DO IP:
PERGUNTA: É possível prisão preventiva no curso do IP? 2 entendimentos:
1°- (MAJORITÁRIA). Não pode, pois os requisitos que autorizam a preventiva quando presentes determinam o oferecimento da denúncia.
2°- É possível, pois o art. 311 autoriza expressamente, ademais a prisão temporária elenca apenas alguns crimes, de forma que diversos delitos não seriam objeto de qualquer prisão no curso das investigações.
PRISÃO TEMPORÁRIA: lei 7960
Alguns afirmam ser inconstitucional por apresentar a Eli um vicio de forma visto que surgiu a partir da MP 111, ou seja, poder executivo legislando sobre processo penal. É o que alguns chamam de inconstitucional orgânica. Para outros ela não teria natureza cautelar porque pela lei 7960 o individuo é preso para depois ser investigado quando o correto seria o contrário.
Nossos tribunais a consideram válida.
PERGUNTA: Quais os requisitos da prisão temporária? 4 entendimentos:
1°- Damásio e Capez. Precisamos sempre da presença do inciso terceiro que sinalizaria o fumus mais a presença do inciso I ou II que sinalizariam o periculum.
2°- Para Mirabete os incisos são alternativos (I ou II ou III);
3°- Vicente Greco. É possível decretar a temporária quando presentes os motivos queautorizam a preventiva.
4°- Pollastri e Paccelli precisamos sempre dos incisos III e I o II é redundante, pois a hipótese tratada no inciso II na verdade está contida no inciso I.
PERGUNTA: Só cabe temporária em IP?
R: Não, admite-se a temporária em outras formas de investigação, como por exemplo, investigação direta pelo MP.
PERGUNTA: art. 3 da lei 7960 este rol é taxativo? (ou seja, cabe temporária o crime de tortura)
1°- A lei 8072 ampliou o rol de delitos que admitem temporária, ou seja, todos os crimes hediondos que estejam ou não previstos na lei 7960 poderão ser objeto de prisão temporária. (MAJORITÁRIA);
2°- Não houve ampliação, só caberá temporária nos crimes hediondos que também estejam previstos na lei 7960.
PERGUNTA: Temporária em crime de ação penal privada?
R: 1°- Paulo Rangel diz que não pode, porque os princípios orientadores das ações penais privadas são incompatíveis com essa prisão. Só cabe prisão temporária no estupro e no atentado violento ao pudor quando sua ação penal for pública nunca quando for privada (não foi dada legitimidade ao querelante no art. 2);
2°- (MAJORITÁRIO em nossos tribunais). É possível, pois alei autorizou ao incluir estupro e atentado violento ao pudor no rol de delitos que admitem esta prisão. Nesse casos, quem terá legitimidade para representar pela temporária será a autoridade policial e não o querelante.
PERGUNTA: Cabe recurso contra decisão que decreta temporária?
R: Não. Cabe HC que não é recurso.
PERGUNTA: E da decisão que indefere a temporária? 2 entendimentos;
1°- Caberá recurso em sentido estrito, pois o rol de hipóteses previstos no artigo 581 é taxativo na sua essência, mas admite ampliação através do emprego de interpretação extensiva.
2°- O art. 581 é literalmente taxativo, salvo uma ou outra hipótese, em situações não previstas aí caberá apelação residual do art. 593, II.
INDICIAMENTO: 
Ocorre quando todas as “provas” do IP apontam para alguém como sendo o suposto autor de um fato criminoso. A partir do indiciamento já consta na FAC dele que está respondendo a um fato criminoso.
O indiciamento NÃO é imprescindível ao oferecimento da denúncia, o promotor pode oferecê-la antes de isso ocorrer.
O indiciamento não vincula o MP, não está subordinado.
PERGUNTA: Como fica o indiciamento de alguém que foi arquivado, ou seja, o promotor pediu o arquivamento?
R: O STF no INFO 462 disse que a hipótese não é de anular o indiciamento, mas sim desconsiderar o seu registro.
PERGUNTA: É possível indiciar alguém que tem foro por prerrogativa de função?
R: Não, porque isto esvaziaria a garantia decorrente das normas de prerrogativas de função. Se for apontado como autor um juiz deve se parar tudo e enviar para o Conselho de Magistratura. Porém, STF no INFO 483 (operação sangue suga) entendeu que era válido polícia federal investigar e indiciar Senador.
ARQUIVAMENTO: 
Ocorre quando a autoridade policial não tem condições de apurar o fato criminoso, ou seja, pois esgotadas as diligências não foi possível identificar o autor do crime. Só existe arquivamento com pedido do promotor com decisão judicial (o juiz atua no pedido de arquivamento por ser considerado fiscal do princípio da obrigatoriedade). A polícia em tese não pode pedir.
Se o juiz discordar do arquivamento aplica-se o art. 28. Aplicado o art. 28 três coisas podem ocorrer:
PGJ concordar com o promotor e entender que a hipótese é de arquivamento;
Entende que a hipótese é de denúncia e ele próprio a oferece;
PGJ designa outro promotor para oferecer a denúncia. Este outro pode se negar? 2 entendimentos:
Este promotor estaria agindo por delegação do procurador geral razão pela qual ele não pode se recusar a denunciar;
Pode deixar de oferecer a denúncia em razão da sua independência funcional.
→O arquivamento pode ser:
OBJETIVO: aquele onde o objeto do arquivamento é um fato ou fatos criminosos.
SUBJETIVO: aquele relacionado a sujeitos, autores do crime.
→Pode ser Explícito ou implícito.
EXPLÍCITO: direto. O promotor explicitamente ao magistrado, que assim o faz.
IMPLÍCITO: ocorre quando o promotor se omite em relação a algum fato criminoso ou autor na ocasião do oferecimento da denúncia e o juiz a recebe desta forma. Há quem diga se o magistrado receber a denúncia com esta omissão estaria chancelado a omissão.
*2 entendimentos acerca se existe ou não este arquivamento implícito.
(Afrânio, Rangel, Tornagui). O promotor só poderá aditar esta denúncia se surgirem novas provas, nos termos da súmula 524 do STF; (MINORITÁRIA)
(Polastri, Mirabete, STF). Não existe arquivamento implícito, pois o art. 28 do CPP e a súmula 524 do STF exigem pedido do promotor e manifestação judicial expressa no sentido de arquivar os autos do inquérito. Ademais, segundo eles, o art. 569 do CPP permite que as omissões da denúncia sejam supridas a qualquer momento. (MAJORITÁRIA).
→Art. 18 do CPP e SÚM 524 do STF:
O art. 18 serve quando houver necessidade de prosseguir com as investigações, pedido de desarquivamento. (IP homicídio arquivado e após o delegado recebe a noticia da existência de uma pessoa que apresentaria testemunhas). 
O PGJ é o único que tem atribuição para desarquivar o IP (na prática o juiz desarquiva).
Aplica-se a súmula quando surgem novas provas que permitem o oferecimento imediato da denúncia. (você promotor recebe em seu gabinete três pessoas testemunhas visuais de um latrocínio arquivado).
AÇÃO PENAL.
Conceito de ação: é o direito subjetivo público de se dirigir ao Estado Juiz pedindo à aplicação do direito objetivo com a pacificação de um conflito de interesses.
PÚBLICAS:
Princípios norteadores:
Obrigatoriedade (ou legalidade): presentes os requisitos legais o promotor deve deflagrar a ação penal, ou seja, ele não pode deixar de denunciar por questões de política criminal.
PERGUNTA: A transação penal mitigou o principio da obrigatoriedade? 2 entendimentos.
(MAJORITÁRIA – Ada). Houve mitigação, pois o promotor deixa de denunciar para fazer a proposta de transação (discricionariedade regrada);
(Afrânio). Não houve mitigação, pois quando o promotor exerce a proposta de transação esta exercendo uma ação penal diferente. Quando faz a proposta ele faz uma imputação, além de uma análise de tipicidade, propõe a aplicação de uma pena tudo isso perante o poder judiciário, sendo, portanto, uma ação.
PERGUNTA: Natureza jurídica da transação? 2 entendimentos.
(MAJORITÁRIA). Trata-se de direito subjetivo do réu, ou seja, preenchidos os requisito s legais o promotor tem de fazer a proposta;
(Afrânio). Poder discricionário do membro do MP. Esta discricionariedade sempre existiu nas ações penais privadas, pois o querelante pode renunciar, perdoar, sem que estes sejam direitos subjetivos do querelado;
(Polastri). Fala em um poder-dever.
PERGUNTA: Já que é um direito subjetivo o que fazer quando o promotor não faz a proposta de transação?
(Enunciado de coordenadores de juizado). Diz que o juiz deverá fazer a proposta de ofício já que se trata de um direito subjetivo do réu.
(Damásio). Para que não haja ofensa a imparcialidade e ao sistema acusatório o juiz fará a proposta a pedido da defesa;
(TJ-SP). Como é um poder discricionário não há nada ser feito;
(César Roberto Bittencourt). Não podemos aplicar o art. 28 do CPP, porque este art. serve para proteger interesses do Estado e não do réu. A solução será impetrar HC contra o membro do MP;
Devemos aplicar analogicamente a súmula 696 do STF remetendo o feito ao PGJ (art. 28 do CPP). 
PERGUNTA: Cabe transação penal em crime de ação penal privada?
R: O art. 66 é claro ao se referir à denúncia, ao MP. Mas temos 3 entendimentos.
(MAJORITÁRIA - Ada e STJ). Quem pode o mais pode o mesmo. Se o querelante pode perdoar, renunciar, ele também pode transacionar. Ademais, o querelado pobre que não pudesse arcar com a composição covil dos danos seria prejudicado, poissó lhe restaria se submeter a uma ação penal; (fere a isonomia);
(Geraldo Prado). Não cabe, pois os institutos que dão ao querelante a disponibilidade da ação penal têm natureza processual, como o perdão e a renúncia. Em nenhum momento foi dado ao querelante à possibilidade de dispor sobre a aplicação de uma pena;
(Polastri). A lei foi muito clara a transação é para ação pública.
Indivisibilidade: a ação penal deve ser proposta em face de todos os autores de um crime.
Para o STF, acompanhada da doutrina do Mirabete, seria divisível já que para ele não existe arquivamento implícito, sem contar que o nosso CPP só diz que a ação penal privada é indivisível, não a pública.
	PERGUNTA: A lei 9099 mitigou o princípio da indivisibilidade?
	R: Posso ter vários réus e uns aceitarem e outros não a transação penal. O promotor só vai denunciar àqueles que não aceitaram.
Indisponibilidade: o MP não pode desistir da ação penal (art. 42 e art. 576 do PP).
Oficialidade: o titular da ação pública é um órgão público que exerce em nome do Estado a pretensão punitiva;
Intranscendência: a ação penal só pode ser proposta em face do autor do crime (diferente de outros países que pode ser também em face dos representantes).
*Ação Penal pública Condicionada à Representação:
Representação: é uma espécie de pedido/autorização para que seja instaurado o inquérito e a respectiva ação penal. 
Natureza jurídica: condição de procedibilidade.
Legitimidade: o fendido ou o seu representante legal, sob pena de decadência.
OBS: se hoje o ofendido tiver 17 anos só pode representar o seu representante. Se o representante não o fizer gera decadência.
OBS: No caso de já ter operado a decadência para o representante, quando a vítima completasse 18 anos poderia representar? 2 entendimentos:
Tourinho. Não é possível, pois a decadência do representante legal leva a extinção da punibilidade do fato criminoso;
Majoritário. SUM 594 do STF os prazos decadências são contados separadamente, ou seja, nada impediria da vítima agora exercer seu direito de representação.
PERGUNTA: É possível a retratação da retratação? 2 entendimentos:
Tourinho. Não é possível porque a retratação extingue a punibilidade;
MAJORITÁRIO. É possível desde que ocorra dentro do prazo decadencial de 06 meses.
Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
Requisição: é um ato administrativo discricionário de forte cunho político do Ministro da Justiça.
		
Natureza jurídica: condição de procedibilidade.
Não existe prazo decadencial para a requisição.
AÇÃO PENAL PRIVADA
→Razões que levam o legislador a afirmar que um delito terá ou não ação penal privada. Critérios:
Tenuidade da lesão;
Acentuado caráter privado do bem jurídico tutelado;
Prejuízo com a publicidade de um processo.
Há quem diga que as ações penais privadas não existem mais com a CR/88, pois o que move a vítima é o sentimento de vingança que seria incompatível com os fins do direito penal. Sem contar que esta ação penal seria incompatível com o fato do direito penal ser a ultima racio.
→PRINCÍPIOS ORIENTADORES:
Oportunidade ou conveniência: o ofendido propõe a queixa se quiser. Há total discricionariedade em propor ou não a ação penal.
Institutos que materializam este princípio: renúncia e decadência.
Renúncia:
É comunicável (atinge a todos; se renuncia para um, renuncia para todos);
Ato unilateral, não há necessidade de aceitação.
Só existe renúncia em ação penal privada? Pelo CPP sim. Porém, pela lei 9099 (art. 74) a composição civil dos danos homologada pelo juiz provoca renúncia à representação.
Decadência: refere-se ao exercício do direito de queixa ou representação, via de regra a lei estabelece um prazo de 06 meses que é normalmente fatal, não é suspenso nem interrompido (corre em face de todos seja criança,
Exceção: lei de imprensa (art.41, §1º) prazo de 03 meses (apesar de chamado pela lei de prescricional trata-se de prazo decadencial porque está relacionado ao mesmo direito previsto no CPP.
Disponibilidade: significa que o querelante pode desistir da ação penal.
Institutos que materializam este princípio: perdão do ofendido e perempção.
Indivisibilidade: significa que a ação penal deve ser proposta em face de todos os autores do crime.
E se o querelante se omitir em relação a algum autor?
O art. 45 e 48 mandando o MP aditar e o art. 49 afirmando que acarretará renúncia.
Damásio e Polastri. O CPP não deu ao MP poderes para incluir querelados, cabe ao MP velar pela indivisibilidade pedindo a extinção da punibilidade em face de todos os autores;
Sérgio Demoro. Existe uma contradição entre os dispositivos legais cuja solução é utilizar o indubio pro réu de forma que esta omissão caracterize renúncia tácita;
Mirabete. Há necessidade de investigarmos a razão da omissão, ou seja, se houve um erro material o MP poderia aditar a queixa, agora se ele não incluiu o querelado porque não quis, o perdoou houve renúncia tácita que se estenderá a todos os autores.
Paccelli. O promotor pode aditar velando pela indivisibilidade, pois existem situações onde o querelante pode ter um posicionamento processual diverso do MP. Como, por exemplo, ele entende que não existe justa cauã para queixa e o MP acha que tem e adita; discorda do indiciamento feito pelo delegado.
PERGUNTA: Promotor pode aditar a queixa para incluir um crime de ação penal privada?
R: Nunca, por conta do princípio da oportunidade.
PERGUNTA: Pode aditar para incluir crime de ação penal pública?
R: Nunca. Não tem legitimidade para fazê-lo. Teria que ser oferecida denúncia, que pela conexão correrá paralelamente a queixa.
Intranscendência: significa que a ação penal só pode ser proposta em face dos autores do crime.
→ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL PRIVADA:
OBS: Pública subsidiária da pública? Decreto lei 201 – art. 2º: prevê que o MPF poderá denunciar em caso de inércia do MPE. (há quem diga que não foi recepcionado pela CR).
Ação penal privada subsidiária da pública: só pode ocorrer nos caso de inércia do MP.
Personalíssima: somente o ofendido e mais ninguém pode propor a ação penal e somente ele pode dar andamento a ação. A morte do ofendido aqui é causa de extinção da punibilidade.
Hoje só existe no art. 236 do CP.
Se a vítima tiver 17 anos? Deverá aguardar completar os 18 anos para propor a cão penal, pois lhe falta capacidade processual (não pode representante legal).
Se a vítima for doente mental? Tourinho diz que esta ação penal só poderá ser intentada quando ela recuperar a sanidade mental, sem contar que será difícil caracterizar estes delitos considerando o bem jurídico tutelado por este crime e o estado pessoal da vítima.
Adesiva: ocorre quando houver conexão entre um crime de ação penal pública e um de ação privada de modo que as duas devam correr paralelamente.
Propriamente dita (ou exclusivamente privada): é aquela proposta mediante queixa ofertada pela vítima ou por quem legalmente a represente com a possibilidade de seus sucessores prosseguirem com a ação penal.
Crimes contra os costumes, contra a propriedade imaterial e nos contra a honra.
→AÇÃO PENAL NOS CRIMES CONTRA A HONRA:
Em regra: art. 145 do CPP.
Exceções:
Injúria real: quando causa na vítima lesão corporal.
A intenção é de humilhar, mas acaba por ser feito um contato físico (normalmente vias de fato ou lesão leve). Se for lesão leve a ação penal será pública condicionada à representação. Se for praticada com vias de fato será ação penal privada.
Crime contra a honra de presidente da república ou chefe de governo estrangeiro: será pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça.
Crime contra a honra de funcionário público praticado em razão de suas funções: pela lei a ação penal é pública condicionada à representação. Porém, para o STF conformesúmula 714 há legitimidade concorrente com o ofendido mediante queixa. (a vítima tem caminho a escolher)
 JURISDIÇÃO:
Conceito: é ao mesmo tempo um poder, uma função e uma atividade. Poder porque é uma manifestação do poder estatal que decide imperativamente, impondo as suas decisões. É uma função porque expressa o encargo que tem os órgãos estatais de promovera pacificação de conflitos de interesse. Por fim, é uma atividade porque é um complexo de atos praticados pelo juiz no curso do processo.
Todo o juiz tem após ser empossado. O que ele pode não ter é competência.
Em regra só juiz pode exercer jurisdição, mas a CR pode dar excepcionalmente este poder a outros órgãos (ex: Senado – art. 56 da CR).
Princípios que norteiam a jurisdição:
Inércia (ne procedat iudex ex officio): o juiz não pode agir de ofício, logo toda a atividade jurisdicional é provocada.
HC de ofício? Art. 654, § 2º do CPP. HC é uma ação autônoma, logo como pode o juiz concedê-lo de ofício?
Para Ada em nome da proteção ao direito de locomoção, excepcionalmente o juiz pode deflagrar esta atividade jurisdicional. Seria uma exceção ao princípio da inércia.
Indeclinabilidade (ou inafastabilidade – art. 5º, XXXV da CR): por este princípio está garantido a todos o acesso judiciário, o qual não pode deixar de apreciar o que lhe pedem;
Investidura: a atividade jurisdicional só pode ser exercida por juiz, sob pena de inexistência jurídica do processo. Só pode ser mitigado pela própria constituição, como ocorre nos crimes de responsabilidade do PR que quem julga é o Senado;
Aderência (ou improrrogabilidade): juiz só pode exercer jurisdição dentre dos limites fixados em lei. A exceção válida a este princípio são as regras de conexão ou continência ou o pedido de desaforamento do art. 424 do CPP;
Indelegabilidade: não é possível delegar a outro órgão o exercício da atividade jurisdicional. Carta precatória não é exceção, pois aqui não há delegação alguma como ele não pode realizar aquele ato fora dos limites da sua comarca ele pede cooperação a outro órgão.
Lei 8038/90 – STF precisa ouvir uma testemunha aqui no RJ e expede carta de ordem para o Rio, sendo neste caso delegação porque o STF exerce competência em todo território. As cartas de ordem são, portanto, uma exceção a este princípio;
Juiz natural: proíbe-se a criação de tribunais de exceção e garante a apreciação do feito perante o juiz competente.
O STF vem entendendo que há violação ao princípio do juiz natural quando alguma norma de competência prevista na CR for violada.
Promotor natural: princípio constitucional implícito. Garante que ninguém será processado se não pelo órgão do MP dotado de amplas garantias constitucionais e institucionais.
É possível que o PGJ validamente coloque outro promotor em auxílio a determinado órgão com a concordância do titular, ocasião em que os promotores decidirão entre si a divisão do serviço. Porém, o STF já entendeu que a designação casuística de promotor para atuar em feito específico sem a concordância do titular implicaria em promotor de exceção. (HC 67559/RJ – M. Celso Melo)
 COMPETÊNCIA:
Conceito: é o âmbito legislativamente demarcado dentro do qual juízes e tribunais exercem a jurisdição.
Natureza jurídica: para a doutrina clássica é pressuposto processual de validade.
Para a doutrina clássica independente da regra de competência estar ou não na CR ela é pressuposto processual de validade, cuja inobservância é causa de nulidade. Porém, STF e a Ada vêm entendendo que o princípio do juiz natural é pressuposto processual de existência, isso em relação as regras de competência previstas na CR.
PERGUNTA: Caio pratica furto em uma agência da Caixa Econômica Federal (competência da justiça federal), sendo equivocadamente processado e absolvido perante a justiça estadual. Seria possível uma nova ação penal perante a justiça federal? 3 entendimentos:
Para aqueles que entendem que o vício na hipótese é nulidade não há nada a ser feito, pois não existem instrumentos processuais para desconstituir a coisa julgada na hipótese, visto que a revisão criminal só pode ser utilizada pro réu.
Para o STF o vicio é inexistência jurídica, razão pela qual não houve formação de coisa julgada o que autorizaria o MPF a deflagrar a segunda ação penal.
Ada concorda com STF no que se refere à inexistência jurídica. Porém, entende que não será possível uma 2ª ação penal em razão do Pacto de São José da Costa Rica proibir o bis in idem.
Classificação da competência:
Material: aquela que é estabelecida levando em conta os seguintes critérios;
Ratione materiae (natureza da infração): Júri; Jecrim;Militar
Ratione personae (qualidades do réu): Prerrogativa. de função
Ratione loci (territorial)
Funcional: é aquela onde a distribuição é feita entre diversos juízes de uma mesma instância ou instâncias diversas para atuarem em um mesmo processo. 
Horizontal: tudo juiz de 1º grau, como, por exemplo, júri que na 1ª fase é o juiz titular e na 2ª fase os jurados.
Vertical: 1º e 2º grau. Competência recursal.
→2º critério de classificação:
Competência absoluta: é aquela onde a distribuição de competência levou em consideração o interesse público e não o interesse da parte, ela não admite prorrogação e a sua inobservância é causa de nulidade absoluta, podendo ser alegada em qualquer momento, pois não há preclusão.
Ex: racione materiae; racione personae.
Relativa: é aquela onde a distribuição de competência levou em conta o interesse da parte, ela deve ser alegada no momento oportuno sob pena de preclusão e prorrogação.
Ex: racione loci.
Para a maioria da doutrina só é relativa no processual penal a competência territorial. No entanto, para Polastri existe mais uma, a competência em razão da matéria prevista em norma infraconstitucional. 
Competência:
Federal: art. 109 da CR/88:
IV – crimes políticos: lei 7.170, art. 30, diz que a competência é da justiça militar, mas este art. 30 não foi recepcionado pela CR, quem julga é a justiça federal.
IV, 2ª parte: natureza da pessoa jurídica é que determina. Autarquia e empresa pública federal (sociedade de economia mista é estadual – rede ferroviária).
Justiça federal não julga contravenção penal, conforme expresso no art. 109, IV e na súmula 38 do STJ. No entanto, se for contravenção conexa a crime da justiça federal temos 2 entendimentos:
Prevalece na doutrina. Deve haver a separação dos processos, pois a CR proibiu expressamente o julgamento de contravenção penal pela justiça federal.
STJ. Devemos aplicar analogicamente a súmula 122 do STJ e a justiça federal julgará os dois delitos, pois o a CR não autorizou foi o julgamento isolado de uma contravenção, o que não impede entendimento diverso na hipótese de conexão.
OBS: Crimes contra o meio ambiente: o posicionamento hoje é que em regra é da competência estadual, salvo se na situação concreta houver interesse da União como, por exemplo, desmatamento em área de reserva da União ou caçada de animais que estão em extinção a nível nacional, etc.
OBS 2: Índio: competência estadual (SUM 140 do STJ), salvo se na hipótese concreta houver interesse da União (matança ocorrida em reserva da União). O simples fato de ser índio não leva a competência para a federal.
V – crimes em trânsito (nacional e exterior): crime que o Brasil se obrigou a reprimir - tráfico internacional de drogas é da competência da federal segundo este artigo.
OBS: Apesar da flagrante inconstitucionalidade a SUM 522 do STF (exportação - justiça federal e importação – justiça estadual) estabelece a competência da justiça estadual para a hipótese de importação de drogas. Porém, com a entrada em vigor da lei 11.343 a tendência é que esta súmula seja cancelada, pois seu art. 70 estabeleceu de forma clara a competência da justiça federal.
PERGUNTA: PM acaba de estourar boca defumo no morro do Adeus e recolheu 500 KG de cocaína vinda da Bolívia. De quem é a competência?
R: Estadual. O STF em reiteradas decisões entendeu que cessa a competência da justiça federal quando o agente após importar a droga realizar outro verbo como, por exemplo, ter em depósito. Desta forma, a origem estrangeira da droga por si só não firma competência da justiça federal.
V- A (§ 5º) - Incidente de deslocamento de competência da justiça estadual para a federal.
OBS: O PGR solicita o deslocamento ao STJ.
OBS 2: A finalidade do incidente é garantir o cumprimento de obrigações que o Brasil internacionalmente se comprometeu a cumprir.
OBS 3: O motivo do incidente será “grave violação de direitos humanos”).
Em único precedente desse pedido de deslocamento o STJ negou a representação do PGR alegando que não havia inércia da justiça estadual (caso da freira Doroty). Desta forma, podemos concluir que para o STJ se houver inércia a competência seria da justiça federal.
VI - Organização do trabalho: será da competência da justiça federal quando o crime for contra a organização geral do trabalho, dos direitos dos trabalhadores coletivamente considerados ou suas entidades de classe (STF sempre foi pacífico nisso).
Crime de redução de condição análoga de escravo (art. 249 do CP): pela redação acima seria da estadual. Mas, o STF em seu INFO 451 entendeu ser competência da justiça federal.
Crime contra a ordem financeira: não é qualquer crime contra a ordem financeira que será da competência da justiça federal. É necessário que a lei que define esses crimes afirme a competência da justiça federal.
Competência da Justiça Estadual: É residual pois fica com a sobra da Justiça Federal.
→CPP e regras de competência: 70 do CPP
1º critério:
 Territorial: pela regra do art. 70 a competência é determinada pelo local da consumação.
Homicídio plurilocal:
CASO: Caio leva tiro em Nova Iguaçu e vem a falecer no hospital Souza Aguiar no RJ. Qual a comarca competente para processo e julgamento? 2 entendimentos:
MAJORITÁRIA no RJ (Des. Weber Martins e Polastri). A competência será determinada pelo local da ação, pois lá estão as pessoas que foram afetadas pelo crime, lá estão as provas, sem contar que a gravidade das lesões não pode funcionar como critério determinante de competência. Devemos aplicar os arts. 4º e 6º do CP (teoria da atividade) afastando a regra do art. 70 do CPP.
Tourinho e STJ. Competente é o local da consumação não podemos aplicar o art. 4º do CP que trata do tempo do crime nem o art. 6º que só é aplicado na hipótese de competência internacional.
OBS: Art. 63 da lei 9099/95 – critério de competência: local da ação (≠ do CPP). Até porque um dos principais colaboradores da lei 9099 foi o Desembargador Weber.
→ Incompetência:
Pelo CPP esta incompetência deve ser suscitada através de uma exceção chamada de “declinatória fori”.
Até que momento pode ser alegada pelas partes a incompetência territorial? Pelo CPP no prazo até a defesa prévia (108 do CPP). Se não alegarem ocorre à preclusão.
O Juiz pode a qualquer momento de ofício reconhecer a sua incompetência, pois não existe preclusão para o juiz.
2º critério (subsidiário, só será aplicável quando não for possível identificar o local da infração - art. 72 do CPP): domicílio do réu.
PERGUNTA: Existe foro de eleição no CPP?
R: O art. 73 do CPP é para muitos a única hipótese de foro de eleição no processo penal.
3º critério: natureza da infração:
JÚRI: competência: dolosos contra a vida, consumados ou tentados (121 ao 128 do CP).
Latrocínio não é da competência do júri – SUM 603 do STF.
Genocídio: lei 2889/56 (animus de exterminador). Não é da competência do tribunal do júri, pois não é crime doloso contra vida e sim crime contra a humanidade.
CASO: Militar em serviço que mata civil? Será julgado pelo tribunal do júri, por força do art. 125, §4º da CR 
→Pessoas com prerrogativa de função:
Promotor de justiça: art. 96, III da CR/88 – compete ao TJ.
Procurador de justiça: art. 96, III da CR/88 – compete ao TJ.
Juiz: idem.
Desembargador: art. 105, I, “a” da CR/88 – compete ao STJ.
Prefeito: art. 29, X da CR/88 – compete ao TJ.
Deputado Estadual: a CERJ criou foro de prerrogativa de função para este por simetria. Não está na CR. Competência do TJ.
Se cometer homicídio: 3 entendimentos:
(Mirabete). Súmula 721 do STF, pois a competência foi criada por simetria.
(Polastri). Não faz sentido que deputados federais e estaduais tenham tratamento diferenciado, em razão da isonomia os 2 deverão ser julgados pelos respectivos tribunais (TJ).
(STF). O STF no julgamento de 2 ADIM entendeu que era válido o foro por prerrogativa de função criado sem simetria, isso em relação a DP e Procurados do Estado que têm foro por prerrogativa de função nas Constituições Estaduais do Maranhão e Goiás. Para essas pessoas, que tem foro privilegiado sem simetria o STF aplica a súmula 721 e elas serão julgadas pelo Júri nos crimes dolosos contra a vida, Porém, quando o foro por prerrogativa de função for criado com simetria, que o caso do deputado estadual, ele será julgado pelo respectivo tribunal, mesmo nos crimes dolosos contra a vida. 
JECRIM: lei 9099/95, art. 61 - Competência para julgar todas as contravenções e crimes em que a pena máxima não ultrapasse o patamar de 2 anos.
OBS: Lei 4898 – art. 3º e 6º. Abuso de autoridade (6 meses de detenção e pena). Competência? 2 entendimentos:
Não é crime de menor potencial ofensivo, pois há a previsão de uma pena acessória que é incompatível com os princípios orientadores do juizado;
(MAJORITÁRIA – Ada): Com a reforma penal de 84 todas as penas acessórias foram transformadas em efeitos da condenação, logo é crime de menor potencial ofensivo.
CASO: PM que pratica abuso de autoridade ofendendo a integridade física da vítima. Competência? Qual crime praticou? 3 entendimentos:
Responderá apenas por abuso, pois a lesão foi o meio necessário para a prática do crime; JECRIM – súmula 172 do STJ.
A pena da lesão corporal é maior do que a pena do abuso, logo ele responderá apenas pela lesão corporal. Competência da justiça militar, pois a lesão corporal é crime militar (mas qual seria a razão da alínea “i” do art. 3º)
Não há absorção não é um meio necessário para a prática do outro. Responderá pelos dois em concurso formal. Neste caso devemos aplicar a súmula 90 do STJ - haverá separação dos processos.
OBS: Lei 8137/90, art. 5º (pena de 2 a 5 anos OU multa). Competência? 2 entendimentos:
 (Ada). Quando o legislador colocou uma multa substitutiva no próprio tipo significa que ele não pretendia aplicar pena privativa de liberdade. Desta forma, como a pena máxima é a multa trata-se de crime de menor potencial ofensivo. (DP)
( César R. Bittencourt). O critério para sabermos se o crime é ou não de menor potencial ofensivo é o máximo da pena privativa de liberdade que, neste caso, supera o patamar de 02 anos – não sendo crime de menor potencial ofensivo.
OBS: Lei Maria da Penha. Todos os crimes que envolvam violência doméstica que a vítima seja mulher não aplicaremos a lei 9009/95.
→PREVENÇÃO: 
Conceito: significa anterioridade de conhecimento, ou seja, havendo 2 ou mais juízes igualmente competentes atuará no feito aquele que tiver adotado a 1ª medida de caráter processual (comunicação da prisão em flagrante; pedido de temporária; cautelares probatórias solicitadas no curso do IP – interceptação; busca e apreensão; oferecimento da denúncia).
PERGUNTA: Fora do horário do expediente e em razão de urgência um juiz criminal autoriza busca e apreensão sem prévia distribuição. Ele está prevento? Esta medida é válida? Qual a conseqüência da inobservância das regras de prevenção. 
PERGUNTA: É possível que haja prevenção entre juiz estadual e juiz federal?
R: Não,porque os dois não são igualmente competentes. O que pode haver é conflito de competência.
PERGUNTA: Qual a conseqüência da inobservância das regras de prevenção?
R: Nulidade relativa – súmula 706 do STF.
CONEXÃO E CONTINÊNCIA
PERGUNTA: Qual a natureza jurídica das regras de conexão e continência?
R: São causas de modificação de competência.
Conexão – relação, nexo entre diversos delitos de forma que eles devam ser apreciados num único processo para evitar decisões conflitantes.
- art. 76 CPP
I – conexão intersubjetiva, porque ocorre entre os sujeitos, entre os autores do crime. Subdivide-se em 3:
a) por simultaneidade, ocasional, subjetiva ou objetiva
b) por concurso ou subjetiva concursal	
c) por reciprocidade 
II – Conexão objetiva ou lógica – ligação entre os crimes que, de alguma forma, facilita outro crime.
III – Conexão instrumental ou probatória – ligação entre as provas.
Continência – uma causa está contida na outra, não sendo possível a separação. Há duas espécies:
a) por cumulação subjetiva – inciso I do art. 77 CPP – todas as hipóteses de concurso de agentes.
b) por cumulação objetiva – inciso II do art. 77 CPP – concurso formal (art. 70 CP), erro na execução (art. 73 CP) e resultado diverso do pretendido (art. 74 CP).
- art. 78 – Regras especiais de conexão:
I – Júri conexo com juiz singular prevalece a competência do Júri. 
Ex.: homicídio com estupro ou com furto.
PERGUNTA: Conexão de crime doloso contra a vida e crime eleitoral, quem julga?
1°) Tourinho (isolado) – a competência é da justiça eleitoral, porque o art. 121 da CR fala de uma lei complementar que ainda não foi editada, razão pela qual devemos aplicar o Código Eleitoral, que segundo Tourinho teria sido integralmente recepcionado pela CR. Como o art. 35, II do Cód. Eleitoral manda os juízes eleitorais julgarem os crimes eleitorais e os conexos, sem fazer ressalva ao Júri, o juiz eleitoral julga tudo.
2°) Rangel e Polastri – como são regras de competência previstas na CR deve haver a separação dos processos.
	Um juiz e o seu secretário praticam um homicídio. Qual o órgão competente para julgamento. 2 entendimentos:
1°) Tourinho e Polastri – como são regras de competência previstas na CR deve haver a separação dos processos. Logo, o juiz seria julgado pelo TJ e o seu secretário pelo Tribunal do Júri.
2°) Rangel – apesar das duas competências terem sede constitucional a do TJ é de maior graduação, razão pela qual devemos aplicar o art. 78, III do CPP e tudo será julgado pelo TJ. Vide súmula 704 do STF.
PERGUNTA: Crime do Tribunal do Júri conexo com o juizado?
R: Para Ada e Geraldo Prado a competência do juizado tinha sede constitucional, logo deveria haver a separação. Porém, hoje a L.11313 que alterou a L.9099 determina a reunião dos processos perante o júri, conforme art. 60, § único da L.9099.
-
 art. 78 – II 
PERGUNTA: Conexão entre juiz de 1° grau estadual e 1° grau federal. Quem julga? 2 entendimentos:
1°) Minoritário – Tourinho – Deveria haver a separação, pois a justiça federal não é especial, sem contar que ela não poderia julgar outras infrações além das previstas no art. 109 da CR.
2°) Prevalece – súmula 122 STJ e Paccelli – Vai tudo para a justiça federal. Paccelli diz que a afirmação da competência da justiça federal se dá em razão do critério constitucional de distribuição de competência. A CR taxou a competência da justiça federal.
- art. 78, II – a – Não há prerrogativa de função, nem trata de competência do tribunal do Júri, são todos da justiça estadual, logo vale o local do crime com a pena mais grave.
- art. 78, II – c – Quando não se encaixar na alínea a ou b, será decidido por prevenção.
- art. 78, III – trata de continência, sendo que um dos autores tem prerrogativa de função.
	
Se uma pessoa que tem prerrogativa de função pratica delito de menor potencial ofensivo ela será julgada no respectivo tribunal com aplicação das medidas penalizadoras.
- art. 78, IV – “especial” = militar, trabalhista e a eleitoral.
O inciso IV do art. 78 do CPP é aplicado quando houver conexão entre a justiça comum e a eleitoral, que vai tudo para a eleitoral, com exceção do Tribunal do Júri.
Art. 79:
I – jurisdição comum e militar: SUM 90 do STJ 
II – jurisdição comum e menor:
 AÇÃO CIVIL “EX DELITO”:
Existem 2 formas de ressarcimento dos danos no processo penal:
Executar a sentença condenatória transitada em julgado (art. 63);
Ação civil (art. 64).
A responsabilidade penal é independente da responsabilidade civil, ou seja, o resultado da ação penal em regra não impede a ação civil.
OBS:
Decisão que extingue a punibilidade não impede a ação civil;
Arquivamento do IP também não impede a ação civil;
Excludente de ilicitude, em regra, impede a ação civil. Se for reconhecido o estado de necessidade não há que se falar em reparação civil. SALVO, quando houver legitima defesa com erro na execução e no caso de estado de necessidade quando a situação de perigo não foi provocada pelo agente.
Excludente de culpabilidade. Segundo Polastri NÃO impede a ação civil, pois nesse caso o Estado entendeu que não deveria apenas aplicar a pena.
Resposta negativa ao 1º quesito no Júri NÃO impede a ação civil (não se sabe a razão que eles falaram não).
Absolvição com base no 386, I impede a ação civil.
Absolvição com base no 386, II não impede a ação civil, pois é possível obter tais provas no cível.
Absolvição com base no 386, III não impede a ação civil. Pode ser ilícito cível.
No inciso IV não é possível a ação civil.
Absolvição com base no inciso V estão abertas as portas do cível. Pode entrar com a ação civil.
Inciso VI. O raciocínio antes utilizado impedia a ação civil. Parece que a nova redação deve ser vista da mesma forma. Mas, teremos de esperar a manifestação da doutrina já que é muito recente a mudança.
Inciso VII – não impede a ação civil. 
TEORIA GERAL DA PROVA:
Conceito: é o conjunto de atos praticados pelas partes, pelo juiz e por terceiros, destinados a formar a convicção judicial sobre fato juridicamente relevante, sob o manto do contraditório. (logo juiz não pode condenar com base em IP)
Classificação:
- Quanto ao objeto: direta ou indireta.
*Direta: aquela que por si só demonstra o fato, pois se refere ao fato probandi.
*Indireta: não se refere ao fato probandi, mas por raciocínio lógico chegamos até ele (ex: indícios).
- Quanto ao sujeito: pessoal ou real.
*Pessoal: aquela proveniente de uma afirmação pessoal.
*Real: são aquelas originadas dos vestígios deixados pelo crime (exames de corpo de delito).
- Quanto à forma: testemunhal, documental e a material.
*Material: são exames periciais.
- Quanto ao valor: plena ou não plena.
*Plena: prova da certeza exigida para a condenação.
*Não plena: aquela indicativa de algumas circunstâncias. Serve no máximo para que seja decretada alguma medida de natureza cautelar.
PERGUNTA: Juiz pode condenar com base em indício? 2 entendimentos:
Rangel e Demoro. Não existe hierarquia entre as provas, desde que o juiz fundamente a sua decisão ele pode condenar com base na prova indiciária.
Prevalece nos nossos tribunais que não pode, pois a prova indiciária é uma prova precária, ou seja, indicativa de algumas circunstâncias. (agora sendo uma seqüência de indícios, vários indícios poderia condenar)
PROVA EMPRESTADA: prova produzida em um processo e utilizada em outro.
Para Ada a prova emprestada exige 3 requisitos de validade:
Deve ter sido produzida em processo envolvendo as mesmas partes;
No processo anterior deve ter sido observado o contraditório;
No processo anterior deve ter observado as formalidades legais.
Na prática você junta toda essa prova anexa aos autos com tratamento de prova documental e submete esta ao contraditório da outra parte.
SISTEMAS DE APRECIAÇÃO DA PROVA:
Íntima convicção oucerteza moral do juiz. O juiz decide intimamente sem precisar externar o seu convencimento. Excepcionalmente ainda aplicado no Júri.
Prova legal ou certeza moral do legislador ou prova tarifada. O legislador estabelecia previamente o valor de cada prova.
Pelo legislador a prova pericial foi tratada nos mesmos moldes da prova tarifada, pois ausência de exame pericial é causa de nulidade pelo CPP. 
OBS: Nossos tribunais vêm atenuando os rigores do art. 564, pois se a materialidade do crime puder ser comprovada de outra forma desde que válida não há nulidade, mesmo porque a oitiva de testemunhas já substitui o exame direto nos termos do art. 167.
Livre convencimento motivado ou persuasão racional. O juiz aprecia livremente aprova, devendo, porém, fundamentar as suas decisões. (REGRA)
PERGUNTA: O juiz pode condenar com base na confissão do réu? (art. 197). 2 posicionamentos:
A confissão por si só não condena, porque a lei exige comparação no art. 197 (DP). Seria então tarifada (crítica).
A confissão tem, valor relativo como qualquer prova e desde que seja coerente com a dinâmica do crime ela pode ser utilizada para condenar.
LIMITAÇÕES A ATIVIDADE PROBATÓRIA:
Apesar de trabalharmos com a verdade real, não é ampla e irrestrita a possibilidade de prova. 
Prova do estado civil: somente pode ser comprovada de acordo com a norma civil.
No crime falimentar o juiz criminal não pode discutir a validade da sentença que decretou a quebra.
As presunções legais (ex: presunção de violência no estupro).
Coisa julgada. Salvo nas hipóteses de revisão criminal.
Prova proibida ou defesa ou ilícita (art. 5º, LVI da CR/88 e 157 do CPP)
Art. 157 (lei 11690/08).
OBS: A lei 11690/08 alterou o art. 157 do CPP trazendo como novidade a determinação de que as provas ilícitas sejam desentranhadas do processo. Entretanto, caso a parte contrária não concorde com a decisão judicial não há previsão de recurso restando apenas a reclamação prevista no art. 219 do CODJERJ.
PERGUNTA: A inadmissibilidade de provas ilícitas no CPP é absoluta?
A doutrina e a jurisprudência admitem pro réu:
Afrânio e Rangel: a defesa estaria agindo em estado de necessidade, excludente de ilicitude , razão pela qual a prova deve ser admitida.
Polastri e Tribunais: devemos trabalhar com o princípio da proporcionalidade ponderando entre a liberdade individual e a proibição constitucional de provas ilícitas. O que prevalece é o direito de liberdade, razão pela qual a prova é admitida.
Pro societatis e contra o réu seria possível a utilização da prova ilícita? 2 entendimentos:
MAJORITÁRIO. Não é possível, pois a utilização de provas ilícitas é um resquício do sistema inquisitivo, sem contar que trata-se de uma garantia individual que não pode ser mitigada.
Polastri. Quando o MP promove a acusação ele está resguardando valores fundamentais para a coletividade e como nenhuma garantia constitucional tem valor absoluto, excepcionalmente, devemos admitir essa prova ilícita contra o réu, trabalhando com o princípio da proporcionalidade.
Prova ilícita por derivação:
É aquela prova lícita em si mesma, mas produzida a partir de um fato ilícito. Ela é calcada na teoria dos frutos da árvore contaminada, o veneno da árvore contamina os frutos. A atual jurisprudência do STF não admite esse tipo de prova.
Teoria da prova absolutamente independente:
Quando a prova derivada puder ser obtida por uma outra fonte, sem qualquer relação com a prova ilícita ela é válida. Essa teoria foi adotada pelo art.157, § 1º (lei 11690/08).
Princípios relacionados a prova:
Verdade real: significa que no processo penal existe uma ampla liberdade probatória, o que autorizaria o juiz a produzir provas durante o processo penal. A diferença entre a verdade real ou material e a verdade formal reside no ônus da prova. No processo civil quando o réu não contesta os fatos narrados na inicial há uma presunção de veracidade, razão pela qual fala-se em verdade formal. No processo penal não há presunção de veracidade, pois cabe ao MP comprovar que o fato é típico, antijurídico e culpável, a acusação deverá materializar a sua tese.
Comunhão da prova: uma vez que a prova ingressou no processo ela pertence a todos os sujeitos processuais.
Audiência contraditória: toda prova admite contraprova não sendo possível a sua produção sem a oitiva da parte contrária.
PERGUNTA: É possível a apreensão de lixo licitamente? 
R: Tribunais – tudo o que for expelido, abandonado pelo ser humano pode ser apreendido validamente sem qualquer violação ao direito da intimidade.
PERGUNTA: MP pode sozinho quebrar sigilo bancário ou fiscal em uma investigação? 3 entendimentos:
R:
Jatahy. Quando o crime envolver desvio de dinheiro público o MP está autorizado a quebrar o sigilo sem ordem judicial.
Paccelli. Nas leis complementares 104 e 105 as autoridades fazendárias estão autorizadas a quebrar estes sigilos sem ordem judicial. Logo, se estas autoridades administrativas podem o MP também pode, mesmo porque a CR e a legislação orgânica do MP deram expressamente poder de requisitar informações.
Pacífico nos tribunais. MP não pode, pois trata-se de regra protegida pela cláusula de reserva de jurisdição, ou seja, só é possível com expressa ordem judicial.
PERGUNTA: É possível interceptação de e-mail?
R: Se considerarmos e-mail correspondência, o art. 5, XII, 1ª parte da CR/88 estabelece sua inviolabilidade de forma absoluta logo não pode. Porém, se considerarmos e-mail dados, parte da doutrina admite a interceptação.
PERGUNTA: O art. 5, XII da CR/88 admite interceptação de dados? 4 entendimentos:
R: 
Capez e Luiz Flavio Gomes. Para eles a expressão “último caso” é só a comunicação telefônica, tudo aquilo via cabo telefônico.
Ada. “Último caso” é só comunicação telefônica e esta é a conversa realizada pelo telefone. Tratando-se de regra excepcional a sua interpretação deve ser restritiva.
Tourinho e STF. “Último caso” é tudo que está entre vírgulas, ou seja, comunicação de dados e telefone podem ser objeto de interceptação.
Lênio Streck e Polastri. Em 88 o constituinte não tinha como prever o avanço na parte de telecomunicação. Devemos realizar uma interpretação conforme a CR, logo todas as formas de comunicação telefônica podem ser objeto de interceptação.
PERGUNTA: Carta de preso: posso interceptar? 2 entendimentos:
R: 
MAJORITÁRIA. O art. 41, p.u. da LEP foi recepcionado pela CR, sem contar que o preso já tem limitado uma série de outros direitos, sendo perfeitamente possível a violação de sua correspondência até mesmo por questões de segurança do estabelecimento.
O art. 5, XII da CR não fez qualquer ressalva, logo em hipótese alguma é possível violar correspondência.
PROVAS EM ESPÉCIES:
Pericial: Em 2 hipóteses é imprescindível o exame pericial sob pena de nulidade absoluta, a saber, drogas e propriedade imaterial, pois tem natureza jurídica de condição de procedibilidade.
Art. 159 (lei 11.690/08) – SUM 361 STF (não tem mais aplicação). 
 
Espécies de exame de corpo de delito:
Direto: exame feito nos vestígios deixados pelo crime. 
Indireto: realizado quando os vestígios desapareceram. Art. 167 do CPP. Parte da doutrina afirma que tecnicamente falando não tem natureza de exame pericial, mas sim oitiva de testemunha.
Exceção: Se tratando de droga e propriedade imaterial a jurisprudência não admite a aplicação do art. 167.
Complementar: Art. 168. Finalidade de esclarecer as lesões, para que se possa verificar se são leves, graves ou gravíssimas.
Se por algum motivo não for realizado este exame complementar a jurisprudência é pacifica de que se presume que a lesão é leve.
- Autópsia ou necropsia: exame feito no cadáver quando a morte é violenta ou suspeita. Art. 162 do CPP.
- Exumação: exame pericial em que o cadáver será desenterrado para melhor esclarecer acausa mortis. Art. 163 do CPP.
- Exame do Local: examinar o local do crime (qualquer crime). Art. 169 do CPP.
- Laudo de avaliação da res.
- Exame grafotécnico. Art. 174 do CPP. O inciso IV obriga o réu a fazer este exame (deve ser visto com muita cautela).
OBS: Art. 182 do CPP. Paccelli discordando do restante da doutrina entende que nosso CPP não adotou o sistema da prova tarifada em relação às perícias, pois o art. 182 deixa claro que o juiz não está vinculado ao resultado do exame.
Interrogatório: 
Natureza jurídica: 3 entendimentos:
Tourinho e Paccelli. Com as alterações providas pela lei 10792 ficou claro que se trata de meio de defesa, onde o réu exerce a auto defesa constitucional.
Polastri Meio de prova, pois o juiz extrairá elementos para formar sua convicção.
Acórdãos do TJRJ. Misto – tanto meio de prova como meio de defesa.
PERGUNTA: Qual a conseqüência processual da não realização de interrogatório de réu presente, ou seja, o juiz não deu oportunidade ao interrogatório? 2 entendimentos:
É causa de nulidade absoluta por cerceamento de defesa.
É causa de nulidade relativa (cada vez mais no STF), pois há possibilidade do réu ser absolvido.
PERGUNTA: É possível que o réu não seja interrogado sem qualquer irregularidade?
R: Na lei de imprensa o interrogatório é facultativo.
→O interrogatório é dividido em 2 partes:
1ª. Interrogatório de qualificação: onde o réu responde seus dados.
2ª. Interrogatório de mérito: onde o réu será questionado sobre o crime.
PERGUNTA: O direito ao silêncio atinge todo o interrogatório?
R: Não, atinge apenas o interrogatório de mérito. A origem do direito ao silêncio é evitar a auto-acusação forçada.
DELAÇÃO: ocorre quando o réu durante o interrogatório confessa prática do crime indicando os demais autores. Pode ou não ser premiada.
OBS: Luis Flávio Gomes afirma que a delação premiada é inconstitucional por afronta a ética, pois o Estado está se aproveitando da cooperação para fazer justiça. A delação é marcante no sistema inquisitivo.
Quando ocorre a delação o interrogatório ganha ares de prova testemunhal, ensejando perguntas.
PERGUNTA: É possível o interrogatório por vídeo conferência? 2 posições:
R:
STF. Não pode, pois há ofensa ao devido processo legal por violação ao art. 792 do CPP (deve cair, pois já há previsão para testemunha). Ademais, haveria ofensa a ampla defesa (Celso Melo), pois o réu tem o direito de audiência, ou seja, tem o direito de comparecer perante o juiz e narrar a sua versão do fato criminoso.
Argumentos favoráveis. Celeridade e economia processual. E evitaria uma série de transtornos para o preso como, por exemplo, uso demasiado de algemas, transporte no camburão, horas privado de alimentação. (Renato Marcão – SP)
Confissão: art. 197 do CPP.
PERGUNTA: Juiz pode condenar só com base em uma confissão? 2 entendimentos:
R:
Não pode, pois o art. 197 exige que a confissão seja confrontada com outras provas. (se concordar se estará tarifando a prova)
A confissão como qualquer prova tem valor relativo, podendo embasar uma condenação desde que o juiz fundamente a sua decisão.
Características:
Divisível: o juiz pode considerar uma parte e desconsiderar a outra.
Retratável: pode se arrepender de ter confessado e mudar a narrativa de seu depoimento. De valor também relativo.
Espontânea.
Classificação:
Judicial.
Extrajudicial.
Simples: é aquela onde o agente reconhece a veracidade dos fatos imputados na denúncia.
Qualificada: além de reconhecer a narrativa da denúncia ele alega excludente de ilicitude ou excludente de culpabilidade.
Explícita (ou direta): categoricamente afirma a autoria do delito.
Implícita (ou indireta): O agente procura ressarcir os prejuízos causados pelo crime.
→ Ofendido: é a vítima. Art. 201:
OBS: Ofendido não é testemunha, logo não precisa ser arrolado para ser ouvido.
OBS 2: O ofendido não pratica o crime previsto no art. 342 do CPP (falso testemunho).
 Testemunha:
Conceito: é todo homem estranho ao feito chamado ao processo para falar sobre fatos relevantes ao mesmo.
Apesar de ser a prova mais comum é chamada de “prostituta das provas” por conta da falibilidade humana. Cada pessoa tem uma percepção dos fatos.
Características:
Oralidade:
Exceção: art. 221, § 1º do CPP. 
Tourinho e Demoro afirmam que o referido dispositivo é inconstitucional por ofensa ao contraditório, pois não seria possível realizar uma nova pergunta a partir da resposta.
Para Polastri não há inconstitucionalidade, pois qualquer dúvida será sanada com a expedição de ofício.
 
Objetividade: a testemunha não emite juízo de valor, salvo quando a reprodução do fato assim o exigir. (crime de trânsito é conduta muito subjetiva).
Retrospectividade: testemunho é sempre relativo a um fato pretérito.
Judicialidade: só é prova testemunhal aquela produzida em juízo.
Individualidade: cada testemunha prestará o seu depoimento isolado das demais. (art. 210)
Classificação:
Direta (ou de viso): testemunha que presenciou o fato.
Indireta (ou de aldito): aquela que irá depor sobre fatos que tomou conhecimento por terceiros.
Própria: aquela que presta depoimento acerca do tema probandi, ou seja, do fato objeto da prova.
Imprópria (ou instrumentária): aquela que irá depor sobre fatos processuais ou pré-processuais. (presenciou algo no curso do IP)
Numerária: aquelas que entram em cômputo legal (são contadas).
Extranumerária: aquelas que não entram no cômputo legal (referidas e os informantes).
-referidas: surgiram no depoimento de outras testemunhas, são normalmente ouvidas como testemunha do juízo.
-informantes: aquelas que não prestam compromisso. 
PERGUNTA: Os informantes, que não prestam compromisso, podem responder pelo crime de falso testemunho? 2 posições:
R:
Polastri. O CP do Império colocava o compromisso como elementar do crime de falso testemunho, o que não ocorre nos dias atuais. Desta forma, qualquer testemunha pratica o crime do art. 342.
Tourinho. Em razão dos laços familiares não seria razoável a testemunha responder pelo crime. Inexigibilidade de conduta diversa – excludente de culpabilidade.
De caráter (ou de antecedentes): aquelas que depõem sobre a personalidade do réu.
→A capacidade de depor é ampla no processo penal, em nome da verdade real. Toda pessoa pode ser testemunha (art. 202 do CPP). Pode ser criança, louco, etc.
PERGUNTA: Qual o valor do depoimento de policiais? Posições:
R:
Não tem valor algum, pois são suspeitos. Eles participaram das investigações e têm interesse em ver seu trabalho reconhecido. (DP)
Como os policiais são funcionários públicos seus atos gozam da presunção de legitimidade atributos dos atos praticados pelo funcionário público.
Capez. Tem valor relativo como qualquer meio de prova.
→Art. 207: testemunhas sigilatárias (pessoas impedidas de depor).
OBS: O advogado não pode depor sobre aquilo que teve conhecimento no exercício de sua profissão, mesmo desobrigado pelo cliente ele não pode falar em razão de proibição expressa no estatuto da OAB.
O mesmo ocorre com o médico que mesmo desobrigado pelo acusado não pode falar, por expressa proibição do Código de Ética Médica. Existem casos com relação a vitima que ele deve falar (interesse médico legal)
Deveres da testemunha:
Comparecer sob pena de ser conduzida coercitivamente e pagar multa;
Falar a verdade sob pena do art. 342 do CP;
Atual redação do art. 210 (lei 11690);
OBS: Atual redação do art. 212. Antes da reforma o sistema era presidencialista, ou seja, o próprio juiz fazia as perguntas (refazia as perguntas formuladas pelas partes. Hoje o sistema é outro, sistema do exame cruzado, as partes perguntam diretamente para a testemunha.PERGUNTA: A testemunha pode eventualmente se recusar a responder uma ou outra pergunta?
R: O STF já demonstrou entendimento de que em relação às perguntas que possam incriminá-la ela possa permanecer calada.
→Art. 218 e 219: Testemunha recalcitrante (testemunha faltosa). Condução coercitiva (218) e multa (219). 
Pelo CPP juiz pode mandar conduzir e pode aplicar multa, mas e o delegado? Em relação à multa é pacífico que não pode. Agora em relação à condução coercitiva prevalece o entendimento de que o delegado pode determinar a condução (Hélio Tornagui é o único que diz que não pode, pois o art. 218 fala apenas em juiz).
→Art. 217 (alterado pela lei 11690). Permitia a retirada do réu. Hoje temos a oitiva por vídeo conferência desde que a permanência do réu prejudique a verdade do depoimento. Somente na impossibilidade desta é que o réu sairá.
→ Carta precatória.
PERGUNTA: As partes deverão ser intimadas da expedição da precatória ou da data da audiência no juízo deprecado? 2 entendimentos:
R:
MAJORITÁRIA – súm. 155 do STF. Deverão ser intimadas da expedição da carta precatória sob pena de nulidade relativa.
Tourinho (com alguns precedentes no SDTF – M. Marco A.). Em nome da ampla defesa as partes deverão ser intimadas da data de audiência no juízo deprecado sob pena de nulidade absoluta.
* Número de testemunha:
- Procedimento comum ou ordinário (reclusão): 08 testemunhas (art. 401 do CPP);
- Procedimento sumário (detenção): 05 testemunhas (art. 532 do CPP);
- Procedimentos especiais: 08 testemunhas.
- JECRIM: 3 orientações:
a. Devemos aplicar o art. 34 da lei 9099: 3 testemunhas;
b. Crime: 05 testemunhas; Contravenção: 03 testemunhas.
c. 05 testemunhas. MAJORITÁRIA.
As testemunhas são contadas para cada imputação. O número é relacionado diretamente a imputação. (e não ao número de réus)
Reconhecimento (de coisas e pessoas):
Prevalece que o réu não pode se recusar a comparecer.
PERGUNTA: Qual a conseqüência da inobservância do art. 226 e seus incisos? 03 orientações:
Ada. Se o reconhecimento ocorrer durante a instrução criminal sob o manto do contraditório ele é válido;
Capez. Trata-se de prova ilegítima por violação ao art. 226 do CPP.
Tourinho. A prova é válida, porém, fica descaracterizado o reconhecimento sendo uma pergunta amais feita a testemunha.
OBS: Apesar do art. 226, p.u. exigir que o reconhecimento seja feito na presença do réu, na prática os juízes aplicam o art. 217 em nome do princípio da verdade real.
Prisão preventiva: 
PERGUNTA: Cabe preventiva no curso do IP? 2 entendimentos:
1º. Não, pois presentes os requisitos que autorizam a preventiva o promotor deverá oferecer denúncia.
2º. O art. 311 do CPP permite expressamente, sem contar que a prisão temporária só pode ser decretada em relação a alguns crimes, logo vários delitos não poderiam ser objeto de qualquer prisão durante o IP.
PERGUNTA: Juiz pode decretar prisão de ofício? 2 entendimentos:
1º. Polastri. Por conta do interesse público que existe em toda persecução criminal juiz pode decretar prisão de ofício durante a ação penal. (majoritária nos tribunais)
2º. Não pode, pois haveria violação da inércia da jurisdição.
- Art. 312: requisitos e fundamentos.
* Requisitos: Prova da existência do crime, indício suficiente de autoria, pena máxima prevista em abstrato superior a 4 anos, salvo se for reincidente em crime doloso ( atual redação do art. 313, alterado pela lei 12403) que caracterizaria o fumus comici delicti (boni iuris).
* Fundamentos: 
- garantia da ordem pública: alcance da expressão na jurisprudência:
1. Garantir a segurança pessoal do réu.
2. Evitar que o réu em liberdade continue a praticar crimes.
3. Assegurar a paz e a tranqüilidade que deve existir no meio social.
4. Garantir a credibilidade da justiça.
Clamor público. Existe forte corrente jurisprudencial que não pode ser por clamor público somente.
- garantia da ordem econômica: art. 30 da lei 7492 (magnitude da lesão)
PERGUNTA: Este artigo foi recepcionado pela constituição?
R: O critério objetivo do art. 30 não serve de parâmetro para a preventiva. (na situação concreta é que deve ser analisado)
Por conveniência da instrução criminal: a prisão é necessária para resguardar a produção de provas, pois a liberdade do acusado coloca em risco as provas (ameaça a testemunha, a vítima, suborno).
Assegurar a aplicação da lei penal: há risco de fuga. Ausência de emprego, ausência de residência fixa, não há nada que o prenda aquele local. (encontramos jurisprudência no sentido de que quando a pena for provavelmente muito alta haveria risco de fuga – mas aí é demais).
Descumprimento de alguma medida cautelar restritiva de direitos, art. 312, p. único.
→Art. 314: Diante de causa de exclusão da ilicitude não cabe preventiva.
OBS: Quando a excludente de ilicitude estiver categoricamente demonstrada não aplicaremos o art. 314, pois na hipótese o promotor não oferecerá denúncia arquivando os autos do inquérito. Porém, pode ocorrer que existam apenas indícios da excludente, neste caso a denúncia será oferecida vetada, porém, a preventiva.
→Art. 316:
- Relaxamento: para prisão ilegal.
- Revogação da provisória x Liberdade provisória: Em relação à causa elas são idênticas, pois pressupõem prisão legal, porém desnecessária. Porém, em relação aos efeitos a liberdade provisória é sempre vinculada, enquanto que a revogação da preventiva não traz vinculo algum.
Só se pede liberdade provisória para quem está preso em flagrante. É uma contra-cautela da prisão em flagrante.
PRISÃO EM FLAGRANTE:
É a única prisão do CPP que pode ser decretada sem prévia ordem judicial, em razão da certeza visual do crime.
→Natureza jurídica: cautelar, pois tem o FBI e PM. Mas, há quem diga que é pré-cautelar (Aury Lopes Jr.).
FASES:
Captura/condução: 302 do CPP. Fumus.
APF (fumus);
SUJEITOS DO FLAGRANTE:
Ativo: art. 301 do CPP.
Qualquer pessoa do povo pode (flagrante facultativo) e as autoridades devem prender (obrigatório).
Essa obrigatoriedade foi mitigada pela ação controlada (lei 9034).
Passivo: quem tiver praticando o crime. Com várias exceções:
Promotores e juízes só podem ser presos em flagrante pela prática de crime inafiançável.
Presidente da República não pode ser sujeito de qualquer prisão cautelar. Só definitiva.
.
ESPÉCIES DE FLAGRANTE:
Próprio: aquele previsto no art. 302, I e II. Ou seja, está praticando ou acabou de praticar o crime.
Impróprio (ou quase fragrante): art. 302, III. Este exige 03 elementos para a sua caracterização:
Volitivo: deve haver vontade de prender em flagrante delito (deve haver perseguição ininterrupta nos termos do art. 290);
Temporal: a perseguição deve ter sido iniciada logo após a prática do crime. (logo após prazo máximo encontrado no STJ: 3 horas)
Fático: ele deve ser encontrado em situação que se possa presumir que ele é o autor do crime. 
Presumido (ou ficto): aqui não há perseguição alguma, ele é encontrado logo depois com instrumentos, armas, etc. que levem a crer que ele é o autor de um crime. 
Logo depois: prazo máximo que se encontra no STJ: 13 horas.
Preparado: é aquele onde há a instigação pela polícia ao mesmo tempo em que ela adota medidas que inviabilizam a consumação.
Súm. 145 do STF. Trata-se de crime impossível.
Esperado: Não há instigação, entretanto, as autoridades têm conhecimento prévio da prática do delito e adotam as medidas pertinentes para evitar a sua realização.
OBS: Para Mirabete a súmula 145 será sempre aplicada independente da existência ou não de instigação, sempre que a consumação for impossível haverá crime impossível. (seria, por exemplo, o caso de furto dentro de loja com grande aparato de câmeras – MAS, nem sempre seria meio absolutamente ineficaz, pois muita gente consegue furtar).
Retardado (ou diferidoou ação controlada): surgiu inicialmente na lei 9034 (art. 2º, II).
OBS: A ação controlada surgiu inicialmente na lei 9034 e posteriormente na nova lei de drogas. Apresenta natureza jurídica de fonte de prova. 
OBS: A nova lei de drogas no seu art. 53, II criou uma modalidade específica de ação controlada tendo como diferencial a prévia autorização judicial, o que não acontecia na lei 9034. Desta forma, para evitar esse tratamento diferenciado, e para dar credibilidade à medida, nossos tribunais vêm exigindo autorização judicial nas duas hipóteses.
Infiltração: art. 2º, V da lei 9034 e art. 53, I da lei 11343. Em ambas as leis há exigência de autorização judicial. É medida cautelar probatória.
O que o infiltrado pode arrecadar? Para Paccelli este dispositivo carece de regulamentação, pois não é possível dar carta branca ao infiltrado. Na prática o juiz ao autorizar a medida delimita o que o infiltrado pode arrecadar.
 
- Forjado: atividade ilícita da polícia que planta provas.
Prisão em flagrante e crime habitual: 2 entendimentos:
Não pode ocorrer, pois quando o individuo é surpreendido agindo isso ocorre em relação a um único ato, que por si só é atípico.
É possível desde que fique caracterizada a reiteração da conduta criminosa no momento da prisão (MAJORITÁRIA).
DOCUMENTAÇÃO DE ELABORAÇÃO DO APF:
OBS: Indivíduo no RJ furtando um carro, a polícia consegue prendê-lo em Caxias. Ou seja, crime praticado em um local e a prisão ocorre em outra comarca. O APF deverá ser lavrado no local d a captura. 
PERGUNTA: No caso acima o delegado deve encaminhar o APF para qual juiz?
R: Independente do local onde foi lavrado o APF a sua comunicação deverá ser feita ao juiz competente nos termos do art. 70 do CPP (no exemplo acima o juiz do RJ).
PERGUNTA: Se a autoridade policial não estiver presente em Caxias, por exemplo?
R: Art. 308 do CPP - deverá ser levado para o local mais próximo que tenha autoridade presente.
→Art. 304:
1º passo – oitiva do condutor (aquele que conduz o preso a DP), que será ouvido e liberado.
2º passo – oitiva das testemunhas.
PERGUNTA: Se só existir uma testemunha? 2 posições:
Além dela será ouvido na qualidade de testemunha o condutor. (MAJORITÁRIA)
A lei exige pelo menos 2 testemunhas o que não é suprido pela oitiva do condutor. Deve ser aplicado o § 2º do art. 304.
PERGUNTA: A ausência de testemunha de viso impede a elaboração do APF?
R: Não impede devendo, porém, ser observado o art. 304, § 2º. Surgirão as chamadas testemunhas de apresentação.
PERGUNTA: Qual conseqüência da inobservância do art. 304, § 2º?
R: Implica em relaxamento da prisão.
ELABORAÇÃO DO APF:
→Art. 304:
3º passo - oitiva da vítima.
4º passo - oitiva do acusado. Será qualificado e interrogado. (sob pena de relaxamento de prisão).
Na impossibilidade de interrogar o réu por algum motivo relevante, por exemplo, ele está hospitalizado, o delegado deve deixar isso consignado nos autos, para ouvi-lo posteriormente.
Após elaborado o APF é possível que o preso não queira assinar, neste caso devemos aplicar o art. 304, § 3º surgindo as testemunhas de leitura. (delegado lê o APF na frente do preso e as testemunhas assinam)
PERGUNTA: As testemunhas de leitura podem ser a mesma de apresentação?
R: Nada há regulamentando a situação, mas na prática pode.
OBS: Elaborado o APF será enviada uma cópia ao juiz, ao MP e ao advogado dentro do prazo de 24 horas contados da prisão. Vai para o juiz para o início da 3ª fase, ou seja o juiz adotará uma decisão conforme art. 310 do CPP.
OBS 2: Apesar do art. 306, § 1º estabelecer um prazo de 24 horas para que o juiz seja informado da prisão, é possível que a elaboração do APF seja complexa o que elevará a extrapolar esse prazo sem a qualquer irregularidade. O que não é possível, sob pena de relaxamento de prisão, é retardar esta informação injustificadamente. (razoabilidade)
→Art. 304, § 2º. Nota de culpa: ato pelo qual é dado ao preso ciência da sua prisão, dos motivos, das testemunhas, etc. Caso não seja dada a nota de culpa é caso de relaxamento de prisão. 
→Art. 306 – redação alterada em 2007. Apesar da lei não mencionar a remessa de cópias ao MP (fala advogado ou DP), a LC 75/93 que trata do MPU determina a remessa de cópia do APF ao MP. 
OBS: Apesar da lei exigir remessa de cópia a DP se por ventura isso não ocorrer não há que se falar em relaxamento de prisão, pois a cópia que foi enviada ao juiz chegará as mãos do defensor.
 Procedimentos
 - Especial
	- Ordinário (pena máxima cominada for igual ou superior a 4 anos)
 - Comum	- Sumário (pena máxima cominada for inferior a 4 anos e superior a 2 anos)
	- Sumaríssimo (lei 9.099)
Ordinário / Sumário
- Oferecimento da denúncia
- Possibilidade de “rejeição” liminar (art 395)
- “Recebimento” da denúncia (art 396)
- Citação
- Resposta preliminar (art 396-A)
- Possibilidade de absolvição sumária /julgamento antecipado da lide (art 397)
- “Recebimento” da denúncia (art 399)
- AIJ
 - oitiva da vítima
 - oitiva das testemunhas de acusação
 - oitiva das testemunhas de defesa
 - interrogatório
 - debates orais
 - sentença oral
A redação do art 394 traz os 2 tipos de procedimentos (especial e comum)
Art. 394.  O procedimento será comum ou especial
Vamos ver Sumário e Ordinário juntos porque completamente é a mesma coisa, com algumas diferenças:
1ª Nº de testemunhas
Ordinário: 8
Sumário: 5
2ª Prazo para realização da AIJ 
Ordinário: 60 dias
Sumário: 30 dias
(...)
“Rejeição” porque o art 395 usa essa expressão, mas há quem faça a diferença entre rejeição e não recebimento
1º entendimento: (STF) rejeição da denuncia envolve analise de mérito, sendo capaz de formar coisa julgada material e o recurso corretor seria apelação. As hipóteses de não recebimento envolvem a análise de questões processuais, como pressupostos processuais e condições da ação. Essa decisão não faz coisa julgada material e o recurso correto é o RSE (art 581,I do CPP).
2º entendimento: (Polastri) as expressões se equivalem e nas 2 hipóteses o recurso é o RSE.
Quando ocorre o recebimento da denuncia? Se você observa o CPP fala recebimento no art 396 e 399.
3 entendimentos:
(?+) 1º entendimento: (Polastri, Pacceli, Tourinho) o recebimento ocorre na fase do art 396, pois em seguida o réu será citado, e só é possível a realização da citação após a instauração da relação processual. Ademias, a expressão recebimento prevista no art 399 se deu em razão de um erro no projeto.
2º entendimento: (Geraldo Prado e Gustavo Badaró) o recebimento ocorre na fase do art 399, pois isso atende os interesses do réu, após ele apresentar a resposta preliminar o juiz decidirá se recebe ou não a denúncia. Este tipo de procedimento é adotado na lei 9.099, nos crimes praticados contra funccionários públicos, ei de drogas etc.
Eles querem dizer que as últimas reformas em termo de recebimento criaram intervalos entre (...)
3º entendimento: (Scarance) Existem 2 recebimentos, um preliminar no art 398 e o definitivo no art 399
Citação
Hoje nós temos 3 tipos de citação:
1º Citação pessoal (que é a regra) 
2º Citação por edital: ocorrerá quando o réu estiver em local incerto e desconhecido
3º Citação por hora certa (novidade): quando houver suspeitas que o réu se oculta para não ser citado.
Após a citação, haverá a resposta preliminar, e em seguida, a absolvição sumária, ou julgamento antecipado da lide.
Quando a absolvição sumária se basear nas hipóteses dos incisos I, II e III, o recurso será apelação.
No art 387, I, II e II remeter art 593, I
E o inciso IV? 
Para pacelli absolvição sumária com base em extinção de punibilidade também será impugnada com apelação, pois o CPP mudou a natureza desta decisão, pois agora passa a ser considerada sentença absolutóroa..
Superada a fase da absolvição

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