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Recursos no Direito Processual Penal

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CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL
TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR PEDRO IVO 
www.pontodosconcursos.com.br 1
AULA 10 – RECURSOS
Futuros Aprovados, 
Hoje chegamos à nossa última aula e trataremos de um tema que deve ser estudado
com a maior objetividade possível. 
É um assunto extremamente amplo e com diversos pontos que não merecem
grande atenção, pois nunca apareceram em concursos públicos, sejam estes da
área policial, jurídica, tribunais, ou qualquer outro. 
É um tema que vai exigir o conhecimento de diversos pontos que vimos no decorrer
do curso. Sendo assim, se ainda há pendências, minha recomendação é a seguinte:
Releia os tópicos anteriores, estude e, somente após, inicie esta aula. 
Agora, vamos começar a subir o último degrau da nossa escada do processo
penal!!! 
Bons estudos! 
******************************************************************* 
10.1 – RECURSOS – NOÇÕES GERAIS 
 10.1.1 CONCEITO
Segundo o ilustre E. Magalhães Noronha, recurso “é a providência legal imposta
ao juiz ou concedida à parte interessada, objetivando nova apreciação da decisão
ou situação processual, com o objetivo de corrigi-la, modificá-la ou confirmá-la.” 
Podemos, em resumo, dizer que são os meios processuais que as partes
dispõem para pedir a reforma, modificação ou esclarecimento de uma decisão
judicial. 
 10.1.1 FINALIDADE
O recurso tem por finalidade propiciar o reexame de uma decisão por órgão
jurisdicional de superior instância ou pelo mesmo órgão que a prolatou. 
Justifica-se, primordialmente na Constituição Federal que instituiu o princípio do
duplo grau de jurisdição. 
 
 
 
 
 
 
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 10.1.2 CLASSIFICAÇÕES
Existem diversas classificações cabíveis para os recursos. Vamos verificar
aquelas que são importantes para sua PROVA: 
a) Quanto à obrigatoriedade: 
I) Recurso voluntário: é aquele em que a interposição depende
unicamente da vontade das partes. Trata-se de regra no processo penal
brasileiro, pois, segundo o art. 574, caput, os recursos serão voluntários,
excetuando-se os casos em que deverão ser interpostos de ofício pelo juiz. 
Exemplo: a apelação contra sentença condenatória. 
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes
casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz 
OBSERVAÇÃO 
A DOUTRINA DIVERGE EM CONSIDERAR O DUPLO GRAU DE
JURISDIÇÃO COMO UM PRINCÍPIO DE PROCESSO INSERIDO NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL, JÁ QUE INEXISTE A SUA PREVISÃO
EXPRESSA NO TEXTO CONSTITUCIONAL. DENTRE OS AUTORES
QUE NÃO A ADMITEM, PODE-SE MENCIONAR MANOEL ANTONIO
TEIXEIRA FILHO, ARRUDA ALVIM, TUCCI E CRUZ E TUCCI,
DENTRE OUTROS. 
DE OUTRO LADO EXISTEM AUTORES TAIS COMO HUMBERTO
THEODORO JUNIOR E NELSON NERY JUNIOR QUE ADMITEM O
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO, COMO PRINCÍPIO DE PROCESSO
INSERIDO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
AQUELES QUE ACREDITAM QUE O DUPLO GRAU DE
JURISDIÇÃO É UM PRINCÍPIO PROCESSUAL CONSTITUCIONAL,
INCLUSIVE DE PROCESSO CIVIL, FUNDAMENTAM A SUA
POSIÇÃO, NA COMPETÊNCIA RECURSAL ESTABELECIDA NA
CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 
AS BANCAS TEM SE POSICIONADO NO SENTIDO DE QUE O
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO É UM PRINCÍPIO
CONSTITUCIONAL E, PORTANTO, ESTE DEVE SER O
ENTENDIMENTO QUE VOCÊ DEVE LEVAR PARA SUA PROVA.
 
 
 
 
 
 
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II) Reexame necessário: é aquele decorrente de obrigação legal, ou
seja, a própria lei obriga à revisão como condição de eficácia para o
trânsito em julgado (STF, Súmula 423). 
Não se trata propriamente de um recurso, devido ao não interesse recursal
por parte do magistrado. 
Exemplos: concessão de habeas corpus (art. 574, I), reexame necessário
em relação à absolvição sumária do acusado no procedimento dos crimes
dolosos contra a vida (art. 574, II) e quanto à decisão que concede
reabilitação criminal (art. 746). 
Art. 574. Os recursos serão voluntários, excetuando-se os seguintes
casos, em que deverão ser interpostos, de ofício, pelo juiz: 
I - da sentença que conceder habeas corpus; 
II - da que absolver desde logo o réu com fundamento na existência
de circunstância que exclua o crime ou isente o réu de pena, nos
termos do art. 411. 
b) Quanto às fontes: 
I) Constitucionais: são os recursos previstos no texto da Constituição
Federal, tais como os recursos: extraordinário (CF/1988, art. 102, III),
especial (CF/1988, art. 105, III) e ordinário (CF/1988, arts. 102, II e 105, II). 
II) Legais: são os recursos previstos no CPP ou em leis especiais. É o
caso, por exemplom da apelação (art. 593) e do recurso de agravo em
execução (Lei de Execução Penal, art. 197). 
c) Quanto à motivação: 
I) Recursos ordinários: são os recursos que não exigem o
cumprimento de requisitos específicos para sua interposição, bastando
apenas os pressupostos normais atinentes a qualquer recurso. Baseiam-se
no mero inconformismo da parte. Exemplo: a apelação interposta contra
sentença condenatória. 
II) Recursos extraordinários: são aqueles que possuem requisitos
específicos para sua interposição. Exemplo: os embargos infringentes, que
são oponíveis apenas contra acórdãos não unânimes e desfavoráveis ao
réu. 
 
 
 
 
 
 
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10.1.3 JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE
Um recurso só é viável quando presentes os chamados pressupostos objetivos e
subjetivos. 
Para a verificação de tais pressupostos, deve ser realizado o chamado juízo de
admissibilidade. 
Como, em regra, os recursos são interpostos perante o juízo de primeira
instância, logo que o mesmo é interposto deve ser submetido a tal juízo de
admissibilidade, feito pelo órgão que prolatou a decisão. É o chamado juízo de
admissibilidade pelo juiz a quo. 
Se o juiz a quo, verificando o cumprimento dos pressupostos recursais, receber o
recurso, deve remetê-lo ao Tribunal competente para analisá-lo. Tal Tribunal
deverá realizar um novo juízo de admissibilidade e será denominado de 
Tribunal ad quem. 
Vamos conhecer agora os pressupostos recursais objetivos e subjetivos: 
 10.1.3.1 PRESSUPOSTOS RECURSAIS OBJETIVOS
São considerados pressupostos recursais objetivos: 
a) Cabimento: o recurso deve estar previsto em lei. 
b) Adequação: o recurso deve ser adequado à decisão que se pretende
impugnar. 
Todavia, tal regra não se apresenta como absoluta, pois, por força do princípio
da fungibilidade dos recursos, também chamado de teoria do recurso
indiferente, salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada pela
interposição de um recurso por outro (art. 579). 
Art. 579. Salvo a hipótese de má-fé, a parte não será prejudicada
pela interposição de um recurso por outro. 
Observação: se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade do recurso
interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo com o rito do recurso
cabível (art. 579, parágrafo único). 
Art. 579 
 
 
 
 
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[...] 
Parágrafo único. Se o juiz, desde logo, reconhecer a impropriedade
do recurso interposto pela parte, mandará processá-lo de acordo
com o rito do recurso cabível. 
c) Tempestividade: o recurso deve ser interposto dentro do prazo previsto em
lei. 
Os prazos recursais são fatais, contínuos e peremptórios, não se
interrompendo por férias, domingo ou feriado (art. 798). 
Art. 798. Todos os prazos correrão em cartório e serão contínuos e
peremptórios, não se interrompendo por férias, domingo ou dia
feriado. 
No processo penal, em regra, o prazo é de 05 (cinco) dias, embora existamvariações, como, por exemplo: embargos de declaração (02 dias), carta
testemunhável (48 horas), embargos infringentes (10 dias), recurso
extraordinário e especial (15 dias). 
Observação 01 
Os defensores públicos gozam de prazo em dobro para interpor recurso (Lei
nº 1.060/1950, art. 5º, § 5º, e LC nº 80/1994, art. 44). 
Observação 02 
A Lei nº 9.800/1999 passou a permitir que as partes utilizem o sistema de
transmissão de dados e imagens do tipo fac-símile para a prática de atos
processuais que dependam de petição. O que deve ser considerado na
aferição da tempestividade do recurso é a data de envio do fax. Os originais
podem ser protocolados até cinco dias depois do término do prazo para
recorrer. 
STF, HC 94.528/ES, DJ 27.03.2009, Informativo 536 
Não se tem por válida a interposição de recurso pelo sistema fac-símile,
ainda que, no prazo legal, quando a transmissão se dá fora do horário de
atendimento ao público e por meio de equipamento não destinado a esse
fim. 
 
 
 
 
 
 
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d) Regularidade: o recurso deve ser interposto com a observância das
formalidades legais. 
O recurso será interposto por petição ou por termo nos autos, assinado pelo
recorrente ou por seu representante. Não sabendo ou não podendo o réu
assinar o nome, o termo será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de
duas testemunhas. 
Art. 578. O recurso será interposto por petição ou por termo nos
autos, assinado pelo recorrente ou por seu representante. 
§ 1o Não sabendo ou não podendo o réu assinar o nome, o termo
será assinado por alguém, a seu rogo, na presença de duas
testemunhas. 
e) Preparo: a falta do pagamento das custas, nos prazos fixados em lei ou
marcados pelo juiz, importará deserção do recurso interposto (art. 806, § 2º). 
Tal regra aplica-se apenas aos casos de ação penal privada, pois, nas ações
penais públicas, o Ministério Público não está sujeito ao pagamento de custas. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
Petição Î É a manifestação escrita quanto à vontade de recorrer, ou 
seja, aquela realizada sob a forma de um requerimento. 
Termo ÎÉ a manifestação oral de inconformidade, reduzida a escrito
por quem tenha fé pública (Escrivão, por exemplo). 
STJ, HC 91.097/MA, DJ 06.04.2009 
No que diz respeito ao recurso da defesa, em face dos princípios
constitucionais da presunção de inocência e da ampla defesa, a
interposição de recurso nas ações penais públicas não está sujeita à
deserção por falta de preparo. 
 
 
 
 
 
 
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10.1.3.2 PRESSUPOSTOS RECURSAIS SUBJETIVOS 
 São considerados pressupostos recursais objetivos: 
a) Legitimidade para recorrer: segundo o art. 577 do código de Processo
Penal, são legitimados para recorrer: 
I) Em relação à acusação: 
• O Ministério Público; e 
• O querelante; 
II) Em relação à defesa: 
• O réu (pessoalmente); 
• O procurador do réu (advogado munido de procuração); e 
• O defensor (nomeado pelo juízo) 
Observação 
Apesar de já havermos tratado do assistente do Ministério Público
na nossa aula sobre sujeitos processuais, cabe relembrar que: 
Quanto ao assistente do Ministério Público, cabe a chamada legitimidade restrita
e subsidiária, segundo a qual o assistente só poderá recorrer nos casos
expressamente previstos em lei ou definidos pela jurisprudência. 
Exemplos: 
• RECURSO EM SENTIDO ESTRITO CONTRA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
(ART. 584, § 1º); 
• APELAÇÃO CONTRA A IMPRONÚNCIA (ARTS. 416 E 598); 
• APELAÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA OU ABSOLUTÓRIA (ART.
598); 
• RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL CONTRA ACÓRDÃO QUE
DECLARAR OU RATIFICAR A EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE (STF,
SÚMULA 210 E ART. 584, § 1º); 
• RECURSOS EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL CONTRA ACÓRDÃO QUE
DESPRONUNCIAR OU RATIFICAR A IMPRONÚNCIA DO ACUSADO (STF,
SÚMULA 210). 
 
 
 
 
 
 
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b) Interesse: não se admitirá recurso da parte que não tiver interesse na
reforma ou modificação da decisão (art. 577, parágrafo único). 
Art. 577. O recurso poderá ser interposto pelo Ministério Público, ou
pelo querelante, ou pelo réu, seu procurador ou seu defensor. 
Parágrafo único. Não se admitirá, entretanto, recurso da parte que
não tiver interesse na reforma ou modificação da decisão. 
Do exposto, podemos resumir: 
PRESSUPOSTOS
OBJETIVOS 
PRESSUPOSTOS
SUBJETIVOS 
CCAABBIIMMEEN NTTO O LLEEGGI ITTIIMMIIDDAADDE E PPAARRAA 
RREECCOORRRREERR 
AADDEEQQUUAAÇÇÃÃOO IINNTTEERREESSSSEE 
TTEEMMPPEESSTTIIVVIIDDAADDEE 
RREEGGUULLAARRIIDDAADDEE 
PPRREEPPAARROO 
10.1.5 EXTINÇÃO DOS RECURSOS
A extinção normal de um recurso ocorre após a análise e o julgamento de mérito
do Tribunal ad quem. Entretanto, a extinção pode ocorrer através de: 
• Desistência: é o ato pelo qual o recorrente manifesta formalmente, após a
interposição e o recebimento do recurso pelo juízo a quo, o desinteresse
no seguimento, processamento e julgamento do recurso. 
Essa desistência só é cabível para o querelante, para o assistente de
acusação e para a defesa, uma vez que o Ministério Público não poderá
desistir de recurso que haja interposto (art. 576). Classifica-se como um
fato extintivo. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 576. O Ministério Público não poderá desistir de recurso que
haja interposto 
• Renúncia: consiste na manifestação da vontade da parte no sentido de
demonstrar que não ingressará com o recurso. 
Classifica-se como um fato impeditivo do direito de recorrer e tem como
efeito antecipar o trânsito em julgado da decisão judicial. 
Assim: 
a) Desistência: é cabível do recurso já interposto; 
b) Renúncia: ocorre antes da interposição do recurso. 
c) 
10.1.5 EFEITOS DOS RECURSOS
São quatro os possíveis efeitos recursais: 
a) Devolutivo: é comum a todos os recursos. Significa que a interposição
reabre a possibilidade de análise da questão combatida no recurso, por meio
de um novo julgamento. A extensão dessa devolução, porém, é questão que
depende de quem seja o recorrente: 
 
 
 
 
 
 
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I) Recurso da acusação: possui limitado efeito devolutivo, uma vez
que visa agravar a situação do réu. 
Assim, por exemplo, é nulo o acórdão que reconhece contra o réu nulidade
não arguida no recurso da acusação, excetuados os casos de reexame
necessário (STF, Súmula 160). 
II) Recurso da defesa: como visa melhorar a situação do réu, regra
geral, possui efeito integral, ou seja, temas que não estiverem expressos na
impugnação poderão ser analisados. 
Tal regra não é absoluta, pois o efeito devolutivo da apelação contra
decisões do júri é adstrito aos fundamentos da sua interposição (STF,
Súmula 713). 
b) Suspensivo: significa que a interposição do recurso suspende a
aplicabilidade da decisão recorrida. Apesar de tal efeito ser exceção no
processo penal, encontra hipóteses de cabimento, tais como (apenas a título
de conhecimento !!! Não é necessário “decorar”): 
I) Recurso em sentido estrito da decisão que julgar perdido o valor da
fiança e daquela que denegar a apelação ou julgá-la deserta (art. 584,
caput). 
II) Recurso em sentido estrito contra a decisão que julgar quebrada a
fiança no que diz respeito à perda da metade de seu valor (art. 584, § 3º). 
c) Regressivo: esse efeito faz com que o próprio órgão julgadorpossa
reapreciar a matéria, mantendo-a ou reformando-a, total ou parcialmente, antes
do encaminhamento ao juízo ad quem. 
São exemplos de recurso com este efeito o recurso em sentido estrito (art. 589)
e a carta testemunhável (art. 643). 
d) Extensivo: esse efeito está presente no caso de concurso de agentes, pois
a decisão do recurso interposto por um dos réus, se fundado em motivos que
não sejam de caráter exclusivamente pessoal, aproveitará aos outros. 
Exemplo: Tício e Mévio são condenados em primeira instância pelo crime de
roubo. 
Tício ingressa com recurso alegando atipicidade do fato. 
Caso o juízo ad quem julgue atípico o fato, tal decisão será extensível a Mévio,
não sendo aplicada somente a quem ingressou com o recurso. 
Do exposto podemos resumir: 
 
 
 
 
 
 
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10.1.5 REFORMATIO IN PEJUS / IN MELLIUS
Mesmo sem conhecer, ainda, as espécies de recursos, você já pôde perceber que
existem recursos interpostos pela acusação (contra o réu) e aqueles
apresentados pela defesa. 
Quando o réu tem a sua situação jurídica agravada, diz-se que ocorreu a
reformatio in pejus (que se divide em direta e indireta). 
Diferentemente, se a situação do acusado é abrandada, tem-se a reformatio in
mellius. 
Mas será que na hipótese de recurso exclusivo da defesa, o réu pode ter sua
situação agravada? E no caso de recurso da acusação, poderá ter sua pena
abrandada? Vamos analisar: 
• Reformatio in pejus direta: ocorre quando o juízo ad quem, apreciando
recurso exclusivo da defesa, confere tratamento mais rígido ao réu. 
Tal situação não encontra cabimento no processo penal brasileiro, pois o
Tribunal não pode proferir decisão que torne mais gravosa a situação do
réu, ainda que haja erro evidente na sentença (art. 617). 
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões
ao disposto nos arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não
podendo, porém, ser agravada a pena, quando somente o réu
houver apelado da sentença. 
• Reformatio in pejus indireta: caso seja anulada decisão devido a recurso
exclusivo da defesa, novo julgamento não poderá tornar a situação do 
 
 
 
 
 
 
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acusado mais gravosa do que a proferida no julgamento anterior (STJ, HC
108.333/SP, DJ 08.09.2009). 
Ainda, agora segundo o STF: 
Reformatio in melius: ocorre quando o juízo ad quem, apreciando recurso
exclusivo da acusação, confere tratamento mais benéfico ao réu. Segundo o STJ: 
10.2 – DOS RECURSOS EM ESPÉCIE 
10.2.1 RECURSO EM SENTIDO ESTRITO (arts. 581 a 592).
O recurso em sentido estrito, normalmente chamado de RESE, destina-se a
impugnar decisões interlocutórias. Segundo pacífico entendimento jurisprudencial
e doutrinário, limita-se o seu cabimento aos casos expressamente previstos em
lei. 
É importante ressaltar que, apesar de a lista de casos ser taxativa, a legislação
processual penal não é estranha à interpretação extensiva. Assim, os casos de
cabimento apresentados no art. 581 (veremos abaixo), podem ser interpretados
extensivamente. 
Assim, admite-se a utilização do recurso em sentido estrito em face de uma
decisão interlocutória que se enquadre nas hipóteses do art. 581, a despeito da 
STF, HC 89.544/RN, DJ 15.05.2009, Informativos 542 e 546 
Anulado o julgamento pelo tribunal do júri e a correspondente sentença
condenatória, transitada em julgado para a acusação, não pode o
acusado, na renovação do julgamento, vir a ser condenado a pena
maior do que a imposta na sentença anulada, ainda que com base em
circunstância não ventilada no julgamento anterior. 
STJ, AgRg no REsp 666.732/RS, DJ 23.11.2009 
No processo penal, inexiste óbice legal à reformatio in mellius em recurso
exclusivo da acusação. 
 
 
 
 
 
 
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linguagem restrita do rol não elencar explicitamente o caso (STJ, HC 60.624/MS,
DJ 07.04.2008). 
Vamos, a partir de agora, analisar as hipóteses de cabimento previstas em lei: 
10.2.1.1 HIPÓTESES DE CABIMENTO
Hipóteses de cabimento (art. 581): caberá recurso, no sentido estrito, da
decisão, despacho ou sentença: 
A) QUE NÃO RECEBER A DENÚNCIA OU A QUEIXA; 
B) QUE CONCLUIR PELA INCOMPETÊNCIA DO JUÍZO; 
C) QUE JULGAR PROCEDENTES AS EXCEÇÕES, SALVO A DE SUSPEIÇÃO; 
D) QUE PRONUNCIAR O RÉU; 
E) QUE CONCEDER, NEGAR, ARBITRAR, CASSAR OU JULGAR INIDÔNEA A 
FIANÇA, INDEFERIR REQUERIMENTO DE PRISÃO PREVENTIVA OU REVOGÁ-
LA, CONCEDER LIBERDADE PROVISÓRIA OU RELAXAR A PRISÃO EM
FLAGRANTE; 
F) QUE JULGAR QUEBRADA A FIANÇA OU PERDIDO O SEU VALOR; 
G) QUE DECRETAR A PRESCRIÇÃO OU JULGAR, POR OUTRO MODO,
EXTINTA A PUNIBILIDADE; 
H) QUE INDEFERIR O PEDIDO DE RECONHECIMENTO DA PRESCRIÇÃO OU
DE OUTRA CAUSA EXTINTIVA DA PUNIBILIDADE; 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
DECISÃO INTERLOCUTÓRIA 
É O ATO PELO QUAL O JUIZ DECIDE QUESTÃO INCIDENTAL COM O
PROCESSO AINDA EM CURSO. NOTE-SE QUE A DECISÃO INTERLOCUTÓRIA
NÃO PÕE FIM AO PROCESSO, DIFERENTE DA SENTENÇA. 
INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA 
A INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA SE TRADUZ NO ALARGAMENTO DA LETRA
DA LEI, DE MODO A CONFERIR-LHE UM ALCANCE CONFORME AO
PENSAMENTO LEGISLATIVO.
 
 
 
 
 
 
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I) QUE CONCEDER OU NEGAR A ORDEM DE HABEAS CORPUS; 
J) QUE ANULAR O PROCESSO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL, NO TODO OU EM
PARTE; 
K) QUE INCLUIR JURADO NA LISTA GERAL OU DESTA O EXCLUIR; 
L) QUE DENEGAR A APELAÇÃO OU A JULGAR DESERTA; 
M) QUE ORDENAR A SUSPENSÃO DO PROCESSO, EM VIRTUDE DE QUESTÃO
PREJUDICIAL; 
N) QUE DECIDIR SOBRE A UNIFICAÇÃO DE PENAS; 
O) QUE DECIDIR O INCIDENTE DE FALSIDADE. 
10.2.1.2 PRAZO
O prazo geral para a interposição de recurso em sentido estrito é de 05 (cinco)
dias a contar da intimação da decisão (art. 586). 
Por sua vez, é de 20 (vinte) dias para interposição do recurso contra decisão que
incluir jurado na lista geral ou desta excluir (arts. 581, XIV e 586, parágrafo único). 
Observe: 
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de
cinco dias. 
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte
dias, contado da data da publicação definitiva da lista de jurados. 
10.2.1.3 TRAMITAÇÃO 
O recurso em sentido estrito, regra geral, deverá ser processado e subir ao
Tribunal competente por instrumento ou translado, instruído dos documentos
pertinentes (art. 587), permanecendo os autos principais em 1º Grau. 
OBSERVAÇÃO 
ESTA ÚLTIMA SITUAÇÃO DIZ RESPEITO AO RITO PROCEDIMENTAL DO
TRIBUNAL DO JÚRI, CABÍVEL NO CASO DE CRIMES DOLOSOS CONTRA A
VIDA. 
 
 
 
 
 
 
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Ocorre, todavia, que, em casos excepcionais, o recurso em sentido estrito poderá
ser encaminhado ao juízo ad quem nos próprios autos em que se encontra a
decisão sob a qual recai o recurso. Isto ocorre quando se tratar de (art. 583): 
a) Recurso em sentido estrito interposto de ofício pelo magistrado; 
b) Decisão que não receber a denúncia; 
c) Decisão que julgar procedente a exceção; 
d) Decisão que julgar extinta a punibilidade; 
e) Sentença que julgar o pedido de habeas corpus; 
f) Caso em que o recurso não prejudicar o andamento do processo. 
10.2.1.4 PROCESSAMENTO
Vamos analisar agora qual o trâmite de processamento definido pelo CPP para o
RESE: 
a) Após a interposição do recurso em sentido estrito, no prazo de cinco dias,os autos serão conclusos para que seja verificado o juízo de admissibilidade
pelo juiz a quo; 
b) Caso os pressupostos sejam preenchidos, o recurso será recebido e as
partes serão notificadas para a apresentação das razões (pelo recorrente) e
das contrarrazões (art. 588); 
c) Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz,
que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando
instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários (art. 589); 
d) Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por simples
petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo mais
lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados,
subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado (art. 589, parágrafo único). 
e) Se o juiz não se retratar, deverá encaminhar o recurso ao juízo ad quem
para julgamento. 
10.2.1.5 EFEITOS
O recurso em sentido estrito provoca efeito devolutivo e efeito regressivo. 
 
 
 
 
 
 
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10.2.2 APELAÇÃO (arts 593 a 606).
A apelação destina-se a levar à segunda instância o julgamento de matéria
decidida pelo juiz de primeiro grau, em regra, em sentenças definitivas ou com
força de definitivas. 
10.2.2.1 CARACTERÍSTICAS
Pode-se dizer que a apelação é um recurso: 
a) Amplo: uma vez que pode devolver ao Tribunal o julgamento pleno da
matéria objeto da decisão; 
b) Residual: uma vez que só pode ser interposto se não houver previsão
expressa de cabimento de recurso em sentido estrito. 
c) Preferível: caso a lei apresente previsão do recurso em sentido estrito para
parte da decisão e a apelação para o restante (em se tratando de uma mesma
sentença), prevalecerá a apelação que funcionará como único recurso
oponível contra toda a decisão. 
10.2.2.2 ESPÉCIES
A doutrina divide a apelação nas seguintes espécies: 
a) Apelação plena: ocorre quando se devolve ao conhecimento do Tribunal
ad quem toda a matéria decidida na primeira instância, ou seja, toda a matéria
que gerou sucumbência; 
b) Apelação limitada: ocorre quando a sucumbência é parcial ou quando o
recorrente apela de apenas parte da decisão. 
Nesse caso, vigora o princípio do tantum devolutum quantum appellatum, não
podendo o juízo de 2ª instância julgar além dos limites do pedido do recurso. 
Vale ressaltar nesse ponto que, embora o Tribunal não possa julgar além do
pedido do recorrente, ele está autorizado a rever todas as questões
antecedentes que venham a influenciar esse pedido, ainda que não tenham
sido examinadas na sentença recorrida. 
 
 
 
 
 
 
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Tais limites devem ser fixados na petição ou termo do recurso e, na falta de
limitação do pedido, presume-se que se trata de apelação plena. 
10.2.2.3 CABIMENTO
Assim como fizemos no Recurso em Sentido Estrito, vamos agora analisar as
hipóteses de cabimento previstas no Código de Processo Penal. 
Para facilitar, vou separar as situações que tem relação com o processo do
Tribunal do Júri, daquelas que estão relacionadas com o juízo singular, ok? 
Vamos começar: 
Hipóteses de cabimento nas decisões do juiz singular (art. 593):
Cabe apelação: 
a) Das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz
singular; 
b) Das decisões definitivas ou com força de definitivas proferidas por juiz
singular, desde que não cabível o recurso em sentido estrito; 
Hipóteses de cabimento nas decisões do Tribunal do Júri (art. 593, III):
Cabe apelação: 
a) Quando ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
OBSERVAÇÃO 
HÁ PREVISÃO NA LEI Nº 9.099/1995 DE INTERPOSIÇÃO DE APELAÇÃO
CONTRA SENTENÇAS DEFINITIVAS DE CONDENAÇÃO OU ABSOLVIÇÃO E
CONTRA DECISÕES QUE HOMOLOGAM OU NÃO A TRANSAÇÃO PENAL OU
QUE REJEITAM A DENÚNCIA OU A QUEIXA. 
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO 
PRONÚNCIA 
A PRONÚNCIA NÃO É SENTENÇA DE MÉRITO, MAS APENAS UMA DECISÃO
QUE REMETE O RÉU AO TRIBUNAL DO JÚRI. OCORRE QUANDO HÁ INDÍCIOS
DE AUTORIA E PROVA DA EXISTÊNCIA DO DELITO. 
 
 
 
 
 
 
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b) Quando a sentença do juiz-presidente for contrária à lei expressa ou à
decisão dos jurados; 
c) Quando houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da
medida de segurança; 
d) Quando for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos
autos. 
10.2.2.4 PRAZO E FORMA
A apelação será julgada tempestiva se interposta no prazo de 05 (cinco) dias a
partir da intimação da sentença (art. 593). Veja: 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias 
Poderá ser interposta tanto por meio de petição escrita quanto por termo nos
autos. Trata-se de modalidade recursal em que as razões poderão ser
apresentadas em momento posterior (art. 600 § 4º). 
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o
apelado terão o prazo de oito dias cada um para oferecer razões,
salvo nos processos de contravenção, em que o prazo será de três
dias. 
[...]
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a
apelação, que deseja arrazoar na superior instância serão os autos
remetidos ao tribunal ad quem onde será aberta vista às partes,
observados os prazos legais, notificadas as partes pela publicação
oficial.(grifei) 
OBSERVAÇÃO 
O EFEITO DEVOLUTIVO DA APELAÇÃO CONTRA DECISÕES DO JÚRI É
ADSTRITO AOS FUNDAMENTOS DE SUA INTERPOSIÇÃO (STF, SÚMULA 713).
ASSIM, POR EXEMPLO, CASO INTERPOSTA APELAÇÃO COM ALEGAÇÃO DE
NULIDADE, O TRIBUNAL NÃO PODERÁ ENTENDER POR UM NOVO
JULGAMENTO DEVIDO À DECISÃO DOS JURADOS HAVER SIDO CONTRÁRIA
AOS AUTOS. 
 
 
 
 
 
 
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Nos crimes de competência do Tribunal do Júri ou do juiz singular, se da sentença
não for interposta apelação pelo Ministério Público no prazo legal, o ofendido ou o
sucessor (art. 31), ainda que não se tenha habilitado como assistente, poderá
interpor apelação. 
O prazo para interposição desse recurso será de quinze dias e correrá do dia em
que terminar o do Ministério Público (art. 598, parágrafo único). 
Art. 598. Nos crimes de competência do Tribunal do Júri, ou do juiz
singular, se da sentença não for interposta apelação pelo Ministério
Público no prazo legal, o ofendido ou qualquer das pessoas
enumeradas no art. 31, ainda que não se tenha habilitado como
assistente, poderá interpor apelação, que não terá, porém, efeito
suspensivo. 
Parágrafo único. O prazo para interposição desse recurso será de
quinze dias e correrá do dia em que terminar o do Ministério Público. 
10.2.2.5 PROCESSAMENTO
a) Após a interposição da apelação, esta será encaminhada ao juiz a quo a fim
de que seja procedido o controle de admissibilidade com base nos
pressupostos recursais (subjetivos e objetivos). 
b) Caso denegada a apelação, terá cabimento o recurso em sentido estrito, a
fim de contestar a denegação. 
c) Caso aceita a apelação, deverão ser notificados o apelante e o apelado
para, no prazo de 08 (oito) dias, apresentarem suas razões e contrarrazões,
respectivamente. Cabe ressaltar que, no caso de contravenção penal, o prazo
será de 03 (três) dias (art. 600, caput). 
d) Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de 03 (três) dias, após o
Ministério Público (art. 600, § 1º). 
OBSERVAÇÃO 
A LEI Nº 9.099/1995, AO DISPOR SOBRE OS JUIZADOS ESPECIAIS CRIMINAIS,
DEFINE QUE O PRAZO PARA A APELAÇÃO É DE 10 (DEZ) DIAS E QUE AS
RAZÕES DEVERÃO SER APRESENTADAS NO PRÓPRIO ATO DE
INTERPOSIÇÃO.CURSO ON-LINE – DIREITO PROCESSUAL PENAL
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e) Se a ação penal for privada, o Ministério Público oferecerá suas razões
após o querelante, no prazo de 03 (três) dias. 
f) Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância
superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 05 (cinco) dias, salvo as
situações em que a comarca não é sede de Tribunal de apelação e, portanto,
deve ficar traslado dos termos essenciais do processo em cartório por razão da
distância. Nesses casos, o prazo será de 30 (trinta) dias. 
10.2.2.6 EFEITOS
A apelação tem sempre efeito devolutivo, não possui efeito regressivo e, regra
geral, possui efeito suspensivo. 
 
10.2.3 EMBARGOS INFRINGENTES (art. 609, parágrafo único).
10.2.3.1 CABIMENTO
Os embargos infringentes são recursos oponíveis contra decisão não unânime de
segunda instância, desde que desfavorável ao réu. Nesse contexto, caracterizam-
se como recursos exclusivos da defesa. 
Seu cabimento ocorrerá somente quando se tratar de acórdão que se refira a
julgamento de recurso em sentido estrito ou de apelação. 
10.2.3.2 PRAZO E PROCESSAMENTO 
Os embargos infringentes deverão ser opostos no prazo de 10 (dez) dias,
contados da publicação do acórdão embargado, apenas por petição, não se
admitindo termo. 
OBSERVAÇÃO 
Fuga do réu e deserção da apelação 
O conhecimento de recurso de apelação do réu independe de sua prisão
(STJ, Súmula 347). Por meio desta súmula, o STJ entendeu pela
inconstitucionalidade do art. 595, revogando-o tacitamente. 
 
 
 
 
 
 
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A petição, acompanhada das razões, será dirigida ao relator do acórdão
embargado. Este analisará a admissibilidade com base no cumprimento dos
pressupostos recursais. 
Caso tenham sido cumpridos os pressupostos legais, será definido novo relator,
que não tenha tomado parte da decisão embargada, e novo revisor. 
Em seguida, será realizado o julgamento com o novo relator, o novo revisor e com
os outros integrantes da câmara que haviam tomado parte no julgamento anterior,
os quais poderão manter ou modificar seus votos. 
Da nova decisão, mesmo que não unânime, não caberão novos embargos
infringentes. 
10.2.3.3 EFEITOS
Os embargos infringentes têm sempre efeito devolutivo. Não possuem efeito
regressivo e, regra geral, não possuem efeito suspensivo. 
10.2.4 EMBARGOS DECLARATÓRIOS (arts. 619 e 620).
10.2.4.1 CABIMENTO
Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,
poderão ser opostos embargos de declaração, quando houver, na decisão,
ambiguidade, obscuridade, contradição ou omissão. 
É pacífico o entendimento no sentido de que a possibilidade de atribuição de
efeitos infringentes ou modificativos a embargos de declaração somente
sobrevém como resultado da presença de omissão, obscuridade ou contradição
a serem corrigidas no acórdão embargado (STJ, Pet 4.284/RJ, DJ 15.03.2010). 
10.2.4.2 PRAZO E PROCESSAMENTO
Os embargos serão opostos no prazo de 02 (dois) dias, contados da publicação
do acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo. 
A petição deverá apresentar, fundamentadamente, os pontos da decisão que
necessitam de esclarecimento ou complemento. 
Caso tenham sido cumpridos os pressupostos recursais, os embargos serão
julgados pelo próprio órgão prolator. 
Se providos, o Tribunal ou o juiz corrigirá ou completará a decisão embargada. 
 
 
 
 
 
 
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10.2.4.3 EFEITOS
Os embargos declaratórios interrompem o prazo para o recurso cabível (STF, AI
301.187/MA, DJ 26.03.2010). 
10.2.5 REVISÃO CRIMINAL (arts. 621 a 631)
A revisão criminal é o instrumento processual, exclusivo da defesa, que tem por
objetivo a desconstituição da decisão judicial condenatória transitada em
julgado. É considerada a ação rescisória do processo penal. 
Apesar de prevista no título destinado ao regramento de recursos no CPP,
prevalece o entendimento segundo o qual tem ela a natureza de ação penal de
conhecimento de caráter desconstitutivo e não de recurso. 
10.2.5.1 CABIMENTO
A revisão criminal será cabível: 
a) Quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei
penal ou à evidência dos autos; 
b) Quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos; 
c) Quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial
da pena. 
Observação 
A Lei nº 9.099/1995, ao prever, em seu art. 83, os embargos de declaração,
atribui a esta espécie de recurso um prazo de 05 (cinco) dias para seu ingresso e
traz a possibilidade de serem opostos verbalmente (com redução a termo). 
 
 
 
 
 
 
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10.2.5.2 PRAZO
A revisão poderá ser requerida a qualquer tempo, antes ou depois da extinção
da pena. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em novas
provas. 
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes
da extinção da pena ou após. 
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo
se fundado em novas provas. 
10.2.5.3 PROCESSAMENTO
a) A revisão deverá ser endereçada ao presidente do Tribunal e poderá ser
pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente habilitado ou, no caso de
morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. 
b) O requerimento será distribuído a um relator e a um revisor, devendo
funcionar como relator um desembargador que não tenha pronunciado decisão
em qualquer fase do processo. 
c) Se o relator julgar insuficientemente instruído o pedido e inconveniente ao
interesse da justiça que se apensem os autos originais, deverá indeferir
liminarmente o pedido, dando recurso para as câmaras reunidas ou para o
Tribunal, conforme o caso. 
d) Se o requerimento não for indeferido in limine, abrir-se-á vista dos autos ao
procurador-geral, que dará parecer no prazo de 10 (dez) dias. 
e) Em seguida, examinados os autos, sucessivamente, em igual prazo, pelo
relator e revisor, julgar-se-á o pedido na sessão que o presidente designar. 
f) Por fim, a decisão será tomada pelo órgão competente. 
10.2.5.4 EFEITOS
Julgando procedente a revisão, o Tribunal poderá alterar a classificação da
infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Observe o texto
legal. 
Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a
classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular
o processo. 
 
 
 
 
 
 
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Parágrafo único. De qualquer maneira, não poderá ser agravada a
pena imposta pela decisão revista. 
10.2.6 CARTA TESTEMUNHÁVEL (arts. 639 a 646).
É o instrumento pelo qual a parte, a quem se denegue a interposição ou o
seguimento de algum recurso, leva a questão ao conhecimento do juízo ad quem,
para que este mande admitir ou subir o mesmo recurso ou dele conheça
imediatamente, julgando o mérito. 
10.2.6.1 CARACTERÍSTICAS
A carta testemunhável apresenta as seguintes características: 
a) É modalidade de recurso residual, ou seja, só será cabível na ausência de
qualquer outra via recursal; 
b) É cabível, unicamente, quando obstado ou negado seguimento a recursos 
cujos julgamentos sejam de competência da instância superior; 
c) É dirigida, na interposição, ao escrivão, diretor de secretaria ou secretárioda presidência do Tribunal (art. 640); 
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao
secretário do tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas
seguintes ao despacho que denegar o recurso, indicando o
requerente as peças do processo que deverão ser trasladadas. 
d) Não possui efeito suspensivo. 
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo. 
10.2.6.2 CABIMENTO
Será cabível a carta testemunhável da decisão que: 
a) Não receber recurso na fase do juízo de admissibilidade; 
 
 
 
 
 
 
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b) Admitindo o recurso, obstar a sua expedição ao juízo ad quem. 
10.2.6.3 PRAZO E PROCESSAMENTO
A carta testemunhável será requerida ao escrivão ou ao secretário do Tribunal,
conforme o caso, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ao despacho que
denegar o recurso. 
O escrivão ou o secretário do Tribunal dará recibo da petição à parte e, no prazo
máximo de 05 (cinco) dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de 60
(sessenta) dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta,
devidamente conferida e concertada (art. 641). 
O escrivão ou o secretário do Tribunal que se negar a dar o recibo ou deixar de
entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por 30 (trinta) dias
(art. 642). 
Extraída e autuada a carta, seguirá, no primeiro grau, o rito procedimental do
recurso em sentido estrito, ou seja, caberá efeito regressivo. 
O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o processo do
recurso denegado (art. 645). 
10.2.6.4 EFEITOS
A carta testemunhável tem efeito devolutivo e regressivo, não cabendo efeito
suspensivo (art. 646). 
10.3 PROCESSOS DOS CRIMES DE RESPONSABILIDADE DOS
FUNCIONÁRIOS PÚBLICOS 
O Código de Processo Penal definiu nos artigos 513 a 518 um rito especial para a
apuração dos crimes praticados por funcionários públicos contra a administração
pública. Desde já é importante ressaltar que este procedimento diferenciado não
abrange: 
1 – Crimes cometidos por funcionários públicos contra particular; 
Exemplo: 
Art.150 - Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou
contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa
alheia ou em suas dependências: [...] 
 
 
 
 
 
 
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§ 2º - Aumenta-se a pena de um terço, se o fato é cometido por
funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das
formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso do poder. 
2 – Delitos cometidos por particulares contra a administração pública;
Exemplo: 
Art. 331 - Desacatar funcionário público no exercício da função ou em
razão dela: 
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa. 
3 – Crimes contra a administração da justiça; 
Exemplo: 
Art. 339. Dar causa à instauração de investigação policial, de
processo judicial, instauração de investigação administrativa,
inquérito civil ou ação de improbidade administrativa contra alguém,
imputando-lhe crime de que o sabe inocente: 
Pena - reclusão, de dois a oito anos, e multa. 
4 – Abuso de autoridade Î Possui procedimento especial definido na própria lei
instituidora (Lei 4.898/65). 
Visto isto, chegamos a um importante questionamento: Mas qual a abrangência da
palavra funcionário público dentro do nosso país? Para responder a esta pergunta
devemos recorrer ao Código Penal, que dispõe: 
Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais,
quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo,
emprego ou função pública. 
§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo,
emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para
empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a
execução de atividade típica da Administração Pública. 
 
 
 
 
 
 
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 10.3.1 CLASSIFICAÇÕES 
Os crimes praticados por funcionários públicos contra a administração pública,
conhecidos como crimes funcionais, subdividem-se em: 
• Crimes funcionais próprios Î São aqueles cuja exclusão da qualidade
de funcionário público torna o fato atípico. Exemplo: Na prevaricação (art.
319 do CP), o fato torna-se atípico se ficar provado que o sujeito não é
funcionário público. 
Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de
ofício, ou praticá-lo contra disposição expressa de lei, para
satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 
• Crimes funcionais impróprios Î Excluindo-se a qualidade de
funcionário público, haverá desclassificação do crime de outra natureza.
Ex.: Peculato (art. 312 do CP), pois se provado que a pessoa não é
funcionário público, desclassifica-se para furto ou apropriação indébita. 
Art. 312 - Apropriar-se o funcionário público de dinheiro, valor ou
qualquer outro bem móvel, público ou particular, de que tem a
posse em razão do cargo, ou desviá-lo, em proveito próprio ou
alheio 
Apesar destas classificações, tanto os delitos próprios quanto os impróprios,
quando praticados por funcionários públicos contra a administração, serão
processados segundo o rito especial definido no Código de Processo Penal. 
 10.3.2 PROCEDIMENTO ESPECIAL DEFINIDO NO CPP
Para tratarmos deste tema, temos que diferenciar o procedimento dos crimes
afiançáveis do rito para os delitos inafiançáveis. Na verdade, para você não
confundir em prova, o Código Penal, atualmente, traz apenas dois delitos 
• Cargos: são criados por lei, com denominação própria, em
número certo e pagos pelos cofres públicos. 
• Emprego: para serviço temporário, com contrato em regime
especial ou pela CLT. 
• Função pública: abrange qualquer conjunto de atribuições
públicas que não correspondam a cargo ou emprego público. 
 
 
 
 
 
 
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inafiançáveis praticados por funcionários públicos contra a administração, são
eles: 
1 1 – EXXC SS– E CE SO E EES O D EX ÇÃDE XA ÃO E AÇ O; ; E 
2 2 – FAAC ILIT– F CI TA ÃOLI AÇ O D E CÇÃ DE ONCO TRNT ABRA ANBA DO ND OU O O DEU D SCES AM CA INMI HO NH . O. 
Acredito ser importante ter isso em mente na hora da prova, pois sabemos que
as bancas adoram contar uma historinha sobre determinado fato e fazer
perguntas depois. 
10.3.2.1 CRIMES AFIANÇAVEIS
Nos crimes funcionais afiançáveis, a seguinte ordem dos atos deverá ser
observada: 
1- OFERECIMENTO DA DENÚNCIA OU QUEIXA-CRIME Î Assim
como visto na aula sobre ação penal, a denúncia ou queixa
deverão seguir determinados parâmetros e trazer em seu bojo
elementos que demonstrem a existência de um crime ou, na
impossibilidade, declaração fundamentada quanto à
impossibilidade de fazê-lo. Desta forma, discorre o CPP: 
EXCESSO DE EXAÇÃO:
Art. 316 [...] 
§ 1º - Se o funcionário exige tributo ou contribuição social que
sabe ou deveria saber indevido, ou, quando devido, emprega
na cobrança meio vexatório ou gravoso, que a lei não autoriza: 
FACILITAÇÃO DE CONTRABANDO OU DESCAMINHO:
Art. 318 - Facilitar, com infração de dever funcional, a prática
de contrabando ou descaminho (art. 334). 
Art. 334 Importar ou exportar mercadoria proibida ou iludir, no
todo ou em parte, o pagamento de direito ou imposto devido
pela entrada, pela saída ou pelo consumo de mercadoria. [...] 
 
 
 
 
 
 
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Art. 513. Os crimes de responsabilidadedos funcionários
públicos, cujo processo e julgamento competirão aos juízes
de direito, a queixa ou a denúncia será instruída com
documentos ou justificação que façam presumir a
existência do delito ou com declaração fundamentada
da impossibilidade de apresentação de qualquer
dessas provas. (grifo nosso) 
2- AUTUAÇÃO E NOTIFICAÇÃO Î Após o recebimento da inicial,
estando tudo dentro dos parâmetros exigidos, o Juiz determinará
a notificação do acusado para que este responda à acusação no
prazo de quinze dias através de uma resposta preliminar que será
acompanhada de documentos e justificações. Observe: 
Art. 514. Nos crimes afiançáveis, estando a denúncia ou
queixa em devida forma, o juiz mandará autuá-la e
ordenará a notificação do acusado, para responder por
escrito, dentro do prazo de quinze dias. 
Até aqui, caro aluno, nenhum problema. Ilógica é a regra seguinte
trazida pelo CPP que dispõe: 
Parágrafo único. Se não for conhecida a residência do
acusado, ou este se achar fora da jurisdição do juiz, ser-
lhe-á nomeado defensor, a quem caberá apresentar a
resposta preliminar. 
Segundo o entendimento doutrinário e jurisprudencial do
supracitado parágrafo, o legislador quis indicar que o acusado
teria que ser notificado pessoalmente, não se admitindo a
precatória, pois segundo texto legal, caso o acusado encontre-se
fora da jurisdição do juiz, ser-lhe-á nomeado diretamente
defensor. Na atualidade, tem-se entendido absurda esta
exigência da notificação pessoal, devendo em prova ser adotado
o entendimento da POSSIBILIDADE da utilização da precatória.
Sendo assim, será utilizado defensor só para o caso do indivíduo
não ser encontrado. 
Finalizando o assunto sobre a resposta preliminar, o CPP
preleciona: 
 
 
 
 
 
 
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Art. 515. No caso previsto no artigo anterior, durante o
prazo concedido para a resposta, os autos permanecerão
em cartório, onde poderão ser examinados pelo acusado
ou por seu defensor. 
Parágrafo único. A resposta poderá ser instruída com
documentos e justificações. 
3- DELIBERAÇÃO QUANTO AO RECEBIMENTO OU REJEIÇÃO
DA DENÚNCIA OU QUEIXA Î Após a defesa preliminar, o Juiz
escolherá uma das opções: 
3.1 – Rejeição da denúncia ou queixa nos termos do art. 516 do
CPP: 
Art. 516. O juiz rejeitará a queixa ou denúncia, em
despacho fundamentado, se convencido, pela resposta do
acusado ou do seu defensor, da inexistência do crime ou
da improcedência da ação. 
3.2 – Recebimento da denúncia ou queixa determinando a citação
do acusado conforme nos explica o art. 517 do Código de
Processo Penal: 
Art. 517. Recebida a denúncia ou a queixa, será o
acusado citado [...]. 
4- PROSSEGUIMENTO CONFORME O CHAMADO RITO 
ORDINÁRIO Î Assim dispõe o CPP: 
Art. 518. Na instrução criminal e nos demais termos do
processo, observar-se-á o disposto nos Capítulos I e III,
Título I, deste Livro. 
10.3.2.2 CRIMES INAFIANÇAVEIS
Com relação aos crimes inafiançáveis, eles seguirão praticamente todos os
procedimentos do chamado rito ordinário, sendo o art. 513, que traz a
possibilidade de apresentação da denúncia com a declaração fundamentada
da impossibilidade de apresentação de prova pré-constituída da materialidade
do crime, a única diferença a ser aplicada. 
 
 
 
 
 
 
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 10.3.3 QUESTÕES CONTROVERTIDAS
CASO 01 Î Imaginemos que Tício pratica um crime contra a Administração
Pública. Dias após, pede exoneração do cargo público. Nesta situação, estará
ele sujeito ao rito especial? 
Segundo entendimento majoritário, Tício NÃO estará sujeito ao procedimento
especial. Com base neste entendimento, o STF revogou a súmula 394 que dizia: 
"cometido o crime durante o exercício funcional, prevalece a
competência especial por prerrogativa de função, ainda que o
inquérito ou a ação penal sejam iniciados após a cessação
daquele exercício". 
Durante o julgamento do STF pela revogação da supracitada súmula, o Ministro
Sidney Sanches advertiu que "a prerrogativa de foro visa a garantir o exercício do
cargo ou do mandato, e não a proteger quem o exerce. Menos ainda quem deixa
de exercê-lo". Continuou o insigne magistrado esclarecendo que "as
prerrogativas de foro, pelo privilégio, que, de certa forma, conferem, não devem
ser interpretadas ampliativamente, numa Constituição que pretende tratar
igualmente os cidadãos comuns, como são, também, os ex-exercentes de tais
cargos ou mandatos". 
Restou sedimentado, então, no STF, que deixando o cargo definitivamente, seja
qual for o motivo, seu ex-titular não terá direito a processo e julgamento em
órgão jurisdicional distinto daquele que teria qualquer um do povo. 
Finalizando, observe o elucidante julgado do STJ: 
CASO 02 Î Mévio praticou um crime funcional afiançável e não foi notificado
para apresentar a resposta preliminar prevista no art. 514. Qual a
consequência? 
A súmula 394 do STF, que dispunha acerca da prevalência da
competência especial por prerrogativa de função, foi cancelada,
firmando-se, em decorrência, a incompetência do STJ para o processo e
julgamento do paciente, juiz aposentado do Tribunal Regional do
Trabalho de São Paulo, sendo indevida ou até mesmo extravagante a
tese de sua possível ultra-atividade por ter sido o crime cometido
durante o exercício funcional. ( HC 14.270 – STJ ) 
 
 
 
 
 
 
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Segundo entendimento majoritário, se não houve inquérito policial a falta de
notificação dará causa à nulidade do processo. Diferentemente, se houve um
inquérito junto ao qual tenha existido a possibilidade do acusado esclarecer o
fato, a ausência de notificação constitui mera irregularidade. Este
entendimento está firmado na súmula 330 do STJ: 
“É desnecessária a resposta preliminar de que trata o artigo 514
do Código de Processo Penal, na ação penal instruída por
inquérito policial.” 
OBSERVAÇÃO Î O STF, em alguns julgados, apresenta sinal de mudança
de entendimento (como no HC 89.686/SP de 2007), entretanto ainda
permanece válida a súmula e o supracitado entendimento para efeito de
PROVA. 
CASO 03 Î Caio é um funcionário público com foro privilegiado. Neste caso
seguirá o rito especial? 
O procedimento especial NÂO SE APLICA aos funcionários que detêm foro
privilegiado junto ao: 
• STF; 
• STJ; 
• TRF; e 
• TJ 
Ou seja, serão submetidos a outro procedimento que não o disposto nos
artigos 513 a 518 do Código de Processo Penal. 
Futuros e Futuras Aprovados, 
Parabéns por mais uma etapa completada!!! 
Neste momento, chegamos ao final do nosso curso (pelo menos da parte teórica) e
queria que soubessem que para mim é uma grande felicidade saber que, mesmo
com uma pequena parcela, pude contribuir nesta busca árdua pela aprovação. 
Conforme prometido, fechamos o curso com cerca de 250 exercícios e espero
sinceramente ter correspondido à confiança que depositaram no meu trabalho ao 
 
 
 
 
 
 
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escolherem este curso e ter conseguido atingir o meu objetivo principal de transmitir
a vocês o Direito Penal de maneira clara, objetiva e agradável. 
Como não poderia deixar de ser...CHEGAMOS AO ÚLTIMO DEGRAU!!! 
Agora, antes de finalizar, gostaria de passar para vocês um pouquinho (também de
forma objetiva e rápida...rsrs) do caminho que percorri até ser aprovado....talvez 
vocês se identifiquem... 
Vivi como um autêntico Concurseiro de novembro de 2005 até janeiro de 2007,
quando fui aprovadono cargo que atualmente desempenho. Durante esse meu
período de estudos para concurso, lutei muito, senti angustia, receio, medo, dúvida,
enfim, vários sentimentos que, com certeza, vocês compreendem bem. Incontáveis
vezes duvidei que algum dia estaria em condição de competir por uma vaga, mas
prossegui em busca do meu sonho. 
Durante esta fase, questionava-me bastante quanto à validade de abrir mão de
tantas coisas e pessoas com um único objetivo que não sabia quando ou se iria
atingir. Escutei afirmações do tipo “Vai curtir a vida e esquece isso”, mas persisti
com empenho na minha empreitada com foco total no que eu queria. 
Após muito estudo, no dia 07 de janeiro de 2007 estava eu em uma sala de aula,
com um lápis, uma caneta preta, uma borracha e um frio na barriga que parecia que
eu ia congelar, esperando para fazer a tão temida prova. Situação que em breve
vocês passarão. 
Fiz a prova e o dia em que li o meu nome no Diário Oficial como aprovado, vi que
tudo realmente tinha valido a pena. 
Hoje sou servidor público, faço uma das coisas que mais gosto nesta vida, que é
lecionar para quem realmente quer estudar (VOCÊS!!!), e tenho tempo para me 
 
 
 
 
 
 
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dedicar às pessoas que sempre estiveram ao meu lado e outras que surgiram em
minha vida após minha aprovação. 
Mas por que estou dizendo isto tudo? 
Para que você perceba que a diferença entre a minha história e a sua são só as
datas. Para que você veja que as mesmas aflições e dúvidas que está sentindo ou
vai sentir, nós, professores, já passamos e vencemos, assim como você PODE E
IRÁ VENCER!!! 
Tenha fé e confiança no seu trabalho. Pense na prova não como uma inimiga, mas
como uma AMIGA de quem realmente estudou. Independentemente de sua religião,
confie que há alguém que olha por você e que sabe o quanto você está lutando para
sair vitorioso(a). 
Muito sucesso a todos!!! 
Abraços e bons estudos, 
Pedro Ivo 
pedro@pontodosconcursos.com.br
 
 
 
 
 
 
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PPRRIINNCCIIPPAAIIS S AARRT TIIGGOOS S TTRRAATTAADDOOS S NNA A AAUULLAA
DO RECURSO EM SENTIDO ESTRITO 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença:
I - que não receber a denúncia ou a queixa; 
II - que concluir pela incompetência do juízo; 
III - que julgar procedentes as exceções, salvo a de suspeição; 
 IV – que pronunciar o réu; 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança, indeferir
requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder liberdade provisória ou
relaxar a prisão em flagrante; 
VII - que julgar quebrada a fiança ou perdido o seu valor; 
VIII - que decretar a prescrição ou julgar, por outro modo, extinta a punibilidade; 
IX - que indeferir o pedido de reconhecimento da prescrição ou de outra causa
extintiva da punibilidade; 
X - que conceder ou negar a ordem de habeas corpus; 
XI - que conceder, negar ou revogar a suspensão condicional da pena; 
XII - que conceder, negar ou revogar livramento condicional; 
XIII - que anular o processo da instrução criminal, no todo ou em parte; 
XIV - que incluir jurado na lista geral ou desta o excluir; 
XV - que denegar a apelação ou a julgar deserta; 
XVI - que ordenar a suspensão do processo, em virtude de questão prejudicial; 
XVII - que decidir sobre a unificação de penas; 
XVIII - que decidir o incidente de falsidade; 
XIX - que decretar medida de segurança, depois de transitar a sentença em julgado;
XX - que impuser medida de segurança por transgressão de outra; 
XXI - que mantiver ou substituir a medida de segurança, nos casos do art. 774; 
XXII - que revogar a medida de segurança; 
XXIII - que deixar de revogar a medida de segurança, nos casos em que a lei admita
a revogação; 
XXIV - que converter a multa em detenção ou em prisão simples. 
Art. 583. Subirão nos próprios autos os recursos: 
 
 
 
 
 
 
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I - quando interpostos de oficio; 
II - nos casos do art. 581, I, III, IV, VI, VIII e X; 
III - quando o recurso não prejudicar o andamento do processo. 
Art. 584. Os recursos terão efeito suspensivo nos casos de perda da fiança, de
concessão de livramento condicional e dos ns. XV, XVII e XXIV do art. 581. 
§ 1o Ao recurso interposto de sentença de impronúncia ou no caso do no VIII do
art. 581, aplicar-se-á o disposto nos arts. 596 e 598. 
§ 2o O recurso da pronúncia suspenderá tão-somente o julgamento. 
§ 3o O recurso do despacho que julgar quebrada a fiança suspenderá unicamente o
efeito de perda da metade do seu valor. 
Art. 586. O recurso voluntário poderá ser interposto no prazo de cinco dias.
Parágrafo único. No caso do art. 581, XIV, o prazo será de vinte dias, contado da
data da publicação definitiva da lista de jurados. 
Art. 587. Quando o recurso houver de subir por instrumento, a parte indicará, no
respectivo termo, ou em requerimento avulso, as peças dos autos de que pretenda
traslado. 
Parágrafo único. O traslado será extraído, conferido e concertado no prazo de cinco
dias, e dele constarão sempre a decisão recorrida, a certidão de sua intimação, se
por outra forma não for possível verificar-se a oportunidade do recurso, e o termo de
interposição. 
Art. 588. Dentro de dois dias, contados da interposição do recurso, ou do dia em
que o escrivão, extraído o traslado, o fizer com vista ao recorrente, este oferecerá as
razões e, em seguida, será aberta vista ao recorrido por igual prazo. 
Parágrafo único. Se o recorrido for o réu, será intimado do prazo na pessoa do
defensor. 
Art. 589. Com a resposta do recorrido ou sem ela, será o recurso concluso ao juiz,
que, dentro de dois dias, reformará ou sustentará o seu despacho, mandando
instruir o recurso com os traslados que Ihe parecerem necessários. 
Parágrafo único. Se o juiz reformar o despacho recorrido, a parte contrária, por
simples petição, poderá recorrer da nova decisão, se couber recurso, não sendo
mais lícito ao juiz modificá-la. Neste caso, independentemente de novos arrazoados,
subirá o recurso nos próprios autos ou em traslado. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 590. Quando for impossível ao escrivão extrair o traslado no prazo da lei,
poderá o juiz prorrogá-lo até o dobro. 
Art. 591. Os recursos serão apresentados ao juiz ou tribunal ad quem, dentro de
cinco dias da publicação da resposta do juiz a quo, ou entregues ao Correio dentro
do mesmo prazo. 
Art. 592. Publicada a decisão do juiz ou do tribunal ad quem, deverão os autos ser
devolvidos, dentro de cinco dias, ao juiz a quo. 
DA APELAÇÃO 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas por juiz
singular; 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas por juiz singular
nos casos não previstos no Capítulo anterior; 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à decisão dos
jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da medida de
segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos autos. 
Art. 594. (Revogado pela Lei nº 11.719, de 2008).
Art. 597. A apelação de sentença condenatóriaterá efeito suspensivo, salvo o
disposto no art. 393, a aplicação provisória de interdições de direitos e de medidas
de segurança (arts. 374 e 378), e o caso de suspensão condicional de pena. 
Art. 599. As apelações poderão ser interpostas quer em relação a todo o julgado,
quer em relação a parte dele. 
Art. 600. Assinado o termo de apelação, o apelante e, depois dele, o apelado terão
o prazo de oito dias cada um para oferecer razões, salvo nos processos de
contravenção, em que o prazo será de três dias. 
§ 1o Se houver assistente, este arrazoará, no prazo de três dias, após o Ministério
Público. 
 
 
 
 
 
 
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§ 2o Se a ação penal for movida pela parte ofendida, o Ministério Público terá vista
dos autos, no prazo do parágrafo anterior. 
§ 3o Quando forem dois ou mais os apelantes ou apelados, os prazos serão comuns.
§ 4o Se o apelante declarar, na petição ou no termo, ao interpor a apelação, que
deseja arrazoar na superior instância serão os autos remetidos ao tribunal ad quem
onde será aberta vista às partes, observados os prazos legais, notificadas as partes
pela publicação oficial. 
Art. 601. Findos os prazos para razões, os autos serão remetidos à instância
superior, com as razões ou sem elas, no prazo de 5 (cinco) dias, salvo no caso do
art. 603, segunda parte, em que o prazo será de trinta dias. 
§ 1o Se houver mais de um réu, e não houverem todos sido julgados, ou não
tiverem todos apelado, caberá ao apelante promover extração do traslado dos autos,
o qual deverá ser remetido à instância superior no prazo de trinta dias, contado da
data da entrega das últimas razões de apelação, ou do vencimento do prazo para a
apresentação das do apelado. 
§ 2o As despesas do traslado correrão por conta de quem o solicitar, salvo se o
pedido for de réu pobre ou do Ministério Público. 
Art. 602. Os autos serão, dentro dos prazos do artigo anterior, apresentados ao
tribunal ad quem ou entregues ao Correio, sob registro. 
Art. 603. A apelação subirá nos autos originais e, a não ser no Distrito Federal e nas
comarcas que forem sede de Tribunal de Apelação, ficará em cartório traslado dos
termos essenciais do processo referidos no art. 564, III. 
DO PROCESSO E DO JULGAMENTO DOS RECURSOS EM SENTIDO ESTRITO 
E DAS APELAÇÕES, NOS TRIBUNAIS DE APELAÇÃO 
Art. 609. Os recursos, apelações e embargos serão julgados pelos Tribunais de
Justiça, câmaras ou turmas criminais, de acordo com a competência estabelecida
nas leis de organização judiciária. 
Parágrafo único. Quando não for unânime a decisão de segunda instância,
desfavorável ao réu, admitem-se embargos infringentes e de nulidade, que poderão
ser opostos dentro de 10 (dez) dias, a contar da publicação de acórdão, na forma do 
 
 
 
 
 
 
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art. 613. Se o desacordo for parcial, os embargos serão restritos à matéria objeto de
divergência. 
Art. 610. Nos recursos em sentido estrito, com exceção do de habeas corpus, e
nas apelações interpostas das sentenças em processo de contravenção ou de crime
a que a lei comine pena de detenção, os autos irão imediatamente com vista ao
procurador-geral pelo prazo de cinco dias, e, em seguida, passarão, por igual prazo,
ao relator, que pedirá designação de dia para o julgamento. 
Parágrafo único. Anunciado o julgamento pelo presidente, e apregoadas as partes,
com a presença destas ou à sua revelia, o relator fará a exposição do feito e, em
seguida, o presidente concederá, pelo prazo de 10 (dez) minutos, a palavra aos
advogados ou às partes que a solicitarem e ao procurador-geral, quando o requerer,
por igual prazo. 
DOS EMBARGOS 
Art. 619. Aos acórdãos proferidos pelos Tribunais de Apelação, câmaras ou turmas,
poderão ser opostos embargos de declaração, no prazo de dois dias contados da
sua publicação, quando houver na sentença ambiguidade, obscuridade, contradição
ou omissão. 
Art. 620. Os embargos de declaração serão deduzidos em requerimento de que
constem os pontos em que o acórdão é ambíguo, obscuro, contraditório ou omisso.
§ 1o O requerimento será apresentado pelo relator e julgado, independentemente de
revisão, na primeira sessão. 
§ 2o Se não preenchidas as condições enumeradas neste artigo, o relator indeferirá
desde logo o requerimento. 
DA REVISÃO 
Art. 621. A revisão dos processos findos será admitida: 
I - quando a sentença condenatória for contrária ao texto expresso da lei penal ou à
evidência dos autos; 
II - quando a sentença condenatória se fundar em depoimentos, exames ou
documentos comprovadamente falsos; 
 
 
 
 
 
 
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III - quando, após a sentença, se descobrirem novas provas de inocência do
condenado ou de circunstância que determine ou autorize diminuição especial da
pena. 
Art. 622. A revisão poderá ser requerida em qualquer tempo, antes da extinção da
pena ou após. 
Parágrafo único. Não será admissível a reiteração do pedido, salvo se fundado em
novas provas. 
Art. 623. A revisão poderá ser pedida pelo próprio réu ou por procurador legalmente
habilitado ou, no caso de morte do réu, pelo cônjuge, ascendente, descendente ou
irmão. 
DA CARTA TESTEMUNHÁVEL 
Art. 639. Dar-se-á carta testemunhável: 
I - da decisão que denegar o recurso; 
II - da que, admitindo embora o recurso, obstar à sua expedição e seguimento para
o juízo ad quem. 
Art. 640. A carta testemunhável será requerida ao escrivão, ou ao secretário do
tribunal, conforme o caso, nas quarenta e oito horas seguintes ao despacho que
denegar o recurso, indicando o requerente as peças do processo que deverão ser
trasladadas. 
Art. 641. O escrivão, ou o secretário do tribunal, dará recibo da petição à parte e, no
prazo máximo de cinco dias, no caso de recurso no sentido estrito, ou de sessenta
dias, no caso de recurso extraordinário, fará entrega da carta, devidamente
conferida e concertada. 
Art. 642. O escrivão, ou o secretário do tribunal, que se negar a dar o recibo, ou
deixar de entregar, sob qualquer pretexto, o instrumento, será suspenso por trinta
dias. O juiz, ou o presidente do Tribunal de Apelação, em face de representação do
testemunhante, imporá a pena e mandará que seja extraído o instrumento, sob a
mesma sanção, pelo substituto do escrivão ou do secretário do tribunal. Se o
testemunhante não for atendido, poderá reclamar ao presidente do tribunal ad quem,
que avocará os autos, para o efeito do julgamento do recurso e imposição da pena. 
 
 
 
 
 
 
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Art. 643. Extraído e autuado o instrumento, observar-se-á o disposto nos arts. 588 a
592, no caso de recurso em sentido estrito, ou o processo estabelecido para o
recurso extraordinário, se deste se tratar. 
Art. 644. O tribunal, câmara ou turma a que competir o julgamento da carta, se
desta tomar conhecimento, mandará processar o recurso, ou, se estiver
suficientemente instruída, decidirá logo, de meritis. 
Art. 645. O processo da carta testemunhável na instância superior seguirá o
processo do recurso denegado. 
Art. 646. A carta testemunhável não terá efeito suspensivo. 
 
 
 
 
 
 
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EEXXEERRC CÍÍCCIIOOS S 
1. (TJ-PI/ 2009) São pressupostos comuns a todos os recursos: 
A) Oportunidade, indivisibilidade, unirrecorribilidade. 
B) Possibilidade jurídica, interesse de agir, indesistibilidade. 
C) Previsão legal, forma prescrita em lei e tempestividade. 
D) Formalidade, publicidade e oficialidade. 
E) Iniciativa das partes, impulso oficial e publicidade. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: São pressupostos comuns a todos os recursos: 
• Cabimento; 
• Adequação; 
• Tempestividade;
• Regularidade;
• Preparo.
2. (Analista Judiciário / 2007) São pressupostos subjetivos dos recursos: 
A) legitimidade e adequação. 
B) cabimento e tempestividade. 
C) interesse jurídico e legitimidade para recorrer. 
D) prequestionamento e adequação. 
E) cabimento e interesse jurídico. 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: São pressupostos subjetivos dos recursos: 
 
 
 
 
 
 
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• Legitimidade para recorrer;
• Interesse.
3. (TJ-PA / 2009) O princípio da fungibilidade autoriza o juízo a receber o
recurso equivocadamente interposto como se fosse o adequado. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Por força do princípio da fungibilidade dos recursos, também
chamado de teoria do recurso indiferente, salvo a hipótese de má-fé, a parte não
será prejudicada pela interposição de um recurso por outro. 
4. (MPE-RN/ 2009) Aos Defensores Públicos é concedido prazo em dobro para
a interposição dos recursos criminais. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Os defensores públicos gozam de prazo em dobro para interpor
recurso (Lei nº 1.060/1950, art. 5º, § 5º, e LC nº 80/1994, art. 44). 
5. (Promotor / 2009) Caberá recurso em sentido estrito contra a decisão que
receber a denúncia ou queixa. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou
sentença que não receber a denúncia ou a queixa. 
6. (Promotor / 2008) Da decisão judicial que determina o arquivamento de
autos de inquérito policial, a pedido do Ministério Público, cabe recurso em
sentido estrito. 
 
 
 
 
 
 
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GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Da decisão judicial que, acolhendo manifestação do Ministério
Público, ordena o arquivamento de inquérito policial, não cabe recurso (STJ, RMS 
24.328/PR, DJ 10.03.2008). 
7. (Promotor / 2008) Cabe recurso em sentido estrito da decisão que nega a
fiança e da que indefere pedido de revogação da prisão preventiva. 
GABARITO: ERRADA
COMENTÁRIOS: O art. 581, V, dispõe: 
Art. 581. Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho
ou sentença: 
[...] 
V - que conceder, negar, arbitrar, cassar ou julgar inidônea a fiança,
indeferir requerimento de prisão preventiva ou revogá-la, conceder
liberdade provisória ou relaxar a prisão em flagrante; 
Assim, como a lista apresentada no art. 581 é taxativa, não cabe recurso da decisão
que decretar a prisão preventiva ou indeferir o pedido de liberdade provisória ou
relaxamento da prisão. A decisão que revoga a prisão preventiva por excesso de
prazo, não equivale à concessão da liberdade provisória; logo também é irrecorrível. 
8. (Promotor / 2008) Não cabe recurso em sentido estrito da decisão que
admitir ou não admitir o assistente de acusação. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: A questão exige o conhecimento do art. 273 do CPP. Observe o
texto legal: 
 
 
 
 
 
 
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Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá
recurso, devendo, entretanto, constar dos autos o pedido e a
decisão. 
9. (TJ-PA / 2009) O recurso de embargos infringentes é cabível quando for
unânime a decisão de segunda instância, desfavorável ao réu. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Os embargos infringentes são recursos oponíveis contra decisão
não unânime de segunda instância, desde que desfavorável ao réu. Nesse contexto,
caracterizam-se como recursos exclusivos da defesa. 
Seu cabimento ocorrerá somente quando se tratar de acórdão que se refira a
julgamento de recurso em sentido estrito ou de apelação. 
10. (Juiz Substituto / 2007) Os embargos infringentes deverão ser opostos no
prazo de 05 (cinco) dias, contados da publicação do acórdão embargado,
apenas por petição, não se admitindo termo. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: Nos termos do parágrafo único do art. 609, os embargos
infringentes deverão ser opostos no prazo de 10 (dez) dias, contados da publicação
do acórdão embargado, apenas por petição, não se admitindo termo. 
11. (TJ-PA / 2009) A decisão que deixa de receber a denúncia, ofertada por
crime de roubo, pode ser atacada por apelação. 
GABARITO: ERRADA 
 
 
 
 
 
 
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COMENTÁRIOS: A questão está incorreta, pois, nos termos do art. 581, I, para a
decisão que deixa de receber a denúncia cabe RECURSO EM SENTIDO ESTRITO.
A apelação destina-se a levar à segunda instância o julgamento de matéria decidida
pelo juiz de primeiro grau, em regra, em sentenças definitivas ou com força de
definitivas. 
As hipóteses de cabimento da apelação encontram-se no art. 593 do CPP nos
seguintes termos: 
Art. 593. Caberá apelação no prazo de 5 (cinco) dias: 
I - das sentenças definitivas de condenação ou absolvição proferidas
por juiz singular; 
II - das decisões definitivas, ou com força de definitivas, proferidas
por juiz singular nos casos não previstos no Capítulo anterior; 
III - das decisões do Tribunal do Júri, quando: 
a) ocorrer nulidade posterior à pronúncia; 
b) for a sentença do juiz-presidente contrária à lei expressa ou à
decisão dos jurados; 
c) houver erro ou injustiça no tocante à aplicação da pena ou da
medida de segurança; 
d) for a decisão dos jurados manifestamente contrária à prova dos
autos. 
12. (MPE-SE / 2009) Contra a decisão de impronúncia cabe o recurso de
apelação. 
GABARITO: CERTA 
COMENTÁRIOS: Nos crimes afetos ao Tribunal do Juri, ao final da instrução
preliminar, abrem-se ao juiz as seguintes alternativas: 
(a) pronúncia; 
(b) impronúncia; 
(c) absolvição sumária; e 
 
 
 
 
 
 
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(d) desclassificação. 
Entretanto, com o advento da nova lei, quando o juiz impronuncia o réu (não está
convencido da materialidade do fato ou da existência de indícios suficientes de
autoria), o recurso cabível contra essa decisão é a apelação. Antes da entrada em
vigor da Lei 11.689/08, o recurso adequado era o recurso em sentido estrito. 
13. (TJ-PA / 2009) O recurso de apelação deve ser interposto somente por
petição. 
GABARITO: ERRADA 
COMENTÁRIOS: O recurso de apelação pode ser interposto por petição ou por
termo nos autos. 
14. (OAB-SP / 2009) Assinale a opção que representa, segundo o CPP, recurso
cujas razões podem ser apresentadas, posteriormente à interposição do
recurso, na instância superior. 
A) embargos de nulidade 
B) embargos de declaração 
C) apelação 
D) carta testemunhável 
GABARITO: C 
COMENTÁRIOS: Nos termos do art. 600 do CPP, na apelação, as razões podem
ser apresentadas, posteriormente a interposição do recurso, na instância superior. 
A fim de que você relembre, apresento abaixo o rito procedimental cabível para a
apelação. 
Processamento: 
 
 
 
 
 
 
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