Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Bactérias anaeróbias não esporuladas São prevalentes na cavidade oral e trato intestinal de humanos São patógenos oportunistas endógenos (oxigênio pode ser letal) São capazes de causar um grande espectro de infecções Fazem parte da microbiota normal humana Sitio anatômico Quantidade Frequência Anaeróbio / aeróbio Vias aéreas superiores Secreção nasal 103 – 104 3-5 / 1 Saliva 108 – 109 1 / 1 Sulco gengival 10 11 - 1012 1000 / 1 Trato intestinal Intestine delgado 102 – 104 1 / 1 Intestino grosso 1011 – 1012 1000 / 1 Trato genital feminino Endocervice 107 – 109 1-5 / 1 Vagina 107 – 109 1-5 / 1 Principais espécies: Vias aéreas: + 90% Fusobacterium Prevotella Porphyromonas Peptoestreptococcus Trato intestinal:+ 99,9% Bacteroides fragilis Prevotella Peptoestreptococcus Trato genital feminino: + 50% Peptoestreptococcus Prevotella Porphyromonas Bacteroides fragilis Pele: Propionibacterium acne Infecções causadas por bactérias anaeróbias: 1. infecção Intra-abdominal – abscessos, peritonites (perfuração do intestino/ contaminação material fecal) 2. Infecção pulmonar – a partir do sangue ou pela aspiração de bactérias do TRS 3. Infecções pélvicas –vaginose, celulite pélvica, endometriose, abscesso pélvico, sepsis após parto. Devido à cirurgia ginecológica ou associado a câncer 4. Infecção de tecidos moles – polimicrobiana: gangrena, celulite, fasceíte necrotizante 5. Infecção de cabeça e pescoço: doenças periodontais, actinomicose, otite, mastoidite, sinusite (podendo estender-se para pescoço e cérebro (abscessos) 6. Endocardites: após infecções pélvicas ou abdominais. Quando suspeitar de infecção por anaeróbio não esporulado? Quando ocorrem em áreas adjacentes à aquelas com alta concentração de anaeróbios (microbita normal) Ocorrem quando há diminuição do potencial redox dos tecidos: dano tecidual, cirurgia, traumatismos, presença de corpos estranhos Frequentemente há formação de abscessos e necrose Formação de gás/odor fétido Gram: policromia Não isolamento de patógenos em cultura para aeróbios Bactérias Anaeróbias não formadoras de esporos de maior relevância clínica Bacteroides fragilis Bacilo Gram-negativo espécie mais prevalente em infecções: intra-abdominais, abscessos, e infecções em tecidos moles Não predomina na microbiota normal mas tem diversos fatores de virulência Síndromes clínicas: Peritonites (~100%): inoculação do mo da microbiota endógena no fluido peritoneal, natureza polimicrobiana, Formação de abscessos (Ex: cerebrais ou hepáticos) – evolução da infecção intestinal com disseminação hematogênica do mo. Infecções ginecológicas, tecidos necrosados por traumas Tratamento Necessidade de intervenção cirúrgica (drenagem de abscessos, debridamento, amputação) Pela maioria das infecções serem mistas há a necessidade de utilização de mais de um antimicrobiano. Resistência aos antimicrobianos: As demais espécies de Bacteroides apesar de causarem infecções com menor freqüência do que a espécie B. fragilis, são portadoras de um maior numero de mecanismos de resistência aos antimicrobianos. Porphyromonas e Prevotella Anaeróbios pigmentados (pigmento negro) Bacilos Gram-negativos Encontrados na cavidade oral Causam infecções orais e dentárias que podem ser estender para o pescoço, cérebro e trato respiratório inferior; Também podem causar infecções pós-mordidas. Actinomyces Bacilos Gram positivos ou filamentosos (similaridade com fungos) Actinomyces israelli, A. viscosus, A. naeslundii – presentes na cavidade oral de humanos. Apresentam potencial patogênico no desenvolvimento de doença periodontal Formação de abscessos na mucosa oral, língua, face (cervico facial) e áreas abdominais – ACTINOMICOSE Relacionados com cerca de 2 a 10% das inflamações pélvicas pelo uso de DIU. Fatores de risco: formação de abscessos dentais / extrações Diagnóstico diferencial – pesquisa de grânulos de enxofre (observação dos grânulos amarelos de enxofre a olho nu). Propionibacterium BGN, pleomórfico componente da microbiona normal de pele (glândulas sebáceas) principal agente da acne vulgaris O mo libera lipases para digerir o óleo da pele. Os produtos desta digestão (ácidos graxos) + Ags bacterianos estimulam uma inflamação local intensa: formação de uma lesão na superfície da pele (pústula). Tratamento baseado na supressão da microbiota pelo uso de antimicrobianos tópicos e orais como clindamicina, eritromicina ou tetraciclina. Agentes químicos que reduzem a produção de sebo são utilizados como auxiliares ao tratamento antimicrobiano Diagnóstico laboratorial Coleta e transporte de espécimes clínicos: colheita com agulha e seringa é mais apropriada que swabs Swab só se for coletado cirurgicamente (tecidos mais profundos) Enviar ao lab o mais rapidamente possível Em meio e condições apropriados: suplementados com cisteína e resazurina (indicador da presença de O2) Aspecto das amostras: Odor fétido, Aspecto purulento, presença de tecido necrosado Presença de gás (ou grânulos de enxofre: actinomicose) Cultura: Isolamento primário: meio de enriquecimento: Columbia, BHI. (Suplementados de sangue, hemina, vit K) Meios seletivos – agar sangue KV (kanamicina + vancomicina) agar sangue álcool feniletil (PEA) Semear em duplicata – uma placa em aerobiose e a outra em anaerobiose Sistema anaeróbico para cultivo Atmosfera ideal para anaerobiose – 85% N2 + 10% de H2 e 5% de CO2 Jarra anaeróbica, Fluxo anaeróbico, Pacote para cultura anaeróbica Identificação: Morfologia e Gram podem ajudar na dedução da provável espécie: BGN: Bacteroides Porphyromonas, Prevotella, Fusobacterium BGP: Clostridium (esporulado), Propionibacterium, Actinomyces CGP: Peptoestreptococcus Excluir Propionibacterium, geralmente contaminante Teste da catalase (H2O2) Prevotella e Porphyromonas produzem colônias pigmentadas (negras) Tolerância à bile e resistência à penicilina: Bacteroides fragilis Cromatografia gasosa: produtos metabólicos identificam espécies Coleta de material As amostras não devem entrar em contato com oxigênio e não deve estar contaminadas com bactérias anaeróbias da microbiota normal. A amostra deve ser coletada através de aspirado com agulha e seringa ou através de fragmentos do tecido infectado. A coleta com swab é a menos recomendada pelas seguintes razões: Material pode ser facilmente contaminado com microrganismos presentes na pele ou na superfície mucosa; Os anaeróbios ficarão expostos ao oxigênio ambiente; Material está sujeito à secagem excessiva; quantidade de material encaminhada é relativamente pequena; Medidas de controle e tratamento: Debridamento cirúrgico Drenagem Remoção corpos estranhos Antimicrobianos (associação de drogas devido inf. polimicrobiana) Decisão quanto à droga geralmente empírica (dificuldade e custos de culturas e TSA para anaeróbios) Drogas de escolha Penicilina: Bacteroides fragilis e algumas espécies de Prevotella, Porphyromonas e Clostridium são resistentes Clindamicina e cefoxitina: 10 a 15% de Bacteroides fragilis podem ser resistentes Drogas de maior eficácia, principalmente contra anaeróbios Gram negativos: Metronidazol, imipenem e qualquer combinação com beta-lactâmico / inibidor de beta-lactamase � � � �
Compartilhar