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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS CURSO: Engenharia Metalúrgica - 6º período DISCIPLINA: Laboratório de Beneficiamento de Minério PROFESSOR: Manoel Robério Ferreira Fernandes ALUNOS: Hállef Müller, Jonathan Roger, Otávio Augusto, Raiki Marques, Raquel Campello, Victor Augusto. RELATÓRIO MOAGEM 30 DE ABRIL DE 2016 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 Moinhos Cilíndricos .................................................................................................. 3 Movimento das Bolas Dentro da Carcaça ................................................................ 4 Regimes de operação do moinho ............................................................................ 5 Tamanho dos Corpos Moedores .............................................................................. 6 Moinho de Discos..................................................................................................... 7 DESENVOLVIMENTO ................................................................................................ 7 1. MOINHO DE DISCO ......................................................................................... 7 1.1. Roteiro da moagem no Moinho de Disco .................................................... 7 1.2. Dados do minério: ....................................................................................... 8 Tabela 1: Peneiramento 1ª Moagem (10min – 10Hz) ........................................... 9 Gráfico 1: Peneiramento 1ª Moagem .................................................................... 9 Tabela 2: Peneiramento 2ª Moagem (10min – 10Hz) ......................................... 10 Gráfico 2: Peneiramento 2ª Moagem .................................................................. 10 2. MOINHO DE BOLAS ....................................................................................... 10 2.1. Moagem com minério grandes dimensões ............................................... 10 Tabela 3: Dimensões médias de alimentação do moinho (Amostra) .................. 11 Tabela 4: Dimensões médias de descarga do moinho (Amostra) ...................... 11 2.2. Moagem com minério já britado ................................................................ 12 Tabela 5: 1ª Moagem Talco Moinho de Bolas 5min............................................ 13 Gráfico 3: D80 - 1ª Moagem - 5min .................................................................... 13 Tabela 6: 2ª Moagem Talco Moinho de Bolas 15min .......................................... 14 Gráfico 4: D80 - 2ª Moagem - 15min .................................................................. 14 Tabela 7: 3ª Moagem Talco Moinho de Bolas 35min .......................................... 15 Gráfico 5: D80 - 3ª Moagem - 35min .................................................................. 15 Gráfico 6: Comparação Tempos de Moagem ..................................................... 16 ANÁLISE DE RESULTADOS .................................................................................... 17 CONCLUSÃO ............................................................................................................ 20 BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 21 INTRODUÇÃO A moagem é o último estágio do processo de fragmentação. Neste, as partículas são reduzidas pela combinação de impacto, compressão, abrasão e atrito, a um tamanho adequado à liberação do mineral de interesse, geralmente, a ser concentrado nos processos subsequentes. Cada minério tem uma malha ótima para ser moído, dependendo de muitos fatores, incluindo a distribuição do mineral útil na ganga e o processo de separação que vai ser usado em seguida. A moagem é a área da fragmentação que requer maiores investimentos, ocorre maior gasto de energia e é considerada uma operação importante para o bom desempenho de uma instalação de tratamento de minérios. A submoagem do minério resulta num produto de granulometria grossa, com liberação parcial do mineral útil, inviabilizando o processo de concentração. Neste caso, a recuperação parcial do mineral útil e a baixa razão de enriquecimento respondem pela inviabilidade do processo. A sobremoagem, também, não é desejada, pois esta reduz o tamanho das partículas, desnecessariamente, o que acarretará maior consumo de energia e perdas no processo de concentração. É conclusivo que a moagem deve ser muito bem estudada na etapa de dimensionamento e escolha de equipamento e muito bem controlada na etapa de operação da usina, pois o bom desempenho de uma instalação industrial depende em muito da operação de moagem. Os equipamentos mais empregados na moagem são: moinho cilíndrico (barras, bolas ou seixos), moinho de martelos entre outros. Moinhos Cilíndricos Estes moinhos são constituídos de uma carcaça cilíndrica de ferro, revestida internamente com placas de aço ou borracha, que gira sobre mancais e contém no interior uma carga de barras ou bolas de ferro ou aço (Figura 1). Figura 1 – Moinho Cilíndrico. Os corpos moedores são elevados pelo movimento da carcaça até um certo ponto de onde caem, seguindo uma trajetória parabólica, sobre as outras bolas que estão na parte inferior do cilindro e sobre o minério que ocupa os interstícios das bolas. Estas acompanham o movimento da carcaça e impelidas pela força centrífuga percorrem uma trajetória circular (Figura 2). Enquanto a força centrífuga for maior que a força da gravidade, as bolas permanecem nesta trajetória. No momento que o componente da força da gravidade que se opõem a força centrífuga, for maior que esta, as bolas abandonam a trajetória circular e passam a seguir uma trajetória parabólica mostrada na Figura 2. Figura 2 – Velocidade crítica do moinho. Aumentando-se a velocidade do moinho, chega um momento em que a bola fica presa à carcaça, pela ação da força centrífuga, durante a volta completa do cilindro. Nessas condições, o α = 0 e cos α = 1 e a bola não realiza qualquer trabalho, não havendo portanto moagem. A velocidade do moinho em que isto ocorre chama- se velocidade crítica do moinho e pode ser calculada para qualquer moinho usando-se a seguinte expressão: A velocidade de operação de um moinho é sempre referida à percentagem de sua velocidade crítica. Assim, por exemplo, um moinho que tenha um nc = 65 rpm e esteja trabalhando com 50 rpm, diz-se que sua velocidade é de 77% da velocidade crítica: 50/65 x 100 = 77%. Do ponto de vista prático, os moinhos são operados nas velocidades de 50 a 90% da sua velocidade critica e a escolha dessas é determinada pelas condições econômicas. Sabe-se, por outro lado, que aumentado a velocidade do moinho, aumenta a sua capacidade de processamento, mas compromete o seu desempenho (kWht-1). As velocidades mais baixas são, algumas vezes, usadas quando não é possível atingir a plena capacidade do moinho e velocidades elevadas, para maiores capacidade de moagem grosseira. Movimento das Bolas Dentro da Carcaça As bolas de um moinho em operação apresentam quatro movimentos que são vistos a seguir. Rotação - as bolas giram em torno delas mesmas e produzem uma fragmentação por compressão, tal como no moinho de rolos. Este efeito é pequeno dentro do moinho. Translação - é o movimento circular de acompanhamento da carcaça do moinho, até uma certa altura. Este movimento não promove nenhuma fragmentação e é responsávelpelo gasto excessivo de energia na moagem. Deslizamento - é o movimento contrário ao movimento do moinho. As várias camadas de bolas deslizam umas sobre as outras e a superfície interna do moinho, dando origem à fragmentação por atrito. Este efeito é acentuado quando a velocidade de rotação do moinho é baixa. Queda - é o movimento resultante das bolas pela força da gravidade e que vai dar origem à fragmentação por impacto. Este efeito aumenta com a velocidade de rotação do moinho. Regimes de operação do moinho A velocidade, o fator de enchimento (isto é, o volume ocupado pelas bolas em relação ao volume do moinho) e mais outros fatores determinam o regime de operação do moinho. Tem-se então, dois regimes no moinho: catarata e cascata. Na moagem em catarata (Figura 3), a velocidade do moinho carrega as bolas até uma posição bem elevada e essas caem sobre as outras bolas e sobre a polpa causando fragmentação por impacto. Deve-se usar bolas maiores para aumentar ainda mais a energia do meio moedor e baixo fator de enchimento (menos bolas). Este regime é adequado para a fragmentação de material mais grosso e para evitar a produção de finos. Figura 3 – Moagem em regime de catarata. Na moagem em cascata, (Figura 4), a velocidade baixa do moinho e o alto fator de enchimento fazem com que as bolas, ao alcançarem uma certa altura, rolem sobre as outras, não havendo quase impacto e a moagem se dá por abrasão e atrito. Deve-se usar bolas de diâmetros menores. Este regime é adequado para a obtenção de um produto final com granulometria fina. Figura 4 – Moagem em regime de cascata. Tamanho dos Corpos Moedores O tamanho dos corpos moedores é um dos principais fatores que afetam a eficiência e a capacidade do moinho. Este tamanho pode ser calculado usando-se princípios teóricos e posteriormente, ajustando-se, para cada instalação, com a prática industrial. O tamanho próprio das bolas a serem adicionadas num moinho em operação é o tamanho adequado para quebrar as maiores partículas da alimentação. Entretanto, este tamanho não pode ser muito grande, pois o número de contatos de quebra será reduzido, assim como a capacidade do moinho. A determinação do diâmetro máximo da barra ou da bola é de grande importância, pois é usual se fazer a reposição do peso dos corpos moedores desgastados, utilizando-se apenas este tipo de meio moedor. Com auxílio das fórmulas estabelecidas por Rowland, calculam-se os diâmetros máximos dos corpos moedores. R = diâmetro máximo das barras em mm; B = diâmetro máximo das bolas em mm; F = tamanho em que passa 80% da alimentação em mm; WI = índice de trabalho em kWh/t; Sg = massa específica do minério em g/cm3; %Vc = % da velocidade crítica; D = diâmetro interno ao revestimento da carcaça em m; K = fator variável com o tipo de moagem O moinho de bolas em regime de catarata pode ser alimentado com material grosso (3 a 4 mm), mas geralmente trabalha em circuito fechado com classificador, pois apesar de predominar o impacto, a abrasão e o atrito também têm ação destacada. O moinho de bolas, em regime de cascata, é utilizado em moagem secundária com a finalidade de fragmentar o minério na malha requerida ao processo subsequente. A alimentação deve ser mais fina e é constituída do produto da moagem primária feita num moinho de barras ou de bolas, em regime de catarata. A tendência atual é o uso de um único estágio de moagem num moinho de bolas, com bolas grandes e alta razão de redução. Neste caso, o material deve vir da britagem em tamanho menor possível. Moinho de Discos Este tipo de moinho tem dois discos com ressaltos internos, sendo um fixo e outro móvel, dotado de movimento excêntrico (Figura 5). A alimentação vem ter ao centro dos discos através da abertura central do disco fixo e aí sofre o impacto e o atrito do disco móvel que com seu movimento excêntrico vai fragmentando e forçando o material para a periferia, caindo depois numa câmara coletora. A granulometria da descarga é dada pelo ajuste da abertura entre os discos na parte periférica, onde esses são lisos. O moinho de disco é empregado para pulverizar amostras, desde que a contaminação com ferro proveniente do desgaste dos discos não prejudique a sua utilização. Figura 5 – Moinho de discos. DESENVOLVIMENTO 1. MOINHO DE DISCO 1.1. Roteiro da moagem no Moinho de Disco Regular o espaçamento entre os discos para 3mm Passar cerca de 1Kg de minério, calcular o D80 e estimar o grau de redução Fazer a operação duas vezes O D80 da alimentação será o da prática anterior Analisar sensorialmente o produto do moinho de disco e decidir pelo método de peneiramento mais apropriado (seco, misto, frequência e tempo de peneiramento) Figura 6: Moinho de Disco. Autor: Victor Augusto 1.2. Dados do minério: Magnesita: 1130Kg Tempo de moagem: 1 minuto Figura 7: Minério Magnesita antes e depois da moagem. Autor: Victor Augusto Tabela 1: Peneiramento 1ª Moagem (10min – 10Hz) Peneira Massa Retida (g) Retido Simples (%) Retido Acumulado (%) Passante Acumulado (%) 4,75mm 17,7 1,59% 1,59% 98,41% 2,36mm 186,2 16,73% 18,32% 81,68% 1,18mm 196,7 17,67% 35,99% 64,01% 600µm 205,7 18,48% 54,46% 45,54% 300µm 269,3 24,19% 78,66% 21,34% 180µm 128,3 11,53% 90,18% 9,82% 75µm 83,1 7,46% 97,65% 2,35% 45µm 19,5 1,75% 99,40% 0,60% Fundo 6,7 0,60% 100,00% 0,00% TOTAL 1113,2 100,00% Gráfico 1: Peneiramento 1ª Moagem Como podemos analisar no gráfico, o D80 da curva de Passante Acumulado indica que o minério tem granulometria de aproximadamente 2,3mm. Como o D80 de alimentação do moinho era de 9,5mm (Prática de britagem) temos um grau de redução GR=4,13 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 110,00% 0 0,3 0,6 0,9 1,2 1,5 1,8 2,1 2,4 2,7 3 3,3 3,6 3,9 4,2 4,5 4,8 5,1 1ª Moagem - Passante Acumulado Tabela 2: Peneiramento 2ª Moagem (10min – 10Hz) Peneira Massa Retida (g) Retido Simples (%) Retido Acumulado (%) Passante Acumulado (%) 4,75mm 8,7 0,79% 0,79% 99,21% 2,36mm 92,7 8,41% 9,20% 90,80% 1,18mm 212,7 19,30% 28,50% 71,50% 600µm 236 21,41% 49,91% 50,09% 300µm 297,5 26,99% 76,90% 23,10% 180µm 141,6 12,85% 89,75% 10,25% 75µm 86,6 7,86% 97,60% 2,40% 45µm 20,5 1,86% 99,46% 0,54% Fundo 5,9 0,54% 100,00% 0,00% TOTAL 1102,2 100,00% Gráfico 2: Peneiramento 2ª Moagem Como podemos analisar no gráfico, o D80 da curva de Passante Acumulado indica que o minério tem granulometria de aproximadamente 1,5mm. Como o D80 de alimentação do moinho era de: 2,3mm, temos um grau de redução GR=1,5. Podemos verificar também que mais um processo de moagem não resultaria em uma redução maior da granulometria, resultando em perda de tempo e consumo desnecessário de energia. 2. MOINHO DE BOLAS Primeiramente colocaremos os minérios inteiros (sem britar previamente) no moinho de bolas para verificar a eficiência do mesmo. 2.1. Moagem com minério grandes dimensões Corpo moedor: Bolas Grandes de Alumina 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 110,00% 0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2 2,2 2,4 2,6 2,8 3 3,2 3,4 3,6 3,8 4 4,2 4,4 4,6 4,8 5 2ª Moagem - Passante Acumulado Minério Talco: 2950Kg Tempo de moagem: 5 minutos Tabela 3: Dimensões médias de alimentação domoinho (Amostra) DIMENSÃO 1 (mm) DIMENSÃO 2 (mm) DIMENSÃO 3 (mm) MÉDIA (mm) 69,5 51,2 45,3 55,3 79,5 52,1 50,8 60,8 81,4 51,1 42,4 58,3 77,7 56,8 39,8 58,1 76,2 56,6 36,7 56,5 75,7 50,4 50,3 58,8 72,4 36,3 33 47,2 MEDIA TOTAL 56,4 Tabela 4: Dimensões médias de descarga do moinho (Amostra) DIMENSÃO 1 (mm) DIMENSÃO 2 (mm) DIMENSÃO 3 (mm) MÉDIA (mm) 74,2 49,6 38,7 54,2 75,1 55,2 35,8 55,4 76,9 57,5 50,1 61,5 75,1 68,5 41,1 61,6 77,9 55,4 39,1 57,5 65,2 58,4 36,2 53,3 70,7 50,2 31,6 50,8 MEDIA TOTAL 56,3 Geração de finos: 113,8g A partir das tabelas acima concluímos que ao alimentar o moinho com carga de grande granulometria é ineficiente e inviável, pois a geração de finos é irrelevante em comparação com o tamanho final dos minérios cuja granulometria praticamente não sofreu redução. Figura 8: Moinho de Bolas alimentado com Talco e os corpos moedores de Alumina Autor: Victor Augusto Figura 9: Minério Talco após processo de moagem Autor: Victor Augusto 2.2. Moagem com minério já britado Nesta segunda parte, britaremos o minério Talco em um Britador de Mandíbulas e após o processo de britagem iniciaremos o processo de moagem no Moinho de Bolas. Depois iremos comparar o grau de redução após três tempos de moagem: 5 minutos, 15 minutos e 35 minutos. Tabela 5: 1ª Moagem Talco Moinho de Bolas 5min Gráfico 3: D80 - 1ª Moagem - 5min Como podemos analisar no gráfico, o D80 da curva de Passante Acumulado indica que o minério tem granulometria de aproximadamente 6mm. Como o D80 de alimentação do moinho era de: 10,5mm (minério britado) temos um grau de redução GR=1,75. 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 110,00% 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 1010,51111,51212,51313,5 % P as sa n te A cu m u la d o Abertura Peneiras (mm) 1ª Moagem - 5min Peneira (mm) Massa Retida (g) % Retida Simples % Retida Acumulada % Passante Acumulada 12,5 0,0 0,00% 0,00% 100,00% 9,5 12,6 4,54% 4,54% 95,46% 4,75 61,1 22,00% 26,54% 73,46% 2,0 44,0 15,84% 42,38% 57,62% 0,6 52,0 18,73% 61,11% 38,89% 0,425 8,0 2,88% 63,99% 36,01% 0,3 16,0 5,76% 69,75% 30,25% 0,212 24,0 8,64% 78,39% 21,61% 0,075 36,0 12,96% 91,36% 8,64% 0,045 20,0 7,20% 98,56% 1,44% <0,045 4,0 1,44% 100,00% 0,00% TOTAL 277,7 100,00% - - Tabela 6: 2ª Moagem Talco Moinho de Bolas 15min Gráfico 4: D80 - 2ª Moagem - 15min Como podemos analisar no gráfico, o D80 da curva de Passante Acumulado indica que o minério tem granulometria de aproximadamente 0,75mm. Como o D80 de alimentação do moinho era de: 6mm, temos um grau de redução GR=8. 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 110,00% 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 1010,51111,51212,51313,5 % P as sa n te A cu m u la d o Abertura Peneiras (mm) 2ª Moagem - 15min Peneira (mm) Massa Retida (g) % Retida Simples % Retida Acumulada % Passante Acumulada 12,5mm 0 0,00% 0,00% 100,00% 9,5mm 0 0,00% 0,00% 100,00% 4,75mm 29,1 6,50% 6,50% 93,50% 2,0mm 19,2 4,29% 10,80% 89,20% 600µm 47,9 10,71% 21,50% 78,50% 425µm 17,3 3,87% 25,37% 74,63% 300µm 47 10,51% 35,87% 64,13% 212µm 73,9 16,52% 52,39% 47,61% 75µm 142,2 31,78% 84,18% 15,82% 45µm 67,3 15,04% 99,22% 0,78% <45µm 3,5 0,78% 100,00% 0,00% TOTAL 447,4 100,00% - - Tabela 7: 3ª Moagem Talco Moinho de Bolas 35min Gráfico 5: D80 - 3ª Moagem - 35min Como podemos analisar no gráfico, o D80 da curva de Passante Acumulado indica que o minério tem granulometria de aproximadamente 0,25mm. Como o D80 de alimentação do moinho era de: 0,75mm, temos um grau de redução GR=3. 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 110,00% 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 1010,51111,51212,51313,5 % P as sa n te A cu m u la d o Abertura Peneiras (mm) 3ª Moagem - 35min Peneira (mm) Massa Retida (g) % Retida Simples % Retida Acumulada % Passante Acumulada 12,5mm 0 0,00% 0,00% 100,00% 9,5mm 2,3 0,65% 0,65% 99,35% 4,75mm 5,7 1,62% 2,27% 97,73% 2,0mm 1,9 0,54% 2,81% 97,19% 600µm 6,3 1,79% 4,60% 95,40% 425µm 5,4 1,53% 6,13% 93,87% 300µm 22,1 6,27% 12,40% 87,60% 212µm 43,9 12,45% 24,85% 75,15% 75µm 196,2 55,66% 80,51% 19,49% 45µm 68,2 19,35% 99,86% 0,14% <45µm 0,5 0,14% 100,00% 0,00% TOTAL 352,5 100,00% - - Gráfico 6: Comparação Tempos de Moagem Como podemos analisar, quanto maior o tempo de moagem, menor será a granulometria do minério, aumentando assim a quantidade de finos. 0,00% 10,00% 20,00% 30,00% 40,00% 50,00% 60,00% 70,00% 80,00% 90,00% 100,00% 110,00% 0 0,5 1 1,5 2 2,5 3 3,5 4 4,5 5 5,5 6 6,5 7 7,5 8 8,5 9 9,5 1010,51111,51212,51313,5 % P as sa n te A cu m u la d o Abertura Peneiras (mm) Moagem Moinho de Bolas 35 minutos 5 minutos 15 minutos ANÁLISE DE RESULTADOS O fraturamento ou quebra de partículas minerais se dá pelo rompimento das forças de coesão ao longo das superfícies que se formam. Isso implica no fornecimento de certa quantidade de energia de fragmentação que tem de ser proporcional à energia de coesão interna rompida. Portanto, o resultado do processo de fraturamento é uma distribuição de fragmentos menores. A distribuição característica do produto de fragmentação depende não só da natureza das forças de coesão interna das partículas como também da forma de energia e da intensidade com que elas foram aplicadas sobre a partícula. Existem três mecanismos de quebra que estão sempre presentes nos processos de cominuição: abrasão, compressão e impacto. A Figura 10 mostra esquematicamente os tipos de mecanismos de fratura de partículas juntamente com a distribuição granulométrica dos produtos da quebra. Abrasão: ocorre quando a força é insuficiente para provocar uma fratura em toda a partícula. Há a concentração local de esforços, que provoca o aparecimento de pequenas fraturas, com o surgimento de uma distribuição granulométrica de partículas finas ao lado da partícula original, cujo diâmetro é pouco diminuído. Esse tipo de fratura pode ser provocado por atrito entre as partículas ou de bolas com as partículas. É o que aconteceu na primeira parte onde colocamos minério de talco com granulometria muito grande (56 mm), gerou alguns finos, mas o tamanho das partículas não se alterou significativamente. Compressão: ocorre quando a força é aplicada de forma lenta e permite que, com o aparecimento da fratura, o esforço seja aliviado. Assim, a força é pouco superior à resistência da partícula. Desse tipo de fratura resultam poucos fragmentos de grande diâmetro. Esse tipo de fratura ocorre em britadores de mandíbulas, giratórios, cônicos e em moinhos quando as partículas são comprimidas entre dois ou mais corpos moedores, ou partículas maiores. Impacto: ocorre quando a força é aplicada de forma rápida e em intensidade muito superior à resistência da partícula, como acontece, por exemplo, com britadores de impacto ou em moinhos, nas zonas de queda das bolas ou barras.Resulta dessa fratura uma distribuição granulométrica de partículas finas. Esse mecanismo de quebra pode ser observado na segunda etapa onde moemos o minério após a britagem do mesmo, tivemos uma distribuição granulométrica mais homogênea e geração de finos que aumenta com o tempo de moagem. Figura 10 - Mecanismos de fratura e energia aplicada com a distribuição dos fragmentos resultantes da quebra. Observamos também que mesmo após 35min de moagem, algumas partículas de minério mantinham granulometria bem acima do restante, o que pode ser explicado pelo fato que o D80 de alimentação do moinho não estava adequado para as condições de moagem. Um dos fatores seria o tamanho das bolas moedoras, fazendo com que o minério entrasse nos interstícios das bolas comprometendo assim sua moagem. Considerando todos os dados do processo e o tamanho das bolas, através da equação de Rowland podemos encontrar o D80 ideal de alimentação: B = diâmetro máximo das bolas em mm = 60mm (2,36in) F = tamanho em que passa 80% da alimentação em mm = ? WI = índice de trabalho em kWh/t = 8,2 (Talco) Sg = massa específica do minério em g/cm3 = 1,12 (Talco) %Vc = % da velocidade crítica = D = diâmetro interno ao revestimento da carcaça em m = 0,317m (1,04ft) K = fator variável com o tipo de moagem = 350 A velocidade crítica pode ser obtida por: , logo nc= 75,13rpm. Como a velocidade do moinho era de 71rpm, %Vc=94,5% 2,36𝑖𝑛 = ( 𝐹 350 ) 0,5 × ( 8,2 × 1,12 0,945 × √3,281 × 1,04 ) 0,34 O D80 ideal de alimentação seria de: 630 µmm. CONCLUSÃO A moagem é o último estágio do processo de fragmentação. Nesse estágio as partículas são reduzidas, pela combinação de impacto, abrasão e compressão, a um tamanho adequado à liberação do mineral, geralmente, a ser concentrado nos processos subseqüentes. Cada minério tem uma malha ótima para ser moído, dependendo de muitos fatores tais como a distribuição de mineral rico presente na ganga e o processo de separação que será usado em seguida. A moagem é a etapa de fragmentação de minérios que requer maiores investimentos, maior gasto de energia e é considerada uma operação importante para o bom desempenho de uma instalação de tratamento. Assim, percebe-se que a moagem deve ser muito bem estudada na fase de dimensionamento e escolha de equipamentos e, também, muito bem controlada na etapa de operação da usina. As variações na eficiência, além de se refletirem numa variação do consumo específico de energia, devem também ser consideradas tanto na adequabilidade do produto às suas especificações finais quanto na sua compatibilidade com os processos subseqüentes. O tamanho, a quantidade, o tipo de movimento e os espaços entre os corpos moedores no interior de um moinho vão influenciar a moagem. A moagem é um processo aleatório sujeito às leis da probabilidade e o grau de moagem de uma partícula de minério depende da sua probabilidade de penetrar numa zona entre os corpos moedores e da probabilidade da ocorrência de algum evento posterior. Dentre as variáveis operacionais, torna-se importante mencionar que o tamanho dos corpos moedores influencia na eficiência e capacidade do moinho. A determinação do diâmetro máximo da barra ou da bola é de grande importância, visto que o tamanho próprio das bolas a serem adicionadas num moinho em operação é o tamanho adequado para quebrar as maiores partículas da alimentação. BIBLIOGRAFIA MAZZINGHY, Douglas Batista (1999), “Modelagem e simulação de circuito de moagem através da determinação dos parâmetros de quebra e da energia específica de fragmentação”. Dissertação de mestrado. UFMG. ROSA, Andreia Carolina (2013), “Desempenho dos circuitos de moagem direto e inverso da Samarco”, Dissertação de mestrado. Escola Politécnica USP. CHAGAS, Tays Torres Ribeiro das (2008), “A moabilidade na moagem secundária de pellet-feeds de minérios de ferro em função da mineralogia, química, e microestrutura”. Dissertação de mestrado. Engenharia de materiais da REDEMAT (UFOP- UEMG- CETEC) LUZ, Adão Benvindo da; SAMPAIO, Joao Alves e FRANÇA, Silvia Cristina A. (2010), Tratamento de minérios. Rio de Janeiro 5ª Edição. OLIVEIRA, Renata de Freitas (2012), “Uma Revisão dos Princípios de Funcionamento e Métodos de Dimensionamento de Moinhos de Bolas”. Dissertação de mestrado. Departamento de Engenharia de Minas UFMG
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